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PEÇA PROCESSUAL:

Tramita perante a 2ª Vara do Trabalho de Ji-Paraná a RT nº 000153-80.2022.5.09.0092, ajuizada


em 06/05/2022 por Florisbaldo Pereira Santos, assistido por advogado particular, contra o
Armarinhos Vila Santos. Nela foi proferida sentença que, em síntese, assim julgou os pedidos
formulados a seguir. (i) Foi reconhecida a ilicitude da confessada supressão das comissões, que
eram pagas desde a admissão, ocorrida em 13/10/2015, mas abruptamente ceifadas pelo
empregador em 25/12/2016. Entendeu o magistrado que a prescrição, na hipótese, era parcial,
alcançando os últimos 5 anos, e não total como advogado na peça de bloqueio, já que se tratava
de rubrica assegurada por preceito de lei, além de se tratar de alteração prejudicial ao
empregado, vedada pelo art. 468, caput, da CLT. (ii) Foi deferido o pagamento de duas cotas
mensais de salário-família para os filhos capazes do reclamante, que, na admissão do obreiro,
contavam com 15 e 17 anos, respectivamente. Enfatizou o magistrado que não foi solicitada a
documentação pertinente quando do ingresso do demandante, gerando prejuízo financeiro para
o trabalhador. (iii) Foi concedida indenização por dano moral pela humilhação sofrida pelo
reclamante na saída. É que, por determinação do empregador, ele foi comunicado de sua
dispensa por intermédio de um colega de trabalho que exercia a mesma função, que o chamou
em particular numa sala, para lhe dar a fatídica notícia. Encampou o magistrado o entendimento
do reclamante, no sentido de que somente um superior hierárquico poderia informar acerca da
ruptura contratual, e que a forma eleita pela ré seria indigna e vexatória. Uma vez que o autor
foi contratado em substituição ao Sr. Florisbaldo, dispensado em 05/10/2015, foi deferida a
diferença salarial, porque o antecessor auferia salário 20% superior ao do reclamante, o que,
segundo a decisão, violaria os princípios constitucionais da isonomia e da dignidade da pessoa
humana. Foi deferida a reintegração ao emprego, porque na dispensa, ocorrida em 06/04/2022,
o autor não foi submetido a exame demissional, conforme previsto no art. 168, II, da CLT, gerando
então, na ótica do reclamante e do magistrado, garantia no emprego. Contudo, a tutela
antecipada foi indeferida, pois foi constatado por perícia judicial que o autor encontrava-se em
perfeito estado de saúde. Foi concedida verba honorária na razão de 15% sobre a condenação.
A sentença foi proferida de forma líquida, com valor de R$ 60.000,00 e custas de R$ 1.200,00.
Considerando que todos os fatos apontados são verdadeiros, e não cabendo Embargos de
Declaração, visto que a decisão foi clara em todos os aspectos, apresente a peça pertinente aos
interesses da empresa, sem criar dados ou fatos não informados.
AO DOUTO JUIZO DA 2º VARA DO TRABALHO DE JI-PARANÁ – RO

AUTOS Nº RT nº 000153-80.2022.5.09.0092

Armarinhos Vila Santos, já devidamente qualificada por intermédio de seu Advogado nos
autos RT nº 000153-80.2022.5.09.0092 que lhe move Florisvaldo Pereiro Santos, já devidamente
qualificado nos autos, vem a presença de vossa Excelência, com fulcro no art. 895, I DA CLT,
interpor:

RECURSO ORDINÁRIO, inconformada com a R. sentença.

I – DO PREPARO

O preparo necessário para a interposição do presente recurso foi devidamente


recolhido, conforme comprovantes em anexo, sendo eles, as custas e o depósito recursal, com
fulcro nos Art. 789 e 899 da CLT.

II – DA TEMPESTIVIDADE

Considerando que a R. sentença foi publicada no dia 10 de abril de 2023, tomando o


recorrente ciência nesta data , e os prazos para a interposição do recurso são contados em dias
úteis com exclusão do primeiro dia e inclusão do dia do vencimento, conforme art. 775 da CLT,
sendo o prazo final para interposição é o dia 20 de abril de 2023, por isso, é plenamente
tempestivo.

Requer, seja o recorrido, notificado para querendo apresentar as contrarrazões no prazo


legal, conforme art 900 da CLT.

Requer ainda, que o presente recurso seja remetido ao Egrégio Tribunal Regional, para
conhecimento e apreciação das razões recursais.

Ji-Paraná, 17 de Abril de 2023

Vitor Thiago Camargo

OAB / RO 0301
AO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO ..... REGIÃO

RECORRENTE: Armarinhos Vila Santos

RECORRIDO: Florisvaldo Pereira Santos

PROCESSO Nº: 000153-80.2022.5.09.0092

ORIGEM: 2º VARA DO TRABALHO DE JI-PARANÁ – RO

Eminentes Julgadores

I – SINTESE DA SENTENÇA

A sentença reconheceu a ilicitude na supressão das comissões, entendendo o


Magistrado sobre a prescrição parcial, pois o corte nas comissões eram prejudiciais ao
empregado; deferiu o pagamento de duas contas mensais de salário família, concedeu
indenização por dano moral, pois a dispensa foi comunicada por um colega de trabalho; deferiu
a diferença salarial em razão de seu antecessor ter recebido mais; deferiu a reintegração ao
emprego por não ter o recorrido sido submetido a exame demissional; foi concedido honorários
em 15% e custas no valor de R$1200,00 (um mil e duzentos reais).

II – DA PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

O magistrado, reconheceu na sentença a ilicitude da confessada supressão das


comissões que eram pagas desde a admissão, ocorrida em 13/10/2015, mas abruptamente
ceifadas pelo recorrente em 25/12/2016, pois entendeu que a prescrição era parcial, pois se
tratava de rubrica assegurada por preceito de lei e se trata de alteração prejudicial ao
empregado.

Ocorre que a supressão ocorreu em 25/12/2010 e a ação foi ajuizada em 06/05/2015,


mais de 7 anos após, e conforme previsto o art. 7º, XXIX da CF e no Art 11 da CLT, prescreve em
5 anos a pretensão quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, dessa forma, não
há a possibilidade de julgar a matéria pois encontra-se prescrita, é o que assegura também a OJ
175 da SDI-I e a Sumula 294 do TST, que é suscetível de operar prescrição total da ação pois
cuida-se de parcela não assegurada por preceito de lei.

Sendo assim, requer a extinção com resolução de mérito, nos termos do art. 487, II do
CPC.

II – DO SALÁRIO FAMÍLIA

Na Sentença, o magistrado deferiu o pagamento de duas cotas mensais do salário família


para os filhos capazes do reclamante, que, na admissão do obreiro tinha 15 e 17 anos,
enfatizando que não foi solicitada a documentação pertinente quando do ingresso do
demandante, gerando prejuízo financeiro para o trabalhador.
Ocorre que, na ocasião de ingresso do demandante, os seus filhos já tinha idade superior
ao teto do benefício, desta maneira não tendo mais direito a receber o mesmo, pois só se
enquadram a dependentes de até 14 anos, na melhor forma do disposto no decreto nº 3048/99
que dispõe sobre a previdência social em seus artigos 83, “caput” e art 88, II do referido decreto,
sendo de responsabilidade do empregado a apresentação da documentação necessária com
base no art. 84, “caput” e seus §§ do mesmo diploma legal.

Ante o exposto, requer que a sentença seja reformada para julgar totalmente
improcedente o pedido de salário família, extinguindo o processo com base no art. 487, I, do
CPC.

III – DO DANO MORAL

O magistrado concedeu indenização por dano moral pois o empregado foi comunicado
de sua demissão por um colega de trabalho que exercia a mesma função, que o chamou em
particular numa sala para lhe dar a notícia, o que, somente um superior hierárquico poderia
fazer.

Porém o capítulo V da CLT, em seus artigos 477 à 486, dispõe sobre a rescisão do
contrato, não havendo disposições sobre como deve ser realizada a comunicação da demissão,
sendo facultado ao empregador decidir. Observa-se que a comunicação foi de forma tranquila,
em sala privada, e que o empregado recebeu todas as verbas as quais tinha direito e não houve
nenhum ato vexatório ou humilhante por parte do empregador que observou todos os princípios
da dignidade da pessoa humana, em harmonia ao Art. 5º, II e X da CF/88, para proceder da
melhor forma possível, não havendo razões para pagamento de danos morais.

Dessa forma, requer a reforma da sentença para julgar totalmente improcedente o


pedido de dano moral extinguindo o processo com base no art 487, I do CPC.

IV – DA DIFERENÇA SALARIAL

O magistrado deferiu diferença salarial, pois o recorrido foi contratado em substituição


ao Sr. Florisvaldo, dispensado em 05/10/2015, que receberia salário de 20% superior, o que viola
os princípios constitucionais da isonomia e dignidade da pessoa humana.

Ocorre que, o art. 461 da CLT, “Caput”, dispõe que o salário será igual se a outra pessoa
trabalhar no mesmo local, exercendo mesma função, disposta também sumula 159, II DO TST.

Desta forma, por não ter os requisitos necessários, tendo em vista que o paradigma já
não mais laborava na empresa, requer que a sentença seja reformada para julgar totalmente
improcedente o pedido de diferença salarial a fim de extinguir, com base no art 487, I do CPC.

V – DA REINTEGRAÇÃO AO EMPREGO

O magistrado deferiu a reintegração ao empregado, pois não dispensa o autor não foi
submetido ao exame demissional.

Ocorre que, de acordo com o art 168 § 3º da CLT, o Ministério do Trabalho estabelecerá,
de acordo com o risco de atividade e exposição a periodicidade dos exames e como no caso em
tela não havia exposição e nem risco, não havia a obrigatoriedade dos exames periódicos, bem
como, o demissional, além de que a ausência de exame demissional é uma irregularidade
administrativa e não enseja garantia de emprego bem como não é fundamento para
estabilidade.

Requer, portanto, que a sentença seja reformada para julgar totalmente improcedente
o pedido de reintegração, com base no art. 487, I do CPC.

VI – DOS HONORÁRIOS

O magistrado condenou os honorários em 15% sobre a condenação que foi de


R$60.000,00 (sessenta mil reais), o artigo 791—A, da CLT, dispõe sobre os honorários que serão
pagos pela parte sucumbente na pretensão, o que vemos, no caso, que é a parte recorrida, bem
como não estão presentes os requisitos para o seu deferimento, considerando que o recorrido
esta assistido por Advogado particular, no termos da Súmula 219, I e Súmula 329 ambos do TST.

Dessa forma, requer a reforma da sentença para condenar o recorrido ao pagamento


das custas e honorários sucumbenciais advocatícios.

VII – DOS PEDIDOS

Ante o exposto requer que o presente recurso seja acolhido, conhecido e provido para:

a) Acolher a prejudicial de prescrição quinquenal a fim de extinguir o processo, com base


no art. 487, II, do CPC.
b) Do mérito – reformar a sentença para os pedidos de salário família, dano moral,
diferença salarial, reintegração ao emprego e honorários sucumbenciais a fim de
extinguir o processo com base no art 487,I, do CPC.

Nestes termos, pede deferimento.

Ji-Paraná, RO 17 de Abil de 2023

Vitor Thiago Camargo

OAB/RO 0301

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