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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ____ VARA

CÍVEL DA COMARCA DE PRAIA GRANDE – SP

CONDOMINIO EDIFÍCIO SAN RAFAEL E SAN


JOSÉ, inscrito no CNPJ sob o nº 03.480.443/0001-15, sediado na Rua Jaú, nº: 796 – Canto do
Forte, Praia Grande, deste Estado de São Paulo, neste ato representada por sua Síndica em
exercício, Sra. Andreia Cristina Camacho, regularmente eleita pela Assembleia Geral Ordinária,
conforme ata anexa (atos constitutivos), veruskaiserhard.adv@gmail.com, vem,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por sua advogada e bastante procuradora ao
final assinada, devidamente identificada e qualificada no instrumento de mandato incluso
(procuração), com fundamento no artigo 1.336, inciso I, §1º do Código Civil combinado com
os artigos 323 e 785 do Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015), bem como, na Convenção
de Condomínio (atos constitutivos), propor a presente

AÇÃO DE COBRANÇA DE DÉBITOS CONDOMINIAIS

Em face de JOSEFINA DA CONCEIÇÃO, inscrita sob o CPF/MF nº CPF 783.185.058-91,


domiciliada na Rua Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos, Nº: 24 - unidade 01, Bairro: Macuco,
Santos - SP. CEP:11015-350, MARIALVA PORTELA CHAVES, inscrita no CPF/MF sob o nº:
596.630.148-49, residente na Rua Amadeu Barbielini, n. 440 – Santa Maria – Santos-SP –
CEP:11089-080, SÉRGIO LUIZ CAVALCANTE, inscrito no CPF/MF sob o nº: 972.034.758-91,
residente na Rua Barão de Paranapiacaba, n. 18 – apto. 01 – Encruzilhada – Santos –SP , e MARIA
ALICE DE OLIVEIRA BENEDITO, inscrita no CPF/MF nº: 025.575.288-11, residente e
domiciliada na Rua João Caetano, n. 109 – apto. 01 – Campo Grande – Santos – CEP: 11070-
311, pelos motivos de fato e fundamentos de direito a seguir expostos:
I. DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS JUNTADOS
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1. A advogada constante do instrumento de mandato e ao
final assinada, declara que as cópias dos documentos que instruem a petição inicial conferem
com os respectivos originais.

II – DA COMPETÊNCIA TERRITORIAL ABSOLUTA

2. A competência para propositura de ações que


envolvam direito real sobre imóveis é o do foro da situação da coisa, conforme preceituado no
artigo 47 do Novo Código de Processo Civil, portando, o Foro de Praia Grande é o
competente à vista da localização do Condomínio.

III – DA BREVE SÍNTESE DOS FATOS

3. Os três primeiros Requeridos figuram como


proprietários tabulares da unidade 31, bloco B, integrante do Condomínio Requerente,
conforme faz prova a inclusa Certidão de Registro Imobiliária atualizada, emitida pelo Cartório
de Registro de Imóveis de Praia Grande-SP, registrada no Livro 2, matrícula nº: 92073, ficha 1,
e a quarta Requerida é possuidora e atual ocupante do imóvel, a qual reside no condomínio no
interregno de todo período cobrado, conforme consta no relatório da administradora de
condomínio.
3.1. Cabe ressaltar que, tanto o proprietário quanto o
possuidor e atual ocupante do imóvel, como condôminos têm a obrigação de concorrerem e
arcarem com as despesas do condomínio, recolhendo, nos prazos previstos, a cota-parte que lhes
couber em rateio, nos termos do artigo 1345, CC: “O adquirente da unidade responde pelos
débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios”.

3.2. Ocorre que os Requeridos inadimpliram obrigação de


natureza “propter rem”, ou seja, deixaram de pagar as quotas de condomínio e/ou rateios extras,
correspondente aos meses de Maio/2015 a Agosto/2019, constantes do demonstrativo anexo, no
valor de R$ 25.830,00 (vinte cinco mil e oitocentos e trinta reais), que faz parte desta inicial
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(doc. 05), o qual engloba o valor principal, acrescido de multa de 2%, juros de 1% ao mês, nos
termos da convenção e correção monetária pelo índice da Tabela Prática para Cálculo de
Atualização Monetária dos Débitos Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
(D.E.P.R.E).

3.3. É certo que o Requerente empreendeu todos os seus


esforços no sentido de receber amigavelmente o débito assinalado, contudo, não logrou êxito em
suas tentativas, razão pela qual reclama a tutela jurisdicional do Estado a fim de receber o que
lhe é devido.

3.4. Lembrando, que a inadimplência dos Requeridos


ocasiona um desequilíbrio nas obrigações do condomínio, uma vez que depende única e
exclusivamente da arrecadação das taxas para a manutenção das suas despesas.

3.5. É fato que o não pagamento por parte dos Requeridos


impõe aos demais condôminos o ônus de sua inadimplência, tendo em vista que a cota
condominial é apenas o rateio de despesas relativas à manutenção das áreas comuns. Por este
motivo e diante do insucesso com medidas extrajudiciais para satisfação do débito, o Requerente
ajuíza a presente demanda.

3.6. Ademais, é importante ressaltar que o Novo Código


de Processo Civil conferiu às cotas condominiais a condição de título executivo extrajudicial,
propiciando, no entanto, ao condomínio credor a faculdade de ajuizar a ação de cobrança pelo
rito comum, nos termos do artigo 785, a fim de obter título executivo judicial.

IV – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

4. Com base nos fatos acima expostos, o Código Civil em


seu artigo 1.336, inciso I, §1º diz:

Art. 1.336 - São deveres do condômino:

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I – contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo
disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004).

§1º. O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios
convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois
por cento sobre o débito.

4.1. Destarte, os Requeridos deverão arcar com todas as


despesas condominiais em atraso, devidamente corrigidas.

4.2. Não obstante as cotas já devidas o artigo 323 do


Novo Código de Processo Civil disciplina, in verbis:

Art. 323 – Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas,
essas serão incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do exeqüente, e
serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do
processo, deixar de pagar ou consigná-las.

4.3. No mesmo sentido é o entendimento trazido pela


Súmula 13 do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo:

Súmula 13, TJSP: Na ação de cobrança de rateio de despesas condominiais, consideram-se


incluídas na condenação as parcelas vencidas e não pagas no curso do processo até a
satisfação da obrigação (art. 290, CPC).

4.4. O artigo acima exposto vem assegurar o recebimento


das cotas vencidas bem como as vincendas que não forem adimplidas no decorrer da presente
demanda, para que não seja necessário acionar novamente o Judiciário para a cobrança das cotas
que não entrarão no cálculo da ação quando de seu ajuizamento.

4.5. Assim, em observância ao princípio da economia


processual e para que o Judiciário não seja abarrotado com ações diversas de cobrança, bem

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como por se tratar de prestações continuadas, além de haver previsão legal, desde já fica
requerida a inclusão das parcelas vincendas até final pagamento.

4.6. Com relação à inclusão das parcelas vincendas no


decorrer da demanda, até o efetivo pagamento, a jurisprudência do EGRÉGIO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO assim considerou:

Agravo de Instrumento. Execução de Título Extrajudicial. Rateio condominial. Exeqüente que se


volta contra decisão que indeferiu pedido de inclusão das cotas vincendas na Execução.
INCONFORMISMO deduzido no Recurso. ACOLHIMENTO. Cumprimento de obrigação em
prestações sucessivas ou continuadas, que admite a inclusão das prestações vencidas no
curso do processo até a quitação do valor exeqüendo, para possibilitar a extinção do
processo. Aplicação dos artigos 323, 771, parágrafo único, e 924, II, todos do CPC de 2015.
Decisão reformada. Recurso Provido. – g.n.. (TJSP – Agravo de Instrumento nº 2154429-
95.2017.8.26.0000, 27ª Câmara de Direito Privado, Rel(a). Des.(a) Daise Fajardo Nogueira
Jacot, julgado em 05/12/2017)

Civil. Ação de execução de título extrajudicial (crédito relativo às contribuições do condomínio


edilício). Decisão que indeferiu o pedido para que a execução abranja as cotas condominiais
vincendas até a efetiva satisfação do crédito. Pretensão à reforma. Aplicação do artigo 323 do
Novo Código de Processo Civil, com inclusão das parcelas vincendas na ação de execução
que visa à satisfação de obrigações continuadas. Precedentes deste E. Tribunal de Justiça.
RECURSO PROVIDO. – g.n. (TJSP – Agravo de Instrumento nº 2144906-93.2016.8.26.0000,
27ª Câmara de Direito Privado, Rel. Des. Mourão Neto, julgado em 09/08/2016).

4.7. Desta forma, resta evidenciado o direito da parte


Requerente em acionar o Judiciário para ter seu direito assegurado com relação ao recebimento
das despesas condominiais através da presente ação de cobrança, devendo os Requeridos
suportar todo o ônus decorrente de sua inadimplência.

V – DO PEDIDO
5. Ante o exposto, REQUER:

a) Seja dispensada a audiência de conciliação nos termos do artigo 334, § 5º do CPC, por
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desinteresse na composição consensual, pois já foram tentados diversos contatos amigáveis sem
retorno do Requerido;

b) A procedência do pedido para condenar os Requeridos ao pagamento das taxas de


condomínio em atraso, no valor de R$ 25.830,00, bem como daquelas que se vencerem até a
liquidação final do débito, atualizadas monetariamente, acrescidas de juros de mora de 1,00% ao
mês a contar de cada vencimento, da multa de 2% (dois por cento) na forma do § 1º do art.
1.336 do CC, bem como dos honorários advocatícios, custas processuais e demais cominações
legais.

c) Protesta pela produção de todos os meios de provas em direito admitidas, na amplitude dos
artigos 369 e seguintes do CPC, especialmente pelo depoimento pessoal dos Requeridos, sob
pena de confissão, juntada de novos documentos, perícias, e demais provas que se fizeram
necessárias, que desde já ficam requeridas;

e) Requer sejam concedidos os benefícios previstos no artIgo 212, §2º do CPC, caso se faça
necessária a intervenção de Oficial de Justiça.

f) Seja procedida a notificação da Caixa Econômica Federal – CEF, a fim de que tenha
conhecimento do ingresso da presente demanda, tendo em vista que o imóvel em questão está
alienado fiduciariamente para a instituição bancária acima mencionada, conforme demonstra
matrícula anexa;

g) Requer sejam concedidos os benefícios da Justiça Gratuita, uma vez que o Requerente, se
encontra em situação financeira delicada, não possuindo sequer recursos para pagamento das
custas processuais necessárias ao início do processo, ou alternativamente, que as mesmas sejam
pagas ao final do processo.
h) Requer que todas as intimações sejam publicadas em nome da patrona do Exequente,
VERUSKA BERNDT ISERHARD, OAB/SP 178.307, sob pena de nulidade.

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Informa, por fim, que o endereço para recebimento das
intimações pertinentes ao processamento desta, é o desta signatária, situado na Rua Jaú, nº 1092
– cj. 84 - Boqueirão – Praia Grande – SP – Tel. (13) 991087050, e-mail:
veruskaiserhard.adv@gmail.com.

Dá à causa o valor de R$ 25.830,00 (vinte e cinco mil e


oitocentos e trinta reais).

Termos em que,
Pede deferimento.
Praia Grande, 22 de julho de 2019.

VERUSKA BERNDT ISERHARD


OAB/SP 178.307

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