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DIREITO ADMINISTRATIVO

Administração pública: conceito e princípios.

Olá Monster Guerreiro, antes de adentrar no Direito Administrativo é de fundamental importância que você
saiba o que é o direito administrativo ou melhor para que serve o direito administrativo.

Para definirmos o que é o direito administrativo devemos considerar o que os principais doutrinadores dizem
a respeito do tema, pois é o que é cobrado em provas. Queria salientar a você Monster Guerreiro, que o
direito administrativo é um Ramo do direito público no qual não é codificado, ou seja, não existe uma lei ou
código específico para tratar de toda matéria, diferente do que ocorre em outros ramos do direito, por
exemplo o Direito Penal, toda a base de estudos está centralizada no Código Penal.

Já que o direito administrativo não tem um código específico daí você está se perguntando, como vou
estudar o direito administrativo? Simples estudaremos basicamente através das leis em sentido amplo,
doutrinas, jurisprudência, não se preocupe que estudaremos esse tema logo adiante quando estivermos
falando sobre as fontes do direito administrativo.
Depois dessas considerações vamos lá conhecer o conceito de direito administrativo e para que serve, BORA
!!!

• Segundo “Direito Administrativo é o conjunto harmônico de Princípios jurídicos que regem os órgãos,
os agentes, as atividades públicas tendentes a realizar, concreta, direta e imediatamente os fins
desejados do Estado”.

• Maria Sylvia Di Pietro “Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto órgãos,
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica
não contenciosa que exerce e os bens de que utiliza para a consecução de seus fins, de natureza
pública”.

Celso Antônio Bandeira de Mello “O Direito Administrativo e o ramo do Direito Público que disciplina o
exercício da função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a desempenham. ”

Administração pública

Antes de uma definição, é importante compreender que a administração pública pode ser vista em vários
sentidos, destacando-se em sentido amplo e estrito e em sentido subjetivo e objetivo.

Em sentido amplo engloba Atividade Política e Atividade Administrativa. Incluindo tanto os órgãos
governamentais que estabelecem os planos, as metas políticas quantos órgãos administrativos, destinados
à execução dos planos do governo.

Deve-se entender por função política, nesse contexto, a elaboração das diretrizes e programas de ação
governamental, dos planos de atuação estatal, a determinação das denominadas políticas públicas. De outra
parte, função administrativa resume-se à simples execução de forma profissional, técnica, neutra das
políticas públicas formuladas no Exercício da atividade política.

Administração pública em sentido estrito, não se preocupa com atividade política e os órgãos
governamentais e, assim, corresponde, exclusivamente, a função administrativa exercida pelos órgãos
administrativos. é apenas nesse sentido que a expressão Administração pública interessa ao direito
administrativo.

Monster guerreiros, administração pública em sentido estrito, pode ainda ser analisada no sentido objetivo,
material ou funcional e no sentido subjetivo formal ou orgânico, fique ligado nesses conceitos pois podem
cair na sua prova é muito comum o examinador cobrar a diferença desses conceitos na prova.

I. CRITÉRIO FORMAL, ORGÂNICO OU SUBJETIVO (FOS)

No sentido subjetivo formal orgânico diz respeito ao conjunto de pessoas jurídicas, órgãos públicos e
agentes públicos que realizam atividade administrativa. Aqui, o que é levado em conta é quem faz
atividade administrativa, quem integra a administração pública.

A administração pública nada mais é do que a máquina administrativa: Órgãos, Agentes e Bens que
compõem essa estrutura.

II. CRITÉRIO MATERIAL OU OBJETIVO

No sentido objetivo, material ou funcional refere-se à administração pública como atividade destinada a
satisfazer as necessidades coletivas; é atividade administrativa. A ênfase, nesse sentido, é para atividade,
para o que é desempenhado. o que importa é que é a função, o conteúdo da atividade e não quem a
executa.

De acordo com Maria Silvia Zanella di Pietro, administração pública desempenha as seguintes atividades
Serviço Públicos, a Polícia Administrativa e o Fomento, mas há quem inclua, também, a intervenção.

FORMAL, ORGÂNICO OU SUBJETIVO (FOS - OABPJ)


A administração pública nada mais é do que a máquina
administrativa: Órgãos, Agentes e Bens que compõem essa
ADM PÚBLICA

estrutura

Objetivo (material/funcional): relaciona-se à atividade


administrativa desempenhada pelo Estado.
Princípios da Administração Pública

Bisonhos, estudaremos agora os princípios da administração pública tema que com certeza vai ser
cobrado na sua prova! antes de estudar cada princípio é importante entender, O que são princípios?
Parece ser muito simples, porém já vi questão de prova cobrando a definição de princípios então a
necessidade de sabermos tal definição.

Os princípios, São normas jurídicas e, como tal, obrigam igualmente os seus destinatários, isto é, aqueles
que têm o dever de reconhecer a sua incidência em cada caso concreto (os aplicadores do direito). Os
princípios jurídicos não são meras recomendações, conselhos, programas facultativos ou cartas de
intenções. São normas jurídicas de observância obrigatória e, se diz respeitados, acarreta sanções jurídicas
concretas, a exemplo da nulidade de um ato administrativo, da responsabilização disciplinar do agente
público e etc. Vale salientar que os princípios devem ser observados por toda administração seja ela
direta ou indireta.

Monster Guerreiros, nem todos os princípios da administração pública estão expressos na Constituição ou
em textos legislativos, quer dizer, existem princípios que não estão expressos em nenhum ato legislativo,
esses princípios chamamos de princípios implícitos e, nem por isso, podem ser desrespeitados, dos quais
são exemplos o princípio da supremacia do interesse público e o princípio da indisponibilidade do interesse
público que são princípios importantíssimos de observância obrigatória, mas que não estão expressos em
nenhuma lei. Por outro lado, existem princípios que estão expressos em leis (Constituição Federal e
Legislação infraconstitucional) como por exemplos os princípios consagrados no artigo 37 caput da
Constituição Federal, os princípios da legalidade, da moralidade, da impessoalidade, da publicidade e da
eficiência. Além dos princípios expressos na Constituição Federal temos também princípios expressos na
legislação infraconstitucional, ou seja fora da Constituição, Com por exemplo a lei 9.784 de 99( lei do
processo administrativo Federal), que em seu artigo 2º de maneira expressa, determina a observância dos
seguintes princípios: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Tanto os princípios expressos
na Constituição Federal como os princípios da lei 9.784 /99 todos eles são princípios expressos pois estão
escritos uma determinada lei.

Princípios Constitucionais ou expressos

São considerados Princípios expressos, aqueles que estão localizados no bojo do texto Constitucional, e
devem ser observados por toda a Administração Pública (Direta e Indireta), todas as Esferas de Governo
(Federal, Estadual, Distrital e Municipal) e Todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), segundo
o caput do art. 37, da C.F./88: a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. CF/88
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de Legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”
PRINCÍPIOS CONSTITUICIONAIS DO ART 37/CF

Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

Princípio da Legalidade

Por este princípio podemos afirmar que o Estado só faz aquilo que a lei determinar, ou seja, um ato legal,
legítimo é aquele praticado de acordo com os ditames legais. O cidadão pode fazer tudo o que a lei não
proibir, segundo o art. 5º, II, da CF/88, mas, o agir da Administração Pública necessita estar previsto em lei,
esta deve agir quando, como e da forma que a lei determinar. O ato administrativo praticado pelo Agente
Público sem a observância da legalidade, torna o ato nulo de pleno direito, tendo em vista, a presença de
um vício insanável em sua estrutura, chamado de ilegalidade.

Princípio da Moralidade

Atuação administrativa além de ser legal tem que ser moral. Tem que estar de acordo com a boa-fé, com a
moral, com a ética, com a honestidade, com a lealdade, com probidade. Mesmo que em determinada
situação seja respaldada pelo ordenamento jurídico, o ato pode ser considerado viciado por afrontar o
princípio da moralidade.

O exemplo comumente apresentado como materialização do princípio da moralidade e a vedação ao


nepotismo, pois não há lei específica vedando a contratação de parentes para cargos comissionados na
administração pública. Entretanto, essa prática nociva Viola impessoalidade e, de maneira mais específica, a
moralidade administrativa. Nesse sentido, STF aprovou a súmula vinculante número 13, e por ela, está
proibida nomeação para cargo em comissão do cônjuge ou companheiro e dos parentes, em linha reta,
colateral e por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante outro servidor que já é ocupante
de cargo em comissão na mesma pessoa jurídica.

Assim não podem ser nomeados o cônjuge/ companheiro (a) e os seguintes parentes: Em linha reta: filhos,
netos, bisnetos, pai/ mãe, Avô(avó),Bisavô(ó);
E linha colateral: irmão, tio, sobrinho;

Por afinidade: sogro, genro/ nora, padrasto/ Madrasta, enteado e cunhado.

Por outro lado, por exemplo, podem ser nomeados: primo, sobrinho-neto,concunhado ( até porque,
juridicamente, não é parente).

É bom salientar que a súmula vinculante proíbe, ainda, as designações recíprocas. Por exemplo, não pode o
Prefeito Nomear para seu assessor o filho do presidente da Câmara Municipal e este, por sua vez, é proibido
de nomear o filho do prefeito como o seu assessor. Da mesma forma, o irmão do diretor do posto de saúde-
Cargo em comissão- não pode ser nomeado para Cargo comissionado no município pois seu irmão já é
ocupante de cargo de direção.

Por outro lado, deve ficar bem claro que a proibição apenas alcança os ocupantes de cargo em comissão,
não atingindo o ingresso por concurso público, pois, no caso, acabo efetivo e não comissionado. Por
exemplo, o cônjuge o filho ou irmão de alguém que já ocupe Cargo em comissão uma pessoa estatal, Caso
seja aprovado em concurso público, não terá nenhum impedimento para ser investido no cargo.

Por fim, cabe ressaltar que o STF delimitou os efeitos da súmula vinculante 13, fixando entendimento que a
vedação não se estende aos agentes políticos sendo restrita a cargos administrativos. Portanto, por
exemplo, o Presidente da República pode nomear sua esposa como Ministra, Governador pode nomear seu
filho como secretário de estado e o prefeito pode nomear seu irmão como secretário municipal.

Hipóteses exemplificativas de imoralidade administrativa:

Atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei 8429/92). Ex:
Utilização em obra ou serviço particular, de veículos, materiais ou equipamentos públicos.

Atos de improbidade administrativa que importem em prejuízo ao erário (art. 10 da Lei 8429/92). Ex:
Aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao do mercado.
Atos de improbidade administrativa que atentem contra os princípios da Administração (art. 11 da Lei
8429/92). Ex: Fraude à licitude de concurso público.

É crime de responsabilidade o ato do Presidente da República que atente contra a Constituição Federal,
especialmente contra probidade administrativa (art. 85, V da CF).

Os atos imorais podem ser anulados pelo Poder Judiciário principalmente por meio de:

a) ação popular (CF , art. 5º , LXXIII e Lei 4.717 /65): sujeito ativo - cidadão (eleitor); e

b) ação de improbidade administrativa (Lei 8.429 /92): sujeitos ativos - entidade prejudicada e Ministério
Público.

Princípio da Publicidade

A Constituição garante aos indivíduos o direito à privacidade e à intimidade, ou seja, cada pessoa tem o
direito de isolar parte da sua vida do conhecimento alheio. Esses direitos não se aplicam aos agentes
públicos quando atuam no exercício de suas funções. A administração pública tem o dever de
transparência, isto é, seus atos devem ser levados ao conhecimento da população.

A publicidade dos atos da administração pública tem as seguintes finalidades:

a) conferir eficácia (ou, segundo alguns autores, exequibilidade) para os atos da administração. Assim, o
ato somente torna-se obrigatório para seus destinatários quando for publicado;
b) possibilitar o controle do ato pela população (que pode ajuizar uma ação popular ou interpor um
requerimento administrativo) ou por outros órgãos públicos (como o Ministério Público, que atua por meio
da ação civil pública ou por meio de recomendações aos órgãos públicos).

A publicidade, por ser interna (dirigida aos integrantes do órgão ou da entidade) ou externa (dirigida aos
cidadãos em geral), deve obedecer à forma prescrita em lei, que, normalmente, exige a publicação do ato
no Diário Oficial. Excepcionalmente, a lei determina a publicação em jornal de grande circulação ou mesmo
a utilização da internet. Nos processos administrativos, as comunicações processuais aos interessados
devem ser feitas por meio de intimação. Assim, a publicidade é um ato formal, sob pena de nulidade.

De acordo com a Constituição, o direito à publicidade da administração pública pode ser


defendido administrativamente por meio:

a) do direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
e

b) da obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações


de interesse pessoal.

Enquanto o direito de petição é utilizado para possibilitar o acesso a informações de interesse coletivo, o
direito de certidão é utilizado para a obtenção de informações que dizem respeito ao próprio requerente.

Judicialmente, a transparência administrativa pode ser defendida por meio de duas ações
previstas na Constituição:

a) o mandado de segurança, para informações de interesse coletivo; e

b) o habeas data, para o acesso e a retificação de informações pessoais constantes em bancos de dados
públicos ou de caráter público.

O sigilo é lícito na administração pública em situações nas quais a publicidade possa acarretar lesão a outro
direito protegido constitucionalmente. Ex.: os atos do procedimento licitatório são públicos, exceto a
apresentação das propostas, pois, se um dos licitantes souber das propostas dos outros, antes de
apresentar a sua, haverá uma vantagem indevida e uma violação ao princípio da isonomia.

A Constituição enumera os seguintes casos de sigilo:

a) imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado (art. 5º, XXXIII, regulamentado pelas
Leis 8.159
/91 e 11.111 /2005 e pelo Decreto 4.533 /2002); e

b) defesa da intimidade (art. 5º, LX).


Princípio da Impessoalidade

A atuação das pessoas em geral é movida por seus interesses egoísticos, ou seja, busca-se a satisfação das
próprias necessidades ou daqueles que lhes são próximos. A administração pública, porém, deve ter como
finalidade essencial a satisfação do interesse público, buscando as melhores alternativas para a sociedade
como um todo. E, por "interesse público", não deve se compreender alguma concepção ideológica pessoal
do agente, mas aquilo que é definido como tal pelo Direito. Portanto, o princípio da impessoalidade (ou
da finalidade) decorre diretamente do princípio da legalidade.

Atuar impessoalmente, portanto, significa ter sempre a finalidade de satisfazer os interesses


coletivos,mesmo que, nesse processo, interesses privados sejam beneficiados ou prejudicados.

Impessoalidade também significa imparcialidade e isonomia, pois, a função da administração pública é a


execução da lei, independentemente de quem sejam os interesses beneficiados ou prejudicados. Até
mesmo os próprios interesses do Estado, enquanto pessoa jurídica, somente podem ser satisfeitos se
estiverem respaldados pela lei.

Os atos da administração devem sempre estar de acordo com a finalidade genérica (satisfação do interesse
público) e com sua finalidade específica, que lhe é própria. A desobediência a qualquer uma dessas
finalidades constitui uma espécie de abuso de poder chamada de desvio de finalidade ou de desvio de
poder. Ex.: a remoção de um servidor de uma localidade para outra tem o objetivo de suprir a necessidade
de pessoal no local de destino (finalidade específica). Caso seja utilizada para puni-lo ou por simples
perseguição pessoal, haverá desvio de poder.

A Constituição Federal impõe conduta impessoal em todos os atos da administração pública, notadamente
os de publicidade, nos quais, a pretexto de informar as realizações do governo, faz-se, de forma
extremamente frequente, propaganda político-partidária. Nesse sentido, dispõe o art. 37:

"§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos."

A Lei 9.784 /99 também dispõe sobre a impessoalidade, denominando-a de princípio da finalidade,
exigindo, no Parágrafo único do art. 2º :

"III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou


autoridades; (...)
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a
que se dirige..."

Princípio da Eficiência

Pelo princípio da eficiência, administração pública deve atuar de maneira a buscar resultados e não
simplesmente agir. Isto é, atuação administrativa deve buscar a melhor relação custo-benefício, deve ser
feita a utilização dos recursos, o devido planejamento e estabelecimento de metas e a fiscalização do
efetivo cumprimento do que foi planejado.

Eficiência, em síntese, é a relação entre os resultados obtidos e os recursos empregados. Assim, um


procedimento administrativo é eficiente quando empregar um pequeno número de recursos (materiais,
humanos e de tempo) para produzir um grande número de resultados. Não se confunde com eficácia, que
é qualidade do ato administrativo que possibilita a produção de efeitos jurídicos. Assim, ato eficaz é aquele
que cria, modifica ou extingue direitos, enquanto que o ato ineficaz é aquele que ainda não tem efeitos
jurídicos, porque ainda não veio a tê-los (atos pendentes) ou porque estes já foram totalmente produzidos
(atos exauridos). Também não se confunde com efetividade, que é qualidade de tudo aquilo que está, de
fato, sendo executado. Assim, um ato pode ser eficaz, mas não ter efetividade se for sistematicamente
descumprido.

Para finalizar bisonho, Vale salientar que o princípio da eficiência foi o último princípio a ser inserido no
caput do artigo 37 da Constituição Federal.

FIQUE LIGADO!!!

Além dos princípios previstos expressamente na Constituição Federal, temos previsão taxativa em diversas
leis, como na Lei 9.784/1999, que dispõe sobre o processo administrativo na Administração Pública Federal,
na Lei 8.666/1993, que estabelece normas gerais de licitações e contratos, e na Lei 12.462/2011, que
disciplina o regime diferenciado de contratações públicas. As normas infraconstitucionais também
apresentam princípios expressos aplicáveis à Administração Pública. Vejamos alguns exemplos:

Lei 8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos): “Art. 3º A licitação [...] será processada e julgada em estrita
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo [...].”

Lei 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo da Administração Pública Federal): “Art. 2o A Administração
Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência. ”

Lei 12.462/2011 (Lei do Regime Diferenciado de Contratações Públicas): “Art. 3o As licitações e


contratações realizadas em conformidade com o RDC deverão observar os princípios da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da eficiência, da probidade administrativa,
da economicidade, do desenvolvimento nacional sustentável, da vinculação ao instrumento convocatório
e do julgamento objetivo. ”

Princípio da Supremacia do Interesse Público

Princípio da supremacia do interesse público é um princípio implícito. Segundo Esse princípio o interesse
público é supremo sobre interesse particular, e todas as condutas estatais tem como finalidade a satisfação
das necessidades coletivas. Nesse sentido, os interesses da sociedade devem prevalecer diante das
necessidades específicas dos em, havendo a sobreposição das garantias do corpo coletivo, quando em
conflito com as necessidades de um cidadão isoladamente. Em razão dessa da busca pelo interesse público,
a administra situação privilegiada, quando se relaciona com os particulares.
São exemplos de prerrogativas de direito público da administração pública, derivadas diretamente do
princípio da supremacia do interesse público:

As diversas formas de intervenção na propriedade privada, como a desapropriação (assegurada a justa e


prévia indenização); a requisição administrativa, em que o interesse público autoriza o uso da propriedade
privada, sem remuneração, só havendo indenização ulterior, se houver dano; o tombamento de um imóvel
de interesse histórico;

A existência das denominadas causas exorbitantes nos contratos administrativos, possibilitando à


administração, por exemplo, modificar o rescindir unilateralmente o contrato;

As diversas formas de exercício do Poder de polícia administrativa, traduzidas nas limitações ou


condicionamento ao exercício de atividades privadas, tendo em conta o interesse público;

A presunção de legitimidade dos atos administrativos, que impõe aos particulares o ônus te provar
eventuais vícios que entendam existir no ato, a fim de obter uma decisão administrativa ou provimento
judicial que afaste a sua aplicação.

Princípio da Indisponibilidade do interesse Público

Diz que, todos os bens e interesses gerenciados pela Administração Pública e seus agentes pertencem ao
povo. Isso quer dizer que, nenhum agente público pode pôr em prática qualquer ato que implique em
renúncia de direitos ou prejuízos para a sociedade.

Nesse sentido, é incompatível com esse princípio por exemplo, a renúncia a uma multa, sem a respectiva
previsão legal ou, ainda, alienação de imóvel público sem observância da legislação (artigo 17 da lei 8666/93
exige autorização Legislativa e, em regra, licitação).

Princípio da Razoabilidade
Este princípio Visa impedir uma atuação desarrazoada ou despropositada do administrador, definindo o
quê o agente não se pode valer de seu cargo ou função, com intenção de cumprir a lei, para agir de forma
ilegal e arbitrária fora dos padrões éticos e adequados ao senso comum. Este princípio representa certo
limite para discricionariedade do administrador, uma vez que, mesmo diante situações em que a lei define
mais de uma possibilidade de
atuação, ainda é prestação do agente estatal deve se pautar pelos padrões de escolha efetivados pelo
homem médio da sociedade, sem o cometimento de excesso.

O princípio da razoabilidade é uma diretriz de senso comum, ou mais exatamente, de bom-senso, aplicada
ao Direito.

O princípio da razoabilidade e o da proporcionalidade que estudaremos logo a pouco, São princípios que
não estão expressos na Constituição Federal,porém estão expressos na lei 9784/99.

Princípio da Proporcionalidade
Espera-se sempre uma atuação proporcional do agente público, o equilíbrio entre os motivos que deram
ensejo a prática do ato e a consequência jurídica da conduta. A grande finalidade deste princípio evitar
abusos na atuação de agentes públicos, ou seja, impedir que as condutas inadequadas desses agentes
ultrapassem os limites no que tange adequação, no desempenho de suas funções em relação aos fatos que
ensejaram a conduta do Estado. Logo, buscar o equilíbrio entre o ato praticado e os fins a serem alcançados
pela administração pública é a essencialidade desse princípio.

Ao valorar os conceitos inseridos no princípio da proporcionalidade, impõe-se ao órgão julgador disciplinar


o dever de uma avaliação criteriosa e comparativa da falta funcional com a pena a ser aplicada, de forma
a encontrar quantidades proporcionais em si, de modo a alcançar uma relação de harmonia e justiça.

Em sua essência, a proporcionalidade nos remete à ideia de quantidade da aplicação da pena.

Princípio da autotutela
É o dever da administração pública de controlar os seus próprios atos quanto à legalidade e o mérito.
Autotutela significa administração cuidar de si própria. E com fundamento nesse princípio ela pode anular
os seus atos quando possuírem vícios de legalidade, ou revogar, quando se tornarem inconvenientes ou
inoportunos em face do interesse público.
Nesse sentido, dispõe a Súmula 346, do Supremo Tribunal Federal: "a administração pública pode declarar
a nulidade dos seus próprios atos". No mesmo rumo é a Súmula 473, também da Suprema Corte, "a
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial".

Outrossim, a autotutela refere-se também ao poder da Administração de zelar pelos bens que integram seu
patrimônio, sem a necessidade de título fornecido pelo Judiciário.

Ato Ilegal (vício de


ANULAÇÃO EX TUNC / Retroativo
Legalidade)

Ato Legal / Por


razões de EX NUNC / Nunca
REVOGAÇÃO oportunidade e retroagi
conveniência /Sempre para frente
administrativa.

Princípio da Motivação
Motivar significado de mostrar por escrito, os motivos, os pressupostos e de fato e de direito, que levaram
o administrador a praticar o ato administrativo. O administrador deve justificar, fundamentar, a prática
do ato. Por isso, Esse princípio, também, é denominado princípio da fundamentação.

O princípio da motivação está expresso na lei Lei 9.784/1999, portanto, é considerado um princípio
Expresso.
Princípio da Isonomia
Isonomia, veda o tratamento diferenciado às pessoas por motivo de índole pessoal, de forma a garantir
uma padronização de condutas do estado em relação aos cidadãos.Por outro lado, em suas Aspecto
material, a isonomia justifica tratamento diferenciado como forma de igualar juridicamente aqueles que
são desiguais faticamente.
Nesse sentido, o prefeito determina que a administração pública deve tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais na medida das suas desigualdades.

Isonomia justifica, portanto, o estabelecimento de garantias a determinados grupos socialmente


prejudicados como forma de diminuir as desigualdades em relação ao restante da coletividade, sendo base
da criação de ações afirmativas que visam à inclusão de pessoas menos favorecidas na sociedade. Por
exemplo, a legislação cria ou obrigatoriedade de estabelecer o número de vagas em concursos públicos
destinados aos portadores de deficiência.

Ademais, não se pode exigir nenhum outro critério para admissão de pessoal do serviço público, sob pena
de violar a isonomia da competição. Dessa forma, a súmula 683 do STF definir que qualquer outra restrição,
como por exemplo, de idade, para ingresso em cargo público, somente justifica-se necessária ao exercício
das funções do cargo a ser preenchido.

Sendo assim, é possível definir restrições para ingresso no serviço público Com base no limite de idade,
desde que seja necessário para o bom exercício da atividade pública, não se admitindo9 a restrição de
forma injustificada.

Princípio da Especialidade
Decorrência dos princípios da legalidade e indisponibilidade do interesse público.

Concerne à ideia de descentralização administrativa. O Estado cria pessoas jurídicas públicas


administrativas (autarquias) como forma de descentralizar a prestação de serviços públicos, com vistas à
especialização da função.

A lei que as cria estabelece com precisão as finalidades a serem atendidas.

Princípio da Hierarquia
Segundo este Princípio, a Administração Pública Organize-se, estrutura-se, criando uma relação de
coordenação e subordinação entre os diversos órgãos criados. Com isso, distribuir funções a cada um
deles, mas o faz de maneira escalonada. é com base na hierarquia que podem ocorrer a delegação e
avocação.

É muito importante ressaltar que somente existirá aqui ou subordinação dentro da mesma pessoa jurídica,
entre seus diversos órgãos. A Hierarquia não existe entre pessoas jurídicas diferentes. Assim, entre uma
autarquia E o respectivo ministério há uma relação de vinculação e não de subordinação.
Princípio da Continuidade do Serviço Público
Atividade administrativa referente à prestação dos serviços devem ser ininterruptas. o serviço público não
pode parar.
Todavia, há situações em que existe previsão legal para que o serviço seja interrompido. a lei 8987 no artigo
6 parágrafo primeiro, estabelece que pode ocorrer a interrupção do serviço público em caso de emergência
ou, após prévio aviso, por motivo de ordem técnica ou de segurança das instalações e por motivo de
inadimplência do usuário.

Com fundamento no princípio da continuidade de serviço público, pode haver restrições ao exercício do
direito de greve do servidor público.Para que não ocorra interrupção do serviço público, não é possível que
se permite a greve de todo o efetivo dos servidores públicos civis. Deve ocorrer a compatibilização do direito
de greve com o princípio da continuidade no serviço público.

Princípio de legitimidade
Esse princípio é intimamente relacionado com princípio da legalidade, pois, se atuação administrativa deve
cidade de acordo com a lei e com o direito, presume-se que todo ato administrativo praticado seja legal.
Entretanto, trata-se de presunção relativa, pois admite prova em contrário.

A consequência é que as decisões da Administração Pública são de execução imediata e tem a possibilidade
de criar obrigações para o particular, independentemente de sua concordância.

Princípio da Tutela ou Controle


Por esse princípio, administração direta controla, fiscaliza as atividades das entidades da administração
indireta
(autarquia, fundação pública, sociedade economia mista, empresa pública).

Não deve ser confundido com o princípio da autotutela, Pois por isso ocorre a anulação a revogação dos
atos administrativos praticados pela própria pessoa jurídica. já, pelo princípio da tutela, ocorre o controle
de finalidade das entidades da administração indireta, quer dizer, há um controle para se verificar se essas
entidades estão cumprindo as finalidades para as quais foram criadas.

Princípio da Contraditório e da Ampla defesa


Trata-se de princípios expressos no texto condicional em seu artigo 5°, como garantia fundamental do
Cidadão. Art. 5º LIV CF – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
Art. 5º LV CF – aos litigantes em processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

Exigência de um processo formal regular para que sejam atingidas a liberdade e o patrimônio de quem quer
que seja. A Administração Pública antes de tomar a decisão gravosa deve possibilitar o contraditório a
ampla defesa, inclusive o direito de recorrer.

O processo é garantia da democracia realizável pelo direito.


Princípio do Controle Judicial dos Atos Administrativos
Conforme o inciso XXXV, do Artigo 5º, da carta maior, “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça de lesão a direito”, de maneira que o Princípio aí consignado tutela os cidadãos contra leis
ou providências da administração – dessa emanadas – que venham ou possam vir a determinar aludidas
consequências.

Significa que os atos administrativos são controláveis judicialmente e que apenas o poder judiciário, na
função jurisdicional, pode decidir de maneira definitiva a respeito.

Princípio da Segurança jurídica


Veda a aplicação retroativa de nova interpretação de lei no âmbito da Administração Pública e permite que
o cidadão tenha segurança nas relações que trava com a Administração Pública. Está ligado à boa – fé.

Falando ainda do princípio da segurança jurídica, Administração pública decai, após 5 anos, do direito de
anular os atos administrativos, quando seus efeitos forem benéficos ao destinatário e não tem ocorrido má-fé.

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