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Joinville, 11 de agosto de 2022 CARACTERÍSTICAS DA PROPRIEDADE

→ direito absoluto, exclusivo, perpétuo


e ilimitado

Propriedade Propriedade tem poder absoluto


→proprietário tem o mais amplo poder
sobre a coisa, e pode desfrutar dela como bem
→ mais importante dos direitos reais entender
→ único direito real sobre a coisa → Direito de gozar, usar, dispor e
própria reivindicar a coisa
→os demais direitos reais do
art 1225 são direitos reais sobre coisa alheia ps: absoluto não significa ilimitado (limitações
(bens de terceiros) do interesse coletivo, função social e etc)

Caráter exclusivo
→ direito de propriedade protegido → a propriedade de um afasta a
pela CF propriedade do outro

→propriedade é mais difícil de ser →não são admitidas duas pessoas


percebida do que a posse proprietárias da inteireza da coisa,
→ pois posse está no mundo autonomamente e ao mesmo tempo
da natureza e a propriedade no mundo
jurídico → o condomínio não retira a
exclusividade
→ duas pessoas podem ser
Conceito de propriedade proprietárias de 50% da coisa, ou a
→ poder de usar, fruir, dispor e reaver proporções menores
a coisa
→ propriedade é poder legítimo e Caráter perpétuo
pleno sobre coisa (que pode sofrer limitações →ao falecer a propriedade fica para o
pela lei ou vontade) filho
→o direito do titular só deixará de
existir no caso de situação geradora de
transferência

→ a propriedade existe
independentemente de quem a tem exercê-la
→ não ir até o bem ou não
realizar benfeitorias não faz perder a
propriedade, e sim a ação de terceiro
(de ter posse lá)
Porém, nem sempre a propriedade é perpétua III. Uso do bem
→ faculdade que o dono tem de usar a
Propriedade perpétua: coisa da maneira que entender mais
→ não possui termo final conveniente
→ só extingue se ocorrer → Faculdade de não usar também
situação geradora de direito de outrem → restrito ao limite da função social

Propriedade resolúvel IV. Dispor do bem


→ é aquela que se resolve, tem → poder transferir a coisa, gravar de
dia certo de término ônus ou alienar
ex: retrovenda que dá direito ao → Proprietário pode vender, doar,
vendedor de readquirir a coisa em um testar, hipotecar, alienar, jogar fora, etc
prazo de até 3 anos.
ps: nem sempre é possível abandonar
o bem ou destruí-lo.
Caráter ilimitado
→ permite o proprietário fazer com a
coisa lhe pertence o que bem entender

→ps: sempre limitado a ideia da


função social

Atributos atribuídos ao proprietário


→ gozar, reaver, usar e dispor

I. Gozar ou fruir do bem


→poder de perceber dos frutos
naturais e civis (que não diminuem quantidade
ou alteraram substância) da coisa e de
aproveitar dos produtos (que diminuem a
quantidade)

II. Reaver o bem


→ direito de reaver a coisa das mãos
de quem quer que injustamente o possua ou
detenha
→ ação reivindicatória

→Ao reaver o bem, é possível gerar


um custo, e isso pode gerar direito de sequela
para o terceiro ou os demais
POSSE Art. 1.203. Salvo prova em contrário,
entende-se manter a posse o mesmo caráter
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele com que foi adquirida.
que tem de fato o exercício, pleno ou não, de
algum dos poderes inerentes à propriedade.

Art. 1.197. A posse direta, de pessoa


→posse é a exteriorização da
que tem a coisa em seu poder, temporariamente,
propriedade
em virtude de direito pessoal, ou real, não anula
a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o → objeto da posse é obrigatoriamente
possuidor direto defender a sua posse contra o um bem corpóreo
indireto. → existem bens que são
passíveis de propriedade e não de posse
Art. 1.198. Considera-se detentor
aquele que, achando-se em relação de
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo
dependência para com outro, conserva a posse
em nome deste e em cumprimento de ordens ou aquele que tem de fato o exercício, pleno ou
instruções suas. não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade.
Parágrafo único. Aquele que começou a
comportar-se do modo como prescreve este
artigo, em relação ao bem e à outra pessoa,
presume-se detentor, até que prove o contrário.
Defesa de aparência
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas → credibilidade da sociedade nos
possuírem coisa indivisa, poderá cada uma estados de aparência vividos
exercer sobre ela atos possessórios, contanto → sempre que o estado de aparência
que não excluam os dos outros compossuidores. for juridicamente relevante, existem normas
para resguardá-lo, como é o caso da posse
Art. 1.200. É justa a posse que não for
violenta, clandestina ou precária.
→ estado de aparência que inicialmente pode
surgir sem substrato jurídico, pode servir para
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o
a aquisição de propriedade e outros direitos
possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que
impede a aquisição da coisa.
→ esse é o sentido de usucapião
Parágrafo único. O possuidor com justo → Direito deve fornecer meios de
título tem por si a presunção de boa-fé, salvo proteção àqueles que se mostram como
prova em contrário, ou quando a lei aparentes titulares de direito;
expressamente não admite esta presunção.

Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde


este caráter no caso e desde o momento em que
as circunstâncias façam presumir que o
possuidor não ignora que possui indevidamente.
TEORIAS EXPLICATIVAS DA POSSE II. Teoria objetivo
→ não precisa haver vontade de ser
proprietário
I. Teoria subjetiva - Savigny → poder físico da pessoa sobre a coisa
→ posse é o poder de dispor uma com a exteriorização do exercício desse direito
coisa, com intenção de tê-la para si e e um meio de tornar possível o uso econômico
defendê-la contra intervenções da coisa, de acordo com a vontade do
→ posse se dá através de dois possuidor.
elementos → conduta de dono (não precisa haver
intenção de ser dono)
a) o corpus: → basta dispor fisicamente da
→ elemento objetivo coisa
→ detenção física da coisa
→poder imediato sobre o bem →tem posse aquele que se comporta
→ se não estiver presente não existe como dono (incluído aqui o animus)
posse → Elemento psíquico não é intenção
de ser dono, mas a vontade de agir como
b) animus habitualmente faz o proprietário;
→ elemento subjetivo → tem em vista sua função econômica
→ vontade de ter para si e de
defender contra intervenções . → Os detentores, usufrutuários e
→ Valoriza o psicológico locatários são possuidores, e não detentores
→ se não estiver presente o animus, e
somente o corpus, não existe posse, mas sim
mera detenção
→ A posse seria o poder de fato, e
a propriedade, o poder de direito sobre a
coisa
→ Ao abdicarmos da exigência de
vontade de ser proprietário,ampliamos
Crítica: consideravelmente o rol dos possuidores;
→ negação da proteção possessória ao
arrendatário ou locatário
→ defenderia a posse adquirida de → Exteriorização da propriedade
maneira injusta, como por um ladrão → amplia o rol de possuidores
→ pensamento frágil de Savingy → o CC adotou parcialmente a teoria
→ Ao responder as críticas objetivista
contrariou a si mesmo

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo


aquele que tem de fato o exercício, pleno ou
não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade.
DEFINIÇÃO DE POSSE

→ mas existem situações em que tal conduta → Possuidor é que exterioriza alguma das
(do art 1196) configura detenção e não posse faculdades da propriedade
ex: chacareiro
→ Posse pode ser exteriorizada
através dos sentidos de permanência,
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele habitação, produção econômica sustentável
que, achando-se em relação de dependência
para com outro, conserva a posse em nome
→ Posse não é detenção
deste e em cumprimento de ordens ou
→ A posse é o exercício, pleno
instruções suas.
ou não, de algum dos poderes
Parágrafo único. Aquele que começou a inerentes à propriedade.
comportar-se do modo como prescreve este
artigo, em relação ao bem e à outra pessoa,
presume-se detentor, até que prove o contrário. Detenção
→ É o exercício de poder de fato sobre
uma coisa, porém, em nome alheio
→ Hipóteses de detenção da coisa em
virtude de vínculo de subordinação entre
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera pessoas
permissão ou tolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele
clandestinos, senão depois de cessar a violência
ou a clandestinidade. que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a
posse em nome deste e em cumprimento
de ordens ou instruções suas.
III. Teoria Sociológica
→ ênfase ao caráter social da posse

→ possuidor é todo aquele que utiliza ps: Enunciado n 301, Jornada de Direito Civil,
o bem de modo a dar função social para ele STJ:

→ função social da propriedade E da “É possível a conversão da detenção em


posse é defendida no CC 1228 e art 5 XXII CF posse, desde que rompida a subordinação, na
hipótese de exercício em nome próprio dos
→não basta ser um proprietário, mas atos possessórios;”
sim um bom possuidor para que demonstra a
sua posse sobre o bem
→Há posse onde há relação de fato
suficiente para estabelecer a independência
econômica do possuidor;
Permissão e tolerância Definição de posse
→Permissão e tolerância não induzem → posse é o exercício da propriedade
a posse → possuidor é aquele que exerce pelo
menos um dos direitos inerentes a
propriedade (fruir, gozar, defender, etc)
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de
mera permissão ou tolerância assim como
→ possuidor pode usar de ações
não autorizam a sua aquisição os atos
judiciais para proteger seus interesses (ações
violentos, ou clandestinos, senão depois de
possessórias)
cessar a violência ou a clandestinidade.

O possuidor de bens que geram frutos


tem direito a esses frutos
ato de permissão:
→ possuidor consente expressamente → . A posse terá efeitos para o
que o terceiro pratique ato ou utilize o bem possuidor, no que diz respeito a deterioração
do bem enquanto estava em suas mãos

ato de tolerância
→ autorização tácita para admitir que Objetos da posse
alguém utilize um bem → O objeto da posse é
ex: passar pela porteira que corta a necessariamente um bem que admite
propriedade de alguém apreensão
→ bens corpóreos
materializável

Violência ou clandestinidade → bens incorpóreos não seriam


→ enquanto não cessar a violência, suscetíveis a posse, em razão de não serem
não haverá posse materializados
→ detenção depois de passada a
violência, faz com que a detenção se → Posse tem a ver com contato físico (uso e
transforme em posse injusta gozo)

→ configura mera detenção exceção:


→ caracterização de transitoriedade e súmula 193 STJ
passividade → direito de uso de linhas telefônicas
pode ser adquirido por usucapião
ps: Bens públicos
→ são insuscetíveis de serem
adquiridos por usucapião, a apreensão física → Não se pode discutir a posse de
desses bens são mera detenção direitos autorais
→ a apreensão física de bens públicos
configura mera detenção
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE → A posse direta tem prevalência
sobre a indireta, em caso de conflitos
Posse direta e indireta
Exercida por quem tenha o bem Ações possessórias
materialmente → Os possuidores direto e indireto
→ decorrente de contrato. defendem suas posses autonomamente
ex: possuidor direito é o inquilino. O contra terceiros
possuidor indireto é o proprietário que alugou → Independentemente de assistência
a sua casa mútua, dispensando, assim, o litisconsórcio
ativo necessário (se houver, será facultativo).

Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a Ex: Se A Invadir o imóvel que B locou
coisa em seu poder, temporariamente, em para C, tanto o proprietário Bcomo o locatário
virtude de direito pessoal, ou real, não anula a C poderão ajuizar os interditos possessórios
indireta, de quem aquela foi havida, podendo o em face do agressor A.
possuidor direto defender a sua posse contra o
indireto.

COMPOSSE

→ POssuidor direto pode defender a sua


Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem
posse contra o possuidor indireto coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre
ex: proprietário não pode entrar na ela atos possessórios, contanto que não
casa que alugou para outro excluam os dos outros compossuidores.

Posse indireta
→ exercida por meio de outra pessoa,
havendo mero exercício de direito → Condomínio em relação a posse (comunal
ex: como o caso da locação. Locatário de propriedade)
tem posse direta → mais de uma pessoa na posse de
locador tem posse indireta um único bem
→ a comunhão da situação fática da
→ Há coexistência entre a posse direta e posse é a composse, embora a posse tenha
indireta caráter de exclusividade
ex: se encerrou o contrato de aluguel, → exige pluralidade de sujeitos e uma
a posse direta vai acabar, e a posse que era coisa indivisa
indireta para o proprietário se torna indireta
→ Situação excepcional, que consiste
→ A posse direta é temporária, em posse comum a duas ou mais pessoas
persistindo apenas enquanto o Negócio sobre um determinado bem
jurídico que originou estiver vigente. → precisa ser algo em estado de
indivisão
mulher que não permite a retirada dos
mesmos pelo marido que se muda de casa."
ex: casal que exerce composse em um (Ap. Cível nº238.697-14-11-74, TJ/SP)
apartamento.
→ nenhum compossuidor pode
praticar atos possessórios que excluam os dos
Composse pro indiviso outros, sem a autorização deles;
→ todos se utilizam do bem de
maneira conjunta, sem limitação → Qualquer compossuidor pode usar
→ todos usufruem do bem de maneira da coisa comum conforme sua destinação,
indistinta desde que não exclua a mesma utilização por
→ não há divisão da posse parte dos outros compossuidores.

Composse pro diviso

→ os possuidores farão limitações em


relação ao uso
→ delimitam áreas para o exercício do
direito a posse
→ ocorre divisão de fato da posse

ps: Composse pode acontecer mesmo que os


possuidores não tenham ciência dela

ex: herdeiro que acredita ser único,


mas não é. Embora acredite ser o único, ainda
há outro herdeiro que realiza a posse
conjuntamente

Proteção possessória na composse


→composse pode ser justa ou injusta,
de boa fé ou de má fé e nova ou velha
→ A composse permite o usucapião,
em comum
→ possibilita em comum, o usucapião

"Se os móveis foram adquiridos para


composse do casal, não comete esbulho a
POSSE JUSTA E INJUSTA Posse justa
Posse injusta → aquela que não possui vícios
→ posse que não for violenta,

Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária
clandestina ou precária. → para ser justa, não se pode haver
dúvidas quanto a posse

→para ser justa a posse deve ser


mansa e pacífica →Tanto a posse justa ou injusta
garantem direito de ações possessórias

‘ → A posse violenta é aquela que se


adquire pelo uso da força. → até o possuidor injusto pode

ex: arrombamento de valer-se interditos para preservar a sua posse

fechadura, agressão física, ect injusta


ex: Posseiro que invada uma área de

→ Posse clandestina é o ocultamento uma fazenda, de forma clandestina e injusta.

do real proprietário Se um terceiro tentar turbar ou esbulhar sua

→ quando o real proprietário não sabe posse, ele poderá defendê-la;

que alguém tomou posse do seu bem ps: Somente válido para proteger a

→ ainda que seja mansa, a posse posse ilegal de terceiros, nunca das

clandestina não é justa pessoasinjustamente desapossadas;

ex: grupos que se valem da calada da


noite para invadir propriedade

‘ → Posse precária não


necessariamente possui violência, mas sim o
abuso de confiança ou de direito
→ Posse que começou justa mas se
tornou injusta j
→ conhecida como esbulho pacifoco
→ Não convalesce usucapião, ela não
se torna justa

ex: locador que aluga um carro, e não


o devolve no tempo previsto no
contrato
POSSE DE BOA FÉ E MÁ-FÉ ps: Não se pode considerar de boa fé a posse
de quem, por erro inescusável ou ignorância
grosseira, desconhece o vício que macula a
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o posse
possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que ex: um celular que é claramente
impede a aquisição da coisa.
roubado
Parágrafo único. O possuidor com justo
título [ex: contrato de locação, comodato] tem
por si a presunção de boa-fé, salvo prova em
contrário, ou quando a lei expressamente não → A boa fé é relevante para usucapião
admite esta presunção. ou disputa de furtos e benfeitorias

Posse de boa fé
→ posse em que o possuidor Quem é possuidor de boa fé
desconhece ou ignora os eventuais vícios da → Quem está convencido que se
sua posse encontra em legítima posse da coisa
ex: possuidor que possua um título → Que já possua o bem por tempo
que dê fundamento a posse, como um equivalente ao exigido por lei para usucapião
contrato de locação → tenha se apropriado de coisa
abandonada
→ A boa fé é subjetiva, de conhecimento
→ se relaciona com um estado mental
da pessoa. Por isso se chama vicio subjetivo →Para os possuidores de boa fé é
garantido direito de retenção pelas
benfeitorias feitas no bem
→ Se eu desconheço o vício para
aquisição da ´posse, a posse será de boa fé

Posse de boa fé pode ser:


Consequências da posse de boa fé
→ Confere ao possuidor não Real:
proprietário os frutos provenientes da coisa →quando efetivamente não há vício
possuída
→ exime o possuidor de indenizar por presumida:
perda ou deterioração do bem enquanto ex: quando possuidor for de justo titulo
estava em sua posse
→ Outorga direito de ressarcimento ao
possuidor pelos melhoramentos realizados.
ex: quem por material próprio
edifica em terreno alheio
Posse de má fé Conversão da posse de boa fé em posse de
má fé

Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este → é um critério subjetivo


caráter no caso e desde o momento em que as → deve ser observada a ciência do
circunstâncias façam presumir que o possuidor possuidor
não ignora que possui indevidamente.

→ Mesmo ciente das vícios da posse, o


possuidor tem intenção de exercer seu
domínio sobre ela Legislação
CAPÍTULO I
→ Possuidor que tem conhecimento do
Da Posse e sua Classificação
vício não tem proteção de legítimo possuidor
→ não há possibilidade de justo título Art. 1.196. Considera-se possuidor todo
(não oferece presunção de boa fé) aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não,
→ posse de má fé não pode ser de algum dos poderes inerentes à propriedade.
considerada posse jurídica
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem
→ possuidor não goza de proteção a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude
contra o legítimo possuidor de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de
→ possuidor de má fé é mero detentor quem aquela foi havida, podendo o possuidor
direto defender a sua posse contra o indireto.

Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que,


achando-se em relação de dependência para com
outro, conserva a posse em nome deste e em
cumprimento de ordens ou instruções suas.
direitos do possuidor de boa fé
Parágrafo único. Aquele que começou a
→tem direito restituir as benfeitorias
comportar-se do modo como prescreve este artigo,
úteis e necessárias
em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se
→ também têm direito de
detentor, até que prove o contrário.
levantamento das benfeitorias voluptuárias e
que sejam passíveis de retirada sem danificar Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas
o imóvel possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer

→direito aos frutos percebidos sobre ela atos possessórios, contanto que não
excluam os dos outros compossuidores.

Art. 1.200. É justa a posse que não for


Direitos do possuidor de má fé violenta, clandestina ou precária.
→ ressarcimento das benfeitorias
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor
necessárias
ignora o vício, ou o obstáculo que impede a
→ Responde pelos frutos percebidos,
aquisição da coisa.
pelos colhidos, bem como por aqueles que se
perderam por sua culpa. Parágrafo único. O possuidor com justo título
tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em
contrário, ou quando a lei expressamente não
admite esta presunção.

Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este


caráter no caso e desde o momento em que as
circunstâncias façam presumir que o possuidor não
ignora que possui indevidamente.

Art. 1.203. Salvo prova em contrário,


entende-se manter a posse o mesmo caráter com
que foi adquirida.

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