Você está na página 1de 6

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8ª VARA

CÍVEL DE CARIRI DO OESTE – ESTADO DO PERNAMBUCO

AUGUSTE DUPIN, brasileiro, viúvo, desempregado, inscrito no


cadastro de pessoas físicas sob o nº 123.456.789-00, e-mail dupin@gmail.com,
residente à rua Elm, nº 72, Nova Londres-AL, vem respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado in fine assinado, com
supedâneo nos artigos 9º, III, e 62 da Lei 8.245/1991, e-mail
advfilhos@gmail.com, cuja qualificação e indicação do escritório constam na
procuração anexa, onde ali aponta o endereço para receber notificações e
intimações, vem propor

AÇÃO DE DESPEJO COM PEDIDO LIMINAR DE DESOCUPAÇÃO


DO IMÓVEL C.C COBRANÇA DE ALUGUÉIS

em face de EUGENIE LALANDE, brasileira, (estado civil), cuidadora de idosos,


inscrita no cadastro de pessoas físicas sob o nº 159.753.987-20 e-mail
lalande@gmail.com, residente à Rua Morgue, s/n na cidade de Cariri do Oeste-
PE, com fulcro no art. 5º c.c. 59, 1§º IX e 62, I da Lei Federal nº 8.245/91,
seguindo o rito ordinário com observância do art. 59 e seguintes da Lei Federal
8.245/91, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA

E por ser o autor maior de 60 anos, cabe apontar a tramitação


prioritária para o curso processual, fulcro no art. 71 da Lei nº 10.741/03 e art.
1.048 do Código de Processo Civil.

DA JUSTIÇA GRATUITA

Junta-se a declaração de pobreza, assinada por duas testemunhas


para confirmar o alegado a fim de justificar a concessão da gratuidade da
justiça, nos moldes dos artigos 98 a 102 c/c art. 5º, LXXIV da Constituição
Federal.

DOS FATOS

O autor, Auguste Dupin, é proprietário do imóvel residencial urbano


localizado à Rua Morgue, s/n, no Município de Cariri do Oeste, Estado do
Pernambuco.

Em 13 de março de 2020, o autor formalizou contrato de locação do


referido imóvel com a Sra. Eugene Lalande, pelo valor de R$ 1.800,00 (mil e
oitocentos reais) mensais. Ocorre que há 3 (três) meses, a senhora Eugenie
Lalande, sem apresentar qualquer justificativa, deixou de arcar com os
alugueres, que seriam a única fonte de renda do Sr. Auguste Dupin que está
desempregado desde o falecimento de sua esposa, há 2 anos.
Insta consignar que a requerida é cuidadora de idosos e, devido à
relação de confiança estabelecida entre ela e o Sr. Auguste, não foi firmada
nenhuma espécie de garantia contratual, até porque, o autor jamais esperou
que teria problemas com o pagamento dos alugueres.
Dessa forma, não restou alternativa ao autor senão buscar o judiciário
para ver resguardado seu direito.

DO DIREITO

Temos que em nosso ordenamento jurídico que a lei n° 8.245, de 18 de


outubro de 1991, com as alterações trazidas pela lei 12.112 de 2009 regula a
locação de imóveis.

É previsão da mesma lei, em seu artigo 9° a possibilidade de rescisão


do contrato de locação na ocorrência do descumprimento de quaisquer das
cláusulas pactuadas, bem como por inadimplência, vejamos:

Art. 9° A locação também poderá ser desfeita:


[...]

III - em decorrência da falta de pagamento do em decorrência da


falta de pagamento do em decorrência da falta de pagamento do

aluguel e demais aluguel e demais encargos;

Temos ainda que é dever do locatário, entre outras, pagar em dia os


valores pactuados, in verbis:

Art. 23. O locatário é obrigado a:

I - Pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou


contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o
sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando
outro local não tiver sido indicado no contrato;

Quanto a propositura da presente ação, o art. 5º da Lei Federal nº


8.245/91 é didático ao definir seu cabimento, assim consignando: “Seja qual for
o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é
a de despejo”.
No que tange a cumulação da ação com cobrança dos aluguéis em
atraso, de igual forma, a legislação é cristalina a respeito, senão vejamos:
Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de
aluguel e acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de
aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o
seguinte:
I – o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido
de cobrança dos aluguéis e acessórios da locação; nesta hipótese, citar-se-á o
locatário para responder ao pedido de rescisão e o locatário e os fiadores para
responderem ao pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com a inicial,
cálculo discriminado do valor do débito. (BRASIL, 1991, [s. p.])
Assim, com fulcro na normativa vigente, busca-se a rescisão do
instrumento contratual, com a determinação de despejo da requerida e a
cobrança dos aluguéis em atraso.
DO PEDIDO LIMINAR

Como apontado anteriormente, o autor é pessoa idosa, tendo como


única fonte de renda os aluguéis oriundos do contrato firmado com a requerida,
assim, o não pagamento dos alugueres devidos fatalmente põe em risco a
subsistência do autor, demonstrando a existência de “periculum in mora” no
caso de não serem adotadas medidas de urgência.
A este respeito, a Lei Federal 8.245/91, em seu art. 59,
§1º é didática: Art. 59 [...]
§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias,
independentemente da audiência da parte contrária e desde que
prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas
ações que tiverem por fundamento exclusivo:
[...]
IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no
vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias
previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de
extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de
motivo. (BRASIL, 1991, [s. p.])

Conforme exposto, ante a relação de confiança existente entre as


partes, não foi firmada nenhuma espécie de garantia contratual, até porque, o
autor jamais esperou que teria problemas com o pagamento dos alugueres,
enquadrando-se a situação narrada, na hipótese do artigo supramencionado.
Desta forma, requer-se a concessão de liminar para desocupação do
imóvel em quinze dias, acostando comprovante da prestação de caução
equivalente a três meses de aluguel.
Os valores do débito, atualizados, estão sob os seguintes patamares:

Maio/2022
Aluguel R$ 1.800,00
Multa (10%) R$ 180,00
Juros de mora (1%) R$ 18,00
Subtotal R$ 1.998,00
Total (1) R$ 1.998,00

Junho/2022
Aluguel R$ 1.800,00
Multa (10%) R$ 180,00
Juros de mora (1%) R$ 18,00
Subtotal R$ 1.998,00
Total (2) R$ 1.998,00

Julho/2022
Aluguel R$ 1.800,00
Multa (10%) R$ 180,00
Juros de mora (1%) R$ 18,00
Subtotal R$ 1.998,00
Total (3) R$ 1.998,00

Total (1) + Total (2) + Total (3) R$ 5.994,00

Honorários advocatícios - 20% (Cláusula 10) R$ 1.198,80

TOTAL GERAL R$ 7.192,80

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Atendendo o disposto no artigo 319, VII do Código de Processo Civil,


vem a parte autora informar que NÃO tem interesse na audiência de
conciliação ou mediação.

DO PEDIDO

Ante o exposto, o autor requer a concessão de medida liminar, para


desocupação do imóvel no prazo de quinze dias, nos termos do art. 59, §1º, IX
da Lei Federal nº 8.245/91 e ainda:
a) A concessão da tramitação prioritária, nos termos do art. 71 da
Lei nº 10.741/03 e art. 1.048 do Código de Processo Civil, bem como da
gratuidade da justiça, nos moldes dos artigos 98 a 102 c/c art. 5º, LXXIV da
Constituição.
b) A citação da requerida, por correspondência com aviso de
recebimento, nos termos do art. 58, IV da Lei Federal 8.245/91.
c) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, por ser o autor
pobre na acepção jurídica do termo.
d) Requer, por fim, que seja julgado procedente o pedido,
confirmando a liminar de despejo concedida e, ainda, condenando a requerida
ao pagamento dos aluguéis em atraso devidamente atualizados.
Pretende o autor provar os fatos apresentando por todos os meios de
prova em direito admitidos, em especial a testemunhal, documental e pericial,
protestando, ainda, pela produção das demais provas que eventualmente se
fizerem necessárias no curso da lide.
Dá-se à causa o valor de R$ 15.600,00 (quinze mil e seiscentos reais).

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Cariri do Oeste, 30 de novembro de 2022.

Carlos Antônio Medeiros - Advogado OAB 263

Você também pode gostar