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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ ª VARA CÍVEL DA

COMARCA DE JUAZEIRO DO NORTE-CE.

AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO c/c COBRANÇA DE


ALUGUEL

TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA ESTATUTO DO IDOSO ART. 71, Lei


10.741/2003.

(NOME), nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº.... e do CPF


nº...., residente e domiciliada no endereço.... , CEP.: ...., telefone de contato ...., sem
endereço eletrônico, intermediado pela Defensoria Pública Estadual, vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE
DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO c/c COBRANÇA DE ALUGUEL,
observando-se o rito ordinário, conforme artigo 59 da Lei 8.245/91 e na Lei
12.112/09 que alterou artigos da Lei 8.245/91 – LI, em face de (NOME),
nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº.... e do CPF nº....,
residente e domiciliada no endereço.... , telefone de contado ...., o, na qualidade de
locadora, pelas razões de fato e de direito a seguir expostos:

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A autora requer, inicialmente, os benefícios da Justiça Gratuita por ser pobre na


forma da Lei, conforme declaração de hipossuficiência em anexo. Não dispondo de
numerários suficientes para arcar com taxas, emolumentos, depósitos judiciais,
custas, honorários ou quaisquer outras cobranças dessa natureza sem prejuízo de sua
própria subsistência e de sua família, o suplicante requer a assistência da Defensoria
Pública tudo consoante com o art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, bem como,
consoante o art. 98, §§ 1º e 5º do NCPC.

DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA

A requerente conta, atualmente, com 66 anos de idade, como se pode verificar,


através das cópias dos seus documentos pessoais em anexo. Portanto, requer a autora
que seja dada tramitação preferencial ao presente feito, com base no art. 71 do
Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), e no art. 1.211-A do CPC (alterado pela Lei
12.008/09 de 29 de julho de 2009) que asseguram a prioridade na tramitação do
processo em que seja parte, pessoas a partir dos 60 anos de idade, bastando que se
anote tal condição em local visível nos autos.

DAS PRERROGATIVAS DA DEFENSORIA PÚBLICA

Por oportuno, é válido esclarecer que, por se tratar de parte representada


judicialmente pela Defensoria Pública Geral do Estado, possui as prerrogativas do
prazo em dobro e da intimação pessoal do Defensor Público afeto à presente Vara,
consoante inteligência do art. 5º, caput, da Lei Complementar Estadual N.º 06, de 28
de maio de 1997 [1].

O parágrafo único do supramencionado dispositivo legal, completa o mandamento


acima esposado, ao dispor que a atuação da Defensoria Pública dar-se-á em juízo
independentemente de procuração, ressalvados os casos para os quais a lei exija
poderes especiais.

DO ART. 319, II, CPC

Requer o recebimento e processamento da presente demanda ainda que não


indicados amiúde todos os dados pessoais das partes, assim também quanto a
eventual não atendimento ao inc. II do art. 319 do CPC uma vez que a obtenção de
alguns daqueles dados é, no momento, excessivamente onerosa a (o) Autor (a), a
teor do quanto autoriza o § 3º do já mencionado artigo.

DOS FATOS

A requerente locou o imóvel residencial situado à Rua Manoel Cassimiro, nº 439,


Triangulo, Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, firmando com o requerido contrato
de locação pelo prazo de 1 (um) ano, conforme cópia do contrato em anexo. O
locatário, ora demandado, vem ocupando o imóvel desde 30 de Junho de 2017.
O valor estipulado no contrato de locação a título de aluguel é de R$ 200,00
(duzentos reais), com data de vencimento para todo dia 30 (trinta) de cada mês,
seguindo os termos ajustados no respectivo contrato.

Ocorre Excelência, que, desde agosto de 2017, época em que o contrato foi firmado,
o réu ocupou o imóvel pagando apenas R$ 50,00 (cinquenta reais) referente à
prestação aos 03 (três) primeiros meses de utilização do bem, totalizando o valor de
R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) desde da ocupação do imóvel, e então, até a
presente data, nenhum valor mais foi recebido, pelo autor, como quitação de aluguel
contratado, não cumprindo assim, o requerido, com suas obrigações pecuniárias,
deixando de pagar as parcelas referentes aos meses seguintes.

A promovente já procurou o promovido por diversas vezes a fim de receber o valor


dos alugueis em atraso, no entanto, este se manteve inerte, e até a presente data
nenhuma prestação foi paga ao autor, mesmo havendo diligências mensais por parte
deste.

Inúmeras foram as tentativas verbais e amigáveis de solucionar o problema, mas sem


êxito, pois o demandado, além de não pagar as prestações referentes aos alugueis
vencidos, recusa-se a desocupar o imóvel, não demonstrando qualquer interesse em
cumprir com os termos dispostos no contrato.

Quanto à cobrança do percentual de juros por atraso no pagamento dos aluguéis,


consta na cláusula 4ª que, a após o dia do vencimento, incidirá a multa no valor de
10% (dez por cento) sobre o valor do aluguel, acrescidos de juros de 1% (um por
cento) ao mês e da correção monetária até a data do efetivo pagamento.

Vale ressaltar que o réu deixou de pagar as contas referentes à água e energia do
imóvel, onde consta no contrato na cláusula 6ª como obrigação o pagamento de
imposto tais como IPTU, taxas que recaiam ou venham a recair sobre o imóvel
locado, bem como as despesas de agua, luz e esgoto que deveriam ser pagas até o
vencimento. Perfazendo um valor de R$ 603,11 (seiscentos e três reais e onze
centavos) de água referente as meses de janeiro, fevereiro, março e abril, e o valor
de R$ 124,77 (cento e vinte e quatro reais e setenta e sete centavos) de luz, referente
ao meses de janeiro e março.

Com o descumprimento dos termos contratuais por parte do requerido, a requerente


vem experimentando dissabores, pois o valor que ia ser auferido mensalmente pela
demandada com o aluguel compõe parcela significativa do seu orçamento mensal.
Note-se que há um enorme desgaste emocional das constantes cobranças, idas e
vindas para notificar o promovido em relação ao não pagamento e a não
desocupação do imóvel, assumem um caráter negativo que o afeta psicologicamente,
produzindo na autora.

Vale salientar, que o réu foi convidado a comparecer a esta Defensoria Pública para,
amigavelmente, participar de conciliação, não tendo este comparecido ou justificado
a sua ausência, o que demonstra sua irredutibilidade e falta de interesse em cumprir
com suas obrigações contratuais.

Por todo exposto, depreende-se a impossibilidade da permanência do demandado no


imóvel de propriedade da autora, que, além de não cumprir com suas obrigações
pecuniárias, impossibilita a locadora fruir seu bem, além de ocasionar problemas que
impactam diariamente em prejuízos financeiros e psicológicos.

Convém reiterar que o réu, deliberadamente, deixou de efetuar o pagamento


completo dos aluguéis referente os alugueis dos meses de julho, agosto e setembro,
efetuando somente o valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) totalizando R$ 150,00
(cento e cinquenta reais) deixando de pagar R$ 300,00 (trezentos reais) e de outubro
de 2017 a maio de 2018 totalizando o valor de R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos
reais), o que acrescidos de juros por atraso, e as contas de energia e água, perfaz um
débito total de R$ 3.144,27 (três mil cento e quarenta e quatro reais e vinte e sete
centavos)

O requerido, até o presente momento, ainda não desocupou voluntariamente o


imóvel em tela, bem como, não vem honrando o pagamento dos respectivos
aluguéis, necessitando assim a intervenção do Judiciário para dirimir a presente
demanda.
DO DIREITO

A propositura da presente ação encontra fulcro no artigo 5º da Lei 8.245/91, o qual


dispõe acerca da ação cabível para a locador pleitear a desocupação do imóvel
objeto de locação, in verbis:

Art. 5º. Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para
reaver o imóvel é a de despejo.

A pretensão da autora encontra também arrimo no artigo 9º, incisos II e III e artigo
62, incisos I e seguintes da Lei Nº 8.245/91, tendo em vista que legitima o direito da
autora de ver suas contraprestações satisfeitas, bem como, de seu imóvel livre e
desimpedido, in verbis:

Art. 9º. A locação também pode ser desfeita:

II - em decorrência da prática de infração legal e contratual.

III - Em decorrência da falta do pagamento do aluguel e demais encargos. Grifo


nosso

Art. 62 – Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e


acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente
de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte:

I - o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido de cobrança


dos aluguéis e acessórios da locação; nesta hipótese, citar-se-á o locatário para
responder ao pedido de rescisão e o locatário e os fiadores para responderem ao
pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do
valor do débito;
Art. 63. Julgada procedente a ação de despejo, o juiz determinará a expedição de
mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para a desocupação
voluntária, ressalvado o disposto nos parágrafos seguintes.

§ 1º O prazo será de quinze dias se:

b) o despejo houver sido decretado com fundamento no art. 9o ou no § 2o do art. 46.

Destarte, resta claro pelo texto legal acima transcrito, o direito da autora em pleitear
a desocupação do imóvel, objeto da locação, haja vista que há 11 (onze) meses não
recebe nenhuma pecúnia referente aos alugueres pactuados, o que causou prejuízos
no seu orçamento mensal.

Ademais, o locatário deixando de cumprir com suas obrigações locatícias, encontra-


se em flagrante infração legal e contratual que merecem ser punidas.

DA LIMINAR PARA DESPEJO


Como foi descrito na peça inicial, de acordo com o art. 59, § 1º, inciso IX, da Lei
8.245/91, o pedido de liminar está de acordo com o contrato do imóvel em questão,
que seja concedida a liminar para desocupação em 15 (quinze) dias,
independentemente da audiência da parte contrária, desde que prestada caução,
todavia, não há garantia no contrato.

Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o
rito ordinário.
§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente
da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a
três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo:

IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando


o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido
contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela,
independentemente de motivo.
É neste sentido que se tem por julgamento a concessão de liminar, fundada em falta
de garantia contratual:

Ementa: PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO -AÇÃO DE


DESPEJO - LIMINAR - DISPENSA DA CAUÇÃO - SITUAÇÃO
EXCEPCIONAL - POSSIBILIDADE. Conquanto a prestação de caução seja
requisito para o deferimento da liminar de despejo, na forma do art. 59 , § 1º , da Lei
8.245 /91, inserido pela Lei 12.112 /09, em situações excepcionais, comprovando o
locador que não possui recursos financeiros para fazê-lo, a garantia pode ser
dispensada. TJ-MG - Agravo de Instrumento-Cv AI XXXXX50175065001 MG (TJ-
MG). Data de publicação: 31/08/2015

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

o deferimento da gratuidade judiciária integral para todos os atos processuais (cf.


artigo 98 caput e § 1º, § 5º do CPC/15);
o recebimento da inicial com a qualificação apresentada (cf. artigo 319, inciso II, e §
2º e 3ºdo CPC/15);
concessão do pedido de LIMINAR, em decorrência da presença dos requisitos
previstos no artigo 59, § 1º inciso IX da Lei 8.245/91, para desocupação voluntária
no prazo de 15 (quinze) dias do demandado, sob pena de despejo forçado;
A citação do requerido, pessoalmente, para comparecer na audiência de conciliação,
e, caso não haja acordo, querendo, responder aos termos da presente ação, sob os
efeitos da revelia;
Que seja julgado, ao final, procedente o pedido para em seguida que se declare, por
sentença, a ruptura definitiva do frustrado liame locatício expresso, condenando-se o
locatário a desocupar o imóvel no prazo de 15 (quinze dias), sob pena de assim ser
compelida por mandado judicial, conforme preceito cominatório de multa diária e,
em caso de resistência, adotando-se força policial, sem prejuízo das indenizações a
que se sujeitarem;
O julgamento totalmente procedente da demanda para em seguida condenar o
locatário ao pagamento da quantia R$ 3.144,27 (três mil cento e quarenta e quatro
reais e vinte e sete centavos), referente aos aluguéis de julho de 2017, taxa de agua e
luz, até a presente data e encargos em atraso, mais os valores que se vencerem
durante o trâmite do feito, até que ocorra a efetiva desocupação do imóvel;
A condenação do promovido ao pagamento de honorários advocatícios a serem
fixados entre 10% e 20% sobre o valor da condenação/proveito econômico obtido
OU sendo este valor irrisório, arbitrados por este juízo em valor obtido através de
apreciação equitativa (cf. artigo 85, § 2º e § 8º do CPC/15) que deverão ser
recolhidos em favor do FAADEP- Fundo de Reaparelhamento da Defensoria
Pública do Estado do Ceará (BANCO DO BRASIL – Agência n. 008-6 – Conta n.
21.740-9);
DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito permitido,


especialmente, juntada de documentos, depoimento pessoal da requerida, oitiva de
testemunhas, perícias, vistorias e demais meios probatórios que se fizerem
necessários ao andamento e julgamento do feito, tudo, de logo, requerido.

Dá à causa o valor de R$ 3.144,27 (três mil cento e quarenta e quatro reais e vinte e
sete centavos)

Termos em que, requer deferimento.

Juazeiro do Norte – CE, 30 de Maio de 2018

________________________________________

Defensor (a) Público (a)

MEMORIAL DEMONSTRATIVO DE DÉBITO:

Vencimento

Valor do Aluguel
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ ª VARA CÍVEL DA
COMARCA DE JUAZEIRO DO NORTE-CE.

AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO c/c COBRANÇA DE


ALUGUEL

TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA ESTATUTO DO IDOSO ART. 71, Lei


10.741/2003.

(NOME), nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº.... e do CPF


nº...., residente e domiciliada no endereço.... , CEP.: ...., telefone de contato ...., sem
endereço eletrônico, intermediado pela Defensoria Pública Estadual, vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE
DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO c/c COBRANÇA DE ALUGUEL,
observando-se o rito ordinário, conforme artigo 59 da Lei 8.245/91 e na Lei
12.112/09 que alterou artigos da Lei 8.245/91 – LI, em face de (NOME),
nacionalidade, estado civil, profissão, portadora do RG nº.... e do CPF nº....,
residente e domiciliada no endereço.... , telefone de contado ...., o, na qualidade de
locadora, pelas razões de fato e de direito a seguir expostos:

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A autora requer, inicialmente, os benefícios da Justiça Gratuita por ser pobre na


forma da Lei, conforme declaração de hipossuficiência em anexo. Não dispondo de
numerários suficientes para arcar com taxas, emolumentos, depósitos judiciais,
custas, honorários ou quaisquer outras cobranças dessa natureza sem prejuízo de sua
própria subsistência e de sua família, o suplicante requer a assistência da Defensoria
Pública tudo consoante com o art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, bem como,
consoante o art. 98, §§ 1º e 5º do NCPC.

DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA
A requerente conta, atualmente, com 66 anos de idade, como se pode verificar,
através das cópias dos seus documentos pessoais em anexo. Portanto, requer a autora
que seja dada tramitação preferencial ao presente feito, com base no art. 71 do
Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), e no art. 1.211-A do CPC (alterado pela Lei
12.008/09 de 29 de julho de 2009) que asseguram a prioridade na tramitação do
processo em que seja parte, pessoas a partir dos 60 anos de idade, bastando que se
anote tal condição em local visível nos autos.

DAS PRERROGATIVAS DA DEFENSORIA PÚBLICA

Por oportuno, é válido esclarecer que, por se tratar de parte representada


judicialmente pela Defensoria Pública Geral do Estado, possui as prerrogativas do
prazo em dobro e da intimação pessoal do Defensor Público afeto à presente Vara,
consoante inteligência do art. 5º, caput, da Lei Complementar Estadual N.º 06, de 28
de maio de 1997 [1].

O parágrafo único do supramencionado dispositivo legal, completa o mandamento


acima esposado, ao dispor que a atuação da Defensoria Pública dar-se-á em juízo
independentemente de procuração, ressalvados os casos para os quais a lei exija
poderes especiais.

DO ART. 319, II, CPC

Requer o recebimento e processamento da presente demanda ainda que não


indicados amiúde todos os dados pessoais das partes, assim também quanto a
eventual não atendimento ao inc. II do art. 319 do CPC uma vez que a obtenção de
alguns daqueles dados é, no momento, excessivamente onerosa a (o) Autor (a), a
teor do quanto autoriza o § 3º do já mencionado artigo.

DOS FATOS

A requerente locou o imóvel residencial situado à Rua Manoel Cassimiro, nº 439,


Triangulo, Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, firmando com o requerido contrato
de locação pelo prazo de 1 (um) ano, conforme cópia do contrato em anexo. O
locatário, ora demandado, vem ocupando o imóvel desde 30 de Junho de 2017.

O valor estipulado no contrato de locação a título de aluguel é de R$ 200,00


(duzentos reais), com data de vencimento para todo dia 30 (trinta) de cada mês,
seguindo os termos ajustados no respectivo contrato.

Ocorre Excelência, que, desde agosto de 2017, época em que o contrato foi firmado,
o réu ocupou o imóvel pagando apenas R$ 50,00 (cinquenta reais) referente à
prestação aos 03 (três) primeiros meses de utilização do bem, totalizando o valor de
R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) desde da ocupação do imóvel, e então, até a
presente data, nenhum valor mais foi recebido, pelo autor, como quitação de aluguel
contratado, não cumprindo assim, o requerido, com suas obrigações pecuniárias,
deixando de pagar as parcelas referentes aos meses seguintes.

A promovente já procurou o promovido por diversas vezes a fim de receber o valor


dos alugueis em atraso, no entanto, este se manteve inerte, e até a presente data
nenhuma prestação foi paga ao autor, mesmo havendo diligências mensais por parte
deste.

Inúmeras foram as tentativas verbais e amigáveis de solucionar o problema, mas sem


êxito, pois o demandado, além de não pagar as prestações referentes aos alugueis
vencidos, recusa-se a desocupar o imóvel, não demonstrando qualquer interesse em
cumprir com os termos dispostos no contrato.

Quanto à cobrança do percentual de juros por atraso no pagamento dos aluguéis,


consta na cláusula 4ª que, a após o dia do vencimento, incidirá a multa no valor de
10% (dez por cento) sobre o valor do aluguel, acrescidos de juros de 1% (um por
cento) ao mês e da correção monetária até a data do efetivo pagamento.

Vale ressaltar que o réu deixou de pagar as contas referentes à água e energia do
imóvel, onde consta no contrato na cláusula 6ª como obrigação o pagamento de
imposto tais como IPTU, taxas que recaiam ou venham a recair sobre o imóvel
locado, bem como as despesas de agua, luz e esgoto que deveriam ser pagas até o
vencimento. Perfazendo um valor de R$ 603,11 (seiscentos e três reais e onze
centavos) de água referente as meses de janeiro, fevereiro, março e abril, e o valor
de R$ 124,77 (cento e vinte e quatro reais e setenta e sete centavos) de luz, referente
ao meses de janeiro e março.

Com o descumprimento dos termos contratuais por parte do requerido, a requerente


vem experimentando dissabores, pois o valor que ia ser auferido mensalmente pela
demandada com o aluguel compõe parcela significativa do seu orçamento mensal.
Note-se que há um enorme desgaste emocional das constantes cobranças, idas e
vindas para notificar o promovido em relação ao não pagamento e a não
desocupação do imóvel, assumem um caráter negativo que o afeta psicologicamente,
produzindo na autora.

Vale salientar, que o réu foi convidado a comparecer a esta Defensoria Pública para,
amigavelmente, participar de conciliação, não tendo este comparecido ou justificado
a sua ausência, o que demonstra sua irredutibilidade e falta de interesse em cumprir
com suas obrigações contratuais.

Por todo exposto, depreende-se a impossibilidade da permanência do demandado no


imóvel de propriedade da autora, que, além de não cumprir com suas obrigações
pecuniárias, impossibilita a locadora fruir seu bem, além de ocasionar problemas que
impactam diariamente em prejuízos financeiros e psicológicos.

Convém reiterar que o réu, deliberadamente, deixou de efetuar o pagamento


completo dos aluguéis referente os alugueis dos meses de julho, agosto e setembro,
efetuando somente o valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) totalizando R$ 150,00
(cento e cinquenta reais) deixando de pagar R$ 300,00 (trezentos reais) e de outubro
de 2017 a maio de 2018 totalizando o valor de R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos
reais), o que acrescidos de juros por atraso, e as contas de energia e água, perfaz um
débito total de R$ 3.144,27 (três mil cento e quarenta e quatro reais e vinte e sete
centavos)

O requerido, até o presente momento, ainda não desocupou voluntariamente o


imóvel em tela, bem como, não vem honrando o pagamento dos respectivos
aluguéis, necessitando assim a intervenção do Judiciário para dirimir a presente
demanda.

DO DIREITO

A propositura da presente ação encontra fulcro no artigo 5º da Lei 8.245/91, o qual


dispõe acerca da ação cabível para a locador pleitear a desocupação do imóvel
objeto de locação, in verbis:

Art. 5º. Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para
reaver o imóvel é a de despejo.

A pretensão da autora encontra também arrimo no artigo 9º, incisos II e III e artigo
62, incisos I e seguintes da Lei Nº 8.245/91, tendo em vista que legitima o direito da
autora de ver suas contraprestações satisfeitas, bem como, de seu imóvel livre e
desimpedido, in verbis:

Art. 9º. A locação também pode ser desfeita:

II - em decorrência da prática de infração legal e contratual.

III - Em decorrência da falta do pagamento do aluguel e demais encargos. Grifo


nosso

Art. 62 – Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e


acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente
de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte:

I - o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido de cobrança


dos aluguéis e acessórios da locação; nesta hipótese, citar-se-á o locatário para
responder ao pedido de rescisão e o locatário e os fiadores para responderem ao
pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do
valor do débito;
Art. 63. Julgada procedente a ação de despejo, o juiz determinará a expedição de
mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para a desocupação
voluntária, ressalvado o disposto nos parágrafos seguintes.

§ 1º O prazo será de quinze dias se:

b) o despejo houver sido decretado com fundamento no art. 9o ou no § 2o do art. 46.

Destarte, resta claro pelo texto legal acima transcrito, o direito da autora em pleitear
a desocupação do imóvel, objeto da locação, haja vista que há 11 (onze) meses não
recebe nenhuma pecúnia referente aos alugueres pactuados, o que causou prejuízos
no seu orçamento mensal.

Ademais, o locatário deixando de cumprir com suas obrigações locatícias, encontra-


se em flagrante infração legal e contratual que merecem ser punidas.

DA LIMINAR PARA DESPEJO


Como foi descrito na peça inicial, de acordo com o art. 59, § 1º, inciso IX, da Lei
8.245/91, o pedido de liminar está de acordo com o contrato do imóvel em questão,
que seja concedida a liminar para desocupação em 15 (quinze) dias,
independentemente da audiência da parte contrária, desde que prestada caução,
todavia, não há garantia no contrato.

Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o
rito ordinário.
§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente
da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a
três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo:

IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando


o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido
contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela,
independentemente de motivo.
É neste sentido que se tem por julgamento a concessão de liminar, fundada em falta
de garantia contratual:

Ementa: PROCESSO CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO -AÇÃO DE


DESPEJO - LIMINAR - DISPENSA DA CAUÇÃO - SITUAÇÃO
EXCEPCIONAL - POSSIBILIDADE. Conquanto a prestação de caução seja
requisito para o deferimento da liminar de despejo, na forma do art. 59 , § 1º , da Lei
8.245 /91, inserido pela Lei 12.112 /09, em situações excepcionais, comprovando o
locador que não possui recursos financeiros para fazê-lo, a garantia pode ser
dispensada. TJ-MG - Agravo de Instrumento-Cv AI XXXXX50175065001 MG (TJ-
MG). Data de publicação: 31/08/2015

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

o deferimento da gratuidade judiciária integral para todos os atos processuais (cf.


artigo 98 caput e § 1º, § 5º do CPC/15);
o recebimento da inicial com a qualificação apresentada (cf. artigo 319, inciso II, e §
2º e 3ºdo CPC/15);
concessão do pedido de LIMINAR, em decorrência da presença dos requisitos
previstos no artigo 59, § 1º inciso IX da Lei 8.245/91, para desocupação voluntária
no prazo de 15 (quinze) dias do demandado, sob pena de despejo forçado;
A citação do requerido, pessoalmente, para comparecer na audiência de conciliação,
e, caso não haja acordo, querendo, responder aos termos da presente ação, sob os
efeitos da revelia;
Que seja julgado, ao final, procedente o pedido para em seguida que se declare, por
sentença, a ruptura definitiva do frustrado liame locatício expresso, condenando-se o
locatário a desocupar o imóvel no prazo de 15 (quinze dias), sob pena de assim ser
compelida por mandado judicial, conforme preceito cominatório de multa diária e,
em caso de resistência, adotando-se força policial, sem prejuízo das indenizações a
que se sujeitarem;
O julgamento totalmente procedente da demanda para em seguida condenar o
locatário ao pagamento da quantia R$ 3.144,27 (três mil cento e quarenta e quatro
reais e vinte e sete centavos), referente aos aluguéis de julho de 2017, taxa de agua e
luz, até a presente data e encargos em atraso, mais os valores que se vencerem
durante o trâmite do feito, até que ocorra a efetiva desocupação do imóvel;
A condenação do promovido ao pagamento de honorários advocatícios a serem
fixados entre 10% e 20% sobre o valor da condenação/proveito econômico obtido
OU sendo este valor irrisório, arbitrados por este juízo em valor obtido através de
apreciação equitativa (cf. artigo 85, § 2º e § 8º do CPC/15) que deverão ser
recolhidos em favor do FAADEP- Fundo de Reaparelhamento da Defensoria
Pública do Estado do Ceará (BANCO DO BRASIL – Agência n. 008-6 – Conta n.
21.740-9);
DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito permitido,


especialmente, juntada de documentos, depoimento pessoal da requerida, oitiva de
testemunhas, perícias, vistorias e demais meios probatórios que se fizerem
necessários ao andamento e julgamento do feito, tudo, de logo, requerido.

Dá à causa o valor de R$ 3.144,27 (três mil cento e quarenta e quatro reais e vinte e
sete centavos)

Termos em que, requer deferimento.

Juazeiro do Norte – CE, 30 de Maio de 2018

________________________________________

Defensor (a) Público (a)

MEMORIAL DEMONSTRATIVO DE DÉBITO:

Vencimento

Valor do Aluguel
Valor Pago

Juros por Atraso ao Mês

Valor Atualizado

Julho

R$ 200,00

R$ 50,00

10,00%

R$ 188,89

Agosto

R$ 200,00

R$ 50,00

10,00%

R$ 186,52

Setembro

R$ 200,00

R$ 50,00

10,00%
R$ 184,70

Outubro

R$ 200,00

R$ 00,00

10,00%

R$ 243,02

Novembro

R$ 200,00

R$ 00,00

10,00%

R$ 239,60

Dezembro

R$ 200,00

R$ 00,00

10,00%

R$ 236,57

Janeiro
R$ 200,00

R$ 00,00

10,00%

R$ 233,20

Fevereiro

R$ 200,00

R$ 00,00

10,00%

R$ 230,23

Março

R$ 200,00

R$ 00,00

10,00%

R$ 227,22

Abril

R$ 200,00

R$ 00,00
10,00%

R$ 224,77

Maio

R$ 200,00

R$ 00,00

10,00%

R$ 222,05

Art. 5º. Fica assegurado à Defensoria Pública o prazo em dobro e intimação pessoal,
no exercício das funções institucionais, nos termos do art. 128, item I, da Lei
Complementar nº 80, de 12 de janeiro de 1994. ↑

AO JUÍZO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE FORTALEZA NO


ESTADO DO CEARÁ

AMADEUS MOZART, brasileiro, estado civil..., profissão..., filiação..., estado


civil, portador do documento de identidade de n.º ..., inscrito no CPF sob o n.º...,
tendo como endereço eletrônico..., domiciliado à rua/av..., bairro..., CEP..., cidade,
Estado..., por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo), com
endereço profissional à rua..., bairro..., cidade..., Estado..., CEP..., endereço
eletrônico ..., nesta comarca, onde recebe intimações, vem, respeitosamente perante
Vossa Excelência, propor:
AÇÃO DE DESPEJO por DENÚNCIA VAZIA, com fundamentos no Art. 47,
inciso III, da Lei n. 8.245 de 1991 em face de:

SOFIA DA SILVA SAURO, brasileira, estado civil..., profissão..., filiação..., estado


civil, portador do documento de identidade de n.º ..., inscrito no CPF sob o n.º...,
tendo como endereço eletrônico..., domiciliado à rua/av..., bairro..., CEP..., cidade,
Estado...,

PRELIMINARMENTE, da audiência de conciliação:

O código de processo civil traz em seu art. 319, inciso VII, a possibilidade do autor
de optar ou não pela audiência de conciliação ou mediação, o que desde já manifesta
pela natureza do litígio, e também em detrimento do esgotamento das tentativas
extrajudiciais realizadas para resolução amigável da lide, expõe desinteresse na
autocomposição.

DOS FATOS

O requerente celebrou CONTRATO DE LOCAÇÃO com a requerida para fins


residenciais, de um imóvel de sua propriedade, conforme escritura pública ..., e
matrícula ..., localizado na Avenida Getúlio Vargas, n. 000, Fortaleza, CE, CEP...,
sob o registro n. ..., do cartório..., ofício de registro de imóveis de ... pelo prazo de
02 (dois) anos, com início em 20 de março de 2019, e término em 20 de março de
2021, conforme a cláusula..., do contrato de locação acordado entre as partes, o
pagamento de aluguel no valor de R$ 500,00 (QUINHENTOS REAIS), mensais,
compreendendo ainda as despesas acessórias, que ora informa que todas as
obrigações financeiras de aluguel e encargos estão devidamente em dia.

Nos trinta dias que antecederam o término do contrato o LOCADOR notificou a


LOCATÁRIA informando que, ao final do contrato desejava a retomada do imóvel
afim de cedê-lo para uso residencial de sua filha que acabara de casar-se e que não
possui casa própria.
Ocorre que ao final do contrato a requerida não devolveu o imóvel, mesmo sendo
notificada no dia ..., para desocupá-lo, conforme notificação com aviso de
recebimento, e após várias tentativas amigáveis para sanar o imbróglio a requerida
ainda utiliza do imóvel.

DO DIREITO

De acordo com a Lei 8.245 de 1.991, que regula as locações de imóveis urbanos,
deixa claro no seu artigo 5º, seja qual for o fundamento do término da locação, a
ação do LOCADOR para reaver o imóvel é a de Despejo.

A requerida não cumpriu com o dever de restituir o imóvel ao final do contrato, de


acordo com a cláusula ..., da locação, vejamos:

Art. ... – A presente locação terá o lapso temporal de validade de ... meses, a iniciar-
se no dia 20 de março de 2019 e findar-se no dia 20 de março de 2021, data a qual o
imóvel deverá ser devolvido nas condições previstas na cláusula ..., efetivando-se
com a entrega das chaves, após aviso prévio de até trinta dias antes do prazo final do
contrato.
Acontece Excelência, que o requerente precisa reaver o imóvel para uso residencial
de seus descendentes e que este não dispõe de imóvel residencial próprio, como lhe
autoriza o inciso III, Art. 47 da Lei 8.245 de 1991, transcrevo:

Art. 47 da Lei 8.245/91 – Dando ajustada verbalmente ou por escrito e com prazo
inferior a trinta meses, finalizando o prazo estabelecido, a locação prorroga-se
automaticamente, por prazo indeterminado somente podendo ser retomado o imóvel:
III – se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou para uso
residencial de ascendentes ou descendentes que não disponha, assim como seu
cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio;

Ressalta-se ainda que conforme preceitua-se no § 2º do Art. 47 da Lei 8.245 de 1991


e conforme os documentos comprobatórios anexos (arquivo ...,), vejamos:
§ 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante deverá comprovar ser
proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter
irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do
mesmo.
DO PEDIDO

Diante do exposto requer:

1. A citação da requerida para que apresente resposta em 15 dias, sob pena de


revelia; no endereço Av. Getúlio Vargas, n. 0000, Fortaleza, CE;

2. Seja julgado procedente o pedido para decretar o despejo da Requerida, bem


como a rescisão contratual, fixando-lhe o prazo legal para a desocupação voluntária;

3. Seja a requerida condenada no pagamento das custas e honorários de sucumbência


no importe de 20% sobre o valor da causa.

4. Desinteresse na audiência de autocomposição, conforme preceitua o art. 319,


inciso VII, do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais)

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos no Direito.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Fortaleza/CE, 05 de abril de 2021

Advogado/OAB n....

CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU – UNINASSAU


ESTÁGIO PRÁTICO SUPERVIOSONADO I

PROFESSOR JÚLIO ALCEU MOREIRA DE ASSIS FIGUEIREDO

DIREITO 2021.1 – 7º PERÍODO

ALUNO: RENATO LOPES NOVAIS

MATRÍCULA: XXXXX

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