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DIREITO CIVIL

Fatos Jurídicos

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO CIVIL
Fatos Jurídicos

Sumário
Dicler Ferreira

Fatos Jurídicos.................................................................................................................................. 4
1. Conceito de Fato Jurídico............................................................................................................ 4
1.1. Nascimento de Direito (Aquisição).. ....................................................................................... 5
1.2. Subsistência de Direitos (Conservação).. ............................................................................. 5
1.3. Modificação de Direitos. . ......................................................................................................... 5
1.4. Extinção de Direitos................................................................................................................. 5
2. Classificação dos Fatos Jurídicos.. ........................................................................................... 6
3. Classificação dos Negócios Jurídicos...................................................................................... 9
3.1. Quanto às Vantagens............................................................................................................. 10
3.2. Quanto às Formalidades (Forma)....................................................................................... 10
3.3. Quanto ao Conteúdo............................................................................................................... 11
3.4. Quanto à Manifestação de Vontade.................................................................................... 11
3.5. Quanto ao Tempo. . ...................................................................................................................12
3.6. Quanto aos seus Efeitos........................................................................................................12
3.7. Quanto a sua Existência.........................................................................................................13
3.8. Quanto ao Exercício dos Direitos.. .......................................................................................13
4. Interpretação dos Negócios Jurídicos. . ................................................................................. 14
4.1. Princípio da Prevalência da Intenção dos Agentes.. .........................................................15
4.2. Interpretação Restritiva dos Negócios Benéficos...........................................................16
5. Representação.. ...........................................................................................................................16
5.1. Negócio Consigo Mesmo. . ....................................................................................................... 17
6. Elementos do Negócio Jurídico. . ............................................................................................. 18
6.1. Agente........................................................................................................................................ 20
6.2. Objeto........................................................................................................................................ 22
6.3. Forma........................................................................................................................................ 23
6.4. Vontade..................................................................................................................................... 25
6.5. Condição................................................................................................................................... 27

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6.6. Termo........................................................................................................................................ 32
6.7. Encargo..................................................................................................................................... 34
6.8. Reserva Mental. . ..................................................................................................................... 36
7. Defeitos e Invalidade do Negócio Jurídico. . .......................................................................... 37
7.1. Erro ou Ignorância................................................................................................................... 38
7.2. Dolo............................................................................................................................................ 41
7.3. Estado de Perigo..................................................................................................................... 45
7.4. Lesão......................................................................................................................................... 45
7.5. Coação....................................................................................................................................... 47
7.6. Fraude contra Credores. . ....................................................................................................... 50
7.7. Simulação. . ................................................................................................................................ 52
8. Nulidade x Anulabilidade......................................................................................................... 56
9. Conversão do Negócio Jurídico Nulo..................................................................................... 59
10. Prova do Negócio Jurídico.......................................................................................................61
Resumo.............................................................................................................................................68
Questões Comentadas em Aula..................................................................................................80
Questões de Concurso.................................................................................................................. 83
Gabarito........................................................................................................................................... 115
Gabarito Comentado.................................................................................................................... 117

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FATOS JURÍDICOS
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões Comentadas
Prof. Dicler Forestieri Ferreira

1. Conceito de Fato Jurídico


Os fatos jurídicos são acontecimentos, previstos em norma de direito, em razão dos quais
nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas.
Ou seja, nem todos os fatos da vida humana são tidos como juridicamente relevantes. Fa-
tos como respirar não são capazes de influenciar a esfera jurídica das pessoas e das coisas.
Sendo assim, esta aula trata dos fatos que possam trazer consequências para o mundo jurídi-
co, seja nascendo, modificando, subsistindo ou extinguindo direitos.
Para esclarecimento, as três categorias de fenômenos estudados até agora na teoria geral
do Direito Civil:

Muitos alunos me perguntam na aula presencial a diferença entre fato jurídico e ato jurídi-
co. Pois bem, os atos jurídicos são espécies de fatos jurídicos. Mais adiante abordaremos a
diferença com detalhes.
A seguir, temos alguns esclarecimentos quanto aos conceitos de nascimento, subsistên-
cia, modificação e extinção de direitos.

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1.1. Nascimento de Direito (Aquisição)


A aquisição de um direito ocorre com a sua incorporação ao patrimônio e à personalidade
do particular. Pode ser classificada de várias formas:
• Originária: ocorre sem interferência de um titular anterior (ex.: usucapião);
• Derivada: decorre da transferência feita por outra pessoa (ex.: doação).
• Gratuita: quando só o adquirente aufere vantagens (ex.: herança);
• Onerosa: quando se exige uma contraprestação do adquirente, possibilitando a ambos
a obtenção de benefícios (ex.: Compra e venda);
• A título singular: Se refere a bens determinados, seja a título inter vivos ou a título causa
mortis (ex.: Compra e venda);
• A título universal: quando o adquirente sucede o antecessor na totalidade de seus direi-
tos (ex.: herdeiro)

1.2. Subsistência de Direitos (Conservação)


Para resguardar ou conservar seus direitos, muitas vezes o titular necessita tomar certas
medidas ou providências preventivas (ex.: a garantia de uma dívida por uma hipoteca ou um
aval) ou repressivas (ex.: ação), judiciais ou extrajudiciais.
A defesa privada de direitos só é admitida excepcionalmente, pois pode levar a excessos.
Como exemplo de exceção destaca-se a legítima defesa da posse (art. 1.210, § 1º do CC).

Art. 1.210, § 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria
força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispen-
sável à manutenção, ou restituição da posse.

1.3. Modificação de Direitos


Os direitos nem sempre conservam as suas características iniciais, pois podem sofrer mu-
tações quanto ao objeto (ex.: novação objetiva), quanto aos sujeitos (ex.: Cessão de crédito)
ou quanto a ambos os aspectos.
A novação objetiva, por exemplo, ocorre quando se extingue uma dívida antiga e cria-se
uma dívida nova em seu lugar com alteração do objeto. É o que ocorre quando uma pessoa
deve um carro para alguém e ambos resolvem extinguir essa dívida e criar uma outra dívida
trocando o objeto carro por uma casa.

1.4. Extinção de Direitos


Um direito pode se extinguir por diversas razões. Dentre elas destacam-se:
• o perecimento do objeto;
• a morte do titular do direito;
• a alienação do objeto;
• a prescrição;
• a decadência etc.

Dessa forma, as quatro espécies mencionadas representam a ocorrência de um fato jurídico.


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2. Classificação dos Fatos Jurídicos


Os fatos jurídicos dividem-se em dois grandes grupos: o grupo dos fatos naturais e o grupo
dos fatos humanos.
Assim, em sentido estrito (“stricto sensu”), o fato jurídico seria um acontecimento natural,
podendo ser ordinário, como o nascimento, a maioridade, a morte; ou extraordinário, como o
caso fortuito ou de força maior, que são eventos imprevisíveis e inevitáveis (exemplos: terre-
motos e tempestades).
Em sentido amplo, abrange acontecimentos decorrentes de ações humanas, como por
exemplo, doações e contratos entre as partes. Os fatos jurídicos decorrentes de ações huma-
nas (também denominados atos) se classificam em: ato jurídico em sentido amplo (ou ato
lícito), e ato ilícito (ou involuntário).
Vejamos o seguinte esquema:

Então, de forma mais detalhada, vejamos as definições sobre os fatos jurídicos:

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1. Fatos Jurídicos Naturais (ou em sentido estrito): São aqueles provenientes de fenôme-
nos naturais, sem a intervenção da vontade humana, e que produzem efeitos jurídicos. Podem
ser ordinários ou extraordinários:
• Ordinários: São aqueles que normalmente acontecem (previsíveis) e produzem efeitos
relevantes para o direito (ex.: nascimento, maioridade, morte, decurso de tempo – pres-
crição e decadência – etc.);
• Extraordinários: São aqueles que chamamos de caso fortuito e força maior (imprevi-
síveis), tendo importância para o direito porque excluem qualquer responsabilidade
(exemplo: desabamento de um edifício em razão de fortes chuvas, incêndio de uma
casa provocado por um raio, naufrágio de uma embarcação decorrente de um maremo-
to etc.).

2. Fatos Humanos: São acontecimentos que dependem da vontade humana, abrangendo


tanto os atos lícitos como os ilícitos. Os atos lícitos também são chamados de atos jurídicos
em sentido amplo. Os fatos humanos podem ser atos ilícitos ou atos lícitos:
• Atos Ilícitos: São os que têm relevância para o direito por gerarem obrigações e deveres
para quem os pratica. Serão estudados em outra aula. Porém, cabe sabermos que são
tratados nos arts. 186 e 187 do CC.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamen-
te os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
• Atos Lícitos (ato jurídico em sentido amplo): a consequência da prática de um ato lícito
é a obtenção do direito, o que acarreta a produção de efeitos jurídicos desejados pelo
agente. Dividem-se no ato jurídico em sentido estrito e no negócio jurídico. Entretanto, o
Código Civil destinou apenas um artigo aos atos lícitos (art. 185 do CC), atribuindo-lhes
o mesmo tratamento dos negócios jurídicos.

Art. 185 do CC. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que cou-
ber, as disposições do Título anterior.

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• Ato jurídico em sentido estrito: gera consequências jurídicas previstas em lei e não pe-
las partes interessadas, não havendo regulamentação da autonomia privada. Ou seja,
é aquele que surge como um mero pressuposto de efeito jurídico preordenado pela lei
sem função e natureza de autorregulamento. Classificam-se em dois tipos: atos mate-
riais ou reais e participações.
• Atos materiais ou reais: Consistem numa atuação de vontade que lhes dá existência
imediata, pois não se destinam ao conhecimento de determinada pessoa; dessa forma,
é correto afirmar que os atos materiais ou reais não possuem destinatário (ex.: fixação
de domicílio, a transferência de domicílio, o achado de tesouro, a percepção de frutos,
pagamento indevido etc.).
• Participações: Consistem em declarações para a ciência ou comunicação de intenções
ou de fatos; ou seja, o sujeito pratica o ato para dar conhecimento a outrem. Conclui-se
que possuem destinatário (ex.: intimação – ato pelo qual alguém participa a outrem a
intenção de exigi-lo certo comportamento –, notificação – ato pelo qual alguém cien-
tifica a outrem fato que a este interessa conhecer –, interpelação – ato do credor em
atenção ao devedor –, oposição – ato pelo qual alguém impugna a realização de evento
futuro – etc.).
• Negócio Jurídico: é o ato de autonomia de vontade, com a qual o particular regula por
si os próprios interesses, logo, podemos afirmar que a sua essência é a autorregula-
ção dos interesses particulares reconhecida pelo ordenamento jurídico (ex.: Contrato de
compra e venda, fazer um testamento, locar uma casa etc.).

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Do esquema gráfico apresentado, o Código Civil dedica especial tratamento aos negócios
jurídicos (arts. 104 a 184 do CC). Entretanto, não basta a simples leitura dos dispositivos ora
citados para acertar as questões do concurso, tendo em vista que o assunto é “recheado” de
conceitos doutrinários. Dessa forma, iremos abordar o assunto associando os artigos mais
cobrados em prova com a teoria desenvolvida pela doutrina sempre focalizando no nosso ob-
jetivo: acertar a questão e ser aprovado.
Uma boa parcela da doutrina indica ainda a existência de mais uma categoria de fatos jurí-
dicos. Trata-se do ato-fato jurídico.
Nos atos-fatos jurídicos a vontade humana é irrelevante, o que importa é o resultado pro-
duzido. Nestes casos o elemento psíquico pouco importa, ou seja, não é relevante que o ato-fa-
to jurídico tenha sido praticado por um incapaz, pois não haverá invalidade. Exemplo disto é um
louco encontrar um tesouro. Ele não tinha intenção de encontrar o tesouro, mas o encontrou.
Para o ordenamento importa que ele o achou, e independentemente do agente ser capaz e da
intenção dele, ainda assim serão aplicadas as normas do art. 1264 do Código Civil.

Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será

dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.

Enfim, independentemente de um louco ter achado o tesouro, ele será dono de parte dele.

3. Classificação dos Negócios Jurídicos


Negócios jurídicos são os atos praticados por atuação da vontade e para cujos efeitos a lei
reserva um espaço mais amplo dentro do qual a vontade pode atuar. Embora possa a lei regu-
lar a prática do negócio, bem como alguns de seus efeitos, o sujeito tem uma margem maior
para dispor sobre eles do que tem em se tratando de ato jurídico voluntário.
Exemplo de negócio jurídico são os contratos em suas infinitas espécies. O sujeito que
deseja vender um bem se alia a outro, que quer adquiri-lo, e ambos celebram contrato de com-
pra e venda, podendo livremente dispor sobre o objeto, o preço, a forma, o tempo e o lugar do
pagamento etc.
Em decorrência do extenso universo que abrange os negócios jurídicos, eles podem ser en-
carados e agrupados por classes, com diversidade de regimes legais, segundo vários critérios.
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3.1. Quanto às Vantagens


Quanto às vantagens que produzem: os negócios jurídicos podem ser gratuitos, onerosos,
bifrontes e neutros.
• gratuito: as partes objetivam benefício ou enriquecimento patrimonial sem qualquer
contraprestação (ex.: doação – a parte que recebe a doação não realiza uma contra-
prestação.);
• oneroso: as partes objetivam, reciprocamente, obter vantagens para si ou para outrem
(ex.: Compra e venda – deve-se pagar o preço para se obter a coisa.). Subdivide-se em:

a) comutativos: de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vanta-


gens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não
envolvem nenhum risco; e
b) aleatórios: Caracterizam -se pela incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e
sacrifícios que deles pode advir. É que a perda ou lucro dependem de um fato futuro e imprevi-
sível. O risco é da essência do negócio, como no jogo e na aposta.
• bifronte: pode ser gratuito ou oneroso, de acordo com a vontade das partes (ex.: o de-
pósito – se eu peço para o meu vizinho guardar meu carro enquanto eu viajo, o depósito
pode ser pago ou não.); e
• neutro: lhe falta uma atribuição patrimonial, pois consiste em atribuir a um bem uma
destinação específica (ex.: ato de instituição de bem de família, vincular bens com cláu-
sula de incomunicabilidade ou inalienabilidade etc.).

3.2. Quanto às Formalidades (Forma)


Quanto às formalidades: os negócios jurídicos podem ser solenes ou não solenes.
• solene: requer para a sua existência uma forma especial prescrita em lei (ex.: testamen-
to); e
• não solene: não exige forma legal para que ocorra a sua efetivação (ex.: Compra e venda
de bem móvel).

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3.3. Quanto ao Conteúdo


Quanto ao conteúdo: os negócios jurídicos podem ser patrimoniais ou extrapatrimoniais.
• patrimonial: versa sobre questões suscetíveis de aferição econômica (ex.: Compra e
venda); e
• extrapatrimonial: versa sobre questões não suscetíveis de aferição econômica (ex.:
questões relacionadas aos direitos personalíssimos e ao direito de família).

3.4. Quanto à Manifestação de Vontade


Quanto à manifestação de vontade: os negócios jurídicos podem ser unilaterais, bilaterais
ou plurilaterais.
• unilateral: o ato volitivo (declaração de vontade) provém de um ou mais sujeitos, desde
que estejam no mesmo pólo da relação jurídica (ex.: testamento, promessa de recom-
pensa etc.). Subdividem -se em:

a) receptícios: aqueles em que a declaração de vontade tem de se tornar conhecida do


destinatário para produzir efeitos, como sucede na denúncia ou resilição de um contrato e na
revogação de mandato; e
b) não receptícios: aqueles em que o conhecimento por parte de outras pessoas é irrele-
vante, como se dá no testamento e na confissão de dívida.
• bilateral ou plurilateral: a declaração volitiva emana de duas ou mais pessoas oriundas
de pólos diferentes na relação jurídica. Pode ser:

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− a) simples: quando concede benefício a uma das partes e encargo à outra (ex.: doa-
ção, depósito gratuito etc.); e
− b) sinalagmático: quando confere vantagens e ônus a ambos os sujeitos (ex.: Compra
e venda, locação etc.).

3.5. Quanto ao Tempo


Quanto ao tempo em que produzem seus efeitos: os negócios jurídicos podem ser inter
vivos ou mortis causa.
• inter vivos: acarreta consequência jurídica enquanto o interessado ainda está vivo (ex.:
doação, troca etc.); e
• mortis causa: regula relações de direito após a morte do sujeito (ex.: testamento, legado etc.).

3.6. Quanto aos seus Efeitos


Quanto aos seus efeitos: os negócios jurídicos podem ser constitutivos ou declaratórios.
• constitutivo: a eficácia opera efeitos ex nunc, ou seja, a partir do momento da conclusão
(ex.: Compra e venda); e
• declaratório: a eficácia opera efeitos ex tunc, ou seja, retroage e se efetiva a partir do
momento em que se operou o fato a que se vincula a declaração de vontade (ex.: divisão
do condomínio, partilha, reconhecimento de filhos etc.).

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3.7. Quanto a sua Existência


Quanto à sua existência: os negócios jurídicos podem ser principais e acessórios.
• principal: é aquele que existe por si mesmo, independente de qualquer outro (ex.: loca-
ção); e
• acessório: é aquele cuja existência se subordina ao negócio principal (ex.: fiança.).

3.8. Quanto ao Exercício dos Direitos


Quanto ao exercício dos direitos: os negócios jurídicos podem ser negócios de disposição
ou negócios de simples administração.
• negócio de disposição: implica o exercício de amplos direitos sobre o objeto (ex.: doa-
ção); e
• negócio de simples administração: Concerne ao exercício de direitos restritos sobre o
objeto, sem que haja alteração em sua substância (ex.: locação de uma casa – o inquili-
no não pode vender a casa, pois tem apenas a posse.).

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001. (VUNESP/PREFEITURA DE ILHABELA-SP/ANALISTA: DIREITO/2020) O mandato é um


negócio jurídico
a) comutativo.
b) neutro.
c) bifronte.
d) aleatório.
e) bilateral simples.

Segundo o art. 653 do CC, opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para,
em seu nome, praticar atos ou administrar interesses.
Tendo em vista que o contrato de mandato pode ser oneroso ou gratuito, somente se aplica a
classificação comutativo se for oneroso.
Não se trata de um contrato neutro, pois pode ser oneroso ou gratuito.
Realmente o mandato é um negócio bifronte, pois pode ser oneroso ou gratuito.
Tendo em vista que o contrato de mandato pode ser oneroso ou gratuito, somente se aplica a
classificação aleatório se for oneroso.
O mandato é, em regra, um negócio unilateral, pois o mandante não tem obrigações.
Letra c.

4. Interpretação dos Negócios Jurídicos


Não só a lei, mas o negócio jurídico também precisa ser interpretado, pois as suas cláusu-
las podem não ser muito claras. Dessa forma, a parte geral do Código Civil adota três impor-
tantes princípios para a interpretação dos negócios jurídicos:
• Princípio da prevalência da intenção dos agentes;
• Princípio da boa-fé;
• Princípio da interpretação restritiva dos negócios benéficos.

Interpretar o negócio jurídico é, portanto, precisar o sentido e alcance do conteúdo da de-


claração de vontade. Busca -se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna,
psicológica, mas a vontade objetiva, o conteúdo, as normas que nascem da sua declaração.
Vamos estudar o conceito de cada um deles:

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4.1. Princípio da Prevalência da Intenção dos Agentes


Nos negócios escritos parte-se da declaração de vontade escrita para se chegar à vontade
dos contratantes. Entretanto, quando uma determinada cláusula se mostra obscura e passível
de dúvida, alegando um dos contratantes que não representa fielmente a vontade manifestada
por ocasião da celebração do negócio, temos que a vontade prevalece sobre o sentido literal
da linguagem, nos moldes do art. 112 do CC.

Art. 112 do CC. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do
que ao sentido literal da linguagem.

002. (CEBRASPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2021) Nas declarações de


vontade, importa mais a vontade real do que a declarada, prevalecendo a teoria da confiança.

A assertiva está em conformidade com o art. 112 do CC.


Certo.

O art. 113 do CC ressalta que os intérpretes devem presumir que os contratantes procedem
com lealdade e que tanto a proposta como a aceitação ocorreram dentro da regra da boa-fé.
Tal artigo foi recentemente alterado pela Lei n. 13.874/2019 (Declaração dos Direitos de Liber-
dade Econômica):

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de
sua celebração.
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:
I – for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;
III – corresponder à boa-fé;
IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e
V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida
das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as in-
formações disponíveis no momento de sua celebração.
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e
de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei.

Houve a inserção dos §§ 1º e 2º em decorrência da nova lei.

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4.2. Interpretação Restritiva dos Negócios Benéficos


O art. 114 do CC trata dos negócios benéficos ou gratuitos, ou seja, quando apenas um dos
contratantes assume obrigações. Um exemplo clássico é a doação que, por representar uma
renúncia de direitos, deve ser interpretada estritamente.

Art. 114 do CC. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.

Existem ainda outros artigos espalhados pelo Código Civil e pela Legislação Especial que
estabelecem regras de interpretação, mas esses são os principais.

5. Representação
Ocorre a representação quando uma pessoa celebra negócios jurídicos em nome de outra.
A representação pode decorrer da lei (representação legal) ou da vontade do representado
(representação voluntária ou convencional). Vide art. 115 do CC.

Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.

Como exemplo de representação legal, temos o art. 1634, VII do CC que trata da situação
em que os pais devem representar os filhos.

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício
do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
VII – representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e
assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;

Como exemplo de representação voluntária, temos aquela pessoa que, por meio de uma
procuração, outorga poderes para que outra a represente, conforme prevê o art. 653 do CC.

Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, prati-
car atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.

O exercício da manifestação de vontade pelo representante deve se limitar aos poderes


a ele conferidos, segundo o art. 116 do CC, sob pena de anulabilidade, conferida pelo art.
119 do CC.

Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos
em relação ao representado.
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o repre-
sentado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da
incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.

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Esta anulabilidade, no entanto, fica subordinada à circunstância de que o excesso de repre-


sentação deve ser do conhecimento do outro contratante, ou que, pelo menos, este deva ter
conhecimento do excesso.
A proteção da boa-fé do terceiro contratante tem fundamento na teoria da aparência.
A teoria da aparência consiste na atribuição, pelo Direito, de valor jurídico a determinados
atos, que em princípio não teriam validade, mas que devem ser considerados válidos para pro-
teger a boa fé e a condução habitual dos negócios.
Sendo assim, se A celebra um negócio com B (representante de C), mesmo que B extrapole
os poderes outorgados por C, caso não seja exigível de A o conhecimento sobre o excesso
praticado, o negócio será valido por conta da teoria da aparência.

Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do represen-
tado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos
atos que a estes excederem.

O art. 118 do CC atribui ao representante a responsabilidade pelos excessos praticados.

Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respec-
tivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código.

Ainda sobre a representação legal e a voluntária, o art. 120 do CC trata dos efeitos que cada
uma produz.

5.1. Negócio Consigo Mesmo


Vejamos o art. 117 do CC:

Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representan-
te, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado
por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.

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Imagine que A, por meio de uma procuração, outorgue poderes para B lhe representar e,
diante de tal situação, B venda para ele mesmo um imóvel de A. Esta hipótese configura que B
celebrou um negócio consigo mesmo.
Como regra, o negócio celebrado consigo mesmo é anulável.
Mas você pode estar se perguntando: Dicler, tem como você me apontar uma exceção em
que o negócio consigo mesmo é válido?
Uma situação de validade do negócio consigo mesmo ocorre por meio do mandato em
causa própria, segundo o art. 685 do CC.

Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula “em causa própria”, a sua revogação não terá eficácia,
nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar
contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as
formalidades legais.

Ou seja, o mandato em causa própria é irrevogável, não se extingue pela morte das partes,
o mandatário (aquele que recebe os poderes) não precisa prestar contas e pode transferir os
bens para si. Trata-se, portanto, de expressa autorização legal para a prática do chamado ne-
gócio consigo mesmo.

NEGÓCIO CELEBRADO CONSIGO MESMO


REGRA É anulável.
EXCEÇÃO Quando houver permissão pela lei ou pelo representado.
Ex.: mandato em causa própria

6. Elementos do Negócio Jurídico


O negócio jurídico para existir e ser válido carece de quatro elementos essenciais. Os três
apontados no art. 104 do CC (agente, objeto e forma) são elementos objetivos, ao passo que
a vontade é um elemento subjetivo. A conjugação dos elementos objetivos com o elemento
subjetivo atribui vida ao ato negocial.

Art. 104 do CC. A validade do negócio jurídico requer:


I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.

Os elementos acidentais (condição, termo e encargo) não são necessários para um negó-
cio jurídico exista e seja válido, porém, podem subordinar a eficácia do negócio jurídico a uma
determinada situação.

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Dessa forma, a tabela da página seguinte permite uma visão geral sobre os elementos do
negócio jurídico. Preste muita atenção nesta tabela, pois ela sintetiza a essência da aula de hoje.

ELEMENTOS
ELEMENTOS ESSENCIAIS
ACIDENTAIS

VALIDADE
EXISTÊNCIA EFICÁCIA
NULO ANULÁVEL VÁLIDO

Absolutamente Relativamente Plenamente


AGENTE
incapaz. incapaz. capaz.

Lícito,
possível,
Ilícito, impossível
OBJETO ------------- determinado
e indeterminável.
ou
determinável.
CONDIÇÃO
Prescrita ou TERMO
Inobservância de
FORMA ------------- não proibida ENCARGO
lei.
por lei.

Erro substancial,
dolo essencial,
Livre, de
VONTADE Simulação, coação moral,
boa-fé e
coação física*. estado de perigo,
consciente.
lesão e fraude
contra credores.
*posição não pacífica na doutrina. Alguns autores defendem que a coação física irresistível acarreta a inexis-
tência do negócio jurídico; outros dizem que ela provoca a nulidade absoluta do ato negocial.

Dentre os elementos essenciais, são comuns a todos os negócios jurídicos a capacidade


do agente, o objeto lícito possível e determinado, além da vontade (consentimento); ao passo
que a forma do ato jurídico e a prova do ato negocial (estudada no fim da aula) são elementos
essenciais particulares, pois podem variar de acordo com a natureza de cada negócio jurídico.
Segue tabela sobre os elementos do negócio jurídico:

agente, objeto e vontade


COMUNS
ELEMENTOS (consentimento).
ESSENCIAIS
PARTICULARES forma e prova do ato negocial.

ELEMENTOS
condição, termo e encargo.
ACIDENTAIS

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Alguns autores ainda mencionam os elementos naturais que são as consequências ou


efeitos que decorrem da própria natureza do negócio, sem necessidade de expressa menção.
Normas supletivas já determinam essas consequências jurídicas, que podem ser afastadas
por estipulação contrária. Assim, por exemplo, a responsabilidade do alienante pelos vícios
redibitórios (CC, art. 441) e pelos riscos da evicção (art. 447) bem como o lugar do pagamento,
quando não convencionado (art. 327).

6.1. Agente
O agente é o primeiro elemento objetivo e, para o negócio jurídico ser válido, a pessoa que o
celebra deve ser plenamente capaz. Caso contrário o negócio jurídico pode ser nulo (nulidade
absoluta) no caso de ser celebrado por pessoa absolutamente incapaz sem a devida repre-
sentação ou anulável (nulidade relativa) no caso de o agente ser relativamente capaz e não
houver a devida assistência.

Entretanto, é interessante a citação do art. 180 do CC.

Art. 180 do CC. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação,
invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de
obrigar-se, declarou-se maior.

O menor, entre dezesseis e dezoito anos não poderá invocar a proteção legal em favor
de sua incapacidade para eximir-se da obrigação ou para anular um ato negocial que tenha
praticado, sem a devida assistência, se agiu dolosamente, escondendo sua idade, quando in-
quirido pela outra parte, ou se espontaneamente se declarou maior. Conclui-se que, em tais
circunstancias, o menor relativamente incapaz não pode alegar sua menoridade para escapar
da obrigação contraída.
Sobre a incapacidade de um dos agentes que celebram o negócio jurídico também vale
citarmos o art. 105 do CC:

Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.

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Por ser a incapacidade relativa uma exceção (defesa) pessoal, ela somente poderá ser for-
mulada pelo próprio incapaz ou pelo seu representante. Como a anulabilidade do ato negocial
praticado por relativamente incapaz é um benefício legal para a defesa de seu patrimônio con-
tra abusos de outrem, apenas o próprio incapaz ou seu representante legal o deverá invocar.

Entretanto, se o objeto do direito ou da obrigação comum for indivisível, em decorrência da


impossibilidade de separar o interesse dos contratantes, a incapacidade de um deles poderá
tornar anulável o ato negocial praticado, mesmo que invocada pelo agente capaz, aproveitando
aos cointeressados capazes, que porventura houver. Logo, nesta hipótese, o capaz que veio
a contratar com relativamente incapaz estará autorizado legalmente a invocar em seu favor
a incapacidade relativa deste, desde que indivisível a prestação, objeto do direito ou da obri-
gação comum.
Vamos visualizar a explicação acima, vejamos as duas hipóteses:
Hipótese 1: objeto divisível

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Hipótese 2: objeto indivisível

O cointeressado capaz (B) poderá se beneficiar da possibilidade de anular o negócio jurídi-


co se o objeto for indivisível. Nessa hipótese não tem como dividir o objeto em duas partes e
anular apenas parte do negócio. Ou anula tudo ou não anula nada.

6.2. Objeto
No que tange ao objeto, para o negócio jurídico ser válido, o objeto deve ser lícito (de acor-
do com a lei, moral, ordem pública e bons costumes – ex.: é vedado o contrato de herança de
pessoa viva pelo art. 426 do CC); deve ser possível (ex.: não pode ser objeto de contrato uma
viagem para júpiter); e determinado (individualizado) ou, ao menos, determinável – passível de
individualização em um momento futuro (ex.: não se pode comprar um animal sem especificar
a espécie). Caso contrário, o negócio jurídico será nulo.

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

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Além disso, é interessante observarmos o art. 106 do CC.

Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.

Concluímos que dois pontos merecem destaque:


• se a impossibilidade do objeto for relativa, isto é, se a prestação puder ser realizada por
outrem, embora não o seja pelo devedor, não ocorre a invalidade do negócio jurídico; e
• se o negócio jurídico contendo objeto impossível, tiver sua eficácia subordinada a um
evento futuro e incerto, e aquela impossibilidade cessar antes de realizada aquela con-
dição válida será a avença.

6.3. Forma
A forma é o meio de exteriorização da vontade. Quando observada quanto à disponibilidade
e considerando o conjunto de exigências e permissões legais que a envolves, a forma pode ser:
1) Forma livre ou geral: é a regra adotada pelo art. 107 do CC. Em regra os negócios jurí-
dicos são informais, podendo os agentes adotar a forma que bem lhes aprouver (princípio da
liberalidade das formas).

Art. 107 do CC. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quan-
do a lei expressamente a exigir.

2) Forma especial ou solene: é aquela que, por lei, não pode ser preterida por outra; logica-
mente, como já foi dito, não constitui a regra. Pode se apresentar sob três tipos:
2.1) Forma especial ou solene única: neste tipo a lei prevê uma formalidade essencial e não
admite qualquer outra configuração, como é o caso dos arts. 108, 1.227, 1.245 e 1.653 do CC.
• No art. 108 do CC, temos que, salvo disposição legal em contrário, os negócios jurídicos
que versem sobre bens imóveis e superem o valor de 30 salários mínimos devem ser
realizados sobre a forma de escritura pública.

Art. 108 do CC. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos ne-
gócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
• Nos arts. 1.227 e 1.245 do CC, temos a base legal para o brocado: “quem não registra
não é dono”, que se refere aos bens imóveis.

Art. 1.227 do CC. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos,
só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245
a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.

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Art. 1.245 do CC. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no
Registro de Imóveis.
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do
imóvel.
§ 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e
o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
• No art. 1.653 do CC, percebemos que o pacto antenupcial, documento que define o re-
gime de bens de um casamento, deve ser celebrado sob a forma de escritura pública.

Art. 1.653 do CC. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não
lhe seguir o casamento.

2.2) Forma Plural: as vezes a lei faculta a prática do ato negocial mediante duas ou mais
formas prescritas, como na instituição do bem de família e na instituição de uma fundação que
podem ser por escritura pública ou testamento (arts. 62 e 1.711 do CC).

Art. 62 do CC. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento,
dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a
maneira de administrá-la.
Art. 1.711 do CC. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testa-
mento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um
terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenho-
rabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.

2.3) Forma genérica: Segundo a Profª. Maria Helena Diniz, tal forma “implica uma soleni-
dade mais geral, imposta pela norma jurídica”. Caracteriza-se por um conjunto de elementos
escritos tal como ocorre no contrato de empreitada (art. 619 do CC). Para exigir aumento no
preço, motivado por mudança nas especificações da obra, o empreiteiro deverá comprovar o
alegado mediante documentação das instruções recebidas do contratante.

Art. 619 do CC. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma
obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço,
ainda que sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem de instruções
escritas do dono da obra.

3) Forma contratual: é a que resulta da convenção das partes. Como exemplo, o art. 109
do CC faz entender que o negócio jurídico de forma livre pode ser transformado em solene
pelas partes.

Art. 109 do CC. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público,
este é da substância do ato.

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Graficamente temos o seguinte:

6.4. Vontade
A forma de manifestação da vontade pode ser expressa, tácita ou presumida.
Será expressa quando se realizar por meio da palavra, falada ou escrita, e de gestos, sinais
ou mímicas, de modo explícito, possibilitando o conhecimento imediato da intenção do agente.
É tácita a declaração da vontade que se revela pelo comportamento do agente. Temos
como exemplo os casos de aceitação da herança, que se inferem da prática de atos próprios
da qualidade de herdeiro (art. 1.805), e da aquisição de propriedade móvel pela ocupação (art.
1.263). Entretanto, nos contratos, a manifestação da vontade só pode ser tácita quando a lei
não exigir que seja expressa.
Presumida é a declaração não realizada expressamente, mas que a lei deduz de certos
comportamentos do agente. Assim acontece, por exemplo, com as presunções de pagamento
previstas nos arts. 322, 323 e 324 do Código Civil, de aceitação da herança quando o doador
fixar prazo ao donatário para declarar se aceita ou não a liberalidade e este se omitir (art. 539)
e de aceitação da herança quando o herdeiro for notificado a se pronunciar sobre ela em prazo
não maior de trinta dias e não o fizer (art. 1.807).

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Sobre as espécies de declarações de vontade, elas podem ser receptícias, não receptícias,
diretas e indiretas.
Declaração receptícia da vontade é a que se dirige a pessoa determinada, com o escopo
de levar ao seu conhecimento a intenção do declarante, sob pena de ineficácia. É o que acon-
tece na proposta de contrato, que deve chegar ao conhecimento do oblato (aceitante) para que
surja o acordo de vontades e se concretize o negócio jurídico (arts. 427 e 428 do CC). Em geral,
as declarações de vontade são receptícias, por se dirigirem a uma outra pessoa, que dela deve
ter ciência do ato, para produzirem efeitos.
Declaração não receptícia é a que se efetiva com a manifestação do agente, não se diri-
gindo a destinatário especial. Produz efeitos independentemente da recepção e de qualquer
declaração de outra pessoa. Assim ocorre, por exemplo, com a promessa de recompensa, a
aceitação de letra de câmbio e a revogação de testamento.
Declaração direta é a feita sem a intermediação de qualquer pessoa.
Declaração indireta é aquela em que o declarante se utiliza de outras pessoas (como
o representante) ou meios (como cartas e telegramas) para que a declaração chegue ao
destinatário.

Sobre o tema, também merece destaque o art. 111 do CC que possibilita a manifestação
de vontade por meio do silêncio.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for
necessária a declaração de vontade expressa.

Em regra, não se aplica ao direito o provérbio “quem cala, consente”. Normalmente, o silên-
cio nada significa, por constituir total ausência de manifestação de vontade e, como tal, não
produzir efeitos. Todavia, excepcionalmente, em determinadas circunstâncias, o silêncio pode
ter um significado relevante e produzir efeitos jurídicos.
Como exemplo, temos a aceitação da doação no art. 539 do CC:

Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Des-
de que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou,
se a doação não for sujeita a encargo.

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A seguir, trataremos dos elementos acidentais do negócio jurídico: a condição, o termo e o


encargo ou modo.

6.5. Condição
A condição é uma cláusula que, por vontade das partes negociantes, subordina a eficácia
do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Dessa forma, para que se configure o negócio
condicional são necessários dois requisitos: a futuridade e a incerteza. Ou seja, não se con-
sidera condição o fato passado ou presente, mas somente o futuro. Como exemplo, temos
a promessa de R$ 100.000,00 de uma pessoa a outra, caso o Flamengo seja campeão do
Campeonato Brasileiro de 2025. O negócio em questão é futuro (só saberemos o campeão em
dezembro de 2025) e incerto (pode ser campeão ou não), por isso, configura-se uma condição.

Art. 121 do CC. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

Além disso, a condição deve surgir com a vontade das partes, não sendo possível uma
condição imposta por lei.

Existem diversas classificações para as condições. As principais são:


I – Quanto ao modo de atuação, as condições podem ser: Suspensivas ou resolutivas.
• Condição suspensiva: as partes protelam, temporariamente, a eficácia do ato negocial
até a realização do evento futuro e incerto.

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Ex.: Te dou um carro se você ganhar o jogo de futebol.

Art. 125 do CC. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto
esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.

Exemplos de condições suspensivas:


a) comprarei seu quadro se ele for aceito numa exposição internacional;
b) adquirirei o cavalo “Fogo Branco” se ele vencer a corrida no Grande Prêmio promovido,
daqui a três meses, pelo Jockey Club de São Paulo; e
c) doarei meu apartamento se você casar.
• Condição resolutiva: a ocorrência do evento futuro e incerto resolve (extingue) o direito
transferido pelo negócio jurídico.

Ex.: Te dou uma “mesada” enquanto você estudar.

Art. 127 do CC. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurí-
dico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.

Exemplos de condições resolutivas:


a) constituo uma renda em seu favor, enquanto você estudar;
b) cedo-lhe esta casa, para que nela resida, enquanto for solteiro; e
c) compro-lhe esta fazenda, sob a condição do contrato se resolver se gear nos próximos
três anos.

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II) Quanto à participação da vontade dos sujeitos, as condições podem ser: Causais, po-
testativas, mistas e promíscuas.
• Condições causais: São as que dependem do acaso, de um acontecimento fortuito ou
de força maior, ou seja, de um fato alheio à vontade das partes.

.: Dar-te-ei uma jóia se chover amanhã.

• Condições potestativas: São as que decorrem da vontade de uma das partes. Podem ser:

a) Puramente potestativas: São as que se sujeitam ao puro arbítrio de uma das partes, va-
lendo dizer que a sua ocorrência depende exclusivamente da vontade da pessoa, independente
de qualquer fator externo. Nos termos do art. 122, 2a parte, do CC, tais condições são ilícitas.

Ex.: Dar-te-ei determinada quantia em dinheiro o dia em que eu vestir meu terno cinza.

Art. 122 do CC. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos
bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio
jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.

Exemplos de condições puramente potestativas:

a) constituição de uma renda em seu favor se você vestir tal roupa amanhã; e
b) aposição de cláusula que, em contrato de mútuo, dê ao credor poder unilateral de provo-
car o vencimento antecipado da dívida, diante de simples circunstância de romper-se o vínculo
empregatício entre as partes.
b) Simplesmente potestativas: São as que se sujeitam à vontade de uma das partes con-
jugada com fatores externos que escapam ao seu controle. Ou seja, além do arbítrio, exige-se
uma atuação especial do sujeito.

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Ex.: Dar-te-ei dois mil reais no dia que eu conseguir viajar para a Europa. Para tal viagem se rea-
lizar depende de tempo e dinheiro, não ficando, então, a condição sujeita ao arbítrio exclusivo
de uma pessoa.
Exemplos de condições simplesmente potestativas citados pela Profa. Maria Helena Diniz:

a) doação a um cantor de ópera, condicionada ao fato de desempenhar bem um determi-


nado papel; e
b) comodato (empréstimo) de casa a alguém se for até Paris para inscrever-se num con-
curso de artes plásticas.
• Condições mistas: São as que dependem, simultaneamente, da vontade de uma das
partes e da vontade de um terceiro.

Ex.: Dar-te-ei dois mil reais se casares com Maria.


Exemplo de condição mista citado pela Profa. Maria Helena Diniz:

Dar-lhe-ei este apartamento se você casar com Paulo antes de sua formatura, ou se cons-
tituir sociedade com João.
• Condições promíscuas: é a que se caracteriza no momento inicial como potestativa,
vindo a perder tal característica por fato superveniente alheio à vontade do agente, que
venha a dificultar sua realização.

Ex.: Dar-lhe-ei dois mil reais se você, campeão de futebol, jogar no próximo torneio.

A condição em questão passará a ser promíscua se o jogador vier a machucar a perna.

003. (VUNESP/PREFEITURA DE JUNDIAÍ-SP/PROCURADOR/2021) Se, num negócio jurídi-


co, for prevista uma condição potestativa que venha a perder esse caráter em razão de um
acontecimento que venha a dificultar sua realização, terá surgido uma condição
a) perplexa.
b) fisicamente impossível.
c) promíscua.
d) mista.
e) casual.

O enunciado da questão descreve o conceito de condição promíscua.


Letra c.

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III – Quanto à possibilidade as condições podem ser possíveis e impossíveis. Além disso,
subdividem-se em fisicamente ou juridicamente possíveis ou impossíveis.
• Condições fisicamente impossíveis: São as que contrariam as leis da natureza.

Ex.: Colocar toda a água do oceano em um copo.

• Condições juridicamente impossíveis: São a que contrariam a ordem legal.

Ex.: Negócio jurídico que tenha por objeto herança de pessoa viva (ver art. 426 do CC).

• Condições fisicamente possíveis: São as que não contrariam as leis da natureza.


• Condições juridicamente possíveis: São a que não contrariam a lei, a ordem pública ou
os bons costumes.

É interessante fazer uma observação sobre as condições impossíveis com base nos art.
123, I e 124 do CC.

Art. 123 do CC. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
Art. 124 do CC. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não
fazer coisa impossível.

Dependendo do tipo de condição impossível temos efeitos distintos para o negócio jurídico:
• Condição impossível suspensiva: invalida o negócio jurídico (nulidade absoluta), pois o
evento futuro e incerto nunca vai ocorrer e o negócio nunca vai produzir efeitos;

Ex.: Vou te dar uma “mesada” quando o Congresso Nacional (CN) suprimir da Constituição
Federal (CF) o direito à vida.

Condição impossível resolutiva: Considera-se inexistente a condição, pois ela nunca vai
ocorrer e, consequentemente, o negócio continuará produzindo efeitos.

Ex.: Vou te dar uma “mesada”, mas a cancelarei se o Congresso Nacional (CN) suprimir da
Constituição Federal (CF) o direito à vida.

Como o direito à vida é uma cláusula pétrea nunca haverá tal supressão.

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IV – Quanto à licitude, as condições podem ser: lícitas e ilícitas.


• Condições lícitas: quando o evento que a constitui não for contrário à lei, à ordem públi-
ca, à moral e aos bons costumes.
• Condições ilícitas: São aquelas condenadas pela norma jurídicas, pela moral e pelos
nos costumes.

Exemplos de condições ilícitas:

a) prometer uma recompensa sob a condição de alguém viver em concubinato impuro;


b) entregar-se à prostituição;
c) furtar certo bem;
d) dispensar, se casado, os deveres de coabitação e fidelidade mútua; e
e) não se casar.

RESUMO SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES


I – Quanto ao modo de atuação: Suspensivas ou resolutivas.
II – Quanto à participação da vontade dos sujeitos: Causais, potestativas, mistas e
promíscuas.
III – Quanto à possibilidade: possíveis ou impossíveis (física ou juridicamente).
IV – Quanto à licitude: lícitas e ilícitas.

6.6. Termo
O termo representa o dia em começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. Quando
convencionado no contrato, o termo subordina o efeito do negócio jurídico a um evento futuro e
certo. Ou seja, corresponde a uma data certa para iniciar ou terminar a eficácia do ato negocial.

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CONDIÇÃO: evento futuro e incerto;


TERMO: evento futuro e certo.

O termo pode ser:

a) Inicial (dies a quo) ou suspensivo: fixa o momento em que a eficácia do negócio jurídico
deve iniciar, retardando o exercício do direito.

Ex.: um contrato de locação celebrado no dia 20 de um mês para ter vigência no dia 1º do mês
seguinte.

Art. 131 do CC. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

b) Final (dies ad quem ou ad diem) ou resolutivo: determina a data da cessação dos efeitos
do ato negocial, extinguindo as obrigações dele oriundas.

Ex.: o contrato de locação se encerra no dia 31 de dezembro do ano que vem.

c) Certo: Se refere a um evento futuro e certo de ocorrer em data certa do calendário (dia,
mês e ano), ou quando fixa certo lapso de tempo.

Ex.: data certa – 15 de dezembro de 2020; lapso de tempo – daqui a 6 meses.

d) Incerto: quando se refere a um acontecimento futuro e certo de ocorrer, que ocorrerá em


data incerta.

Ex.: um imóvel passa a ser de outrem a partir da morte de seu proprietário.

A morte é um evento certo (todos irão morrer um dia) que acontecerá em uma data incerta.

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O art. 132 do CC estabelece a forma de contagem dos prazos:

Art. 132 do CC. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, ex-
cluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se
faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.

É importante saber que alguns negócios não admitem termo, tais como:
• a aceitação ou a renúncia da herança (CC, art. 1.808);
• a adoção (art. 1.626);
• a emancipação;
• o casamento;
• o reconhecimento de filho (art. 1.613) e outros.

Por fim, também devemos saber as semelhanças e diferenças entre termo e condição
suspensiva.

6.7. Encargo
O encargo, também chamado de modo, é uma cláusula imposta nos negócios gratuitos,
que restringe a vantagem do beneficiado. Como exemplo, temos a doação de um terreno a de-
terminada pessoa para lá ser construído um asilo. Trata-se de uma cláusula acessória aos atos
que possuem caráter de liberalidade (doações e testamentos) pelo qual se impõe um ônus ou
obrigação ao beneficiário. É admitido também em declarações unilaterais de vontade tal como
uma promessa de recompensa.

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Pelo art. 553 do CC, concluímos que:

Art. 553 do CC. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do
doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua exe-
cução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.

Se um encargo decorrente de uma doação for de interesse geral, a exigência de seu cum-
primento pode ter como origem o Ministério Público na hipótese do doador já haver morrido e
ainda não ter feito tal exigência.
Dispõe o art. 136 do CC que:

Art. 136 do CC. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando ex-
pressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.

Dessa forma, a partir do momento em que for aberta a sucessão, o domínio e a posse dos
bens transmitem-se imediatamente aos herdeiros nomeados, com a obrigação de cumprir o
encargo a eles imposto. Se esse encargo não for cumprido, a liberalidade poderá ser revoga-
da. Ou seja, se uma pessoa recebe um terreno como herança, com o encargo de construir um
asilo em tal terreno, a propriedade do terreno é adquirida antes da construção do asilo, pois o
encargo (construção do asilo) não suspende a aquisição do direito (propriedade do terreno).

004. (CEBRASPE/MPE-CE/ANALISTA MINISTERIAL/2020) Em regra, o encargo em um ne-


gócio jurídico suspende o exercício ou a aquisição do direito.

A assertiva está em desacordo com o art. 136 do CC.


Errado.

Outro dispositivo que merece uma análise é o art. 137 do CC.

Art. 137 do CC. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

A regra é que o encargo ilícito ou impossível seja considerado não escrito, sendo mantida
a validade do negócio jurídico. Porém, se o encargo ilícito ou impossível for a razão determi-
nante da liberalidade (motivo principal do negócio), o ato negocial será invalidado. Ou seja,
deve-se analisar no caso concerto se o encargo é o motivo principal ou secundário do negócio

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jurídico. Caso seja principal ocorre invalidade, caso seja secundário, mantém-se a validade do
ato negocial.
Diferenças entre o encargo e a condição suspensiva:

CONDIÇÃO TERMO ENCARGO

Constitui cláusula
Subordina o efeito do Subordina a eficácia do acessória às
negócio jurídico a evento negócio a evento futuro liberalidades. Impõe
futuro e incerto. e certo. uma obrigação ao
beneficiário.

É imposta com o Identifica-se pelas É imposto com as


emprego das partículas expressões “quando”, “a expressões “para que”,
“se”, “enquanto”, “com a partir de”, “até tal data” “com a obrigação de”
condição de não…” etc. etc.

Não suspende a
Suspensiva: impede que Inicial: Suspende o
aquisição nem o
o ato produza efeitos exercício, mas não a
exercício do direito. Se
Resolutiva: resolve o aquisição do direito
não for cumprido, a
direito transferido pelo Final: resolve os efeitos
liberalidade poderá ser
negócio. do negócio jurídico.
revogada.

6.8. Reserva Mental


A reserva mental representa a emissão de uma declaração de vontade não desejada em
seu conteúdo, tampouco em seu resultado, pois o declarante tem por único objetivo enga-
nar o declaratário. Trata-se de um inadimplemento premeditado. O assunto é tratado no art.
110 do CC.

Art. 110 do CC. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva men-
tal de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

De acordo com o dispositivo legal em questão, duas situações podem ocorrer:


1. Reserva mental lícita: é a reserva mental desconhecida pelo destinatário, onde o ato
negocial subsistirá e o contratante deverá cumprir a obrigação assumida; e
2. Reserva mental ilícita: é a reserva mental conhecida pelo destinatário, ou seja, o desti-
natário sabe do inadimplemento premeditado por parte do contratante. Neste caso ocorre a
invalidade do negócio jurídico.
Conclui-se que o conhecimento ou não da reserva mental importa diferentes consequên-
cias jurídicas.

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RESERVA MENTAL
DESCONHECIDA PELA OUTRA O ato negocial subsistirá e será válido.
PARTE
(LÍCITA)
CONHECIDA PELA OUTRA O ato negocial será inválido (nulidade
PARTE absoluta).
(ILÍCITA)

Como exemplo de reserva mental temos aquela pessoa que promete uma quantia em dinhei-
ro para outra que ameaçava pular de uma ponte por estar passando dificuldades financeiras.
Entretanto a intenção era apenas salvar a vida e não emprestar o dinheiro.

7. Defeitos e Invalidade do Negócio Jurídico


Os defeitos do negócio jurídico atingem a sua vontade ou geram uma repercussão social,
tomando o negócio passível de ação anulatória ou declaratória de nulidade pelo prejudicado
ou interessado.
Dessa forma, os defeitos do negócio jurídico são imperfeições oriundas da declaração de
vontade das partes acarretando nos vícios de consentimento do agente. Entretanto, há casos
em que se tem uma vontade funcionando normalmente, havendo até mesmo correspondência
entre a vontade interna e sua manifestação, porém, ela se desvia da lei ou da boa-fé, violando
direitos ou prejudicando terceiros, sendo, dessa forma, o negócio jurídico suscetível de invali-
dação. Trata-se dos vícios sociais.

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7.1. Erro ou Ignorância


O erro ou ignorância é a noção falsa acerca de um objeto ou de determinada pessoa.
Ocorre o erro quando o agente se engana sobre alguma coisa. Como exemplo, temos a pessoa
que compra um relógio dourado, supondo que é de ouro. Para acarretar a anulação do negócio
jurídico, o erro deve ser substancial.

Art. 138 do CC. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circuns-
tâncias do negócio.

Temos dois grandes tipos de erros. O erro substancial é aquele de tal importância que,
se fosse conhecida a verdade, o consentimento não se externaria. Ou seja, funciona como
razão determinante para a realização do negócio jurídico e, por isso, é causa de anulabilidade.
Diferente é o erro acidental, onde se fosse conhecida a verdade, ainda assim o ato negocial
se realizaria, embora de maneira menos onerosa. O erro acidental não provoca a anulação do
negócio jurídico.
Veja o esquema a seguir:

Art. 139 do CC. O erro é substancial quando:


I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades
a ele essenciais;
II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de
vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do
negócio jurídico.

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Tipos de erro substancial (conforme o art. 139 do CC):


• Erro sobre a natureza do ato negocial (error in ipso negotio): ocorre quando a pessoa
que pratica determinado negócio interpreta mal a realidade e acaba praticando outro
tipo de negócio.

Ex.: A, com a intenção de vender um imóvel a B, acaba realizando uma doação.

• Erro sobre o objeto principal da declaração (error in ipso corpore): ocorre quando atingir
o objeto principal da declaração em sua identidade, isto é, o objeto não é o pretendido
pelo agente.

Exs.: Se um contratante supõe estar adquirindo um lote de terreno de excelente localização,


quando na verdade está comprando um situado em péssimo local; pensar estar adquirindo um
quadro de Portinari, quando na realidade é de um outro pintor.

• Erro sobre a qualidade essencial do objeto (error in corpore): ocorrerá este erro subs-
tancial quando a declaração enganosa de vontade recair sobre a qualidade essencial do
objeto.

Exs.: Se a pessoa pensa adquirir um relógio de prata que, na realidade, é de aço; adquirir um
quadro a óleo, pensando ser de um pintor famoso, do qual constava o nome na tela, mas que
na verdade era falso.

• Erro sobre a pessoa e sobre as qualidades essenciais da pessoa (error in persona): é


aquele que incide sobre a identidade ou as características da pessoa.

Exs.: Contratar o advogado João da Silva por ser uma pessoa de notório conhecimento na área
trabalhista e, na verdade, contratar um recém-formado com nome homônimo; uma moça de
boa formação moral se casar com um homem, vindo a saber depois que se tratava de um des-
classificado ou homossexual; fazer um testamento contemplando sua mulher com a meação
de todos os bens, mas, por ocasião do cumprimento do testamento, o Tribunal verificar que a
herdeira instituída não é a mulher do testador, por ser casada com outro.

• Erro de direito (error juris): ocorre quando o agente emite uma declaração de vontade no
pressuposto falso de que procede conforme a lei.

Exs.: “A” realiza a compra e venda internacional da mercadoria “X” sem saber que sua expor-
tação foi proibida legalmente; “A” adquire de “B” o lote “X” ignorando que lei municipal proibia
loteamento naquela localidade.

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A seguir temos outros tipos de erros:


O erro de cálculo é um erro acidental (não anula o ato negocial) que recai sobre dados
aritméticos de uma conta. Tal erro não causa a anulabilidade do negócio jurídico, pois pode
ser corrigido.

Art. 143 do CC. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade.

O erro quanto ao fim colimado está relacionado com o motivo do negócio e, não sendo
determinante do negócio, não pode ser considerado essencial; consequentemente, não poderá
acarretar a anulação do ato negocial. É o que diz o art. 140 do CC.

Art. 140 do CC. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão de-
terminante.

Para exemplificar, imagine o pai que compra um veículo para presentear uma filha e, na vés-
pera da festa, descobre que o aniversário é do seu filho. Tal motivo, em regra, não pode gerar a
anulabilidade do contrato de compra e venda desse veículo.
O erro acidental in qualitate diz respeito às qualidades secundárias ou acessórias da pes-
soa (ex.: Se é casada ou solteira) ou do objeto (ex.: Comprar o lote 27 e receber o de n. 72
por erro de digitação). Tal erro não induz a anulação do ato negocial por não incidir sobre a
declaração de vontade, caso seja possível, por seu contexto e pelas circunstâncias, identificar
a pessoa ou a coisa. É o que diz o art. 142 do CC.

Art. 142 do CC. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade,
não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa
ou pessoa cogitada.

O último erro a ser estudado é o erro na transmissão de vontade por meios interpostos
(art. 141 do CC) que é o erro por defeito de intermediação mecânica ou pessoal, que altera a
vontade declarada na efetivação do ato negocial. Ex.: Alguém recorre a rádio, televisão, telefo-
ne etc. para transmitir uma declaração de vontade, e o veículo utilizado, devido a interrupção
ou deturpação sonora, o fizer com incorreções acarretando desconformidade entre a vontade
declarada e a interna. Esse tipo de erro só anula o negócio se a alteração verificada vier a pre-
judicar o real sentido da declaração expedida. Em caso contrário, ele será insignificante e o
negócio efetivado prevalecerá.

Art. 141 do CC. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos
casos em que o é a declaração direta.

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7.2. Dolo
O dolo é o emprego de um artifício astucioso para induzir alguém à prática de um negócio
jurídico. Como exemplo, temos o vendedor que induz o cliente a acreditar que um relógio sim-
plesmente dourado é de ouro.

O erro diferencia-se do dolo. No erro a vítima se engana sozinha, ao passo que, no dolo, a víti-
ma é enganada pela má-fé alheia.

Existem vários tipos de dolo, dentre eles destacamos:


a) dolo principal ou essencial (art. 145 do CC): é aquele que dá causa ao negócio jurídico,
sem o qual ele não se teria concluído, acarretando a anulabilidade do ato negocial. Além de
possibilitar a anulação, o dolo essencial enseja indenização por perdas e danos.

Art. 145 do CC. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.

005. (FGV/MPE-RJ/ESTÁGIO FORENSE/2020) Cristina vendeu um anel para sua vizinha Már-
cia, garantindo-lhe ser de ouro, mesmo sabendo que não era. Meses após a compra, Márcia
percebeu que o anel começou a descascar, constatando assim que não era de ouro.
Nesse caso, Márcia poderá pleitear a anulação do negócio jurídico com fundamento em:
a) erro;
b) dolo;
c) fraude contra credores;
d) lesão;
e) simulação.

Na situação narrada ficou configurado o dolo essencial por parte de Cristina, pois ela se uti-
lizou de um artifício astucioso para fazer com que Márcia celebrasse o negócio jurídico. Se
Márcia soubesse que não era de ouro, não celebraria o negócio. Vide art. 145 do CC.

Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Letra b.

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b) dolo acidental (dolus incidens) (art. 146 do CC): é o que leva a vítima a realizar o ne-
gócio jurídico, porém em condições mais onerosas ou menos vantajosas, não afetando sua
declaração de vontade, embora venha provocar desvios. Não é causa de anulabilidade por não
interferir diretamente na declaração de vontade, mas enseja indenização por perdas e danos.

Art. 146 do CC. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.

Temos o seguinte:

006. (FCC/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Ao anunciar um veículo à venda, o anuncian-


te instalou alguns itens estéticos no veículo que davam a impressão de se tratar de um modelo
mais caro do que o modelo real do carro. Durante as negociações, na presença do vendedor,
um terceiro fez menção expressa ao preço em relação ao modelo (referindo-se ao modelo
mais caro), mas o vendedor não corrigiu a informação. O comprador, após concretizar a com-
pra e pagar o preço, levou o veículo ao mecânico, quando descobriu que na verdade havia
adquirido o carro pensando se tratar de um outro modelo. Ele procura o vendedor e afirma ter
interesse em continuar com o veículo, mas deseja um abatimento do preço. O vendedor, por
sua vez, afirma que em nenhum momento disse que o veículo era do modelo que o comprador
havia imaginado. Nesse caso, trata-se de
a) erro sobre o objeto principal da declaração (error in corpore ou error in substantia), que torna
anulável o negócio, no prazo decadencial de 04 (quatro) anos.
b) dolo acidental, que em regra não afeta a validade do negócio, porém impõe o dever de
indenizar.
c) vício redibitório, que permite tanto a anulação do negócio, como o abatimento do preço
pago, no prazo decadencial de 30 (trinta) dias para bens imóveis.
d) dolo essencial, que torna o negócio anulável, cuja decadência ocorre no prazo de 04
(quatro) anos.
e) dolo essencial, que torna o negócio anulável, cuja prescrição ocorre no prazo de 04
(quatro) anos.
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Tendo em vista que o comprador deseja continuar com o veículo, configura-se o dolo acidental,
pois o negócio jurídico, caso o comprador soubesse do artifício, seria celebrado ainda assim,
embora de outra forma (art. 146 do CC).

Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu
despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Letra b.

O dolo de terceiro é aquele oriundo de uma terceira pessoa que não é parte no negócio jurí-
dico. Só será causa de anulabilidade do negócio jurídico quando a parte beneficiada souber ou
tiver a possibilidade de saber sobre a sua existência, tal como no caso de terceiro que utiliza o
artifício a mando de um dos contratantes. O assunto tem como base o art. 148 do CC.

Art. 148 do CC. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem
aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negó-
cio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.

Ou seja, a anulação decorrente de dolo de terceiro depende do conhecimento da parte


beneficiada.
Graficamente temos o seguinte:

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Temos duas possíveis consequências:

Sobre o dolo bilateral ou recíproco (de ambas as partes) é interessante lermos o art.
150 do CC.

Art. 150 do CC. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.

Conclui-se que o dolo bilateral não é capaz de anular o negócio jurídico, tampouco gerar
indenização por perdas e danos. O ato negocial em que houver dolo bilateral será válido.
Outro artigo interessante é o art. 149 do CC.

Art. 149 do CC. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a res-
ponder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante
convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.

Entende-se que o dolo utilizado pelo representante convencional ou voluntário (responsa-


bilidade solidária com o representante por perdas e danos) é mais grave que o utilizado pelo
representante legal (responsabilidade limitada ao proveito obtido com o dolo). Tal fato ocorre
em razão da escolha do representante. No caso do representante legal (pai, mãe, tutor, cura-
dor), o representando não manifesta sua vontade, pois a pessoa é indicada por lei; entretanto,
na escolha do representante convencional (mandatário ou procurador), a escolha decorre da
manifestação de vontade acarretando uma maior responsabilidade na hipótese de haver dolo
por parte do representante.
Veja o esquema a seguir:

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O dolo negativo (art. 147 do CC) é aquele resultante de uma omissão intencional para indu-
zir um dos contratantes (conduta negativa). Pode acarretar a anulação do ato negocial se for o
motivo determinante (dolo principal). Se for acidental enseja, apenas, perdas e danos.

Art. 147 do CC. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito
de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que
sem ela o negócio não se teria celebrado.

É o que acontece quando alguém omite uma moléstia grave ao celebrar um seguro de vida.

7.3. Estado de Perigo


O art. 156 do CC define o que vem a ser estado de perigo.

Art. 156 do CC. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de sal-
var-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.

O estado de perigo representa a assunção de uma obrigação excessivamente onerosa


(exorbitante) para evitar um dano pessoal que é do conhecimento da outra parte contratante.
Grosseiramente falando, o declarante se encontra diante de uma situação em que deve optar
entre dois males: Sofrer o dano ou participar de um contrato que lhe é excessivamente oneroso.
Vejamos alguns clássicos exemplos de estado de perigo:
a) doente que concorda com altos honorários exigidos pelo médico cirurgião;
b) venda de bens abaixo do preço para levantar o dinheiro necessário ao resgate do se-
questro do filho ou para pagar uma cirurgia médica urgente;
c) promessa de recompensa ou doação de quantia vultosa feita, por um acidentado, a al-
guém, para que o salve etc.
Boa parte da doutrina entende que, para se configurar o estado de perigo, a outra parte
deve conhecer a situação de necessidade. Pegando o exemplo(a), para se configurar o estado
de perigo é necessário que o médico conheça a doença grave do paciente e, por isso, cobre os
altos honorários. Tal conhecimento é chamado de dolo de aproveitamento.

7.4. Lesão
A lesão é um vício de consentimento decorrente do abuso praticado em situação de desi-
gualdade de um dos contratantes, por estar sob premente necessidade, ou por inexperiência,
com o objetivo de protegê-lo diante do prejuízo sofrido na conclusão de um negócio jurídico
em decorrência da desproporção existente entre as prestações das duas partes. Trata-se de
um dano patrimonial. Diz o art. 157 do CC:

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Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi
celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte
favorecida concordar com a redução do proveito.

Para exemplificar: alguém prestes a ser despejado procura um imóvel para abrigar a sua famí-
lia e exercer seu negócio profissional, e o proprietário, mesmo não tendo conhecimento do
fato, eleva o preço do aluguel. Ou então, a pessoa que, para evitar a falência, vende imóvel seu
a preço inferior ao de mercado, em razão da falta de disponibilidade líquida para pagar seus
débitos.

Pois bem, para a caracterização da lesão é necessária a presença de um elemento ob-


jetivo, formado pela desproporção das prestações, a gerar uma onerosidade excessiva, um
prejuízo a uma das partes; bem como um elemento subjetivo: a premente necessidade ou
inexperiência.

A lesão pode ser de três tipos: enorme, especial e usurária.


a) Lesão enorme: Caracteriza-se pela simples desproporção entre as prestações. É o lucro
exorbitante obtido por uma das partes contratantes.
b) Lesão especial: exige, além do lucro excessivo, a situação de necessidade ou inexperi-
ência da parte prejudicada. É a lesão adotada pelo CC em seu art. 157.
c) Lesão usurária: além do lucro excessivo e da situação de necessidade ou inexperiência
da parte lesada, para se caracterizar, exige, ainda o dolo de aproveitamento, consistente na
má-fé da parte beneficiada.

IMPORTANTE
Lesão enorme: lucro exorbitante (LE);
Lesão especial: (LE) + necessidade ou inexperiência (NI);
Lesão usurária: (LE) + (NI) + má-fé (dolo de aproveitamento).

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Apesar do CC fazer referência à lesão especial, a doutrina entende suficiente a lesão enor-
me para que o ato negocial possa ser anulado. É o que se entende do Enunciado 290 do CJF,
aprovado na IV Jornada de Direito Civil: “A lesão acarretará a anulação do negócio jurídico quan-
do verificada, na formação deste, a desproporção manifesta entre as prestações assumidas
pelas partes, não se presumindo a premente necessidade ou a inexperiência do lesado”.
Para que o ato negocial esteja sujeito à anulação em razão da lesão, alguns pressupostos
devem ser satisfeitos, dentre eles temos: o lucro exorbitante da outra parte e uma situação de
dano patrimonial. Se houver dano pessoal não cabe a lesão, mas sim o estado de perigo.
Dessa forma, devemos mencionar que a lesão não se confunde com o estado de peri-
go, consoante quadro esquemático comparativo com semelhanças e diferenças que cons-
ta a seguir:

Lesão Estado de Perigo


Elemento Subjetivo: perigo que acomete o
Elemento subjetivo: premente próprio negociante, pessoa de sua família
necessidade ou inexperiência. ou amigo íntimo, sendo esse perigo de
conhecimento do outro negociante.
Elemento objetivo: prestação
Elemento objetivo: obrigação
manifestamente desproporcional (lesão
excessivamente onerosa (lesão objetiva).
objetiva).
Risco de dano patrimonial Risco de dano pessoal

007. (CEBRASPE/MPE-CE/ANALISTA MINISTERIAL/2020) Na situação em que uma pes-


soa, por inexperiência, se vincula a uma obrigação de compra de um imóvel pelo triplo do valor
de mercado, fica caracterizada a coação como defeito do negócio jurídico.

A assertiva descreve um caso de lesão (art. 157 do CC) e não de coação.


Errado.

7.5. Coação
A coação é uma pressão física ou moral exercida sobre alguém para induzi-lo à prática de
um determinado negócio jurídico. Trata-se de violência ou ameaça que infringe a liberdade de
decisão do coagido, tornando-se mais grave que o dolo, pois este afeta apenas a inteligência
da vítima.

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Art. 151 do CC. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente
fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base
nas circunstâncias, decidirá se houve coação

Como exemplo do parágrafo único, temos a situação de quando o temor se referir a amigo
íntimo do negociante ou à sua namorada. Nesses casos podemos falar na presença desse
vício do consentimento.
A coação pode ser física ou moral, mas o CC só trata da coação moral.
• Coação física (vis absoluta): ocorre quando a vontade do coagido é completamente
eliminada. Ou seja, o constrangimento corporal faz com que a capacidade de querer de
uma das partes seja totalmente eliminada. Segundo a Profª. Maria Helena Diniz, é uma
causa de nulidade absoluta do negócio jurídico, mas há quem caracterize como uma
causa de inexistência do negócio jurídico, como é o caso de Renan Lotufo.

Ex.: Se alguém segurar a mão da vítima, apontando-lhe uma arma e forçando-a a assinar um
determinado documento.

• Coação moral (vis compulsiva): ocorre quando a vítima sofre uma grave ameaça, induti-
va da prática do negócio jurídico, podendo, porém, optar entre o ato e o dano, com que é
ameaçada. Ou seja, não obstante a chantagem do autor, a vítima conserva relativamente
a sua vontade. É a coação tratada no art. 151 do CC e que pode ser causa de anulabili-
dade (nulidade relativa) do negócio jurídico.

Ex.: O assaltante que ameaça a vítima dizendo: “a bolsa ou a vida”.

Através do art. 151 do CC, percebemos que para a coação servir de fundamento para a
anulação de um negócio jurídico ela pode ser dirigida da seguinte forma:
• contra a pessoa do próprio contratante;
• contra a pessoa da família do contratante;
• contra os bens do contratante;
• contra pessoa não pertencente à família do contratante, mas neste caso o magistrado
deve analisar se as relações de afetividade são fortes o bastante para se configurar uma
situação de coação.

Art. 152 do CC. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.

Ainda sobre a coação moral irresistível, no decorrer da coação deve-se levar em conta as
características do coator, do coagido e da situação (art. 152 do CC). Por isso, não se caracte-
riza a coação moral se uma idosa de 92 anos, com 1,50m de altura e 41 kg ameaçar bater em
Janjão Brutamontes, 29 anos, lutador de “Vale-Tudo”, com 2,12m e 135 kg.

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Temos ainda o exercício normal de um direito e o simples temor reverencial, citados no art.
153 do CC, que não caracterizam a coação moral.

Art. 153 do CC. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o sim-
ples temor reverencial.

Veja o esquema a seguir:

AMEAÇA DO EXERCÍCIO NORMAL DE


TEMOR REVERENCIAL
UM DIREITO
Ex.: Se o credor de uma dívida vencida e
não paga ameaçar o devedor de protestar É o receio de desgostar ascendente (pai,
o título e requerer falência, não se mãe, tio etc.) ou pessoa a quem se deve
configurará coação, por ser ameaça justa obediência e respeito. Desde que não
que se prende ao exercício normal de haja ameaças ou violências irresistíveis,
um direito. Logo, o devedor não poderá o ato negocial não pode ser anulado.
reclamar a anulação do protesto.

Por fim, cabe ainda tratarmos da coação exercida por terceiro. Trata-se da coação oriunda
de uma terceira pessoa que não é parte no negócio jurídico. Só será causa de anulabilidade do
negócio jurídico quando a parte beneficiada souber ou tiver a possibilidade de saber sobre a
sua existência.
Vejamos os arts. 153 e 154 do CC.

Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter
conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e
danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que apro-
veite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as
perdas e danos que houver causado ao coacto.

Temos aqui a mesma situação do dolo de terceiro.

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Veja o esquema a seguir:

Temos duas possíveis consequências:

7.6. Fraude contra Credores


A fraude contra credores (vício social) constitui a prática maliciosa pelo devedor insolven-
te (aquele cujo patrimônio passivo é superior ao patrimônio ativo) de atos que desfalcam o seu
patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos
direitos creditórios alheios. Segundo a Profª. Maria Helena Diniz, possui dois elementos:
1) eventus damini (elemento objetivo): é todo ato prejudicial ao credor por tornar o devedor
insolvente ou por ter sido realizado em estado de insolvência, ainda quando o ignore, ou ante o
fato de a garantia tornar-se insuficiente depois de executada; e
2) consilium fraudis (elemento subjetivo): é a má-fé, a intenção de prejudicar do devedor ou
do devedor aliado a terceiro, ilidindo os efeitos da cobrança.

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Vide o art. 158 do CC.

Art. 158 do CC. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar
o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anu-
lados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.

Quando o ato prejudicial ao credor for gratuito (transmissão gratuita e remissão de dívi-
das), então, para que os credores prejudicados com o ato tenham o direito de anular, não é ne-
cessário que se prove a má-fé (consilium fraudis). Ou seja, nos negócios gratuitos o elemento
subjetivo é desnecessário para se caracterizar a fraude contra credores.
Para exemplificar melhor a fraude contra credores, veja o esquema a seguir que tem
como base um balanço patrimonial de uma empresa, onde o ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔ-
NIO LÍQUIDO:

A situação descrita acima é de insolvência, pois o patrimônio líquido é negativo (-20.000).


Dessa forma, caso a empresa em questão resolva doar o dinheiro que está no caixa para o pro-
jeto “criança esperança”, os credores poderão anular a doação alegando fraude contra credo-
res. O mesmo ocorre na remissão (perdão da dívida) das duplicatas a receber. Por fim, também
pode ser utilizada a ação pauliana ou revocatória caso os imóveis que valem R$ 240.000,00
sejam vendidos dolosamente por R$ 50.000,00. Mas, neste último caso, por se tratar de um
negócio oneroso, é necessário que se prove a má-fé (consilium fraudis).

FRAUDE CONTRA CREDORES


NEGÓCIOS A má-fé é presumida e, por isso, o elemento consilium fraudis é
GRATUITOS dispensável.
NEGÓCIOS A má-fé não é presumida e, por isso, o elemento consilium fraudis
ONEROSOS deve ser provado.
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A fraude à execução (FE) diferencia-se da fraude contra credores (FC). Veja a tabela a se-
guir com as principais diferenças:

FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE À EXECUÇÃO


É defeito do negócio jurídico, regulada É incidente do processo, regulada no direito
no direito privado (Código Civil) público (Código de Processo Civil)
Ocorre quando o devedor ainda
Pressupõe que exista uma demanda (ação) em
não responde à nenhuma ação ou
andamento.
execução.
Pode ser alegada incidentalmente; não
Só pode ser alegada em ação pauliana
depende da propositura de nenhuma ação
ou revocatória.
específica.
Exige-se a prova da má-fé do 3º
Não é exigida a prova da má-fé do 3º
adquirente, em se tratando de
adquirente, visto estar presumida.
negócios onerosos.

7.7. Simulação
O outro vício social, além da fraude contra credores, é a simulação que representa um acor-
do de vontade entre as partes para dar existência real a um negócio jurídico fictício, ou então
para ocultar o negócio jurídico realmente realizado, com o objetivo de violar a lei ou enganar
terceiros. Conclui-se que são necessários três requisitos para a simulação:
• acordo entre as partes, ou com a pessoa a quem ela se destina;
• declaração enganosa de vontade; e
• intenção de enganar terceiros ou violar a lei.

São espécies de simulação:


a) Simulação absoluta: ocorre quando as partes não pretendem realizar a celebração de
qualquer negócio jurídico. Ou seja, há um acordo simulatório em que as partes pretendem que
o negócio não produza nenhum efeito de modo a não produzir eficácia jurídica.

Ex.: emissão de títulos de crédito, que não representam qualquer negócio, feita pelo marido,
em favor de amigo, antes da separação judicial para prejudicar a mulher na partilha de bens;
o proprietário de uma casa alugada que, com a intenção de facilitar a ação de despejo contra
seu inquilino, finge vendê-la a terceiro que, residindo em imóvel alheio, terá maior possibilidade
de vencer a referida demanda; o devedor que finge vender seus bens para evitar a penhora etc.

b) Simulação relativa: ocorre quando uma pessoa, sob a aparência de um negócio fictício,
pretende realizar outro que é o verdadeiro, diferente, no todo ou em parte, do primeiro. Ou seja,
há nessa espécie de simulação, dois contratos, um aparente (simulado) e um real (dissimula-
do), sendo este o realmente desejado pelas partes. Como exemplo temos o homem casado

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que faz a doação de um imóvel a sua “amante”, mas providencia a lavratura de uma escritura
de compra e venda. Neste caso a simulação é relativa porque existe um ato simulado (compra
e venda) praticado para esconder um ato dissimulado (doação).

Vejamos o art. 167 do CC que trata da simulação relativa:

Art. 167 do CC. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico
simulado.

Conclui-se que, dependendo da situação, o negócio real (dissimulado) pode subsistir sem
se tornar nulo, caso não ofenda a lei nem cause prejuízos a terceiros. O gráfico a seguir simbo-
liza um negócio aparente (fictício) escondendo a celebração de um negócio real.
Em se tratando da simulação relativa, nos termos do art. 167 do CC, é possível que subsista
o negócio dissimulado se ele for válido na substância e na forma.
Perceba na figura a seguir que o negócio simulado (fictício) mascara o negócio dissimulado
(verdadeiro).

Na simulação absoluta o negócio é nulo e insuscetível de convalidação. Na simulação relati-


va o negócio simulado ou fictício (aparente) é nulo, mas o negócio dissimulado (escondido)

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será válido se não ofender a lei nem causar prejuízos a terceiros. É o que se depreende do art.
167 do CC.

A simulação relativa pode ser de dois tipos:


I – Simulação relativa subjetiva (ad personam): é aquela em que a parte contratante não
tira proveito do negócio por ser um sujeito aparente, ou seja, a parte aparente (“testa de ferro”)
repassa os direitos a uma terceira pessoa.

Exs.: o homem casado que simula doar um imóvel a um amigo para que este o repasse à
“amante” do homem casado; venda realizada a um terceiro para que ele transmita a coisa a um
descendente do alienante, a quem se tem a intenção de transferi-la desde o início.

II – Simulação relativa objetiva: ocorre quando o negócio jurídico (NJ) contém declaração
não verdadeira a respeito do seu objeto, tal como uma escritura pública de compra e venda
com preço inferior ao real para burlar o fisco através do pagamento de um imposto menor.
c) Simulação inocente: é a que não objetiva violar a lei ou prejudicar terceiro. É o que ocorre
na doação mascarada feita por um homem solteiro a sua concubina. Parte da doutrina enten-
de que por não prejudicar terceiro, deve ser considerada. Entretanto, o Conselho da Justiça
Federal entende o contrário, conforme exteriorizado na III Jornada de Direito Civil, através do
Enunciado 152: “Toda simulação, inclusive a inocente, é invalidante”.

Exs.: Situação em que o de cujus antes de falecer, sem herdeiros necessários, simula venda
aparente a terceira pessoa a quem pretende deixar um legado; a prática do “Fica”, documento
muito utilizado no Mato Grosso do Sul, em que uma das partes recebe dinheiro e declara ter
recebido gado, que se obriga a devolver.

d) Simulação maliciosa: é a que objetiva fraudar a lei ou prejudicar terceiros. Nesse caso
o ato será nulo.
Segue esquema gráfico sobre as espécies de simulação:

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O art. 167 ainda apresenta algumas hipóteses legais de simulação.

§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:


I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se
conferem, ou transmitem;
II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

Em outras palavras, prescreve o aludido dispositivo que haverá simulação:


• por interposição de pessoa (ex.: terceiro que adquire bem do homem casado e o trans-
fere à concubina deste), em que aparece a figura do testa de ferro, não integrando a
relação jurídica o real beneficiário da negociação;
• por ocultação da verdade, na declaração (ex.: declaração de valor inferior, na escritura,
ao real);
• por falsidade de data.

008. (FGV/TCE-AM/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2021) Magda deseja vender um


imóvel para um de seus filhos, Bruno. Para não ter problemas com seus outros filhos que não
concordarão com a venda, ela combina com Jorge, seu melhor amigo, de vender o imóvel para
ele, mas com a incumbência de ele revendê-lo, em seguida, para Bruno, o que efetivamente
ocorre. Quando os outros filhos de Magda descobrirem, eles poderão alegar:
a) confirmação;
b) conversão;
c) simulação;
d) redução;
e) ratificação.

A questão narra uma hipótese de simulação relativa subjetiva, nos termos do art. 167, §
1º, I, do CC.
Letra c.

009. (CEBRASPE/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL/2021) É nulo o negócio jurídico que aparente


transmitir direitos a pessoa diversa daquela à qual realmente se transfere.

A assertiva apresenta, nos termos do art. 167, § 1º, I, do CC, uma hipótese de simulação relati-
va subjetiva que é causa de nulidade absoluta no negócio jurídico.
Certo.
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010. (CEBRASPE/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Márcio e Leandro, em conluio,


aparentaram celebrar determinado negócio jurídico diverso do que realmente ficou firmado
entre ambos, tendo sido realizado o respectivo registro em cartório competente.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, à luz do Código Civil e da juris-
prudência do STJ.
A situação hipotética ilustra uma simulação, sendo nulos tanto o negócio jurídico que foi regis-
trado quanto o que, às escondidas, efetivamente ficou firmado entre as partes.

Segundo o art. 167 do CC, é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissi-
mulou, se válido for na substância e na forma. Dessa forma, o negócio registrado é nulo, mas
aquele tido como às escondidas pode subsistir se for válido na substância e na forma.
Errado.

8. Nulidade x Anulabilidade
Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem obser-
vância dos requisitos essenciais, impedindo -os de produzir os efeitos que lhes são próprios.
O negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam à sociedade.
Assim, quando o interesse público é lesado, a sociedade o repele, fulminando -o de nulidade,
evitando que venha a produzir os efeitos esperados pelo agente.

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

Por outro lado, ocorre a anulabilidade quando a ofensa atinge o interesse particular de
pessoas que o legislador pretendeu proteger, sem estar em jogo interesses sociais, faculta -se
a estas, se o deseja rem, promover a anulação do ato. Trata-se de negócio anulável, que será
considerado válido se o interessado se conformar com os seus efeitos e não o atacar, nos
prazos legais, ou o confirmar.
Anulabilidade, portanto, é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realiza-
dos por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vício do consentimento ou vício
social. Visa, pois, à proteção do consentimento ou refere -se à incapacidade do agente.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:

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I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

Uma das principais funções desta aula é fazer você diferenciar as situações que acarretam
a nulidade absoluta e as que acarretam a anulabilidade.
A seguir temos um quadro na forma de tabela enumerando as principais diferenças entre a
nulidade absoluta (mais grave) e a nulidade relativa (menos grave).

NULIDADE RELATIVA
NULIDADE ABSOLUTA
(anulabilidade)
É decretada no interesse da coletividade, É decretada no interesse do prejudicado,
tendo eficácia erga omnes (contra abrangendo apenas as pessoas que
todos). alegaram (eficácia inter partes).
É imediata, ou seja, o ato é invalido É diferida, ou seja, o ato produz efeitos
desde a sua declaração, sendo a sentença enquanto não for anulado, sendo a
meramente declaratória com eficácia ex sentença desconstitutiva com eficácia ex
tunc. nunc.

É absoluta, pois pode ser arguida por É relativa, pois só os interessados ou


qualquer interessado, inclusive o MP, representantes legítimos a podem alegar,
quando lhe couber intervir, podendo sendo vedado ao juiz pronunciar-se de
ainda ser arguida de ofício pelo ofício (art. 177 do CC).
magistrado.
É incurável, pois as partes não podem É curável, pois o negócio pode ser
sanar o vício, objetivando a validação do confirmado pela parte a quem a lei
negócio (art. 169 do CC). protege.
É perpétua, porque é imprescritível, ou É provisória, pois está sujeita a
seja, não é suscetível de confirmação decadência (4 ou 2 anos), convalidando-
pelas partes e nem convalesce pelo se pelo decurso de tempo.
decurso do tempo (art. 169 do CC).

Seguem os artigos citados na tabela:

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.

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Sobre os prazos decadenciais para se pleitear a anulação do negócio jurídico, vejamos a


questão no art. 178 do CC.

Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

O direito de anulação do negócio jurídico, no caso dos vícios de consentimento ou social,


decai em quatro anos. Entretanto, quando se tratar de coação moral, o início deste prazo co-
meça a partir do fim da coação (art. 178, I do CC). Sendo assim, se uma pessoa coagiu seu
vizinho a assinar um contrato. Nesse caso, enquanto o vizinho estiver vivendo ao seu lado, a
coação não terá terminado e, consequentemente, não teremos o início do prazo decadencial
para anulação.

Art. 179 do CC. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para
pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.

Numa situação onde haja previsão de anulabilidade do ato, mas o Código Civil não mencio-
ne um prazo, como no art. 496 do CC, o prazo será de 2 anos.

Art. 496 do CC. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes
e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens
for o da separação obrigatória.

Vejamos uma tabela para sintetizar o tema:

Prazo para se pleitear a anulação do Negócio Jurídico


Quando a lei não estabelece prazo 2 anos A contar da data da conclusão do
ato
Coação moral irresistível 4 anos A contar do dia em que ela cessar
Erro, dolo, fraude contra credores, 4 anos A contar do dia em que se realizou
estado de perigo ou lesão o negócio jurídico
Atos de incapazes 4 anos A contar do dia em que cessar a
incapacidade

Seguem outros artigos sobre a invalidade do negócio jurídico:

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Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se acha-
vam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder pro-
var-se por outro meio.
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o preju-
dicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obri-
gações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

9. Conversão do Negócio Jurídico Nulo


Já estudamos o art. 169 do CC:

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.

Apesar de não ser possível a confirmação e a convalidação, admite-se a conversão do ne-


gócio jurídico nulo, conforme dispõe o art. 170 do CC:

Art. 170 do CC. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este
quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto
a nulidade.

Tal dispositivo consagra o princípio da conservação do negócio jurídico. Aplica-se tal princí-
pio quando o ato negocial nulo (nulidade absoluta) não pode prevalecer na forma pretendida pe-
las partes, mas, como seus elementos são idôneos para caracterizar outro ato de natureza diver-
sa, então poderá ocorrer a transformação, desde que isso não seja proibido taxativamente, como
nos casos de testamento. Como exemplo, temos a transformação de um contrato de compra e
venda nulo por defeito de forma (ex.: imóvel com valor superior a 30 salários mínimos deve ter
por forma uma escritura pública, sendo nulo caso se proceda mediante instrumento particular)
em um compromisso de compra e venda (este pode ser celebrado por instrumento particular).
O contrato preliminar não precisa ser celebrado na forma necessária ao contrato final. Vide
art. 462 do CC.

Art. 462 do CC. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essen-
ciais ao contrato a ser celebrado.

É por isso que o compromisso de compra e venda relativo a bens imóveis com valor su-
perior a trinta salários mínimos não precisa ser celebrado através de uma escritura pública,
bastando um instrumento particular.
Contata-se, então que dois requisitos devem ser observados na conversão:
• o objetivo, concernente à necessidade de que o segundo negócio, em que se converteu
o nulo, tenha por suporte os mesmos elementos fáticos deste; e

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• o subjetivo, relativo à intenção das partes de obter o efeito prático resultante do negócio
em que se converte o inválido.

011. (CEBRASPE/CODEVASF/ASSESSOR JURÍDICO/2021) A conversão substancial do ne-


gócio jurídico tem o propósito de sanar a invalidade absoluta.

A assertiva está em conformidade com o art. 170 do CC.


Certo.

Segue uma tabela para relembrar as definições de convalidação, confirmação e conversão,


pois tais conceitos serão necessários para o entendimento do próximo tópico.

CONFIRMAÇÃO é um ato das partes contratantes com o objetivo de


NULIDADE (art. 172 do CC) sanar o vício do ato negocial.
RELATIVA decorre do decurso de tempo que provoca a
CONVALIDAÇÃO
decadência do direito de anular o negócio.
NULIDADE é a transformação do ato nulo em outro que contém os
CONVERSÃO
ABSOLUTA requisitos do primeiro.
Ou seja, a confirmação (ratificação dada pelas partes) e a convalidação (o vício se cura
com o decurso de tempo) são institutos jurídicos inerentes ao negócio jurídico anulável (nuli-
dade relativa). Já a conversão é um instituto do negócio jurídico nulo (nulidade absoluta).
Seguem alguns artigos sobre a confirmação do negócio jurídico anulável.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa
de mantê-lo.
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo de-
vedor, ciente do vício que o inquinava.
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos
arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o
devedor.
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se
este a der posteriormente.

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10. Prova do Negócio Jurídico


A prova representa o conjunto de meios empregados para demonstrar, legalmente, a exis-
tência de um negócio jurídico. Para que uma prova seja válida ela deve possuir os requisitos
listados no quadro abaixo:

O art. 212 do CC enumera, de maneira exemplificativa, os meios de prova dos negócios


jurídicos a que não se exige uma forma especial.

Art. 212 do CC. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado
mediante:
I – confissão;
II – documento;
III – testemunha;
IV – presunção;
V – perícia.

A confissão é o ato pelo qual a parte admite, judicial (em juízo) ou extrajudicialmente (fora
do processo), a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. Os
art. 213 e 214 do CC tratam do assunto.

Art. 213 do CC. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz de dispor do direito a
que se referem os fatos confessados.
Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é eficaz nos limites em que
este pode vincular o representado.

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Como regra a confissão só pode ser produzida por pessoa capaz e no gozo de seus direi-
tos. Desta forma, se uma pessoa não for proprietária do imóvel vendido não poderá confessar
a irregularidade da venda, porém, se for o dono, poderá admitir a irregularidade do fato.
Excepcionalmente a confissão pode ser feita por um representante, entretanto apenas pro-
duzirá efeitos se estiver dentro dos limites conferido pelo representado. Desta forma, um
mandatário munido apenas com poderes de administração não poderá confessar um fato que
ultrapassa esses poderes.

Art. 214 do CC. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de
coação.

Conclui-se do art. 214 do CC que a irrevogabilidade é uma característica da confissão,


entretanto a anulabilidade é possível no caso de erro de fato ou coação.

Características da Confissão
• só pode ser produzida por pessoa capaz e no gozo de seus direitos.
• se feita por um representante, apenas produzirá efeitos se estiver dentro dos
limites conferido pelo representado.
• tem a irrevogabilidade como uma característica.

012. (CEBRASPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2021) O engano do declarante


quanto ao objeto do negócio jurídico que deu ensejo à propositura da ação enseja a anulabili-
dade da confissão.

A assertiva está em conformidade com o art. 214 do CC.


Certo.

Os documentos, públicos ou particulares, possuem função apenas probatória. São públi-


cos os documentos elaborados por autoridade pública, no exercício de suas funções, tal como
as certidões, traslados etc. São particulares aqueles elaborados por particulares, tal como as
cartas, telegramas etc.
Não podemos confundir documentos públicos ou particulares com instrumentos públicos
ou particulares. O instrumento é uma espécie do gênero documento. Sobre a escritura pública,
devem ser observadas as formalidades do art. 215 do CC.

Art. 215 do CC. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública,
fazendo prova plena.

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§ 1º Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter:
I – data e local de sua realização;
II – reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato,
por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas;
III – nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e demais com-
parecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro
cônjuge e filiação;
IV – manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;
V – referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato;
VI – declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que todos
a leram;
VII – assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou seu substituto
legal, encerrando o ato.
§ 2º Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capaz assinará por
ele, a seu rogo.
§ 3º A escritura será redigida na língua nacional.
§ 4º Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o tabelião não entender o idio-
ma em que se expressa, deverá comparecer tradutor público para servir de intérprete, ou, não o ha-
vendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento
bastantes.
§ 5º Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem puder identificar-se por do-
cumento, deverão participar do ato pelo menos duas testemunhas que o conheçam e atestem sua
identidade.

Os documentos particulares são realizados somente com a assinatura dos próprios inte-
ressados, nos termos do art. 221 do CC.

Art. 221 do CC. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja
na livre disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer
valor; mas os seus efeitos, bem como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes
de registrado no registro público.
Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir-se pelas outras de caráter legal.

Através do art. 219 do CC, percebe-se que, mesmo sem testemunhas, o documento parti-
cular vale entre as próprias partes.

Art. 219 do CC. As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras em


relação aos signatários.
Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposições principais ou com a legitimi-
dade das partes, as declarações enunciativas não eximem os interessados em sua veracidade do
ônus de prová-las.

Também se faz necessária a análise do art. 220 do CC.

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Art. 220 do CC. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de um ato, provar-se-á
do mesmo modo que este, e constará, sempre que se possa, do próprio instrumento.

Um exemplo prático deste dispositivo legal se dá quando uma mulher casada outorga pro-
curação ao marido para a alienação de bens imóveis. Como a alienação deve ser realizada
através de uma escritura pública, então a outorga uxória também deve ser dada pela esposa
através de uma escritura pública.
A seguir temos outros artigos do CC sobre documentos que são autoexplicativos:

Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz prova mediante conferência
com o original assinado.
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de
declaração da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original.
Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, nos casos em que
a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição.
Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos para o português para
ter efeitos legais no País.
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral,
quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena
destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a que perten-
cem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados
por outros subsídios.
Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante nos casos em que a lei exige
escritura pública, ou escrito particular revestido de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela com-
provação da falsidade ou inexatidão dos lançamentos.

As testemunhas, que podem ser instrumentárias (que assinam o documento) ou judiciárias


(que prestam depoimento em juízo), representam a forma menos segura de se provar um ne-
gócio jurídico. Por essa razão, o art. 227, caput do CC (revogado pela Lei n. 13.105/2015) esta-
tuía que a prova exclusivamente testemunhal só era admitida em negócio de pequena monta.

Art. 227 do CC. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos
negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao
tempo em que foram celebrados.

Como o parágrafo único do artigo continua vigente, o entendimento atual é que a pro-
va testemunhal é admitida em negócios jurídicos de qualquer valor de forma subsidiária ou
complementar.

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Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível
como subsidiária ou complementar da prova por escrito.

O art. 228 do CC enumera as pessoas que não podem ser admitidas como testemunha.

Art. 228 do CC. Não podem ser admitidos como testemunhas:


I – os menores de dezesseis anos;
II – revogado;
III – revogado;
IV – o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;
V – os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma das
partes, por consanguinidade, ou afinidade.
§ 1º. Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a
que se refere este artigo.
§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de condições com as demais
pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de tecnologia assistiva.

O dispositivo acima foi alterado pela Lei n. 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiên-
cia) que revogou os incisos II e III. A inclusão do § 2º corrobora a ideia de inclusão social dos
portadores de deficiência ao possibilitar que eles sejam testemunhas. Ainda assim, um ponto
merece destaque:

Os menores, relativamente incapazes, podem testemunhar, independentemente de assistên-


cia. Ou seja, com 16 anos de idade uma pessoa pode ser testemunha.

A presunção representa a ideia que se extrai de um fato conhecido para se chegar a um


fato desconhecido. Um exemplo ocorre com o recibo de pagamento. É presumido que o credor
só entrega o recibo após o pagamento ocorrer, dessa forma, se uma pessoa apresenta um re-
cibo, presume-se que o pagamento foi feito. No quadro a seguir temos os tipos de presunção:

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LEGAL (juris): É a que decorre da lei, tal como a que recai sobre o
marido, que a lei presume ser pai do filho nascido de sua mulher, na
constância do casamento.
ABSOLUTA RELATIVA
(juris et de jure) (juris tantum)
É a que admite prova em
É a que não admite prova em
contrário, tal como a presunção
contrário, ou seja, é a presunção
de paternidade atribuída ao
PRESUNÇÃO de verdade atribuída pela lei a
filho de sua mulher nascido na
certos fatos.
constância do casamento.
É deixada ao critério e prudência
do magistrado que se baseia no
que ordinariamente acontece,
COMUM (hominis) na experiência da vida, tal como
o amor materno, de onde se
presume que a mãe nunca vai
prejudicar o seu filho.
• A presunção absoluta e a presunção relativa são espécies de presunção legal.

A perícia é uma prova decorrente de análises de especialistas ou peritos que a doutrina


subdivide em três tipos:
1. O exame, a vistoria e a avaliação.
• Exame: é a apreciação de alguma coisa por meio de peritos, para esclarecimento de um
determinado fato em juízo, tais como o exame de DNA, o exame grafotécnico e o exame
médico nas interdições;
• Vistoria: é a mesma operação, porém está restrita à inspeção ocular, muito empregada
nas ações possessórias e nos vícios redibitórios; e
• Avaliação: é o ato pericial que tem por objetivo o esclarecimento de valores.

2. O arbitramento.
• É o exame pericial que busca determinar o valor da coisa ou da obrigação a ela ligada,
muito comum em desapropriações e em ações de alimentos.

3. A inspeção judicial.
• Consiste na verificação feita pessoalmente pelo magistrado, quer examinando uma pes-
soa, quer verificando um objeto, com a finalidade de colher dados para a prova.

Neste assunto destacam-se os arts. 231 e 232 do CC.

Art. 231 do CC. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não poderá aprovei-
tar-se de sua recusa.

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Art. 232 do CC. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia
obter com o exame.

Conclui-se que, se uma pessoa se nega a fazer um exame de DNA ordenado pelo juiz para
provar a paternidade, tal recusa poderá valer como prova da paternidade. Ou seja, a recusa ao
exame pode fazer com que o magistrado conclua pela procedência da ação.

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RESUMO
Conceito de Fato Jurídico

Os fatos jurídicos são acontecimentos, previstos em norma de direito, em razão dos quais
nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas.

Classificação dos Fatos Jurídicos

Interpretação do Negócio Jurídico


• Princípio da prevalência da intenção dos agentes

Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao


sentido literal da linguagem.
• Interpretação restritiva dos negócios benéficos

Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.

Representação

Ocorre a representação quando uma pessoa celebra negócios jurídicos em nome de outra.
A representação pode decorrer da lei (representação legal) ou da vontade do representado
(representação voluntária ou convencional).
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EFEITOS DA REPRESENTAÇÃO

LEGAL são estabelecidos na própria lei.

VOLUNTÁRIA são estabelecidos por ocasião do contrato de mandato.

NEGÓCIO CELEBRADO CONSIGO MESMO


REGRA É anulável.
EXCEÇÃO Quando houver permissão pela lei ou pelo representado.
Ex.: mandato em causa própria

Elementos do Negócio Jurídico

O negócio jurídico para existir e ser válido carece de quatro elementos essenciais. Os três
apontados no art. 104 do CC (agente, objeto e forma) são elementos objetivos, ao passo que a
vontade é um elemento subjetivo.

ELEMENTOS
ELEMENTOS ESSENCIAIS
ACIDENTAIS

VALIDADE
EXISTÊNCIA EFICÁCIA
NULO ANULÁVEL VÁLIDO

Absolutamente Relativamente Plenamente


AGENTE
incapaz. incapaz. capaz.

Lícito, possível,
Ilícito, impossível e determinado
OBJETO -------------
indeterminável. ou
determinável.

Prescrita ou CONDIÇÃO
FORMA Inobservância de lei. ------------- não proibida TERMO
por lei. ENCARGO

Erro substancial,
dolo essencial,
VONTADE Simulação, coação coação moral, Livre, de boa-fé
física*. estado de perigo, e consciente.
lesão e fraude
contra credores.
* posição não pacífica na doutrina. Alguns autores defendem que a coação física irresistível acarreta a ine-
xistência do negócio jurídico; outros dizem que ela provoca a nulidade absoluta do ato negocial.

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Dentre os elementos essenciais, são comuns a todos os negócios jurídicos a capacidade


do agente, o objeto lícito possível e determinado, além da vontade (consentimento); ao passo
que a forma do ato jurídico e a prova do ato negocial (estudada no fim da aula) são elementos
essenciais particulares, pois podem variar de acordo com a natureza de cada negócio jurídico.

COMUNS agente, objeto e vontade (consentimento).


ELEMENTOS
ESSENCIAIS
PARTICULARES forma e prova do ato negocial.

ELEMENTOS
condição, termo e encargo.
ACIDENTAIS

Agente

O agente é o primeiro elemento objetivo e, para o negócio jurídico ser válido, a pessoa que o
celebra deve ser plenamente capaz. Caso contrário o negócio jurídico pode ser nulo (nulidade
absoluta) no caso de ser celebrado por pessoa absolutamente incapaz sem a devida repre-
sentação ou anulável (nulidade relativa) no caso de o agente ser relativamente capaz e não
houver a devida assistência.

Objeto

No que tange ao objeto, para o negócio jurídico ser válido, o objeto deve ser lícito (de acor-
do com a lei, moral, ordem pública e bons costumes – ex.: é vedado o contrato de herança de
pessoa viva pelo art. 426 do CC); deve ser possível (ex.: não pode ser objeto de contrato uma
viagem para júpiter); e determinado (individualizado) ou, ao menos, determinável – passível de
individualização em um momento futuro (ex.: não se pode comprar um animal sem especificar
a espécie). Caso contrário, o negócio jurídico será nulo.

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Forma

A forma é o meio de exteriorização da vontade. Quando observada quanto à disponibilidade


e considerando o conjunto de exigências e permissões legais que a envolves, a forma pode ser:

Vontade

A forma de manifestação da vontade pode ser expressa, tácita ou presumida.


Sobre as espécies de declarações de vontade, elas podem ser receptícias, não receptícias,
diretas e indiretas.

Elementos Acidentais do Negócio Jurídico

A condição é uma cláusula que, por vontade das partes negociantes, subordina a eficácia
do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

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RESUMO SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES

I – Quanto ao modo de atuação: Suspensivas ou resolutivas.


II – Quanto à participação da vontade dos sujeitos: Causais, potestativas, mistas e
promíscuas.
III – Quanto à possibilidade: possíveis ou impossíveis (física ou juridicamente).
IV – Quanto à licitude: lícitas e ilícitas.

O termo representa o dia em começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. Quando


convencionado no contrato, o termo subordina o efeito do negócio jurídico a um evento futu-
ro e certo.

O encargo, também chamado de modo, é uma cláusula imposta nos negócios gratuitos,
que restringe a vantagem do beneficiado. Como exemplo, temos a doação de um terreno a
determinada pessoa para lá ser construído um asilo.

CONDIÇÃO TERMO ENCARGO

Subordina o efeito do Subordina a eficácia do Constitui cláusula acessória


negócio jurídico a evento negócio a evento futuro e às liberalidades. Impõe uma
futuro e incerto certo obrigação ao beneficiário

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CONDIÇÃO TERMO ENCARGO

É imposta com o emprego


Identifica-se pelas É imposto com as
das partículas “se”,
expressões “quando”, “a expressões “para que”, “com
“enquanto”, “com a condição
partir de”, “até tal data” etc. a obrigação de” etc.
de não…”

Inicial: Suspende o exercício, Não suspende a aquisição


Suspensiva: impede que o
mas não a aquisição do nem o exercício do direito.
ato produza efeitos
direito Se não for cumprido, a
Resolutiva: resolve o direito
Final: resolve os efeitos do liberalidade poderá ser
transferido pelo negócio
negócio jurídico revogada

Reserva Mental

A reserva mental representa a emissão de uma declaração de vontade não desejada em


seu conteúdo, tampouco em seu resultado, pois o declarante tem por único objetivo enganar
o declaratário. Trata-se de um inadimplemento premeditado. Duas situações podem ocorrer:

RESERVA MENTAL

DESCONHECIDA PELA OUTRA PARTE O ato negocial subsistirá e será


(LÍCITA) válido.

CONHECIDA PELA OUTRA PARTE O ato negocial será inválido


(ILÍCITA) (nulidade absoluta).

Defeitos do Negócio Jurídico

Os defeitos do negócio jurídico atingem a sua vontade ou geram uma repercussão social,
tomando o negócio passível de ação anulatória ou declaratória de nulidade pelo prejudicado
ou interessado.

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O erro ou ignorância é a noção falsa acerca de um objeto ou de determinada pessoa.


Ocorre o erro quando o agente se engana sobre alguma coisa. Como exemplo, temos a pessoa
que compra um relógio dourado, supondo que é de ouro. Para acarretar a anulação do negócio
jurídico, o erro deve ser substancial.

O dolo é o emprego de um artifício astucioso para induzir alguém à prática de um negócio


jurídico. Como exemplo, temos o vendedor que induz o cliente a acreditar que um relógio sim-
plesmente dourado é de ouro.
Existem vários tipos de dolo, dentre eles destacamos:
a) dolo principal ou essencial: é aquele que dá causa ao negócio jurídico, sem o qual ele
não se teria concluído, acarretando a anulabilidade do ato negocial. Além de possibilitar a anu-
lação, o dolo essencial enseja indenização por perdas e danos.
b) dolo acidental (dolus incidens) (art. 146 do CC): é o que leva a vítima a realizar o ne-
gócio jurídico, porém em condições mais onerosas ou menos vantajosas, não afetando sua
declaração de vontade, embora venha provocar desvios. Não é causa de anulabilidade por não
interferir diretamente na declaração de vontade, mas enseja indenização por perdas e danos.

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O estado de perigo representa a assunção de uma obrigação excessivamente onerosa


(exorbitante) para evitar um dano pessoal que é do conhecimento da outra parte contratante.
Grosseiramente falando, o declarante se encontra diante de uma situação em que deve optar
entre dois males: Sofrer o dano ou participar de um contrato que lhe é excessivamente oneroso.

A lesão é um vício de consentimento decorrente do abuso praticado em situação de desi-


gualdade de um dos contratantes, por estar sob premente necessidade, ou por inexperiência,
com o objetivo de protegê-lo diante do prejuízo sofrido na conclusão de um negócio jurídico
em decorrência da desproporção existente entre as prestações das duas partes.

A coação é uma pressão física ou moral exercida sobre alguém para induzi-lo à prática de
um determinado negócio jurídico. Trata-se de violência ou ameaça que infringe a liberdade de
decisão do coagido. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito,
nem o simples temor reverencial.
A fraude contra credores (vício social) constitui a prática maliciosa pelo devedor insolven-
te (aquele cujo patrimônio passivo é superior ao patrimônio ativo) de atos que desfalcam o seu
patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos
direitos creditórios alheios.
A simulação que representa um acordo de vontade entre as partes para dar existência real
a um negócio jurídico fictício, ou então para ocultar o negócio jurídico realmente realizado, com
o objetivo de violar a lei ou enganar terceiros. Conclui-se que são necessários três requisitos
para a simulação:
• acordo entre as partes, ou com a pessoa a quem ela se destina;
• declaração enganosa de vontade; e
• intenção de enganar terceiros ou violar a lei.

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São espécies de simulação:

Nulidade X Anulabilidade

Nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados sem obser-
vância dos requisitos essenciais, impedindo -os de produzir os efeitos que lhes são próprios. O
negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam à sociedade.
Por outro lado, ocorre a anulabilidade quando a ofensa atinge o interesse particular de
pessoas que o legislador pretendeu proteger, sem estar em jogo interesses sociais, faculta -se
a estas, se o deseja rem, promover a anulação do ato. Trata-se de negócio anulável, que será
considerado válido se o interessado se conformar com os seus efeitos e não o atacar, nos
prazos legais, ou o confirmar.

NULIDADE RELATIVA
NULIDADE ABSOLUTA
(anulabilidade)
É decretada no interesse do prejudicado,
É decretada no interesse da coletividade,
abrangendo apenas as pessoas que
tendo eficácia erga omnes (contra todos).
alegaram (eficácia inter partes).
É imediata, ou seja, o ato é invalido É diferida, ou seja, o ato produz efeitos
desde a sua declaração, sendo a sentença enquanto não for anulado, sendo a
meramente declaratória com eficácia ex sentença desconstitutiva com eficácia ex
tunc. nunc.

É absoluta, pois pode ser arguida por É relativa, pois só os interessados ou


qualquer interessado, inclusive o MP, representantes legítimos a podem alegar,
quando lhe couber intervir, podendo ainda sendo vedado ao juiz pronunciar-se de
ser arguida de ofício pelo magistrado. ofício (art. 177 do CC).

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NULIDADE RELATIVA
NULIDADE ABSOLUTA
(anulabilidade)
É incurável, pois as partes não podem É curável, pois o negócio pode ser
sanar o vício, objetivando a validação do confirmado pela parte a quem a lei
negócio (art. 169 do CC). protege.
É perpétua, porque é imprescritível, ou
É provisória, pois está sujeita a
seja, não é suscetível de confirmação pelas
decadência (4 ou 2 anos), convalidando-se
partes e nem convalesce pelo decurso do
pelo decurso de tempo.
tempo (art. 169 do CC).

Sobre os prazos decadenciais para se pleitear a anulação do negócio jurídico, temos


o seguinte:

Prazo para se pleitear a anulação do Negócio Jurídico


Quando a lei não estabelece prazo 2 anos A contar da data da conclusão do ato
Coação moral irresistível 4 anos A contar do dia em que ela cessar
Erro, dolo, fraude contra credores, A contar do dia em que se realizou o
4 anos
estado de perigo ou lesão negócio jurídico
A contar do dia em que cessar a
Atos de incapazes 4 anos
incapacidade

Conversão do Negócio Jurídico Nulo

O princípio da conservação do negócio jurídico é aplicado quando o ato negocial nulo (nuli-
dade absoluta) não pode prevalecer na forma pretendida pelas partes, mas, como seus elemen-
tos são idôneos para caracterizar outro ato de natureza diversa, então poderá ocorrer a trans-
formação, desde que isso não seja proibido taxativamente, como nos casos de testamento.
A conversão não pode ser confundida com a confirmação e a convalidação.

NULIDADE CONFIRMAÇÃO (art. é um ato das partes contratantes com


RELATIVA 172 do CC) o objetivo de sanar o vício do ato
negocial.
CONVALIDAÇÃO decorre do decurso de tempo que
provoca a decadência do direito de
anular o negócio.
NULIDADE CONVERSÃO é a transformação do ato nulo em
ABSOLUTA outro que contém os requisitos do
primeiro.

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Prova do Negócio Jurídico

A prova representa o conjunto de meios empregados para demonstrar, legalmente, a exis-


tência de um negócio jurídico. Para que uma prova seja válida ela deve possuir os requisitos
listados no quadro abaixo:

O art. 212 do CC enumera, de maneira exemplificativa, os meios de prova dos negócios


jurídicos a que não se exige uma forma especial.

Dentre as provas citadas, destacam-se a confissão, a testemunha e a presunção com as


características a seguir:

Características da Confissão
• só pode ser produzida por pessoa capaz
e no gozo de seus direitos.
• se feita por um representante, apenas
produzirá efeitos se estiver dentro dos limites
conferido pelo representado.
• tem a irrevogabilidade como uma
característica.

Testemunhas

Os menores, relativamente incapazes, podem testemunhar, independentemente de


assistência. Ou seja, com 16 anos de idade uma pessoa pode ser testemunha.

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LEGAL (juris): É a que decorre da lei, tal como a que recai


sobre o marido, que a lei presume ser pai do filho nascido de
sua mulher, na constância do casamento.
ABSOLUTA RELATIVA
(juris et de jure) (juris tantum)
É a que não admite É a que admite prova em
prova em contrário, ou contrário, tal como a presunção
PRESUNÇÃO seja, é a presunção de de paternidade atribuída ao
verdade atribuída pela filho de sua mulher nascido na
lei a certos fatos. constância do casamento.
É deixada ao critério e prudência
do magistrado que se baseia no que
COMUM ordinariamente acontece, na experiência da
(hominis) vida, tal como o amor materno, de onde se
presume que a mãe nunca vai prejudicar o
seu filho.
• A presunção absoluta e a presunção relativa são espécies de presunção
legal.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (VUNESP/PREFEITURA DE ILHABELA-SP/ANALISTA: DIREITO/2020) O mandato é um
negócio jurídico
a) comutativo.
b) neutro.
c) bifronte.
d) aleatório.
e) bilateral simples.

002. (CEBRASPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2021) Nas declarações de von-


tade, importa mais a vontade real do que a declarada, prevalecendo a teoria da confiança.

003. (VUNESP/PREFEITURA DE JUNDIAÍ-SP/PROCURADOR/2021) Se, num negócio jurídi-


co, for prevista uma condição potestativa que venha a perder esse caráter em razão de um
acontecimento que venha a dificultar sua realização, terá surgido uma condição
a) perplexa.
b) fisicamente impossível.
c) promíscua.
d) mista.
e) casual.

004. (CEBRASPE/MPE-CE/ANALISTA MINISTERIAL/2020) Em regra, o encargo em um ne-


gócio jurídico suspende o exercício ou a aquisição do direito.

005. (FGV/MPE-RJ/ESTÁGIO FORENSE/2020) Cristina vendeu um anel para sua vizinha Már-
cia, garantindo-lhe ser de ouro, mesmo sabendo que não era. Meses após a compra, Márcia
percebeu que o anel começou a descascar, constatando assim que não era de ouro.
Nesse caso, Márcia poderá pleitear a anulação do negócio jurídico com fundamento em:
a) erro;
b) dolo;
c) fraude contra credores;
d) lesão;
e) simulação.

006. (FCC/DPE-GO/DEFENSOR PÚBLICO/2021) Ao anunciar um veículo à venda, o anuncian-


te instalou alguns itens estéticos no veículo que davam a impressão de se tratar de um modelo
mais caro do que o modelo real do carro. Durante as negociações, na presença do vendedor,
um terceiro fez menção expressa ao preço em relação ao modelo (referindo-se ao modelo

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mais caro), mas o vendedor não corrigiu a informação. O comprador, após concretizar a com-
pra e pagar o preço, levou o veículo ao mecânico, quando descobriu que na verdade havia
adquirido o carro pensando se tratar de um outro modelo. Ele procura o vendedor e afirma ter
interesse em continuar com o veículo, mas deseja um abatimento do preço. O vendedor, por
sua vez, afirma que em nenhum momento disse que o veículo era do modelo que o comprador
havia imaginado. Nesse caso, trata-se de
a) erro sobre o objeto principal da declaração (error in corpore ou error in substantia), que torna
anulável o negócio, no prazo decadencial de 04 (quatro) anos.
b) dolo acidental, que em regra não afeta a validade do negócio, porém impõe o dever de
indenizar.
c) vício redibitório, que permite tanto a anulação do negócio, como o abatimento do preço
pago, no prazo decadencial de 30 (trinta) dias para bens imóveis.
d) dolo essencial, que torna o negócio anulável, cuja decadência ocorre no prazo de 04
(quatro) anos.
e) dolo essencial, que torna o negócio anulável, cuja prescrição ocorre no prazo de 04
(quatro) anos.

007. (CEBRASPE/MPE-CE/ANALISTA MINISTERIAL/2020) Na situação em que uma pes-


soa, por inexperiência, se vincula a uma obrigação de compra de um imóvel pelo triplo do valor
de mercado, fica caracterizada a coação como defeito do negócio jurídico.

008. (FGV/TCE-AM/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2021) Magda deseja vender um


imóvel para um de seus filhos, Bruno. Para não ter problemas com seus outros filhos que não
concordarão com a venda, ela combina com Jorge, seu melhor amigo, de vender o imóvel para
ele, mas com a incumbência de ele revendê-lo, em seguida, para Bruno, o que efetivamente
ocorre. Quando os outros filhos de Magda descobrirem, eles poderão alegar:
a) confirmação;
b) conversão;
c) simulação;
d) redução;
e) ratificação.

009. (CEBRASPE/SEFAZ-CE/AUDITOR FISCAL/2021) É nulo o negócio jurídico que aparente


transmitir direitos a pessoa diversa daquela à qual realmente se transfere.

010. (CEBRASPE/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Márcio e Leandro, em conluio,


aparentaram celebrar determinado negócio jurídico diverso do que realmente ficou firmado
entre ambos, tendo sido realizado o respectivo registro em cartório competente.

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Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir, à luz do Código Civil e da juris-
prudência do STJ.
A situação hipotética ilustra uma simulação, sendo nulos tanto o negócio jurídico que foi regis-
trado quanto o que, às escondidas, efetivamente ficou firmado entre as partes.

011. (CEBRASPE/CODEVASF/ASSESSOR JURÍDICO/2021) A conversão substancial do ne-


gócio jurídico tem o propósito de sanar a invalidade absoluta.

012. (CEBRASPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2021) O engano do declarante


quanto ao objeto do negócio jurídico que deu ensejo à propositura da ação enseja a anulabili-
dade da confissão.

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QUESTÕES DE CONCURSO
013. (FCC/TRT 11ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2007) José, servidor público federal, sendo
proprietário de um imóvel na cidade de São Paulo, alugou-o para Antonio. Findo o prazo con-
tratual e tendo de mudar-se para aquela cidade em razão de transferência, onde proverá cargo
efetivo, que deseja exercer durante dois anos, tempo suficiente para obter sua aposentadoria,
o locador notificou o locatário, para desocupar a casa. Neste caso, a notificação do locador
a) constitui ato jurídico e José terá apenas residência em São Paulo, mas não terá domicílio.
b) e a fixação do domicílio constituem ato jurídico e o domicílio de José será voluntário.
c) constitui ato jurídico, mas não é negócio jurídico e José terá domicílio necessário em
São Paulo.
d) e a fixação do domicílio constituem, respectivamente, negócio jurídico e ato jurídico, e José
terá domicílio voluntário.
e) e a fixação do domicílio constituem, respectivamente, ato jurídico e negócio jurídico e José
terá domicílio voluntário em São Paulo.

014. (FCC/TJ-PA/AJAJ/2009) No que tange aos negócios jurídicos pode-se afirmar que
a) os negócios neutros podem ser enquadrados entre os onerosos ou os gratuitos.
b) nos negócios jurídicos onerosos nem sempre ambos os contratantes auferem vantagens.
c) não há nenhum negócio que não possa ser incluído na categoria dos onerosos ou dos
gratuitos.
d) nos negócios jurídicos gratuitos só uma das partes aufere vantagens ou benefícios.
e) os negócios celebrados inter vivos não se destinam obrigatoriamente a produzir efeitos des-
de logo, ainda que estando vivas as partes.

015. (FCC/TRT 3ª REGIÃO/AJOJ/2015) Leonardo adquiriu de Paulo carregamento de celu-


lares falsificados, combinando pagar por eles quando da entrega, que, se não efetivada, daria
ao adquirente direito a postular cumprimento forçado da obrigação. Em não tendo havido a
entrega, Leonardo ajuizou ação contra Paulo, que, em contestação, não suscitou ser ilegal o
negócio, confessou a obrigação e dispôs-se a cumpri-la espontaneamente. O cumprimento
da obrigação
a) não poderá ocorrer, devendo o juiz declarar, de ofício, a nulidade do negócio.
b) deverá ocorrer, tendo em vista que os negócios jurídicos anuláveis são passíveis de conva-
lidação, ainda que tácita.
c) deverá ocorrer, tendo em vista que as nulidades não podem ser apreciadas de ofício.
d) deverá ocorrer, tendo em vista que os negócios jurídicos anuláveis são passíveis de conva-
lidação, desde que expressa.
e) não poderá, a princípio, ocorrer, devendo o juiz anular o negócio jurídico, salvo se, quando do
ajuizamento da ação, já houver transcorrido prazo de 4 anos.
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016. (FCC/TCE-CE/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Joaquim, sendo deve-


dor de Pedro e não tendo condições financeiras para quitar a dívida, cedeu a este os direitos
hereditários que afirmava ter, por ser filho de Antônio, que se encontrava moribundo e veio a
falecer um dia após a celebração daquele negócio. Aberto o inventário de Antônio, Pedro, com
a concordância de Joaquim, requereu ao juiz que lhe adjudicasse a cota parte dos bens que
coubessem a Joaquim, mas o juiz indeferiu o pedido. Essa decisão é
a) correta, porque o negócio celebrado entre Joaquim e Pedro é nulo, podendo a nulidade ser
declarada de ofício.
b) incorreta, porque o negócio celebrado entre Joaquim e Pedro é anulável e só os interessa-
dos poderiam arguir essa nulidade, sendo defeso dela o juiz conhecer de ofício.
c) correta, desde que tenha havido impugnação dos demais herdeiros, porque são interessa-
dos na aquisição da cota parte cabente a Joaquim na herança.
d) incorreta, porque somente o Ministério Público poderia ter a iniciativa de promover a anula-
ção do negócio celebrado entre Joaquim e Pedro.
e) incorreta, porque o negócio celebrado entre Joaquim e Pedro só era ineficaz até a morte de
Antônio, convalidando-se após.

017. (FCC/TRT 14ª REGIÃO/AJOJ/2016) Sobre o negócio jurídico, na forma estabelecida


pelo Código Civil, é INCORRETO afirmar:
a) A impossibilidade inicial do objeto sempre invalida o negócio jurídico.
b) Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
c) Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao
sentido literal da linguagem.
d) O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizaram e não for
necessária a declaração de vontade expressa.
e) No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é
da substância do ato.

018. (FCC/TCM-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Os negócios sob con-


dição suspensiva
a) subordinam-se a evento futuro e certo.
b) operam efeitos desde logo, os quais são suspensos em caso de implemento da condição.
c) são protegidos contra o advento de lei nova, em caso de conflito de leis no tempo, mesmo
que ainda não tenha havido o implemento da condição.
d) geram, no que toca aos conflitos de Lei n. tempo, meras expectativas de direito, não protegi-
das contra o advento de lei nova.
e) não permitem que o titular eventual do direito pratique atos destinados à sua conservação.

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019. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Quando o testamento foi aberto, Rubião quase


caiu para trás. Advinhas por quê. Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem
dez, nem vinte contos, mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casa na Corte, uma
em Barbacena, escravos, apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, joias,
dinheiro amoedado, livros − tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem
deixas a nenhuma pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento,
a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por
motivo da grande afeição que lhe tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se fosse a
ele próprio testador, nada poupando em seu benefício, resguardando-o de moléstias, de fugas,
de roubo ou de morte que lhe quisessem dar por maldade; cuidar finalmente como se cão não
fosse, mas pessoa humana. Item, impunha-lhe a condição, quando morresse o cachorro, de
lhe dar sepultura decente, em terreno próprio, que cobriria de flores e plantas cheirosas; e mais
desenterraria os ossos do dito cachorro, quando fosse tempo idôneo, e os recolheria a uma
urna de madeira preciosa para depositá-los no lugar mais honrado da casa.
(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. [S.l.]: Saraiva, 2011. p. 25)

As exigências feitas a Rubião consubstanciam


a) termo final.
b) condição resolutiva.
c) condição suspensiva.
d) termo inicial.
e) encargo.

020. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2015) É anulável


a) o negócio que tenha por objetivo fraudar lei imperativa.
b) o contrato que tem por objeto herança de pessoa viva.
c) a troca de bens com valores desiguais entre ascendentes e descendentes sem o consenti-
mento dos outros descendentes.
d) o negócio jurídico simulado.
e) o negócio proibido por lei, que não lhe comina sanção.

021. (FCC/TRT 3ª REGIÃO/AJAJ/2015) Marcela permutou um televisor avariado com um


celular avariado de Marina. Ambas sabiam que os respectivos bens estavam deteriorados e
ambas esconderam tal circunstância uma da outra buscando tirar vantagem na transação.
Julgando-se prejudicada, Marina ajuizou ação contra Marcela requerendo a invalidação do ne-
gócio e indenização. O juiz deverá
a) desacolher ambos os pedidos, pois, se as duas partes procedem com dolo, nenhuma pode
alegá-lo para anular o negócio nem reclamar indenização.
b) acolher apenas o pedido de invalidação do negócio, pois esta pode ser reconhecida inclusi-
ve de ofício.

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c) acolher apenas o pedido de indenização, em razão do princípio que veda o enriquecimento


sem causa.
d) acolher ambos os pedidos, pois o dolo de uma parte não anula o da outra.
e) acolher apenas o pedido de invalidação, desde que formulado no prazo decadencial de qua-
tro anos da celebração do negócio.

022. (FCC/TRT 23ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Quando da venda de sua casa, para
não ver prejudicadas as negociações, João deixou de mencionar a Rogério, adquirente, que,
no imóvel vizinho, funcionava estridente casa noturna. Ignorando o fato, Rogério acabou por
adquirir o imóvel. Considerando-se que, se conhecesse o fato, Rogério não teria celebrado o
negócio, o silêncio do vendedor constituiu
a) omissão dolosa, que não obriga a satisfazer as perdas e danos mas é causa de anulabilida-
de, a qual depende de iniciativa da parte para ser decretada.
b) omissão dolosa, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de anulabilidade, a qual
pode ser conhecida de ofício e não convalesce com o passar do tempo.
c) omissão dolosa, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de anulabilidade, a qual
depende de iniciativa da parte para ser decretada.
d) lesão, que obriga somente a satisfazer as perdas e danos.
e) lesão, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de nulidade, a qual pode ser co-
nhecida de ofício e não convalesce com o passar do tempo.

023. (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2015) O negócio jurídico praticado


sob coação
a) é nulo, não se convalidando com o decurso do tempo nem podendo ser confirmado pela
vontade das partes.
b) equipara-se aos praticados sob temor reverencial.
c) é nulo, podendo ser invalidado, a pedido da parte prejudicada, no prazo decadencial de 4
anos, contado da celebração do negócio.
d) deve ser interpretado tendo em conta o que, na mesma circunstância, teria feito o
homem médio.
e) é anulável, convalidando-se com o decurso do tempo e podendo ser confirmado pela vonta-
de das partes.

024. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Roberto doou aos filhos seu mais valioso imóvel
em 20/10/2014 e, no mesmo dia, ofereceu em hipoteca outro imóvel para garantia de dívida
por empréstimo que lhe foi concedido, em 19/09/2014, por seu amigo Pedro. Com a doação
daquele imóvel, Roberto tornou-se insolvente, porque já tinha diversas dívidas vencidas e não
pagas entre as quais a decorrente de negócios realizados com Manoel, sem garantia real, venci-
da em 08/09/2014 e não paga, além de contar com vários protestos cambiais. Em 18/11/2014
tomou emprestado de Antônio R$ 80.000,00, que não exigiu qualquer garantia e R$ 85.000,00
de Rodrigo, que exigiu fiança, prestada por José, mas Roberto também não pagou as dívidas a
esses mutuantes. Nesses negócios, está configurada fraude contra credores, pela

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a) doação e constituição de hipoteca, cujas anulações podem ser pleiteadas por Manoel.
b) doação, apenas, cuja anulação só pode ser demandada, entre os credores mencionados,
por Manoel.
c) doação, pela constituição de hipoteca e pela fiança, que podem ser anuladas em ação pro-
posta por Manoel e por Antônio.
d) doação, apenas, cuja anulação pode ser pleiteada por Manoel, Antônio e Rodrigo.
e) doação e pela constituição de hipoteca, cujas anulações podem ser pleiteadas por Manoel
e Antônio, mas não por Rodrigo.

025. (FCC/TCM-RJ/PROCURADOR DE CONTAS/2015) Em relação aos defeitos dos negó-


cios jurídicos tem-se que
a) são nulos os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro subs-
tancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias
do negócio.
b) os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor
já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados
pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
c) o dolo acidental anula o negócio jurídico ou, alternativamente, obriga à satisfação de perdas e
danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
d) considera-se coação o temor reverencial, embora não o seja a ameaça do exercício normal
de um direito.
e) ocorre o estado de perigo quando alguém, sob premente necessidade ou por inexperiência,
obriga-se a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

026. (FCC/TCM-GO/PROCURADOR DE CONTAS/2015) O negócio jurídico simulado é


a) válido se posteriormente ratificado pelas partes interessadas.
b) nulo, sendo igualmente nulo o negócio dissimulado, pelo vício de origem
c) nulo, mas é válido o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
d) anulável, mas válido o que se procurou dissimular, se válido for na essência e na forma.
e) ineficaz, por não ter potencial para gerar quaisquer consequências jurídicas.

027. (FCC/TCM-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Francisco simulou ter


vendido imóvel a Carla, sua amante, a quem, em verdade, doara referido bem. De acordo com
o Código Civil, tal ato,
a) diferentemente dos demais defeitos do negócio jurídico, é nulo, devendo ser invalidado de
ofício, pelo juiz.
b) assim como os demais defeitos do negócio jurídico, é nulo, devendo ser invalidado de ofício,
pelo juiz.

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c) assim como os demais defeitos do negócio jurídico, é anulável, não podendo ser invalidado
de ofício, pelo juiz.
d) assim como os demais defeitos do negócio jurídico, é anulável, devendo ser invalidado de
ofício, pelo juiz.
e) diferentemente dos demais defeitos do negócio jurídico, é anulável, não podendo ser invali-
dado de ofício, pelo juiz.

028. (FCC/ICMS-PI/AUDITOR FISCAL/2015) Durante processo de divórcio, Tício simulou ter


vendido todos seus bens móveis a Mévio, a fim de fraudar a partilha de bens. O negócio cele-
brado entre Mévio e Tício é
a) nulo e cognoscível de ofício, pelo juiz, não podendo ser convalidado pelas partes.
b) anulável, mas passível de convalidação pelas partes, a quem cabe a iniciativa exclusiva do
pedido de invalidação.
c) nulo, não cognoscível de ofício, pelo juiz, e passível de convalidação pelas partes.
d) nulo, cognoscível de ofício, pelo juiz, e passível de convalidação pelas partes.
e) anulável e cognoscível de ofício, pelo juiz, não podendo ser convalidado pelas partes.

029. (FCC/ICMS-PI/AUDITOR FISCAL/2015) Tício, diretor de uma construtora, celebrou com


Mévio, funcionário público, contrato por meio do qual este lhe garantiria privilégios em licita-
ções públicas em troca de pagamento mensal de R$ 5.000,00. Trata-se de negócio
a) nulo, podendo ser invalidado a pedido de qualquer interessado ou do Ministério Público,
porém não de ofício, e não convalescendo pelo decurso do tempo.
b) nulo, devendo ser invalidado de ofício e não convalescendo pelo decurso do tempo.
c) anulável, devendo ser invalidado de ofício e não convalescendo pelo decurso do tempo.
d) válido, por atender aos usos e costumes.
e) anulável, podendo ser invalidado a pedido de qualquer interessado ou do Ministério Público,
porém não de ofício, e convalescendo com o decurso do tempo.

030. (FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2015) Os negócios jurídicos nulos


a) prescrevem em 10 anos.
b) decaem em 4 anos.
c) são cognoscíveis de ofício, inclusive em segunda instância.
d) podem ser confirmados pela vontade das partes, desde que capazes.
e) podem ser confirmados pela vontade das partes, ainda que incapazes.

031. (FCC/TCM-GO/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) No tocante ao negó-


cio jurídico nulo e anulável, é correto afirmar que

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a) é de quatro anos o prazo de prescrição para pleitear- se a anulação, no caso de coação


contado do dia em que ela cessar, ou da prática do ato nos casos de erro, dolo e fraude con-
tra credores.
b) é anulável o negócio jurídico simulado, mas válido o que se dissimulou se regular for na
substância e na forma.
c) é nulo o ato praticado em estado de perigo ou lesão.
d) a anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, aproveitando exclusivamente aos que a alegarem, salvo o
caso de solidariedade ou indivisibilidade.
e) quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, não haverá sua
validação em nenhum caso.

032. (FCC/TRT 14ª REGIÃO/AJAJ/2016) Sobre a invalidade do negócio jurídico, considere:


I – É de cinco anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico no
caso de coação contado do dia em que ela cessa.
II – É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
III – O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
IV – É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo de-
vedor, ciente do vício que o inquinava.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) II e III.
c) III e IV.
d) II, III e IV.
e) I e IV.

033. (FCC/TRT 3ª REGIÃO/AJAJ/2015) Pedro comprou, por valor inferior ao de mercado, rara
e valiosa coleção de selos pertencente a Lucas, que tinha 14 anos e não foi representado quan-
do da celebração do negócio. Passados alguns meses e não entregue o bem, Pedro procurou
Lucas oferecendo-lhe suplementação do preço, a fim de que as partes ratificassem o ato. A
pretendida ratificação
a) não poderá ocorrer, salvo se Lucas for assistido quando da confirmação.
b) poderá ocorrer, pois os negócios anuláveis podem ser confirmados pela vontade das partes.
c) deverá ocorrer, em prestígio ao princípio da conservação dos contratos.
d) não poderá ocorrer, porque o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação.
e) poderá ocorrer apenas pelo juiz, depois da intervenção do Ministério Público.

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034. (FCC/TCM-RJ/PROCURADOR DE CONTAS/2015) No tocante ao regime das nulidades


no Código Civil, considere:
I – É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma, podendo essa nulidade ser alegada por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Público, quando lhe couber intervir.
II – As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou
dos seus efeitos e as encontrar provadas, podendo porém supri-las, se assim for requerido
pelas partes.
III – Se o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a
que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
IV – O negócio jurídico é anulável quando o agente for relativamente incapaz, quando for prete-
rida alguma solenidade que a lei considere essencial para sua validade ou por vício resultante
de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I e III.

035. (FCC/TRT 6ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Em relação ao negócio jurídico,


a) quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-
-se a anulação, será este de quatro anos, a contar sempre da data da conclusão do ato.
b) a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, bem como a destas
induz à invalidade da obrigação principal, dado o princípio da correspondência nos negócios
jurídicos em geral.
c) a incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em beneficio
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o obje-
to do direito ou da obrigação comum.
d) não ocorrendo a condição objetiva do negócio jurídico, ou seja, objeto lícito, possível, deter-
minado ou determinável, a consequência jurídica será sua anulabilidade.
e) ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, mostrando-
-se irrelevante eventual prova de que reverteu em proveito desse incapaz a importância paga.

036. (FCC/TJ-SE/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A escritura pública lavrada em notas de Tabelião,


a) faz prova plena, mas não é documento dotado de fé pública, podendo ser impugnada por
qualquer interessado.
b) é documento dotado de fé pública, mas não faz prova plena, porque o convencimento do
juiz é livre.

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c) é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena.


d) firma presunção absoluta de veracidade do que nele constar, por ser documento dotado de
fé pública.
e) é documento público, mas não dotado de fé pública, porque o Tabelião exerce suas funções
em caráter privado, por delegação do Estado, por isso, também, não faz prova plena.

037. (FCC/TRF 5ª REGIÃO/AJAJ/2017) A incapacidade relativa de uma das partes de um


negócio jurídico
a) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio.
b) pode ser invocada pela outra em benefício próprio, por constituir matéria de ordem pública.
c) aproveita aos cointeressados capazes, salvo se for indivisível o objeto do direito ou da obri-
gação comum.
d) não aproveita aos cointeressados capazes, mesmo que indivisível o objeto do direito ou da
obrigação comum.
e) sempre aproveita aos cointeressados capazes.

038. (FCC/TRT 11ª REGIÃO/ TJAA/2017) Rafael vendeu uma fazenda para Valdir, estabele-
cendo que o comprador só entrará na posse do imóvel quando tiver construído uma igreja para
os colonos. Tal negócio está sujeito
a) a termo final.
b) a termo inicial.
c) à condição resolutiva.
d) à condição suspensiva.
e) a encargo.

039. (FCC/PGE-MT/ANALISTA/2016) Maria doou a Emília um vestido de noiva. Estipulou,


porém, que o bem somente seria entregue se e quando Emília casasse. Caso sobrevenha lei
nova, afetando o contrato, esta
a) atingirá o direito de Emília somente se tiver natureza cogente, pois a lei de ordem pública
possui efeito retroativo.
b) atingirá o direito de Emília, que possui mera expectativa de direito.
c) atingirá o direito de Emília, que possui mera faculdade jurídica.
d) atingirá o direito de Emília, pois, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro, a lei nova tem efeito retroativo, atingindo as situações pendentes.
e) não atingirá o direito de Emília, pois a lei considera adquiridos os direitos sob condição sus-
pensiva, para fins de direito intertemporal.

040. (FCC/AL-MS/CONSULTOR PROCESSO LEGISLATIVO/2016) Diego vendeu uma casa


para Joana pelo valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). No entanto, visando a lesar tercei-
ros, as partes acordaram em declarar, inveridicamente, que a venda se deu pelo valor de R$
120.000,00 (cento e vinte mil reais). Nesse caso, é

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a) nula a estipulação simulada, mas subsiste o negócio dissimulado, se válido na substância


e na forma.
b) anulável a estipulação simulada e nulo o negócio dissimulado.
c) nulos a estipulação simulada e o negócio dissimulado.
d) anulável a estipulação simulada, mas subsiste o negócio dissimulado, se válido na substân-
cia e na forma.
e) inexistente a estipulação simulada e anulável o negócio dissimulado.

041. (FCC/TRT 15ª REGIÃO/AJOJ/2018) De acordo com o Código Civil, os negócios jurídicos
devem ser interpretados
a) somente de acordo com a lei, defeso que os usos e princípios sejam utilizados para esse fim.
b) conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
c) de acordo com a moral e os bons costumes, além da lei, vedado que os usos sejam consi-
derados, uma vez que nosso ordenamento jurídico não é consuetudinário.
d) se benéficos ou se houver renúncia, ampliativamente, para tornar efetivo o benefício ao fa-
vorecido pela avença.
e) sempre literalmente, para evitar obscuridades ou contradições.

042. (FCC/PREFEITURA DE SÃO LUIZ-MA/PROCURADOR/2016) Sobre negócio jurídico, é


INCORRETO afirmar que
a) a obrigação propter rem é aquela cujo sujeito ou sujeitos são determinados através da titu-
laridade de um direito real.
b) o falso motivo possibilita a anulação do negócio jurídico quando expresso, na declaração de
vontade, como fato determinante.
c) a validade dos negócios jurídicos não depende de forma especial, exceto se a lei dispuser
em contrário ou cominar sanção distinta.
d) a emissão de notas promissórias, representativas das parcelas do preço, em garantia do
cumprimento da obrigação, não representa novação de dívida.
e) a reserva mental somente nulifica a manifestação de vontade quando dela o destinatário
não tinha conhecimento.

043. (FCC/TCM-RJ/PROCURADOR DA PROCURADORIA ESPECIAL/2015) Rogério adquire


o cavalo “Run like the Wind” sob condição de que tenha que vencer uma corrida turfística em
90 dias. Sendo o cavalo favorito no nonagésimo dia após a compra, seu vendedor, Francisco,
arrependido da venda por achar que pediu preço baixo demais, dopa “Run like the Wind” e o
cavalo chega em último lugar. Considerando que Rogério tem interesse na eficácia do negócio
jurídico e que tem provas da atitude de Francisco para evitar a vitória do animal,
a) a condição não terá sido implementada e o contrato será desfeito, mas Rogério poderá plei-
tear indenização por meio de ação autônoma, com fundamento na má-fé de Francisco.
b) nada poderá fazer, tendo-se como não verificada a condição e desfeito o contrato, pois lhe
caberia ter vigiado melhor o animal para evitar seu doping.

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c) poderá reputar a condição como potestativa e tê-la como se houvesse ocorrido, para o único
efeito jurídico de pleitear perdas e danos do vendedor, pela má-fé, mas o contrato será desfeito.
d) poderá reputar como verificada a condição suspensiva, como se o cavalo houvesse vencido,
pois seu implemento foi maliciosamente obstado pelo vendedor, a quem não interessava a
vitória do animal.
e) nada poderá ser feito, pois a condição era resolutiva e objetiva e a conduta do vendedor,
sendo subjetiva, em nada alterou os efeitos jurídicos do inadimplemento ocorrido.

044. (FCC/TJ-AP/AJAJ/2014) Ricardo tem 15 anos e adquiriu um televisor. O negócio é


a) anulável, convalidando-se dois anos depois de praticado.
b) anulável, convalidando-se quatro anos depois de praticado.
c) nulo, devendo ser invalidado de ofício pelo Juiz.
d) válido, gerando plenos efeitos.
e) nulo, mas podendo ser invalidado apenas a requerimento das partes ou do Ministério Público.

045. (FCC/TRF 4ª REGIÃO/AJAJ/2014) No tocante ao negócio jurídico,


a) é anulável, quando não revestir a forma prescrita em lei.
b) as nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos
seus efeitos e as encontrar provadas, sendo-lhe, em qualquer hipótese, permitido supri-las,
quando requerido por ambas as partes.
c) em regra, a anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de
ofício, sendo que só os interessados a podem alegar.
d) o vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credo-
res, é nulo.
e) o nulo é suscetível de confirmação, mas não convalesce pelo decurso do tempo.

046. (FCC/SEAD-AP/ANALISTA JURÍDICO/2018) Antenor e Amélia, pai e filha, adquiriram


um imóvel para nele juntos residirem. Em razão de dificuldades financeiras, Antenor e Amélia,
por preço justo, venderam-no a Pedro. Embora fosse contrária à venda, Amélia aceitou partici-
par de sua realização apenas pelo receio de desapontar Antenor, a quem respeitava profunda-
mente. Em tal cenário, agiu Amélia sob
a) estado de perigo, sendo nulo o negócio jurídico.
b) coação, sendo anulável o negócio jurídico.
c) erro, sendo válido o negócio jurídico.
d) lesão, sendo anulável o negócio jurídico.
e) temor reverenciai, sendo válido o negócio jurídico.

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047. (FCC/PREFEITURA DE CARUARU-PE/PROCURADOR/2018) No tocante aos defeitos


dos negócios jurídicos,
a) a fraude contra credores acarreta a nulidade dos contratos, onerosos ou gratuitos, podendo
a ação pauliana ser proposta somente pelos credores quirografários.
b) tanto o dolo essencial ou principal, como o dolo acidental, anulam o que foi contratado pe-
las partes.
c) o temor reverencial equipara-se à coação quanto aos efeitos jurídicos decorrentes de sua
caracterização.
d) a lesão sempre conduzirá à anulação da avença, por se tratar de situação jurídica que não
admite sua convalidação.
e) são anuláveis quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia
ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.

048. (FCC/AFAP/ADVOGADO/2019) No tocante aos negócios jurídicos,


a) as nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos
seus efeitos e as encontrar provadas, podendo porém supri-las a pedido expresso das partes.
b) serão nulos os negócios jurídicos simulados, mas subsistirão os dissimulados, se válidos
forem na substância e na forma.
c) tanto os negócios jurídicos nulos como aqueles anuláveis são suscetíveis de confirmação,
podendo convalescer pelo decurso do tempo, se a invalidade se der por idade da pessoa.
d) quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, não há possibili-
dade de validação do ato.
e) é de 2 anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do ato em que houver ocorri-
do coação, contado esse prazo do dia em que a ameaça cessar.

049. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2019) Sobre os defeitos do negócio jurídico, é cor-


reto afirmar:
a) O negócio jurídico celebrado com simulação é anulável mesmo sem ter causado prejuízos
a terceiros.
b) O dolo acidental não anula o negócio jurídico e, portanto, não gera direito à indenização.
c) Desde que escusável, é anulável o negócio jurídico por erro in negotio, in persona e in corpore.
d) O negócio jurídico celebrado com coação é nulo mesmo que a coação seja praticada
por terceiro.
e) A lesão pode anular o negócio jurídico ainda que a desproporção das prestações se mani-
feste posteriormente à celebração do negócio.

050. (FCC/MPE-PE/TÉCNICO MINISTERIAL/2018) A validade do negócio jurídico requer,


além de outros requisitos, a celebração por agente capaz. A incapacidade relativa de uma das
partes contratantes

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a) pode ser invocada pela outra em benefício próprio, desde que essa circunstância não fosse
por esta conhecida por ocasião da contratação.
b) pode ser invocada pela outra em benefício próprio, mesmo que essa circunstância já fosse
por esta conhecida por ocasião da contratação.
c) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, mas sempre aproveita aos cointeres-
sados capazes, ainda que divisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
d) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem jamais aproveita aos cointeres-
sados capazes, mesmo se indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
e) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados
capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.

051. (FCC/CREMESP/ADVOGADO/2016) Jaime, 35 anos, capaz, celebrou negócio jurídico


com Joseane, que tem 15 anos. Fábio, 40 anos e capaz, celebrou negócio jurídico com Letícia,
que tem 17 anos. Kleber, 42 anos e capaz, premido da necessidade de salvar-se de grave dano
conhecido por Clotilde, que possui 20 anos e capaz, celebra com ela negócio jurídico pelo qual
assume obrigação excessivamente onerosa. O negócio jurídico é
a) nulo na primeira hipótese e anulável nas demais.
b) anulável na primeira hipótese e nulo nas demais.
c) nulo em todas as hipóteses.
d) anulável em todas as hipóteses.
e) nulo na primeira e na segunda hipóteses e anulável na última.

052. (FCC/ALESE/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) Com o objetivo de doar um veículo de alto


valor para sua concubina, Paulo simulou uma compra e venda. O ato simulado é
a) anulável e sua invalidação poderá ser requerida por qualquer interessado ou pelo Ministério
Público, quando lhe couber intervir, não convalescendo pelo decurso do tempo.
b) nulo e sua invalidação poderá ser requerida, no prazo decadencial de 4 anos, pela parte que
houver sido prejudicada ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
c) anulável e sua invalidação poderá ser requerida apenas pela parte que houver sido prejudi-
cada, no prazo prescricional de 4 anos.
d) nulo e sua invalidação poderá ser requerida por qualquer interessado ou pelo Ministério Pú-
blico, quando lhe couber intervir, não convalescendo pelo decurso do tempo.
e) nulo, mas subsiste o que se dissimulou, ainda que contenha forma diversa da prescrita em lei.

053. (FCC/ARTESP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2017) Os doutrinadores apontam dife-


rentes espécies de negócios jurídicos, conforme diversos critérios de classificação, bem como
em face da disciplina estabelecida na legislação civil brasileira. Nesse sentido, pode-se citar
como exemplos negócios

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a) unilaterais, que podem ser praticados por um ou mais sujeitos, porém com declaração vo-
litiva em um único sentido, diversamente dos bilaterais onde as declarações são em sentido
contrário.
b) sinalagmáticos, quando conferem vantagens e ônus a ambos os sujeitos, aos quais se con-
trapõem os onerosos, nos quais apenas um dos sujeitos aufere vantagens.
c) principais, quando expressamente tipificados na legislação civil, e acessórios, assim entendi-
dos aqueles que, embora com objeto lícito, não podem ser enquadrados em nenhum tipo legal.
d) constitutivos, assim entendidos aqueles que instituem um direito não decorrente do negócio
em si e, de outro lado, os declaratórios, que não conferem novos direitos aos sujeitos.
e) inter vivos, praticados durante a existência da pessoa natural e causa mortis, estes pratica-
dos por herdeiros ou sucessores do de cujus.

054. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) De acordo com o Código Civil, o negócio cujo ob-
jeto, ao tempo da celebração, é impossível
a) é nulo de pleno de direito, ainda que se trate de impossibilidade relativa.
b) terá validade se a impossibilidade inicial do objeto cessar antes de realizada a condição a
que ele estiver subordinado.
c) é valido, ainda que se trate de impossibilidade absoluta, desde que ela não tenha sido criada
por nenhuma das partes.
d) é válido, porém ineficaz, ainda que se trate de impossibilidade absoluta.
e) é nulo de pleno direito, porém eficaz, desde que se trate de impossibilidade relativa.

055. (FCC/PGE-RR/PROCURADOR/2011) O recente terremoto ocorrido no Japão em 11 de


março de 2011, sob o ponto de vista da teoria geral do direito, pode ser classificado como
a) ato jurídico em sentido estrito.
b) ato jurídico em sentido amplo.
c) negócio jurídico.
d) fato jurídico em sentido estrito.
e) fato ilícito em sentido estrito.

056. (FCC/TJ-PA/AJAJ/2009) O fato jurídico é todo acontecimento da vida relevante para o


direito, mesmo que ilícito, podendo-se afirmar que:
a) os fatos humanos por si só, ou atos jurídicos em sentido amplo, não criam nem modifi-
cam direitos.
b) fatos humanos e fatos naturais significam a mesma coisa, ainda que decorram uns da ativi-
dade humana e outros da natureza.
c) os fatos naturais não se confundem, por exemplo, com o nascimento, a morte e a maioridade.
d) os fatos extraordinários não guardam relação com tempestades, terremotos e raios,
por exemplo.
e) os fatos extraordinários não se enquadram na categoria dos fortuitos ou de força maior.

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057. (CESPE/TCE-ES/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2012) Os fatos jurídicos


em sentido amplo podem ser classificados em fatos naturais, como, por exemplo, o nascimen-
to e a morte, e fatos humanos.

058. (CESPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2015) A respeito das pes-


soas naturais e jurídicas, dos fatos e negócios jurídicos e do disposto na Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro, julgue o seguinte item.
A renúncia realizada no contexto de um negócio jurídico deve ser interpretada de manei-
ra estrita.

(CESPE/TJ-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2014) A respeito dos atos, fatos e negócios jurídicos, jul-


gue os próximos itens.

059. Interpretam-se extensivamente os negócios jurídicos benéficos e a renúncia.

060. O termo inicial suspende o exercício do direito, mas não sua aquisição.

061. (CESPE/TJ-SE/AJAJ/2014) Com relação aos contratos e da responsabilidade civil, jul-


gue os itens que se seguem.
Sem que haja manifestação de vontade por parte dos contratantes, o negócio jurídico contra-
tual é considerado existente, mas perde sua validade.

(CESPE/ANCINE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Julgue o item a seguir, no que se refe-


re aos bens e ao negócio jurídico.

062. Embora a existência de um objeto possível constitua um dos requisitos de validade do ne-
gócio jurídico, a impossibilidade inicial do objeto, se for relativa, não invalida o negócio jurídico.

063. A legislação civil não veda a confirmação expressa ou a execução voluntária de negó-
cio anulável.

064. (CESPE/ANCINE/TODOS OS CARGOS/2013) Dada a formalidade de que se revestem os


negócios jurídicos, a expressão da vontade do agente constitui elemento indispensável desses
negócios, razão pela qual o ordenamento jurídico veda que se atribua ao silêncio do agente o
efeito de anuência.

065. (CESPE/TJ-CE/AJAJ/2014) Acerca de pessoas naturais e negócio jurídico, assinale a


opção correta à luz do Código Civil e da doutrina de referência.
a) Na concretização do negócio jurídico, o silêncio não tem consequência concreta a favor
das partes.
b) Todas as pessoas naturais, por possuírem capacidade de direito, podem praticar, por si pró-
prias, a generalidade dos atos da vida civil.

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c) Considera-se termo a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subor-
dina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
d) Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa- fé e os usos do lugar de sua
celebração.
e) Se, da declaração de vontade, for detectado o falso motivo, o negócio jurídico será sem-
pre anulado.

066. (CESPE/TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Acerca da interpretação dos negócios jurídi-


cos e do princípio da boa-fé objetiva, assinale a opção correta.
a) A boa-fé objetiva limita os direitos subjetivos e constitui fonte de obrigação aos contratantes,
de forma a estabelecer deveres implícitos que não estão previstos expressamente no contrato.
b) Os negócios jurídicos que estabeleçam benefício devem ter interpretação ampla.
c) De acordo com o Código Civil de 2002, não é permitido que o silêncio de um dos participan-
tes seja interpretado como caracterizador de concordância com o negócio.
d) A boa-fé objetiva importa para a interpretação dos contratos, mas não pode ser fundamento
para relativização da força obrigatória das avenças.
e) O negócio jurídico celebrado com reserva mental de um dos contratantes, com ou sem co-
nhecimento do outro, deve ser considerado inexistente.

067. (CESPE/TCE-PR/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2016) No que diz respeito


aos negócios jurídicos e suas invalidades, assinale a opção correta.
a) A reserva mental de não querer o que manifestou torna anulável o negócio jurídico firmado,
ainda que seja de conhecimento do destinatário.
b) Tratando-se de negócio jurídico anulável, dispensa-se a confirmação expressa das partes se
o devedor tiver cumprido parte de sua obrigação ciente do vício.
c) Ainda que estabelecida a denominada cláusula de não valer sem instrumento público, se o
bem for móvel, a transferência poderá ser realizada por cessão de direitos particular.
d) O motivo ilícito de uma das partes torna o negócio jurídico nulo se for determinante para sua
realização.
e) Sendo o objeto do direito indivisível, a incapacidade relativa de uma das partes não aproveita
aos cointeressados capazes.

(CESPE/MPU/ANALISTA: DIREITO/2013) Em relação aos negócios jurídicos, julgue os se-


guintes itens.

068. A invalidade do instrumento induz à invalidade do negócio jurídico, mesmo que este pos-
sa ser provado por outro meio.

069. Salvo se a lei dispuser em contrário, a escritura pública é essencial à validade do negócio
jurídico que vise à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóvel de valor superior a trinta vezes o salário mínimo vigente.

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070. (CESPE/TRE-RS/AJAJ/2015) Na escada ponteana, analisa-se a tricotomia existência-


-validade-eficácia dos negócios jurídicos para que possam produzir todos os efeitos espera-
dos, sem que reste qualquer situação que os maculem. Acerca dessa tricotomia, assinale a
opção correta.
a) A reserva mental desconhecida pelo outro contraente — destinatário — torna inválido o ne-
gócio jurídico, uma vez que a declaração de vontade expressada conflita com o íntimo do
declarante.
b) O negócio jurídico realizado por agente relativamente incapaz é nulo de pleno direito, não
sendo passível de convalidação pelo decurso do tempo nem de confirmação pelas partes.
c) Decorridos dois anos e um dia, a contar da realização do negócio jurídico entabulado com
vício de lesão, será possível a sua anulação, uma vez que ainda não decaiu o direito do lesado.
d) A ausência de declaração de vontade torna o negócio jurídico anulável, mesmo nos casos
em que o silêncio possa ser admitido diante das circunstâncias.
e) A ausência de declaração de vontade expressa torna nulo o negócio jurídico, pois o condi-
ciona a um evento futuro e incerto.

071. (CESPE/TRE-MT/AJAJ/2015) No que se refere aos negócios jurídicos, assinale a op-


ção correta.
a) A reserva mental, emissão de uma declaração não querida em conteúdo e resultado que tem
por objetivo enganar o outro contratante, é, por si só, motivo de nulidade ou anulabilidade do
negócio jurídico firmado.
b) Quando as circunstâncias reais do negócio jurídico divergirem do conteúdo escrito do con-
trato, deverá ser respeitada mais a intenção consubstanciada na declaração de vontade do que
no sentido literal da linguagem.
c) O termo inicial suspende o exercício e a aquisição do direito.
d) Para a caracterização do estado de perigo como defeito do negócio jurídico, é imprescin-
dível a constatação do chamado dolo de aproveitamento pelo agente a quem o desequilíbrio
desfavorece.
e) Sendo a outorga do cônjuge no contrato de promessa de compra e venda de imóvel requi-
sito de validade do pacto, é correto afirmar que sua ausência invalida o ajuste por vício na
legitimidade.

072. (CESPE/TJ-SE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2014) Com rela-


ção a negócios jurídicos, seus defeitos e validades, assinale a opção correta.
a) O termo inicial e a condição suspensiva suspendem o exercício e a aquisição do direito.
b) O erro de manifestação da vontade na indicação da pessoa ou da coisa enseja a anulação
do negócio jurídico, mesmo que pelo seu contexto ou por suas circunstâncias tanto a pessoa
como a coisa possam ser identificadas.

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c) Será válido o negócio jurídico sob condição suspensiva se antes do implemento dessa con-
dição a prestação, inicialmente impossível, tornar-se possível.
d) Considera-se absolutamente nulo o negócio jurídico praticado por pessoa com capacida-
de relativa ou mesmo aquele contaminado por vício de consentimento, como o erro, o dolo
e a coação.
e) Denomina-se condição a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento futu-
ro e certo.

(CESPE/CD/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Acerca de negócio jurídico e de ato jurídico lícito e


ilícito, julgue os itens seguintes

073. É permitido ao titular de direito eventual praticar atos para conservação desse direito en-
quanto se mantiver pendente a condição suspensiva ou resolutiva.

074. O dolo essencial torna o negócio jurídico nulo, enquanto o dolo acidental somente obriga
o pagamento de indenização pelas perdas e danos.

075. O negócio jurídico realizado sob condição suspensiva deverá ser considerado válido se,
antes do implemento dessa condição, o objeto, inicialmente impossível, se tornar possível.

076. A cláusula que deriva da vontade das partes e subordina o negócio jurídico a evento futu-
ro e certo é denominada condição.

077. O terceiro que exercer coação que vicie o negócio jurídico responderá integralmente pelas
perdas e pelos danos causados ao coacto, ainda que a parte a quem aproveite a coação dela
tenha ou deva ter conhecimento.

078. (CESPE/PGE-PI/PROCURADOR/2014) Assinale a opção correta acerca dos atos e fatos


jurídicos e da decadência.
a) Na representação, em nenhuma hipótese pode o representante utilizar seus poderes para
celebrar negócio em que o destinatário da declaração de vontade do representado seja o pró-
prio representante.
b) A reserva mental não tornará o negócio inválido, salvo se a outra parte tiver conhecimento
dessa reserva.
c) O negócio nulo gera efeitos até o momento em que houver pronunciamento judicial a seu res-
peito, por meio de sentença desconstitutiva, ou pelo seu desfazimento voluntário pelas partes.
d) O prazo inicial para a contagem do prazo decadencial se dá com a violação do direito.
e) Considere a seguinte situação hipotética.

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Duas pessoas celebraram contrato de locação de uma residência na qual o locatário tinha a
real intenção de residir. Entretanto, locador e o locatário, de comum acordo, fizeram constar no
instrumento do negócio que se tratava de locação comercial.
Nessa situação, se, depois de algum tempo, o locador quiser rescindir o contrato, ele poderá
valer-se das normas referentes à locação comercial, mais favoráveis ao proprietário, pois o
Código Civil dispõe que, nas declarações de vontade, se atenderá mais ao sentido literal da
linguagem do que à intenção nelas consubstanciada.

(CESPE/MC/ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE: DIREITO/2013) No que se refere ao negócio


jurídico e aos atos ilícitos, julgue os itens subsequentes.

079. A venda de imóvel no valor de cem mil sem escritura pública é nula e insuscetível de con-
versão em outro negócio por afrontar formalidade prevista em lei.

080. No âmbito dos negócios jurídicos relativos a objetos divisíveis, somente poderá invocar
a incapacidade relativa de uma das partes quem também fizer parte da avença e se beneficiar
com a invalidade.

081. (CESPE/TCE-RN/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Com relação a


bens, fato e negócio jurídico, julgue o item seguinte.
Pessoa que formalizar negócio jurídico com indivíduo relativamente capaz e, posteriormente,
arrepender-se da negociação poderá alegar a falta de capacidade do outro contratante para
exigir a nulidade do negócio firmado.

082. (CESPE/TRE-GO/AJAJ/2015) Julgue o próximo item, referentes à interpretação da lei,


aos direitos da personalidade, à validade dos negócios jurídicos e à prova.
Considere a seguinte situação hipotética.
Carlos, maior e capaz, celebrou com Rafael, menor de dezessete anos de idade, contrato pelo
qual se comprometeu a realizar reparos na casa onde Rafael reside. Nessa situação, Carlos
poderá pleitear a anulação do contrato com basena incapacidade de Rafael.

083. (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Maria, médica cardiologista, que


namora Paulo, mas com ele não mantém união estável, ajuizou ação anulatória de negócio
jurídico de compra e venda contra a empresa Biotecnologia Ltda. Para tanto, sustentou que ad-
quiriu da ré um aparelho do tipo marca-passo, que foi implantado em seu namorado Paulo, em
caráter de urgência, mediante a emissão de um cheque no valor de R$ 10.000,00. O aparelho
em questão é comumente vendido no mercado por R$ 4.000,00.
Nessa situação hipotética,

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a) Maria teve sua vontade viciada, pois agiu fundada no temor de dano iminente e considerá-
vel a Paulo.
b) Maria, por inexperiência, se obrigou ao pagamento de valor desproporcional ao praticado no
mercado no ato de celebração do negócio jurídico.
c) para que o pedido seja julgado procedente, deve ficar demonstrado por Maria o dolo de apro-
veitamento da fornecedora do material, ou seja, a vilania do outro contratante.
d) Maria não tem legitimidade para propor a demanda, já que Paulo não é seu marido nem com
ela convive em regime de união estável.
e) segundo a legislação de regência, a hipótese é de nulidade do negócio jurídico, e o juiz deve
reconhecer de ofício o vício de consentimento mediante a prolação de sentença declaratória.

084. (CESPE/TRE-PI/AJAJ/2016) A remissão de dívida que leve o devedor à insolvên-


cia configura
a) abuso de direito.
b) má-fé.
c) fraude contra credores.
d) dolo.
e) lesão.

085. (CESPE/TCE-RN/ASSESSOR JURÍDICO/2015) Acerca da prescrição, do negócio jurídi-


co, das obrigações e dos contratos, julgue o item subsequente.
A fraude contra credores, vício social do negócio jurídico, tem caráter objetivo e o seu reconhe-
cimento prescinde de demonstração do consilium fraudis.

086. (CESPE/TRT 10ª REGIÃO/AJAJ/2013) Julgue os itens que se seguem, a respeito da


interpretação da legislação e dos atos e negócios jurídicos.
Considere que Cláudio tenha adquirido de Pedro um apartamento, cuja venda fora anunciada
por este em jornal, e que, em razão dessa venda, Pedro tenha ficado sem patrimônio para ga-
rantir o pagamento de suas dívidas. Nessa situação, o negócio jurídico celebrado entre ambos
é passível de anulação por fraude contra credores em face da presunção de má-fé de Pedro.

(CESPE/TJ-DFT/AJAJ/2013) A respeito de fatos jurídicos, julgue os itens a seguir.

087. Considere que Roberto, com o objetivo de fraudar seus credores, tenha alienado seus
bens a Flávio. Nessa situação, o prazo decadencial para que esse negócio seja anulado será
contado do dia em que os credores tiverem ciência da alienação dos bens.

088. Considere que Cláudio tenha vendido seu veículo, por R$ 35.000,00, à sua irmã Matilde.
Nessa situação hipotética, o negócio jurídico é classificado como aquisição por ato inter vivos,
derivada, bilateral, a título oneroso e consensual.

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089. (CESPE/TJ-PI/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2013) Caso uma


pessoa faça declaração enganosa de vontade com o objetivo de produzir efeito diverso daque-
le claramente indicado, configurar-se-á um(a)
a) reserva mental.
b) dolo.
c) simulação.
d) fraude.
e) erro essencial.

(CESPE/TJ-DFT/TJAA/2013) Em relação às normas sobre prescrição, decadência e negócio


jurídico, julgue os itens subsequentes.

090. Negócio jurídico bifronte é o que tanto pode ser gratuito quanto oneroso, cabendo às par-
tes contratantes convencionarem como ele irá ocorrer.

091. Configura simulação relativa o fato de as partes contratantes pós-datarem um documen-


to, objetivando situar cronologicamente a realização do negócio em período de tempo não
verossímil.

092. Será considerada não escrita, invalidando o negócio jurídico como um todo, cláusula de
negócio jurídico que estabeleça um encargo ilícito ou impossível, se esse não for o motivo
determinante do ato.

093. (CESPE/TJ-PI/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2013) O fato de


determinada pessoa obrigar-se, por inexperiência, a prestação manifestamente desproporcio-
nal ao valor da prestação oposta configura
a) erro substancial.
b) simulação
c) lesão
d) estado de perigo
e) abuso de direito

(CESPE/PGE-BA/PROCURADOR/2014) Acerca dos negócios jurídicos, julgue os itens a seguir.

094. É anulável o negócio jurídico se a lei proibir a sua prática, sem cominar sanção.

095. No negócio jurídico unilateral, está presente apenas uma declaração de vontade, sendo
desnecessária a aceitação de outrem para que produza efeitos.

096. Ocorre a lesão quando uma pessoa, em premente necessidade ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, exigindo-
-se, para a sua configuração, ainda, o dolo de aproveitamento, conforme a doutrina majoritária.

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097. O silêncio de uma das partes pode, excepcionalmente, representar anuência, se as cir-
cunstâncias ou os usos o autorizarem e não for necessária a declaração expressa de vontade.

(CESPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2013) No que concerne aos negó-


cios jurídicos, às obrigações e aos contratos, julgue o item subsequente.

098. O juiz pode pronunciar a nulidade do negócio jurídico quando conhecer o seu conteúdo e
seus efeitos, assim como pode supri-la, a requerimento da parte.

099. Embora o princípio do aproveitamento do ato nulo ou anulável tenha amparo no Código
Civil, somente será possível a decretação da nulidade parcial do contrato, resguardando-se a
parte válida, se esta puder subsistir autonomamente.

100. (CESPE/TCE-PB/PROCURADOR DE CONTAS/2014) Considerando as disposições do


Código Civil no que diz respeito ao negócio jurídico e aos atos ilícitos, assinale a opção correta.
a) A confirmação pelas partes do negócio jurídico anulável deve ser expressa, ainda que parte
do avençado já tenha sido cumprida pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
b) Não comete ato ilícito aquele que exerce direito próprio em manifesto excesso aos limites
impostos pelos bons costumes.
c) É nulo o negócio jurídico celebrado por pessoa relativamente incapaz
d) A escritura pública é formalidade essencial à validade de negócio jurídico que objetive a
transferência de direitos reais sobre imóveis, independentemente de seu valor
e) O erro referente ao motivo do negócio não o vicia, exceto se o falso motivo for expresso
como razão determinante.

101. (CESPE/TJ-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2014) Considerando que Francisco, José e Luiz


tenham-se reunido, em janeiro de 2014, para criar a Associação X, com a finalidade de auxiliar
pessoas carentes em projetos para aquisição de moradia, além de ajudar a executar projetos
de construção e cadastramento dos demais associados, no âmbito de programas governa-
mentais e assistenciais, julgue os itens subsequentes.
Se José, em ação judicial, alegar que a constituição da Associação X se deu mediante simu-
lação, apenas para arrecadar taxas de associados, o juiz poderá decretar a anulabilidade dos
seus atos, determinando a sua extinção.

102. (CESPE/TJ-SE/AJAJ/2014) Julgue os itens a seguir, relativos a pessoas, bens e negó-


cios jurídicos.
Ocorre simulação quando há divergência intencional entre a declaração da vontade com o or-
denamento jurídico, com a finalidade de causar prejuízo a terceiros.
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103. (CESPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2014) A respeito de prescrição, de-


cadência e negócio jurídico, julgue os seguintes itens.
O negócio jurídico anulável não é suscetível de confirmação pelas partes nem convalesce pelo
decurso do tempo.

(CESPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Julgue os item seguinte relativo aos negócios jurídicos.

104. O negócio jurídico nulo pode ser convertido em outro negócio jurídico válido se os requi-
sitos da substância e forma desse último estiverem presentes e se o fim que objetivavam as
partes permitir supor que teriam desejado a conversão caso tivessem previsto a nulidade.

105. As condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível, anulam
o negócio jurídico a que estão vinculadas.

106. (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2015) Com relação aos atos, ao negócio jurídico,


às obrigações e à prescrição, julgue o item subsequente.
É absolutamente nulo e sem possibilidade de conversão substancial o compromisso de com-
pra e venda fictício celebrado entre locador de imóvel residencial e terceiro, com o objetivo de
reaver imóvel do locatário mediante ação de despejo proposta pelo suposto adquirente do bem.

107. (CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) No que concerne à usucapião e à prova,


julgue os itens seguintes, com base no Código Civil.
Considere que Pedro seja filho de Lúcia e primo de Maria e que ele pretenda provar determi-
nado fato jurídico. Nessa situação hipotética, Maria poderá testemunhar, mas Lúcia somente
poderá ser testemunha se for a única conhecedora do fato além de Pedro.

108. (CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Se, após uma tempestade, uma árvore


cair sobre um veículo e causar danos a alguém, esse evento será classificado como
a) ato fato jurídico.
b) ato unilateral.
c) negócio jurídico.
d) fato jurídico em sentido estrito.
e) ato jurídico em sentido estrito.

109. (CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Pedro, recém-chegado a Rio Branco, ad-


quiriu de Ana um apartamento na cidade e, posteriormente, descobriu que havia pagado, pelo
imóvel, valor equivalente ao dobro da média constatada no mercado, uma vez que desconhe-
cia a real situação imobiliária local e tinha pressa em adquirir um apartamento para abrigar
sua família.

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Nessa situação hipotética, o negócio poderá ser anulado, uma vez que apresenta o vício de
consentimento denominado
a) dolo.
b) lesão.
c) fraude contra credores.
d) estado de perigo.
e) coação.

110. (CESPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2014) A respeito de negócio jurídi-


co, julgue o seguinte item.
O negócio jurídico anulável não é suscetível de confirmação pelas partes nem convalesce pelo
decurso do tempo.

111. (CESPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2012) Julgue os item que se segue,


relativo à disciplina do negócio jurídico.
Quando o vício atinge negócio jurídico de caráter unitário, celebrado porque as partes acredita-
vam não ser possível o seu fracionamento ou divisão, a invalidade é total.

112. (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Quando alguém obtém lucro exa-


gerado, desproporcional, aproveitando-se da situação de necessidade real e notória do outro
contratante, configura-se o vício do negócio jurídico denominado
a) abuso de direito.
b) lesão.
c) dolo de aproveitamento.
d) coação.
e) estado de perigo.

113. (CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/2018) A existência de encargo em


negócio jurídico somente suspende a aquisição ou exercício do direito se for expressamente
imposto como condição suspensiva pela disponente.

114. (CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/2018) Situação hipotética: Decidi-


do a comprar automóvel ofertado por seu vizinho Pedro, João procurou-o para fechar negócio.
Em virtude de comportamento malicioso, Pedro conseguiu fazer João pagar pelo bem quantia
significativamente acima do valor de mercado. Assertiva: Nesse caso, o comprador tem direito
à invalidação do negócio jurídico em razão da existência de dolo na conduta do vendedor.

115. (CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Em geral, todas as condições do negó-


cio jurídico que não sejam contrárias à lei, à ordem pública e aos bons costumes são lícitas.

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Entretanto, condição física ou juridicamente impossível imposta por uma das partes do negó-
cio à outra uma
a) invalidará o negócio jurídico, se for resolutiva.
b) invalidará o negócio jurídico, caso seja suspensiva.
c) será considerada inexistente, seja ela suspensiva ou resolutiva.
d) será considerada anulável, se for resolutiva.
e) será considerada inexistente, caso seja suspensiva.

116. (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Assinale a opção que apresenta o


conceito de condição, no âmbito dos negócios jurídicos.
a) Cláusula que sujeita o negócio ao emprego das técnicas de domínio do devedor.
b) Cláusula que submete a eficácia do negócio jurídico a determinado acontecimento.
c) Acontecimento futuro e certo que suspende a eficácia de um negócio jurídico.
d) Imposição de obrigação ao beneficiário de determinada liberalidade.
e) Cláusula que visa eliminar um risco que pesa sobre o credor.

117. (CESPE/TRT 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Com a fi-


nalidade de se eximir de pagar as verbas trabalhistas devidas, uma pessoa jurídica simulou a
venda dos veículos registrados em seu nome.
Nessa situação hipotética, o negócio jurídico da venda é
a) nulo.
b) anulável no todo.
c) válido.
d) anulável em parte.

118. (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2018) Com relação à classificação da


Constituição, à competência dos entes federativos, ao ato jurídico e à personalidade jurídica,
julgue (C ou E) o item que se segue.
O ato jurídico em sentido estrito é ato voluntário que produz os efeitos já previamente estabe-
lecidos pela norma jurídica, como, por exemplo, quando alguém transfere a residência com a
intenção de se mudar, decorrendo da lei a consequente mudança do domicílio.

119. (CESPE/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO/2018) Elemento acidental do negócio jurídico, a con-


dição possui, entre outras, as seguintes características:
a) impositividade e certeza.
b) acessoriedade e voluntariedade.
c) legalidade e futuridade.
d) involuntariedade e incerteza.
e) legalidade e brevidade.

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120. (CESPE/FUNPRESP-JUD/ANALISTA/2016) A respeito da Lei de Introdução às Normas


do Direito Brasileiro, das pessoas, dos negócios jurídicos, da prescrição e da prova do fato jurí-
dico, julgue o item seguinte.
Ainda que o negócio jurídico seja celebrado com termo inicial, este não suspende a aquisição
do direito.

121. (CESPE/TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) O erro que se refere a


qualidades secundárias do objeto do negócio jurídico e que não acarreta efetivo prejuízo é
denominado
a) obstativo.
b) inescusável.
c) substancial.
d) acidental.
e) impróprio.

122. (CESPE/MPU/ANALISTA/2018) A respeito de interpretação de lei, pessoas jurídicas e


naturais, negócio jurídico, prescrição, adimplemento de obrigações e responsabilidade civil,
julgue o item a seguir.
Negócio jurídico simulado por interposição de pessoa, por ocultação da verdade ou por falsi-
dade de data será considerado nulo.

123. (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR FISCAL/2019) Júlia e Mateus, noivos e sem experiência


acerca de imóveis, decidiram comprar um apartamento. André, corretor de imóveis que os
atendeu, percebendo a inexperiência do casal, alterou o valor do contrato de venda e compra
do imóvel para três vezes acima do preço de mercado. O contrato foi celebrado e, no ano se-
guinte, após terem pago a maior parte das parcelas, em uma conversa com um amigo corretor
de imóveis, Júlia e Mateus descobriram o caráter abusivo do valor entabulado e decidiram
ajuizar uma ação com o objetivo de permanecerem no imóvel e serem ressarcidos somente
do valor excedente já pago.
Considerando a situação hipotética, em conformidade com o disposto no Código Civil, deve ser
alegado em juízo que o negócio jurídico celebrado tem como defeito
a) a coação, não sendo possível a revisão judicial, mas apenas a anulação do negócio jurídico.
b) o erro ou a ignorância, sendo possíveis a revisão judicial e a anulação do negócio jurídico.
c) a lesão, sendo possíveis a revisão judicial bem como a anulação do negócio jurídico.
d) o dolo, não sendo possível a revisão judicial, mas apenas a anulação do negócio jurídico.
e) o estado de perigo, não sendo possível a revisão judicial, mas apenas a anulação do negó-
cio jurídico.

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124. (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR JUNTO AO MP DE CONTAS/2019) É nulo negócio ju-


rídico celebrado
a) sem revestir a forma prescrita em lei.
b) com vício resultante de dolo, quando este for a sua causa.
c) com erro substancial.
d) por agente relativamente incapaz.
e) mediante fraude contra credores.

125. (CESPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO/2019) Por necessidade de salvar pes-


soa de sua família de grave dano iminente, Celso assumiu obrigação excessivamente onerosa
com determinada sociedade empresária. Posteriormente, ajuizou ação judicial requerendo a
anulação do negócio jurídico por vício de consentimento.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens seguintes.
A anulação do referido negócio jurídico depende da demonstração de que a sociedade empre-
sária tinha conhecimento da situação de grave risco vivenciada pelo familiar de Celso.

126. (CESPE/CGE-CE/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/2019) Um produtor agrícola e uma


companhia que produz derivados de sementes de soja pactuaram que a companhia compraria
a próxima safra colhida pelo produtor, ficando o negócio jurídico condicionado à efetivação
da colheita.
A cláusula em questão constitui
a) uma condição resolutiva.
b) um encargo
c) uma condição suspensiva.
d) uma condição impossível.
e) um encargo ilícito.

127. (CESPE/PGE-PE/ANALISTA/2019) Ronaldo, ocultando sua verdadeira intenção, cele-


brou com Fernando um negócio jurídico, que se concretizaria somente quando Fernando con-
traísse matrimônio.
Considerando essa situação hipotética e as regras de direito civil, julgue o item seguinte.
Como Fernando não teve conhecimento da reserva mental de Ronaldo, o ato, a princípio, sub-
siste e produz efeitos.

128. (CESPE/TJ-PA/AJAJ/2020) Os itens a seguir apresentam condições mencionadas na


legislação civil, isto é, cláusulas que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subor-
dinam o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
I – resolutiva e impossível
II – suspensiva e juridicamente impossível
III – de não fazer coisa impossível
IV – de fazer coisa ilícita

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De acordo com o Código Civil, invalidam os negócios jurídicos que lhes sejam subordinados,
caso estejam presentes, as condições citadas apenas nos itens
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.

129. (CESPE/TRT 17ª REGIÃO/AJAJ/2009) O ato ilícito poderá originar ou criar um direito
para quem o comete.

130. (CESPE/TST/AJAJ/2008) O cientista francês Philippe Charlier trouxe à tona uma revela-
ção inimaginável: os restos mortais da guerreira e mártir francesa Joana d’Arc são falsos — e,
na realidade, podem ser de uma múmia egípcia.
(Isto É, 11/4/2007, p. 75. Com adaptações)

Considerando a notícia acima e a legislação civil brasileira, julgue o item a seguir.


A divulgação da referida descoberta, feita pelo cientista francês à imprensa, classifica-se como
um fato jurídico stricto sensu.

131. (CESPE/INSS/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL/DIREITO/2008) O vendaval que destrói


uma casa é exemplo de negócio jurídico unilateral.
(CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Com relação às disposições legais do
código civil sobre negócio jurídico, julgue os itens que se seguem.

132. O negócio jurídico, para ser válido, deverá ter agente capaz, objeto lícito, possível, determi-
nado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei.

133. Em regra, a forma da declaração de vontade válida será livre, independentemente de for-
ma especial, salvo quando a lei expressamente a exigir.

134. A escritura pública constitui formalidade essencial para a validade de todos os negócios
jurídicos que envolvem direitos reais sobre imóveis, qualquer que seja o seu valor.

135. (FGV/TJ-PI/AJAA/2015) Elisa convencionou com Lourdes a doação periódica de certa


quantia em dinheiro caso ela seja aprovada e curse a faculdade de Administração no estado
vizinho à cidade onde moram.
Sobre a situação descrita, é correto afirmar que o ajuste negocial está sujeito:
a) a encargo, no qual caberá a Lourdes cumprir os requisitos em questão para aquisição do
direito às verbas;
b) a termo inicial, apenas produzindo efeitos após o ingresso de Lourdes no curso;

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c) à condição suspensiva, somente se adquirindo o direito aos valores se Lourdes for aprovada
e cursar a faculdade;
d) à condição resolutiva, adquirindo Lourdes o direito aos valores desde o início e os restituin-
do caso não seja aprovada;
e) a termo final, extinguindo o negócio jurídico com o ingresso de Lourdes no curso superior.

136. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Anos após a celebra-


ção de uma doação sob condição suspensiva, até hoje não implementada, é correto afirmar que:
a) o donatário tem um direito adquirido, embora esteja suspenso o seu exercício até que a
condição seja implementada;
b) o não-implemento do fato futuro e incerto caracteriza a revogação da doação;
c) tendo a condição sido expressa como razão determinante, a doação considera-se inexistente;
d) admite-se, em caráter excepcional, que a condição seja maliciosamente levada a efeito pela
parte a quem aproveita o seu implemento;
e) enquanto a condição não se verificar, não se terá adquirido o direito a que visa o negó-
cio jurídico.

137. (FGV/ISS/CUIABÁ-MT/AUDITOR-FISCAL/2016) Francisco deseja doar seu apartamen-


to para Joaquim, seu sobrinho mais novo. Ao realizar a transferência, exige que o sobrinho
pinte o apartamento, a cada 6 meses, na cor que ele determinar. Joaquim aceita a oferta.
Assinale a opção que indica o elemento acidental presente no negócio jurídico.
a) Condição suspensiva.
b) Condição resolutiva.
c) Encargo.
d) Termo inicial.
e) Termo final.

138. (FGV/ISS/CUIABÁ-MT/AUDITOR-FISCAL/2016) Fábio comprometeu-se a doar uma


casa aos noivos Roberto e Carla, desde que viessem a contrair matrimônio.
Um mês antes do casamento, Carla descobriu que o vizinho do imóvel vem danificando o bem
de Fábio, podendo a continuação destruir o imóvel.
Diante do ocorrido, assinale a afirmativa correta.
a) Roberto e Carla nada poderão fazer, visto que só possuem uma mera expectativa de direito,
sendo de Fábio a legitimidade para a propositura de qualquer ação.
b) Roberto e Carla poderão promover ação judicial que impeça o ato do vizinho, visto que o
termo inicial gera a aquisição do direito.
c) Fábio, Roberto e Carla não poderão promover ação judicial, pois será preciso aguardar a
realização do casamento para a propositura da ação.
d) Roberto e Carla poderão agir, inclusive judicialmente, pois ao titular do direito eventual, nos
casos de condição suspensiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
e) A doação celebrada por Fábio está sujeita a uma condição suspensiva, o que gera a suspen-
são da aquisição do direito, inibindo a ação dos noivos.
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139. (FGV/TJ-PI/AJAA/2015) Pietra negocia a compra de um veículo pertencente a Bruna.


Antes do ajuste, levam o carro a uma oficina mecânica. Camila, mecânica de veículos automo-
tores, avalia o estado do carro e, deliberadamente, por ser desafeto de Pietra, informa que o
carro está em excelente condição, embora tal informação não corresponda à realidade. O veí-
culo apresenta uma série de defeitos mecânicos conhecidos de Bruna e falseados por Camila.
A hipótese narrada configura:
a) erro essencial quanto à qualidade do veículo, o que autoriza a anulação do negócio jurídico;
b) lesão, pois se trata de contratação desproporcional em razão de inexperiência;
c) erro acidental quanto aos atributos do carro, o que autoriza a correção dos valores;
d) simulação, pois se trata de negócio eivado de nulidade em razão da ação do terceiro;
e) dolo principal, que, ainda que praticado por terceiro, autoriza a anulação.

140. (FGV/CODEBA/ADVOGADO/2016) Mariana está internada em hospital da rede particu-


lar de saúde em estado grave. Rodrigo, seu pai, promete recompensa de R$ 100.000,00 à equi-
pe médica, caso a sua filha seja curada. Operada a cura, os médicos reivindicam o pagamento
da recompensa prometida. Assinale a opção que indica o vício que contaminou essa manifes-
tação de vontade.
a) Estado de perigo.
b) Lesão.
c) Erro.
d) Fraude contra credores.
e) Dolo por omissão.

141. (FGV/PGE-RO/ANALISTA PROCESSUAL/2015) Catarina, percebendo que sua mãe, Da-


niela, estava com algum mal súbito, levou-a ao hospital mais próximo de sua casa. Enquanto
sua mãe aguardava na sala de espera do hospital, Catarina preenchia o formulário de atendi-
mento. Quando indagou ao funcionário do hospital o motivo pelo qual sua mãe ainda não havia
sido atendida por um médico, ele informou que antes seria necessário o depósito de R$ 5 mil,
a título de garantia, através de um cheque pós-datado. Apesar de reconhecer que não possuía
esse valor em conta-corrente, Catarina emitiu o cheque de pronto para possibilitar o atendi-
mento de emergência de sua mãe.
Sobre a situação descrita, é correto afirmar que Catarina poderá:
a) anular o negócio jurídico por vício resultante de estado de perigo, no prazo decadencial de
quatro anos, contados da data da celebração do contrato;
b) anular o negócio jurídico por estado de perigo, no prazo prescricional de quatro anos, a con-
tar da data da celebração do contrato;
c) requerer a declaração de nulidade do negócio jurídico, por vício resultante de coação, não
convalescendo pelo decurso do tempo;

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d) requerer a declaração de nulidade do negócio jurídico, por dolo, tendo em vista a demora no
atendimento de Daniela;
e) anular o negócio jurídico por lesão, no prazo de dois anos, a contar da data da celebração
do contrato.

142. (FGV/ISS/CUIABÁ-MT/AUDITOR FISCAL/2016) Justina, oriunda de uma pequena cida-


de do interior do Brasil, chega a São Paulo sem conhecer ninguém e procura de imediato, e com
urgência, um apartamento para residir.
O proprietário do imóvel desejado, percebendo a pouca experiência de Justina e reconhecendo
a sua necessidade de moradia, cobra-lhe valor três vezes superior ao usualmente praticado
naquele bairro.
Considerando tais fatos, assinale a afirmativa correta.
a) O contrato de locação realizado é válido, tendo em vista a proteção ao princípio da autono-
mia privada.
b) O contrato de locação realizado é nulo, tendo em vista a existência de dolo por parte do
proprietário do imóvel.
c) O contrato de locação realizado é nulo, tendo em vista a existência de erro por parte de Justina.
d) O contrato de locação realizado é anulável, tendo em vista a existência de estado de perigo.
e) O contrato de locação realizado é anulável, tendo em vista a existência de lesão.

143. (FGV/TJ-PI/AJAJ/2015) Alessandra sofreu um ‘sequestro relâmpago’ e foi obrigada, sob


coação moral irresistível, a realizar diversos saques de sua conta-corrente e empréstimos em
seu nome. Cessados os atos de coação, é correto afirmar que Alessandra terá 4 anos de prazo:
a) prescricional para alegar a nulidade relativa dos atos e negócios praticados sob coação;
b) decadencial para alegar a nulidade absoluta dos atos e negócios praticados sob coação;
c) decadencial para alegar a inexistência dos atos e negócios praticados sob coação;
d) prescricional para alegar a inexistência dos atos e negócios praticados sob coação;
e) decadencial para alegar a nulidade relativa dos atos e negócios praticados sob coação.

144. (FGV/ISS/CUIABÁ-MT/AUDITOR FISCAL/2014) Juliana sofre pressão constante por


parte de seus familiares para ser fiadora de seus pais, Ana e Roberto. Cansada e temerosa de
comprometer todo o seu patrimônio, Juliana decide passar para o nome de Arnaldo, seu me-
lhor amigo, os dois apartamentos de que é proprietária. Sem ter qualquer apartamento em seu
nome, Juliana ver-se-á livre dos pedidos de socorro de seus familiares pela fiança.
Nesse negócio jurídico, verifica-se a ocorrência de
a) lesão, tendo em vista a legítima expectativa de seus pais com relação à fiança.
b) coação por simples temor reverencial.
c) coação relativa, já que houve manifestação da vontade do agente.
d) simulação relativa
e) simulação absoluta.

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145. (FGV/SEFIN-RO/AUDITOR FISCAL/2018) Bueno, servidor público, está com graves pro-
blemas financeiros diante da falta de pagamento regular de seus salários. Com débitos em
atraso no cartão de crédito e tendo sido negativado no sistema de proteção ao crédito, ele
precisa de empréstimos para saldar suas dívidas mais prementes. Para isso, procura uma
instituição financeira que aceita conceder empréstimos a pessoas na sua condição e assina
contrato de mútuo de fins econômicos, cuja prestação em favor da mutuante é manifestamen-
te desproporcional à prestação conferida ao mutuário.
Em face dessa situação, quanto ao negócio jurídico celebrado por Bueno, é correto afir-
mar que ele é
a) nulo por coação por parte da mutuante e o receio de dano iminente e considerável à pessoa
do mutuário e aos seus bens.
b) plenamente válido, por se tratar de contrato de adesão, quando não é dado ao aderente dis-
cutir ou modificar o conteúdo das estipulações.
c) anulável por ocorrência de lesão, diante da premente necessidade do devedor, que se obri-
gou a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
d) plenamente válido, por se tratar de exercício da liberdade contratual e da força obrigatória
dos contratos (pacta sunt servanda).
e) anulável por ocorrência de estado de perigo, diante da necessidade de o devedor quitar seus
débitos e eliminar a negativação de seu nome.

146. (FGV/CÂMARA DE SALVADOR-BA/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A Construtora Imó-


veis Novos Ltda. (CIN) contrata com Loteamentos Urbanos Ltda. (LU) a permuta de determina-
do lote de propriedade da LU com o direito de quatro unidades no prédio de dez andares que
CIN incorporará no local. Antes de iniciar a obra, CIN solicita autorização para construção junto
à municipalidade, que, no entanto, nega, sob o fundamento de que naquela área apenas é pos-
sível realizar a construção de edificação de até três andares com três unidades imobiliárias,
conforme legislação vigente antes mesmo da permuta.
Diante da negativa administrativa, o negócio jurídico é:
a) eficaz, mas poderá ser anulado por erro de direito;
b) inválido, pois viciada a vontade das partes;
c) eficaz, não sendo possível o desfazimento, tendo em vista que a ninguém é dado desco-
nhecer a lei;
d) inexistente, por ausente o motivo;
e) válido, porém ineficaz, ante o vício sobre o motivo.

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GABARITO
1. c 37. a 73. C
2. C 38. d 74. E
3. b 39. e 75. C
4. b 40. a 76. E
5. E 41. b 77. C
6. c 42. e 78. b
7. C 43. d 79. E
8. E 44. c 80. E
9. c 45. c 81. E
10. E 46. e 82. E
11. C 47. e 83. c
12. C 48. b 84. c
13. c 49. c 85. E
14. d 50. e 86. E
15. a 51. a 87. E
16. a 52. d 88. C
17. a 53. a 89. c
18. c 54. b 90. C
19. e 55. d 91. C
20. c 56. b 92. E
21. a 57. C 93. c
22. c 58. C 94. E
23. e 59. E 95. C
24. a 60. C 96. E
25. c 61. E 97. C
26. c 62. C 98. E
27. a 63. C 99. C
28. a 64. E 100. e
29. b 65. d 101. E
30. c 66. a 102. C
31. d 67. b 103. E
32. d 68. E 104. C
33. d 69. C 105. E
34. e 70. c 106. C
35. c 71. b 107. C
36. c 72. c 108. d

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109. b
110. E
111. C
112. b
113. C
114. C
115. C
116. C
117. E
118. a
119. C
120. E
121. d
122. C
123. c
124. a
125. C
126. c
127. C
128. b
129. E
130. E
131. E
132. C
133. C
134. E
135. c
136. e
137. c
138. d
139. e
140. a
141. a
142. a
143. e
144. e
145. c
146. a

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GABARITO COMENTADO
013. (FCC/TRT 11ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2007) José, servidor público federal, sendo
proprietário de um imóvel na cidade de São Paulo, alugou-o para Antonio. Findo o prazo con-
tratual e tendo de mudar-se para aquela cidade em razão de transferência, onde proverá cargo
efetivo, que deseja exercer durante dois anos, tempo suficiente para obter sua aposentadoria,
o locador notificou o locatário, para desocupar a casa. Neste caso, a notificação do locador
a) constitui ato jurídico e José terá apenas residência em São Paulo, mas não terá domicílio.
b) e a fixação do domicílio constituem ato jurídico e o domicílio de José será voluntário.
c) constitui ato jurídico, mas não é negócio jurídico e José terá domicílio necessário em
São Paulo.
d) e a fixação do domicílio constituem, respectivamente, negócio jurídico e ato jurídico, e José
terá domicílio voluntário.
e) e a fixação do domicílio constituem, respectivamente, ato jurídico e negócio jurídico e José
terá domicílio voluntário em São Paulo.

Temos aqui outra questão resolvida com a tabela da página 7.


A notificação representa um ato jurídico lícito (participações) pois é dirigido a um destinatário.
A fixação do domicílio representa um ato jurídico lícito (atos materiais) pois não possui um
destinatário. No caso do enunciado, por se tratar de um servidor público federal, temos uma
hipótese de domicílio necessário/legal (vide art. 76 do CC estudado na aula 1).
Letra c.

014. (FCC/TJ-PA/AJAJ/2009) No que tange aos negócios jurídicos pode-se afirmar que
a) os negócios neutros podem ser enquadrados entre os onerosos ou os gratuitos.
b) nos negócios jurídicos onerosos nem sempre ambos os contratantes auferem vantagens.
c) não há nenhum negócio que não possa ser incluído na categoria dos onerosos ou dos
gratuitos.
d) nos negócios jurídicos gratuitos só uma das partes aufere vantagens ou benefícios.
e) os negócios celebrados inter vivos não se destinam obrigatoriamente a produzir efeitos des-
de logo, ainda que estando vivas as partes.

Análise das alternativas:


a) Errada. Os negócios bifrontes podem ser enquadrados entre os onerosos ou os gratuitos de
acordo com a vontade das partes (ex.: o depósito – se eu peço para o meu vizinho guardar meu
carro enquanto eu viajo, o depósito pode ser pago ou não.).
b) Errada. Nos negócios jurídicos onerosos sempre ambos os contratantes auferem vantagens.

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c) Errada. Os negócios bifrontes podem ser incluídos na categoria dos onerosos ou dos
gratuitos.
e) Errada. Os negócios inter vivos se destinam a produzir efeitos enquanto os interessados
estão vivos.
Letra d.

015. (FCC/TRT 3ª REGIÃO/AJOJ/2015) Leonardo adquiriu de Paulo carregamento de celu-


lares falsificados, combinando pagar por eles quando da entrega, que, se não efetivada, daria
ao adquirente direito a postular cumprimento forçado da obrigação. Em não tendo havido a
entrega, Leonardo ajuizou ação contra Paulo, que, em contestação, não suscitou ser ilegal o
negócio, confessou a obrigação e dispôs-se a cumpri-la espontaneamente. O cumprimento
da obrigação
a) não poderá ocorrer, devendo o juiz declarar, de ofício, a nulidade do negócio.
b) deverá ocorrer, tendo em vista que os negócios jurídicos anuláveis são passíveis de conva-
lidação, ainda que tácita.
c) deverá ocorrer, tendo em vista que as nulidades não podem ser apreciadas de ofício.
d) deverá ocorrer, tendo em vista que os negócios jurídicos anuláveis são passíveis de conva-
lidação, desde que expressa.
e) não poderá, a princípio, ocorrer, devendo o juiz anular o negócio jurídico, salvo se, quando do
ajuizamento da ação, já houver transcorrido prazo de 4 anos.

O negócio jurídico narrado pelo enunciado da questão possui um objeto ilícito (celulares falsi-
ficados) e, por isso, deve ser declarado nulo. Vide art. 166, II do CC:

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

Além disso, o negócio nulo deve ser declarado de ofício pelo juiz, conforme prevê o art. 168,
parágrafo único do CC.

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio ju-
rídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.
Letra a.

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016. (FCC/TCE-CE/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Joaquim, sendo deve-


dor de Pedro e não tendo condições financeiras para quitar a dívida, cedeu a este os direitos
hereditários que afirmava ter, por ser filho de Antônio, que se encontrava moribundo e veio a
falecer um dia após a celebração daquele negócio. Aberto o inventário de Antônio, Pedro, com
a concordância de Joaquim, requereu ao juiz que lhe adjudicasse a cota parte dos bens que
coubessem a Joaquim, mas o juiz indeferiu o pedido. Essa decisão é
a) correta, porque o negócio celebrado entre Joaquim e Pedro é nulo, podendo a nulidade ser
declarada de ofício.
b) incorreta, porque o negócio celebrado entre Joaquim e Pedro é anulável e só os interessa-
dos poderiam arguir essa nulidade, sendo defeso dela o juiz conhecer de ofício.
c) correta, desde que tenha havido impugnação dos demais herdeiros, porque são interessa-
dos na aquisição da cota parte cabente a Joaquim na herança.
d) incorreta, porque somente o Ministério Público poderia ter a iniciativa de promover a anula-
ção do negócio celebrado entre Joaquim e Pedro.
e) incorreta, porque o negócio celebrado entre Joaquim e Pedro só era ineficaz até a morte de
Antônio, convalidando-se após.

É vedado o objeto do contrato ser herança de pessoa viva pelo art. 426 do CC:

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

Sendo assim, o negócio jurídico narrado pelo enunciado da questão possui um objeto ilícito
(herança de pessoa viva) e, por isso, deve ser declarado nulo. Vide art. 166, II do CC:

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

Além disso, o negócio nulo deve ser declarado de ofício pelo juiz, conforme prevê o art. 168,
parágrafo único do CC.

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio ju-
rídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.
Letra a.

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017. (FCC/TRT 14ª REGIÃO/AJOJ/2016) Sobre o negócio jurídico, na forma estabelecida


pelo Código Civil, é INCORRETO afirmar:
a) A impossibilidade inicial do objeto sempre invalida o negócio jurídico.
b) Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
c) Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao
sentido literal da linguagem.
d) O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizaram e não for
necessária a declaração de vontade expressa.
e) No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é
da substância do ato.

Análise das alternativas:


a) Errada. Nem sempre a impossibilidade inicial do objeto invalida o negócio jurídico. Vejamos
o art. 106 do CC.

Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.

Concluímos que dois pontos merecem destaque:


• se a impossibilidade do objeto for relativa, isto é, se a prestação puder ser realizada por
outrem, embora não o seja pelo devedor, não ocorre a invalidade do negócio jurídico; e
• se o negócio jurídico contendo objeto impossível, tiver sua eficácia subordinada a um
evento futuro e incerto, e aquela impossibilidade cessar antes de realizada aquela con-
dição válida será a avença.
b) Certa. Vide art. 114 do CC.
c) Certa. Vide art. 112 do CC.
d) Certa. Vide art. 111 do CC.
e) Certa. Vide art. 109 do CC.
Letra a.

018. (FCC/TCM-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Os negócios sob con-


dição suspensiva
a) subordinam-se a evento futuro e certo.
b) operam efeitos desde logo, os quais são suspensos em caso de implemento da condição.
c) são protegidos contra o advento de lei nova, em caso de conflito de leis no tempo, mesmo
que ainda não tenha havido o implemento da condição.
d) geram, no que toca aos conflitos de Lei n. tempo, meras expectativas de direito, não protegi-
das contra o advento de lei nova.
e) não permitem que o titular eventual do direito pratique atos destinados à sua conservação.

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Análise das alternativas:


a) Errada. Os negócios jurídicos sob condição (suspensiva ou resolutiva) subordinam-se a um
evento futuro e incerto. Vide art. 121 do CC:

Art. 121 do CC. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

b) Errada. Em desacordo com o art. 125 do CC:

Art. 125 do CC. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto
esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.

c) Certa. Somente se considera adquirido o direito subordinado a uma condição suspensiva com
o implemento da condição (vide art. 125 do CC). Entretanto, vejamos o art. 6º, § 2º da LINDB:

Art. 6º, § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem.

Se a condição foi pré-estabelecida de forma inalterável, o negócio jurídico sob condição sus-
pensiva também é protegido contra o advento de lei nova, em caso de conflito de leis no tempo.
d) Errada. Vide comentários da alternativa anterior.
e) Errada. Em desacordo com o art. 130 do CC.

Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido
praticar os atos destinados a conservá-lo.

Imagine que eu vá doar para você uma casa quando o Botafogo for campeão brasileiro (acho
que vai demorar). Trata-se de um negócio jurídico sob condição suspensiva.
Enquanto o Botafogo não for campeão, você não adquire o direito ao imóvel.
E se nesse período alguém invadir o imóvel?
Você, titular de um direito eventual (sob condição), poderá mover ações para proteger o imóvel
e retirar o invasor.
Letra c.

019. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Quando o testamento foi aberto, Rubião quase


caiu para trás. Advinhas por quê. Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem
dez, nem vinte contos, mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casa na Corte, uma
em Barbacena, escravos, apólices, ações do Banco do Brasil e de outras instituições, joias,
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dinheiro amoedado, livros − tudo finalmente passava às mãos do Rubião, sem desvios, sem
deixas a nenhuma pessoa, nem esmolas, nem dívidas. Uma só condição havia no testamento,
a de guardar o herdeiro consigo o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por
motivo da grande afeição que lhe tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se fosse a
ele próprio testador, nada poupando em seu benefício, resguardando-o de moléstias, de fugas,
de roubo ou de morte que lhe quisessem dar por maldade; cuidar finalmente como se cão não
fosse, mas pessoa humana. Item, impunha-lhe a condição, quando morresse o cachorro, de
lhe dar sepultura decente, em terreno próprio, que cobriria de flores e plantas cheirosas; e mais
desenterraria os ossos do dito cachorro, quando fosse tempo idôneo, e os recolheria a uma
urna de madeira preciosa para depositá-los no lugar mais honrado da casa.
(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. [S.l.]: Saraiva, 2011. p. 25)

As exigências feitas a Rubião consubstanciam


a) termo final.
b) condição resolutiva.
c) condição suspensiva.
d) termo inicial.
e) encargo.

A exigência de guardar o cachorro é um encargo atrelado ao ato de liberalidade (testamento).


Letra e.

020. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2015) É anulável


a) o negócio que tenha por objetivo fraudar lei imperativa.
b) o contrato que tem por objeto herança de pessoa viva.
c) a troca de bens com valores desiguais entre ascendentes e descendentes sem o consenti-
mento dos outros descendentes.
d) o negócio jurídico simulado.
e) o negócio proibido por lei, que não lhe comina sanção.

É muito comum a banca cobrar do aluno as situações em que o negócio jurídico é nulo ou anu-
lável. Inicialmente você deve ter em mente que o negócio nulo possui um vício mais grave que
o negócio anulável.
As principais situações em que o negócio jurídico é considerado nulo estão nos arts. 166 e
167 do CC:

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Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.

Análise das alternativas:


a) Errada. Fraudar lei imperativa é um vício grave, dessa forma, o negócio será nulo. Vide art.
166, VI do CC.
b) Errada. A herança de pessoa viva não pode ser objeto de contrato por força do art. 426 do CC:

Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

Sendo assim, como o art. 426 do CC proíbe a prática de um negócio sem cominar sanção, de-
vemos utilizar o art. 166, VII do CC e concluir que se trata de um negócio nulo.
c) Certa. Nesse caso, o art. 496 do CC menciona expressamente a possibilidade de anulação.

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o


cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

d) Errada. Segundo o art. 167 do CC, o negócio simulado é nulo.


e) Errada. Trata-se de negócio nulo, conforme prevê o art. 166, VII do CC.
Letra c.

021. (FCC/TRT 3ª REGIÃO/AJAJ/2015) Marcela permutou um televisor avariado com um


celular avariado de Marina. Ambas sabiam que os respectivos bens estavam deteriorados e
ambas esconderam tal circunstância uma da outra buscando tirar vantagem na transação.
Julgando-se prejudicada, Marina ajuizou ação contra Marcela requerendo a invalidação do ne-
gócio e indenização. O juiz deverá
a) desacolher ambos os pedidos, pois, se as duas partes procedem com dolo, nenhuma pode
alegá-lo para anular o negócio nem reclamar indenização.
b) acolher apenas o pedido de invalidação do negócio, pois esta pode ser reconhecida inclusi-
ve de ofício.
c) acolher apenas o pedido de indenização, em razão do princípio que veda o enriquecimento
sem causa.
d) acolher ambos os pedidos, pois o dolo de uma parte não anula o da outra.
e) acolher apenas o pedido de invalidação, desde que formulado no prazo decadencial de qua-
tro anos da celebração do negócio.

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Sobre o dolo bilateral ou recíproco (de ambas as partes) é interessante lermos o art. 150 do CC.

Art. 150 do CC. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o
negócio, ou reclamar indenização.

Conclui-se que o dolo bilateral não é capaz de anular o negócio jurídico, tampouco gerar inde-
nização por perdas e danos. O ato negocial em que houver dolo bilateral será válido.
Letra a.

022. (FCC/TRT 23ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Quando da venda de sua casa, para
não ver prejudicadas as negociações, João deixou de mencionar a Rogério, adquirente, que,
no imóvel vizinho, funcionava estridente casa noturna. Ignorando o fato, Rogério acabou por
adquirir o imóvel. Considerando-se que, se conhecesse o fato, Rogério não teria celebrado o
negócio, o silêncio do vendedor constituiu
a) omissão dolosa, que não obriga a satisfazer as perdas e danos mas é causa de anulabilida-
de, a qual depende de iniciativa da parte para ser decretada.
b) omissão dolosa, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de anulabilidade, a qual
pode ser conhecida de ofício e não convalesce com o passar do tempo.
c) omissão dolosa, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de anulabilidade, a qual
depende de iniciativa da parte para ser decretada.
d) lesão, que obriga somente a satisfazer as perdas e danos.
e) lesão, que obriga a satisfazer as perdas e danos e é causa de nulidade, a qual pode ser co-
nhecida de ofício e não convalesce com o passar do tempo.

O dolo negativo ou omissão dolosa (art. 147 do CC) é aquele resultante de uma omissão inten-
cional para induzir um dos contratantes (conduta negativa). Pode acarretar a anulação do ato
negocial juntamente com perdas e danos se for o motivo determinante (dolo principal). Se for
acidental enseja, apenas, perdas e danos.

Art. 147 do CC. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito
de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que
sem ela o negócio não se teria celebrado.

Como o enunciado menciona que se conhecesse o fato, Rogério não teria celebrado o negócio,
conclui-se que se trata do dolo principal, sendo causa de anulabilidade do negócio.

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Além disso, é necessário sabermos que por ser uma situação de anulabilidade do negócio, só
os interessados ou representantes legítimos a podem alegar, sendo vedado ao juiz pronunciar-
-se de ofício.

Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.
Letra c.

023. (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2015) O negócio jurídico praticado


sob coação
a) é nulo, não se convalidando com o decurso do tempo nem podendo ser confirmado pela
vontade das partes.
b) equipara-se aos praticados sob temor reverencial.
c) é nulo, podendo ser invalidado, a pedido da parte prejudicada, no prazo decadencial de 4
anos, contado da celebração do negócio.
d) deve ser interpretado tendo em conta o que, na mesma circunstância, teria feito o
homem médio.
e) é anulável, convalidando-se com o decurso do tempo e podendo ser confirmado pela vonta-
de das partes.

Análise das alternativas:


a) Errada. A coação torna o negócio anulável, conforme prevê o art. 171, II do CC.
b) Errada. O temor reverencial é uma situação excludente de coação. Vide art. 153 do CC:

Art. 153 do CC. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o sim-
ples temor reverencial.

c) Errada. A coação torna o negócio anulável, conforme prevê o art. 171, II do CC.
d) Errada. A coação deve ser interpretada nos termos do art. 152 do CC.

Art. 152 do CC. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.

e) Certa. Por ser a coação uma causa de anulabilidade, é possível ocorrer, tanto a convalida-
ção, como a confirmação.

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é um ato das partes contratantes


CONFIRMAÇÃO (art.
com o objetivo de sanar o vício do
NULIDADE 172 do CC)
ato negocial.
RELATIVA
(NJ nulo) decorre do decurso de tempo que
CONVALIDAÇÃO provoca a decadência do direito de
anular o negócio.
NULIDADE é a transformação do ato nulo em
ABSOLUTA CONVERSÃO outro que contém os requisitos do
(NJ anulável) primeiro.

Letra e.

024. (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Roberto doou aos filhos seu mais valioso imóvel
em 20/10/2014 e, no mesmo dia, ofereceu em hipoteca outro imóvel para garantia de dívida
por empréstimo que lhe foi concedido, em 19/09/2014, por seu amigo Pedro. Com a doação
daquele imóvel, Roberto tornou-se insolvente, porque já tinha diversas dívidas vencidas e não
pagas entre as quais a decorrente de negócios realizados com Manoel, sem garantia real, venci-
da em 08/09/2014 e não paga, além de contar com vários protestos cambiais. Em 18/11/2014
tomou emprestado de Antônio R$ 80.000,00, que não exigiu qualquer garantia e R$ 85.000,00
de Rodrigo, que exigiu fiança, prestada por José, mas Roberto também não pagou as dívidas a
esses mutuantes. Nesses negócios, está configurada fraude contra credores, pela
a) doação e constituição de hipoteca, cujas anulações podem ser pleiteadas por Manoel.
b) doação, apenas, cuja anulação só pode ser demandada, entre os credores mencionados,
por Manoel.
c) doação, pela constituição de hipoteca e pela fiança, que podem ser anuladas em ação pro-
posta por Manoel e por Antônio.
d) doação, apenas, cuja anulação pode ser pleiteada por Manoel, Antônio e Rodrigo.
e) doação e pela constituição de hipoteca, cujas anulações podem ser pleiteadas por Manoel
e Antônio, mas não por Rodrigo.

Para facilitar a análise da questão, vamos listar todos os negócios praticados por Roberto:
08/09/2014 → dívida vencida e não paga com Manoel (sem garantia real)
19/09/2014 → concessão de empréstimo pelo amigo Pedro
20/10/2014 → doou aos filhos seu mais valioso imóvel e tornou-se insolvente
20/10/2014 → ofereceu em hipoteca outro imóvel para garantia do empréstimo feito pelo
amigo Pedro
18/11/2014 → empréstimo de R$ 80.000,00 com Antônio (sem garantia)
18/11/2014 → empréstimo de R$ 85.000,00 com Rodrigo (fiança prestada por José)

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A fraude contra credores torna o negócio anulável. Tal fato visa impedir que o devedor insol-
vente desfalque ainda mais o seu patrimônio e, com isso, não consiga cumprir com as suas
obrigações e saldar os devedores.
Sendo assim, vamos analisar cada fato narrado:
08/09/2014 → dívida vencida e não paga com Manoel (sem garantia real)
• A assunção da dívida não tornou Roberto insolvente, sendo assim, não há que se falar
em fraude contra credores.
19/09/2014 → concessão de empréstimo pelo amigo Pedro
• A concessão de empréstimo pelo amigo Pedro não tornou Roberto insolvente, sendo
assim, não há que se falar em fraude contra credores.
20/10/2014 → doou aos filhos seu mais valioso imóvel e tornou-se insolvente
• Nesse exato momento, com a doação aos filhos, o patrimônio de Roberto tornou-se
menor do que as suas dívidas (insolvência) e, por isso, esse ato pode ser anulado ale-
gando-se fraude contra credores.
20/10/2014 → ofereceu em hipoteca outro imóvel para garantia do empréstimo feito pelo
amigo Pedro
• O ato de, já estando insolvente, prestar garantia a uma dívida vencida antes é uma for-
ma de alterar a preferência dos credores ao cobrarem as dívidas de Roberto (Manoel é
prejudicado) e, conforme prevê o art. 163 do CC, pode ser anulado alegando-se fraude
contra credores.

Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o
devedor insolvente tiver dado a algum credor.

18/11/2014 → empréstimo de R$ 80.000,00 com Antônio (sem garantia)


• Tendo em vista que o empréstimo não desfalca o Patrimônio de Roberto, não há que se
falar em fraude contra credores.
18/11/2014 → empréstimo de R$ 85.000,00 com Rodrigo (fiança prestada por José)
• Tendo em vista que o empréstimo, mesmo com garantia, também não desfalca o Patri-
mônio de Roberto, não há que se falar em fraude contra credores.
Sendo assim, somente a doação aos filhos e a hipoteca podem ser anulados por Manoel (cre-
dor prejudicado com os atos) alegando-se fraude contra credores.
Letra a.

025. (FCC/TCM-RJ/PROCURADOR DE CONTAS/2015) Em relação aos defeitos dos negó-


cios jurídicos tem-se que
a) são nulos os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro subs-
tancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias
do negócio.

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b) os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor


já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados
pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
c) o dolo acidental anula o negócio jurídico ou, alternativamente, obriga à satisfação de perdas e
danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
d) considera-se coação o temor reverencial, embora não o seja a ameaça do exercício normal
de um direito.
e) ocorre o estado de perigo quando alguém, sob premente necessidade ou por inexperiência,
obriga-se a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

Análise das alternativas:


a) Errada. Em desacordo com o art. 138 do CC:

Art. 138 do CC. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circuns-
tâncias do negócio.

b) Certa. Em conformidade com o art. 158 do CC:

Art. 158 do CC. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar
o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anu-
lados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.

c) Errada. Em desacordo com o art. 146 do CC:

Art. 146 do CC. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.

d) Errada. Em desacordo com o art. 153 do CC:

Art. 153 do CC. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o sim-
ples temor reverencial.

e) Errada. A alternativa descreve a lesão do art. 157 do CC:

Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Letra c.

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026. (FCC/TCM-GO/PROCURADOR DE CONTAS/2015) O negócio jurídico simulado é


a) válido se posteriormente ratificado pelas partes interessadas.
b) nulo, sendo igualmente nulo o negócio dissimulado, pelo vício de origem
c) nulo, mas é válido o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
d) anulável, mas válido o que se procurou dissimular, se válido for na essência e na forma.
e) ineficaz, por não ter potencial para gerar quaisquer consequências jurídicas.

Questão que possui o art. 167 do CC como fundamento:

Art. 167 do CC. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
Letra c.

027. (FCC/TCM-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Francisco simulou ter


vendido imóvel a Carla, sua amante, a quem, em verdade, doara referido bem. De acordo com
o Código Civil, tal ato,
a) diferentemente dos demais defeitos do negócio jurídico, é nulo, devendo ser invalidado de
ofício, pelo juiz.
b) assim como os demais defeitos do negócio jurídico, é nulo, devendo ser invalidado de ofício,
pelo juiz.
c) assim como os demais defeitos do negócio jurídico, é anulável, não podendo ser invalidado
de ofício, pelo juiz.
d) assim como os demais defeitos do negócio jurídico, é anulável, devendo ser invalidado de
ofício, pelo juiz.
e) diferentemente dos demais defeitos do negócio jurídico, é anulável, não podendo ser invali-
dado de ofício, pelo juiz.

A situação apresentada representa um exemplo de simulação relativa (quando uma pessoa,


sob a aparência de um negócio fictício, pretende realizar outro que é o verdadeiro, diferente, no
todo ou em parte, do primeiro).
Dessa forma, devemos recorrer ao art. 167 do CC.
Letra a.

028. (FCC/ICMS-PI/AUDITOR FISCAL/2015) Durante processo de divórcio, Tício simulou ter


vendido todos seus bens móveis a Mévio, a fim de fraudar a partilha de bens. O negócio cele-
brado entre Mévio e Tício é
a) nulo e cognoscível de ofício, pelo juiz, não podendo ser convalidado pelas partes.
b) anulável, mas passível de convalidação pelas partes, a quem cabe a iniciativa exclusiva do
pedido de invalidação.
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c) nulo, não cognoscível de ofício, pelo juiz, e passível de convalidação pelas partes.
d) nulo, cognoscível de ofício, pelo juiz, e passível de convalidação pelas partes.
e) anulável e cognoscível de ofício, pelo juiz, não podendo ser convalidado pelas partes.

Já sabemos que o art. 167 do CC atribui nulidade absoluta ao negócio jurídico simulado.
Além disso, o art. 168, parágrafo único do CC, que trata das nulidades absolutas, determina que
o magistrado deve pronunciar tal nulidade de ofício.

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio ju-
rídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.

Sendo assim, devemos também recorrer ao art. 169 do CC para saber que não é possível a
convalidação.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Letra a.

029. (FCC/ICMS-PI/AUDITOR FISCAL/2015) Tício, diretor de uma construtora, celebrou com


Mévio, funcionário público, contrato por meio do qual este lhe garantiria privilégios em licita-
ções públicas em troca de pagamento mensal de R$ 5.000,00. Trata-se de negócio
a) nulo, podendo ser invalidado a pedido de qualquer interessado ou do Ministério Público,
porém não de ofício, e não convalescendo pelo decurso do tempo.
b) nulo, devendo ser invalidado de ofício e não convalescendo pelo decurso do tempo.
c) anulável, devendo ser invalidado de ofício e não convalescendo pelo decurso do tempo.
d) válido, por atender aos usos e costumes.
e) anulável, podendo ser invalidado a pedido de qualquer interessado ou do Ministério Público,
porém não de ofício, e convalescendo com o decurso do tempo.

Tendo em vista que o objeto do contrato (privilégios em licitações públicas) é ilícito, o caso
narrado é um exemplo de negócio nulo (art. 166, II do CC).

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

Sendo assim, valem os comentários da questão anterior a respeito do art. 168, parágrafo único
do CC e do art. 169 do CC.
Letra b.

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030. (FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2015) Os negócios jurídicos nulos


a) prescrevem em 10 anos.
b) decaem em 4 anos.
c) são cognoscíveis de ofício, inclusive em segunda instância.
d) podem ser confirmados pela vontade das partes, desde que capazes.
e) podem ser confirmados pela vontade das partes, ainda que incapazes.

Análise das alternativas:


a) Errada. Nos negócios nulos o vício é perpetuo, pois não convalesce pelo decurso do tempo
(decadência), tampouco prescreve.
b) Errada. Nos negócios nulos o vício é perpetuo, pois não convalesce pelo decurso do tempo
(decadência), tampouco prescreve.
c) Certa. O art. 168, parágrafo único do CC, que trata das nulidades absolutas, determina que o
magistrado deve pronunciar a nulidade absoluta de ofício.

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio ju-
rídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a
requerimento das partes.

d, e) Erradas. Independentemente da capacidade das partes, o negócio nulo não pode ser
confirmado.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Letra c.

031. (FCC/TCM-GO/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) No tocante ao negó-


cio jurídico nulo e anulável, é correto afirmar que
a) é de quatro anos o prazo de prescrição para pleitear- se a anulação, no caso de coação
contado do dia em que ela cessar, ou da prática do ato nos casos de erro, dolo e fraude con-
tra credores.
b) é anulável o negócio jurídico simulado, mas válido o que se dissimulou se regular for na
substância e na forma.
c) é nulo o ato praticado em estado de perigo ou lesão.
d) a anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, aproveitando exclusivamente aos que a alegarem, salvo o
caso de solidariedade ou indivisibilidade.
e) quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, não haverá sua
validação em nenhum caso.

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Análise das alternativas:


a) Errada. O erro da alternativa está na natureza do prazo para anulação do negócio, pois trata-
-se de um prazo decadencial e não prescricional.

Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

b) Errada. De acordo com o art. 167 do CC o negócio simulado é nulo.

Art. 167 do CC. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.

c) Errada. O ato praticado em estado de perigo ou lesão é anulável.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

d) Certa. Vide art. 177 do CC:

Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.

e) Errada. Em desacordo com o art. 176 do CC:

Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se
este a der posteriormente.

Lembre-se de que a nulidade relativa (anulabilidade) não é tão grave. Sendo assim, é possível
as partes suprirem o vício por meio da confirmação.
Letra d.

032. (FCC/TRT 14ª REGIÃO/AJAJ/2016) Sobre a invalidade do negócio jurídico, considere:


I – É de cinco anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico no
caso de coação contado do dia em que ela cessa.
II – É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.

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III – O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
IV – É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo de-
vedor, ciente do vício que o inquinava.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) II e III.
c) III e IV.
d) II, III e IV.
e) I e IV.

Análise das alternativas:


I – Errado. Já sabemos que o prazo em questão é de 4 anos (art. 178 do CC).
II – Certo. Vide art. 167 do CC.
III – Certo. Vide art. 172 do CC.
IV – Certo. Vide art. 174 do CC.
Letra d.

033. (FCC/TRT 3ª REGIÃO/AJAJ/2015) Pedro comprou, por valor inferior ao de mercado, rara e
valiosa coleção de selos pertencente a Lucas, que tinha 14 anos e não foi representado quando da ce-
lebração do negócio. Passados alguns meses e não entregue o bem, Pedro procurou Lucas oferecen-
do-lhe suplementação do preço, a fim de que as partes ratificassem o ato. A pretendida ratificação
a) não poderá ocorrer, salvo se Lucas for assistido quando da confirmação.
b) poderá ocorrer, pois os negócios anuláveis podem ser confirmados pela vontade das partes.
c) deverá ocorrer, em prestígio ao princípio da conservação dos contratos.
d) não poderá ocorrer, porque o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação.
e) poderá ocorrer apenas pelo juiz, depois da intervenção do Ministério Público.

Como Lucas tinha apenas 14 anos de idade, o negócio é nulo por ter sido praticado por pessoa
absolutamente incapaz sem a devida representação.
Dessa forma, sabemos que o negócio nulo (nulidade absoluta) não comporta a convalidação
ou a confirmação.

CONFIRMAÇÃO é um ato das partes contratantes com o objetivo de


NULIDADE (art. 172 do CC) sanar o vício do ato negocial.
RELATIVA decorre do decurso de tempo que provoca a
CONVALIDAÇÃO
decadência do direito de anular o negócio.
NULIDADE é a transformação do ato nulo em outro que contém
CONVERSÃO
ABSOLUTA os requisitos do primeiro.

Letra d.
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034. (FCC/TCM-RJ/PROCURADOR DE CONTAS/2015) No tocante ao regime das nulidades


no Código Civil, considere:
I – É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma, podendo essa nulidade ser alegada por qualquer interessado, ou pelo
Ministério Público, quando lhe couber intervir.
II – As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou
dos seus efeitos e as encontrar provadas, podendo porém supri-las, se assim for requerido
pelas partes.
III – Se o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a
que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
IV – O negócio jurídico é anulável quando o agente for relativamente incapaz, quando for prete-
rida alguma solenidade que a lei considere essencial para sua validade ou por vício resultante
de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I e III.

Análise das afirmativas:


I – Certo. Vide arts. 167 e 168, caput do CC.
II – Errado. Tendo como base o art. 168, parágrafo único do CC, não é permitido o suprimen-
to do juiz.

Art. 168. Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do ne-
gócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.

III – Certo. Vide art. 170 do CC.


IV – Errado. Quando for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial, temos um
negócio jurídico nulo.
Letra e.

035. (FCC/TRT 6ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Em relação ao negócio jurídico,


a) quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-
-se a anulação, será este de quatro anos, a contar sempre da data da conclusão do ato.
b) a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, bem como a destas
induz à invalidade da obrigação principal, dado o princípio da correspondência nos negócios
jurídicos em geral.

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c) a incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o obje-
to do direito ou da obrigação comum.
d) não ocorrendo a condição objetiva do negócio jurídico, ou seja, objeto lícito, possível, deter-
minado ou determinável, a consequência jurídica será sua anulabilidade.
e) ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, mostrando-
-se irrelevante eventual prova de que reverteu em proveito desse incapaz a importância paga.

Análise das alternativas:


a) Errada. Segundo o art. 179 do CC, o prazo em questão será de 2 anos.
b) Errada. Em desacordo com o art. 184 do CC:

Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o pre-
judicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das
obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

Imagine que um contrato de locação (principal) seja garantido por um contrato de fiança (aces-
sório). A invalidade da locação induz a invalidade da fiança. Porém, a invalidade da fiança não
acarreta a nulidade da locação que irá subsistir sem garantia.
c) Certa. Vide art. 105 do CC.
d) Errada. A consequência jurídica será a nulidade absoluta.
e) Errada. Em desacordo com o art. 181 do CC.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não
provar que reverteu em proveito dele a importância paga.
Letra c.

036. (FCC/TJ-SE/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A escritura pública lavrada em notas de Tabelião,


a) faz prova plena, mas não é documento dotado de fé pública, podendo ser impugnada por
qualquer interessado.
b) é documento dotado de fé pública, mas não faz prova plena, porque o convencimento do
juiz é livre.
c) é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena.
d) firma presunção absoluta de veracidade do que nele constar, por ser documento dotado de
fé pública.
e) é documento público, mas não dotado de fé pública, porque o Tabelião exerce suas funções
em caráter privado, por delegação do Estado, por isso, também, não faz prova plena.

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A questão tem o art. 215 do CC como fundamento:

Art. 215 do CC. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública,
fazendo prova plena.

Análise das alternativas:


a) Errada. A escritura pública é um documento dotado de fé pública.
b) Errada. A escritura pública faz prova plena.
c) Certa. Vide art. 215 do CC.
d) Errada. A presunção de veracidade é relativa, pois admite prova em contrário.
e) Errada. Vide comentários anteriores.
Letra c.

037. (FCC/TRF 5ª REGIÃO/AJAJ/2017) A incapacidade relativa de uma das partes de um


negócio jurídico
a) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio.
b) pode ser invocada pela outra em benefício próprio, por constituir matéria de ordem pública.
c) aproveita aos cointeressados capazes, salvo se for indivisível o objeto do direito ou da obri-
gação comum.
d) não aproveita aos cointeressados capazes, mesmo que indivisível o objeto do direito ou da
obrigação comum.
e) sempre aproveita aos cointeressados capazes.

A questão tem como fundamento o art. 105 do CC:

Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
Letra a.

038. (FCC/TRT 11ª REGIÃO/ TJAA/2017) Rafael vendeu uma fazenda para Valdir, estabele-
cendo que o comprador só entrará na posse do imóvel quando tiver construído uma igreja para
os colonos. Tal negócio está sujeito
a) a termo final.
b) a termo inicial.
c) à condição resolutiva.
d) à condição suspensiva.
e) a encargo.

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A questão tem como fundamento o art. 125 do CC:

Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se
não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Letra d.

039. (FCC/PGE-MT/ANALISTA/2016) Maria doou a Emília um vestido de noiva. Estipulou,


porém, que o bem somente seria entregue se e quando Emília casasse. Caso sobrevenha lei
nova, afetando o contrato, esta
a) atingirá o direito de Emília somente se tiver natureza cogente, pois a lei de ordem pública
possui efeito retroativo.
b) atingirá o direito de Emília, que possui mera expectativa de direito.
c) atingirá o direito de Emília, que possui mera faculdade jurídica.
d) atingirá o direito de Emília, pois, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro, a lei nova tem efeito retroativo, atingindo as situações pendentes.
e) não atingirá o direito de Emília, pois a lei considera adquiridos os direitos sob condição sus-
pensiva, para fins de direito intertemporal.

A questão narra uma doação sob condição suspensiva. Dessa forma, devemos invocar o art.
6º, § 2º da LINDB:

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adqui-
rido e a coisa julgada.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer,
como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalte-
rável, a arbítrio de outrem.

Ou seja, como se trata de um negócio jurídico sujeito à condição suspensiva, temos uma situ-
ação de direito adquirido e, por isso, a lei não poderá retroagir de modo a prejudicar tal direito.
Letra e.

040. (FCC/AL-MS/CONSULTOR PROCESSO LEGISLATIVO/2016) Diego vendeu uma casa


para Joana pelo valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais). No entanto, visando a lesar tercei-
ros, as partes acordaram em declarar, inveridicamente, que a venda se deu pelo valor de R$
120.000,00 (cento e vinte mil reais). Nesse caso, é
a) nula a estipulação simulada, mas subsiste o negócio dissimulado, se válido na substância
e na forma.
b) anulável a estipulação simulada e nulo o negócio dissimulado.

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c) nulos a estipulação simulada e o negócio dissimulado.


d) anulável a estipulação simulada, mas subsiste o negócio dissimulado, se válido na substân-
cia e na forma.
e) inexistente a estipulação simulada e anulável o negócio dissimulado.

A situação trata de uma espécie de simulação que acarretará a nulidade do negócio jurídico.
Dessa forma, devemos invocar o art. 167 do CC:

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Letra a.

041. (FCC/TRT 15ª REGIÃO/AJOJ/2018) De acordo com o Código Civil, os negócios jurídicos
devem ser interpretados
a) somente de acordo com a lei, defeso que os usos e princípios sejam utilizados para esse fim.
b) conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
c) de acordo com a moral e os bons costumes, além da lei, vedado que os usos sejam consi-
derados, uma vez que nosso ordenamento jurídico não é consuetudinário.
d) se benéficos ou se houver renúncia, ampliativamente, para tornar efetivo o benefício ao fa-
vorecido pela avença.
e) sempre literalmente, para evitar obscuridades ou contradições.

A questão tem como fundamento o art. 113 do CC:

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de
sua celebração.
Letra b.

042. (FCC/PREFEITURA DE SÃO LUIZ-MA/PROCURADOR/2016) Sobre negócio jurídico, é


INCORRETO afirmar que
a) a obrigação propter rem é aquela cujo sujeito ou sujeitos são determinados através da titu-
laridade de um direito real.
b) o falso motivo possibilita a anulação do negócio jurídico quando expresso, na declaração de
vontade, como fato determinante.
c) a validade dos negócios jurídicos não depende de forma especial, exceto se a lei dispuser
em contrário ou cominar sanção distinta.
d) a emissão de notas promissórias, representativas das parcelas do preço, em garantia do
cumprimento da obrigação, não representa novação de dívida.
e) a reserva mental somente nulifica a manifestação de vontade quando dela o destinatário
não tinha conhecimento.
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A questão tem como fundamento o art. 110 do CC:

Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de
não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

É exatamente o contrário. A reserva mental somente nulifica a manifestação de vontade quan-


do dela o destinatário tinha conhecimento.
Letra e.

043. (FCC/TCM-RJ/PROCURADOR DA PROCURADORIA ESPECIAL/2015) Rogério adquire


o cavalo “Run like the Wind” sob condição de que tenha que vencer uma corrida turfística em
90 dias. Sendo o cavalo favorito no nonagésimo dia após a compra, seu vendedor, Francisco,
arrependido da venda por achar que pediu preço baixo demais, dopa “Run like the Wind” e o
cavalo chega em último lugar. Considerando que Rogério tem interesse na eficácia do negócio
jurídico e que tem provas da atitude de Francisco para evitar a vitória do animal,
a) a condição não terá sido implementada e o contrato será desfeito, mas Rogério poderá plei-
tear indenização por meio de ação autônoma, com fundamento na má-fé de Francisco.
b) nada poderá fazer, tendo-se como não verificada a condição e desfeito o contrato, pois lhe
caberia ter vigiado melhor o animal para evitar seu doping.
c) poderá reputar a condição como potestativa e tê-la como se houvesse ocorrido, para o único
efeito jurídico de pleitear perdas e danos do vendedor, pela má-fé, mas o contrato será desfeito.
d) poderá reputar como verificada a condição suspensiva, como se o cavalo houvesse vencido,
pois seu implemento foi maliciosamente obstado pelo vendedor, a quem não interessava a
vitória do animal.
e) nada poderá ser feito, pois a condição era resolutiva e objetiva e a conduta do vendedor,
sendo subjetiva, em nada alterou os efeitos jurídicos do inadimplemento ocorrido.

A questão tem como fundamento o art. 129 do CC:

Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for malicio-
samente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a
condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
Letra d.

044. (FCC/TJ-AP/AJAJ/2014) Ricardo tem 15 anos e adquiriu um televisor. O negócio é


a) anulável, convalidando-se dois anos depois de praticado.
b) anulável, convalidando-se quatro anos depois de praticado.

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c) nulo, devendo ser invalidado de ofício pelo Juiz.


d) válido, gerando plenos efeitos.
e) nulo, mas podendo ser invalidado apenas a requerimento das partes ou do Ministério Público.

A questão tem como fundamento os art. 3º, 166, I, e 168, parágrafo único, do CC:

Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de
16 (dezesseis) anos.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
Art. 168. Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do ne-
gócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda
que a requerimento das partes.
Letra c.

045. (FCC/TRF 4ª REGIÃO/AJAJ/2014) No tocante ao negócio jurídico,


a) é anulável, quando não revestir a forma prescrita em lei.
b) as nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos
seus efeitos e as encontrar provadas, sendo-lhe, em qualquer hipótese, permitido supri-las,
quando requerido por ambas as partes.
c) em regra, a anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de
ofício, sendo que só os interessados a podem alegar.
d) o vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credo-
res, é nulo.
e) o nulo é suscetível de confirmação, mas não convalesce pelo decurso do tempo.

Análise das alternativas:


a) Errada. O art. 166, IV, do CC dispõe que “é nulo o negócio jurídico quando não revestir a for-
ma prescrita em lei”.
b) Errada. Vide art. 168, parágrafo único, do CC.
c) Certa. O art. 177 do CC dispõe que “a anulabilidade não tem efeito antes de julgada por
sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusi-
vamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade”.
d) Errada. O art. 171, II, do CC dispõe que “além dos casos expressamente declarados na lei, é
anulável o negócio jurídico por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão
ou fraude contra credores”.
e) Errada. O art. 169 do CC dispõe que “o negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação,
nem convalesce pelo decurso do tempo”.
Letra c.

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046. (FCC/SEAD-AP/ANALISTA JURÍDICO/2018) Antenor e Amélia, pai e filha, adquiriram


um imóvel para nele juntos residirem. Em razão de dificuldades financeiras, Antenor e Amélia,
por preço justo, venderam-no a Pedro. Embora fosse contrária à venda, Amélia aceitou partici-
par de sua realização apenas pelo receio de desapontar Antenor, a quem respeitava profunda-
mente. Em tal cenário, agiu Amélia sob
a) estado de perigo, sendo nulo o negócio jurídico.
b) coação, sendo anulável o negócio jurídico.
c) erro, sendo válido o negócio jurídico.
d) lesão, sendo anulável o negócio jurídico.
e) temor reverenciai, sendo válido o negócio jurídico.

A questão tem como fundamento o art. 153 do CC:

Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples te-
mor reverencial.
Letra e.

047. (FCC/PREFEITURA DE CARUARU-PE/PROCURADOR/2018) No tocante aos defeitos


dos negócios jurídicos,
a) a fraude contra credores acarreta a nulidade dos contratos, onerosos ou gratuitos, podendo
a ação pauliana ser proposta somente pelos credores quirografários.
b) tanto o dolo essencial ou principal, como o dolo acidental, anulam o que foi contratado pe-
las partes.
c) o temor reverencial equipara-se à coação quanto aos efeitos jurídicos decorrentes de sua
caracterização.
d) a lesão sempre conduzirá à anulação da avença, por se tratar de situação jurídica que não
admite sua convalidação.
e) são anuláveis quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia
ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.

Análise das alternativas:


a) Errada. A fraude contra credores acarreta a anulabilidade dos contratos. Além disso, a ação
somente poderá ser proposta pelos credores quirografários nos negócios gratuitos e não nos
onerosos. Vide art. 158 do CC.
b) Errada. O dolo acidental não enseja a anulação do negócio jurídico.
c) Errada. Em desacordo com o art. 153 do CC, reproduzido na questão anterior.
d) Errada. O vício da lesão pode se convalidar após o decurso de 4 anos a partir da celebração
no negócio jurídico.
e) Certa. Em conformidade com o art. 138 do CC.
Letra e.

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048. (FCC/AFAP/ADVOGADO/2019) No tocante aos negócios jurídicos,


a) as nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos
seus efeitos e as encontrar provadas, podendo porém supri-las a pedido expresso das partes.
b) serão nulos os negócios jurídicos simulados, mas subsistirão os dissimulados, se válidos
forem na substância e na forma.
c) tanto os negócios jurídicos nulos como aqueles anuláveis são suscetíveis de confirmação,
podendo convalescer pelo decurso do tempo, se a invalidade se der por idade da pessoa.
d) quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização de terceiro, não há possibili-
dade de validação do ato.
e) é de 2 anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do ato em que houver ocorri-
do coação, contado esse prazo do dia em que a ameaça cessar.

Análise das alternativas:


a) Errada. O art. 168 do CC não permite ao juiz suprir as nulidades absolutas, ainda que seja a
requerimento das partes.
b) Certa. Em conformidade com o art. 167 do CC.
c) Errada. Somente os negócios anuláveis são suscetíveis de confirmação e podem convales-
cer pelo decurso de tempo. Os negócios nulos são passíveis de conversão.
d) Errada. É possível que o terceiro confirme o ato.
e) Errada. Tal prazo é de 4 anos.
Letra b.

049. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2019) Sobre os defeitos do negócio jurídico, é cor-


reto afirmar:
a) O negócio jurídico celebrado com simulação é anulável mesmo sem ter causado prejuízos
a terceiros.
b) O dolo acidental não anula o negócio jurídico e, portanto, não gera direito à indenização.
c) Desde que escusável, é anulável o negócio jurídico por erro in negotio, in persona e in corpore.
d) O negócio jurídico celebrado com coação é nulo mesmo que a coação seja praticada
por terceiro.
e) A lesão pode anular o negócio jurídico ainda que a desproporção das prestações se mani-
feste posteriormente à celebração do negócio.

Análise das alternativas:


a) Errada. O art. 167 do CC dispõe que o negócio jurídico simulado é nulo e não anulável.
b) Errada. Realmente o dolo acidental não anula o negócio jurídico, mas enseja indenização por
perdas e danos.

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c) Certa. O erro escusável é aquele justificável, tendo-se em conta as circunstâncias do caso.


Causa de anulabilidade.
d) Errada. O negócio jurídico celebrado com coação é anulável.
e) Errada. O art. 157, § 1º do CC dispõe que “aprecia-se a desproporção das prestações segun-
do os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico”.
Letra c.

050. (FCC/MPE-PE/TÉCNICO MINISTERIAL/2018) A validade do negócio jurídico requer,


além de outros requisitos, a celebração por agente capaz. A incapacidade relativa de uma das
partes contratantes
a) pode ser invocada pela outra em benefício próprio, desde que essa circunstância não fosse
por esta conhecida por ocasião da contratação.
b) pode ser invocada pela outra em benefício próprio, mesmo que essa circunstância já fosse
por esta conhecida por ocasião da contratação.
c) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, mas sempre aproveita aos cointeres-
sados capazes, ainda que divisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
d) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem jamais aproveita aos cointeres-
sados capazes, mesmo se indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
e) não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados
capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.

Questão com fundamento no art. 105 do CC:

Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
Letra e.

051. (FCC/CREMESP/ADVOGADO/2016) Jaime, 35 anos, capaz, celebrou negócio jurídico


com Joseane, que tem 15 anos. Fábio, 40 anos e capaz, celebrou negócio jurídico com Letícia,
que tem 17 anos. Kleber, 42 anos e capaz, premido da necessidade de salvar-se de grave dano
conhecido por Clotilde, que possui 20 anos e capaz, celebra com ela negócio jurídico pelo qual
assume obrigação excessivamente onerosa. O negócio jurídico é
a) nulo na primeira hipótese e anulável nas demais.
b) anulável na primeira hipótese e nulo nas demais.
c) nulo em todas as hipóteses.
d) anulável em todas as hipóteses.
e) nulo na primeira e na segunda hipóteses e anulável na última.

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A questão lista os seguintes negócios:


1) Jaime, 35 anos, capaz, celebrou negócio jurídico com Joseane, que tem 15 anos;
2) Fábio, 40 anos e capaz, celebrou negócio jurídico com Letícia, que tem 17 anos; e
3) Kleber, 42 anos e capaz, premido da necessidade de salvar-se de grave dano conhecido por
Clotilde, que possui 20 anos e capaz, celebra com ela negócio jurídico pelo qual assume obri-
gação excessivamente onerosa.
O negócio 1 é nulo em razão da incapacidade absoluta de Joseane.
O negócio 2 é anulável em razão da incapacidade relativa de Letícia.
O negócio 3 é anulável, pois foi celebrado em estado de perigo.
Letra a.

052. (FCC/ALESE/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) Com o objetivo de doar um veículo de alto


valor para sua concubina, Paulo simulou uma compra e venda. O ato simulado é
a) anulável e sua invalidação poderá ser requerida por qualquer interessado ou pelo Ministério
Público, quando lhe couber intervir, não convalescendo pelo decurso do tempo.
b) nulo e sua invalidação poderá ser requerida, no prazo decadencial de 4 anos, pela parte que
houver sido prejudicada ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
c) anulável e sua invalidação poderá ser requerida apenas pela parte que houver sido prejudi-
cada, no prazo prescricional de 4 anos.
d) nulo e sua invalidação poderá ser requerida por qualquer interessado ou pelo Ministério Pú-
blico, quando lhe couber intervir, não convalescendo pelo decurso do tempo.
e) nulo, mas subsiste o que se dissimulou, ainda que contenha forma diversa da prescrita em lei.

Questão com fundamento nos arts. 167, 168 e 169 do CC:

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na
substância e na forma.
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Letra d.

053. (FCC/ARTESP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2017) Os doutrinadores apontam dife-


rentes espécies de negócios jurídicos, conforme diversos critérios de classificação, bem como
em face da disciplina estabelecida na legislação civil brasileira. Nesse sentido, pode-se citar
como exemplos negócios
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a) unilaterais, que podem ser praticados por um ou mais sujeitos, porém com declaração vo-
litiva em um único sentido, diversamente dos bilaterais onde as declarações são em sentido
contrário.
b) sinalagmáticos, quando conferem vantagens e ônus a ambos os sujeitos, aos quais se con-
trapõem os onerosos, nos quais apenas um dos sujeitos aufere vantagens.
c) principais, quando expressamente tipificados na legislação civil, e acessórios, assim entendi-
dos aqueles que, embora com objeto lícito, não podem ser enquadrados em nenhum tipo legal.
d) constitutivos, assim entendidos aqueles que instituem um direito não decorrente do negócio
em si e, de outro lado, os declaratórios, que não conferem novos direitos aos sujeitos.
e) inter vivos, praticados durante a existência da pessoa natural e causa mortis, estes pratica-
dos por herdeiros ou sucessores do de cujus.

Análise das alternativas:


a) Certa. Está perfeita a definição de negócio jurídico unilateral.
b) Errada. Há vantagens e obrigações para ambos.
c) Errada. Os que não podem ser enquadrados em nenhum tipo legal são chamados de atípicos.
d) Errada. O negócio constitutivo produz efeitos ex nunc, ou seja, se inicia a partir da conclusão
do negócio. O negócio declaratório produz efeitos ex tunc, ou seja, retroage no tempo.
e) Errada. Os atos causa mortis são praticados em vida para produzirem efeitos após a morte.
Letra a.

054. (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2019) De acordo com o Código Civil, o negócio cujo ob-
jeto, ao tempo da celebração, é impossível
a) é nulo de pleno de direito, ainda que se trate de impossibilidade relativa.
b) terá validade se a impossibilidade inicial do objeto cessar antes de realizada a condição a
que ele estiver subordinado.
c) é valido, ainda que se trate de impossibilidade absoluta, desde que ela não tenha sido criada
por nenhuma das partes.
d) é válido, porém ineficaz, ainda que se trate de impossibilidade absoluta.
e) é nulo de pleno direito, porém eficaz, desde que se trate de impossibilidade relativa.

Questão com fundamento no art. 106 do CC:

Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Letra b.

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055. (FCC/PGE-RR/PROCURADOR/2011) O recente terremoto ocorrido no Japão em 11 de


março de 2011, sob o ponto de vista da teoria geral do direito, pode ser classificado como
a) ato jurídico em sentido estrito.
b) ato jurídico em sentido amplo.
c) negócio jurídico.
d) fato jurídico em sentido estrito.
e) fato ilícito em sentido estrito.

Como o terremoto é involuntário (independe da vontade humana) e imprevisível, caracterizou-


-se um fato jurídico natural extraordinário.

Mas, Dicler, as alternativas da FCC não tinham essa nomenclatura. O que eu devo fazer?
Sugiro irmos por eliminação.
a, b) Erradas. Ao se falar em ato jurídico, sabemos que é necessária a vontade humana.
c) Errada. O negócio jurídico também decorre da vontade humana.
e) Errada. O fato ilícito também é humano.
Letra d.

056. (FCC/TJ-PA/AJAJ/2009) O fato jurídico é todo acontecimento da vida relevante para o


direito, mesmo que ilícito, podendo-se afirmar que:
a) os fatos humanos por si só, ou atos jurídicos em sentido amplo, não criam nem modifi-
cam direitos.
b) fatos humanos e fatos naturais significam a mesma coisa, ainda que decorram uns da ativi-
dade humana e outros da natureza.
c) os fatos naturais não se confundem, por exemplo, com o nascimento, a morte e a maioridade.
d) os fatos extraordinários não guardam relação com tempestades, terremotos e raios,
por exemplo.
e) os fatos extraordinários não se enquadram na categoria dos fortuitos ou de força maior.

Os fatos humanos e os fatos naturais são acontecimentos com repercussão no mundo jurídico
que fazem nascer, modificar, subsistir ou extinguir direitos, portanto, significam a mesma coisa.
Letra b.

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057. (CESPE/TCE-ES/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2012) Os fatos jurídicos


em sentido amplo podem ser classificados em fatos naturais, como, por exemplo, o nascimen-
to e a morte, e fatos humanos.

Os fatos jurídicos dividem-se em dois grandes grupos: o grupo dos fatos naturais (independem
da vontade humana – involuntários) e o grupo dos fatos humanos (voluntários).
O nascimento e a morte são fatos naturais ordinários, pois além de involuntários, são previsíveis.
Certo.

058. (CESPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2015) A respeito das pes-


soas naturais e jurídicas, dos fatos e negócios jurídicos e do disposto na Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro, julgue o seguinte item.
A renúncia realizada no contexto de um negócio jurídico deve ser interpretada de manei-
ra estrita.

O art. 114 do CC trata da interpretação dos negócios benéficos ou gratuitos, ou seja, quando
apenas um dos contratantes assume obrigações. Nele é consagrado o princípio da Interpreta-
ção restritiva dos negócios benéficos. Um exemplo clássico é a doação que, por representar
uma renúncia de direitos, deve ser interpretada estritamente.

Art. 114 do CC. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.


Certo.

(CESPE/TJ-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2014) A respeito dos atos, fatos e negócios jurídicos, jul-


gue os próximos itens.

059. Interpretam-se extensivamente os negócios jurídicos benéficos e a renúncia.

Questão errada conforme comentários da questão anterior. Vide art. 114 do CC.
Errado.

060. O termo inicial suspende o exercício do direito, mas não sua aquisição.

O termo inicial (dies a quo) ou suspensivo fixa o momento em que a eficácia do negócio jurídi-
co deve iniciar, retardando o exercício do direito.
Ex.: Um contrato de locação celebrado no dia 20 de um mês para ter vigência no dia 1º do
mês seguinte.

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A assertiva representa a literalidade do art. 131 do CC.

Art. 131 do CC. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Certo.

061. (CESPE/TJ-SE/AJAJ/2014) Com relação aos contratos e da responsabilidade civil, jul-


gue os itens que se seguem.
Sem que haja manifestação de vontade por parte dos contratantes, o negócio jurídico contra-
tual é considerado existente, mas perde sua validade.

De acordo com a tabela apresentada na pg. 15, a vontade é um requisito de existência do ne-
gócio jurídico. Sendo assim, se não houver manifestação de vontade, o negócio é considerado
inexistente.
Após a vontade ser manifestada, o requisito de existência foi cumprido, porém, é necessário
verificarmos se ela foi manifestada de forma livre, consciente e de boa-fé para que o critério
da validade esteja satisfeito.
Resumidamente temos o seguinte:
• ausência de vontade → negócio inexistente;
• vontade viciada → negócio inválido.
Errado.

(CESPE/ANCINE/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Julgue o item a seguir, no que se refe-


re aos bens e ao negócio jurídico.

062. Embora a existência de um objeto possível constitua um dos requisitos de validade do ne-
gócio jurídico, a impossibilidade inicial do objeto, se for relativa, não invalida o negócio jurídico.

Para resolução da questão é interessante observarmos o art. 106 do CC.

Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Ou seja, se a impossibilidade do objeto for relativa, isto é, se a prestação puder ser realizada
por outrem, embora não o seja pelo devedor, não ocorre a invalidade do negócio jurídico.
Certo.

063. A legislação civil não veda a confirmação expressa ou a execução voluntária de negó-
cio anulável.

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A legislação civil, por meio do art. 169 do CC, veda a confirmação do negócio jurídico nulo, mas
não do anulável.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Certo.

064. (CESPE/ANCINE/TODOS OS CARGOS/2013) Dada a formalidade de que se revestem os


negócios jurídicos, a expressão da vontade do agente constitui elemento indispensável desses
negócios, razão pela qual o ordenamento jurídico veda que se atribua ao silêncio do agente o
efeito de anuência.

O art. 111 do CC possibilita a manifestação de vontade por meio do silêncio.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for
necessária a declaração de vontade expressa.
Errado.

065. (CESPE/TJ-CE/AJAJ/2014) Acerca de pessoas naturais e negócio jurídico, assinale a


opção correta à luz do Código Civil e da doutrina de referência.
a) Na concretização do negócio jurídico, o silêncio não tem consequência concreta a favor
das partes.
b) Todas as pessoas naturais, por possuírem capacidade de direito, podem praticar, por si pró-
prias, a generalidade dos atos da vida civil.
c) Considera-se termo a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subor-
dina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
d) Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa- fé e os usos do lugar de sua
celebração.
e) Se, da declaração de vontade, for detectado o falso motivo, o negócio jurídico será sem-
pre anulado.

Análise das alternativas:


a) Errada. O art. 111 do CC possibilita a manifestação de vontade por meio do silêncio.
b) Errada. Para praticar com validade os atos da vida civil, as pessoas precisam ser plenamen-
te capazes e estarem legitimadas. Sendo assim, nem todas as pessoas podem praticar por si
próprias (sozinhas) os atos da vida civil.

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c) Errada. A alternativa descreve o conceito de condição previsto no art. 121 do CC.

Art. 121 do CC. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.

d) Certa. A alternativa descreve o princípio da boa-fé previsto no art. 113 do CC.

Art. 113 do CC. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.

e) Errada. O erro quanto ao fim colimado está relacionado com o motivo do negócio e, não
sendo determinante do negócio, não pode ser considerado essencial; consequentemente, não
poderá acarretar a anulação do ato negocial. É o que diz o art. 140 do CC.

Art. 140 do CC. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão de-
terminante.
Letra d.

066. (CESPE/TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Acerca da interpretação dos negócios jurídi-


cos e do princípio da boa-fé objetiva, assinale a opção correta.
a) A boa-fé objetiva limita os direitos subjetivos e constitui fonte de obrigação aos contratantes,
de forma a estabelecer deveres implícitos que não estão previstos expressamente no contrato.
b) Os negócios jurídicos que estabeleçam benefício devem ter interpretação ampla.
c) De acordo com o Código Civil de 2002, não é permitido que o silêncio de um dos participan-
tes seja interpretado como caracterizador de concordância com o negócio.
d) A boa-fé objetiva importa para a interpretação dos contratos, mas não pode ser fundamento
para relativização da força obrigatória das avenças.
e) O negócio jurídico celebrado com reserva mental de um dos contratantes, com ou sem co-
nhecimento do outro, deve ser considerado inexistente.

Análise das alternativas:


a) Certa. A alternativa descreve o princípio da boa-fé previsto no art. 113 do CC.

Art. 113 do CC. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar
de sua celebração.

Mas você pode estar perguntando: Dicler, como o Princípio da boa-fé limita os direitos
subjetivos?

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Quando duas pessoas celebram um negócio, a legislação civil prevê a necessidade de ambas
agirem com boa-fé. Ou seja, uma não pode querer lesar a outra. Ambos devem possuir probi-
dade em suas condutas. Tal fato representa uma limitação no direito subjetivo do livre negócio.
O art. 422 do CC corrobora esse entendimento.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.

b) Errada. O art. 114 do CC trata da interpretação dos negócios benéficos ou gratuitos, ou seja,
quando apenas um dos contratantes assume obrigações. Nele é consagrado o princípio da
Interpretação restritiva dos negócios benéficos. Um exemplo clássico é a doação que, por
representar uma renúncia de direitos, deve ser interpretada estritamente.
c) Errada. O art. 111 do CC possibilita a manifestação de vontade por meio do silêncio.
d) Errada. Conforme comentários da alternativa (A), o princípio da boa-fé relativiza a força obri-
gatória dos contratos a partir do momento em que um dos contratantes não age com boa-fé.
e) Errada. A questão tem como base o art. 110 do CC que trata da reserva mental.

Art. 110 do CC. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva men-
tal de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

Estudamos o seguinte quadro:

RESERVA MENTAL
DESCONHECIDA PELA OUTRA O ato negocial subsistirá e
PARTE será válido.
(LÍCITA)
CONHECIDA PELA OUTRA PARTE O ato negocial será inválido
(ILÍCITA) (nulidade absoluta).

Ou seja, o ato praticado com reserva mental pode ser válido (reserva mental lícita) ou totalmen-
te inválido (reserva mental ilícita).
Letra a.

067. (CESPE/TCE-PR/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2016) No que diz respeito


aos negócios jurídicos e suas invalidades, assinale a opção correta.
a) A reserva mental de não querer o que manifestou torna anulável o negócio jurídico firmado,
ainda que seja de conhecimento do destinatário.
b) Tratando-se de negócio jurídico anulável, dispensa-se a confirmação expressa das partes se
o devedor tiver cumprido parte de sua obrigação ciente do vício.

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c) Ainda que estabelecida a denominada cláusula de não valer sem instrumento público, se o
bem for móvel, a transferência poderá ser realizada por cessão de direitos particular.
d) O motivo ilícito de uma das partes torna o negócio jurídico nulo se for determinante para sua
realização.
e) Sendo o objeto do direito indivisível, a incapacidade relativa de uma das partes não aproveita
aos cointeressados capazes.

Análise das alternativas:


a) Errada. Vide comentários da alternativa (E) da questão anterior.
b) Certa. Vide art. 174 do CC.

Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo de-
vedor, ciente do vício que o inquinava.

A partir do momento que o devedor cumpre o negócio tendo ciência do vício, caracteriza-se
uma confirmação tácita.
c) Errada. A assertiva está em desacordo com o conceito de forma convencional previsto no
art. 109 do CC.

Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este
é da substância do ato.

Ou seja, se foi convencionada a forma de escritura pública, não se pode mais utilizar o instru-
mento particular.
d) Errada. O art. 140 do CC, que trata do vício denominado erro ou ignorância, diz que:

Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.

Sendo assim, como o erro substancial faz com que o negócio seja anulável, não há que se falar
em negócio nulo.
e) Errada. Vejamos o art. 105 do CC que foi comentado na pg.16:

Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.
Letra b.

(CESPE/MPU/ANALISTA: DIREITO/2013) Em relação aos negócios jurídicos, julgue os se-


guintes itens.

068. A invalidade do instrumento induz à invalidade do negócio jurídico, mesmo que este pos-
sa ser provado por outro meio.
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Em desacordo com o art. 183 do CC.

Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder pro-
var-se por outro meio.
Ou seja, se um contrato assinado for declarado inválido, mas a celebração do negócio puder
ser provada por testemunhas, subsistirá o negócio.
Errado.

069. Salvo se a lei dispuser em contrário, a escritura pública é essencial à validade do negócio
jurídico que vise à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóvel de valor superior a trinta vezes o salário mínimo vigente.

Conforme prevê o art. 108 do CC.

Art. 108 do CC. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos ne-
gócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Certo.

070. (CESPE/TRE-RS/AJAJ/2015) Na escada ponteana, analisa-se a tricotomia existência-


-validade-eficácia dos negócios jurídicos para que possam produzir todos os efeitos espera-
dos, sem que reste qualquer situação que os maculem. Acerca dessa tricotomia, assinale a
opção correta.
a) A reserva mental desconhecida pelo outro contraente — destinatário — torna inválido o ne-
gócio jurídico, uma vez que a declaração de vontade expressada conflita com o íntimo do
declarante.
b) O negócio jurídico realizado por agente relativamente incapaz é nulo de pleno direito, não
sendo passível de convalidação pelo decurso do tempo nem de confirmação pelas partes.
c) Decorridos dois anos e um dia, a contar da realização do negócio jurídico entabulado com
vício de lesão, será possível a sua anulação, uma vez que ainda não decaiu o direito do lesado.
d) A ausência de declaração de vontade torna o negócio jurídico anulável, mesmo nos casos
em que o silêncio possa ser admitido diante das circunstâncias.
e) A ausência de declaração de vontade expressa torna nulo o negócio jurídico, pois o condi-
ciona a um evento futuro e incerto.

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Análise das alternativas:


a) Errada. Na reserva mental desconhecida pela outra parte (lícita) o ato negocial subsistirá e
será válido. Vide art. 110 do CC.

Art. 110 do CC. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva men-
tal de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

b) Errada. O negócio jurídico realizado por agente relativamente incapaz é anulável, sendo pas-
sível de convalidação pelo decurso do tempo nem de confirmação pelas partes.
c) Certa. O direito de anular o negócio jurídico celebrado com vício de lesão decai em 4 anos,
conforme prevê o art. 178 do CC.

Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Sendo assim, no prazo de dois anos e um dia o direito ainda estará vigente, pois não terá ocor-
rido a decadência.
d) Errada. O art. 111 do CC possibilita a manifestação de vontade por meio do silêncio.
e) Errada. O que condiciona a eficácia de um negócio jurídico a um evento futuro e incerto é a
condição. Vide art. 121 do CC.

Art. 121 do CC. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das
partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Letra c.

071. (CESPE/TRE-MT/AJAJ/2015) No que se refere aos negócios jurídicos, assinale a op-


ção correta.
a) A reserva mental, emissão de uma declaração não querida em conteúdo e resultado que tem
por objetivo enganar o outro contratante, é, por si só, motivo de nulidade ou anulabilidade do
negócio jurídico firmado.
b) Quando as circunstâncias reais do negócio jurídico divergirem do conteúdo escrito do con-
trato, deverá ser respeitada mais a intenção consubstanciada na declaração de vontade do que
no sentido literal da linguagem.
c) O termo inicial suspende o exercício e a aquisição do direito.

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d) Para a caracterização do estado de perigo como defeito do negócio jurídico, é imprescin-


dível a constatação do chamado dolo de aproveitamento pelo agente a quem o desequilíbrio
desfavorece.
e) Sendo a outorga do cônjuge no contrato de promessa de compra e venda de imóvel requi-
sito de validade do pacto, é correto afirmar que sua ausência invalida o ajuste por vício na
legitimidade.

Análise das alternativas:


a) Errada. Estudamos na alternativa (E) da questão 16 que o ato praticado com reserva mental
pode ser válido (reserva mental lícita) ou totalmente inválido (reserva mental ilícita).
b) Certa. Conforme o art. 112 do CC.

Art. 112 do CC. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do
que ao sentido literal da linguagem.

c) Errada. Em desacordo com o art. 131 do CC.

Art. 131 do CC. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

d) Errada. O Estado de perigo de fato exige o dolo de aproveitamento para sua configuração.
O erro da assertiva está no final, quando menciona que o dolo de aproveitamento deve advir
do agente ao qual o desequilíbrio desfavorece. Na verdade, o dolo de aproveitamento parte do
agente ao qual o desequilíbrio favorece.
e) Errada. O erro da alternativa “e” tem a ver com os conceitos de legitimidade e legitimação. A
alternativa trocou os conceitos, por isso está errada, vejamos:
1. Legitimação – capacidade especial para determinado ato ou negócio jurídico. Como primei-
ro exemplo, cite-se a necessidade de outorga conjugal para vender imóvel, sob pena de anula-
bilidade do contrato (arts. 1.647, I, e 1.649 do CC).

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de
terminada a sociedade conjugal.

Outro exemplo envolve a venda de ascendente a descendente, havendo necessidade de au-


torização dos demais descendentes e do cônjuge do alienante, mais uma vez sob pena de
anulabilidade (art. 496 do CC).

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Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o
cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens
for o da separação obrigatória.

2. Legitimidade – é a capacidade processual, uma das condições da ação (art. 17 do NCPC).


Constata-se que o próprio legislador utiliza os termos legitimação e legitimidade como
sinônimos.

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

Exemplificando, o art. 12, parágrafo único, do CC, trata dos legitimados processualmente para
as medidas de tutela dos interesses do morto, fazendo uso do termo legitimação. O certo seria
mencionar a legitimidade.
O erro da alternativa foi trocar o termo “legitimação” por “legitimidade”.
Letra b.

072. (CESPE/TJ-SE/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2014) Com rela-


ção a negócios jurídicos, seus defeitos e validades, assinale a opção correta.
a) O termo inicial e a condição suspensiva suspendem o exercício e a aquisição do direito.
b) O erro de manifestação da vontade na indicação da pessoa ou da coisa enseja a anulação
do negócio jurídico, mesmo que pelo seu contexto ou por suas circunstâncias tanto a pessoa
como a coisa possam ser identificadas.
c) Será válido o negócio jurídico sob condição suspensiva se antes do implemento dessa con-
dição a prestação, inicialmente impossível, tornar-se possível.
d) Considera-se absolutamente nulo o negócio jurídico praticado por pessoa com capacida-
de relativa ou mesmo aquele contaminado por vício de consentimento, como o erro, o dolo
e a coação.
e) Denomina-se condição a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento futu-
ro e certo.

Análise das alternativas:


a) Errada. Quanto ao termo inicial, conforme prevê o art. 131 do CC, não há impedimento para
aquisição do direito.

Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

Nos termos do art. 125 do CC, a condição suspensiva impede a aquisição do direito.

Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se
não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.

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b) Errada. Em desacordo com o art. 142 do CC.

Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não
viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou
pessoa cogitada.

c) Certa. Realmente a condição suspensiva impossível invalida o negócio jurídico, pois como
ela nunca irá ocorrer, o negócio nunca produzirá efeitos. Vide art. 123 do CC.

Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:


I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;

Entretanto, se a impossibilidade cessar antes do implemento da condição, não há mais moti-


vos para se declarar a invalidade.
d) Errada. Considera-se anulável o negócio jurídico praticado por pessoa com capacidade rela-
tiva ou mesmo aquele contaminado por vício de consentimento, como o erro, o dolo e a coação.
e) Errada. Denomina-se condição a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a even-
to futuro e incerto.
Letra c.

(CESPE/CD/ANALISTA LEGISLATIVO/2014) Acerca de negócio jurídico e de ato jurídico lícito e


ilícito, julgue os itens seguintes

073. É permitido ao titular de direito eventual praticar atos para conservação desse direito en-
quanto se mantiver pendente a condição suspensiva ou resolutiva.

Conforme prevê o art. 130 do CC.

Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido
praticar os atos destinados a conservá-lo.

Imagine que eu vá doar para você uma casa quando o Botafogo for campeão brasileiro (acho
que vai demorar). Trata-se de um negócio jurídico sob condição suspensiva.
Enquanto o Botafogo não for campeão, você não adquire o direito ao imóvel.
E se nesse período alguém invadir o imóvel?
Você, titular de um direito eventual (sob condição), poderá mover ações para proteger o imóvel
e retirar o invasor.
Certo.

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074. O dolo essencial torna o negócio jurídico nulo, enquanto o dolo acidental somente obriga
o pagamento de indenização pelas perdas e danos.

O dolo essencial torna o negócio anulável e enseja indenização por perdas e danos. Vide art.
145 do CC:

Art. 145 do CC. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.

O dolo acidental não é causa de anulabilidade por não interferir diretamente na declaração de
vontade, mas enseja indenização por perdas e danos.

Art. 146 do CC. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a
seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Errado.

075. O negócio jurídico realizado sob condição suspensiva deverá ser considerado válido se,
antes do implemento dessa condição, o objeto, inicialmente impossível, se tornar possível.

Realmente a condição suspensiva impossível invalida o negócio jurídico, pois como ela nunca
irá ocorrer, o negócio nunca produzirá efeitos. Vide art. 123 do CC.

Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:


I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;

Entretanto, se a impossibilidade cessar antes do implemento da condição, não há mais moti-


vos para se declarar a invalidade.
Certo.

076. A cláusula que deriva da vontade das partes e subordina o negócio jurídico a evento futu-
ro e certo é denominada condição.

Denomina-se condição a cláusula que subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro
e incerto.
Errado.

077. O terceiro que exercer coação que vicie o negócio jurídico responderá integralmente pelas
perdas e pelos danos causados ao coacto, ainda que a parte a quem aproveite a coação dela
tenha ou deva ter conhecimento.

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A coação exercida por terceiro é aquela oriunda de uma terceira pessoa que não é parte no ne-
gócio jurídico. Só será causa de anulabilidade do negócio jurídico quando a parte beneficiada
souber ou tiver a possibilidade de saber sobre a sua existência.
Vejamos inicialmente os arts. 153 e 154 do CC.

Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter
conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e
danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que apro-
veite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as
perdas e danos que houver causado ao coacto.

Percebe-se que a questão tem como base legal o art. 154 do CC que trata da obrigação solidá-
ria pelas perdas e danos entre aquele que faz a coação e o agente por ela beneficiado.
Sendo assim, não se trata de uma responsabilidade integral, mas sim solidária e, por isso, o
gabarito inicial dado pela banca CESPE foi de que a assertiva estava errada.
Entretanto, o gabarito foi alterado de E para C e esta foi a justificativa:
“A afirmação feita no item está correta, visto que a solidariedade não retira a responsabilidade
pela integralidade da dívida. Deste modo, opta‐se pela alteração de seu gabarito.”
Particularmente eu discordo dessa alteração, mas, infelizmente, coisas desse tipo acontecem
em concursos.
Certo.

078. (CESPE/PGE-PI/PROCURADOR/2014) Assinale a opção correta acerca dos atos e fatos


jurídicos e da decadência.
a) Na representação, em nenhuma hipótese pode o representante utilizar seus poderes para
celebrar negócio em que o destinatário da declaração de vontade do representado seja o pró-
prio representante.
b) A reserva mental não tornará o negócio inválido, salvo se a outra parte tiver conhecimento
dessa reserva.
c) O negócio nulo gera efeitos até o momento em que houver pronunciamento judicial a seu res-
peito, por meio de sentença desconstitutiva, ou pelo seu desfazimento voluntário pelas partes.
d) O prazo inicial para a contagem do prazo decadencial se dá com a violação do direito.
e) Considere a seguinte situação hipotética.
Duas pessoas celebraram contrato de locação de uma residência na qual o locatário tinha a
real intenção de residir. Entretanto, locador e o locatário, de comum acordo, fizeram constar no
instrumento do negócio que se tratava de locação comercial.

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Nessa situação, se, depois de algum tempo, o locador quiser rescindir o contrato, ele poderá
valer-se das normas referentes à locação comercial, mais favoráveis ao proprietário, pois o
Código Civil dispõe que, nas declarações de vontade, se atenderá mais ao sentido literal da
linguagem do que à intenção nelas consubstanciada.

Análise das alternativas:


a) Errada. Vejamos o art. 117 do CC:

Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representan-
te, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado
por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.

Estudamos que, como regra, o negócio celebrado consigo mesmo é anulável. Uma situa-
ção excepcional em que ocorre a validade do negócio consigo mesmo é encontrada no art.
685 do CC.

Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula “em causa própria”, a sua revogação não terá eficácia,
nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar
contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as
formalidades legais.

b) Certa. Outra questão que tem como base legal o art. 110 do CC que trata da reserva mental.

Art. 110 do CC. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva men-
tal de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

c) Errada. O negócio jurídico nulo, ao ser desconstituído, gera efeitos ex tunc, ou seja, todo ele
é desfeito sem que gere nenhum efeito. A assertiva trata dos efeitos ex nunc, inerentes ao ne-
gócio anulável.
d) Errada. Veremos na próxima aula que o prazo inicial para a contagem do prazo prescricional
se dá com a violação do direito.
e) Errada. Em desacordo com o art. 112 do CC.

Art. 112 do CC. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do
que ao sentido literal da linguagem.
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(CESPE/MC/ATIVIDADE TÉCNICA DE SUPORTE: DIREITO/2013) No que se refere ao negócio


jurídico e aos atos ilícitos, julgue os itens subsequentes.

079. A venda de imóvel no valor de cem mil sem escritura pública é nula e insuscetível de con-
versão em outro negócio por afrontar formalidade prevista em lei.

Realmente a venda do imóvel em questão, em decorrência do valor, é nula por ter sido feito
sem escritura pública (vide art. 108 do CC). Entretanto, segundo prevê o art. 170 do CC, é pos-
sível a conversão.

Art. 170 do CC. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este
quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto
a nulidade.
Errado.

080. No âmbito dos negócios jurídicos relativos a objetos divisíveis, somente poderá invocar
a incapacidade relativa de uma das partes quem também fizer parte da avença e se beneficiar
com a invalidade.

Em desacordo com o art. 105 do CC:

Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do
direito ou da obrigação comum.

Por ser a incapacidade relativa uma exceção (defesa) pessoal, ela somente poderá ser formu-
lada pelo próprio incapaz ou pelo seu representante. Como a anulabilidade do ato negocial pra-
ticado por relativamente incapaz é um benefício legal para a defesa de seu patrimônio contra
abusos de outrem, apenas o próprio incapaz ou seu representante legal o deverá invocar.
Errado.

081. (CESPE/TCE-RN/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Com relação a


bens, fato e negócio jurídico, julgue o item seguinte.
Pessoa que formalizar negócio jurídico com indivíduo relativamente capaz e, posteriormente,
arrepender-se da negociação poderá alegar a falta de capacidade do outro contratante para
exigir a nulidade do negócio firmado.

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A assertiva tem fundamento no art. 105 do CC. Dessa forma, a incapacidade relativa de uma
das partes não pode ser invocada pela outra em benefício. Se uma pessoa firmar negócio com
um relativamente incapaz, somente o incapaz poderá pleitear a anulação alegando a incapaci-
dade. A parte capaz até pode pleitear a anulação, mas utilizando outros fundamentos diferen-
tes da incapacidade (ex.: erro, solo, lesão, coação etc.).
Errado.

082. (CESPE/TRE-GO/AJAJ/2015) Julgue o próximo item, referentes à interpretação da lei,


aos direitos da personalidade, à validade dos negócios jurídicos e à prova.
Considere a seguinte situação hipotética.
Carlos, maior e capaz, celebrou com Rafael, menor de dezessete anos de idade, contrato pelo
qual se comprometeu a realizar reparos na casa onde Rafael reside. Nessa situação, Carlos
poderá pleitear a anulação do contrato com base na incapacidade de Rafael.

Utilizando os comentários da questão anterior, Carlos, por ser maior e capaz, não poderá
pleitear a anulação do negócio, pois tal direito não assiste ao beneficiado, mas somente ao
prejudicado.
Errado.

083. (CESPE/TRF 1ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Maria, médica cardiologista, que


namora Paulo, mas com ele não mantém união estável, ajuizou ação anulatória de negócio
jurídico de compra e venda contra a empresa Biotecnologia Ltda. Para tanto, sustentou que ad-
quiriu da ré um aparelho do tipo marca-passo, que foi implantado em seu namorado Paulo, em
caráter de urgência, mediante a emissão de um cheque no valor de R$ 10.000,00. O aparelho
em questão é comumente vendido no mercado por R$ 4.000,00.
Nessa situação hipotética,
a) Maria teve sua vontade viciada, pois agiu fundada no temor de dano iminente e considerá-
vel a Paulo.
b) Maria, por inexperiência, se obrigou ao pagamento de valor desproporcional ao praticado no
mercado no ato de celebração do negócio jurídico.
c) para que o pedido seja julgado procedente, deve ficar demonstrado por Maria o dolo de apro-
veitamento da fornecedora do material, ou seja, a vilania do outro contratante.
d) Maria não tem legitimidade para propor a demanda, já que Paulo não é seu marido nem com
ela convive em regime de união estável.
e) segundo a legislação de regência, a hipótese é de nulidade do negócio jurídico, e o juiz deve
reconhecer de ofício o vício de consentimento mediante a prolação de sentença declaratória.

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A situação apresentada representa uma espécie de vicio de consentimento denominado esta-


do de perigo.

Art. 156 do CC. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de sal-
var-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.

Análise das alternativas:


a) Errada. Maria teve sua vontade viciada, pois, premida da necessidade de salvar Paulo de
grave dano conhecido pela outra parte, assumiu obrigação excessivamente onerosa.
b) Errada. A inexperiência é uma característica da lesão e não do estado de perigo.

Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

c) Certa. O dolo de aproveitamento é representado na expressão “grave dano conhecido pela


outra parte”.
d) Errada. O parágrafo único do art. 156 possibilita que Maria proponha a demanda.
e) Errada. O estado de perigo é uma hipótese de anulabilidade do negócio jurídico.
Letra c.

084. (CESPE/TRE-PI/AJAJ/2016) A remissão de dívida que leve o devedor à insolvên-


cia configura
a) abuso de direito.
b) má-fé.
c) fraude contra credores.
d) dolo.
e) lesão.

A fraude contra credores (vício social) constitui a prática maliciosa pelo devedor insolvente
(aquele cujo patrimônio passivo é superior ao patrimônio ativo) de atos que desfalcam o seu
patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos
direitos creditórios alheios.

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A remissão de dívidas está expressamente citada no art. 158 do CC.

Art. 158 do CC. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar
o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anu-
lados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.

Sendo assim, a situação apresentada configura uma espécie de fraude contra credores.
Letra c.

085. (CESPE/TCE-RN/ASSESSOR JURÍDICO/2015) Acerca da prescrição, do negócio jurídi-


co, das obrigações e dos contratos, julgue o item subsequente.
A fraude contra credores, vício social do negócio jurídico, tem caráter objetivo e o seu reconhe-
cimento prescinde de demonstração do consilium fraudis.

Segundo a Profª. Maria Helena Diniz, a fraude contra credores possui dois elementos:
1) eventus damini (elemento objetivo): é todo ato prejudicial ao credor por tornar o devedor
insolvente ou por ter sido realizado em estado de insolvência, ainda quando o ignore, ou ante o
fato de a garantia tornar-se insuficiente depois de executada; e
2) consilium fraudis (elemento subjetivo): é a má-fé, a intenção de prejudicar do devedor ou do
devedor aliado a terceiro, ilidindo os efeitos da cobrança.
Quando o ato prejudicial ao credor for gratuito (transmissão gratuita e remissão de dívidas), en-
tão, para que os credores prejudicados com o ato tenham o direito de anular, não é necessário
que se prove a má-fé (consilium fraudis). Ou seja, nos negócios gratuitos o elemento subjetivo
é desnecessário para se caracterizar a fraude contra credores.
Entretanto, nos negócios onerosos é necessário que se prove a má-fé (consilium fraudis).
Errado.

086. (CESPE/TRT 10ª REGIÃO/AJAJ/2013) Julgue os itens que se seguem, a respeito da


interpretação da legislação e dos atos e negócios jurídicos.
Considere que Cláudio tenha adquirido de Pedro um apartamento, cuja venda fora anunciada
por este em jornal, e que, em razão dessa venda, Pedro tenha ficado sem patrimônio para ga-
rantir o pagamento de suas dívidas. Nessa situação, o negócio jurídico celebrado entre ambos
é passível de anulação por fraude contra credores em face da presunção de má-fé de Pedro.

A partir do momento em que Pedro ficou sem patrimônio para garantir o pagamento de suas
dívidas, configurou-se a insolvência.
Entretanto, como a compra e venda é um negócio oneroso, a má-fé de Pedro não pode ser
presumida.

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Lembre-se da tabela a seguir:

FRAUDE CONTRA CREDORES


NEGÓCIOS A má-fé é presumida e, por isso, o elemento consilium fraudis é
GRATUITOS dispensável.
NEGÓCIOS A má-fé não é presumida e, por isso, o elemento consilium
ONEROSOS fraudis deve ser provado.

Errado.

(CESPE/TJ-DFT/AJAJ/2013) A respeito de fatos jurídicos, julgue os itens a seguir.

087. Considere que Roberto, com o objetivo de fraudar seus credores, tenha alienado seus
bens a Flávio. Nessa situação, o prazo decadencial para que esse negócio seja anulado será
contado do dia em que os credores tiverem ciência da alienação dos bens.

Vejamos o art. 178 do CC:

Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

O marco inicial de contagem do prazo foi mencionado de forma errônea pela banca.
Errado.

088. Considere que Cláudio tenha vendido seu veículo, por R$ 35.000,00, à sua irmã Matilde.
Nessa situação hipotética, o negócio jurídico é classificado como aquisição por ato inter vivos,
derivada, bilateral, a título oneroso e consensual.

Vejamos cada uma das características citadas:


• ato inter vivos: acarreta consequência jurídica enquanto o interessado ainda está vivo;
• derivada: decorre da transferência feita por outra pessoa;
• bilateral: a declaração volitiva emana de duas ou mais pessoas oriundas de polos dife-
rentes na relação jurídica;
• a título oneroso: quando se exige uma contraprestação do adquirente, possibilitando a
ambos a obtenção de benefícios
• consensual: o negócio é considerado celebrado com a simples manifestação de vontades.
Certo.

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089. (CESPE/TJ-PI/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2013) Caso uma


pessoa faça declaração enganosa de vontade com o objetivo de produzir efeito diverso daque-
le claramente indicado, configurar-se-á um(a)
a) reserva mental.
b) dolo.
c) simulação.
d) fraude.
e) erro essencial.

A simulação representa um acordo de vontade entre as partes para dar existência real a um
negócio jurídico fictício, ou então para ocultar o negócio jurídico realmente realizado, com o
objetivo de violar a lei ou enganar terceiros.
Letra c.

(CESPE/TJ-DFT/TJAA/2013) Em relação às normas sobre prescrição, decadência e negócio


jurídico, julgue os itens subsequentes.

090. Negócio jurídico bifronte é o que tanto pode ser gratuito quanto oneroso, cabendo às par-
tes contratantes convencionarem como ele irá ocorrer.

O negócio bifronte pode ser gratuito ou oneroso, de acordo com a vontade das partes (ex.: o
depósito → se eu peço para o meu vizinho guardar meu carro enquanto eu viajo, o depósito
pode ser pago ou não.)
Certo.

091. Configura simulação relativa o fato de as partes contratantes pós-datarem um documen-


to, objetivando situar cronologicamente a realização do negócio em período de tempo não
verossímil.

Conforme prevê o art. 167, III do CC:

Art. 167 do CC. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
Certo.

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092. Será considerada não escrita, invalidando o negócio jurídico como um todo, cláusula de
negócio jurídico que estabeleça um encargo ilícito ou impossível, se esse não for o motivo
determinante do ato.

Vejamos o art. 137 do CC.

Art. 137 do CC. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo
determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

A regra é que o encargo ilícito ou impossível seja considerado não escrito, sendo mantida a
validade do negócio jurídico. Porém, se o encargo ilícito ou impossível for a razão determinante
da liberalidade (motivo principal do negócio), o ato negocial será invalidado.
Errado.

093. (CESPE/TJ-PI/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2013) O fato de


determinada pessoa obrigar-se, por inexperiência, a prestação manifestamente desproporcio-
nal ao valor da prestação oposta configura
a) erro substancial.
b) simulação
c) lesão
d) estado de perigo
e) abuso de direito

A questão trata do dano patrimonial previsto no art. 157 do CC denominado lesão:

Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Letra c.

(CESPE/PGE-BA/PROCURADOR/2014) Acerca dos negócios jurídicos, julgue os itens a seguir.

094. É anulável o negócio jurídico se a lei proibir a sua prática, sem cominar sanção.

Se a lei mencionar que um negócio é invalido sem especificar se a invalidade é absoluta ou


relativa, devemos adotar a regra do art. 166, VII do CC:

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;

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IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.

Resumindo, temos o seguinte:

NEGÓCIO NULO Pode ser presumido quando a lei proibir-lhe a


(invalidade absoluta) prática, sem cominar sanção.
NEGÓCIO ANULÁVEL Deve estar expresso na lei.
(invalidade relativa)

Errado.

095. No negócio jurídico unilateral, está presente apenas uma declaração de vontade, sendo
desnecessária a aceitação de outrem para que produza efeitos.

Um exemplo clássico de negócio jurídico unilateral é o testamento.


Certo.

096. Ocorre a lesão quando uma pessoa, em premente necessidade ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, exigindo-
-se, para a sua configuração, ainda, o dolo de aproveitamento, conforme a doutrina majoritária.

O dolo de aproveitamento é exigido no estado de perigo, mas não na lesão.

Art. 156 do CC. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de sal-
var-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.

Resumindo, temos o seguinte:

ESTADO DE PERIGO É necessário o dolo de aproveitamento.

LESÃO É dispensável o dolo de aproveitamento.

Errado.

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097. O silêncio de uma das partes pode, excepcionalmente, representar anuência, se as cir-
cunstâncias ou os usos o autorizarem e não for necessária a declaração expressa de vontade.

O art. 111 do CC possibilita a manifestação de vontade por meio do silêncio.

Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for
necessária a declaração de vontade expressa.
Certo.

(CESPE/TCU/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/2013) No que concerne aos negó-


cios jurídicos, às obrigações e aos contratos, julgue o item subsequente.

098. O juiz pode pronunciar a nulidade do negócio jurídico quando conhecer o seu conteúdo e
seus efeitos, assim como pode supri-la, a requerimento da parte.

Lembremos da tabela reproduzida na aula.

NULIDADE ABSOLUTA ANULABILIDADE

Pode ser arguida por qualquer


Só os interessados ou representantes
interessado, inclusive o MP, quando
legítimos a podem alegar, sendo vedado
lhe couber intervir, podendo ainda ser
ao juiz pronunciar-se de ofício.
arguida de ofício pelo magistrado.

Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.

Como o juiz pode pronunciar-se de ofício quanto à nulidade, não há necessidade de requeri-
mento dos interessados.
Errado.

099. Embora o princípio do aproveitamento do ato nulo ou anulável tenha amparo no Código
Civil, somente será possível a decretação da nulidade parcial do contrato, resguardando-se a
parte válida, se esta puder subsistir autonomamente.

Conforme prevê o art. 184 do CC.

Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o pre-
judicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das
obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Certo.

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100. (CESPE/TCE-PB/PROCURADOR DE CONTAS/2014) Considerando as disposições do


Código Civil no que diz respeito ao negócio jurídico e aos atos ilícitos, assinale a opção correta.
a) A confirmação pelas partes do negócio jurídico anulável deve ser expressa, ainda que parte
do avençado já tenha sido cumprida pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
b) Não comete ato ilícito aquele que exerce direito próprio em manifesto excesso aos limites
impostos pelos bons costumes.
c) É nulo o negócio jurídico celebrado por pessoa relativamente incapaz
d) A escritura pública é formalidade essencial à validade de negócio jurídico que objetive a
transferência de direitos reais sobre imóveis, independentemente de seu valor
e) O erro referente ao motivo do negócio não o vicia, exceto se o falso motivo for expresso
como razão determinante.

Análise das alternativas:


a) Errada. A confirmação do negócio anulável pode ser expressa ou tácita. Vide art. 174 do CC.

Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo de-
vedor, ciente do vício que o inquinava.

b) Errada. Em desacordo com o art. 187 do CC:

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamen-
te os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

c) Errada. É anulável o negócio jurídico celebrado por pessoa relativamente incapaz.


d) Errada. No caso de imóveis, o valor do negócio é fator determinante para a forma, conforme
prevê o art. 108 do CC:

Art. 108 do CC. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos ne-
gócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

e) Certa. Conforme prevê o art. 140 do CC:

Art. 140 do CC. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão de-
terminante.
Letra e.

101. (CESPE/TJ-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2014) Considerando que Francisco, José e Luiz


tenham-se reunido, em janeiro de 2014, para criar a Associação X, com a finalidade de auxiliar
pessoas carentes em projetos para aquisição de moradia, além de ajudar a executar projetos
de construção e cadastramento dos demais associados, no âmbito de programas governa-
mentais e assistenciais, julgue os itens subsequentes.

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Se José, em ação judicial, alegar que a constituição da Associação X se deu mediante simu-
lação, apenas para arrecadar taxas de associados, o juiz poderá decretar a anulabilidade dos
seus atos, determinando a sua extinção.

A simulação é causa de nulidade absoluta e não de anulabilidade.


Errado.

102. (CESPE/TJ-SE/AJAJ/2014) Julgue os itens a seguir, relativos a pessoas, bens e negó-


cios jurídicos.
Ocorre simulação quando há divergência intencional entre a declaração da vontade com o or-
denamento jurídico, com a finalidade de causar prejuízo a terceiros.

A simulação que representa um acordo de vontade entre as partes para dar existência real a
um negócio jurídico fictício, ou então para ocultar o negócio jurídico realmente realizado, com
o objetivo de violar a lei ou enganar terceiros.
Certo.

103. (CESPE/TC-DF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2014) A respeito de prescrição, de-


cadência e negócio jurídico, julgue os seguintes itens.
O negócio jurídico anulável não é suscetível de confirmação pelas partes nem convalesce pelo
decurso do tempo.

Lembre-se da tabela reproduzida na aula.

é um ato das partes contratantes com


CONFIRMAÇÃO
o objetivo de sanar o vício do ato
NULIDADE (art. 172 do CC)
negocial.
RELATIVA
(negócio anulável) decorre do decurso de tempo que
CONVALIDAÇÃO provoca a decadência do direito de
anular o negócio.
NULIDADE é a transformação do ato nulo em
ABSOLUTA CONVERSÃO outro que contém os requisitos do
(negócio nulo) primeiro.

Errado.

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(CESPE/TELEBRAS/ADVOGADO/2015) Julgue os item seguinte relativo aos negócios jurídicos.

104. O negócio jurídico nulo pode ser convertido em outro negócio jurídico válido se os requi-
sitos da substância e forma desse último estiverem presentes e se o fim que objetivavam as
partes permitir supor que teriam desejado a conversão caso tivessem previsto a nulidade.

Conforme a tabela reproduzida na questão anterior e segundo o art. 170 do CC, é possível a
conversão do negócio nulo.

Art. 170 do CC. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este
quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto
a nulidade.
Certo.

105. As condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível, anulam
o negócio jurídico a que estão vinculadas.

Em desacordo com o art. 124 do CC:

Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer
coisa impossível.

As condições apresentadas não anulam o negócio jurídico. O negócio subsiste e as condições


são consideradas inexistentes.
Imagine que eu lhe doe uma casa, mas estipule que você deverá devolver a casa quando um
ser humano for voando para o sol.
Nesse caso, a condição resolutiva (devolução da casa), por ser impossível, é considerada ine-
xistente e a doação valerá como se não houvesse condição.
Errado.

106. (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2015) Com relação aos atos, ao negócio jurídico,


às obrigações e à prescrição, julgue o item subsequente.
É absolutamente nulo e sem possibilidade de conversão substancial o compromisso de com-
pra e venda fictício celebrado entre locador de imóvel residencial e terceiro, com o objetivo de
reaver imóvel do locatário mediante ação de despejo proposta pelo suposto adquirente do bem.

Já estudamos que negócio jurídico nulo é passível de conversão quando houver vício na forma,
o que não é o caso.
Sendo assim, o compromisso de compra e venda fictício representa uma espécie de simula-
ção, não sendo possível a conversão.
Certo.

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107. (CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) No que concerne à usucapião e à prova,


julgue os itens seguintes, com base no Código Civil.
Considere que Pedro seja filho de Lúcia e primo de Maria e que ele pretenda provar determi-
nado fato jurídico. Nessa situação hipotética, Maria poderá testemunhar, mas Lúcia somente
poderá ser testemunha se for a única conhecedora do fato além de Pedro.

Na situação apresentada temos duas pessoas que podem ser testemunha de Pedro:
• Lucia: mãe de Pedro (ascendente); e
• Maria: prima de Pedro (colateral em 4º grau).

Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:


I – os menores de dezesseis anos;
II – (Revogado);
III – (Revogado);
IV – o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das partes;
V – os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até o terceiro grau de alguma
das partes, por consanguinidade, ou afinidade.
§ 1º Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o depoimento das pessoas a
que se refere este artigo.

Sendo assim, por Lúcia ser ascendente, em regra, ela não poderá testemunhar, conforme prevê
o art. 228, V do CC.
Por outro lado, como Maria é parente colateral em 4º grau, ela pode livremente ser testemunha,
tendo em vista que a vedação fica limitada ao 3º grau.
Finalizando, conforme prevê o art. 228, § 1º do CC, se apenas Lucia (mãe) conhecer o fato, ela
poderá ser admitida como testemunha.
Certo.

108. (CESPE/DPE-AL/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Se, após uma tempestade, uma árvore


cair sobre um veículo e causar danos a alguém, esse evento será classificado como
a) ato fato jurídico.
b) ato unilateral.
c) negócio jurídico.
d) fato jurídico em sentido estrito.
e) ato jurídico em sentido estrito.

Os Fatos Jurídicos Naturais (ou em sentido estrito) são aqueles provenientes de fenômenos
naturais, sem a intervenção da vontade humana, e que produzem efeitos jurídicos.
Letra d.

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109. (CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Pedro, recém-chegado a Rio Branco, ad-


quiriu de Ana um apartamento na cidade e, posteriormente, descobriu que havia pagado, pelo
imóvel, valor equivalente ao dobro da média constatada no mercado, uma vez que desconhe-
cia a real situação imobiliária local e tinha pressa em adquirir um apartamento para abrigar
sua família.
Nessa situação hipotética, o negócio poderá ser anulado, uma vez que apresenta o vício de
consentimento denominado
a) dolo.
b) lesão.
c) fraude contra credores.
d) estado de perigo.
e) coação.

A lesão é um vício de consentimento decorrente do abuso praticado em situação de desigual-


dade de um dos contratantes, por estar sob premente necessidade, ou por inexperiência, com
o objetivo de protegê-lo diante do prejuízo sofrido na conclusão de um negócio jurídico em
decorrência da desproporção existente entre as prestações das duas partes. Trata-se de um
dano patrimonial. Diz o art. 157 do CC:

Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
Letra b.

110. (CESPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2014) A respeito de negócio jurídi-


co, julgue o seguinte item.
O negócio jurídico anulável não é suscetível de confirmação pelas partes nem convalesce pelo
decurso do tempo.

A confirmação e a convalidação são institutos jurídicos inerentes ao negócio jurídico anulável


(nulidade relativa). Já a conversão é um instituto do negócio jurídico nulo (nulidade absoluta).
A assertiva tem como fundamento os arts. 169 e 172 do CC.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo.
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.

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A tabela a seguir resume o assunto:

CONFIRMAÇÃO é um ato das partes contratantes com o


(art. 172 do CC) objetivo de sanar o vício do ato negocial.
NULIDADE
RELATIVA decorre do decurso de tempo que provoca
CONVALIDAÇÃO a decadência do direito de anular o
negócio.
NULIDADE é a transformação do ato nulo em outro
CONVERSÃO
ABSOLUTA que contém os requisitos do primeiro.

Errado.

111. (CESPE/TCDF/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2012) Julgue os item que se segue,


relativo à disciplina do negócio jurídico.
Quando o vício atinge negócio jurídico de caráter unitário, celebrado porque as partes acredita-
vam não ser possível o seu fracionamento ou divisão, a invalidade é total.

A questão é fundamentada na jurisprudência.

“Ficando demonstrado que o negócio tem caráter unitário, que as partes só teriam celebrado se
válido fosse em seu conjunto, sem possibilidade de divisão ou fracionamento, não se pode cogitar
de redução, e a invalidade é total.” RECURSO ESPECIAL n. 981.750-MG.

No mesmo acórdão, a min. relatora faz menção ao art. 184, CC, como norma reguladora do
assunto. Podemos perceber que houve uma interpretação a contrário sensu:

Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o preju-
dicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obri-
gações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

Sendo assim, podemos concluir que se o negócio jurídico é unitário, o vício que o inquina o
torna inválido no todo.
Certo.

112. (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO/2018) Quando alguém obtém lucro exa-


gerado, desproporcional, aproveitando-se da situação de necessidade real e notória do outro
contratante, configura-se o vício do negócio jurídico denominado
a) abuso de direito.
b) lesão.
c) dolo de aproveitamento.
d) coação.
e) estado de perigo.

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A lesão, prevista no art. 157 do CC, é um vício de consentimento decorrente do abuso praticado
em situação de desigualdade de um dos contratantes, por estar sob premente necessidade, ou
por inexperiência, com o objetivo de protegê-lo diante do prejuízo sofrido na conclusão de um ne-
gócio jurídico em decorrência da desproporção existente entre as prestações das duas partes.
Letra b.

113. (CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/2018) A existência de encargo em


negócio jurídico somente suspende a aquisição ou exercício do direito se for expressamente
imposto como condição suspensiva pela disponente.

São elementos acidentais a condição, o termo e o encargo (também chamado de modo).


O encargo, também chamado de modo, é uma cláusula imposta nos negócios gratuitos, que
restringe a vantagem do beneficiado.
Dispõe o art. 136 do CC que:

Art. 136 do CC. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando ex-
pressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.

Dessa forma, a partir do momento em que for aberta a sucessão, o domínio e a posse dos bens
transmitem-se imediatamente aos herdeiros nomeados, com a obrigação de cumprir o encar-
go a eles imposto. Se esse encargo não for cumprido, a liberalidade poderá ser revogada. Ou
seja, se uma pessoa recebe um terreno como herança, com o encargo de construir um asilo em
tal terreno, a propriedade do terreno é adquirida antes da construção do asilo, pois o encargo
(construção do asilo) não suspende a aquisição do direito (propriedade do terreno).
Certo.

114. (CESPE/ABIN/OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA/2018) Situação hipotética: Decidi-


do a comprar automóvel ofertado por seu vizinho Pedro, João procurou-o para fechar negócio.
Em virtude de comportamento malicioso, Pedro conseguiu fazer João pagar pelo bem quantia
significativamente acima do valor de mercado. Assertiva: Nesse caso, o comprador tem direito
à invalidação do negócio jurídico em razão da existência de dolo na conduta do vendedor.

Certamente houve dolo na atitude de Pedro, entretanto devemos nos atentar que João estava
decidido a comprar o automóvel. Dessa forma, podemos concluir que o dolo de Pedro é consi-
derado acidental e, dessa forma, não é capaz de anular (invalidar) o negócio jurídico.
O art. 146 do CC assevera que o dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é
acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
Errado.

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115. (CESPE/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Em geral, todas as condições do negó-


cio jurídico que não sejam contrárias à lei, à ordem pública e aos bons costumes são lícitas.
Entretanto, condição física ou juridicamente impossível imposta por uma das partes do negó-
cio à outra uma
a) invalidará o negócio jurídico, se for resolutiva.
b) invalidará o negócio jurídico, caso seja suspensiva.
c) será considerada inexistente, seja ela suspensiva ou resolutiva.
d) será considerada anulável, se for resolutiva.
e) será considerada inexistente, caso seja suspensiva.

Quanto ao modo de atuação, as condições podem ser: Suspensivas ou resolutivas.


• Condição suspensiva: as partes protelam, temporariamente, a eficácia do ato negocial
até a realização do evento futuro e incerto.
Ex.: Te dou um carro se você ganhar o jogo de futebol.
• Condição resolutiva: a ocorrência do evento futuro e incerto resolve (extingue) o direito
transferido pelo negócio jurídico.
Ex.: Te dou uma “mesada” enquanto você estudar.
Quanto à possibilidade as condições podem ser possíveis e impossíveis. Além disso, subdivi-
dem-se em fisicamente ou juridicamente possíveis ou impossíveis.
• Condições fisicamente impossíveis: São as que contrariam as leis da natureza.
Ex.: Colocar toda a água do oceano em um copo.
• Condições juridicamente impossíveis: São a que contrariam a ordem legal.
Ex.: Negócio jurídico que tenha por objeto herança de pessoa viva (ver art. 426 do CC).
• Condições fisicamente possíveis: São as que não contrariam as leis da natureza.
• Condições juridicamente possíveis: São a que não contrariam a lei, a ordem pública ou
os bons costumes.
É interessante fazer uma observação sobre as condições impossíveis com base nos art. 123,
I e 124 do CC.

Art. 123 do CC. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
Art. 124 do CC. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não
fazer coisa impossível.

Dependendo do tipo de condição impossível temos efeitos distintos para o negócio jurídico:
• Condição impossível suspensiva: invalida o negócio jurídico (nulidade absoluta), pois o
evento futuro e incerto nunca vai ocorrer e o negócio nunca vai produzir efeitos;

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Ex.: Vou te dar uma “mesada” quando o Congresso Nacional (CN) suprimir da Constituição
Federal (CF) o direito à vida.
• Condição impossível resolutiva: Considera-se inexistente a condição, pois ela nunca vai
ocorrer e, consequentemente, o negócio continuará produzindo efeitos.
Ex.: Vou te dar uma “mesada”, mas a cancelarei se o Congresso Nacional (CN) suprimir da
Constituição Federal (CF) o direito à vida.
Como o direito à vida é uma cláusula pétrea nunca haverá tal supressão.

CONDIÇÃO IMPOSSÍVEL
SUSPENSIVA Invalida o negócio jurídico
RESOLUTIVA Considera-se inexistente a condição

Letra b.

116. (CESPE/PGE-SE/PROCURADOR DO ESTADO/2017) Assinale a opção que apresenta o


conceito de condição, no âmbito dos negócios jurídicos.
a) Cláusula que sujeita o negócio ao emprego das técnicas de domínio do devedor.
b) Cláusula que submete a eficácia do negócio jurídico a determinado acontecimento.
c) Acontecimento futuro e certo que suspende a eficácia de um negócio jurídico.
d) Imposição de obrigação ao beneficiário de determinada liberalidade.
e) Cláusula que visa eliminar um risco que pesa sobre o credor.

De acordo com o art. 121 do CC, considera-se condição a cláusula que, derivando exclusiva-
mente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Letra b.

117. (CESPE/TRT 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/2017) Com a fi-


nalidade de se eximir de pagar as verbas trabalhistas devidas, uma pessoa jurídica simulou a
venda dos veículos registrados em seu nome.
Nessa situação hipotética, o negócio jurídico da venda é
a) nulo.
b) anulável no todo.
c) válido.
d) anulável em parte.

A simulação representa um acordo de vontade entre as partes para dar existência real a um
negócio jurídico fictício, ou então para ocultar o negócio jurídico realmente realizado.
Segundo o art. 167 do CC, é nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimu-
lou, se válido for na substância e na forma.
Letra a.

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118. (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2018) Com relação à classificação da


Constituição, à competência dos entes federativos, ao ato jurídico e à personalidade jurídica,
julgue (C ou E) o item que se segue.
O ato jurídico em sentido estrito é ato voluntário que produz os efeitos já previamente estabe-
lecidos pela norma jurídica, como, por exemplo, quando alguém transfere a residência com a
intenção de se mudar, decorrendo da lei a consequente mudança do domicílio.

A questão aborda o conceito de ato jurídico stricto sensu.


Certo.

119. (CESPE/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO/2018) Elemento acidental do negócio jurídico, a con-


dição possui, entre outras, as seguintes características:
a) impositividade e certeza.
b) acessoriedade e voluntariedade.
c) legalidade e futuridade.
d) involuntariedade e incerteza.
e) legalidade e brevidade.

São elementos acidentais do negócio jurídico: termo, encargo e condição.


Como o próprio enunciado já define, a condição é elemento acidental, portanto, apresentando
dentre suas características a acessoriedade.
Segundo o art. 121 do CC, “considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da
vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto”. Conclui-se
que a voluntariedade é outra das características da condição.
Letra b.

120. (CESPE/FUNPRESP-JUD/ANALISTA/2016) A respeito da Lei de Introdução às Normas


do Direito Brasileiro, das pessoas, dos negócios jurídicos, da prescrição e da prova do fato jurí-
dico, julgue o item seguinte.
Ainda que o negócio jurídico seja celebrado com termo inicial, este não suspende a aquisição
do direito.

Questão fundamentada nos art. 136 e 131 do CC:

Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressa-
mente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Certo.

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121. (CESPE/TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) O erro que se refere a


qualidades secundárias do objeto do negócio jurídico e que não acarreta efetivo prejuízo é
denominado
a) obstativo.
b) inescusável.
c) substancial.
d) acidental.
e) impróprio.

Temos dois grandes tipos de erros. O erro substancial é aquele de tal importância que, se
fosse conhecida a verdade, o consentimento não se externaria. Ou seja, funciona como ra-
zão determinante para a realização do negócio jurídico e, por isso, é causa de anulabilidade.
Diferente é o erro acidental, onde se fosse conhecida a verdade, ainda assim o ato negocial
se realizaria, embora de maneira menos onerosa. O erro acidental não provoca a anulação do
negócio jurídico.
Letra d.

122. (CESPE/MPU/ANALISTA/2018) A respeito de interpretação de lei, pessoas jurídicas e


naturais, negócio jurídico, prescrição, adimplemento de obrigações e responsabilidade civil,
julgue o item a seguir.
Negócio jurídico simulado por interposição de pessoa, por ocultação da verdade ou por falsi-
dade de data será considerado nulo.

A assertiva está em conformidade com o art. 167 do CC:

Art. 167 do CC. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for
na substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se
conferem, ou transmitem;
II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

O inciso I do § 1º se refere à interposição de pessoa.


O inciso II do § 1º se relaciona com a ocultação da verdade.
O inciso III do § 1º trata da falsidade de data.
Certo.

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123. (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR FISCAL/2019) Júlia e Mateus, noivos e sem experiência


acerca de imóveis, decidiram comprar um apartamento. André, corretor de imóveis que os
atendeu, percebendo a inexperiência do casal, alterou o valor do contrato de venda e compra
do imóvel para três vezes acima do preço de mercado. O contrato foi celebrado e, no ano se-
guinte, após terem pago a maior parte das parcelas, em uma conversa com um amigo corretor
de imóveis, Júlia e Mateus descobriram o caráter abusivo do valor entabulado e decidiram
ajuizar uma ação com o objetivo de permanecerem no imóvel e serem ressarcidos somente
do valor excedente já pago.
Considerando a situação hipotética, em conformidade com o disposto no Código Civil, deve ser
alegado em juízo que o negócio jurídico celebrado tem como defeito
a) a coação, não sendo possível a revisão judicial, mas apenas a anulação do negócio jurídico.
b) o erro ou a ignorância, sendo possíveis a revisão judicial e a anulação do negócio jurídico.
c) a lesão, sendo possíveis a revisão judicial bem como a anulação do negócio jurídico.
d) o dolo, não sendo possível a revisão judicial, mas apenas a anulação do negócio jurídico.
e) o estado de perigo, não sendo possível a revisão judicial, mas apenas a anulação do negó-
cio jurídico.

A situação narrada na questão apresenta um negócio jurídico com vício da lesão.

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi
celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte
favorecida concordar com a redução do proveito.

Nesse caso, conforme dispõe o § 2º, é possível a anulação do negócio, bem como a sua revi-
são judicial.
Letra c.

124. (CESPE/TCE-RO/PROCURADOR JUNTO AO MP DE CONTAS/2019) É nulo negócio ju-


rídico celebrado
a) sem revestir a forma prescrita em lei.
b) com vício resultante de dolo, quando este for a sua causa.
c) com erro substancial.
d) por agente relativamente incapaz.
e) mediante fraude contra credores.

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Questão com fundamento no art. 166, IV do CC:

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Letra a.

125. (CESPE/TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/DIREITO/2019) Por necessidade de salvar pes-


soa de sua família de grave dano iminente, Celso assumiu obrigação excessivamente onerosa
com determinada sociedade empresária. Posteriormente, ajuizou ação judicial requerendo a
anulação do negócio jurídico por vício de consentimento.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens seguintes.
A anulação do referido negócio jurídico depende da demonstração de que a sociedade empre-
sária tinha conhecimento da situação de grave risco vivenciada pelo familiar de Celso.

A situação narra uma hipótese de estado de perigo (art. 158 do CC). Nesse caso, é neces-
sário o dolo de aproveitamento, ou seja, o conhecimento da situação grave vivenciada pela
outra parte.
Certo.

126. (CESPE/CGE-CE/AUDITOR DE CONTROLE INTERNO/2019) Um produtor agrícola e uma


companhia que produz derivados de sementes de soja pactuaram que a companhia compraria
a próxima safra colhida pelo produtor, ficando o negócio jurídico condicionado à efetivação
da colheita.
A cláusula em questão constitui
a) uma condição resolutiva.
b) um encargo
c) uma condição suspensiva.
d) uma condição impossível.
e) um encargo ilícito.

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A efetivação da colheita é uma condição que subordina a eficácia do negócio. Portanto, trata-se
de uma condição suspensiva.
Letra c.

127. (CESPE/PGE-PE/ANALISTA/2019) Ronaldo, ocultando sua verdadeira intenção, cele-


brou com Fernando um negócio jurídico, que se concretizaria somente quando Fernando con-
traísse matrimônio.
Considerando essa situação hipotética e as regras de direito civil, julgue o item seguinte.
Como Fernando não teve conhecimento da reserva mental de Ronaldo, o ato, a princípio, sub-
siste e produz efeitos.

Questão com fundamento no art. 110 do CC:

Art. 110, CC: A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental
de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Certo.

128. (CESPE/TJ-PA/AJAJ/2020) Os itens a seguir apresentam condições mencionadas na


legislação civil, isto é, cláusulas que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subor-
dinam o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
I – resolutiva e impossível
II – suspensiva e juridicamente impossível
III – de não fazer coisa impossível
IV – de fazer coisa ilícita
De acordo com o Código Civil, invalidam os negócios jurídicos que lhes sejam subordinados,
caso estejam presentes, as condições citadas apenas nos itens
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.

Questão com fundamento no art. 123 do CC:

Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:


I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II – as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III – as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Letra b.

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129. (CESPE/TRT 17ª REGIÃO/AJAJ/2009) O ato ilícito poderá originar ou criar um direito
para quem o comete.

O ato ilícito cria uma obrigação (dever de reparação civil) para quem o comete e não um direito.
Errado.

130. (CESPE/TST/AJAJ/2008) O cientista francês Philippe Charlier trouxe à tona uma revela-
ção inimaginável: os restos mortais da guerreira e mártir francesa Joana d’Arc são falsos — e,
na realidade, podem ser de uma múmia egípcia.
(Isto É, 11/4/2007, p. 75. Com adaptações)
Considerando a notícia acima e a legislação civil brasileira, julgue o item a seguir.
A divulgação da referida descoberta, feita pelo cientista francês à imprensa, classifica-se como
um fato jurídico stricto sensu.

A revelação do cientista tem repercussão histórica, mas não afeta o mundo jurídico. Desta
forma, temos um simples fato histórico e não um fato jurídico.
Errado.

131. (CESPE/INSS/ANALISTA DO SEGURO SOCIAL/DIREITO/2008) O vendaval que destrói


uma casa é exemplo de negócio jurídico unilateral.

O vendaval que destrói uma casa é um fato jurídico extraordinário, por ser natural e imprevisível.
O negócio jurídico é um fato jurídico humano que se relaciona com o princípio da autonomia
de vontades.
Errado.

(CESPE/ANP/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO/2013) Com relação às disposições legais do


código civil sobre negócio jurídico, julgue os itens que se seguem.

132. O negócio jurídico, para ser válido, deverá ter agente capaz, objeto lícito, possível, determi-
nado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei.

A questão reproduz a literalidade do art. 104 do CC.

Art. 104 do CC. A validade do negócio jurídico requer:


I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.
Certo.

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133. Em regra, a forma da declaração de vontade válida será livre, independentemente de for-
ma especial, salvo quando a lei expressamente a exigir.

Em regra, os negócios jurídicos são informais, podendo os agentes adotar a forma que bem
lhes aprouver (princípio da liberalidade das formas). Vide art. 107 do CC.

Art. 107 do CC. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quan-
do a lei expressamente a exigir.
Certo.

134. A escritura pública constitui formalidade essencial para a validade de todos os negócios
jurídicos que envolvem direitos reais sobre imóveis, qualquer que seja o seu valor.

A questão está em desacordo com o art. 108 do CC.

Art. 108 do CC. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos ne-
gócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais
sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Errado.

135. (FGV/TJ-PI/AJAA/2015) Elisa convencionou com Lourdes a doação periódica de certa


quantia em dinheiro caso ela seja aprovada e curse a faculdade de Administração no estado
vizinho à cidade onde moram.
Sobre a situação descrita, é correto afirmar que o ajuste negocial está sujeito:
a) a encargo, no qual caberá a Lourdes cumprir os requisitos em questão para aquisição do
direito às verbas;
b) a termo inicial, apenas produzindo efeitos após o ingresso de Lourdes no curso;
c) à condição suspensiva, somente se adquirindo o direito aos valores se Lourdes for aprovada
e cursar a faculdade;
d) à condição resolutiva, adquirindo Lourdes o direito aos valores desde o início e os restituin-
do caso não seja aprovada;
e) a termo final, extinguindo o negócio jurídico com o ingresso de Lourdes no curso superior.

A doação em questão está sujeita a uma condição suspensiva (ser aprovada e cursar a facul-
dade de Administração no estado vizinho). Sendo assim, devemos observar o art. 125 do CC:

Art. 125 do CC. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto
esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Letra c.

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136. (FGV/TCE-RJ/AUDITOR SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2015) Anos após a celebra-


ção de uma doação sob condição suspensiva, até hoje não implementada, é correto afirmar que:
a) o donatário tem um direito adquirido, embora esteja suspenso o seu exercício até que a
condição seja implementada;
b) o não-implemento do fato futuro e incerto caracteriza a revogação da doação;
c) tendo a condição sido expressa como razão determinante, a doação considera-se inexistente;
d) admite-se, em caráter excepcional, que a condição seja maliciosamente levada a efeito pela
parte a quem aproveita o seu implemento;
e) enquanto a condição não se verificar, não se terá adquirido o direito a que visa o negó-
cio jurídico.

Análise das alternativas:


a) Errada. No negócio em questão há um direito eventual e não um direito adquirido.
b) Errada. O não implemento da condição suspensiva não revoga o negócio, mas impossibilita
a sua eficácia.
c) Errada. Segundo o art. 137 do CC, tendo a condição sido expressa como razão determinante,
a doação considera-se inválida.

Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo de-
terminante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.

d) Errada. Em desacordo com o art. 129 do CC:

Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for malicio-
samente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a
condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.

e) Certa. Conforme prevê o art. 125 do CC (reproduzido na questão anterior), no negócio jurídi-
co sujeito a uma condição suspensiva, enquanto não for implementada a condição, a parte não
adquire o direito estipulado.
Letra e.

137. (FGV/ISS/CUIABÁ-MT/AUDITOR-FISCAL/2016) Francisco deseja doar seu apartamen-


to para Joaquim, seu sobrinho mais novo. Ao realizar a transferência, exige que o sobrinho
pinte o apartamento, a cada 6 meses, na cor que ele determinar. Joaquim aceita a oferta.
Assinale a opção que indica o elemento acidental presente no negócio jurídico.
a) Condição suspensiva.
b) Condição resolutiva.
c) Encargo.
d) Termo inicial.
e) Termo final.

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São elementos acidentais a condição, o termo e o encargo (também chamado de modo).


O encargo, também chamado de modo, é uma cláusula imposta nos negócios gratuitos, que
restringe a vantagem do beneficiado.
Letra c.

138. (FGV/ISS/CUIABÁ-MT/AUDITOR-FISCAL/2016) Fábio comprometeu-se a doar uma


casa aos noivos Roberto e Carla, desde que viessem a contrair matrimônio.
Um mês antes do casamento, Carla descobriu que o vizinho do imóvel vem danificando o bem
de Fábio, podendo a continuação destruir o imóvel.
Diante do ocorrido, assinale a afirmativa correta.
a) Roberto e Carla nada poderão fazer, visto que só possuem uma mera expectativa de direito,
sendo de Fábio a legitimidade para a propositura de qualquer ação.
b) Roberto e Carla poderão promover ação judicial que impeça o ato do vizinho, visto que o
termo inicial gera a aquisição do direito.
c) Fábio, Roberto e Carla não poderão promover ação judicial, pois será preciso aguardar a
realização do casamento para a propositura da ação.
d) Roberto e Carla poderão agir, inclusive judicialmente, pois ao titular do direito eventual, nos
casos de condição suspensiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
e) A doação celebrada por Fábio está sujeita a uma condição suspensiva, o que gera a suspen-
são da aquisição do direito, inibindo a ação dos noivos.

A situação apresenta um negócio jurídico (doação) subordinado a à condição suspensiva (con-


trair matrimônio).
Sendo assim, novamente devemos utilizar como base legal o art. 130 do CC.

Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido
praticar os atos destinados a conservá-lo.
Letra d.

139. (FGV/TJ-PI/AJAA/2015) Pietra negocia a compra de um veículo pertencente a Bruna.


Antes do ajuste, levam o carro a uma oficina mecânica. Camila, mecânica de veículos automo-
tores, avalia o estado do carro e, deliberadamente, por ser desafeto de Pietra, informa que o
carro está em excelente condição, embora tal informação não corresponda à realidade. O veí-
culo apresenta uma série de defeitos mecânicos conhecidos de Bruna e falseados por Camila.

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A hipótese narrada configura:


a) erro essencial quanto à qualidade do veículo, o que autoriza a anulação do negócio jurídico;
b) lesão, pois se trata de contratação desproporcional em razão de inexperiência;
c) erro acidental quanto aos atributos do carro, o que autoriza a correção dos valores;
d) simulação, pois se trata de negócio eivado de nulidade em razão da ação do terceiro;
e) dolo principal, que, ainda que praticado por terceiro, autoriza a anulação.

A questão trata do dolo de terceiro.

Art. 148 do CC. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem
aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negó-
cio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.

O dolo de terceiro é aquele oriundo de uma terceira pessoa que não é parte no negócio jurídi-
co. Só será causa de anulabilidade do negócio jurídico quando a parte beneficiada souber ou
tiver a possibilidade de saber sobre a sua existência, tal como no caso de terceiro que utiliza o
artifício a mando de um dos contratantes.
Letra e.

140. (FGV/CODEBA/ADVOGADO/2016) Mariana está internada em hospital da rede particu-


lar de saúde em estado grave. Rodrigo, seu pai, promete recompensa de R$ 100.000,00 à equi-
pe médica, caso a sua filha seja curada. Operada a cura, os médicos reivindicam o pagamento
da recompensa prometida. Assinale a opção que indica o vício que contaminou essa manifes-
tação de vontade.
a) Estado de perigo.
b) Lesão.
c) Erro.
d) Fraude contra credores.
e) Dolo por omissão.

O estado de perigo representa a assunção de uma obrigação excessivamente onerosa (exor-


bitante) para evitar um dano pessoal que é do conhecimento da outra parte contratante.

Art. 156 do CC. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de sal-
var-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá
segundo as circunstâncias.

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Sendo assim, na situação apresentada configurou-se o estado de perigo.


Normalmente, quando a questão apresenta uma situação com risco de dano pessoal, trata-se
do estado de perigo.
Letra a.

141. (FGV/PGE-RO/ANALISTA PROCESSUAL/2015) Catarina, percebendo que sua mãe, Da-


niela, estava com algum mal súbito, levou-a ao hospital mais próximo de sua casa. Enquanto
sua mãe aguardava na sala de espera do hospital, Catarina preenchia o formulário de atendi-
mento. Quando indagou ao funcionário do hospital o motivo pelo qual sua mãe ainda não havia
sido atendida por um médico, ele informou que antes seria necessário o depósito de R$ 5 mil,
a título de garantia, através de um cheque pós-datado. Apesar de reconhecer que não possuía
esse valor em conta-corrente, Catarina emitiu o cheque de pronto para possibilitar o atendi-
mento de emergência de sua mãe.
Sobre a situação descrita, é correto afirmar que Catarina poderá:
a) anular o negócio jurídico por vício resultante de estado de perigo, no prazo decadencial de
quatro anos, contados da data da celebração do contrato;
b) anular o negócio jurídico por estado de perigo, no prazo prescricional de quatro anos, a con-
tar da data da celebração do contrato;
c) requerer a declaração de nulidade do negócio jurídico, por vício resultante de coação, não
convalescendo pelo decurso do tempo;
d) requerer a declaração de nulidade do negócio jurídico, por dolo, tendo em vista a demora no
atendimento de Daniela;
e) anular o negócio jurídico por lesão, no prazo de dois anos, a contar da data da celebração
do contrato.

Novamente caracterizou-se uma situação de estado de perigo por haver risco de dano pessoal
à Daniela.
Sendo assim, por meio do art. 171, II do CC, percebemos que se trata de um negócio anulável.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

Quanto ao prazo para ingressar com a ação anulatória, devemos recorrer ao art. 178, II do CC.

Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou
o negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Letra a.

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142. (FGV/ISS/CUIABÁ-MT/AUDITOR FISCAL/2016) Justina, oriunda de uma pequena cida-


de do interior do Brasil, chega a São Paulo sem conhecer ninguém e procura de imediato, e com
urgência, um apartamento para residir.
O proprietário do imóvel desejado, percebendo a pouca experiência de Justina e reconhecendo
a sua necessidade de moradia, cobra-lhe valor três vezes superior ao usualmente praticado
naquele bairro.
Considerando tais fatos, assinale a afirmativa correta.
a) O contrato de locação realizado é válido, tendo em vista a proteção ao princípio da autono-
mia privada.
b) O contrato de locação realizado é nulo, tendo em vista a existência de dolo por parte do
proprietário do imóvel.
c) O contrato de locação realizado é nulo, tendo em vista a existência de erro por parte de Justina.
d) O contrato de locação realizado é anulável, tendo em vista a existência de estado de perigo.
e) O contrato de locação realizado é anulável, tendo em vista a existência de lesão.

Diferentemente do estado de perigo, que caracteriza uma situação de risco de dano pessoal,
temos a lesão, que caracteriza uma situação de dano patrimonial.

IMPORTANTE!
ESTADO DE PERIGO: decorre do risco de dano a uma pessoa
LESÃO: decorre do risco de dano ao patrimônio

Sendo assim, devemos recorrer ao art. 157 do CC:

Art. 157 do CC. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiên-
cia, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

Sendo assim, por meio do art. 171, II do CC, percebemos que se trata de um negócio anulável.
Letra e.

143. (FGV/TJ-PI/AJAJ/2015) Alessandra sofreu um ‘sequestro relâmpago’ e foi obrigada, sob


coação moral irresistível, a realizar diversos saques de sua conta-corrente e empréstimos em
seu nome. Cessados os atos de coação, é correto afirmar que Alessandra terá 4 anos de prazo:
a) prescricional para alegar a nulidade relativa dos atos e negócios praticados sob coação;
b) decadencial para alegar a nulidade absoluta dos atos e negócios praticados sob coação;
c) decadencial para alegar a inexistência dos atos e negócios praticados sob coação;
d) prescricional para alegar a inexistência dos atos e negócios praticados sob coação;
e) decadencial para alegar a nulidade relativa dos atos e negócios praticados sob coação.

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Sobre os prazos decadenciais para se pleitear a anulação do negócio jurídico, vejamos a ques-
tão no art. 178 do CC.

Art. 178 do CC. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Letra e.

144. (FGV/ISS/CUIABÁ-MT/AUDITOR FISCAL/2014) Juliana sofre pressão constante por


parte de seus familiares para ser fiadora de seus pais, Ana e Roberto. Cansada e temerosa de
comprometer todo o seu patrimônio, Juliana decide passar para o nome de Arnaldo, seu me-
lhor amigo, os dois apartamentos de que é proprietária. Sem ter qualquer apartamento em seu
nome, Juliana ver-se-á livre dos pedidos de socorro de seus familiares pela fiança.
Nesse negócio jurídico, verifica-se a ocorrência de
a) lesão, tendo em vista a legítima expectativa de seus pais com relação à fiança.
b) coação por simples temor reverencial.
c) coação relativa, já que houve manifestação da vontade do agente.
d) simulação relativa
e) simulação absoluta.

A simulação absoluta ocorre quando as partes não pretendem realizar a celebração de qual-
quer negócio jurídico. Ou seja, há um acordo simulatório em que as partes pretendem que o
negócio não produza nenhum efeito de modo a não produzir eficácia jurídica.
Letra e.

145. (FGV/SEFIN-RO/AUDITOR FISCAL/2018) Bueno, servidor público, está com graves pro-
blemas financeiros diante da falta de pagamento regular de seus salários. Com débitos em
atraso no cartão de crédito e tendo sido negativado no sistema de proteção ao crédito, ele
precisa de empréstimos para saldar suas dívidas mais prementes. Para isso, procura uma
instituição financeira que aceita conceder empréstimos a pessoas na sua condição e assina
contrato de mútuo de fins econômicos, cuja prestação em favor da mutuante é manifestamen-
te desproporcional à prestação conferida ao mutuário.

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Em face dessa situação, quanto ao negócio jurídico celebrado por Bueno, é correto afir-
mar que ele é
a) nulo por coação por parte da mutuante e o receio de dano iminente e considerável à pessoa
do mutuário e aos seus bens.
b) plenamente válido, por se tratar de contrato de adesão, quando não é dado ao aderente dis-
cutir ou modificar o conteúdo das estipulações.
c) anulável por ocorrência de lesão, diante da premente necessidade do devedor, que se obri-
gou a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
d) plenamente válido, por se tratar de exercício da liberdade contratual e da força obrigatória
dos contratos (pacta sunt servanda).
e) anulável por ocorrência de estado de perigo, diante da necessidade de o devedor quitar seus
débitos e eliminar a negativação de seu nome.

A questão tem como fundamento o art. 157 do CC:

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.

Letra c.

146. (FGV/CÂMARA DE SALVADOR-BA/ANALISTA LEGISLATIVO/2018) A Construtora Imó-


veis Novos Ltda. (CIN) contrata com Loteamentos Urbanos Ltda. (LU) a permuta de determina-
do lote de propriedade da LU com o direito de quatro unidades no prédio de dez andares que
CIN incorporará no local. Antes de iniciar a obra, CIN solicita autorização para construção junto
à municipalidade, que, no entanto, nega, sob o fundamento de que naquela área apenas é pos-
sível realizar a construção de edificação de até três andares com três unidades imobiliárias,
conforme legislação vigente antes mesmo da permuta.
Diante da negativa administrativa, o negócio jurídico é:
a) eficaz, mas poderá ser anulado por erro de direito;
b) inválido, pois viciada a vontade das partes;
c) eficaz, não sendo possível o desfazimento, tendo em vista que a ninguém é dado desco-
nhecer a lei;
d) inexistente, por ausente o motivo;
e) válido, porém ineficaz, ante o vício sobre o motivo.

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A situação apresentada descreve uma hipótese de erro de direito.

Art. 139 do CC. O erro é substancial quando:


[…]
III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do
negócio jurídico.
Foi emitida uma declaração de vontade ignorando uma regra sobre a construção de imó-
veis no local.
Letra a.

Dicler Ferreira
Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São Paulo e atual
Conselheiro Substituto do TCM-RJ (aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado nos concursos de
Auditor-Fiscal do Estado do Rio Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-AM. Ministra aulas das
disciplinas Direito Civil, Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.

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