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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA

_VARA DO TRABALHO DO .

MARIA, brasileiro,
,vendedora, CTPS nºXXXXX, Série:XXXXX; RG nº X.XXXXXX.XXX SSP/PE; CPF nº
XXX.XXX.XXX-XX e PIS- PASEP n° XXXXXXXXXXX, (Doc. 01 e 02), através do
seu advogado que assina a presente digitalmente, constituído nos termos da procuração
anexada (Doc. 03), devidamente habilitado no Pje – TRT6, onde receberá notificações,
intimações e demais atos processuais, vem à presença de V. Exª, fundamentado no art. 7º,
XXIX, CR/881 e artigo 8392, alínea “a” da CLT, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face do seu ex-empregador DA EMPRESA X, CNPJ nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX. Pelos fatos e


fundamentos de direito a seguir expostos.

I – DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA


Nos termos do art. 14, §1º, da Lei n.º 5.584/70, das Leis n.º 1.060/50 e n.º
7.115/83, bem como do art. 790, §3º, da CLT, o reclamante declara para os devidos fins, e
sob as penas da lei, ser pobre, encontrando-se desempregado e não tendo como arcar com o
pagamento das custas e demais despesas processuais sem prejuízo do seu sustento e de sua
família, pelo que requer os benefícios da justiça gratuita.

1CR/88. Art. 7°, XXIX - açã o, quanto aos créditos resultantes da relaçã o de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos apó s a extinçã o do contrato de trabalho.

2CLT. Art. 839, “a” – A reclamaçã o poderá ser apresentada: pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por
seus representantes, e pelos sindicatos de classe.
II – DA DECLARAÇÃO DE AUTENTICIDADE
Declara o patrono através de assinatura digital, para os devidos fins, a autenticidade dos
documentos juntados pelo reclamante neste processo, nos moldes do artigo 830 da CLT.

III – DOS FATOS

III. A) - DO CONTRATO DE TRABALHO - DA


ADMISSÃO E DA FUNÇÃO

O reclamante foi admitido para laborar junto à empresa ora Reclamada na data de
01.02.2018, na função de vendedoura conforme CTPS (Doc.04, 4.1), desempenhando
última função como vendedoura conforme contracheques (Doc.05).

III. B) DA REMUNERAÇÃO

O reclamante recebeu pelo trabalho, como última remuneração, o valor de R$2.000,00


( Dois mil reais) contudo, importa mencionar que a remuneração em questão não reflete
as horas extras efetuadas durante o mês.

III. C) DA JORNADA DE TRABALHO

Restou convencionado que a jornada de trabalho do reclamante inicialmente foi das 08:00h às 20:00h
sem intervalos de segunda à sexta-feira, totalizando 60 horas semanais.

Importante declarar que inobstante as jornadas supracitadas, o


reclamante trabalhou por todo seu período de contrato, executando serviços além do horário normal,
isto é, horas extraordinárias que nunca foram pagas.

III. D) DA DEMISSÃO

O reclamante foi desligado sem justa causa pela reclamada em 01.02.2022


(Doc.06), e permanece até a presente data sem receber devidamente suas verbas rescisórias
e demais direitos que a seguir serão elencados.
IV– DOS DIREITOS

IV. A) DAS HORAS EXTRAS

Dispõe o inciso XIII do art. 7º da Constituição de 1988: “duração de


trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho”.
O reclamante, no início da contratualidade tinha como jornada de
trabalho o horário 08:00h às 17:00h com intervalo de 1 (um) hora de segunda à sexta-
feira, aos sábados iniciava os trabalhos às 08:00h com intervalo de 1 (um) hora,
finalizando às 17:00h, totalizando 48 horas semanais, em sábados alternados, passando
a trabalhar em regime de escala de 12 horas trabalhando por 36 horas de repouso, no
turno noturno iniciando sua jornada de trabalho às 19h00 às 07h00, após no turno
diurno iniciando sua jornada de trabalho às 07h00 às 19h00, por fim, retornando a sua
jornada inicial, porém decorrente da demanda de serviços sempre ultrapassava o limite das horas
normais, trabalhando aos sábados, domingos e feriados. Em todos os dias da semana, considerando os
dias de trabalho em escala 12x36, laborava em regime de sobrejornada, perfazendo uma média de 2,5
(duas e meia) horas extras diarias durante todo o periodo trabalhado, porém nunca recebidas .
A reclamada nunca pagou as horas habitualmente laboradas em regime
de sobrejornada ao obreiro, razão pela qual requer sua condenação a satisfazer os pagamentos das horas
excedentes à 8ª (oitava) hora e à 44ª (quadragésima quarta) hora semanal, conforme cálculos de
liquidação de sentença previamente apresentados pelo reclamante,
Frente à habitualidade da prestação laboral extraordinária, requer os
reflexos da aludida verba sobre os DSR´s (Lei 605/49), aviso prévio indenizado (CLT, art. 487, § 5º),
13º salários (Súmula 45 TST e CF, art. 7°, VIII), férias + 1/3 (CLT, art. 142, § 5º e CF, art. 7°, XVII),,
FGTS (art. 15 e 18, § 1º, da Lei 8036/90) + 40% e, por último, integração das horas extras à
remuneração do obreiro.

B) – DA DIFERENÇA DAS VERBAS


RESCISÓRIAS
Diante da inexistência de pagamento na Rescisão do Contrato de Trabalho das horas extras
devidas. Logo, restou violado o art. 477, caput da CLT, que possui o seguinte enunciado.

“É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a


terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para
cessação das relações de trabalho, o direito de haver do empregador uma
indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na
mesma empresa”. (Grifos nossos).
Nestas condições, requer seja determinado o efetivo pagamento das verbas rescisórias
conforme item VI - Pedidos.

IV. C) – DA MULTA DO ART. 477 DA CLT

Em face do não recebimento das horas extras devidas, a título de verbas rescisórias
referente ao período trabalhado, caracteriza claro descumprimento dos prazos previstos no §
6º do supracitado artigo. Ensejando a incidência da multa pecuniária prevista no § 8º do
mesmo artigo, equivalente a um salário mensal do empregado. Neste sentido, transcreve-se
os seguintes arrestos:

RECURSO DE REVISTA. MULTA PREVISTA NO ART. 477, § 8º, DA CLT. FATO


GERADOR 1. O fato gerador da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT vincula-
se direta e unicamente ao não cumprimento dos prazos estabelecidos no § 6º do
mesmo dispositivo para pagamento das verbas rescisórias, e não ao ato em si da
homologação da rescisão contratual ou do consequente fornecimento das guias
para percepção do seguro-desemprego e do FGTS. 2. Não se aplica ao
empregador o disposto no § 8º do art. 477 da CLT quando consignada pelo TRT
de origem a quitação das verbas rescisórias no prazo legal. 3. Recurso de revista
da Reclamada de que se conhece e a que se dá provimento.

(TST - RR: 12353520115050007, Relator: João Oreste Dalazen, Data de


Julgamento: 03/06/2015, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/06/2015)
IV D) – DA MULTA DO ART. 467 DA CLT

Conforme os fatos narrados nesta exordial, a reclamada não efetuou o pagamento de verbas
incontroversas, fazendo jus, portanto, o reclamante à multa de 50%, nos termos do art. 467
da CLT.

Nestas condições, requer seja a reclamada condenada ao pagamento das parcelas


incontroversas acrescidas de 50%, salvo se as mesmas forem pagas em audiência.

DO ATO ILÍCITO

Ante exposto, torna-se de extrema relevância para um julgamento justo a exposição do


que segue.
O RECLAMANTE TRABALHAVA SOFRENDO ASSÉDIO MORAL

Esta conduta dissona no CP Art. 203-A Praticar, reiteradamente, contra o trabalhador ato


hostil capaz de ofender a sua dignidade e causar-lhe dano físico ou psicológico,
prevalecendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes
ao exercício de emprego, cargo ou função.

PREJUÍZO JURIDICAMENTE INDENIZÁVEL.

A obrigação resulta da norma do art. 157, incisos I e II, e 158, parágrafo único, e 2º da
CLT, eis que deve ser o empregador quem assume os riscos da atividade econômica.
Diante do robusto conjunto probatório apresentado e que será complementado no decorrer
do processo, a conduta ilícita do empregador restará caracterizada. Contudo, o dano moral não
depende de prova do abalo psicológico, mormente porque a adoção de medidas que reduzam.
Em havendo risco próprio da atividade, haverá a responsabilidade objetiva do empregador, com o dever
de reparação independente da sua culpa, aplicando-se ao caso o disposto no parágrafo único do art. 927
do CC:

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo
IV – DOS PEDIDOS

Diante o exposto e da fundamentação jurídica, vem o reclamante, perante Vossa


Excelência, requerer:

1. Concessão da gratuidade da justiça, nos termos e pelos motivos expostos no item I


da presente reclamatória;

2. Considerar a última remuneração paga em folha para fins de base dos cálculos, no
valor ........................ R$2.000,00 ( Dois mil reais)
3. Pagamento do valor correspondente as horas extraordinárias e reflexos da aludida verba
sobre os DSR´s (Lei 605/49), aviso prévio indenizado (CLT, art. 487,
§ 5º), 13º salários (Súmula 45 TST e CF, art. 7°, VIII), férias + 1/3 (CLT, art. 142, § 5º e CF,
art. 7°, XVII), FGTS (art. 15 e 18, § 1º, da Lei 8036/90) + 40% e, por último, integração das
horas extras à remuneração do obreiro, no valor total de R$

4. O pagamento da multa do art. 477, da CLT no montante de R$1.877,87 ( Mil


oitocentos e setenta e sete reais e oitenta e sete centavos) Salario
mensal + 30% de periculosidade, uma vez que a rescisão não foi devidamente
efetuada até a presente data;

5. A Notificação da Reclamada a pagar os valores incontroversos em primeira


audiência, sob pena de condenação da dobra legal prevista no art. 467 da CLT;

6. A condenação da reclamada ao pagamento da indenização por danos morais


decorrentes das várias condutas ilícitas descriminadas no item IV.E, caracterizando
um significativo dano a dignidade moral do trabalhador, no valor total de R$
Ante o exposto, com fundamento na legislação de regência acima mencionada, requer
digne-se Vossa Excelência determinar a notificação da reclamada para que compareça à
audiência de conciliação e julgamento, oferecendo contestação aos termos da presente
Reclamatória Trabalhista e a acompanhe até ulteriores termos, sob pena de confissão e
revelia, que a condenará ao pagamento de todas as verbas pleiteadas,
acrescidas de juros e correção monetária descontando-se as
comprovadamente já pagas (En. 200-TST), bem como ao pagamento das
custas processuais e demais cominações legais, tudo em regular liquidação
de sentença;

Dá a causa o valor de :

Nestes termos, Pede


deferimento.

Recife-PE, 20 de MARÇO de 2023.

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