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Docente:

Fábio Resende Nardon

Discentes:

Caroline Oliveira Ferraz RA: 51914029

Gabriela Vitória dos Santos RA: 51914037

Kauane Vitória Alves de França RA: 51913341

Rafaela Amá Sadocco RA: 51913515

Claudio Victor Vitebro Silva RA: 52015632

CONTESTAÇÃO À RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Indaiatuba

2022
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DO
TRABALHO DE INDAIATUBA,SP.

Processo nº xxxxxxx-xx.xxxx.x.xx.xxxx

ÓPTICA COPACABANA LTDA, já qualificada nos autos da


RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, movida por ESTRÔNICO, também qualificado,
vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus advogados,
apresentar CONTESTAÇÃO, pelos fatos e direito a seguir expostos nos
seguintes termos:

I. DO CONTRATO DE TRABALHO E SÍNTESE DA AÇÃO

A parte autora foi admitida em 07/06/2015 para exercer a função de


MODELADOR, sendo o contrato rompido por demissão sem justa causa em
07/02/2022.

O reclamante exercia no final do contrato a função de modelador,


recebendo o último salário fixo e mensal no valor de R$2.100,00 (dois mil e cem
reais).

São impugnadas todas as alegações em contrário, mormente no


que tange ao salário, funções e período contratual.

Através desta Ação Trabalhista, pleiteia os seguintes bens da vida:

a) Pagamento de 13º salário proporcional ao período entre


01/01/2022 e 07/02/2022;
b) Pagamento de férias proporcionais ao período de 01/01/2022
e 07/02/2022, acrescido do terço constitucional;

c) Pagamento do FGTS+ 40%;

d) Pagamento de aviso prévio;

e) Pagamento da multa do artigo 477 da CLT;

f) Pagamento da multa do artigo 467 da CLT;

g) Pagamento do seguro-desemprego;

h) Entrega de guias para recebimento do seguro-desemprego e


baixa na CTPS;

i) Honorários sucumbenciais;

j) Expedição de ofício ao MP, DRT, CEF e ao INSS;

k) Pagamento de indenização por dano moral;

l) Pagamento de verbas rescisórias;

m) Pagamento em incidência de juros e equiparação salarial até


a data do efetivo pagamento;

n) Entrega de guias do FGTS;

o) Gratuidade da justiça.

Atribui à causa o valor de R$ 189.016,04 (Cento e oitenta e nove


mil e dezesseis reais e quatro centavos).
Nesse enlace, a ora contestante utilizar-se-á das considerações
abaixo para demonstrar que o reclamante altera a verdade dos fatos para pleitear
verbas sobre as quais não faz jus.

II. PREAMBULARMENTE

II. a. DA IMPUGNAÇÃO E LIMITAÇÃO DOS VALORES LIQUIDADOS

Impugnam-se todos os números e cifras lançados na inicial, máxime


porque não foram observados os descontos legais, a compensação dos valores
pagos sob os mesmos títulos, evolução salarial, afastamentos, entre outros itens
que sobrelevam observar para a aferição do valor da condenação; deve-se, tais
pormenores, serem analisados na fase de liquidação, possibilitando as devidas
impugnações, nos termos do artigo 879, caput e § 2º e 884, todos da CLT.

Enfatiza-se, igualmente, que qualquer valor porventura deferido ao


reclamante deverá ser apurado em regular liquidação de sentença, sendo certo,
de todo modo, que os valores, frações e percentuais apontados pelo reclamante
serão o limite máximo de toda e qualquer apuração, como decorrência do
disposto nos artigos 141, 322, §1ª e 492, do CPC. É o que se requer.

No particular o art. 840, §1º, CLT determina a indicação dos valores


correspondentes aos pedidos constantes na inicial, não havendo qualquer
menção a uma mera estimativa, de movo que a sentença deve estar adstrita aos
pedidos e valores da exordial, sob pena de julgamento "ultra petita" e violação
dos artigos 141 e 492 do CPC. Inclusive porque, em caso de improcedência, os
honorários de sucumbência terão por base os valores indicados, razão pela qual
não se mostra justo e razoável que, para fins de recebimento da inicial, adote-se
critério diverso de atribuição numérica aos pedidos.

Por isso, havendo valores oriundos da presente condenação,


estarão eles limitados ao teto de liquidação apresentado pela parte (montante
líquido do principal, sem dedução fiscal e previdenciária), excluindo-se, no
entanto, desse montante, os acréscimos referentes a juros e correção monetária,
nos termos do artigo 492 do CPC, aplicável nesta Justiça Especializada
conforme artigo 769 da CLT.

II. b. DA IMPUGNAÇÃO DOS DOCUMENTOS

À partida, frisa a reclamada que, nos termos do art. 787 da CLT e


art. 320 do CPC, compete ao reclamante instruir a petição inicial com os
documentos indispensáveis para fundamentar a propositura da ação, bem como
amparar os seus pedidos, o que não se vislumbra na hipótese sub judice.
Analisando os documentos trazidos, verifica-se que eles não têm o condão de
comprovar as alegações exordiais, merecendo, aliás, impugnação expressa e
formal.

Deste modo, fica impugnada toda a documentação carreada ao


processo pelo reclamante que não contenham autenticidade que os vincule à
Reclamada e tampouco apresentam identificação de autoria; impugnados todos
os documentos juntados com a inicial que não contenham expressamente o
nome ou indicativo de que pertençam ao reclamante, bem como aqueles que
não contenham chancela da reclamada, não estiverem assinados ou sem o
indicativo de quem os preencheu, não servindo de prova em favor da tese da
exordial, nos termos dos artigos 219, 220 e 221 do CC, aplicáveis por força do
parágrafo 1º do artigo 8º da CLT, e, principalmente, aqueles que não atendem
ao disposto no artigo 830 da Consolidação das Leis do Trabalho, aqueles
documentos que não atendem o requisito da legibilidade determinado pela
Resolução 136/2014 do CSJT, artigo 19, § 1º e 22, § 3º, devem ser
desconsiderados liminarmente, com amparo no artigo 22, § 4º da referida
resolução, e os que foram produzidos de forma unilateral.

Assim, os documentos carreados aos autos e todos os fatos


articulados restam expressamente impugnados, de modo a torná-los
controvertidos e, por conseguinte, ônus de prova do reclamante, a teor do
disposto no artigo 818, inciso I da Consolidação das Leis do Trabalho c/c o
disposto no artigo 373, inciso I, do Código de Processo Civil.
Tecidos tais comentários, impende que se passe à análise dos
demais aspectos que envolvem a controvérsia, demonstrando - por oportuno - a
manifesta improcedência que os reveste.

II. c. DA LIMITAÇÃO DOS PEDIDOS

Em eventual condenação da reclamada, o que se cogita


somente por amor ao argumento, devem ser observados os limites da pretensão,
sob pena de afronta aos artigos 141 e 492 do Código de Processo Civil (CPC),
restando precluso o seu direito de apresentar fatos diversos dos trazidos pela
exordial; de igual sorte, estando o I. Magistrado adstrito aos contornos da lide
para proferir decisão, fica vedado o julgamento de sentença com base em
natureza diversa daquela requerida pelo reclamante ou em quantidade superior,
sob pena de julgamento extra petita e ultra petita.

II. d. ÔNUS DA PROVA

O ônus da prova nas reclamações trabalhistas e em ações de


responsabilidade civil segue a regra geral, cabendo ao reclamante, e somente a
esta, o ônus de comprovar os fatos constitutivos de seu direito, segundo dispõe
o inciso I, do artigo 373, do CPC e o artigo 818, inciso I, da CLT.

Com efeito, o artigo 818, inciso I, da CLT estabelece


textualmente que "o ônus da prova incumbe: I, ao reclamante, quanto ao fato
constitutivo de seu direito" c/c artigo 373, inciso I do CPC, segundo o qual, cabe
ao autor, a demonstração dos fatos constitutivos do seu direito e ao réu a dos
fatos impeditivos, extintivos ou modificativos. Assim, de acordo com a teoria da
distribuição do ônus da prova, incumbe ao reclamante o ônus da prova dos fatos
constitutivos do seu direito, nos termos dos artigos 818, I da CLT e 373, I do
CPC, ficando expressamente rejeitada qualquer possibilidade de inversão.

Contudo, caso o D. Magistrado entenda pela inversão do ônus


da prova, deverão ser observados os termos previstos nos §§ 2º e 3º do artigo
818 da CLT, com o adiamento da sessão de audiência, possibilitando à
reclamada se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído – analisando-se à ótica
de evitar surpreender a reclamada com a exceção da regra – sob pena de
cercear o direito de defesa, e consequente nulidade processual.

III. PRELIMINARMENTE

III. a. DA JUSTIÇA GRATUITA

A Lei nº 13.467/2017, sancionada em julho de 2017, entrou em


vigor em 11 de novembro de 2017, trazendo inúmeras mudanças na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entre as quais o estabelecimento de
um novo regramento relacionado à concessão da assistência judiciária no
processo do trabalho (§§3º e 4º do art. 790, da CLT).

Até então aplicavam-se as disposições contidas no art. 4º, caput,


e §1º, da Lei nº 1.060/1950, cuja interpretação foi cristalizada no sentido de que
“atendidos os requisitos da Lei nº 5.584/70 (art. 14, § 2º), para a concessão da
assistência judiciária, basta a simples afirmação do declarante ou de seu
advogado, na petição inicial, para se considerar configurada a sua situação
econômica” (OJ-SDI1-304).

Com a revogação de todo o art. 4º da Lei nº 1.060/1950 pela lei


que introduziu o CPC/2015 - o qual absorveu o conteúdo do dispositivo revogado
-, em junho de 2017, o TST atualizou a sua jurisprudência através da conversão
da OJ-SDI1-304 no item I da Súmula 463, que passou a estabelecer que “a partir
de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa
natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou
por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos
para esse fim (art. 105 do CPC de 2015)”.

No entanto, no mesmo ano em que o TST atualizou a sua


jurisprudência, o legislador ordinário editou a Lei n° 13.467/2017, pretendendo
inovar profundamente a regra até então vigente no processo do trabalho –
concessão automática da justiça gratuita a qualquer trabalhador que
simplesmente alegar insuficiência de recursos -, por considerar que estava a
ocorrer um abuso do direito de ação no âmbito da Justiça do Trabalho.
Para encontrarmos o sentido dos §§3º e 4º do art. 790, da CLT,
introduzidos pela lei reformadora, é necessário nos socorrermos de uma
interpretação histórica e de outra teleológica. O legislador reformista vivia um
momento de crise econômica, o qual, no seu sentir, demandava a redução de
alguns custos trabalhistas, entre os quais os custos gerados pela elevada
litigiosidade existente no país (interpretação histórica). O legislador objetivava
alterar essa realidade, ou seja, diminuir a litigiosidade, tornando um pouco mais
rígidos os critérios para a concessão da justiça gratuita (interpretação
teleológica).

O §3º do art. 790 da CLT estabelece que “é facultado aos juízes,


órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância
conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive
quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou
inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social”.

Por sua vez o §4º do mesmo dispositivo dispõe que “o benefício


da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de
recursos para o pagamento das custas do processo”.

Trata-se de regra única no ordenamento jurídico brasileiro e


especial do processo do trabalho. Foi criada uma presunção relativa de
hipossuficiência financeira para todos os trabalhadores que perceberem salário
igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social. Já os que recebem valor superior devem comprovar a
hipossuficiência de recursos.

Observe-se que a justiça gratuita não deixou de valer para os


trabalhadores que recebem salário superior a 40% do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Estes apenas devem instruir
a sua petição inicial com documentos que comprovem que são eles merecedores
da gratuidade processual. Não há qualquer inconstitucionalidade na norma,
posto que o legislador ordinário pode regular a forma como o direito à justiça
gratuita será exercido.
Tem-se, portanto, que o processo do trabalho regula o tema por
completo, não havendo que se falar em aplicação subsidiária do §3º do art. 99
do CPC/15 que estabelece que “presume-se verdadeira a alegação de
insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural”.

Admitir a aplicação subsidiária do §3º do art. 99 do CPC/15 ao


processo do trabalho equivale a fazer letras mortas dos §§4º e 5º da CLT – e,
com isso, enterrar os objetivos pretendidos pela lei reformista -, pois os
trabalhadores continuarão a receber os benefícios da justiça gratuita com a mera
alegação na petição inicial, algo que o legislador objetivava claramente extirpar
do processo trabalhista.

Ante o exposto, considerando que a parte Reclamante não


comprova que recebia ou recebe salário inferior a 40% do limite máximo
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social e não comprovou a
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e
os honorários advocatícios, se requer que o pedido de justiça gratuita seja
indeferido.

Sem prejuízo, requer-se que a parte Reclamante exiba a sua


CTPS em audiência, a fim de que seja verificado se houve reemprego, bem
como a atual renda.

III. b. INÉPCIA DA INICIAL

Deverá a petição inicial ser indeferida, uma vez que inepta nos
moldes do artigo 330, parágrafo primeiro, incisos I e IV do Código de Processo
Civil, que dispõe:

“Art. 330 Parágrafo primeiro: Considera-se inepta a petição


inicial quando:

I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;

(...)
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si”

Com efeito, pretende o reclamante, em sua inicial, a indenização


por dano moral, no montante de 20 vezes o valor do salário com a devida
equiparação, ou valor a ser arbitrado pelo Juízo, de acordo com o disposto no
art. 223-G, §1º, inciso II e III da CLT, sem que tenha indicado no tópico referente
ao dano extrapatrimonial, os fatos que incitaram o direito de recebe-los em sua
natureza grave. De modo que, lhe falta causa de pedir.

Ainda, requer a condenação referente ao pagamento de 13º


salário, férias proporcionais, FGTS + 40%, aviso prévio e saldo de salário e mais
adiante requer o recebimento das verbas rescisórias, formulando os pedidos de
forma separada.

Ocorre que, 13º salário proporcional, férias proporcionais,


pagamento de 40% dos depósitos do FGTS, aviso prévio e saldo de salário já
fazem parte das verbas rescisórias, devendo serem considerados os valores das
devidas verbas apenas uma vez e não repetidos de forma separada.

Devendo serem considerados aludidos pedidos totalmente


incompatíveis, visto já estarem inclusos na somatória de verbas rescisórias.

Nesse aspecto, não obstante ser a simplicidade uma das


características do Processo do Trabalho existem regras de direito processual
que devem ser minimamente obedecidas pelas partes ao postular em juízo, a
fim de garantir a igualdade entre elas, proporcionando segurança jurídica.

No ensinamento de Humberto Theodoro Júnior, o pedido é:

“a revelação da pretensão que o autor espera ver acolhida


e que, por isso, é deduzida em juízo”. E prossegue
ensinando que: “o pedido põe em marcha o processo e, por
isso, é o ato mais importante do autor, além disso delimita
o objeto litigioso (a lide) e, consequentemente, fixa os
limites do ato judicial mais importante, que é a sentença”.
(“in” Curso de Direito Processual Civil, vol. I, 18ª ed., Rio
de Janeiro:Forense, 1996. Pág. 359/350).
Nas lições de Christovão Piragibe Tostes Malta, “in” Prática do
Processo Trabalhista, 32ª ed. São Paulo, LTr, 2004, pág. 250):

“A inicial deve mencionar expressamente o que se


pretende com a reclamação: aviso prévio etc. Sem isso a
inicial é inepta. Não basta que o reclamante aponte os fatos
de que resulta o seu pedido como sucederia se dissesse
que foi demitido sem justa causa. Embora possa parecer
evidente que do exposto resulta que o reclamante pretende
o pagamento de aviso prévio e de outras parcelas oriundas
de injusta dispensa, o juiz não poderá condenar o
reclamado a qualquer pagamento se o objeto do pedido
não for referido claramente na reclamação”.

Neste mesmo sentido é a jurisprudência mais atual, conforme


ementa abaixo transcrita:

“INÉPCIA DA INICIAL. É inepta a inicial quando lhe faltar


pedido ou causa de pedir, cabendo a extinção do feito sem
resolução do mérito, nos termos dos artigos 267, I, c/c 295,
I e parágrafo único, ambos do CPC. Recurso não provido.”
(TRT 2ª. Região. Recurso Ordinário 02664-2008-057-02-
00-9.Julgamento 31/08/2010. Relator Margoth Giacomazzi
Martins. Recorrente Rodolfo Leme. Recorrido Vrg Linha
Aéreas S/A e Varig S/A Viação Aérea Rio Grandense)

Assim, vislumbra-se a existência de inépcia, de forma a impedir


categoricamente a defesa da parte ré.

Portanto, diante do quanto exposto, evidente que resta


prejudicada a inicial por falta de pedido e causa de pedir.

Sendo assim, não há como ser analisada, tampouco ser acolhida


a pretensão exordial, motivo porque deverá a petição inicial ser declarada
inepta nos moldes do artigo 330, do CPC, com a consequente extinção do
processo sem resolução do mérito, com fulcro no artigo 485, do CPC.
IV. DO MÉRITO

IV. a. DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Alega o reclamante a inexistência de pagamento das verbas


devidas no ato da rescisão contratual. Ocorre que, todo valor devido foi
devidamente pago conforme comprovante anexo.

Todavia, em manifesta litigância de má fé, tenta induzir este


Juízo em erro, afirmando que sequer recebeu a sua via do Termo de Rescisão
de Contrato de Trabalho (TRCT).

No presente caso fica perfeitamente evidenciada a litigância de


má fé do reclamante uma vez que ingressa com a reclamatória sem qualquer
base probatória, conforme precedentes sobre o tema:

LITIGANCIA DE MÁ-FÉ. CARACTERIZAÇÃO. A teor do


inciso II do art. 80 do CPC, incorre em má-fé processual a
parte que altera a verdade dos fatos? VINCULO DE
EMPREGO. PERÍODO ANTERIOR AO REGISTRO. A
configuração do vínculo de emprego anterior ao anotado
na CTPS exige a produção de prova robusta e inequívoca
a respeito da prestação de serviços. Fato constitutivo do
seu direito, cabe ao autor a prova do alegado labor em
período anterior ao registro, de forma a desconstituir a
presunção relativa de veracidade da anotação da CTPS
referente à data de sua admissão. (TRT-12 - RO:
0004510562015xx SC 0004510-56.2015.5.12.0039,
Relator; AFRANDRE LUIZ RAMOS, SECRETARIA DA 3A
TURMA, Data de Publicação; 291062017, +78687662).

Assim, diante a comprovação do pagamento na íntegra das


verbas rescisórias devidas, requer o não conhecimento da petição inicial
proposta, bem como o reconhecimento de nítida má fé do reclamante.

Ademais, conforme item III. b. da presente contestação, os


requerimentos de pagamento de FGTS e indenização de 40%, saldo de salário,
13º salário proporcional, férias proporcionais se encontram inclusos no cálculo
de verbas rescisórias já pagas ao reclamante, conforme TRCT e comprovante
de pagamento anexo, somando o total de R$ XXXXXX.

IV. b. DO PAGAMENTO DO FGTS

Diferentemente do que alegado pelo reclamante, os depósitos


mensais do FGTS foram devidamente depositados, bem como a multa de 40%
foi devidamente paga, não existindo nenhum valor a receber, conforme
comprovantes dos pagamentos anexos.

Ademais, deixou o reclamante de indicar os meses que seriam


devidos, ônus que lhe incumbia, inviabilizando, inclusive, a ampla defesa.

Desta forma, é totalmente descabida a pretensão, devendo o


reclamante ser condenado à litigância de má fé por total descabimento do
presente pedido, nos termos dos artigos 793-A a 793-D da CLT.

IV. c. DO SEGURO-DESEMPREGO

Pleiteia por pagamento de seguro-desemprego pela reclamada


na importância de R$ 7.649,45 (Sete mil seiscentos e quarenta e nove reais e
quarenta e cinco centavos), contudo, o pagamento do benefício não é realizado
pelo empregador, mas sim pelo agente pagador CAIXA ECONÔMICA
FEDERAL, através de solicitação feita ao Sistema Nacional de Emprego (SINE)
ou ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), pois trata-se de benefício da
Seguridade Social.

Portanto, o pedido para pagamento de seguro-desemprego pela


reclamada não deve prosperar. Para mais, as guias CD e a TRCT foram
devidamente emitidas e entregues ao reclamante, sendo de dever e interesse do
mesmo ingressar com a solicitação do seguro-desemprego.

IV. d. DO AVISO PRÉVIO


Nos termos do Art. 487 da CLT:

“Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo


motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da
sua resolução com a antecedência mínima de trinta dias
aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham
mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa."

Conforme comprovante anexo, o aviso prévio foi regularmente


pago sem qualquer apontamento. Razão pela qual deve ser indeferido o
presente pleito:

AVISO PRÉVIO. Aviso prévio concedido e assinado e não


havendo prova de data retroativa é tido como regular .
Recurso desprovido. (TRT-4 - RO:
00209347920155040013, Data de Julgamento:
31/03/2017, 11ª Turma).

Razão pela qual, totalmente improcedente os pedidos versados


na inicial.

IV. e. DA NÃO OCORRÊNCIA DE ASSÉDIO MORAL E DA


RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR

Diferentemente do que foi narrado pelo reclamante, não há como


se imputar responsabilização à reclamada pelos fatos narrados na inicial.

Tratando-se de fatos isolados que sequer foram levados


conhecimento à reclamada, especialmente considerando que a empresa dispõe
de canais de denúncia amplamente divulgados e de conhecimento do
reclamante.

Conforme Programa de Integridade da empresa (Compliance),


), a reclamada participou de inúmeros treinamentos de divulgação dos canais de
denúncia de forma a viabilizar que a reclamada de posse de uma denúncia como
esta, pudesse tomar as medidas necessárias para coibir qualquer tipo de
assédio, assim como realizou palestras e treinamentos juntamente com os
funcionários para que juntos pudessem evitar e denunciar tais situações.

Portanto, não pode a reclamada ser responsabilizada por uma


situação que aconteceu, segundo o reclamante, apenas uma vez, sem que fosse
levado a conhecimento do RH ou denunciado através de qualquer canal que a
empresa disponibilizou.

No caso de alegação de assédio moral, o ônus de produzir a


prova é da parte que alega o fato (art. 818, I da CLT), ), sendo, portanto, da
pretensa ofendida o encargo de provar sua ocorrência.

No presente caso, a reclamante não comprovou qualquer


elemento que demonstrasse a ocorrência dos fatos narrados, sendo indevida
qualquer indenização:

APELAÇÃO CÍVEL. CONSTITUCIONAL E


ADMINISTRATIVO. AÇÃO INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. MUNICIPIO DE IGUATU. ASSÉDIO MORAL
PRATICADO POR SUPERIOR HIERÁRQUICO -
SECRETÁRIO DE INFRAESTRUTURA DANO MORAL.
IMPOSSIBILIDADE. ART. 37,§6°, DA CF. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO DO ATO ILÍCITO E DO DANO
IMATERIAL.APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA.
SENTENÇA MANTIDA. 1. (...). 3. Compulsando os fólios,
percebe-se que, embora o quor sustente ter sofrido
perseguição, desprezo e maus tratos no ambiente de
trabalho, supostamente praticados pelo superior
hierárquico, as provas constantes nos autos, inclusive as
testemunhais (audiência - fl. 93), apontam apenas para a
existência de um único episódio de discussão entre este e
àquele, no seio do qual não fora proferida qualquer palavra
ofensiva à honra do postulante. 4. Dentro dessa
perspectiva, tem-se que os elementos probatórios são
insuficientes a indicar A intenção de expor o servidor a
Situação humilhante, vexatória e constrangedora ou de
degradar condições para o exercício de seu trabalho. Do
mesmo modo, não se verifica a ocorrência de prejuízos de
ordem moral ao autor, prova está sem a qual não se pode
falar em dever de indenizar, recompor ou recompensar,
visto que não existe responsabilidade civil sem danos. 5.
Desta feita, incabível o acolhimento da pretensão autoral
de ressarcimento de danos morais, haja vista a ausência
de provas do assédio moral e da lesão de ordem imaterial
ao requerente. 6. Apelação conhecida e desprovida. 7.
Sentença mantida. (TJ-CE: Apelação Cível - 0042359-
48.2017.8.06.0091, Rel. Desembargador(a) JORIZA
MAGALHAES PINHEIRO, 3ª Câmara Direito Público, data
do julgamento: 02/05/2022, data da publicação:
04/05/2022, #76687662)

Assim, certo que a condenação em decorrência do alegado


assédio moral, exige demonstração da conduta ilícita, ainda que por meio de
indícios substanciais ou outros elementos de convicção, o que não ocorreu no
presente caso.

Assim, considerando os fatos acima narrados, tem-se pela


manifesta demonstração de improcedência da demanda bem como a
inexistência de responsabilidade do empregador.

IV. f. DO DANO EXTRAPATRIMONIAL

O reclamante postula indenização por danos morais sem de


indicar o fato gerador do direito de forma clara, dificultando a atuação da ampla
defesa da reclamada.

Em razão de assegurar a integral defesa da reclamada,


presume-se que o pedido de dano moral se deu pelo suposto assédio moral
sofrido pelo reclamante. Ocorre que o dano extrapatrimonial é cabível somente
quando diante de um ato ilícito que afete a dignidade do trabalhador, o que não
restou evidenciado no presente caso.
O dano moral não pode ser banalizado, se configurando
exclusivamente nos casos em que dignidade moral da pessoa é atingida,
conforme leciona o STJ sobre o tema:

"Portanto, dano moral é todo prejuízo que o sujeito de


direito vem a sofrer por meio de violação a bem jurídico
específico. É toda ofensa aos valores da pessoa humana,
capaz de atingir os componentes da personalidade e do
prestígio social. 4. O dano moral não se revela na dor, no
padecimento, que são, na verdade, sua consequência, seu
resultado. O dano é fato que antecede os sentimentos de
aflição e angústia experimentados pela vítima, não estando
necessariamente vinculado a alguma reação psíquica da
vítima." (STJ, 4.4 T., Resp. 1245550-MG, rel. Min Luis
Felipe Salomão, j. 17.3.2015, DFJE 18.9.2015).

A simples narrativa sem respaldo de provas que evidenciem o


dano à honra ou à moral do trabalhador não são suficientes para o deferimento
do pleito, conforme posicionamento do TST:

INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL. (...) Em sua inicial, a


reclamante relata que foi contratada em 26.7.2018 para
exercer a função de Representante de Atendimento,
porém, em razão de assédio moral sofrido, tornou-se
insuportável a manutenção do vínculo empregatício, razão
pela qual requer seja reconhecida a rescisão indireta do
contrato de trabalho. A autora sustenta os pleitos de
ressarcimento por danos morais e de rescisão indireta
indicando as seguintes condutas da reclamada: "A
reclamante é tratada com rigor excessivo por seus
gestores, dentre eles: Claudeane e Alexia. Diariamente é
tratada aos gritos, com palavras de baixo calão e
ameaçada de dispensa por justa causa. Seus resultados
negativos são expostos de maneira vexatória aos seus
colegas de trabalho, já que não há local apropriado para
feedbacks. É limitada e muitas vezes proibida de usar o
banheiro durante a jornada de trabalho. Recebe medidas
disciplinares imotivadamente. Há tratamentos desiguais. A
reclamante, imotivadamente, foi deixada em inatividade
forçada em março/2020 e janeiro/2022. Nestes intervalos
apenas registrava o ponto e cumpria a sua jornada de
trabalho sentada ao chão ou no refeitório da empresa,
sendo motivo de chacotas para alguns colegas que
afirmavam que ela tinha a vida boa e ganhava dinheiro sem
fazer nada". No que se refere ao assédio moral, pode-se
afirmar que violência psicológica, constrangimento e
humilhação são os ingredientes básicos para a definição
do quadro de assédio moral, fenômeno comum no
ambiente de trabalho, fazendo com que a Justiça do
Trabalho se posicione, independentemente de lei
específica, quando se percebe violação da dignidade
humana, como prevê o artigo 1°, inciso III, da Constituição,
à saúde mental, abrangida na proteção conferida pelo
artigo 6°, e o direito à honra, previsto no artigo 5°, inciso X,
também da Constituição Federal. Destaque-se que, no
julgamento de casos em que se alega a ocorrência de
assédio moral, alguns aspectos são essenciais: a
regularidade dos ataques, que se prolongam no tempo
e a determinação de desestabilizar emocionalmente a
vítima, visando afastá-la do trabalho, enquanto a
fixação de valores para dano moral, conforme vem
sendo adotada pelo TST, tem dupla finalidade:
compensar a vítima pelo dano moral sofrido e, também,
punir o infrator, a fim de coibir a reincidência nesse tipo
de prática, buscando um possível equilíbrio entre o
porte e o poder económico da empresa, as condições
do lesado e a extensão do dano causado. Na hipótese
"sub judice" e, após análise minuciosa de todo o
conjunto probatório, esta Relatora entende, ao
contrário do que concluiu o juízo de primeiro grau, no
que pertine à configuração do assédio moral, que o
contexto probatório não é favorável à autora, que, em
razão dos argumentos aduzidos em contraposição à
tese da defesa, suportava o encargo ela prova de suas
alegações, a teor do art. 818 da CLT. E, do ônus que
suportava, a reclamante não se desincumbiu, senão
vejamos. Nada há nos autos provas que indique ter a
reclamada perseguido a reclamante, tratando-lhe com
rigor excessivo ou mesmo a constrangido. (...)" No
tocante aos pressupostos intrínsecos, não foram
preenchidos os requisitos do art. 896, § 1° - A, I, da
Consolidação das Leis do Trabalho, considerando que a
parte recorrente não aponta o trecho da decisão da Turma
do TRT da 10ª Região que configura o prévio debate da
questão controversa objeto do recurso. Nesse aspecto, há
óbice ao seguimento do recurso. (TST - AIRR:
XXXXX20225190002, Data de Publicação: 17/11/2022).

A situação retratada pelo reclamante, por si só, caracteriza mero


aborrecimento decorrente da relação de trabalho, o que não autoriza o
recebimento de indenização por danos morais.

IV. g. DO NÃO CABIMENTO DAS MULTAS DOS ARTS. 467 E 477 DA CLT

A CLT expressamente ao tratar sobre o cabimento de multas


pelo não pagamento de verbas incontroversas dispõe:

Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho,


havendo controvérsia sobre o montante das verbas
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao
trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do
Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena
de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento".

(...)
Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o
empregador deverá proceder à anotação na Carteira de
Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos
órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas
rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo.

(...)

§ 8º Sem prejuízo da aplicação da multa prevista no inciso


II do caput do art. 634-A, a inobservância ao disposto no §
6º sujeitará o infrator ao pagamento da multa em favor do
empregado, em valor equivalente ao seu salário, exceto
quando, comprovadamente, o empregado der causa à
mora.

Ou seja, tais multas são cabíveis quando o valor requerido pelo


Reclamante é incontroverso, o que não é o caos, uma vez que se discute
exatamente o cabimento ou não dos valores cobrados.

Desta forma, não há que se falar em multa dos Arts. 467 e 477
por se tratar de verbas controvertidas, conforme precedentes sobre o tema:

MULTAS DOS ARTS. 467 E 477 DA CLT. Por seu turno,


postula o Recorrente a condenação da Reclamada ao
pagamento das multas dos artigos 467 e 477 da CLT, A
multa do art. 467 da CLT, por se tratar de penalidade, deve
ser interpretada de forma restritiva. O direito à multa do art.
467 da CLT surge com a falta de pagamento do valor
incontroverso quando da realização da primeira audiência.
No caso dos autos, não há que se falar em sua aplicação,
eis que não havia verbas incontroversas a serem quitadas,
havendo inclusive controvérsia entre as partes quanto à
modalidade da rescisão contratual. A multa do artigo 477 é
indevida ante à inteligência do disposto na OJ n° 351 da
SDI-1 do TST, a qual foi cancelada, mas permanece a ideia
central. A multa é indeferida pelo fato de o litígio estar sob
o crivo da apreciação judicial, aplicando-se a Súmula n° 33
desse Regional (Resolução TP n° 04/2015 -
DOELETRÔNICO de 13 e 14/07/2015) (...) (TRT- 2,
1000993-66.2017.5.02.0384, Rel. FRANCISCO
FERREIRA JORGE NETO 14 ª Turma – DOE 26/11/20185)

Motivos pelos quais devem conduzir ao indeferimento do pleito.

IV. h. DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

Alega o reclamante que, exercia mesma função que o


empregado Jonas, e que este recebia salário superior ao seu, havendo diferença
salarial de R$ 700,00 (setecentos reais).

Contudo, o funcionário Jonas foi admitido pela reclamada no ano


de 2010 e começou a exercer a função de modelador em 2011, estando na
função 4 anos a mais que o reclamante admitido em 2015.

Podendo ser observado que, mesmo realizando atividades


iguais, o empregado Jonas possui mais produtividade e perfeição técnica por ter
maior experiência e tempo de serviço na área, tendo para a empresa diferente
valor de trabalho.

Para fazer jus ao direito de equiparação salarial o reclamante


precisaria apresentar a mesma produtividade e perfeição técnica, além de não
terem mais de 2 anos de diferença no tempo de serviço, conforme o art. 461 da
CLT:

Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual


valor prestado ao mesmo empregador, na mesma
localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de
sexo, nacionalidade ou idade.

§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste capítulo,


será o que for feito com igual produtividade e com a
mesma perfeição técnica entre pessoas cuja diferença
de tempo de serviço não for superior a dois anos.

Portanto, não havendo igual valor de trabalho entre os


respectivos empregados, não há que se falar em equiparação salarial.

V. DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS

Na Justiça do Trabalho, a matéria referente aos honorários


advocatícios de sucumbência passou a ser regida pela nova lei trabalhista nº
13467/2017, em seu artigo 791- A, que autorizou o recebimento do advogado de
5% até 15%, do proveito econômico obtido ao seu cliente, quando da liquidação
da sentença.

Mais ainda, o parágrafo terceiro do mesmo artigo deixa claro que


na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência
recíproca. Vejamos seus exatos termos:

§ 3° Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará


honorários de sucumbência recíproca, vedada a
compensação entre os honorários.

Assim, de acordo com a nova lei, os valores requeridos pelo


reclamante em inicial deverão ser todos liquidados e cada parte arcará com a
sua perda.

Por fim, como já admitido na Justiça do Trabalho o princípio da


sucumbência, no que diz respeito à responsabilidade do vencido quanto a verba
honorária, há de sê-lo por inteiro, pois “todos são iguais perante a lei”, como
preceitua o artigo 5º da Constituição Federal, observado ainda a natureza
alimentar dos honorários advocatícios (art. 85, §14º, CPC) e a essencialidade do
advogado trabalhista à administração da justiça (art. 133, CF).

Desta forma, requer a Reclamada a condenação do reclamante


em honorários advocatícios em favor de seus advogados, no caso de
improcedência da reclamatória ou nas verbas que o mesmo for vencido.
Tratando-se de honorários de sucumbência, a base de cálculo
deve ser o valor liquidado dos pedidos julgados improcedentes ou parcialmente
procedentes ou o proveito econômico obtido, ou seja, tudo o que a Ré deixou de
fazer, de não fazer ou de entregar em razão da atuação dos seus advogados.

Não apenas os pedidos julgados improcedentes devem compor


a base de cálculo da verba honorária. Pedidos deferidos qualitativamente ou
quantitativamente de formas inferiores às requeridas na petição inicial também
devem compor a base de cálculo da verba honorária.

O trabalho do advogado de defesa não se revela apenas através


da rejeição total de determinado pedido; se revela também através da
condenação em quantidade ou qualidade inferior à demandada, dado que
nessas situações repele-se uma condenação injusta do réu e o enriquecimento
sem causa do reclamante.

Por isso, requer-se que pedidos julgados parcialmente


procedentes em razão do não acolhimento da quantidade ou da qualidade
requeridas na petição inicial, integrem a base de cálculo dos honorários
advocatícios. Caso algum pedido meramente declaratório ou concernente a uma
obrigação de fazer, de não fazer ou de entregar seja julgado improcedente,
requer-se o arbitramento dos honorários advocatícios de forma apartada, com
base no valor da causa, ou, em último caso, por equidade.

Requer-se, ainda, que este D. Juízo fixe os honorários entre o


mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento),
observando, em decisão fundamentada, o zelo profissional, o local da prestação
de serviços, a natureza a importância da causa e o trabalho e o tempo exigido.

Quanto à cobrança de honorários de sucumbência de parte


beneficiária da justiça gratuita, cumpre argumentar que o §4º do art. 791-A, da
CLT, não foi declarado inconstitucional pelo E. STF e nem teve a sua
aplicabilidade suspensa nos autos da ADI 3566, sendo que as turmas do C. TST
têm exposto em suas decisões que o referido dispositivo não padece de
inconstitucionalidade.
Por isso, caso o reclamante, ainda que beneficiária da justiça
gratuita, neste ou em outro processo, receba créditos suficientes para pagar os
honorários de sucumbência, de forma total ou parcial, se requer a reserva de
créditos em benefício dos advogados que representa a Reclamada.

Observe-se que o C. STJ tem cristalizado sua jurisprudência no


sentido de que “os honorários advocatícios têm natureza alimentar, sendo
possível a penhora de verbas remuneratórias para o seu pagamento”, não
havendo qualquer impeditivo ao pagamento de honorários através de créditos
remuneratórios eventualmente deferidos nesta ação.

No que tange aos honorários de sucumbência eventualmente


devidos ao reclamante, em caso de sucesso total ou parcial obreiro, requer-se
que a parcela honorária seja fixada nos termos do art. 791-A, da CLT, ou seja,
entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento)
sobre o valor liquidado dos pedidos julgados procedentes ou parcialmente
procedentes, observando este D. Juízo, em decisão fundamentada, o zelo
profissional, o local da prestação de serviços, a natureza a importância da causa
e o trabalho e o tempo exigido.

VI. DOS PEDIDOS

“Ex positis”, requer

a) seja recebida e acolhida na íntegra a presente contestação,


declarando a inépcia da petição inicial, com a consequente da extinção do
processo sem resolução do mérito, com fulcro no artigo 485, do CPC;

b) caso não seja reconhecida a inépcia da inicial,


subsidiariamente, pelo exame desta, requer seja a ação julgada totalmente
IMPROCEDENTE, arcando o reclamante com os ônus decursivos da
sucumbência, inclusive ao pagamento dos honorários advocatícios em favor do
procurador da reclamada;

c) o acolhimento da impugnação ao pedido da justiça gratuita


ofertado pelo reclamante, vez que, caso contrário, admitindo apenas como
argumento, estará conspurcando o artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal.
Protesta a reclamada pela produção de todos os meios de
provas em direito admitidas, especialmente o depoimento pessoal do
reclamante, inquirição de testemunhas, juntada de novos documentos, perícias,
vistorias, etc, desde já requeridas, sem exceções.

Termos em que,

Pede deferimento.

JUSTIÇA

Indaiatuba, 28 de novembro de 2022

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