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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA

50° VARA DO TRABALHO DE RORAIMA

Distribuição por dependência do processo n°: 0011250-27.2013.5.11.0050

Rômulo Delgado Silva, brasileiro, viúvo, empresário, portador da identidade 113,


CPF n° 114, residente e domiciliado na Avenida Brás Montes, n° 72, bairro Boa Vista,
Cidade de Roraima, CEP 222, casa. Por intermédio de sua advogada e seus
documentos (em anexo), vem a presença de vossa excelência expor.

EMBARGOS A EXECUÇÃO

Com citação do Art. 884 da CLT, se tratando de uma imóvel em que o autor reside,
em que foi colocado como penhora, por ação trabalhista.

1. DOS FATOS

O autor da ação informa que há 2 anos e 8 meses, era sócio de uma empresa chamada
Delgado Jornais e Revistas LTDA, onde era pessoa jurídica na época, sendo assim, foi
surpreendido com uma visita de uma Oficial de Justiça em sua atual residência, que a
primeira vez, o citou para realizar um pagamento de uma dívida trabalhista no
montante de R$150.000,00 (cento e cinquenta reais), oriunda da 50° Vara do Trabalho
de Roraima, o processo era 0011250-27.2013.5.11.0050, mas em seguida após 48
horas, o oficial de justiça retornou a sua residência e penhorou o imóvel ao qual reside,
avaliando-o em seu valor de mercado em R$180.000,00 (cento e oitenta mil reais),
porém, o autor alega que tem apenas este imóvel como residência, no qual reside sua
filha também, já que e viúvo, pois o Oficial de Justiça informou que a uma execução
movida por sua ex-empregada Sônia Cristina de Almeida contra a empresa, que por
não terem pagado a dívida, ocasionou uma execução contra os sócios, que foi ao
Fórum e fotocopiou todo processo, alegando assim com as informações contidas nos
documentos que a correção monetária foi calculada considerando o mês da prestação
dos serviços, sendo assim, mesmo a sentença sendo omissa, o Oficial de Justiça ao
retornar para penhorar o imóvel, informou que a divida havia aumentado em 10%
porque o juiz aplicou a multa do Art. 475-J do CPC.

2. DA IMPOSSIBILIDADE DA EXECUÇÃO DE EX-SÓCIO

Não qualquer possibilidade da execução como sócio, como consta nos autos, porque
como o embargante já informou acima, se retirou da sociedade Delgado Jornais e
Revistas ltda, a mais de 2 anos, sendo 2 anos e 8 meses, como já disposto no Art.
1.003 e parafrago unico, do Codigo Civil Brasileito, exposto,

Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação


do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia
quanto a estes e à sociedade.
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato,
responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e
terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.

Sendo assim, como já informado o embargante não e mais sócio a mais de 2 anos, se
tratando da impossibilidade da execução como ex-sócio, não podendo ser direcionado
para si a execução da divida não paga pela empresa, se tratando da ação trabalhista da
ex-funcionária da época.

3. DA NÃO PENHORA DO BEM DE FAMÍLIA

Dianta da LEI N° 8.009, em seu primeiro artigo o paragrafo unico, informa que,

Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é


impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial,
fiscal, previdenciario ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos
pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses
previstas nesta lei.

Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual


se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e
todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que
guarnecem a casa, desde que quitados.

Sendo assim, como o imóvel se trata de uma residência domiciliada pelo embargante
e pela sua única filha, se trata de uma residência de entidade familiar, de moradia de
uma família, sendo impenhorável, não podendo ser direcionado a penhora por
qualquer topo de divida civil, comercial ou outras natureza, em se tratando ainda de
penhora de natureza jurídica, ao qual o embargante não responde mais.
4. DA CORREÇÃO MONETÁRIA

Como informado nos expostos acima, nos autos foi verificado que ao realizar o
calculo da correção monetária, foi considerado neste o mês da prestação de serviço,
sendo assim, aumentando ela em 10%, porém em se tratando da súmula n° 381 do
TST, informa que,

O pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido não
está sujeito à correção monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o
índice da correção monetária do mês subseqüente ao da prestação dos serviços,
a partir do dia 1º.

Sendo assim, foi feito de forma errônea o calculo da correção monetária, seria correto
se fosse ao mês subsequente as prestações de serviços informadas.

5. DA MULTA DO ARTIGO 475-J CPC

Como exposto acima nos autos, o juiz aplicou uma multa de 10%, sobre a divida
exposta, utilizando do Art. 475-J do CPC, que informa,

475-J do CPC/1973 para o devedor cumprir a obrigação de pagar quantia certa,


fixada em sentença judicial transitada em julgado, inicia-se a partir da
intimação do devedor, por intermédio do seu advogado, acerca do pedido de
cumprimento de sentença formulado pelo credor, e não do trânsito em julgado

Não cabe em processo trabalhista este artigo do CPC, porque em se tratando de ações
trabalhistas são regidas pelo Art. 880 da CLT, que trata neste artigo a execução em
direito do trabalho, no qual se trata esse processo, sendo assim, indevido essa multa
em se tratando de processo trabalhista. Conforme o Art.880 da CLT, exposto,

Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará


expedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o
acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou, quando se
tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais devidas à
União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a execução, sob
pena de penhora. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) (Vigência)
§ 1º - O mandado de citação deverá conter a decisão exeqüenda ou o termo de
acordo não cumprido.
§ 2º - A citação será feita pelos oficiais de diligência.
§ 3º - Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no espaço de 48 (quarenta e
oito) horas, não for encontrado, far-se-á citação por edital, publicado no jornal
oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Junta ou Juízo, durante 5 (cinco)
dias.

Sendo assim, regido pelo Art. 880 da CLT.


6. DOS REQUERIMENTOS

O embargante exposto requer:

1) A citação/notificação do embargado, no prazo de 15 dias a condenação do


embargado.
2) Requer a procedencias dos embargos, com intuito de resguardar o bem familiar.
3) Condenação do embargado ao pagamento dos custas honorários e advocatórias.

Da-se assim o valor da causa em R$20.000,00 (vinte e mil reais).

Termos em que,

Pede o deferimento o juízo.

Local e Data.......

Advogada....
OAB n°.......

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