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Direito Civil

DIREITO DAS COISAS


Resumo feito “Direito em Tela ”
1-Conceito de Direito Real.
Direito das coisas consiste em um conjunto de princípios
e norma que disciplina a relação jurídica referente as
coisas suscetíveis da apropriação pelo homem, segundo
uma finalidade social.
2- Conceito de Posse (art 1196 a 1224 do CC )
É uma circunstância fática tutelada pelo direito.

Conforme o enunciado 492 V jornada de Direito Civil,


por exemplo, aparentemente enquadra à posse como
“direito”: A posse constitui direito autônomo em relação
à propriedade e deve expressar o aproveitamento dos
bens para o alcance de interesses existenciais,
econômicos e sociais merecedores de tutela.
3- Teoria da posse
A posse pode significar apenas ter a disposição da coisa
utilizar dela ou tirar dela os frutos com fins
socioeconômicos.

Destacam-Se 02(Duas) Teorias Para Explicar A Posse:

Teoria Subjetiva: Savigny


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Teoria Objetiva : Ihering

Teoria Subjetiva
Para Savigny para você ter a posse é necessários dois
elementos.
1 Corpus: você precisa ter a coisa com você
2 Animus: consiste na intenção(vontade) da pessoa em
exercer sobre a coisa o direito de propriedade (animus
domini).

Exemplo
Estou segurando, e usando, este celular com a intenção
(animus) de ser dono.
Para Savigny, a pessoa será considerada possuidora
quando reunir os 02 elementos da posse:
1. Corpus= Deter fisicamente a coisa
2. Animus = ter a intenção de possuir a coisa como se
fosse dono

Teoria Objetiva
Para Ihering para você ter a posse você precisa apenas
de um elemento:
Corpus
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Para ihering basta a pessoa agir(comportar) como dono
(proprietário) para ser considerado como possuidor.
Ex: estou segurando e usando este celular (agindo como
proprietário), nesse caso, para ihering, eu sou o
possuidor deste aparelho celular.
3.1 -A teoria adotada pelo Codigo Civil é a teoria de
INHERING “teoria Objetiva”
Art 1196 CC
Possuidor é todo aquele que tem fato o exercício, pleno
ou não de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Mesmo que o sujeito não seja o proprietário, mas, se
comporta como proprietário.

4- Detenção
O detentor não deve ser considerado possuidor, na
medida em que é, apenas um mero “servidor ou fâmulo
da posse”
Art 1198 CC: Considera-se detentor aquele que,
achando-se em relação de dependência para com outro,
conserva a posse em nome deste e em cumprimento de
ordens ou instruções suas.
EXEMPLO: podemos usar de exemplo o caseiro.
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5- CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
A) QUANTO A EXERCICIO E GOZO
Art. 1.197- A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu
poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real,
não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o
possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

 POSSE DIRETA

É aquela exercida mediante o poder material ou contato direto com


a coisa.
Exemplo: a coisa exercida pelo locatário.

 POSSE INDIRETA

É aquela exercida por via obliqua.


Exemplo :o locador frui ou goza dos alugueis, sem que esteja
direta e pessoalmente exercendo poder físico ou material sobre o
imóvel locado.
B) QUANTO A EXISTÊNCIA DE VICIO (POSSE JUSTA E POSSE
INJUSTA)
 Posse justa
Conforme art 1200 do cc é justa a posse quando NÃO for violenta,
clandestina ou precária.

 Posse injusta
Será considerado injusta quando for violenta, clandestina ou
precária não necessita ter todos, basta ter apenas um dos
vícios.
Apresenta vícios
Violenta: “é aquela obtida por meio de esbulho, ou seja, força
física ou moral”.
Clandestina: quando houver escondida.
Precária: quando eu usei da confiança de alguém.
Exemplo contrato de aluguel acabou o contrato de aluguel e eu não
devolvo.
C) QUANTO À LEGITIMIDADE DO TÍTULO POSSE DE BOA-FÉ E
MÁ-FÉ
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Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o
obstáculo que impede a aquisição da coisa.

Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde


o momento em que as circunstâncias façam presumir que o
possuidor não ignora que possui indevidamente.

De má-fé - é a posse viciada por obtenção através da violência,


clandestinidade e precariedade. O possuidor tem ciência do vício.
Neste caso, nunca possui o justo título (documento). Ainda que de
má-fé o possuidor não perde o direito de ajuizar a ação possessória
competente para proteger-se de um ataque a sua posse.
D)

6- AUTONOMIA DA POSSE EM
RELAÇÃO À PROPRIEDADE- ART 1196
CC
Doutrina
Carlos Roberto Gonçalves, em sua obra Direito Civil Brasileiro,diz que:

“o nosso direito protege não só a posse correspondente ao direito de


propriedade e a outros direitos reais como também a posse como figura
autônoma e independentemente da existência de um título.

POSSE
Assim, a posse não pode ser confundida com a propriedade, embora o
possuidor exerça sobre a coisa alguns dos poderes da propriedade (art 1.196)
nem todo o possuidor é proprietário,assim como nem todo proprietário é
possuidor.

O instituto da posse não pode ser confundido com a propriedade, pois a posse
constitui um direito autônomo em relação à propriedade.
7- Diferença entre possuidor e detentor:
É importante não confundir Possuidor com Detentor, ou seja, não devemos
confundir Posse com Detenção.
Possuidor
Art 1196 CC é o conceito de possuidor
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Possuidor é todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, dos
poderes inerentes à propriedade.
Quando a pessoa adquire a posse?

Art 1204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o


exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
A principal característica do possuidor é ele ter a coisa em nome próprio.

Direito do possuidor
O possuidor possui a coisa em nome próprio, e a lei garante-lhe alguns
direitos como:
1. Direito de proteger a sua posse mediante os interditos possessórios (ações
possessórias);
2. Direitos de frutos;
3. Direito à indenização das benfeitorias e o direito de retenção da coisa;
4. Direito à usucapião (direito de adquirir a propriedade do bem).

DETENTOR
O detentor é aquele que detém a coisa (tem a coisa fisicamente), porém em
nome de outra pessoa conforme dispõe o art 1198 cc.

Art 1198: Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de


dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em
cumprimento de ordens ou instruções suas.

O detentor será aquele que detém a coisa (possui a coisa fisicamente) e


conserva a posse da coisa em uma relação de dependência para com outra
pessoa cumprindo ordens e instruções.

Exemplo:
A pessoa que trabalha como caseiro em um sitio e que mora no sitio
1. O caseiro (empregado) possui a coisa (sitio) em nome de outro (em nome
do empregador);
2. Existe uma relação de dependência entre o caseiro (empregado) e o seu
empregador;
3. O caseiro (empregado) cumpre ordens e instruções do seu empregador.

DETENTOR OCUPANTE DE ÁREAS PÚBLICAS


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A pessoa que ocupar áreas pública irregularmente será considerada
detentor e não lhe será assegurado qualquer direito, conforme verifica-se
pela jurisprudência do Tribunal de Justiça de Santa Catrina.

O detentor não terá direito


1. Direito de proteger a sua posse mediante os interditos possessórios
(ações possessórias);
2. Direito aos frutos;
3. Direito à indenização das benfeitorias e o direito de retenção da coisa;
4. Direito à usucapião (direito de adquirir a propriedade do bem).

O detentor não deve ser considerado possuidor, na medida em que é,


apenas, um mero “servidor ou famulo da posse”.

Diferença entre posse paralela; posse


exclusiva e composse
1) Posse paralela
A posse paralela ocorrerá quando existirem posses de natureza
diversa sobre a mesma coisa.

Exemplo: o desdobramento da posse em Posse Direta e Posse


Indireta, na forma do ART 1197 do código Civil.
Exemplo de posse paralela
João (locador) alugou a sua casa para Pedro (Locatário).
Existe uma posse paralela entre João (possuidor indireto) e Pedro
(possuidor direto)
2) Posse exclusiva
A posse exclusiva é aquela posse que é exercida por uma única
pessoa.
A posse exclusiva ocorrerá quando uma pessoa natural, ou uma
pessoa jurídic, exercer a posse direta ou indireta(art 1197) de forma
exclusiva, ou seja a posse é exercida por uma única pessoa.
Exemplo de posse exclusiva
João (locador) aligou a sua casa para Pedro (Locatário)

João (possuidor indireto) é possuidor exclusivo indireto e


Pedro(possuidor direto) é possuidor exclusivo direto.
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João é o único possuidor desta casa, neste caso joão é possuidor
exclusivo.
3) COMPOSSE
A Posse Exclusiva Se Contrapõe À Composse, Que Está Prevista No
Art 1.199 Do Cc
Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma
exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os
dos outros compossuidores.

Para que exista uma composse é preciso:


1) Que duas ou mais pessoas exerçam a posse simultaneamente sobre
um bem:
2) Que cada compossuidor possua uma fração ideal do bem.

Exemplo de composse

Joao e Maria são casados no regime de comunhão universal de bens e


exercem a posse sobre uma casa.
João e Maria exercem a posse sobre a casa simultaneamente (ao
mesmo tempo), portanto eles existem uma composse.

O art 1.199 garante que qualquer compossuidor poderá praticar todos


os atos de posse sobre a coisa desde que não exclua os atos de posse
dos outros compossuidores.

Existindo a composse, qualquer um dos compossuidores poderá


defender a sua posse isoladamente (sozinho) sem depender do outro
compossuidor.
O art 1.199 do cc determina que o compossuidor, para defender a sua
posse, poderá ajuizar qualquer um dos interditos possessórios (ação de
reintegração de posse; ação de manutenção de posse e interdito
proibitório) isoladamente (sozinho) sem depender da anuência do
outro compossuidor.
Essa regra não se aplica quando os compossuidores forem conjugues,
conforme o art 73§2 do CPC.
Composse entre os cônjuges
Ações possessórias. A norma deixa clara a desnecessidade da
participação de ambos os cônjuges nas ações possessórias, salvo nas
hipóteses de composse ou de atos praticados por ambos.

Conclusão
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Resumo feito “Direito em Tela ”
1) Posse paralela: quando existirem posses de natureza diversa sobre
a mesma coisa (Ex: posse direta e posse indireta)
2) Posse Exclusiva: É a posse que é exercida por uma única pessoa
(único possuidor)
3) Composse: quando duas ou mais pessoas possuírem uma coisa
indivisa simultaneamente.

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