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Direitos Reais
Direitos Reais e Pessoais Posse é um fato. É o exercício de qualquer dos
poderes inerentes ao direito de propriedade.
Direitos reais e direito das coisas são sinônimos Usar, gozar, fruir, dispor e reivindicar
Direito real é oponível erga omnes, enquanto o a caneta, o carro e a mesa. Estes existem
efeitos a terceiros)
Direito pessoal extinguem pela inércia do sujeito, Teorias Possessórias
enquanto no direito real, a falta de exercício não
gera extinção, eles se conservam Teoria Subjetiva de Savigny
Direitos reais são numerus clausus, ou seja, são Posse para esse teórico é o corpus + animus
taxativos, estão todos no artigo 1.225 – vigora o domini (elem. objetivo + elem. subjetivo)
princípio da tipicidade, pois não é direito das Isto é, poder físico que alguém exerce sobre
Não há direito sem lei anterior que o defina. Necessidade do elemento objetivo e
Posse não é entendida como um direito real subjetivo para constituir posse
Aquele que detivesse o corpus, seria
Direitos reais se subdividem:
necessária uma investigação acerca se ele
Sobre coisas próprias: propriedade
tinha a coisa sob seu poder, como sua – por
Sobre coisas alheias: usufruto, uso, habitação,
isso a ideia de teoria subjetiva, pois é
penhor, hipoteca...
necessária uma investigação
Da Posse Poder físico sobre a coisa + ter a coisa como
sua
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de Em caso de elemento objetivo (corpus), o
fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes agente é apenas DETENTOR.
inerentes à propriedade.
Teoria Objetiva de Rudolph Von Jhering
(teoria adotada pelo Código Civil)
Agatha Christie Alves Vitório Vieira – PUC Minas
pesquisa para identificar o dono, ou seja, é exercício se fizer por mais de uma pessoa
domínio), essa aparência de domínio aquele que não está em contato direto com o
destinação econômica adequada para o fim Exemplo: Caso de locação, o locador (aquele
- Por exemplo, o relógio jogado no meio da mata locatário, exerce posse direta
não recai posse alguma, já que ele não está Prática os atos de proprietário quem usa,
A teoria objetiva cria fundamento jurídico As posses direta e indireta coexistem e são
tenho a propriedade, mas quem desfruta da Quando várias pessoas se encontram externando
posse. seria a pessoa que tomou a água o domínio, não há como dividir a posse ou
Quem tem posse é o proprietário da coisa garanti-la apenas a uma pessoa
O Estado age defendendo o proprietário
É a posse exercida por mais de uma pessoa
Para efeitos de usucapião é preciso fazer prova,
portanto, adota a teoria de Savigny, isso significa Nas ações possessórias, a participação do cônjuge
que o CC não adoto a teoria Jhering de forma das partes, somente será indispensável nos casos
absoluta que houver composse
Agatha Christie Alves Vitório Vieira – PUC Minas
Posse velha é aquela que tem mais de 1 ano e Vícios objetivos da posse: dispensa especulações
comum em que não há cabimento da medida relativos, porque tais vícios só ocorrem diante do
Serve para definir a possibilidade da medida Violência: uso da força física ou moral para
Exemplo: Sei que o bem é de A, todavia, tomo Exemplo: o empregado que deixa de cumprir ordens
para mim, e começo a utilizar o bem diante da e começa a agir em nome próprio
sociedade. Ao saber que A se encontra por perto,
O art. 1208 – enquanto perdurarem os vícios de
escondo o bem do possuidor – nesse momento,
violência e da clandestinidade, não há posse
será caracterizada a posse clandestina
- É um vício relativo, pois quem pode acusa-lo é a – A pessoa que se encontra em poder de algo de
forma violenta e clandestina tem a mera detenção
vítima
- Exerce mera detenção – Se a violência e clandestinidade cessar, terá posse
- O vício pode cessar – deixou de ser detentor e passou a ser possuidor
Precariedade: exercia a posse justa, tendo a (esse fenômeno é chamado convalescimento da
obrigação de restituí-la e mais tarde não faz, posse)
agora, o precarista exerce a posse contra a
Convalescimento da posse
vontade do legítimo possuidor
- Melhora do estado de saúde da posse;
– Abuso de confiança
- O fato deixará de ser uma mera detenção para
– Inicia de forma lícita e se torna ilícita
se tornar posse (art. 1.208)
– Posse viciada pela precariedade
- Não admite convalescimento da posse precária
– Exerce posse, ainda que injusta
Os vícios objetivos da posse anterior se
– O sujeito era possuidor e cai na ilegalidade, ao transferem ao novo adquirente, que será um
recusar entrar a coisa que lhe foi pedida, continua a possuidor injusto
exercer posse, porém contra a vontade do possuidor
Posse de boa-fé e posse de
– Importante: Vício da precariedade não convalesce, má-fé
por ela não cessar (ela iria cessar se o bem voltasse Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o
ao possuidor legítimo, mas isso faria o precarista vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
perder a coisa e não exercer a posse), o precarista, Possuidor de boa-fé é aquele desconhece
jamais receberá proteção possessória vícios ou embaracem a aquisição da coisa.
Exemplo: ex-inqulino que ao findar o contrato de Ao passo que má-fé, é aquele que tem
para adquirir a coisa; tem vínculo com o Exemplo: o caseiro; ele é mero detentor.
proprietário Apesar dessa figura externar a posse, externar
Presença do corpus ou do animus para terceiros o domínio, ele não será
Posse = aparência de propriedade possuidor, pois ele só está cuidando da posse
Exemplo: Inquilino que mora ali 50 anos, não em nome de outrem – o caseiro é chamado
pode se tornar proprietário de coisa alugada, de fâmulo (indivíduo subserviente) da posse
pois tem a presença da posse simples, mas
O fâmulo da posse é aquele que, em razão de
falta o animus
sua situação de dependência em relação a
Ad Usucapionem não tem vínculo com o
outra pessoa (ao dono ou possuidor), exerce
antigo proprietário; é uma posse mansa,
sobre a coisa, não um poder próprio, mas
pacífica e posteriormente vem a ser
dependente
propriedade – chamada de posse qualificada
Possui a aparência de propriedade + o animus Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera
domini (tem a coisa como sua) permissão ou tolerância assim como não autorizam a
sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão
Chamada de Posse Qualificada
depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Será uma posse injusta em perfeita § 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se
ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça
consonância com o art. 1.208 – Já que a logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além
do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
passagem da detenção para a posse injusta
Para que seja reconhecida a legítima defesa da
O prazo para convalescer será no exato posse, é necessária que seja:
momento em que cessar a violência e a i) Imediato (a agressão precisa estar
precariedade ocorrendo naquele momento)
ii) Os atos praticados não podem exceder
Uma posse que nasce com vícios, perpetuará
a força necessária para cessem as
injusta
agressões à posse
*Desforço imediato porque deve ser praticado
Efeitos da Posse imediatamente a agressão da posse
Ultrapassado o momento em que poderia ter sido
A posse garante direitos e reveste o seu titular de usada a legítima defesa, tendo ela já se
alguns poderes. concretizado, o meio a recorrer será o Poder
Judiciário
Poderes esses:
B) Judicial
I - Protegerão o exercício da posse (proteção
O ofendido deverá recorrer ao Judiciário para cessar
possessória);
as agressões
II - Assegurarão a percepção dos frutos
Podem ser dividas em típicas (são as ações de
III - O direito do possuidor de receber as interdito proibitório; manutenção da posse;
Esta proteção possessória chama: Legítima defesa Garante ao possuidor que esteja sendo
da posse (ou desforço imediato*) – exceção perturbado no exercício da sua posse, o direito
de repelir o incômodo (turbação) - (se dará de
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse
em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de forma extrajudicial ou de forma judicial por meio
violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
da manutenção da posse)
Agatha Christie Alves Vitório Vieira – PUC Minas
em comum
Se a turbação ou esbulho tiver ocorrido a
Isso evita o manejo de várias ações (princípio da
mais de um ano e um dia, cabe o
economia processual). Assim, o autor pode pedir,
procedimento comum
não só a proteção.
Não existe a possibilidade de obter a liminar
possessória Natureza dúplice da ação possessória (art.
LIMINAR POSSESSÓRIA 556)
Nas ações possessórias é lícito que o réu Se a discussão versar sobre quem é o
apresente a sua reconvenção na própria peça proprietário, o juiz percebendo que aquela
contestatória (é uma faculdade, pois ele pode alegação possessória, se baseia na alegação
apresentar em peça separada ou junto com a de domínio decide a demanda então em favor
contestação) daquele que fizer prova – baseado no
princípio da economia processual
Visa simplificar os procedimentos e buscar maior
celeridade processual Natureza mandamental da sentença no
processo possessório
Exceção de domínio (pg. 52) (art. 557 e art.
1210, parágrafo 2°) A sentença de uma ação possessória é
mandamental ou executiva lato sensu
Significa dizer que nas ações possessórias não
Isto é, se a sentença não for cumprida
há cabimento para discussão da propriedade
espontaneamente, não é preciso a
Alegação de propriedade
propositura de um processo autônomo de
execução. Basta que a parte dirija ao juiz uma
A alegação em uma ação possessória de que
petição informando que a sentença não foi
seu direito se funda no fato de ser
cumprida – dispensam processos de execução
proprietário do bem, jamais constituirá
impedimento para que o juiz conceda Percepção de Frutos
proteção possessória à outra parte, caso este
Direito do possuidor à percepção de frutos que
seja quem está sofrendo com os esbulhos ou
“nascem” de sua posse
turbação
Posse e propriedade não se confundem É um efeito que a posse gera
Exemplo: A entrada no lote é única. “A” aluga
Espécies de frutos:
casa para “B”. B chega em casa à noite e o
portão está sempre trancado, o que impede Naturais – produzidos pela natureza. Ex.: as crias
Na ação possessória, B sabe que não é Industriais – produzidos por manufaturação. Ex.:
proprietária, e não está discutindo quem é a Produção de café
dona, apenas requerendo a manutenção da
Civis – provêm de uma relação jurídica. Ex.:
posse. Mesmo que A alegue que age desse
pensões; aluguéis
jeito porque é a dona, isso não é fato
impeditivo para que o juiz conceda
manutenção de posse a A