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AO JUÍZO DA X VARA DO TRABALHO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP

JOSELITO, brasileiro, estado civil, entregador, portador do RG nº..... CPF nº ......, CTPS nº.....
, filho de......, nascido em......., no endereço completo com CEP.... vem a Vossa Excelência, por
intermédio de seu advogado, propor nos termos do art. 840, § 1º da CLT, combinado com art.
319 do CPC, aplicado supletiva e subsidiariamente por força do art. 769 da CLT e art.15 do
CPC,

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face da PIZZARIA PASTA BUONA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
CNPJ nº , estabelecida no endereço completo com CEP , conforme fatos e fundamentos de
direito a seguir expostos:

1 - PRELIMINAR DE MÉRITO

1.1 - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

O reclamante encontra-se desempregado e não possui recursos para arcar com os encargos
processuais sem causar prejuízo do próprio sustento. Assim, tendo seu pedido fundamentado
no artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal, na Súmula 463 do TST - informativo 171
e artigo 790 §3º da CLT.

DOS FATOS

Joselito foi admitido em 15/12/2019, como motoboy pela reclamada, com remuneração
constante na CTPS no valor de 1 salário-mínimo por mês. Cumprindo uma jornada de trabalho
das 18hrs até as 3h30, com intervalo de 40 minutos para refeição. Em fevereiro de 2023 o autor
realizou uma entrega de uma pizza na casa de um cliente sofreu um acidente de trabalho com
ferimentos graves, o que resultou em 30 dias de afastamento das atividades laborais.

O fato é que, ao receber alta do INSS e retornar ao trabalho o reclamante foi dispensado sem
justa causa, fato que não poderia ocorrer visto que o trabalhador gozava de 12 meses de
estabilidade no emprego.

2 – Do Direito.

2.1. Da reintegração

O reclamante se afastou de suas atividades por 30 dias, o qual recebeu o benefício


previdenciário do INSS, em decorrência de um acidente de trabalho, durante a entrega de uma
pizza a um cliente em fevereiro de 2023. O acidente foi causado por uma agressão praticado
por um cliente da reclamada, um terceiro que, insatisfeito com o sabor da pizza, resolveu
agredir o trabalhador, soltando seus cães que acabaram por morder e causar graves ferimentos
no trabalhador. Ao fim do afastamento autorizado pelo INSS, o reclamante foi dispensado ao
retornar as atividades laborais.
No entanto o autor faz jus a estabilidade devido ao acidente ser caracterizado do trabalho nos
moldes Art. 21-A, caput, da Lei nº 8.213/91, assim tendo direito a estabilidade de 12 meses
após retorno as atividades, conforme Art. 118 da Lei nº 8.213/91 e súmula 378, I, do TST.
Sendo assim, requer-se a reintegração via tutela antecipada, conforme OJ 64 da SBDI-2, ou a
indenização cabível pelo tempo de estabilidade devida, nos moldes Art. 496 da CLT.

2.2. DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL

O reclamante, em fevereiro de 2023, sofreu acidente enquanto laborava, sendo atacado e


gravemente lesionado por cachorros de um cliente o qual entrega a pizza. Tal acidente violou
a sua integridade física, bem como o onerou em ter que comprar vacina antirrábica, no valor
de R$ 30,00, recomendado pelo médico. Verifica-se no caso em tela clara violação moral,
conforme art. 223-C da CLT, sendo cabível indenização pela reclamada, conforme art. 223-E
da CLT e art. 186 e art. 927 do Código Civil, bem como o ressarcimento dos valores gastos
com medicação, art. 223-F, pelo nexo da necessidade da medicação com o acidente suportado.
Importante se faz mencionar a clara responsabilidade da reclamada pelos danos suportados
pelo reclamante, conforme preceitua a Lei nº 12.009/09, em seu 6º artigo.

2.3. DAS HORAS EXTRAS

O reclamante laborava seis dias na semana, das 18h às 3h30, sendo seu intervalo para refeição
de apenas 40 minutos, perfazendo assim, 9h30 diárias trabalhadas, excedendo o máximo legal
estipulado em 8 horas, sem receber hora extra. A lei regulamenta a jornada de trabalho não seja
superior a 8 horas diárias, conforme Art. 7º, inciso XIII da Constituição Federal e Art. 58,
caput, da CLT. Sendo assim, é cabível o pagamento da hora extrapolada, ocorrida no decorrer
de seu contrato de trabalho, aplicando-se a remuneração de 50% à hora normal, nos moldes
Art. 59, caput, e § 1º da CLT, bem como a aplicação dos devidos reflexos nas verbas rescisórias.

2.4. DO ADICIONAL NOTURNO.


O Reclamante trabalhava no horário das 18h às 3h30, assim, sua jornada contemplava o horário
noturno, sem receber por isso o devido adicional. É regulado o trabalho noturno a todos os
trabalhadores urbanos que tenham a sua jornada entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia
seguinte, conforme art. 73, § 2º da CLT, sendo devida sua remuneração com o acréscimo de
20%, conforme art. 7º, inciso IX, da CF e art. 73, caput da CLT. Sendo assim, requer-se o
pagamento do adicional noturno com o devido acréscimo de 20% sobre a hora noturna, bem
como aplicação dos devidos reflexos nas verbas rescisórias.

2.5. DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O reclamante foi contratado para trabalhar na função de ‘‘motoboy’’, realizando entregas de


pizzas aos clientes do empregador. A atividade do trabalhador que utiliza motocicleta é
caracterizada com condições de periculosidade, conforme art. 193, § 4º da CLT, sendo assim,
é devido o respectivo adicional de 30% sobre o salário, conforme art. 193, § 1º, da CLT e sua
integração no salário conforme súmula 191, inciso I, do TST, e os devidos reflexos nas verbas
rescisórias, súmula 132, inciso I, do TST.

2.6. DO INTERVALO INTRAJORNADA

O reclamante usufruía apenas de 40 minutos diários para realizar as suas refeições, assim,
sendo inferior a 1 hora. O reclamante laborava mais de 6 horas por dia, sendo obrigatória a
concessão de um intervalo para alimentação ou repouso de uma hora, conforme art. 71, caput
da CLT. Mediante a supressão de 20 minutos diários, na concessão do intervalo intrajornada,
nos moldes do art. 71, § 4º da CLT, o reclamante faz jus ao pagamento do período suprimido
com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração.

2.7. DA INTEGRAÇÃO SALARIAL DAS GORJETAS RECEBIDAS

O reclamante rercebia mensalmente o valor de R$ 260,00 a título de bonificação espontânea


recebida por seus clientes, sendo tal valor não compreendido em sua remuneração. Mediante
fato é cabível a integração das gorjetas recebidas na remuneração do Reclamante, conforme
art. 457, caput da CLT e súmula 354 do TST, com a devida anotação em carteira, art. 29, § 1º
da CLT e aplicação dos reflexos nas férias e 13º salário percebidos.
2.8. DA DEVOLUÇÃO DO DESCONTA DAS CONTRIBUIÇÕES
SINDICAIS

O reclamante teve descontado em seu salário o valor de R$ 31,80 à título de contribuição


sindical, sendo que não autorizou o desconto. Conforme regula a lei, art. 578 da CLT, é cabível
desde que, previamente e expressamente, seja autorizado pelo empregado. Sendo assim,
requer-se a devolução do valor descontado à título de contribuição sindical.

2.9. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O reclamante encontra-se amparado por advogado particular, sendo devido a fixação dos
honorários de sucumbência, conforme art. 791-A da CLT, fixando os honorários na
observância do § 2º, art. 791-A, da CLT.

3. DOS PEDIDOS

Mediante o exposto requer-se a procedência da presente ação, condenando a Reclamada nos


pedidos a seguir:

a) A reintegração do Reclamante ou, entendendo Vossa Excelência tal ato desaconselhável, o


pagamento da indenização pelo tempo da estabilidade, no importe de R$ xxxxx ;

b) A indenização pelo dano moral e material, no importe de R$ ;

c) O pagamento das horas extras a 50% da hora normal, à partir da 8ª hora da jornada, no
importe de R$ ;

d) O pagamento do adicional noturno com acréscimo de 20% sobre a hora noturna, bem como
aplicação dos devidos reflexos nas verbas rescisórias, no importe de R$ ;
e) O pagamento do adicional de periculosidade de 30%, com a devida integração salarial e
aplicação dos reflexos nas verbas rescisórias, no importe de R$ ;

f) A indenização do intervalo intrajornada suprimido, no importe de R$ ;

g) A integração salarial das gorjetas, com a devida anotação em carteira e aplicação dos reflexos
nas férias e 13º salário, no importe de R$ ;
h) A devolução do valor descontado à título de contribuição sindical, no importe de R$ ;
i) Da concessão do pedido da justiça gratuita, inestimável;
j) Da condenação da Reclamada aos honorários advocatícios de sucumbência, fixados em 15%
sobre o valor da liquidação da sentença.
l) Requer-se que a Reclamada seja notificada para que, querendo, apresente efesa até a
audiência, sob pena de revelia.

N. termos,
P. Deferimento

Rio de Janeiro, xxxxxxxx do ano de xxxxxxxx

Advogado xxxOAB/UF nº xx.xxx

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