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Fatos Jurídicos
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DIREITO CIVIL
Fatos Jurídicos
Sumário
Dicler Ferreira
Fatos Jurídicos.................................................................................................................................. 4
1. Conceito de Fato Jurídico............................................................................................................ 4
1.1. Nascimento de Direito (Aquisição).. ....................................................................................... 5
1.2. Subsistência de Direitos (Conservação).. ............................................................................. 5
1.3. Modificação de Direitos. . ......................................................................................................... 5
1.4. Extinção de Direitos................................................................................................................. 5
2. Classificação dos Fatos Jurídicos.. ........................................................................................... 6
3. Classificação dos Negócios Jurídicos...................................................................................... 9
3.1. Quanto às Vantagens............................................................................................................. 10
3.2. Quanto às Formalidades (Forma)....................................................................................... 10
3.3. Quanto ao Conteúdo............................................................................................................... 11
3.4. Quanto à Manifestação de Vontade.................................................................................... 11
3.5. Quanto ao Tempo. . ...................................................................................................................12
3.6. Quanto aos seus Efeitos........................................................................................................12
3.7. Quanto a sua Existência.........................................................................................................13
3.8. Quanto ao Exercício dos Direitos.. .......................................................................................13
4. Interpretação dos Negócios Jurídicos. . ................................................................................. 14
4.1. Princípio da Prevalência da Intenção dos Agentes.. .........................................................15
4.2. Interpretação Restritiva dos Negócios Benéficos...........................................................16
5. Representação.. ...........................................................................................................................16
5.1. Negócio Consigo Mesmo. . ....................................................................................................... 17
6. Elementos do Negócio Jurídico. . ............................................................................................. 18
6.1. Agente........................................................................................................................................ 20
6.2. Objeto........................................................................................................................................ 22
6.3. Forma........................................................................................................................................ 23
6.4. Vontade..................................................................................................................................... 25
6.5. Condição................................................................................................................................... 27
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6.6. Termo........................................................................................................................................ 32
6.7. Encargo..................................................................................................................................... 34
6.8. Reserva Mental. . ..................................................................................................................... 36
7. Defeitos e Invalidade do Negócio Jurídico. . .......................................................................... 37
7.1. Erro ou Ignorância................................................................................................................... 38
7.2. Dolo............................................................................................................................................ 41
7.3. Estado de Perigo..................................................................................................................... 45
7.4. Lesão......................................................................................................................................... 45
7.5. Coação....................................................................................................................................... 47
7.6. Fraude contra Credores. . ....................................................................................................... 50
7.7. Simulação. . ................................................................................................................................ 52
8. Nulidade x Anulabilidade......................................................................................................... 56
9. Conversão do Negócio Jurídico Nulo..................................................................................... 59
10. Prova do Negócio Jurídico.......................................................................................................61
Resumo.............................................................................................................................................68
Questões Comentadas em Aula..................................................................................................80
Questões de Concurso.................................................................................................................. 83
Gabarito........................................................................................................................................... 115
Gabarito Comentado.................................................................................................................... 117
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Fatos Jurídicos
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FATOS JURÍDICOS
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões Comentadas
Prof. Dicler Forestieri Ferreira
Muitos alunos me perguntam na aula presencial a diferença entre fato jurídico e ato jurídi-
co. Pois bem, os atos jurídicos são espécies de fatos jurídicos. Mais adiante abordaremos a
diferença com detalhes.
A seguir, temos alguns esclarecimentos quanto aos conceitos de nascimento, subsistên-
cia, modificação e extinção de direitos.
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Art. 1.210, § 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria
força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispen-
sável à manutenção, ou restituição da posse.
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1. Fatos Jurídicos Naturais (ou em sentido estrito): São aqueles provenientes de fenôme-
nos naturais, sem a intervenção da vontade humana, e que produzem efeitos jurídicos. Podem
ser ordinários ou extraordinários:
• Ordinários: São aqueles que normalmente acontecem (previsíveis) e produzem efeitos
relevantes para o direito (ex.: nascimento, maioridade, morte, decurso de tempo – pres-
crição e decadência – etc.);
• Extraordinários: São aqueles que chamamos de caso fortuito e força maior (imprevi-
síveis), tendo importância para o direito porque excluem qualquer responsabilidade
(exemplo: desabamento de um edifício em razão de fortes chuvas, incêndio de uma
casa provocado por um raio, naufrágio de uma embarcação decorrente de um maremo-
to etc.).
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamen-
te os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
• Atos Lícitos (ato jurídico em sentido amplo): a consequência da prática de um ato lícito
é a obtenção do direito, o que acarreta a produção de efeitos jurídicos desejados pelo
agente. Dividem-se no ato jurídico em sentido estrito e no negócio jurídico. Entretanto, o
Código Civil destinou apenas um artigo aos atos lícitos (art. 185 do CC), atribuindo-lhes
o mesmo tratamento dos negócios jurídicos.
Art. 185 do CC. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que cou-
ber, as disposições do Título anterior.
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• Ato jurídico em sentido estrito: gera consequências jurídicas previstas em lei e não pe-
las partes interessadas, não havendo regulamentação da autonomia privada. Ou seja,
é aquele que surge como um mero pressuposto de efeito jurídico preordenado pela lei
sem função e natureza de autorregulamento. Classificam-se em dois tipos: atos mate-
riais ou reais e participações.
• Atos materiais ou reais: Consistem numa atuação de vontade que lhes dá existência
imediata, pois não se destinam ao conhecimento de determinada pessoa; dessa forma,
é correto afirmar que os atos materiais ou reais não possuem destinatário (ex.: fixação
de domicílio, a transferência de domicílio, o achado de tesouro, a percepção de frutos,
pagamento indevido etc.).
• Participações: Consistem em declarações para a ciência ou comunicação de intenções
ou de fatos; ou seja, o sujeito pratica o ato para dar conhecimento a outrem. Conclui-se
que possuem destinatário (ex.: intimação – ato pelo qual alguém participa a outrem a
intenção de exigi-lo certo comportamento –, notificação – ato pelo qual alguém cien-
tifica a outrem fato que a este interessa conhecer –, interpelação – ato do credor em
atenção ao devedor –, oposição – ato pelo qual alguém impugna a realização de evento
futuro – etc.).
• Negócio Jurídico: é o ato de autonomia de vontade, com a qual o particular regula por
si os próprios interesses, logo, podemos afirmar que a sua essência é a autorregula-
ção dos interesses particulares reconhecida pelo ordenamento jurídico (ex.: Contrato de
compra e venda, fazer um testamento, locar uma casa etc.).
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Do esquema gráfico apresentado, o Código Civil dedica especial tratamento aos negócios
jurídicos (arts. 104 a 184 do CC). Entretanto, não basta a simples leitura dos dispositivos ora
citados para acertar as questões do concurso, tendo em vista que o assunto é “recheado” de
conceitos doutrinários. Dessa forma, iremos abordar o assunto associando os artigos mais
cobrados em prova com a teoria desenvolvida pela doutrina sempre focalizando no nosso ob-
jetivo: acertar a questão e ser aprovado.
Uma boa parcela da doutrina indica ainda a existência de mais uma categoria de fatos jurí-
dicos. Trata-se do ato-fato jurídico.
Nos atos-fatos jurídicos a vontade humana é irrelevante, o que importa é o resultado pro-
duzido. Nestes casos o elemento psíquico pouco importa, ou seja, não é relevante que o ato-fa-
to jurídico tenha sido praticado por um incapaz, pois não haverá invalidade. Exemplo disto é um
louco encontrar um tesouro. Ele não tinha intenção de encontrar o tesouro, mas o encontrou.
Para o ordenamento importa que ele o achou, e independentemente do agente ser capaz e da
intenção dele, ainda assim serão aplicadas as normas do art. 1264 do Código Civil.
Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será
dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.
Enfim, independentemente de um louco ter achado o tesouro, ele será dono de parte dele.
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− a) simples: quando concede benefício a uma das partes e encargo à outra (ex.: doa-
ção, depósito gratuito etc.); e
− b) sinalagmático: quando confere vantagens e ônus a ambos os sujeitos (ex.: Compra
e venda, locação etc.).
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Segundo o art. 653 do CC, opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para,
em seu nome, praticar atos ou administrar interesses.
Tendo em vista que o contrato de mandato pode ser oneroso ou gratuito, somente se aplica a
classificação comutativo se for oneroso.
Não se trata de um contrato neutro, pois pode ser oneroso ou gratuito.
Realmente o mandato é um negócio bifronte, pois pode ser oneroso ou gratuito.
Tendo em vista que o contrato de mandato pode ser oneroso ou gratuito, somente se aplica a
classificação aleatório se for oneroso.
O mandato é, em regra, um negócio unilateral, pois o mandante não tem obrigações.
Letra c.
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Art. 112 do CC. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do
que ao sentido literal da linguagem.
O art. 113 do CC ressalta que os intérpretes devem presumir que os contratantes procedem
com lealdade e que tanto a proposta como a aceitação ocorreram dentro da regra da boa-fé.
Tal artigo foi recentemente alterado pela Lei n. 13.874/2019 (Declaração dos Direitos de Liber-
dade Econômica):
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de
sua celebração.
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:
I – for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;
III – corresponder à boa-fé;
IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e
V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida
das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as in-
formações disponíveis no momento de sua celebração.
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e
de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei.
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Existem ainda outros artigos espalhados pelo Código Civil e pela Legislação Especial que
estabelecem regras de interpretação, mas esses são os principais.
5. Representação
Ocorre a representação quando uma pessoa celebra negócios jurídicos em nome de outra.
A representação pode decorrer da lei (representação legal) ou da vontade do representado
(representação voluntária ou convencional). Vide art. 115 do CC.
Como exemplo de representação legal, temos o art. 1634, VII do CC que trata da situação
em que os pais devem representar os filhos.
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício
do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
VII – representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e
assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
Como exemplo de representação voluntária, temos aquela pessoa que, por meio de uma
procuração, outorga poderes para que outra a represente, conforme prevê o art. 653 do CC.
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, prati-
car atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos
em relação ao representado.
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o repre-
sentado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da
incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
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Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do represen-
tado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos
atos que a estes excederem.
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respec-
tivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código.
Ainda sobre a representação legal e a voluntária, o art. 120 do CC trata dos efeitos que cada
uma produz.
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representan-
te, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado
por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.
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Imagine que A, por meio de uma procuração, outorgue poderes para B lhe representar e,
diante de tal situação, B venda para ele mesmo um imóvel de A. Esta hipótese configura que B
celebrou um negócio consigo mesmo.
Como regra, o negócio celebrado consigo mesmo é anulável.
Mas você pode estar se perguntando: Dicler, tem como você me apontar uma exceção em
que o negócio consigo mesmo é válido?
Uma situação de validade do negócio consigo mesmo ocorre por meio do mandato em
causa própria, segundo o art. 685 do CC.
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula “em causa própria”, a sua revogação não terá eficácia,
nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar
contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as
formalidades legais.
Ou seja, o mandato em causa própria é irrevogável, não se extingue pela morte das partes,
o mandatário (aquele que recebe os poderes) não precisa prestar contas e pode transferir os
bens para si. Trata-se, portanto, de expressa autorização legal para a prática do chamado ne-
gócio consigo mesmo.
Os elementos acidentais (condição, termo e encargo) não são necessários para um negó-
cio jurídico exista e seja válido, porém, podem subordinar a eficácia do negócio jurídico a uma
determinada situação.
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Dessa forma, a tabela da página seguinte permite uma visão geral sobre os elementos do
negócio jurídico. Preste muita atenção nesta tabela, pois ela sintetiza a essência da aula de hoje.
ELEMENTOS
ELEMENTOS ESSENCIAIS
ACIDENTAIS
VALIDADE
EXISTÊNCIA EFICÁCIA
NULO ANULÁVEL VÁLIDO
Lícito,
possível,
Ilícito, impossível
OBJETO ------------- determinado
e indeterminável.
ou
determinável.
CONDIÇÃO
Prescrita ou TERMO
Inobservância de
FORMA ------------- não proibida ENCARGO
lei.
por lei.
Erro substancial,
dolo essencial,
Livre, de
VONTADE Simulação, coação moral,
boa-fé e
coação física*. estado de perigo,
consciente.
lesão e fraude
contra credores.
*posição não pacífica na doutrina. Alguns autores defendem que a coação física irresistível acarreta a inexis-
tência do negócio jurídico; outros dizem que ela provoca a nulidade absoluta do ato negocial.
ELEMENTOS
condição, termo e encargo.
ACIDENTAIS
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6.1. Agente
O agente é o primeiro elemento objetivo e, para o negócio jurídico ser válido, a pessoa que o
celebra deve ser plenamente capaz. Caso contrário o negócio jurídico pode ser nulo (nulidade
absoluta) no caso de ser celebrado por pessoa absolutamente incapaz sem a devida repre-
sentação ou anulável (nulidade relativa) no caso de o agente ser relativamente capaz e não
houver a devida assistência.
Art. 180 do CC. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação,
invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de
obrigar-se, declarou-se maior.
O menor, entre dezesseis e dezoito anos não poderá invocar a proteção legal em favor
de sua incapacidade para eximir-se da obrigação ou para anular um ato negocial que tenha
praticado, sem a devida assistência, se agiu dolosamente, escondendo sua idade, quando in-
quirido pela outra parte, ou se espontaneamente se declarou maior. Conclui-se que, em tais
circunstancias, o menor relativamente incapaz não pode alegar sua menoridade para escapar
da obrigação contraída.
Sobre a incapacidade de um dos agentes que celebram o negócio jurídico também vale
citarmos o art. 105 do CC:
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
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Por ser a incapacidade relativa uma exceção (defesa) pessoal, ela somente poderá ser for-
mulada pelo próprio incapaz ou pelo seu representante. Como a anulabilidade do ato negocial
praticado por relativamente incapaz é um benefício legal para a defesa de seu patrimônio con-
tra abusos de outrem, apenas o próprio incapaz ou seu representante legal o deverá invocar.
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Hipótese 2: objeto indivisível
6.2. Objeto
No que tange ao objeto, para o negócio jurídico ser válido, o objeto deve ser lícito (de acor-
do com a lei, moral, ordem pública e bons costumes – ex.: é vedado o contrato de herança de
pessoa viva pelo art. 426 do CC); deve ser possível (ex.: não pode ser objeto de contrato uma
viagem para júpiter); e determinado (individualizado) ou, ao menos, determinável – passível de
individualização em um momento futuro (ex.: não se pode comprar um animal sem especificar
a espécie). Caso contrário, o negócio jurídico será nulo.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
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Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
6.3. Forma
A forma é o meio de exteriorização da vontade. Quando observada quanto à disponibilidade
e considerando o conjunto de exigências e permissões legais que a envolves, a forma pode ser:
1) Forma livre ou geral: é a regra adotada pelo art. 107 do CC. Em regra os negócios jurí-
dicos são informais, podendo os agentes adotar a forma que bem lhes aprouver (princípio da
liberalidade das formas).
Art. 107 do CC. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quan-
do a lei expressamente a exigir.
2) Forma especial ou solene: é aquela que, por lei, não pode ser preterida por outra; logica-
mente, como já foi dito, não constitui a regra. Pode se apresentar sob três tipos:
2.1) Forma especial ou solene única: neste tipo a lei prevê uma formalidade essencial e não
admite qualquer outra configuração, como é o caso dos arts. 108, 1.227, 1.245 e 1.653 do CC.
• No art. 108 do CC, temos que, salvo disposição legal em contrário, os negócios jurídicos
que versem sobre bens imóveis e superem o valor de 30 salários mínimos devem ser
realizados sobre a forma de escritura pública.
Art. 108 do CC. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos ne-
gócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
• Nos arts. 1.227 e 1.245 do CC, temos a base legal para o brocado: “quem não registra
não é dono”, que se refere aos bens imóveis.
Art. 1.227 do CC. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos,
só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245
a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
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Art. 1.245 do CC. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no
Registro de Imóveis.
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do
imóvel.
§ 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e
o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
• No art. 1.653 do CC, percebemos que o pacto antenupcial, documento que define o re-
gime de bens de um casamento, deve ser celebrado sob a forma de escritura pública.
Art. 1.653 do CC. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não
lhe seguir o casamento.
2.2) Forma Plural: as vezes a lei faculta a prática do ato negocial mediante duas ou mais
formas prescritas, como na instituição do bem de família e na instituição de uma fundação que
podem ser por escritura pública ou testamento (arts. 62 e 1.711 do CC).
Art. 62 do CC. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento,
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a
maneira de administrá-la.
Art. 1.711 do CC. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testa-
mento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um
terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenho-
rabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
2.3) Forma genérica: Segundo a Profª. Maria Helena Diniz, tal forma “implica uma soleni-
dade mais geral, imposta pela norma jurídica”. Caracteriza-se por um conjunto de elementos
escritos tal como ocorre no contrato de empreitada (art. 619 do CC). Para exigir aumento no
preço, motivado por mudança nas especificações da obra, o empreiteiro deverá comprovar o
alegado mediante documentação das instruções recebidas do contratante.
Art. 619 do CC. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma
obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço,
ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem de instruções
escritas do dono da obra.
3) Forma contratual: é a que resulta da convenção das partes. Como exemplo, o art. 109
do CC faz entender que o negócio jurídico de forma livre pode ser transformado em solene
pelas partes.
Art. 109 do CC. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público,
este é da substância do ato.
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6.4. Vontade
A forma de manifestação da vontade pode ser expressa, tácita ou presumida.
Será expressa quando se realizar por meio da palavra, falada ou escrita, e de gestos, sinais
ou mímicas, de modo explícito, possibilitando o conhecimento imediato da intenção do agente.
É tácita a declaração da vontade que se revela pelo comportamento do agente. Temos
como exemplo os casos de aceitação da herança, que se inferem da prática de atos próprios
da qualidade de herdeiro (art. 1.805), e da aquisição de propriedade móvel pela ocupação (art.
1.263). Entretanto, nos contratos, a manifestação da vontade só pode ser tácita quando a lei
não exigir que seja expressa.
Presumida é a declaração não realizada expressamente, mas que a lei deduz de certos
comportamentos do agente. Assim acontece, por exemplo, com as presunções de pagamento
previstas nos arts. 322, 323 e 324 do Código Civil, de aceitação da herança quando o doador
fixar prazo ao donatário para declarar se aceita ou não a liberalidade e este se omitir (art. 539)
e de aceitação da herança quando o herdeiro for notificado a se pronunciar sobre ela em prazo
não maior de trinta dias e não o fizer (art. 1.807).
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Sobre as espécies de declarações de vontade, elas podem ser receptícias, não receptícias,
diretas e indiretas.
Declaração receptícia da vontade é a que se dirige a pessoa determinada, com o escopo
de levar ao seu conhecimento a intenção do declarante, sob pena de ineficácia. É o que acon-
tece na proposta de contrato, que deve chegar ao conhecimento do oblato (aceitante) para que
surja o acordo de vontades e se concretize o negócio jurídico (arts. 427 e 428 do CC). Em geral,
as declarações de vontade são receptícias, por se dirigirem a uma outra pessoa, que dela deve
ter ciência do ato, para produzirem efeitos.
Declaração não receptícia é a que se efetiva com a manifestação do agente, não se diri-
gindo a destinatário especial. Produz efeitos independentemente da recepção e de qualquer
declaração de outra pessoa. Assim ocorre, por exemplo, com a promessa de recompensa, a
aceitação de letra de câmbio e a revogação de testamento.
Declaração direta é a feita sem a intermediação de qualquer pessoa.
Declaração indireta é aquela em que o declarante se utiliza de outras pessoas (como
o representante) ou meios (como cartas e telegramas) para que a declaração chegue ao
destinatário.
Sobre o tema, também merece destaque o art. 111 do CC que possibilita a manifestação
de vontade por meio do silêncio.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for
necessária a declaração de vontade expressa.
Em regra, não se aplica ao direito o provérbio “quem cala, consente”. Normalmente, o silên-
cio nada significa, por constituir total ausência de manifestação de vontade e, como tal, não
produzir efeitos. Todavia, excepcionalmente, em determinadas circunstâncias, o silêncio pode
ter um significado relevante e produzir efeitos jurídicos.
Como exemplo, temos a aceitação da doação no art. 539 do CC:
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Des-
de que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou,
se a doação não for sujeita a encargo.
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6.5. Condição
A condição é uma cláusula que, por vontade das partes negociantes, subordina a eficácia
do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Dessa forma, para que se configure o negócio
condicional são necessários dois requisitos: a futuridade e a incerteza. Ou seja, não se con-
sidera condição o fato passado ou presente, mas somente o futuro. Como exemplo, temos
a promessa de R$ 100.000,00 de uma pessoa a outra, caso o Flamengo seja campeão do
Campeonato Brasileiro de 2025. O negócio em questão é futuro (só saberemos o campeão em
dezembro de 2025) e incerto (pode ser campeão ou não), por isso, configura-se uma condição.
Art. 121 do CC. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Além disso, a condição deve surgir com a vontade das partes, não sendo possível uma
condição imposta por lei.
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Art. 125 do CC. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto
esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Art. 127 do CC. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurí-
dico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
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II) Quanto à participação da vontade dos sujeitos, as condições podem ser: Causais, po-
testativas, mistas e promíscuas.
• Condições causais: São as que dependem do acaso, de um acontecimento fortuito ou
de força maior, ou seja, de um fato alheio à vontade das partes.
• Condições potestativas: São as que decorrem da vontade de uma das partes. Podem ser:
a) Puramente potestativas: São as que se sujeitam ao puro arbítrio de uma das partes, va-
lendo dizer que a sua ocorrência depende exclusivamente da vontade da pessoa, independente
de qualquer fator externo. Nos termos do art. 122, 2a parte, do CC, tais condições são ilícitas.
Ex.: Dar-te-ei determinada quantia em dinheiro o dia em que eu vestir meu terno cinza.
Art. 122 do CC. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos
bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio
jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
a) constituição de uma renda em seu favor se você vestir tal roupa amanhã; e
b) aposição de cláusula que, em contrato de mútuo, dê ao credor poder unilateral de provo-
car o vencimento antecipado da dívida, diante de simples circunstância de romper-se o vínculo
empregatício entre as partes.
b) Simplesmente potestativas: São as que se sujeitam à vontade de uma das partes con-
jugada com fatores externos que escapam ao seu controle. Ou seja, além do arbítrio, exige-se
uma atuação especial do sujeito.
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Ex.: Dar-te-ei dois mil reais no dia que eu conseguir viajar para a Europa. Para tal viagem se rea-
lizar depende de tempo e dinheiro, não ficando, então, a condição sujeita ao arbítrio exclusivo
de uma pessoa.
Exemplos de condições simplesmente potestativas citados pela Profa. Maria Helena Diniz:
Dar-lhe-ei este apartamento se você casar com Paulo antes de sua formatura, ou se cons-
tituir sociedade com João.
• Condições promíscuas: é a que se caracteriza no momento inicial como potestativa,
vindo a perder tal característica por fato superveniente alheio à vontade do agente, que
venha a dificultar sua realização.
Ex.: Dar-lhe-ei dois mil reais se você, campeão de futebol, jogar no próximo torneio.
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III – Quanto à possibilidade as condições podem ser possíveis e impossíveis. Além disso,
subdividem-se em fisicamente ou juridicamente possíveis ou impossíveis.
• Condições fisicamente impossíveis: São as que contrariam as leis da natureza.
Ex.: Negócio jurídico que tenha por objeto herança de pessoa viva (ver art. 426 do CC).
É interessante fazer uma observação sobre as condições impossíveis com base nos art.
123, I e 124 do CC.
Art. 123 do CC. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
Art. 124 do CC. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não
fazer coisa impossível.
Dependendo do tipo de condição impossível temos efeitos distintos para o negócio jurídico:
• Condição impossível suspensiva: invalida o negócio jurídico (nulidade absoluta), pois o
evento futuro e incerto nunca vai ocorrer e o negócio nunca vai produzir efeitos;
Ex.: Vou te dar uma “mesada” quando o Congresso Nacional (CN) suprimir da Constituição
Federal (CF) o direito à vida.
•
Condição impossível resolutiva: Considera-se inexistente a condição, pois ela nunca vai
ocorrer e, consequentemente, o negócio continuará produzindo efeitos.
Ex.: Vou te dar uma “mesada”, mas a cancelarei se o Congresso Nacional (CN) suprimir da
Constituição Federal (CF) o direito à vida.
Como o direito à vida é uma cláusula pétrea nunca haverá tal supressão.
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6.6. Termo
O termo representa o dia em começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. Quando
convencionado no contrato, o termo subordina o efeito do negócio jurídico a um evento futuro e
certo. Ou seja, corresponde a uma data certa para iniciar ou terminar a eficácia do ato negocial.
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a) Inicial (dies a quo) ou suspensivo: fixa o momento em que a eficácia do negócio jurídico
deve iniciar, retardando o exercício do direito.
Ex.: um contrato de locação celebrado no dia 20 de um mês para ter vigência no dia 1º do mês
seguinte.
Art. 131 do CC. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
b) Final (dies ad quem ou ad diem) ou resolutivo: determina a data da cessação dos efeitos
do ato negocial, extinguindo as obrigações dele oriundas.
c) Certo: Se refere a um evento futuro e certo de ocorrer em data certa do calendário (dia,
mês e ano), ou quando fixa certo lapso de tempo.
A morte é um evento certo (todos irão morrer um dia) que acontecerá em uma data incerta.
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Art. 132 do CC. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, ex-
cluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se
faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
É importante saber que alguns negócios não admitem termo, tais como:
• a aceitação ou a renúncia da herança (CC, art. 1.808);
• a adoção (art. 1.626);
• a emancipação;
• o casamento;
• o reconhecimento de filho (art. 1.613) e outros.
Por fim, também devemos saber as semelhanças e diferenças entre termo e condição
suspensiva.
6.7. Encargo
O encargo, também chamado de modo, é uma cláusula imposta nos negócios gratuitos,
que restringe a vantagem do beneficiado. Como exemplo, temos a doação de um terreno a de-
terminada pessoa para lá ser construído um asilo. Trata-se de uma cláusula acessória aos atos
que possuem caráter de liberalidade (doações e testamentos) pelo qual se impõe um ônus ou
obrigação ao beneficiário. É admitido também em declarações unilaterais de vontade tal como
uma promessa de recompensa.
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Art. 553 do CC. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do
doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua exe-
cução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.
Se um encargo decorrente de uma doação for de interesse geral, a exigência de seu cum-
primento pode ter como origem o Ministério Público na hipótese do doador já haver morrido e
ainda não ter feito tal exigência.
Dispõe o art. 136 do CC que:
Art. 136 do CC. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando ex-
pressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Dessa forma, a partir do momento em que for aberta a sucessão, o domínio e a posse dos
bens transmitem-se imediatamente aos herdeiros nomeados, com a obrigação de cumprir o
encargo a eles imposto. Se esse encargo não for cumprido, a liberalidade poderá ser revoga-
da. Ou seja, se uma pessoa recebe um terreno como herança, com o encargo de construir um
asilo em tal terreno, a propriedade do terreno é adquirida antes da construção do asilo, pois o
encargo (construção do asilo) não suspende a aquisição do direito (propriedade do terreno).
Art. 137 do CC. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
A regra é que o encargo ilícito ou impossível seja considerado não escrito, sendo mantida
a validade do negócio jurídico. Porém, se o encargo ilícito ou impossível for a razão determi-
nante da liberalidade (motivo principal do negócio), o ato negocial será invalidado. Ou seja,
deve-se analisar no caso concerto se o encargo é o motivo principal ou secundário do negócio
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jurídico. Caso seja principal ocorre invalidade, caso seja secundário, mantém-se a validade do
ato negocial.
Diferenças entre o encargo e a condição suspensiva:
Constitui cláusula
Subordina o efeito do Subordina a eficácia do acessória às
negócio jurídico a evento negócio a evento futuro liberalidades. Impõe
futuro e incerto. e certo. uma obrigação ao
beneficiário.
Não suspende a
Suspensiva: impede que Inicial: Suspende o
aquisição nem o
o ato produza efeitos exercício, mas não a
exercício do direito. Se
Resolutiva: resolve o aquisição do direito
não for cumprido, a
direito transferido pelo Final: resolve os efeitos
liberalidade poderá ser
negócio. do negócio jurídico.
revogada.
Art. 110 do CC. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva men-
tal de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
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RESERVA MENTAL
DESCONHECIDA PELA OUTRA O ato negocial subsistirá e será válido.
PARTE
(LÍCITA)
CONHECIDA PELA OUTRA O ato negocial será inválido (nulidade
PARTE absoluta).
(ILÍCITA)
Como exemplo de reserva mental temos aquela pessoa que promete uma quantia em dinhei-
ro para outra que ameaçava pular de uma ponte por estar passando dificuldades financeiras.
Entretanto a intenção era apenas salvar a vida e não emprestar o dinheiro.
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Art. 138 do CC. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circuns-
tâncias do negócio.
Temos dois grandes tipos de erros. O erro substancial é aquele de tal importância que,
se fosse conhecida a verdade, o consentimento não se externaria. Ou seja, funciona como
razão determinante para a realização do negócio jurídico e, por isso, é causa de anulabilidade.
Diferente é o erro acidental, onde se fosse conhecida a verdade, ainda assim o ato negocial
se realizaria, embora de maneira menos onerosa. O erro acidental não provoca a anulação do
negócio jurídico.
Veja o esquema a seguir:
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• Erro sobre o objeto principal da declaração (error in ipso corpore): ocorre quando atingir
o objeto principal da declaração em sua identidade, isto é, o objeto não é o pretendido
pelo agente.
• Erro sobre a qualidade essencial do objeto (error in corpore): ocorrerá este erro subs-
tancial quando a declaração enganosa de vontade recair sobre a qualidade essencial do
objeto.
Exs.: Se a pessoa pensa adquirir um relógio de prata que, na realidade, é de aço; adquirir um
quadro a óleo, pensando ser de um pintor famoso, do qual constava o nome na tela, mas que
na verdade era falso.
Exs.: Contratar o advogado João da Silva por ser uma pessoa de notório conhecimento na área
trabalhista e, na verdade, contratar um recém-formado com nome homônimo; uma moça de
boa formação moral se casar com um homem, vindo a saber depois que se tratava de um des-
classificado ou homossexual; fazer um testamento contemplando sua mulher com a meação
de todos os bens, mas, por ocasião do cumprimento do testamento, o Tribunal verificar que a
herdeira instituída não é a mulher do testador, por ser casada com outro.
• Erro de direito (error juris): ocorre quando o agente emite uma declaração de vontade no
pressuposto falso de que procede conforme a lei.
Exs.: “A” realiza a compra e venda internacional da mercadoria “X” sem saber que sua expor-
tação foi proibida legalmente; “A” adquire de “B” o lote “X” ignorando que lei municipal proibia
loteamento naquela localidade.
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Art. 143 do CC. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.
O erro quanto ao fim colimado está relacionado com o motivo do negócio e, não sendo
determinante do negócio, não pode ser considerado essencial; consequentemente, não poderá
acarretar a anulação do ato negocial. É o que diz o art. 140 do CC.
Art. 140 do CC. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão de-
terminante.
Para exemplificar, imagine o pai que compra um veículo para presentear uma filha e, na vés-
pera da festa, descobre que o aniversário é do seu filho. Tal motivo, em regra, não pode gerar a
anulabilidade do contrato de compra e venda desse veículo.
O erro acidental in qualitate diz respeito às qualidades secundárias ou acessórias da pes-
soa (ex.: Se é casada ou solteira) ou do objeto (ex.: Comprar o lote 27 e receber o de n. 72
por erro de digitação). Tal erro não induz a anulação do ato negocial por não incidir sobre a
declaração de vontade, caso seja possível, por seu contexto e pelas circunstâncias, identificar
a pessoa ou a coisa. É o que diz o art. 142 do CC.
Art. 142 do CC. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade,
não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa
ou pessoa cogitada.
O último erro a ser estudado é o erro na transmissão de vontade por meios interpostos
(art. 141 do CC) que é o erro por defeito de intermediação mecânica ou pessoal, que altera a
vontade declarada na efetivação do ato negocial. Ex.: Alguém recorre a rádio, televisão, telefo-
ne etc. para transmitir uma declaração de vontade, e o veículo utilizado, devido a interrupção
ou deturpação sonora, o fizer com incorreções acarretando desconformidade entre a vontade
declarada e a interna. Esse tipo de erro só anula o negócio se a alteração verificada vier a pre-
judicar o real sentido da declaração expedida. Em caso contrário, ele será insignificante e o
negócio efetivado prevalecerá.
Art. 141 do CC. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos
casos em que o é a declaração direta.
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7.2. Dolo
O dolo é o emprego de um artifício astucioso para induzir alguém à prática de um negócio
jurídico. Como exemplo, temos o vendedor que induz o cliente a acreditar que um relógio sim-
plesmente dourado é de ouro.
O erro diferencia-se do dolo. No erro a vítima se engana sozinha, ao passo que, no dolo, a víti-
ma é enganada pela má-fé alheia.
Art. 145 do CC. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
005. (FGV/MPE-RJ/ESTÁGIO FORENSE/2020) Cristina vendeu um anel para sua vizinha Már-
cia, garantindo-lhe ser de ouro, mesmo sabendo que não era. Meses após a compra, Márcia
percebeu que o anel começou a descascar, constatando assim que não era de ouro.
Nesse caso, Márcia poderá pleitear a anulação do negócio jurídico com fundamento em:
a) erro;
b) dolo;
c) fraude contra credores;
d) lesão;
e) simulação.
Na situação narrada ficou configurado o dolo essencial por parte de Cristina, pois ela se uti-
lizou de um artifício astucioso para fazer com que Márcia celebrasse o negócio jurídico. Se
Márcia soubesse que não era de ouro, não celebraria o negócio. Vide art. 145 do CC.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Letra b.
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b) dolo acidental (dolus incidens) (art. 146 do CC): é o que leva a vítima a realizar o ne-
gócio jurídico, porém em condições mais onerosas ou menos vantajosas, não afetando sua
declaração de vontade, embora venha provocar desvios. Não é causa de anulabilidade por não
interferir diretamente na declaração de vontade, mas enseja indenização por perdas e danos.
Art. 146 do CC. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Temos o seguinte:
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Tendo em vista que o comprador deseja continuar com o veículo, configura-se o dolo acidental,
pois o negócio jurídico, caso o comprador soubesse do artifício, seria celebrado ainda assim,
embora de outra forma (art. 146 do CC).
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu
despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Letra b.
O dolo de terceiro é aquele oriundo de uma terceira pessoa que não é parte no negócio jurí-
dico. Só será causa de anulabilidade do negócio jurídico quando a parte beneficiada souber ou
tiver a possibilidade de saber sobre a sua existência, tal como no caso de terceiro que utiliza o
artifício a mando de um dos contratantes. O assunto tem como base o art. 148 do CC.
Art. 148 do CC. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem
aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negó-
cio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
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Sobre o dolo bilateral ou recíproco (de ambas as partes) é interessante lermos o art.
150 do CC.
Art. 150 do CC. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.
Conclui-se que o dolo bilateral não é capaz de anular o negócio jurídico, tampouco gerar
indenização por perdas e danos. O ato negocial em que houver dolo bilateral será válido.
Outro artigo interessante é o art. 149 do CC.
Art. 149 do CC. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a res-
ponder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante
convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
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O dolo negativo (art. 147 do CC) é aquele resultante de uma omissão intencional para indu-
zir um dos contratantes (conduta negativa). Pode acarretar a anulação do ato negocial se for o
motivo determinante (dolo principal). Se for acidental enseja, apenas, perdas e danos.
Art. 147 do CC. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito
de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que
sem ela o negócio não se teria celebrado.
É o que acontece quando alguém omite uma moléstia grave ao celebrar um seguro de vida.
Art. 156 do CC. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de sal-
var-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.
7.4. Lesão
A lesão é um vício de consentimento decorrente do abuso praticado em situação de desi-
gualdade de um dos contratantes, por estar sob premente necessidade, ou por inexperiência,
com o objetivo de protegê-lo diante do prejuízo sofrido na conclusão de um negócio jurídico
em decorrência da desproporção existente entre as prestações das duas partes. Trata-se de
um dano patrimonial. Diz o art. 157 do CC:
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Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi
celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte
favorecida concordar com a redução do proveito.
Para exemplificar: alguém prestes a ser despejado procura um imóvel para abrigar a sua famí-
lia e exercer seu negócio profissional, e o proprietário, mesmo não tendo conhecimento do
fato, eleva o preço do aluguel. Ou então, a pessoa que, para evitar a falência, vende imóvel seu
a preço inferior ao de mercado, em razão da falta de disponibilidade líquida para pagar seus
débitos.
IMPORTANTE
Lesão enorme: lucro exorbitante (LE);
Lesão especial: (LE) + necessidade ou inexperiência (NI);
Lesão usurária: (LE) + (NI) + má-fé (dolo de aproveitamento).
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Apesar do CC fazer referência à lesão especial, a doutrina entende suficiente a lesão enor-
me para que o ato negocial possa ser anulado. É o que se entende do Enunciado 290 do CJF,
aprovado na IV Jornada de Direito Civil: “A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico quan-
do verificada, na formação deste, a desproporção manifesta entre as prestações assumidas
pelas partes, não se presumindo a premente necessidade ou a inexperiência do lesado”.
Para que o ato negocial esteja sujeito à anulação em razão da lesão, alguns pressupostos
devem ser satisfeitos, dentre eles temos: o lucro exorbitante da outra parte e uma situação de
dano patrimonial. Se houver dano pessoal não cabe a lesão, mas sim o estado de perigo.
Dessa forma, devemos mencionar que a lesão não se confunde com o estado de peri-
go, consoante quadro esquemático comparativo com semelhanças e diferenças que cons-
ta a seguir:
7.5. Coação
A coação é uma pressão física ou moral exercida sobre alguém para induzi-lo à prática de
um determinado negócio jurídico. Trata-se de violência ou ameaça que infringe a liberdade de
decisão do coagido, tornando-se mais grave que o dolo, pois este afeta apenas a inteligência
da vítima.
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Art. 151 do CC. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base
nas circunstâncias, decidirá se houve coação
Como exemplo do parágrafo único, temos a situação de quando o temor se referir a amigo
íntimo do negociante ou à sua namorada. Nesses casos podemos falar na presença desse
vício do consentimento.
A coação pode ser física ou moral, mas o CC só trata da coação moral.
• Coação física (vis absoluta): ocorre quando a vontade do coagido é completamente
eliminada. Ou seja, o constrangimento corporal faz com que a capacidade de querer de
uma das partes seja totalmente eliminada. Segundo a Profª. Maria Helena Diniz, é uma
causa de nulidade absoluta do negócio jurídico, mas há quem caracterize como uma
causa de inexistência do negócio jurídico, como é o caso de Renan Lotufo.
Ex.: Se alguém segurar a mão da vítima, apontando-lhe uma arma e forçando-a a assinar um
determinado documento.
• Coação moral (vis compulsiva): ocorre quando a vítima sofre uma grave ameaça, induti-
va da prática do negócio jurídico, podendo, porém, optar entre o ato e o dano, com que é
ameaçada. Ou seja, não obstante a chantagem do autor, a vítima conserva relativamente
a sua vontade. É a coação tratada no art. 151 do CC e que pode ser causa de anulabili-
dade (nulidade relativa) do negócio jurídico.
Através do art. 151 do CC, percebemos que para a coação servir de fundamento para a
anulação de um negócio jurídico ela pode ser dirigida da seguinte forma:
• contra a pessoa do próprio contratante;
• contra a pessoa da família do contratante;
• contra os bens do contratante;
• contra pessoa não pertencente à família do contratante, mas neste caso o magistrado
deve analisar se as relações de afetividade são fortes o bastante para se configurar uma
situação de coação.
Art. 152 do CC. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
Ainda sobre a coação moral irresistível, no decorrer da coação deve-se levar em conta as
características do coator, do coagido e da situação (art. 152 do CC). Por isso, não se caracte-
riza a coação moral se uma idosa de 92 anos, com 1,50m de altura e 41 kg ameaçar bater em
Janjão Brutamontes, 29 anos, lutador de “Vale-Tudo”, com 2,12m e 135 kg.
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Temos ainda o exercício normal de um direito e o simples temor reverencial, citados no art.
153 do CC, que não caracterizam a coação moral.
Art. 153 do CC. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o sim-
ples temor reverencial.
Por fim, cabe ainda tratarmos da coação exercida por terceiro. Trata-se da coação oriunda
de uma terceira pessoa que não é parte no negócio jurídico. Só será causa de anulabilidade do
negócio jurídico quando a parte beneficiada souber ou tiver a possibilidade de saber sobre a
sua existência.
Vejamos os arts. 153 e 154 do CC.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter
conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e
danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que apro-
veite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as
perdas e danos que houver causado ao coacto.
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Art. 158 do CC. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar
o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anu-
lados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
Quando o ato prejudicial ao credor for gratuito (transmissão gratuita e remissão de dívi-
das), então, para que os credores prejudicados com o ato tenham o direito de anular, não é ne-
cessário que se prove a má-fé (consilium fraudis). Ou seja, nos negócios gratuitos o elemento
subjetivo é desnecessário para se caracterizar a fraude contra credores.
Para exemplificar melhor a fraude contra credores, veja o esquema a seguir que tem
como base um balanço patrimonial de uma empresa, onde o ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔ-
NIO LÍQUIDO:
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A fraude à execução (FE) diferencia-se da fraude contra credores (FC). Veja a tabela a se-
guir com as principais diferenças:
7.7. Simulação
O outro vício social, além da fraude contra credores, é a simulação que representa um acor-
do de vontade entre as partes para dar existência real a um negócio jurídico fictício, ou então
para ocultar o negócio jurídico realmente realizado, com o objetivo de violar a lei ou enganar
terceiros. Conclui-se que são necessários três requisitos para a simulação:
• acordo entre as partes, ou com a pessoa a quem ela se destina;
• declaração enganosa de vontade; e
• intenção de enganar terceiros ou violar a lei.
Ex.: emissão de títulos de crédito, que não representam qualquer negócio, feita pelo marido,
em favor de amigo, antes da separação judicial para prejudicar a mulher na partilha de bens;
o proprietário de uma casa alugada que, com a intenção de facilitar a ação de despejo contra
seu inquilino, finge vendê-la a terceiro que, residindo em imóvel alheio, terá maior possibilidade
de vencer a referida demanda; o devedor que finge vender seus bens para evitar a penhora etc.
b) Simulação relativa: ocorre quando uma pessoa, sob a aparência de um negócio fictício,
pretende realizar outro que é o verdadeiro, diferente, no todo ou em parte, do primeiro. Ou seja,
há nessa espécie de simulação, dois contratos, um aparente (simulado) e um real (dissimula-
do), sendo este o realmente desejado pelas partes. Como exemplo temos o homem casado
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que faz a doação de um imóvel a sua “amante”, mas providencia a lavratura de uma escritura
de compra e venda. Neste caso a simulação é relativa porque existe um ato simulado (compra
e venda) praticado para esconder um ato dissimulado (doação).
Art. 167 do CC. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico
simulado.
Conclui-se que, dependendo da situação, o negócio real (dissimulado) pode subsistir sem
se tornar nulo, caso não ofenda a lei nem cause prejuízos a terceiros. O gráfico a seguir simbo-
liza um negócio aparente (fictício) escondendo a celebração de um negócio real.
Em se tratando da simulação relativa, nos termos do art. 167 do CC, é possível que subsista
o negócio dissimulado se ele for válido na substância e na forma.
Perceba na figura a seguir que o negócio simulado (fictício) mascara o negócio dissimulado
(verdadeiro).
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será válido se não ofender a lei nem causar prejuízos a terceiros. É o que se depreende do art.
167 do CC.
Exs.: o homem casado que simula doar um imóvel a um amigo para que este o repasse à
“amante” do homem casado; venda realizada a um terceiro para que ele transmita a coisa a um
descendente do alienante, a quem se tem a intenção de transferi-la desde o início.
II – Simulação relativa objetiva: ocorre quando o negócio jurídico (NJ) contém declaração
não verdadeira a respeito do seu objeto, tal como uma escritura pública de compra e venda
com preço inferior ao real para burlar o fisco através do pagamento de um imposto menor.
c) Simulação inocente: é a que não objetiva violar a lei ou prejudicar terceiro. É o que ocorre
na doação mascarada feita por um homem solteiro a sua concubina. Parte da doutrina enten-
de que por não prejudicar terceiro, deve ser considerada. Entretanto, o Conselho da Justiça
Federal entende o contrário, conforme exteriorizado na III Jornada de Direito Civil, através do
Enunciado 152: “Toda simulação, inclusive a inocente, é invalidante”.
Exs.: Situação em que o de cujus antes de falecer, sem herdeiros necessários, simula venda
aparente a terceira pessoa a quem pretende deixar um legado; a prática do “Fica”, documento
muito utilizado no Mato Grosso do Sul, em que uma das partes recebe dinheiro e declara ter
recebido gado, que se obriga a devolver.
d) Simulação maliciosa: é a que objetiva fraudar a lei ou prejudicar terceiros. Nesse caso
o ato será nulo.
Segue esquema gráfico sobre as espécies de simulação:
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A questão narra uma hipótese de simulação relativa subjetiva, nos termos do art. 167, §
1º, I, do CC.
Letra c.
A assertiva apresenta, nos termos do art. 167, § 1º, I, do CC, uma hipótese de simulação relati-
va subjetiva que é causa de nulidade absoluta no negócio jurídico.
Certo.
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Segundo o art. 167 do CC, é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissi-
mulou, se válido for na substância e na forma. Dessa forma, o negócio registrado é nulo, mas
aquele tido como às escondidas pode subsistir se for válido na substância e na forma.
Errado.
8. Nulidade x Anulabilidade
Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem obser-
vância dos requisitos essenciais, impedindo -os de produzir os efeitos que lhes são próprios.
O negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam à sociedade.
Assim, quando o interesse público é lesado, a sociedade o repele, fulminando -o de nulidade,
evitando que venha a produzir os efeitos esperados pelo agente.
Por outro lado, ocorre a anulabilidade quando a ofensa atinge o interesse particular de
pessoas que o legislador pretendeu proteger, sem estar em jogo interesses sociais, faculta -se
a estas, se o deseja rem, promover a anulação do ato. Trata-se de negócio anulável, que será
considerado válido se o interessado se conformar com os seus efeitos e não o atacar, nos
prazos legais, ou o confirmar.
Anulabilidade, portanto, é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realiza-
dos por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vício do consentimento ou vício
social. Visa, pois, à proteção do consentimento ou refere -se à incapacidade do agente.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
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I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Uma das principais funções desta aula é fazer você diferenciar as situações que acarretam
a nulidade absoluta e as que acarretam a anulabilidade.
A seguir temos um quadro na forma de tabela enumerando as principais diferenças entre a
nulidade absoluta (mais grave) e a nulidade relativa (menos grave).
NULIDADE RELATIVA
NULIDADE ABSOLUTA
(anulabilidade)
É decretada no interesse da coletividade, É decretada no interesse do prejudicado,
tendo eficácia erga omnes (contra abrangendo apenas as pessoas que
todos). alegaram (eficácia inter partes).
É imediata, ou seja, o ato é invalido É diferida, ou seja, o ato produz efeitos
desde a sua declaração, sendo a sentença enquanto não for anulado, sendo a
meramente declaratória com eficácia ex sentença desconstitutiva com eficácia ex
tunc. nunc.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.
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Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179 do CC. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para
pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
Numa situação onde haja previsão de anulabilidade do ato, mas o Código Civil não mencio-
ne um prazo, como no art. 496 do CC, o prazo será de 2 anos.
Art. 496 do CC. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes
e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens
for o da separação obrigatória.
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Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se acha-
vam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder pro-
var-se por outro meio.
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o preju-
dicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obri-
gações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Art. 170 do CC. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este
quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto
a nulidade.
Tal dispositivo consagra o princípio da conservação do negócio jurídico. Aplica-se tal princí-
pio quando o ato negocial nulo (nulidade absoluta) não pode prevalecer na forma pretendida pe-
las partes, mas, como seus elementos são idôneos para caracterizar outro ato de natureza diver-
sa, então poderá ocorrer a transformação, desde que isso não seja proibido taxativamente, como
nos casos de testamento. Como exemplo, temos a transformação de um contrato de compra e
venda nulo por defeito de forma (ex.: imóvel com valor superior a 30 salários mínimos deve ter
por forma uma escritura pública, sendo nulo caso se proceda mediante instrumento particular)
em um compromisso de compra e venda (este pode ser celebrado por instrumento particular).
O contrato preliminar não precisa ser celebrado na forma necessária ao contrato final. Vide
art. 462 do CC.
Art. 462 do CC. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essen-
ciais ao contrato a ser celebrado.
É por isso que o compromisso de compra e venda relativo a bens imóveis com valor su-
perior a trinta salários mínimos não precisa ser celebrado através de uma escritura pública,
bastando um instrumento particular.
Contata-se, então que dois requisitos devem ser observados na conversão:
• o objetivo, concernente à necessidade de que o segundo negócio, em que se converteu
o nulo, tenha por suporte os mesmos elementos fáticos deste; e
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• o subjetivo, relativo à intenção das partes de obter o efeito prático resultante do negócio
em que se converte o inválido.
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa
de mantê-lo.
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo de-
vedor, ciente do vício que o inquinava.
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos
arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o
devedor.
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se
este a der posteriormente.
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Art. 212 do CC. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado
mediante:
I – confissão;
II – documento;
III – testemunha;
IV – presunção;
V – perícia.
A confissão é o ato pelo qual a parte admite, judicial (em juízo) ou extrajudicialmente (fora
do processo), a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. Os
art. 213 e 214 do CC tratam do assunto.
Art. 213 do CC. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a
que se referem os fatos confessados.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que
este pode vincular o representado.
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Como regra a confissão só pode ser produzida por pessoa capaz e no gozo de seus direi-
tos. Desta forma, se uma pessoa não for proprietária do imóvel vendido não poderá confessar
a irregularidade da venda, porém, se for o dono, poderá admitir a irregularidade do fato.
Excepcionalmente a confissão pode ser feita por um representante, entretanto apenas pro-
duzirá efeitos se estiver dentro dos limites conferido pelo representado. Desta forma, um
mandatário munido apenas com poderes de administração não poderá confessar um fato que
ultrapassa esses poderes.
Art. 214 do CC. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de
coação.
Características da Confissão
• só pode ser produzida por pessoa capaz e no gozo de seus direitos.
• se feita por um representante, apenas produzirá efeitos se estiver dentro dos
limites conferido pelo representado.
• tem a irrevogabilidade como uma característica.
Art. 215 do CC. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública,
fazendo prova plena.
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§ 1º Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter:
I – data e local de sua realização;
II – reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato,
por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas;
III – nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e demais com-
parecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro
cônjuge e filiação;
IV – manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;
V – referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato;
VI – declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que todos
a leram;
VII – assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou seu substituto
legal, encerrando o ato.
§ 2º Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capaz assinará por
ele, a seu rogo.
§ 3º A escritura será redigida na língua nacional.
§ 4º Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o tabelião não entender o idio-
ma em que se expressa, deverá comparecer tradutor público para servir de intérprete, ou, não o ha-
vendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento
bastantes.
§ 5º Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem puder identificar-se por do-
cumento, deverão participar do ato pelo menos duas testemunhas que o conheçam e atestem sua
identidade.
Os documentos particulares são realizados somente com a assinatura dos próprios inte-
ressados, nos termos do art. 221 do CC.
Art. 221 do CC. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja
na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer
valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes
de registrado no registro público.
Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir-se pelas outras de caráter legal.
Através do art. 219 do CC, percebe-se que, mesmo sem testemunhas, o documento parti-
cular vale entre as próprias partes.
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Art. 220 do CC. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de um ato, provar-se-á
do mesmo modo que este, e constará, sempre que se possa, do próprio instrumento.
Um exemplo prático deste dispositivo legal se dá quando uma mulher casada outorga pro-
curação ao marido para a alienação de bens imóveis. Como a alienação deve ser realizada
através de uma escritura pública, então a outorga uxória também deve ser dada pela esposa
através de uma escritura pública.
A seguir temos outros artigos do CC sobre documentos que são autoexplicativos:
Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova mediante conferência
com o original assinado.
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de
declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original.
Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, nos casos em que
a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição.
Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos para o português para
ter efeitos legais no País.
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral,
quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena
destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a que perten-
cem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados
por outros subsídios.
Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos casos em que a lei exige
escritura pública, ou escrito particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela com-
provação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos.
Art. 227 do CC. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos
negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao
tempo em que foram celebrados.
Como o parágrafo único do artigo continua vigente, o entendimento atual é que a pro-
va testemunhal é admitida em negócios jurídicos de qualquer valor de forma subsidiária ou
complementar.
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Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível
como subsidiária ou complementar da prova por escrito.
O art. 228 do CC enumera as pessoas que não podem ser admitidas como testemunha.
O dispositivo acima foi alterado pela Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiên-
cia) que revogou os incisos II e III. A inclusão do § 2º corrobora a ideia de inclusão social dos
portadores de deficiência ao possibilitar que eles sejam testemunhas. Ainda assim, um ponto
merece destaque:
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LEGAL (juris): É a que decorre da lei, tal como a que recai sobre o
marido, que a lei presume ser pai do filho nascido de sua mulher, na
constância do casamento.
ABSOLUTA RELATIVA
(juris et de jure) (juris tantum)
É a que admite prova em
É a que não admite prova em
contrário, tal como a presunção
contrário, ou seja, é a presunção
de paternidade atribuída ao
PRESUNÇÃO de verdade atribuída pela lei a
filho de sua mulher nascido na
certos fatos.
constância do casamento.
É deixada ao critério e prudência
do magistrado que se baseia no
que ordinariamente acontece,
COMUM (hominis) na experiência da vida, tal como
o amor materno, de onde se
presume que a mãe nunca vai
prejudicar o seu filho.
• A presunção absoluta e a presunção relativa são espécies de presunção legal.
2. O arbitramento.
• É o exame pericial que busca determinar o valor da coisa ou da obrigação a ela ligada,
muito comum em desapropriações e em ações de alimentos.
3. A inspeção judicial.
• Consiste na verificação feita pessoalmente pelo magistrado, quer examinando uma pes-
soa, quer verificando um objeto, com a finalidade de colher dados para a prova.
Art. 231 do CC. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aprovei-
tar-se de sua recusa.
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Art. 232 do CC. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia
obter com o exame.
Conclui-se que, se uma pessoa se nega a fazer um exame de DNA ordenado pelo juiz para
provar a paternidade, tal recusa poderá valer como prova da paternidade. Ou seja, a recusa ao
exame pode fazer com que o magistrado conclua pela procedência da ação.
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RESUMO
Conceito de Fato Jurídico
Os fatos jurídicos são acontecimentos, previstos em norma de direito, em razão dos quais
nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas.
Representação
Ocorre a representação quando uma pessoa celebra negócios jurídicos em nome de outra.
A representação pode decorrer da lei (representação legal) ou da vontade do representado
(representação voluntária ou convencional).
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EFEITOS DA REPRESENTAÇÃO
O negócio jurídico para existir e ser válido carece de quatro elementos essenciais. Os três
apontados no art. 104 do CC (agente, objeto e forma) são elementos objetivos, ao passo que a
vontade é um elemento subjetivo.
ELEMENTOS
ELEMENTOS ESSENCIAIS
ACIDENTAIS
VALIDADE
EXISTÊNCIA EFICÁCIA
NULO ANULÁVEL VÁLIDO
Lícito, possível,
Ilícito, impossível e determinado
OBJETO -------------
indeterminável. ou
determinável.
Prescrita ou CONDIÇÃO
FORMA Inobservância de lei. ------------- não proibida TERMO
por lei. ENCARGO
Erro substancial,
dolo essencial,
VONTADE Simulação, coação coação moral, Livre, de boa-fé
física*. estado de perigo, e consciente.
lesão e fraude
contra credores.
* posição não pacífica na doutrina. Alguns autores defendem que a coação física irresistível acarreta a ine-
xistência do negócio jurídico; outros dizem que ela provoca a nulidade absoluta do ato negocial.
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ELEMENTOS
condição, termo e encargo.
ACIDENTAIS
Agente
O agente é o primeiro elemento objetivo e, para o negócio jurídico ser válido, a pessoa que o
celebra deve ser plenamente capaz. Caso contrário o negócio jurídico pode ser nulo (nulidade
absoluta) no caso de ser celebrado por pessoa absolutamente incapaz sem a devida repre-
sentação ou anulável (nulidade relativa) no caso de o agente ser relativamente capaz e não
houver a devida assistência.
Objeto
No que tange ao objeto, para o negócio jurídico ser válido, o objeto deve ser lícito (de acor-
do com a lei, moral, ordem pública e bons costumes – ex.: é vedado o contrato de herança de
pessoa viva pelo art. 426 do CC); deve ser possível (ex.: não pode ser objeto de contrato uma
viagem para júpiter); e determinado (individualizado) ou, ao menos, determinável – passível de
individualização em um momento futuro (ex.: não se pode comprar um animal sem especificar
a espécie). Caso contrário, o negócio jurídico será nulo.
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Forma
Vontade
A condição é uma cláusula que, por vontade das partes negociantes, subordina a eficácia
do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
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O encargo, também chamado de modo, é uma cláusula imposta nos negócios gratuitos,
que restringe a vantagem do beneficiado. Como exemplo, temos a doação de um terreno a
determinada pessoa para lá ser construído um asilo.
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Reserva Mental
RESERVA MENTAL
Os defeitos do negócio jurídico atingem a sua vontade ou geram uma repercussão social,
tomando o negócio passível de ação anulatória ou declaratória de nulidade pelo prejudicado
ou interessado.
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A coação é uma pressão física ou moral exercida sobre alguém para induzi-lo à prática de
um determinado negócio jurídico. Trata-se de violência ou ameaça que infringe a liberdade de
decisão do coagido. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito,
nem o simples temor reverencial.
A fraude contra credores (vício social) constitui a prática maliciosa pelo devedor insolven-
te (aquele cujo patrimônio passivo é superior ao patrimônio ativo) de atos que desfalcam o seu
patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos
direitos creditórios alheios.
A simulação que representa um acordo de vontade entre as partes para dar existência real
a um negócio jurídico fictício, ou então para ocultar o negócio jurídico realmente realizado, com
o objetivo de violar a lei ou enganar terceiros. Conclui-se que são necessários três requisitos
para a simulação:
• acordo entre as partes, ou com a pessoa a quem ela se destina;
• declaração enganosa de vontade; e
• intenção de enganar terceiros ou violar a lei.
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Nulidade X Anulabilidade
Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem obser-
vância dos requisitos essenciais, impedindo -os de produzir os efeitos que lhes são próprios. O
negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam à sociedade.
Por outro lado, ocorre a anulabilidade quando a ofensa atinge o interesse particular de
pessoas que o legislador pretendeu proteger, sem estar em jogo interesses sociais, faculta -se
a estas, se o deseja rem, promover a anulação do ato. Trata-se de negócio anulável, que será
considerado válido se o interessado se conformar com os seus efeitos e não o atacar, nos
prazos legais, ou o confirmar.
NULIDADE RELATIVA
NULIDADE ABSOLUTA
(anulabilidade)
É decretada no interesse do prejudicado,
É decretada no interesse da coletividade,
abrangendo apenas as pessoas que
tendo eficácia erga omnes (contra todos).
alegaram (eficácia inter partes).
É imediata, ou seja, o ato é invalido É diferida, ou seja, o ato produz efeitos
desde a sua declaração, sendo a sentença enquanto não for anulado, sendo a
meramente declaratória com eficácia ex sentença desconstitutiva com eficácia ex
tunc. nunc.
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NULIDADE RELATIVA
NULIDADE ABSOLUTA
(anulabilidade)
É incurável, pois as partes não podem É curável, pois o negócio pode ser
sanar o vício, objetivando a validação do confirmado pela parte a quem a lei
negócio (art. 169 do CC). protege.
É perpétua, porque é imprescritível, ou
É provisória, pois está sujeita a
seja, não é suscetível de confirmação pelas
decadência (4 ou 2 anos), convalidando-se
partes e nem convalesce pelo decurso do
pelo decurso de tempo.
tempo (art. 169 do CC).
O princípio da conservação do negócio jurídico é aplicado quando o ato negocial nulo (nuli-
dade absoluta) não pode prevalecer na forma pretendida pelas partes, mas, como seus elemen-
tos são idôneos para caracterizar outro ato de natureza diversa, então poderá ocorrer a trans-
formação, desde que isso não seja proibido taxativamente, como nos casos de testamento.
A conversão não pode ser confundida com a confirmação e a convalidação.
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Características da Confissão
• só pode ser produzida por pessoa capaz
e no gozo de seus direitos.
• se feita por um representante, apenas
produzirá efeitos se estiver dentro dos limites
conferido pelo representado.
• tem a irrevogabilidade como uma
característica.
Testemunhas
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005. (FGV/MPE-RJ/ESTÁGIO FORENSE/2020) Cristina vendeu um anel para sua vizinha Már-
cia, garantindo-lhe ser de ouro, mesmo sabendo que não era. Meses após a compra, Márcia
percebeu que o anel começou a descascar, constatando assim que não era de ouro.
Nesse caso, Márcia poderá pleitear a anulação do negócio jurídico com fundamento em:
a) erro;
b) dolo;
c) fraude contra credores;
d) lesão;
e) simulação.
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mais caro), mas o vendedor não corrigiu a informação. O comprador, após concretizar a com-
pra e pagar o preço, levou o veículo ao mecânico, quando descobriu que na verdade havia
adquirido o carro pensando se tratar de um outro modelo. Ele procura o vendedor e afirma ter
interesse em continuar com o veículo, mas deseja um abatimento do preço. O vendedor, por
sua vez, afirma que em nenhum momento disse que o veículo era do modelo que o comprador
havia imaginado. Nesse caso, trata-se de
a) erro sobre o objeto principal da declaração (error in corpore ou error in substantia), que torna
anulável o negócio, no prazo decadencial de 04 (quatro) anos.
b) dolo acidental, que em regra não afeta a validade do negócio, porém impõe o dever de
indenizar.
c) vício redibitório, que permite tanto a anulação do negócio, como o abatimento do preço
pago, no prazo decadencial de 30 (trinta) dias para bens imóveis.
d) dolo essencial, que torna o negócio anulável, cuja decadência ocorre no prazo de 04
(quatro) anos.
e) dolo essencial, que torna o negócio anulável, cuja prescrição ocorre no prazo de 04
(quatro) anos.
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Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, à luz do Código Civil e da juris-
prudência do STJ.
A situação hipotética ilustra uma simulação, sendo nulos tanto o negócio jurídico que foi regis-
trado quanto o que, às escondidas, efetivamente ficou firmado entre as partes.
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QUESTÕES DE CONCURSO
013. (FCC/TRT 11ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2007) José, servidor público federal, sendo
proprietário de um imóvel na cidade de São Paulo, alugou-o para Antonio. Findo o prazo con-
tratual e tendo de mudar-se para aquela cidade em razão de transferência, onde proverá cargo
efetivo, que deseja exercer durante dois anos, tempo suficiente para obter sua aposentadoria,
o locador notificou o locatário, para desocupar a casa. Neste caso, a notificação do locador
a) constitui ato jurídico e José terá apenas residência em São Paulo, mas não terá domicílio.
b) e a fixação do domicílio constituem ato jurídico e o domicílio de José será voluntário.
c) constitui ato jurídico, mas não é negócio jurídico e José terá domicílio necessário em
São Paulo.
d) e a fixação do domicílio constituem, respectivamente, negócio jurídico e ato jurídico, e José
terá domicílio voluntário.
e) e a fixação do domicílio constituem, respectivamente, ato jurídico e negócio jurídico e José
terá domicílio voluntário em São Paulo.
014. (FCC/TJ-PA/AJAJ/2009) No que tange aos negócios jurídicos pode-se afirmar que
a) os negócios neutros podem ser enquadrados entre os onerosos ou os gratuitos.
b) nos negócios jurídicos onerosos nem sempre ambos os contratantes auferem vantagens.
c) não há nenhum negócio que não possa ser incluído na categoria dos onerosos ou dos
gratuitos.
d) nos negócios jurídicos gratuitos só uma das partes aufere vantagens ou benefícios.
e) os negócios celebrados inter vivos não se destinam obrigatoriamente a produzir efeitos des-
de logo, ainda que estando vivas as partes.
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022. (FCC/TRT 23ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Quando da venda de sua casa, para
não ver prejudicadas as negociações, João deixou de mencionar a Rogério, adquirente, que,
no imóvel vizinho, funcionava estridente casa noturna. Ignorando o fato, Rogério acabou por
adquirir o imóvel. Considerando-se que, se conhecesse o fato, Rogério não teria celebrado o
negócio, o silêncio do vendedor constituiu
a) omissão dolosa, que não obriga a satisfazer as perdas e danos mas é causa de anulabilida-
de, a qual depende de iniciativa da parte para ser decretada.
b) omissão dolosa, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de anulabilidade, a qual
pode ser conhecida de ofício e não convalesce com o passar do tempo.
c) omissão dolosa, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de anulabilidade, a qual
depende de iniciativa da parte para ser decretada.
d) lesão, que obriga somente a satisfazer as perdas e danos.
e) lesão, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de nulidade, a qual pode ser co-
nhecida de ofício e não convalesce com o passar do tempo.
024. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Roberto doou aos filhos seu mais valioso imóvel
em 20/10/2014 e, no mesmo dia, ofereceu em hipoteca outro imóvel para garantia de dívida
por empréstimo que lhe foi concedido, em 19/09/2014, por seu amigo Pedro. Com a doação
daquele imóvel, Roberto tornou-se insolvente, porque já tinha diversas dívidas vencidas e não
pagas entre as quais a decorrente de negócios realizados com Manoel, sem garantia real, venci-
da em 08/09/2014 e não paga, além de contar com vários protestos cambiais. Em 18/11/2014
tomou emprestado de Antônio R$ 80.000,00, que não exigiu qualquer garantia e R$ 85.000,00
de Rodrigo, que exigiu fiança, prestada por José, mas Roberto também não pagou as dívidas a
esses mutuantes. Nesses negócios, está configurada fraude contra credores, pela
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a) doação e constituição de hipoteca, cujas anulações podem ser pleiteadas por Manoel.
b) doação, apenas, cuja anulação só pode ser demandada, entre os credores mencionados,
por Manoel.
c) doação, pela constituição de hipoteca e pela fiança, que podem ser anuladas em ação pro-
posta por Manoel e por Antônio.
d) doação, apenas, cuja anulação pode ser pleiteada por Manoel, Antônio e Rodrigo.
e) doação e pela constituição de hipoteca, cujas anulações podem ser pleiteadas por Manoel
e Antônio, mas não por Rodrigo.
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c) assim como os demais defeitos do negócio jurídico, é anulável, não podendo ser invalidado
de ofício, pelo juiz.
d) assim como os demais defeitos do negócio jurídico, é anulável, devendo ser invalidado de
ofício, pelo juiz.
e) diferentemente dos demais defeitos do negócio jurídico, é anulável, não podendo ser invali-
dado de ofício, pelo juiz.
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033. (FCC/TRT 3ª REGIÃO/AJAJ/2015) Pedro comprou, por valor inferior ao de mercado, rara
e valiosa coleção de selos pertencente a Lucas, que tinha 14 anos e não foi representado quan-
do da celebração do negócio. Passados alguns meses e não entregue o bem, Pedro procurou
Lucas oferecendo-lhe suplementação do preço, a fim de que as partes ratificassem o ato. A
pretendida ratificação
a) não poderá ocorrer, salvo se Lucas for assistido quando da confirmação.
b) poderá ocorrer, pois os negócios anuláveis podem ser confirmados pela vontade das partes.
c) deverá ocorrer, em prestígio ao princípio da conservação dos contratos.
d) não poderá ocorrer, porque o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação.
e) poderá ocorrer apenas pelo juiz, depois da intervenção do Ministério Público.
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038. (FCC/TRT 11ª REGIÃO/ TJAA/2017) Rafael vendeu uma fazenda para Valdir, estabele-
cendo que o comprador só entrará na posse do imóvel quando tiver construído uma igreja para
os colonos. Tal negócio está sujeito
a) a termo final.
b) a termo inicial.
c) à condição resolutiva.
d) à condição suspensiva.
e) a encargo.
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041. (FCC/TRT 15ª REGIÃO/AJOJ/2018) De acordo com o Código Civil, os negócios jurídicos
devem ser interpretados
a) somente de acordo com a lei, defeso que os usos e princípios sejam utilizados para esse fim.
b) conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
c) de acordo com a moral e os bons costumes, além da lei, vedado que os usos sejam consi-
derados, uma vez que nosso ordenamento jurídico não é consuetudinário.
d) se benéficos ou se houver renúncia, ampliativamente, para tornar efetivo o benefício ao fa-
vorecido pela avença.
e) sempre literalmente, para evitar obscuridades ou contradições.
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c) poderá reputar a condição como potestativa e tê-la como se houvesse ocorrido, para o único
efeito jurídico de pleitear perdas e danos do vendedor, pela má-fé, mas o contrato será desfeito.
d) poderá reputar como verificada a condição suspensiva, como se o cavalo houvesse vencido,
pois seu implemento foi maliciosamente obstado pelo vendedor, a quem não interessava a
vitória do animal.
e) nada poderá ser feito, pois a condição era resolutiva e objetiva e a conduta do vendedor,
sendo subjetiva, em nada alterou os efeitos jurídicos do inadimplemento ocorrido.
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a) pode ser invocada pela outra em benefício próprio, desde que essa circunstância não fosse
por esta conhecida por ocasião da contratação.
b) pode ser invocada pela outra em benefício próprio, mesmo que essa circunstância já fosse
por esta conhecida por ocasião da contratação.
c) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, mas sempre aproveita aos cointeres-
sados capazes, ainda que divisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
d) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem jamais aproveita aos cointeres-
sados capazes, mesmo se indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
e) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados
capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
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a) unilaterais, que podem ser praticados por um ou mais sujeitos, porém com declaração vo-
litiva em um único sentido, diversamente dos bilaterais onde as declarações são em sentido
contrário.
b) sinalagmáticos, quando conferem vantagens e ônus a ambos os sujeitos, aos quais se con-
trapõem os onerosos, nos quais apenas um dos sujeitos aufere vantagens.
c) principais, quando expressamente tipificados na legislação civil, e acessórios, assim entendi-
dos aqueles que, embora com objeto lícito, não podem ser enquadrados em nenhum tipo legal.
d) constitutivos, assim entendidos aqueles que instituem um direito não decorrente do negócio
em si e, de outro lado, os declaratórios, que não conferem novos direitos aos sujeitos.
e) inter vivos, praticados durante a existência da pessoa natural e causa mortis, estes pratica-
dos por herdeiros ou sucessores do de cujus.
054. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) De acordo com o Código Civil, o negócio cujo ob-
jeto, ao tempo da celebração, é impossível
a) é nulo de pleno de direito, ainda que se trate de impossibilidade relativa.
b) terá validade se a impossibilidade inicial do objeto cessar antes de realizada a condição a
que ele estiver subordinado.
c) é valido, ainda que se trate de impossibilidade absoluta, desde que ela não tenha sido criada
por nenhuma das partes.
d) é válido, porém ineficaz, ainda que se trate de impossibilidade absoluta.
e) é nulo de pleno direito, porém eficaz, desde que se trate de impossibilidade relativa.
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060. O termo inicial suspende o exercício do direito, mas não sua aquisição.
062. Embora a existência de um objeto possível constitua um dos requisitos de validade do ne-
gócio jurídico, a impossibilidade inicial do objeto, se for relativa, não invalida o negócio jurídico.
063. A legislação civil não veda a confirmação expressa ou a execução voluntária de negó-
cio anulável.
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c) Considera-se termo a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subor-
dina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
d) Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa- fé e os usos do lugar de sua
celebração.
e) Se, da declaração de vontade, for detectado o falso motivo, o negócio jurídico será sem-
pre anulado.
068. A invalidade do instrumento induz à invalidade do negócio jurídico, mesmo que este pos-
sa ser provado por outro meio.
069. Salvo se a lei dispuser em contrário, a escritura pública é essencial à validade do negócio
jurídico que vise à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóvel de valor superior a trinta vezes o salário mínimo vigente.
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c) Será válido o negócio jurídico sob condição suspensiva se antes do implemento dessa con-
dição a prestação, inicialmente impossível, tornar-se possível.
d) Considera-se absolutamente nulo o negócio jurídico praticado por pessoa com capacida-
de relativa ou mesmo aquele contaminado por vício de consentimento, como o erro, o dolo
e a coação.
e) Denomina-se condição a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento futu-
ro e certo.
073. É permitido ao titular de direito eventual praticar atos para conservação desse direito en-
quanto se mantiver pendente a condição suspensiva ou resolutiva.
074. O dolo essencial torna o negócio jurídico nulo, enquanto o dolo acidental somente obriga
o pagamento de indenização pelas perdas e danos.
075. O negócio jurídico realizado sob condição suspensiva deverá ser considerado válido se,
antes do implemento dessa condição, o objeto, inicialmente impossível, se tornar possível.
076. A cláusula que deriva da vontade das partes e subordina o negócio jurídico a evento futu-
ro e certo é denominada condição.
077. O terceiro que exercer coação que vicie o negócio jurídico responderá integralmente pelas
perdas e pelos danos causados ao coacto, ainda que a parte a quem aproveite a coação dela
tenha ou deva ter conhecimento.
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Duas pessoas celebraram contrato de locação de uma residência na qual o locatário tinha a
real intenção de residir. Entretanto, locador e o locatário, de comum acordo, fizeram constar no
instrumento do negócio que se tratava de locação comercial.
Nessa situação, se, depois de algum tempo, o locador quiser rescindir o contrato, ele poderá
valer-se das normas referentes à locação comercial, mais favoráveis ao proprietário, pois o
Código Civil dispõe que, nas declarações de vontade, se atenderá mais ao sentido literal da
linguagem do que à intenção nelas consubstanciada.
079. A venda de imóvel no valor de cem mil sem escritura pública é nula e insuscetível de con-
versão em outro negócio por afrontar formalidade prevista em lei.
080. No âmbito dos negócios jurídicos relativos a objetos divisíveis, somente poderá invocar
a incapacidade relativa de uma das partes quem também fizer parte da avença e se beneficiar
com a invalidade.
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a) Maria teve sua vontade viciada, pois agiu fundada no temor de dano iminente e considerá-
vel a Paulo.
b) Maria, por inexperiência, se obrigou ao pagamento de valor desproporcional ao praticado no
mercado no ato de celebração do negócio jurídico.
c) para que o pedido seja julgado procedente, deve ficar demonstrado por Maria o dolo de apro-
veitamento da fornecedora do material, ou seja, a vilania do outro contratante.
d) Maria não tem legitimidade para propor a demanda, já que Paulo não é seu marido nem com
ela convive em regime de união estável.
e) segundo a legislação de regência, a hipótese é de nulidade do negócio jurídico, e o juiz deve
reconhecer de ofício o vício de consentimento mediante a prolação de sentença declaratória.
087. Considere que Roberto, com o objetivo de fraudar seus credores, tenha alienado seus
bens a Flávio. Nessa situação, o prazo decadencial para que esse negócio seja anulado será
contado do dia em que os credores tiverem ciência da alienação dos bens.
088. Considere que Cláudio tenha vendido seu veículo, por R$ 35.000,00, à sua irmã Matilde.
Nessa situação hipotética, o negócio jurídico é classificado como aquisição por ato inter vivos,
derivada, bilateral, a título oneroso e consensual.
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090. Negócio jurídico bifronte é o que tanto pode ser gratuito quanto oneroso, cabendo às par-
tes contratantes convencionarem como ele irá ocorrer.
092. Será considerada não escrita, invalidando o negócio jurídico como um todo, cláusula de
negócio jurídico que estabeleça um encargo ilícito ou impossível, se esse não for o motivo
determinante do ato.
094. É anulável o negócio jurídico se a lei proibir a sua prática, sem cominar sanção.
095. No negócio jurídico unilateral, está presente apenas uma declaração de vontade, sendo
desnecessária a aceitação de outrem para que produza efeitos.
096. Ocorre a lesão quando uma pessoa, em premente necessidade ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, exigindo-
-se, para a sua configuração, ainda, o dolo de aproveitamento, conforme a doutrina majoritária.
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097. O silêncio de uma das partes pode, excepcionalmente, representar anuência, se as cir-
cunstâncias ou os usos o autorizarem e não for necessária a declaração expressa de vontade.
098. O juiz pode pronunciar a nulidade do negócio jurídico quando conhecer o seu conteúdo e
seus efeitos, assim como pode supri-la, a requerimento da parte.
099. Embora o princípio do aproveitamento do ato nulo ou anulável tenha amparo no Código
Civil, somente será possível a decretação da nulidade parcial do contrato, resguardando-se a
parte válida, se esta puder subsistir autonomamente.
104. O negócio jurídico nulo pode ser convertido em outro negócio jurídico válido se os requi-
sitos da substância e forma desse último estiverem presentes e se o fim que objetivavam as
partes permitir supor que teriam desejado a conversão caso tivessem previsto a nulidade.
105. As condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível, anulam
o negócio jurídico a que estão vinculadas.
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Nessa situação hipotética, o negócio poderá ser anulado, uma vez que apresenta o vício de
consentimento denominado
a) dolo.
b) lesão.
c) fraude contra credores.
d) estado de perigo.
e) coação.
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Entretanto, condição física ou juridicamente impossível imposta por uma das partes do negó-
cio à outra uma
a) invalidará o negócio jurídico, se for resolutiva.
b) invalidará o negócio jurídico, caso seja suspensiva.
c) será considerada inexistente, seja ela suspensiva ou resolutiva.
d) será considerada anulável, se for resolutiva.
e) será considerada inexistente, caso seja suspensiva.
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De acordo com o Código Civil, invalidam os negócios jurídicos que lhes sejam subordinados,
caso estejam presentes, as condições citadas apenas nos itens
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
129. (CESPE/TRT 17ª REGIÃO/AJAJ/2009) O ato ilícito poderá originar ou criar um direito
para quem o comete.
130. (CESPE/TST/AJAJ/2008) O cientista francês Philippe Charlier trouxe à tona uma revela-
ção inimaginável: os restos mortais da guerreira e mártir francesa Joana d’Arc são falsos — e,
na realidade, podem ser de uma múmia egípcia.
(Isto É, 11/4/2007, p. 75. Com adaptações)
132. O negócio jurídico, para ser válido, deverá ter agente capaz, objeto lícito, possível, determi-
nado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei.
133. Em regra, a forma da declaração de vontade válida será livre, independentemente de for-
ma especial, salvo quando a lei expressamente a exigir.
134. A escritura pública constitui formalidade essencial para a validade de todos os negócios
jurídicos que envolvem direitos reais sobre imóveis, qualquer que seja o seu valor.
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c) à condição suspensiva, somente se adquirindo o direito aos valores se Lourdes for aprovada
e cursar a faculdade;
d) à condição resolutiva, adquirindo Lourdes o direito aos valores desde o início e os restituin-
do caso não seja aprovada;
e) a termo final, extinguindo o negócio jurídico com o ingresso de Lourdes no curso superior.
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d) requerer a declaração de nulidade do negócio jurídico, por dolo, tendo em vista a demora no
atendimento de Daniela;
e) anular o negócio jurídico por lesão, no prazo de dois anos, a contar da data da celebração
do contrato.
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145. (FGV/SEFIN-RO/AUDITOR FISCAL/2018) Bueno, servidor público, está com graves pro-
blemas financeiros diante da falta de pagamento regular de seus salários. Com débitos em
atraso no cartão de crédito e tendo sido negativado no sistema de proteção ao crédito, ele
precisa de empréstimos para saldar suas dívidas mais prementes. Para isso, procura uma
instituição financeira que aceita conceder empréstimos a pessoas na sua condição e assina
contrato de mútuo de fins econômicos, cuja prestação em favor da mutuante é manifestamen-
te desproporcional à prestação conferida ao mutuário.
Em face dessa situação, quanto ao negócio jurídico celebrado por Bueno, é correto afir-
mar que ele é
a) nulo por coação por parte da mutuante e o receio de dano iminente e considerável à pessoa
do mutuário e aos seus bens.
b) plenamente válido, por se tratar de contrato de adesão, quando não é dado ao aderente dis-
cutir ou modificar o conteúdo das estipulações.
c) anulável por ocorrência de lesão, diante da premente necessidade do devedor, que se obri-
gou a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
d) plenamente válido, por se tratar de exercício da liberdade contratual e da força obrigatória
dos contratos (pacta sunt servanda).
e) anulável por ocorrência de estado de perigo, diante da necessidade de o devedor quitar seus
débitos e eliminar a negativação de seu nome.
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GABARITO
1. c 37. a 73. C
2. C 38. d 74. E
3. b 39. e 75. C
4. b 40. a 76. E
5. E 41. b 77. C
6. c 42. e 78. b
7. C 43. d 79. E
8. E 44. c 80. E
9. c 45. c 81. E
10. E 46. e 82. E
11. C 47. e 83. c
12. C 48. b 84. c
13. c 49. c 85. E
14. d 50. e 86. E
15. a 51. a 87. E
16. a 52. d 88. C
17. a 53. a 89. c
18. c 54. b 90. C
19. e 55. d 91. C
20. c 56. b 92. E
21. a 57. C 93. c
22. c 58. C 94. E
23. e 59. E 95. C
24. a 60. C 96. E
25. c 61. E 97. C
26. c 62. C 98. E
27. a 63. C 99. C
28. a 64. E 100. e
29. b 65. d 101. E
30. c 66. a 102. C
31. d 67. b 103. E
32. d 68. E 104. C
33. d 69. C 105. E
34. e 70. c 106. C
35. c 71. b 107. C
36. c 72. c 108. d
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109. b
110. E
111. C
112. b
113. C
114. C
115. C
116. C
117. E
118. a
119. C
120. E
121. d
122. C
123. c
124. a
125. C
126. c
127. C
128. b
129. E
130. E
131. E
132. C
133. C
134. E
135. c
136. e
137. c
138. d
139. e
140. a
141. a
142. a
143. e
144. e
145. c
146. a
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GABARITO COMENTADO
013. (FCC/TRT 11ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2007) José, servidor público federal, sendo
proprietário de um imóvel na cidade de São Paulo, alugou-o para Antonio. Findo o prazo con-
tratual e tendo de mudar-se para aquela cidade em razão de transferência, onde proverá cargo
efetivo, que deseja exercer durante dois anos, tempo suficiente para obter sua aposentadoria,
o locador notificou o locatário, para desocupar a casa. Neste caso, a notificação do locador
a) constitui ato jurídico e José terá apenas residência em São Paulo, mas não terá domicílio.
b) e a fixação do domicílio constituem ato jurídico e o domicílio de José será voluntário.
c) constitui ato jurídico, mas não é negócio jurídico e José terá domicílio necessário em
São Paulo.
d) e a fixação do domicílio constituem, respectivamente, negócio jurídico e ato jurídico, e José
terá domicílio voluntário.
e) e a fixação do domicílio constituem, respectivamente, ato jurídico e negócio jurídico e José
terá domicílio voluntário em São Paulo.
014. (FCC/TJ-PA/AJAJ/2009) No que tange aos negócios jurídicos pode-se afirmar que
a) os negócios neutros podem ser enquadrados entre os onerosos ou os gratuitos.
b) nos negócios jurídicos onerosos nem sempre ambos os contratantes auferem vantagens.
c) não há nenhum negócio que não possa ser incluído na categoria dos onerosos ou dos
gratuitos.
d) nos negócios jurídicos gratuitos só uma das partes aufere vantagens ou benefícios.
e) os negócios celebrados inter vivos não se destinam obrigatoriamente a produzir efeitos des-
de logo, ainda que estando vivas as partes.
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c) Errada. Os negócios bifrontes podem ser incluídos na categoria dos onerosos ou dos
gratuitos.
e) Errada. Os negócios inter vivos se destinam a produzir efeitos enquanto os interessados
estão vivos.
Letra d.
O negócio jurídico narrado pelo enunciado da questão possui um objeto ilícito (celulares falsi-
ficados) e, por isso, deve ser declarado nulo. Vide art. 166, II do CC:
Além disso, o negócio nulo deve ser declarado de ofício pelo juiz, conforme prevê o art. 168,
parágrafo único do CC.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio ju-
rídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.
Letra a.
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É vedado o objeto do contrato ser herança de pessoa viva pelo art. 426 do CC:
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Sendo assim, o negócio jurídico narrado pelo enunciado da questão possui um objeto ilícito
(herança de pessoa viva) e, por isso, deve ser declarado nulo. Vide art. 166, II do CC:
Além disso, o negócio nulo deve ser declarado de ofício pelo juiz, conforme prevê o art. 168,
parágrafo único do CC.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio ju-
rídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.
Letra a.
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Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
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Art. 121 do CC. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Art. 125 do CC. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto
esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
c) Certa. Somente se considera adquirido o direito subordinado a uma condição suspensiva com
o implemento da condição (vide art. 125 do CC). Entretanto, vejamos o art. 6º, § 2º da LINDB:
Art. 6º, § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.
Se a condição foi pré-estabelecida de forma inalterável, o negócio jurídico sob condição sus-
pensiva também é protegido contra o advento de lei nova, em caso de conflito de leis no tempo.
d) Errada. Vide comentários da alternativa anterior.
e) Errada. Em desacordo com o art. 130 do CC.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido
praticar os atos destinados a conservá-lo.
Imagine que eu vá doar para você uma casa quando o Botafogo for campeão brasileiro (acho
que vai demorar). Trata-se de um negócio jurídico sob condição suspensiva.
Enquanto o Botafogo não for campeão, você não adquire o direito ao imóvel.
E se nesse período alguém invadir o imóvel?
Você, titular de um direito eventual (sob condição), poderá mover ações para proteger o imóvel
e retirar o invasor.
Letra c.
dinheiro amoedado, livros − tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem
deixas a nenhuma pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento,
a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por
motivo da grande afeição que lhe tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se fosse a
ele próprio testador, nada poupando em seu benefício, resguardando-o de moléstias, de fugas,
de roubo ou de morte que lhe quisessem dar por maldade; cuidar finalmente como se cão não
fosse, mas pessoa humana. Item, impunha-lhe a condição, quando morresse o cachorro, de
lhe dar sepultura decente, em terreno próprio, que cobriria de flores e plantas cheirosas; e mais
desenterraria os ossos do dito cachorro, quando fosse tempo idôneo, e os recolheria a uma
urna de madeira preciosa para depositá-los no lugar mais honrado da casa.
(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. [S.l.]: Saraiva, 2011. p. 25)
É muito comum a banca cobrar do aluno as situações em que o negócio jurídico é nulo ou anu-
lável. Inicialmente você deve ter em mente que o negócio nulo possui um vício mais grave que
o negócio anulável.
As principais situações em que o negócio jurídico é considerado nulo estão nos arts. 166 e
167 do CC:
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Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Sendo assim, como o art. 426 do CC proíbe a prática de um negócio sem cominar sanção, de-
vemos utilizar o art. 166, VII do CC e concluir que se trata de um negócio nulo.
c) Certa. Nesse caso, o art. 496 do CC menciona expressamente a possibilidade de anulação.
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Sobre o dolo bilateral ou recíproco (de ambas as partes) é interessante lermos o art. 150 do CC.
Art. 150 do CC. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.
Conclui-se que o dolo bilateral não é capaz de anular o negócio jurídico, tampouco gerar inde-
nização por perdas e danos. O ato negocial em que houver dolo bilateral será válido.
Letra a.
022. (FCC/TRT 23ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Quando da venda de sua casa, para
não ver prejudicadas as negociações, João deixou de mencionar a Rogério, adquirente, que,
no imóvel vizinho, funcionava estridente casa noturna. Ignorando o fato, Rogério acabou por
adquirir o imóvel. Considerando-se que, se conhecesse o fato, Rogério não teria celebrado o
negócio, o silêncio do vendedor constituiu
a) omissão dolosa, que não obriga a satisfazer as perdas e danos mas é causa de anulabilida-
de, a qual depende de iniciativa da parte para ser decretada.
b) omissão dolosa, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de anulabilidade, a qual
pode ser conhecida de ofício e não convalesce com o passar do tempo.
c) omissão dolosa, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de anulabilidade, a qual
depende de iniciativa da parte para ser decretada.
d) lesão, que obriga somente a satisfazer as perdas e danos.
e) lesão, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de nulidade, a qual pode ser co-
nhecida de ofício e não convalesce com o passar do tempo.
O dolo negativo ou omissão dolosa (art. 147 do CC) é aquele resultante de uma omissão inten-
cional para induzir um dos contratantes (conduta negativa). Pode acarretar a anulação do ato
negocial juntamente com perdas e danos se for o motivo determinante (dolo principal). Se for
acidental enseja, apenas, perdas e danos.
Art. 147 do CC. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito
de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que
sem ela o negócio não se teria celebrado.
Como o enunciado menciona que se conhecesse o fato, Rogério não teria celebrado o negócio,
conclui-se que se trata do dolo principal, sendo causa de anulabilidade do negócio.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Além disso, é necessário sabermos que por ser uma situação de anulabilidade do negócio, só
os interessados ou representantes legítimos a podem alegar, sendo vedado ao juiz pronunciar-
-se de ofício.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.
Letra c.
Art. 153 do CC. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o sim-
ples temor reverencial.
c) Errada. A coação torna o negócio anulável, conforme prevê o art. 171, II do CC.
d) Errada. A coação deve ser interpretada nos termos do art. 152 do CC.
Art. 152 do CC. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
e) Certa. Por ser a coação uma causa de anulabilidade, é possível ocorrer, tanto a convalida-
ção, como a confirmação.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Letra e.
024. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Roberto doou aos filhos seu mais valioso imóvel
em 20/10/2014 e, no mesmo dia, ofereceu em hipoteca outro imóvel para garantia de dívida
por empréstimo que lhe foi concedido, em 19/09/2014, por seu amigo Pedro. Com a doação
daquele imóvel, Roberto tornou-se insolvente, porque já tinha diversas dívidas vencidas e não
pagas entre as quais a decorrente de negócios realizados com Manoel, sem garantia real, venci-
da em 08/09/2014 e não paga, além de contar com vários protestos cambiais. Em 18/11/2014
tomou emprestado de Antônio R$ 80.000,00, que não exigiu qualquer garantia e R$ 85.000,00
de Rodrigo, que exigiu fiança, prestada por José, mas Roberto também não pagou as dívidas a
esses mutuantes. Nesses negócios, está configurada fraude contra credores, pela
a) doação e constituição de hipoteca, cujas anulações podem ser pleiteadas por Manoel.
b) doação, apenas, cuja anulação só pode ser demandada, entre os credores mencionados,
por Manoel.
c) doação, pela constituição de hipoteca e pela fiança, que podem ser anuladas em ação pro-
posta por Manoel e por Antônio.
d) doação, apenas, cuja anulação pode ser pleiteada por Manoel, Antônio e Rodrigo.
e) doação e pela constituição de hipoteca, cujas anulações podem ser pleiteadas por Manoel
e Antônio, mas não por Rodrigo.
Para facilitar a análise da questão, vamos listar todos os negócios praticados por Roberto:
08/09/2014 → dívida vencida e não paga com Manoel (sem garantia real)
19/09/2014 → concessão de empréstimo pelo amigo Pedro
20/10/2014 → doou aos filhos seu mais valioso imóvel e tornou-se insolvente
20/10/2014 → ofereceu em hipoteca outro imóvel para garantia do empréstimo feito pelo
amigo Pedro
18/11/2014 → empréstimo de R$ 80.000,00 com Antônio (sem garantia)
18/11/2014 → empréstimo de R$ 85.000,00 com Rodrigo (fiança prestada por José)
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A fraude contra credores torna o negócio anulável. Tal fato visa impedir que o devedor insol-
vente desfalque ainda mais o seu patrimônio e, com isso, não consiga cumprir com as suas
obrigações e saldar os devedores.
Sendo assim, vamos analisar cada fato narrado:
08/09/2014 → dívida vencida e não paga com Manoel (sem garantia real)
• A assunção da dívida não tornou Roberto insolvente, sendo assim, não há que se falar
em fraude contra credores.
19/09/2014 → concessão de empréstimo pelo amigo Pedro
• A concessão de empréstimo pelo amigo Pedro não tornou Roberto insolvente, sendo
assim, não há que se falar em fraude contra credores.
20/10/2014 → doou aos filhos seu mais valioso imóvel e tornou-se insolvente
• Nesse exato momento, com a doação aos filhos, o patrimônio de Roberto tornou-se
menor do que as suas dívidas (insolvência) e, por isso, esse ato pode ser anulado ale-
gando-se fraude contra credores.
20/10/2014 → ofereceu em hipoteca outro imóvel para garantia do empréstimo feito pelo
amigo Pedro
• O ato de, já estando insolvente, prestar garantia a uma dívida vencida antes é uma for-
ma de alterar a preferência dos credores ao cobrarem as dívidas de Roberto (Manoel é
prejudicado) e, conforme prevê o art. 163 do CC, pode ser anulado alegando-se fraude
contra credores.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o
devedor insolvente tiver dado a algum credor.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 138 do CC. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circuns-
tâncias do negócio.
Art. 158 do CC. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar
o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anu-
lados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
Art. 146 do CC. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Art. 153 do CC. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o sim-
ples temor reverencial.
Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Letra c.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 167 do CC. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
Letra c.
c) nulo, não cognoscível de ofício, pelo juiz, e passível de convalidação pelas partes.
d) nulo, cognoscível de ofício, pelo juiz, e passível de convalidação pelas partes.
e) anulável e cognoscível de ofício, pelo juiz, não podendo ser convalidado pelas partes.
Já sabemos que o art. 167 do CC atribui nulidade absoluta ao negócio jurídico simulado.
Além disso, o art. 168, parágrafo único do CC, que trata das nulidades absolutas, determina que
o magistrado deve pronunciar tal nulidade de ofício.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio ju-
rídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.
Sendo assim, devemos também recorrer ao art. 169 do CC para saber que não é possível a
convalidação.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Letra a.
Tendo em vista que o objeto do contrato (privilégios em licitações públicas) é ilícito, o caso
narrado é um exemplo de negócio nulo (art. 166, II do CC).
Sendo assim, valem os comentários da questão anterior a respeito do art. 168, parágrafo único
do CC e do art. 169 do CC.
Letra b.
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Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio ju-
rídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.
d, e) Erradas. Independentemente da capacidade das partes, o negócio nulo não pode ser
confirmado.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Letra c.
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Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 167 do CC. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se
este a der posteriormente.
Lembre-se de que a nulidade relativa (anulabilidade) não é tão grave. Sendo assim, é possível
as partes suprirem o vício por meio da confirmação.
Letra d.
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III – O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
IV – É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo de-
vedor, ciente do vício que o inquinava.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) II e III.
c) III e IV.
d) II, III e IV.
e) I e IV.
033. (FCC/TRT 3ª REGIÃO/AJAJ/2015) Pedro comprou, por valor inferior ao de mercado, rara e
valiosa coleção de selos pertencente a Lucas, que tinha 14 anos e não foi representado quando da ce-
lebração do negócio. Passados alguns meses e não entregue o bem, Pedro procurou Lucas oferecen-
do-lhe suplementação do preço, a fim de que as partes ratificassem o ato. A pretendida ratificação
a) não poderá ocorrer, salvo se Lucas for assistido quando da confirmação.
b) poderá ocorrer, pois os negócios anuláveis podem ser confirmados pela vontade das partes.
c) deverá ocorrer, em prestígio ao princípio da conservação dos contratos.
d) não poderá ocorrer, porque o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação.
e) poderá ocorrer apenas pelo juiz, depois da intervenção do Ministério Público.
Como Lucas tinha apenas 14 anos de idade, o negócio é nulo por ter sido praticado por pessoa
absolutamente incapaz sem a devida representação.
Dessa forma, sabemos que o negócio nulo (nulidade absoluta) não comporta a convalidação
ou a confirmação.
Letra d.
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Art. 168. Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do ne-
gócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) a incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o obje-
to do direito ou da obrigação comum.
d) não ocorrendo a condição objetiva do negócio jurídico, ou seja, objeto lícito, possível, deter-
minado ou determinável, a consequência jurídica será sua anulabilidade.
e) ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, mostrando-
-se irrelevante eventual prova de que reverteu em proveito desse incapaz a importância paga.
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o pre-
judicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das
obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Imagine que um contrato de locação (principal) seja garantido por um contrato de fiança (aces-
sório). A invalidade da locação induz a invalidade da fiança. Porém, a invalidade da fiança não
acarreta a nulidade da locação que irá subsistir sem garantia.
c) Certa. Vide art. 105 do CC.
d) Errada. A consequência jurídica será a nulidade absoluta.
e) Errada. Em desacordo com o art. 181 do CC.
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não
provar que reverteu em proveito dele a importância paga.
Letra c.
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Art. 215 do CC. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública,
fazendo prova plena.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
Letra a.
038. (FCC/TRT 11ª REGIÃO/ TJAA/2017) Rafael vendeu uma fazenda para Valdir, estabele-
cendo que o comprador só entrará na posse do imóvel quando tiver construído uma igreja para
os colonos. Tal negócio está sujeito
a) a termo final.
b) a termo inicial.
c) à condição resolutiva.
d) à condição suspensiva.
e) a encargo.
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Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se
não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Letra d.
A questão narra uma doação sob condição suspensiva. Dessa forma, devemos invocar o art.
6º, § 2º da LINDB:
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adqui-
rido e a coisa julgada.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer,
como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalte-
rável, a arbítrio de outrem.
Ou seja, como se trata de um negócio jurídico sujeito à condição suspensiva, temos uma situ-
ação de direito adquirido e, por isso, a lei não poderá retroagir de modo a prejudicar tal direito.
Letra e.
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A situação trata de uma espécie de simulação que acarretará a nulidade do negócio jurídico.
Dessa forma, devemos invocar o art. 167 do CC:
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Letra a.
041. (FCC/TRT 15ª REGIÃO/AJOJ/2018) De acordo com o Código Civil, os negócios jurídicos
devem ser interpretados
a) somente de acordo com a lei, defeso que os usos e princípios sejam utilizados para esse fim.
b) conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
c) de acordo com a moral e os bons costumes, além da lei, vedado que os usos sejam consi-
derados, uma vez que nosso ordenamento jurídico não é consuetudinário.
d) se benéficos ou se houver renúncia, ampliativamente, para tornar efetivo o benefício ao fa-
vorecido pela avença.
e) sempre literalmente, para evitar obscuridades ou contradições.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de
sua celebração.
Letra b.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de
não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for malicio-
samente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a
condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
Letra d.
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A questão tem como fundamento os art. 3º, 166, I, e 168, parágrafo único, do CC:
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de
16 (dezesseis) anos.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
Art. 168. Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do ne-
gócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.
Letra c.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples te-
mor reverencial.
Letra e.
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Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
Letra e.
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Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Letra d.
a) unilaterais, que podem ser praticados por um ou mais sujeitos, porém com declaração vo-
litiva em um único sentido, diversamente dos bilaterais onde as declarações são em sentido
contrário.
b) sinalagmáticos, quando conferem vantagens e ônus a ambos os sujeitos, aos quais se con-
trapõem os onerosos, nos quais apenas um dos sujeitos aufere vantagens.
c) principais, quando expressamente tipificados na legislação civil, e acessórios, assim entendi-
dos aqueles que, embora com objeto lícito, não podem ser enquadrados em nenhum tipo legal.
d) constitutivos, assim entendidos aqueles que instituem um direito não decorrente do negócio
em si e, de outro lado, os declaratórios, que não conferem novos direitos aos sujeitos.
e) inter vivos, praticados durante a existência da pessoa natural e causa mortis, estes pratica-
dos por herdeiros ou sucessores do de cujus.
054. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) De acordo com o Código Civil, o negócio cujo ob-
jeto, ao tempo da celebração, é impossível
a) é nulo de pleno de direito, ainda que se trate de impossibilidade relativa.
b) terá validade se a impossibilidade inicial do objeto cessar antes de realizada a condição a
que ele estiver subordinado.
c) é valido, ainda que se trate de impossibilidade absoluta, desde que ela não tenha sido criada
por nenhuma das partes.
d) é válido, porém ineficaz, ainda que se trate de impossibilidade absoluta.
e) é nulo de pleno direito, porém eficaz, desde que se trate de impossibilidade relativa.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Letra b.
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Mas, Dicler, as alternativas da FCC não tinham essa nomenclatura. O que eu devo fazer?
Sugiro irmos por eliminação.
a, b) Erradas. Ao se falar em ato jurídico, sabemos que é necessária a vontade humana.
c) Errada. O negócio jurídico também decorre da vontade humana.
e) Errada. O fato ilícito também é humano.
Letra d.
Os fatos humanos e os fatos naturais são acontecimentos com repercussão no mundo jurídico
que fazem nascer, modificar, subsistir ou extinguir direitos, portanto, significam a mesma coisa.
Letra b.
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Os fatos jurídicos dividem-se em dois grandes grupos: o grupo dos fatos naturais (independem
da vontade humana – involuntários) e o grupo dos fatos humanos (voluntários).
O nascimento e a morte são fatos naturais ordinários, pois além de involuntários, são previsíveis.
Certo.
O art. 114 do CC trata da interpretação dos negócios benéficos ou gratuitos, ou seja, quando
apenas um dos contratantes assume obrigações. Nele é consagrado o princípio da Interpreta-
ção restritiva dos negócios benéficos. Um exemplo clássico é a doação que, por representar
uma renúncia de direitos, deve ser interpretada estritamente.
Questão errada conforme comentários da questão anterior. Vide art. 114 do CC.
Errado.
060. O termo inicial suspende o exercício do direito, mas não sua aquisição.
O termo inicial (dies a quo) ou suspensivo fixa o momento em que a eficácia do negócio jurídi-
co deve iniciar, retardando o exercício do direito.
Ex.: Um contrato de locação celebrado no dia 20 de um mês para ter vigência no dia 1º do
mês seguinte.
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Art. 131 do CC. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Certo.
De acordo com a tabela apresentada na pg. 15, a vontade é um requisito de existência do ne-
gócio jurídico. Sendo assim, se não houver manifestação de vontade, o negócio é considerado
inexistente.
Após a vontade ser manifestada, o requisito de existência foi cumprido, porém, é necessário
verificarmos se ela foi manifestada de forma livre, consciente e de boa-fé para que o critério
da validade esteja satisfeito.
Resumidamente temos o seguinte:
• ausência de vontade → negócio inexistente;
• vontade viciada → negócio inválido.
Errado.
062. Embora a existência de um objeto possível constitua um dos requisitos de validade do ne-
gócio jurídico, a impossibilidade inicial do objeto, se for relativa, não invalida o negócio jurídico.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Ou seja, se a impossibilidade do objeto for relativa, isto é, se a prestação puder ser realizada
por outrem, embora não o seja pelo devedor, não ocorre a invalidade do negócio jurídico.
Certo.
063. A legislação civil não veda a confirmação expressa ou a execução voluntária de negó-
cio anulável.
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A legislação civil, por meio do art. 169 do CC, veda a confirmação do negócio jurídico nulo, mas
não do anulável.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Certo.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for
necessária a declaração de vontade expressa.
Errado.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 121 do CC. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Art. 113 do CC. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.
e) Errada. O erro quanto ao fim colimado está relacionado com o motivo do negócio e, não
sendo determinante do negócio, não pode ser considerado essencial; consequentemente, não
poderá acarretar a anulação do ato negocial. É o que diz o art. 140 do CC.
Art. 140 do CC. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão de-
terminante.
Letra d.
Art. 113 do CC. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.
Mas você pode estar perguntando: Dicler, como o Princípio da boa-fé limita os direitos
subjetivos?
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Quando duas pessoas celebram um negócio, a legislação civil prevê a necessidade de ambas
agirem com boa-fé. Ou seja, uma não pode querer lesar a outra. Ambos devem possuir probi-
dade em suas condutas. Tal fato representa uma limitação no direito subjetivo do livre negócio.
O art. 422 do CC corrobora esse entendimento.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
b) Errada. O art. 114 do CC trata da interpretação dos negócios benéficos ou gratuitos, ou seja,
quando apenas um dos contratantes assume obrigações. Nele é consagrado o princípio da
Interpretação restritiva dos negócios benéficos. Um exemplo clássico é a doação que, por
representar uma renúncia de direitos, deve ser interpretada estritamente.
c) Errada. O art. 111 do CC possibilita a manifestação de vontade por meio do silêncio.
d) Errada. Conforme comentários da alternativa (A), o princípio da boa-fé relativiza a força obri-
gatória dos contratos a partir do momento em que um dos contratantes não age com boa-fé.
e) Errada. A questão tem como base o art. 110 do CC que trata da reserva mental.
Art. 110 do CC. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva men-
tal de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
RESERVA MENTAL
DESCONHECIDA PELA OUTRA O ato negocial subsistirá e
PARTE será válido.
(LÍCITA)
CONHECIDA PELA OUTRA PARTE O ato negocial será inválido
(ILÍCITA) (nulidade absoluta).
Ou seja, o ato praticado com reserva mental pode ser válido (reserva mental lícita) ou totalmen-
te inválido (reserva mental ilícita).
Letra a.
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c) Ainda que estabelecida a denominada cláusula de não valer sem instrumento público, se o
bem for móvel, a transferência poderá ser realizada por cessão de direitos particular.
d) O motivo ilícito de uma das partes torna o negócio jurídico nulo se for determinante para sua
realização.
e) Sendo o objeto do direito indivisível, a incapacidade relativa de uma das partes não aproveita
aos cointeressados capazes.
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo de-
vedor, ciente do vício que o inquinava.
A partir do momento que o devedor cumpre o negócio tendo ciência do vício, caracteriza-se
uma confirmação tácita.
c) Errada. A assertiva está em desacordo com o conceito de forma convencional previsto no
art. 109 do CC.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este
é da substância do ato.
Ou seja, se foi convencionada a forma de escritura pública, não se pode mais utilizar o instru-
mento particular.
d) Errada. O art. 140 do CC, que trata do vício denominado erro ou ignorância, diz que:
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.
Sendo assim, como o erro substancial faz com que o negócio seja anulável, não há que se falar
em negócio nulo.
e) Errada. Vejamos o art. 105 do CC que foi comentado na pg.16:
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
Letra b.
068. A invalidade do instrumento induz à invalidade do negócio jurídico, mesmo que este pos-
sa ser provado por outro meio.
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Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder pro-
var-se por outro meio.
Ou seja, se um contrato assinado for declarado inválido, mas a celebração do negócio puder
ser provada por testemunhas, subsistirá o negócio.
Errado.
069. Salvo se a lei dispuser em contrário, a escritura pública é essencial à validade do negócio
jurídico que vise à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóvel de valor superior a trinta vezes o salário mínimo vigente.
Art. 108 do CC. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos ne-
gócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Certo.
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Art. 110 do CC. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva men-
tal de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
b) Errada. O negócio jurídico realizado por agente relativamente incapaz é anulável, sendo pas-
sível de convalidação pelo decurso do tempo nem de confirmação pelas partes.
c) Certa. O direito de anular o negócio jurídico celebrado com vício de lesão decai em 4 anos,
conforme prevê o art. 178 do CC.
Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Sendo assim, no prazo de dois anos e um dia o direito ainda estará vigente, pois não terá ocor-
rido a decadência.
d) Errada. O art. 111 do CC possibilita a manifestação de vontade por meio do silêncio.
e) Errada. O que condiciona a eficácia de um negócio jurídico a um evento futuro e incerto é a
condição. Vide art. 121 do CC.
Art. 121 do CC. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Letra c.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 112 do CC. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do
que ao sentido literal da linguagem.
Art. 131 do CC. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
d) Errada. O Estado de perigo de fato exige o dolo de aproveitamento para sua configuração.
O erro da assertiva está no final, quando menciona que o dolo de aproveitamento deve advir
do agente ao qual o desequilíbrio desfavorece. Na verdade, o dolo de aproveitamento parte do
agente ao qual o desequilíbrio favorece.
e) Errada. O erro da alternativa “e” tem a ver com os conceitos de legitimidade e legitimação. A
alternativa trocou os conceitos, por isso está errada, vejamos:
1. Legitimação – capacidade especial para determinado ato ou negócio jurídico. Como primei-
ro exemplo, cite-se a necessidade de outorga conjugal para vender imóvel, sob pena de anula-
bilidade do contrato (arts. 1.647, I, e 1.649 do CC).
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de
terminada a sociedade conjugal.
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Exemplificando, o art. 12, parágrafo único, do CC, trata dos legitimados processualmente para
as medidas de tutela dos interesses do morto, fazendo uso do termo legitimação. O certo seria
mencionar a legitimidade.
O erro da alternativa foi trocar o termo “legitimação” por “legitimidade”.
Letra b.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Nos termos do art. 125 do CC, a condição suspensiva impede a aquisição do direito.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se
não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não
viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou
pessoa cogitada.
c) Certa. Realmente a condição suspensiva impossível invalida o negócio jurídico, pois como
ela nunca irá ocorrer, o negócio nunca produzirá efeitos. Vide art. 123 do CC.
073. É permitido ao titular de direito eventual praticar atos para conservação desse direito en-
quanto se mantiver pendente a condição suspensiva ou resolutiva.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido
praticar os atos destinados a conservá-lo.
Imagine que eu vá doar para você uma casa quando o Botafogo for campeão brasileiro (acho
que vai demorar). Trata-se de um negócio jurídico sob condição suspensiva.
Enquanto o Botafogo não for campeão, você não adquire o direito ao imóvel.
E se nesse período alguém invadir o imóvel?
Você, titular de um direito eventual (sob condição), poderá mover ações para proteger o imóvel
e retirar o invasor.
Certo.
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074. O dolo essencial torna o negócio jurídico nulo, enquanto o dolo acidental somente obriga
o pagamento de indenização pelas perdas e danos.
O dolo essencial torna o negócio anulável e enseja indenização por perdas e danos. Vide art.
145 do CC:
Art. 145 do CC. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
O dolo acidental não é causa de anulabilidade por não interferir diretamente na declaração de
vontade, mas enseja indenização por perdas e danos.
Art. 146 do CC. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Errado.
075. O negócio jurídico realizado sob condição suspensiva deverá ser considerado válido se,
antes do implemento dessa condição, o objeto, inicialmente impossível, se tornar possível.
Realmente a condição suspensiva impossível invalida o negócio jurídico, pois como ela nunca
irá ocorrer, o negócio nunca produzirá efeitos. Vide art. 123 do CC.
076. A cláusula que deriva da vontade das partes e subordina o negócio jurídico a evento futu-
ro e certo é denominada condição.
Denomina-se condição a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro
e incerto.
Errado.
077. O terceiro que exercer coação que vicie o negócio jurídico responderá integralmente pelas
perdas e pelos danos causados ao coacto, ainda que a parte a quem aproveite a coação dela
tenha ou deva ter conhecimento.
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A coação exercida por terceiro é aquela oriunda de uma terceira pessoa que não é parte no ne-
gócio jurídico. Só será causa de anulabilidade do negócio jurídico quando a parte beneficiada
souber ou tiver a possibilidade de saber sobre a sua existência.
Vejamos inicialmente os arts. 153 e 154 do CC.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter
conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e
danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que apro-
veite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as
perdas e danos que houver causado ao coacto.
Percebe-se que a questão tem como base legal o art. 154 do CC que trata da obrigação solidá-
ria pelas perdas e danos entre aquele que faz a coação e o agente por ela beneficiado.
Sendo assim, não se trata de uma responsabilidade integral, mas sim solidária e, por isso, o
gabarito inicial dado pela banca CESPE foi de que a assertiva estava errada.
Entretanto, o gabarito foi alterado de E para C e esta foi a justificativa:
“A afirmação feita no item está correta, visto que a solidariedade não retira a responsabilidade
pela integralidade da dívida. Deste modo, opta‐se pela alteração de seu gabarito.”
Particularmente eu discordo dessa alteração, mas, infelizmente, coisas desse tipo acontecem
em concursos.
Certo.
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Nessa situação, se, depois de algum tempo, o locador quiser rescindir o contrato, ele poderá
valer-se das normas referentes à locação comercial, mais favoráveis ao proprietário, pois o
Código Civil dispõe que, nas declarações de vontade, se atenderá mais ao sentido literal da
linguagem do que à intenção nelas consubstanciada.
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representan-
te, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado
por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.
Estudamos que, como regra, o negócio celebrado consigo mesmo é anulável. Uma situa-
ção excepcional em que ocorre a validade do negócio consigo mesmo é encontrada no art.
685 do CC.
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula “em causa própria”, a sua revogação não terá eficácia,
nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar
contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as
formalidades legais.
b) Certa. Outra questão que tem como base legal o art. 110 do CC que trata da reserva mental.
Art. 110 do CC. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva men-
tal de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
c) Errada. O negócio jurídico nulo, ao ser desconstituído, gera efeitos ex tunc, ou seja, todo ele
é desfeito sem que gere nenhum efeito. A assertiva trata dos efeitos ex nunc, inerentes ao ne-
gócio anulável.
d) Errada. Veremos na próxima aula que o prazo inicial para a contagem do prazo prescricional
se dá com a violação do direito.
e) Errada. Em desacordo com o art. 112 do CC.
Art. 112 do CC. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do
que ao sentido literal da linguagem.
Letra b.
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079. A venda de imóvel no valor de cem mil sem escritura pública é nula e insuscetível de con-
versão em outro negócio por afrontar formalidade prevista em lei.
Realmente a venda do imóvel em questão, em decorrência do valor, é nula por ter sido feito
sem escritura pública (vide art. 108 do CC). Entretanto, segundo prevê o art. 170 do CC, é pos-
sível a conversão.
Art. 170 do CC. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este
quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto
a nulidade.
Errado.
080. No âmbito dos negócios jurídicos relativos a objetos divisíveis, somente poderá invocar
a incapacidade relativa de uma das partes quem também fizer parte da avença e se beneficiar
com a invalidade.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
Por ser a incapacidade relativa uma exceção (defesa) pessoal, ela somente poderá ser formu-
lada pelo próprio incapaz ou pelo seu representante. Como a anulabilidade do ato negocial pra-
ticado por relativamente incapaz é um benefício legal para a defesa de seu patrimônio contra
abusos de outrem, apenas o próprio incapaz ou seu representante legal o deverá invocar.
Errado.
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A assertiva tem fundamento no art. 105 do CC. Dessa forma, a incapacidade relativa de uma
das partes não pode ser invocada pela outra em benefício. Se uma pessoa firmar negócio com
um relativamente incapaz, somente o incapaz poderá pleitear a anulação alegando a incapaci-
dade. A parte capaz até pode pleitear a anulação, mas utilizando outros fundamentos diferen-
tes da incapacidade (ex.: erro, solo, lesão, coação etc.).
Errado.
Utilizando os comentários da questão anterior, Carlos, por ser maior e capaz, não poderá
pleitear a anulação do negócio, pois tal direito não assiste ao beneficiado, mas somente ao
prejudicado.
Errado.
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Art. 156 do CC. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de sal-
var-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.
Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
A fraude contra credores (vício social) constitui a prática maliciosa pelo devedor insolvente
(aquele cujo patrimônio passivo é superior ao patrimônio ativo) de atos que desfalcam o seu
patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos
direitos creditórios alheios.
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Art. 158 do CC. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar
o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anu-
lados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
Sendo assim, a situação apresentada configura uma espécie de fraude contra credores.
Letra c.
Segundo a Profª. Maria Helena Diniz, a fraude contra credores possui dois elementos:
1) eventus damini (elemento objetivo): é todo ato prejudicial ao credor por tornar o devedor
insolvente ou por ter sido realizado em estado de insolvência, ainda quando o ignore, ou ante o
fato de a garantia tornar-se insuficiente depois de executada; e
2) consilium fraudis (elemento subjetivo): é a má-fé, a intenção de prejudicar do devedor ou do
devedor aliado a terceiro, ilidindo os efeitos da cobrança.
Quando o ato prejudicial ao credor for gratuito (transmissão gratuita e remissão de dívidas), en-
tão, para que os credores prejudicados com o ato tenham o direito de anular, não é necessário
que se prove a má-fé (consilium fraudis). Ou seja, nos negócios gratuitos o elemento subjetivo
é desnecessário para se caracterizar a fraude contra credores.
Entretanto, nos negócios onerosos é necessário que se prove a má-fé (consilium fraudis).
Errado.
A partir do momento em que Pedro ficou sem patrimônio para garantir o pagamento de suas
dívidas, configurou-se a insolvência.
Entretanto, como a compra e venda é um negócio oneroso, a má-fé de Pedro não pode ser
presumida.
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Errado.
087. Considere que Roberto, com o objetivo de fraudar seus credores, tenha alienado seus
bens a Flávio. Nessa situação, o prazo decadencial para que esse negócio seja anulado será
contado do dia em que os credores tiverem ciência da alienação dos bens.
Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
O marco inicial de contagem do prazo foi mencionado de forma errônea pela banca.
Errado.
088. Considere que Cláudio tenha vendido seu veículo, por R$ 35.000,00, à sua irmã Matilde.
Nessa situação hipotética, o negócio jurídico é classificado como aquisição por ato inter vivos,
derivada, bilateral, a título oneroso e consensual.
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A simulação representa um acordo de vontade entre as partes para dar existência real a um
negócio jurídico fictício, ou então para ocultar o negócio jurídico realmente realizado, com o
objetivo de violar a lei ou enganar terceiros.
Letra c.
090. Negócio jurídico bifronte é o que tanto pode ser gratuito quanto oneroso, cabendo às par-
tes contratantes convencionarem como ele irá ocorrer.
O negócio bifronte pode ser gratuito ou oneroso, de acordo com a vontade das partes (ex.: o
depósito → se eu peço para o meu vizinho guardar meu carro enquanto eu viajo, o depósito
pode ser pago ou não.)
Certo.
Art. 167 do CC. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
Certo.
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092. Será considerada não escrita, invalidando o negócio jurídico como um todo, cláusula de
negócio jurídico que estabeleça um encargo ilícito ou impossível, se esse não for o motivo
determinante do ato.
Art. 137 do CC. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
A regra é que o encargo ilícito ou impossível seja considerado não escrito, sendo mantida a
validade do negócio jurídico. Porém, se o encargo ilícito ou impossível for a razão determinante
da liberalidade (motivo principal do negócio), o ato negocial será invalidado.
Errado.
Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Letra c.
094. É anulável o negócio jurídico se a lei proibir a sua prática, sem cominar sanção.
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Errado.
095. No negócio jurídico unilateral, está presente apenas uma declaração de vontade, sendo
desnecessária a aceitação de outrem para que produza efeitos.
096. Ocorre a lesão quando uma pessoa, em premente necessidade ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, exigindo-
-se, para a sua configuração, ainda, o dolo de aproveitamento, conforme a doutrina majoritária.
Art. 156 do CC. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de sal-
var-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Errado.
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097. O silêncio de uma das partes pode, excepcionalmente, representar anuência, se as cir-
cunstâncias ou os usos o autorizarem e não for necessária a declaração expressa de vontade.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for
necessária a declaração de vontade expressa.
Certo.
098. O juiz pode pronunciar a nulidade do negócio jurídico quando conhecer o seu conteúdo e
seus efeitos, assim como pode supri-la, a requerimento da parte.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.
Como o juiz pode pronunciar-se de ofício quanto à nulidade, não há necessidade de requeri-
mento dos interessados.
Errado.
099. Embora o princípio do aproveitamento do ato nulo ou anulável tenha amparo no Código
Civil, somente será possível a decretação da nulidade parcial do contrato, resguardando-se a
parte válida, se esta puder subsistir autonomamente.
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o pre-
judicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das
obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Certo.
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Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo de-
vedor, ciente do vício que o inquinava.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamen-
te os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 108 do CC. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos ne-
gócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 140 do CC. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão de-
terminante.
Letra e.
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Se José, em ação judicial, alegar que a constituição da Associação X se deu mediante simu-
lação, apenas para arrecadar taxas de associados, o juiz poderá decretar a anulabilidade dos
seus atos, determinando a sua extinção.
A simulação que representa um acordo de vontade entre as partes para dar existência real a
um negócio jurídico fictício, ou então para ocultar o negócio jurídico realmente realizado, com
o objetivo de violar a lei ou enganar terceiros.
Certo.
Errado.
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104. O negócio jurídico nulo pode ser convertido em outro negócio jurídico válido se os requi-
sitos da substância e forma desse último estiverem presentes e se o fim que objetivavam as
partes permitir supor que teriam desejado a conversão caso tivessem previsto a nulidade.
Conforme a tabela reproduzida na questão anterior e segundo o art. 170 do CC, é possível a
conversão do negócio nulo.
Art. 170 do CC. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este
quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto
a nulidade.
Certo.
105. As condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível, anulam
o negócio jurídico a que estão vinculadas.
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer
coisa impossível.
Já estudamos que negócio jurídico nulo é passível de conversão quando houver vício na forma,
o que não é o caso.
Sendo assim, o compromisso de compra e venda fictício representa uma espécie de simula-
ção, não sendo possível a conversão.
Certo.
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Na situação apresentada temos duas pessoas que podem ser testemunha de Pedro:
• Lucia: mãe de Pedro (ascendente); e
• Maria: prima de Pedro (colateral em 4º grau).
Sendo assim, por Lúcia ser ascendente, em regra, ela não poderá testemunhar, conforme prevê
o art. 228, V do CC.
Por outro lado, como Maria é parente colateral em 4º grau, ela pode livremente ser testemunha,
tendo em vista que a vedação fica limitada ao 3º grau.
Finalizando, conforme prevê o art. 228, § 1º do CC, se apenas Lucia (mãe) conhecer o fato, ela
poderá ser admitida como testemunha.
Certo.
Os Fatos Jurídicos Naturais (ou em sentido estrito) são aqueles provenientes de fenômenos
naturais, sem a intervenção da vontade humana, e que produzem efeitos jurídicos.
Letra d.
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Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Letra b.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
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Errado.
“Ficando demonstrado que o negócio tem caráter unitário, que as partes só teriam celebrado se
válido fosse em seu conjunto, sem possibilidade de divisão ou fracionamento, não se pode cogitar
de redução, e a invalidade é total.” RECURSO ESPECIAL n. 981.750-MG.
No mesmo acórdão, a min. relatora faz menção ao art. 184, CC, como norma reguladora do
assunto. Podemos perceber que houve uma interpretação a contrário sensu:
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o preju-
dicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obri-
gações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Sendo assim, podemos concluir que se o negócio jurídico é unitário, o vício que o inquina o
torna inválido no todo.
Certo.
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A lesão, prevista no art. 157 do CC, é um vício de consentimento decorrente do abuso praticado
em situação de desigualdade de um dos contratantes, por estar sob premente necessidade, ou
por inexperiência, com o objetivo de protegê-lo diante do prejuízo sofrido na conclusão de um ne-
gócio jurídico em decorrência da desproporção existente entre as prestações das duas partes.
Letra b.
Art. 136 do CC. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando ex-
pressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Dessa forma, a partir do momento em que for aberta a sucessão, o domínio e a posse dos bens
transmitem-se imediatamente aos herdeiros nomeados, com a obrigação de cumprir o encar-
go a eles imposto. Se esse encargo não for cumprido, a liberalidade poderá ser revogada. Ou
seja, se uma pessoa recebe um terreno como herança, com o encargo de construir um asilo em
tal terreno, a propriedade do terreno é adquirida antes da construção do asilo, pois o encargo
(construção do asilo) não suspende a aquisição do direito (propriedade do terreno).
Certo.
Certamente houve dolo na atitude de Pedro, entretanto devemos nos atentar que João estava
decidido a comprar o automóvel. Dessa forma, podemos concluir que o dolo de Pedro é consi-
derado acidental e, dessa forma, não é capaz de anular (invalidar) o negócio jurídico.
O art. 146 do CC assevera que o dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é
acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Errado.
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Art. 123 do CC. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
Art. 124 do CC. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não
fazer coisa impossível.
Dependendo do tipo de condição impossível temos efeitos distintos para o negócio jurídico:
• Condição impossível suspensiva: invalida o negócio jurídico (nulidade absoluta), pois o
evento futuro e incerto nunca vai ocorrer e o negócio nunca vai produzir efeitos;
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Ex.: Vou te dar uma “mesada” quando o Congresso Nacional (CN) suprimir da Constituição
Federal (CF) o direito à vida.
• Condição impossível resolutiva: Considera-se inexistente a condição, pois ela nunca vai
ocorrer e, consequentemente, o negócio continuará produzindo efeitos.
Ex.: Vou te dar uma “mesada”, mas a cancelarei se o Congresso Nacional (CN) suprimir da
Constituição Federal (CF) o direito à vida.
Como o direito à vida é uma cláusula pétrea nunca haverá tal supressão.
CONDIÇÃO IMPOSSÍVEL
SUSPENSIVA Invalida o negócio jurídico
RESOLUTIVA Considera-se inexistente a condição
Letra b.
De acordo com o art. 121 do CC, considera-se condição a cláusula que, derivando exclusiva-
mente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Letra b.
A simulação representa um acordo de vontade entre as partes para dar existência real a um
negócio jurídico fictício, ou então para ocultar o negócio jurídico realmente realizado.
Segundo o art. 167 do CC, é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimu-
lou, se válido for na substância e na forma.
Letra a.
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Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressa-
mente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Certo.
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Temos dois grandes tipos de erros. O erro substancial é aquele de tal importância que, se
fosse conhecida a verdade, o consentimento não se externaria. Ou seja, funciona como ra-
zão determinante para a realização do negócio jurídico e, por isso, é causa de anulabilidade.
Diferente é o erro acidental, onde se fosse conhecida a verdade, ainda assim o ato negocial
se realizaria, embora de maneira menos onerosa. O erro acidental não provoca a anulação do
negócio jurídico.
Letra d.
Art. 167 do CC. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se
conferem, ou transmitem;
II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
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Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi
celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte
favorecida concordar com a redução do proveito.
Nesse caso, conforme dispõe o § 2º, é possível a anulação do negócio, bem como a sua revi-
são judicial.
Letra c.
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A situação narra uma hipótese de estado de perigo (art. 158 do CC). Nesse caso, é neces-
sário o dolo de aproveitamento, ou seja, o conhecimento da situação grave vivenciada pela
outra parte.
Certo.
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A efetivação da colheita é uma condição que subordina a eficácia do negócio. Portanto, trata-se
de uma condição suspensiva.
Letra c.
Art. 110, CC: A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental
de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Certo.
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129. (CESPE/TRT 17ª REGIÃO/AJAJ/2009) O ato ilícito poderá originar ou criar um direito
para quem o comete.
O ato ilícito cria uma obrigação (dever de reparação civil) para quem o comete e não um direito.
Errado.
130. (CESPE/TST/AJAJ/2008) O cientista francês Philippe Charlier trouxe à tona uma revela-
ção inimaginável: os restos mortais da guerreira e mártir francesa Joana d’Arc são falsos — e,
na realidade, podem ser de uma múmia egípcia.
(Isto É, 11/4/2007, p. 75. Com adaptações)
Considerando a notícia acima e a legislação civil brasileira, julgue o item a seguir.
A divulgação da referida descoberta, feita pelo cientista francês à imprensa, classifica-se como
um fato jurídico stricto sensu.
A revelação do cientista tem repercussão histórica, mas não afeta o mundo jurídico. Desta
forma, temos um simples fato histórico e não um fato jurídico.
Errado.
O vendaval que destrói uma casa é um fato jurídico extraordinário, por ser natural e imprevisível.
O negócio jurídico é um fato jurídico humano que se relaciona com o princípio da autonomia
de vontades.
Errado.
132. O negócio jurídico, para ser válido, deverá ter agente capaz, objeto lícito, possível, determi-
nado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei.
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133. Em regra, a forma da declaração de vontade válida será livre, independentemente de for-
ma especial, salvo quando a lei expressamente a exigir.
Em regra, os negócios jurídicos são informais, podendo os agentes adotar a forma que bem
lhes aprouver (princípio da liberalidade das formas). Vide art. 107 do CC.
Art. 107 do CC. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quan-
do a lei expressamente a exigir.
Certo.
134. A escritura pública constitui formalidade essencial para a validade de todos os negócios
jurídicos que envolvem direitos reais sobre imóveis, qualquer que seja o seu valor.
Art. 108 do CC. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos ne-
gócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Errado.
A doação em questão está sujeita a uma condição suspensiva (ser aprovada e cursar a facul-
dade de Administração no estado vizinho). Sendo assim, devemos observar o art. 125 do CC:
Art. 125 do CC. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto
esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Letra c.
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Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo de-
terminante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for malicio-
samente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a
condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
e) Certa. Conforme prevê o art. 125 do CC (reproduzido na questão anterior), no negócio jurídi-
co sujeito a uma condição suspensiva, enquanto não for implementada a condição, a parte não
adquire o direito estipulado.
Letra e.
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Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido
praticar os atos destinados a conservá-lo.
Letra d.
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Art. 148 do CC. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem
aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negó-
cio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
O dolo de terceiro é aquele oriundo de uma terceira pessoa que não é parte no negócio jurídi-
co. Só será causa de anulabilidade do negócio jurídico quando a parte beneficiada souber ou
tiver a possibilidade de saber sobre a sua existência, tal como no caso de terceiro que utiliza o
artifício a mando de um dos contratantes.
Letra e.
Art. 156 do CC. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de sal-
var-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.
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Novamente caracterizou-se uma situação de estado de perigo por haver risco de dano pessoal
à Daniela.
Sendo assim, por meio do art. 171, II do CC, percebemos que se trata de um negócio anulável.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Quanto ao prazo para ingressar com a ação anulatória, devemos recorrer ao art. 178, II do CC.
Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Letra a.
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Diferentemente do estado de perigo, que caracteriza uma situação de risco de dano pessoal,
temos a lesão, que caracteriza uma situação de dano patrimonial.
IMPORTANTE!
ESTADO DE PERIGO: decorre do risco de dano a uma pessoa
LESÃO: decorre do risco de dano ao patrimônio
Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Sendo assim, por meio do art. 171, II do CC, percebemos que se trata de um negócio anulável.
Letra e.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sobre os prazos decadenciais para se pleitear a anulação do negócio jurídico, vejamos a ques-
tão no art. 178 do CC.
Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Letra e.
A simulação absoluta ocorre quando as partes não pretendem realizar a celebração de qual-
quer negócio jurídico. Ou seja, há um acordo simulatório em que as partes pretendem que o
negócio não produza nenhum efeito de modo a não produzir eficácia jurídica.
Letra e.
145. (FGV/SEFIN-RO/AUDITOR FISCAL/2018) Bueno, servidor público, está com graves pro-
blemas financeiros diante da falta de pagamento regular de seus salários. Com débitos em
atraso no cartão de crédito e tendo sido negativado no sistema de proteção ao crédito, ele
precisa de empréstimos para saldar suas dívidas mais prementes. Para isso, procura uma
instituição financeira que aceita conceder empréstimos a pessoas na sua condição e assina
contrato de mútuo de fins econômicos, cuja prestação em favor da mutuante é manifestamen-
te desproporcional à prestação conferida ao mutuário.
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Em face dessa situação, quanto ao negócio jurídico celebrado por Bueno, é correto afir-
mar que ele é
a) nulo por coação por parte da mutuante e o receio de dano iminente e considerável à pessoa
do mutuário e aos seus bens.
b) plenamente válido, por se tratar de contrato de adesão, quando não é dado ao aderente dis-
cutir ou modificar o conteúdo das estipulações.
c) anulável por ocorrência de lesão, diante da premente necessidade do devedor, que se obri-
gou a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
d) plenamente válido, por se tratar de exercício da liberdade contratual e da força obrigatória
dos contratos (pacta sunt servanda).
e) anulável por ocorrência de estado de perigo, diante da necessidade de o devedor quitar seus
débitos e eliminar a negativação de seu nome.
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Letra c.
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Dicler Ferreira
Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São Paulo e atual
Conselheiro Substituto do TCM-RJ (aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado nos concursos de
Auditor-Fiscal do Estado do Rio Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-AM. Ministra aulas das
disciplinas Direito Civil, Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.
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