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AO DOUTO JUÍZO DA 3ª VARA CÍVEL DA CAMARCA DO RIO DE JANEIRO

Conforme consta nos autos do processo nº: 2022.003.222-0, ALBERTO FRANCO,


brasileiro, solteiro, médico, carteira de identidade nº 3002/RJ, CPF: 0004, e-mail:
dralberto@gmail.com, residente e domiciliado à Rua Aleluia, nº 230, Apartamento: 508,
Copacabana/RJ, CEP: 87.560-30, por intermédio,

Vitor Thiago Camargo, casado, OAB 0301 RO, CPF 69950563291 RG 786242 SSP/RO, e-
mail vitorthiagocamargo@gmail.com, telefone (Whatsapp / Telegran (69) 992710099, Rua Rio
Candeias, 396 – Bairro Parque São Pedro, Rio de Janeiro, CEP 76.345-000 onde recebe
intimações de estilo,

Vem a presença de V. Excelência, com fulcro no artigo 335 CPC, oferecer

CONTESTAÇÃO, em face da AÇÃO DE DESPEJO, que lhe move

RICARDO SOUZA, já qualidficados nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e


direito a seguir expostos:

em face da AÇÃO DE DESPEJO, que lhe move, pelas razões de fato


e direito a seguir expostos:

I – BREVE SÍNTESE DOS FATOS:

O requerido celebrou contrato de locação de imóvel com cláusula compromissória,


em 01/08/2020, do imóvel sito à Rua Aleluia, nº 230, Copacabana/RJ, com o Sr Mariano Silva
(conforme contrato anexo às fls 3), com prazo determinado de 30 (trinta) meses, estabelcido o
valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) mensais, com vencimento tendo sido ajustado para todo
1º (primeiro) dia útil do mês.
Ocorre que, o requerido vem cumprindo com o adimplemento mensal
rigorosamente, conforme comprovantes assinados anexos às fls 04 e 05 e, foi surpreendido
pela Ação de Despejo ajuizada pelo requerente, que alega nua propriedade do imóvel em tela
e direito ao recebimento dos valores pleiteados.

II – DAS PRELIMINARES
II a) – DA AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE

O requerente, alega possuir nua propriedade do imóvel objeto desta ação e portanto
pleteia em face de ação de despejo junto ao requerido, direito ao aluguéis adimplidos. Porém
a relação contratual foi estabelecida entre o requerido e o Usufrutário Vitalício do bem,
Mariano Silva.
Conforme regula o Art 17 CPC, Art. 337,XI CPC e Código Civil, em seu artigo 1.394, O
usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos, e o artigo 1.410,
inciso I, trata do Usufruto Vitalício, que diz que, “o Usufruto extingue-se, cancelando-se o
registro no Cartório de Registro de Imóveis, pela renúncia ou morte do Usufrutuário”,
conforme verifica-se o Usufrutuário, na cópia do Registro do Imóvel anexa às fls 06, faz jus à
posse e percepção dos frutos do bem em tela, ou seja, o usufrutuário possui a posse direta do
bem, já o nu-proprietário (que é o caso do requerente) possui a posse indireta, e a expectativa
de adquirir a posse plena.
Portanto, ainda que o requerente seja nu-proprietário, não possui a posse plena do
bem, não sendo legítimo para ajuizar ação de despejo, em face do exposto, requer seja extinto
o processo sem julgamento de mérido pela ausência de legitimidade do requerente (artigo
485, inciso VI CPC/15).

Se esse não for esse o entendimento, que seja acolhida então a preliminar:

II b) – DA EXISTÊNCIA DE CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM

O requerido, em 01/08/2020, firmou contrato de locação do imóvel, objeto desta


ação, com o Usufrutuário Vitalício do bem, consta que, o contrato que é negócio jurídico, que
regula a vontade das partes, possui cláusula compromissória (Art 337,X CPC), ou seja, deixaram
pré-estabelecidos contratualmente a forma de resolução de possíveis conflitos a serem
dirimos em face da relação contratual que é a Arbitragem, um método alternativo de
resolução de conflitos extrajudicial, regulado pela Lei nº 9.307/96, art 3º.
\\Art 337, X CPC.
A presença da cláusula compromissória expressa no contrato estabelecido entra as
partes (anexo às fls 03), define a Arbitragem como método pré-estabelecido para resolver as
questões contratuais corroborando com o que é definido pelo artigo 4º caput, da Lei de
Arbitragem: “A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um
contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir,
relativamente a tal contrato”.
Portanto, em virtude da presença da cláusula compromissória expressa na relação
contratual, conforme artigo 485, inciso VII, requer seja extinto o processo sem resolução de
mérito.
Se esse não for esse o entendimento, que seja acolhido:

II c) AUSENCIA DE PRESUPOSTO PARA AÇÃO DE DESPEJO

O requerido firmou contrato de locação do imóvel, objeto desta ação de despejo,


com o Usufrutuário do Bem, em 01/08/2020 para fins de moradia, não figurando o requerente
à esta relação contratual.
As ações de despejo têm por fundamento pressuposto, dentre outros, atos
relacionados ao descumprimento contratual, conforme artigo 59, inciso I da Lei 8.245/91,
denominada Lei do Inquilinato: em contratos que ainda estão em vigência.
Portanto, por não haver relação contratual entre o requerente e o requerido, no
contrato em vigência, requer seja extinto o processo sem julgamento de mérito (Art. 485, IV)
Se esse não for entendimento, que seja acolhido:

III DO MÉRITO

III a) DA NÃO OBRIGAÇÃO DE PAGAR

Aos dias 01/08/2020, o requerido, firmou contrato de locação do imóvel, pelo prazo
de 30 (trinta) meses para fins de moradia, com o Usufrutuário do bem, ficando determinado
que, cumpriria com o adimplemento de R$ 2.000,00 (dois mil reais) todo 1º dia útil.
Consta que, conforme recibos anexos às fls 04 e 05 nos autos do processo, o
requerido cumpriu rigorosamente com o adimplemento da obrigação, cumprindo com o dever
do locatário, de pagar pontualmente o aluguel pré-estabelecido contratualmente, conforme
define o artigo 23, da Lei nº 8.245/91.
Portanto, requer seja julgado improcedente o pagamento no valor de R$ 12.000,00
(doze mil reais).

DOS PEDIDOS:
Diante de todo o exposto, requer:
Que seja acolhido em face de preliminar:
a) A ausência de legitimidade com extinção do processo sem julgamento de
mérito (art 485, inciso VI CPC/15),
Se esse não for o entendimento;
b) Seja reconhecida a existência de convenção de Arbitragem art 4º caput Lei
nº 9.307/96) e seja o processo extinto sem julgamento de mérito (Art 485, inciso VII
CPC);
Se esse não for o entendimento:
No mérito:
b) seja reconhecida a ausência de pressuposto para ação de despejo (art 59,
inc I, Lei 8.245/91), sendo extinto o processo sem julgamento de mérito
(art 485, inc IV)
Se esse não for o entendimento:
c) requer seja julgado improcedente o pedido para pagamento no valor de R$
12.000,00 (art 23, da Lei nº 8.245/91) e 487, VII CPC.

d) Provar o alegado por todos os meios de prova previsto em lei,


especialmente pelos documentos ora juntados aos autos.

e) seja condenado o requerente ao pagamento de custas e honorários


advocatícios aos termos do arts 82 e 85 §2º do CPC/15.

Protesta provar o alegado, por todos os meios de pova em direito admitidos, depoimento
pessoal, prova testemunhal, pericial, documental. (artigo 369 e ss CPC/15).

Nestes termos, pede e espera deferimento:

Rio de Janeiro/RJ, 15 de Setembro de 2022

Vitor Thiago Camargo


OAB/RO: 0301
Observações:
(AUTOR E RÉU??? REQUERENTE E REQUERIDO??)
Rito Comum: se não houver c/c cobrança de aluguéis
Rito Especial: se houve c/c cobrança de valores.

De conformidade com o disposto na parte final do caput do art. 59 da Lei 8.245/1991, as ações de
despejo, em regra, terão o rito comum (o antigo rito ordinário do CPC/73). Se, contudo, houver falta
de pagamento, o procedimento a ser observado será o especial (art. 62 da Lei 8.245/1991).

Lei do Inquilinato: Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo
terão o rito ordinário.

§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da


audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses
de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo:

I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado
pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis
meses para desocupação, contado da assinatura do instrumento;

A JURISPRUDÊNCIA ENTENDE NÃO SER CABÍVEL RECONVENÇÃO POR DANOS MORAIS, DEVIDO
A CELERIDADE PROCESSUAL. (PARA NENHUMA DAS PARTES)

Não tem prejudiciais de mérito.


A pretensão relativa a dívidas decorrentes da locação prescreve em 3 (três) anos,
conforme dispõe o artigo 206, § 3º, inciso I, do Código Civil1. Não exercido o direito
dentro do referido prazo, opera-se o instituto da prescrição, fulminando, dessa forma, a
pretensão do interessado.

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