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de Conflitos como
Instrumento de Gestão
Texto 4
Princípios constitucionais que
regem a Administração Pública
Douglas Gerson Braga
A Constituição Federal é o cerne, o vetor de todo o ordenamento jurídico. É
formada por princípios e normas jurídicas. Os princípios estão no vértice da
pirâmide e irradiam seus efeitos sobre as demais normas jurídicas que devem
conformar-se a eles. Os princípios expressam valores éticos, sociais e políticos
da sociedade, convertidos pelo legislador constituinte em preceitos jurídicos,
segundo ensinamentos de Marino Pazzanelle Filho (1999).
o princípio exige que tanto a lei como o ato administrativo respeitem seus
limites e, ademais, tenham o seu mesmo conteúdo, sigam sua mesma
direção, realcem seu mesmo espírito. Mas, ainda mais, esses conteúdos
básicos da Constituição regem toda a vida comunitária e não somente os
atos a que mais diretamente se referem ou as situações que mais
expressamente contemplam; por serem ‘princípios’ são a base de uma
sociedade livre e republicana, são os elementos fundamentais e
necessários da sociedade e de todos os atos de seus integrantes.
• criação legislativa;
• exercício das funções públicas, administrativa e
jurisdicional.
Assim, segundo Marino Pazzaglini Filho (1999):
Dessa forma, violar um princípio, para Celso Antonio Bandeira de Mello (1994)
é:
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Primeiro grupo
Princípios especificados no artigo 37 da
Constituição Federal
Por uma feliz coincidência, as iniciais dos nomes dos princípios especificados no
artigo 37 da Constituição Federal formam o vocábulo mnemônico LIMPE, que
lembra ambiente asséptico e transparência.
conceder reajuste salarial por meio de ato administrativo interno, sendo que
a lei determina que os reajustes salariais podem, somente, ser concedidos
por intermédio de aprovação de lei específica.
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IMPESSOALIDADE
MORALIDADE
(Legalidade + Finalidade = Moralidade)
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Esse princípio pode ser ferido a partir das seguintes ações:
despesas legais, porém não prioritárias diante de necessidades vitais da
população;
mordomias indevidas;
gastos exorbitantes em publicidade desnecessária;
tráfego de influência.
PUBLICIDADE
A seguir tem-se exemplos que tratam tanto da transgressão desse princípio, como
que execução lhe é obrigatória:
propaganda nominal em detrimento de comunicação impessoal de ações
administrativas: fere os princípios da impessoalidade e também o da
publicidade. Este princípio é ferido, pois a obrigatoriedade de fornecer
certidões públicas aos cidadãos decorre desse preceito.
hábeas-data: conhecimento, retificação ou anotação de informação em
órgão público.
EFICIÊNCIA
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Como exemplo de transgressão e forma de cumprimento temos:
limpeza insuficiente de bueiros versus manutenção adequada para prevenir
enchentes;
depredação de estabelecimentos comerciais em tumultos públicos por
insuficiência ou omissão policial.
Segundo grupo
Interesse público
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Princípio da finalidade
Além de ater-se à letra da lei, o administrador deve considerar o objetivo que gerou
sua criação. Deve buscar o resultado prático, eficiente, compatível com as reais
necessidades e aspirações da sociedade, ou seja, do interesse público.
Princípio da igualdade
Diz a Constituição que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza (artigo 5o). Logo, o administrador não pode tratar de forma desigual
situações iguais no campo dos direitos e das obrigações. O princípio impõe que
haja tratamento igual para situações iguais e desigual para situações desiguais.
Veja os exemplos:
necessidade de licitação pública: igualdade de condições a todos os
concorrentes;
na investidura em cargo público, o princípio da igualdade impõe prévia
aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos.
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Mostra-se, a seguir, exemplo de transgressão a esse princípio:
construção de “escolas de latinha”, inapropriadas para uso habitual, ou
utilização da mesma sala de aula, com o mesmo professor, no mesmo
horário, para ministrar aulas concomitantes a duas turmas em anos
escolares diferentes, para fazer crer que se está eliminando o deficit de
vagas.
Princípio da motivação
Para todos os atos dos agentes públicos têm de haver um motivo explicável, um
fundamento de fato e de direito. O princípio da motivação é a própria explicação
dos pressupostos e dos fundamentos que embasam as decisões do agente
público.
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Desrespeito aos princípios constitucionais