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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 50 VARA DO TRABALHO DE

CURITIBA/PR

Processo n° 000153-80.2022.5.09.0050

RIBEIRO LTDA, já devidamente qualificada nos autos em epígrafe da


reclamação trabalhista movida por MARCOS DA SILVA, também já
qualificado nos autos, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,
por intermédio de seu procurador infra-assinado, interpor RECURSO
ORDINÁRIO, nos termos do art. 895, I, da CLT, visando a revisão da
sentença de fls. xx, a partir dos fatos e dos direitos a seguir expostos.

Informa-se que todos os pressupostos de admissibilidade foram observados. Reclamante


intimado da R. Sentença em xx/xx/xxxx, fim do prazo em xx/xx/xxxx, recurso interposto em
xx/xx/xxxx, sendo, portanto, tempestivo e tendo V. Excelência deferido o benefício da justiça
gratuita em favor do reclamante não carece de preparo.

Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, a intimação da parte contraria


para, querendo, apresentar contrarrazões, e após seja o presente recurso remetido ao Egrégio
Tribunal do Trabalho da xx Região.

Termos em que,
Pede deferimento

Local e data

Advogado(a)
OAB n° …..
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9° REGIÃO

RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: RIBEIRO LTDA.


RECORRIDO: MARCOS DA SILVA
PROCESSO N°: 000153-80.20225.09.0050
ORIGEM: 50° VARA DO TRABALHO DE CURITIBA/PR

Egrégia turma,
Nobres julgadores

Nos autos do processo em epígrafe foi prolatada decisão que julgou procedente os
pedidos autorais, porém a R. Sentença não merece ser mantida, pelas razões que passa a
expor:

1. DAS RAZÕES DA REFORMA DA SENTENÇA


1.1. DA PRESCRIÇÃO DAS COMISSÕES
O Eminente Juízo a quo reconheceu a ilicitude da supressão, ocorrida em 15/12/2017,
de comissões pagas desde a admissão do empregado em 03/10/2016, entendendo que a
prescrição era parcial, alcançando os últimos cinco anos, já que se tratava de rubrica
assegurada por lei, além de se tratar de alteração prejudicial ao empregado, vedado pelo art.
468, caput da CLT.
Considerando a demissão em 15/12/2017 e o ajuizamento da ação em 07/02/2023, fica
claro que a reclamação trabalhista foi ajuizada fora do quinquênio legal, ou seja, decorridos
mais de cinco anos entre a data do início da ação e a supressão da parcela, aplica-se a
prescrição total da ação, por tratar-se de parcela não assegurada por preceito da lei, conforme
Súmula n° 294 do TST e OJ 175 do TST . Diante dos fatos, restou inequívoco que a
respeitável decisão não merece prosperar, devendo ser reconhecida a prescrição total das
comissões.

1.2. DO SALÁRIO FAMÍLIA


O magistrado de primeira instância deferiu o pagamento de duas cotas mensais de
salário-família para os filhos capazes do Recorrido, os quais tinham 15 (quinze) e 17
(dezessete) anos de idade, na data da contratação do trabalhador, ao enfatizar que a
documentação não fora solicitada na sua admissão, trazendo-lhe prejuízo. Contudo, conforme
o art. 2° da Lei n° 4.266/63 e o art. 66 da Lei n°8.213/91, o benefício do salário-família aplica-se
somente aos empregados com filhos menores de até 14 anos de idade, ou dependentes
inválidos de qualquer idade. Considerando que os menores não eram inválidos e já haviam
ultrapassado a idade limite à obtenção do benefício, a respeitável sentença não merece
prosperar, devendo ser reformada em sua integralidade, no sentido de não conceder as
referidas cotas salariais.

1.3. DO DANO MORAL


Foi concedida indenização por dano moral pela humilhação sofrida pelo Recorrido na
dispensa, a qual, conforme a sentença, foi comunicada por um colega de mesma função numa
sala particular. Proferiu o magistrado entendimento a favor do Recorrido, no sentido que
somente superior hierárquico poderia informar ruptura contractual. Contudo, no caso em tela
não se observa violação à personalidade do trabalhador, ainda mais que não existe norma que
incite que a demissão seja realizada por um superior. Importante ratificar que a demissão foi
realizada em lugar reservado e, portanto, apropriado, justamente de forma a não causar
constrangimento ao trabalhador. Portanto, os requisitos da responsabilidade civil, previstos nos
arts. 186 e 927, caput, do CC, quais sejam, culpa, dano e nexo causal, não se acham
configurados na presente situação. Diante do exposto, requer a retificação da decisão de forma
a anular o pagamento da indenização a título de danos morais.

1.4. DA DIFERENÇA SALARIAL


Sob a alegação de violação dos princípios constitucionais da isonomia e da dignidade
da pessoa humana, foi deferida diferença salarial correspondente à substituição do Sr. Paulo
pelo empregado ora Recorrido, sendo que o antecessor auferia salário 20% superior ao do
Recorrido. Entretanto, conforme a Súmula n° 159, II, do TST, “vago o cargo em definitivo, o
empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do antecessor”. Portanto, tal
decisão não merece prosperar, pois a substituição não foi de caráter meramente eventual,
sendo definitiva, em virtude de cargo vago, razão pela qual requer a anulação da diferença
salarial concedida na sentença de Primeira Instância.

1.5. DA REINTEGRAÇÃO AO EMPREGO


Na R.Sentença, foi deferida a reintegração ao emprego, pois na dispensa (07/02/2023)
o autor não foi submetido a exame demissional, conforme previsto no art. 168, II, da CLT. Não
obstante, a partir do artigo em questão, além das penalidades previstas pela CLT pelo
descumprimento das disposições relativas à segurança e medicina do trabalho, a falta do
exame, mesmo que obrigatório, não gera garantia de emprego, nem estabilidade. Além do
mais, foi constatado em perícia judicial que o Recorrido encontra- se em perfeito estado de
saúde. Portanto, não há base legal para a reintegração deferida, sendo evidente que a referida
decisão merece ser reformulada.

1.6. DAS VERBAS HONORÁRIAS


Conforme consta na sentença do Juízo a quo, foi concedida verba honorária de 15%
sobre o valor da condenação. Cabe ressaltar que, na reclamação trabalhista ajuizada, o
Recorrido, Marcos da Silva, foi assistido por advogado particular. Nos termos da Súmula 219
do TST e da OJ 305 do TST, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios ainda
depende da parte estar assistida por sindicato da categoria, e perceber salário inferior ao dobro
do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não possa demandar sem
prejuízo do próprio sustento ou de sua família. Considerando que não foram preenchidos os
requisitos, a Recorrente requer a anulação da verba honorária concedida.

2. PEDIDO DE REFORMA
Diante dos fatos apresentados e por todo o exposto acima, requer-se o conhecimento
do presente recurso, bem como seu total provimento, acolhendo na integralidade os pleitos
acima mencionados e a consequente reforma da sentença de primeira instância, julgando
improcedentes os pedidos da inicial.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e Data.

Advogado(a)
OAB n° xxxx
https://agustinho66.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/364994664/modelo-recurso-ordinario#:~:tex
t=Foi%20reconhecida%20a%20ilicitude%20da,da%20SDI%2D1%20do%20TST.

QUESTÃO 01 - a) Nos termos do Art. 457, caput, da CLT, a gorjeta é uma paga feita por
terceiros, razão pela qual tem natureza remuneratória.
b) A pretensão procede. Procede, pois o FGTS incide sobre a remuneração do empregado.
Súmula 354 OU Súmula 63, do TST. O valor das gorjetas integrará a base de cálculo dos
depósitos do FGTS. Conforme dispõe o Art. 15, caput, da Lei n. 8.036/90, os empregadores
ficam obrigados a depositar a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração
paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador. Logo, a base de incidência do FGTS é a
remuneração do empregado, que inclui as gorjetas recebidas (Art. 457, caput, da CLT, e
Súmulas 63 e 354, do TST).

QUESTÃO 02 - a) Sim, tratando-se de omissão no julgado, os embargos de declaração podem


ter efeito modificativo, na forma do Art. 897-A, da CLT e Súmula n. 278, do TST.
b) Não há nulidade, pois os embargos de declaração opostos contra sentença, mesmo
havendo pedido de efeito infringente, não se submetem ao contraditório, na forma da OJ 142,
II, do TST. Tal se justifica em razão do efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário.
Súmula 393, do TST OU Art. 515, § 1º, do CPC

QUESTÃO 03 - a) Considerando que a Fazenda Pública terá o prazo em dobro, poderá opor
embargos declaratórios em 10 dias, na forma da OJ 192 do TST, Art. 1º, II ou III, do Decreto Lei
n. 779/69 e Art. 188, do CPC.
b) 30 dias, na forma do Art. 1º-B da Lei n. 9.494/97, acrescentado pela Medida Provisória nº
2.180-35, de 24.08.2001, em vigor conforme o Art. 2º, da EC nº 32/2001.

QUESTÃO 04 - a) A direção agiu corretamente, pois o prazo de licença dos professores é


especial, de nove dias, sobrepondo-se a quantidade normal que é de três dias, na forma do Art.
320, § 3º, da CLT.
b) O efeito será a interrupção do contrato de trabalho, de modo que os salários serão pagos
pelo empregador.

Diante dos fatos apresentados e por todo o exposto acima, requer-se o conhecimento e o
provimento do presente Recurso Ordinário, com os respectivos acolhimentos de mérito, e a
consequente reforma da decisão de primeira turma, acolhendo na integralidade os pleitos
acima mencionados e julgando improcedentes os pedidos da inicial.
Por todo o exposto, requer-se o conhecimento do presente recurso, bem como seu total
provimento; O provimento do recurso para competente reforma da sentença recorrida; que seja
proferido novo julgamento enfrentando mérito pela procedência do pedido
Diante dos fatos apresentados e das provas contidas nos autos, a Recorrente requer que o
presente recurso seja conhecido provido, a com a consequente reforma da sentença em sua
integralidade e o acolhimento dos pontos aqui elencados.

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