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1 Princípio da legalidade
Esse princípio determina que o agente público tem por dever seguir
aquilo que a lei expressa e que não deve valer-se de interesses e
motivações pessoais em sua atuação.
Enquanto na iniciativa privada o cidadão dispõe de um vasto
campo de possibilidades para empreendimentos. desde que não
agrida a lei, na Administração Pública as ações apenas poderão ser
executadas quando autorizadas por lei. Aliás. "a eficácia de toda
atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei"
(Meirelles. 1997. p. 82).
Esse apego à letra imperativa da lei vem da tradição do Estado
de direito liberal. o qual. conforme Silva (1999. p. 116-117). tinha
como características básicas a submissão ao império da lei, a divisão
de poderes e a garantia dos direitos individuais.
A evolução do Estado democrático fez com que a lei ganhasse
maior importância na organização deste. principalmente nas tradi-
ções de direito escrito. como a tradição brasileira. na qual o cidadão
viu seus direitos reconhecidos de modo expresso. ao contrário do
ocorrido em períodos passados. quando prevaleceu a subjetividade
dos governantes no trato com seus governados. A importância dada
ao texto legal serve para que haja maior controle sobre os atos da
Administração Pública. uma vez que as leis administrativas são de
ordem pública. visando ao bem da coletividade. e a legalidade pre-
tendida na ação dos agentes públicos visa atender aos interesses de
toda a sociedade governada por uma instituição burocraticamente
organizada identificada como Estado.
Descumprir a lei e todo o ordenamento jurídico proposto é ir de en-
contro às finalidades do Estado democrático de direito. conclamado.
no caso brasileiro. no art. l° da Constituição Brasileira de 1988.
Mais que um pensamento filosófico ou doutrinário jurídico. esse
princípio é fundamental para a existência e a eficácia de qualquer
ato de um agente público.
1 Princípio da impessoalidade
Esse princípio trata da finalidade dos atos públicos. O administrador
público deve atender ao fim legal previsto para cada ato, ou seja.
impõe-se ao administrador que sejam atendidos os fins públicos de-
clarados na legislação específica sem privilegiar sujeitos ou grupos:
a atenção dispensada deve se dar de forma impessoal.
Como lembra Meirelles (1997. p. 86). o princípio da impessoali-
dade. identificado no art. 37 da Carta Magna de 1988. é o clássico
princípio da finalidade. que veda. para a Administração Pública. a
prática de atos desprovidos de interesse público ou por conveniência.
apenas motivados por interesses privados. favoritismos ou. ainda.
perseguição de qualquer natureza. constituindo, nesses casos. desvio
de finalidade e. consequentemente. abuso de poder.
Para Silva (1999. p. 647). esse princípio estabelece a regra pela
qual "os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao
funcionário que os pratica. mas ao órgão ou entidade administrativa
em nome do qual age o funcionário". Segundo esse autor. o prin-
cípio da impessoalidade atende à objetividade nos procedjmentos
desenvolvidos na Administração Pública. livrando o administrado
de qualquer personaljsmo por parte dos agentes do Estado. pois é o
órgão público o autor institucional do ato. e não seus agentes.
1 Princípio da moralidade
O caput do arl. 37 da Constituição de 1988 expressa que é "pres-
suposto de validade" do ato administrativo a chamada moralidade
administrativa. Considerando-se que a finalidade da Administração
Pública é o bem comum. a concepção daquilo que é moral no interior
dos órgãos públicos deve seguir esse parâmetro, uma vez que um
juízo moral (conjunto de valores) oscila em cada indivíduo.
Cada consciência individual tem uma perspectiva diferente do
honesto e do desonesto. mas. para constituir uma mo r a l a d -
mi n i s t r a t i v a • só se leva em consideração a relação do admi-
nistrador com os seus subordinados e. em última análise. com os
cidadãos dependentes da atividade pública.
Não basta atender ao disposto na lei para validar o ato adminis-
trativo, conforme bem lembra Meirelles (1997. p. 83), ao citar o
brocardo latino que diz: "Nem tudo que é legal é honesto (Non omne
quod licet honestum est)".
Ainda na lição desse jurista. o princípio da mora lidade foi con-
sagrado de modo objetivo no texto constitucional quando trata da
improbidade administrativa:
1 Princípio da publicidade
No dizer de Meirelles (1997. p. 86). a p u b li e ida d e "é a di-
vulgação oficial do ato para conhecimento público e in ício de seus
efeitos externos". Assim. a publicidade. segundo o mesmo jurista,
"é requisito de eficácia e moralidade".
A publicidade dos atos administrativos é de grande relevância ao
expor perante a opinião pública as verdadeiras ações dos agentes
públicos. permitindo. assim. algum controle contra possíveis des-
vios por parte destes. Os atos são públicos para gerar validade e
informação entre partes e perante terceiros. justificando-se o sigilo
apenas em determinados casos em que sobressai o interesse particu-
lar ou nacional em relação ao geral. como em investigações policiais.
apesar de. mesmo nesses casos. haver. vez ou outra. a necessidade
de declaração expressa do sigilo.
Além dos órgãos competentes e responsáveis pela fiscalização dos
atos administrativos. o povo tem por direito conhecer o conteúdo dos
atos e contratos administrativos. até mesmo par-a garantir o bem co-
mum. conclamado como finalidade da Administração Pública. Para
tanto, a sociedade pode se valer de remédios constitucionais quando
não é respeitado esse princípio. tais como: mandado de segurança,
ação popular e habeas data.
Tratando-se de questões ambientais. é de grande importância o
princípio aqui estudado, uma vez que recursos naturais estratégicos,
de interesse coletivo. são entregues à iniciativa privada por meio de
concessões. a fim de que sejam administrados e resultem na obten-
ção de lucro, como é o caso do Parque das Cataratas do Iguaçu. no
Estado do Paraná.
Instrumentos como o Diário Oficial e demais órgãos de imprensa,
assim como a facilitação do acesso a documentos (como afixar em
locais pú.blicos decisões e editais de convocação). auxiliam o olhar
do cidadão atento e disposto a atender aos próprios interesses e aos
da coletividade.
Quando o cidadão descobre uma irregularidade e não está apto a
empreender uma medida judicial. no intuito de fazer valer o interesse
coletivo, pode recorrer ao membro do Ministério Público, na figura do
promotor de justiça. seja federal. seja estadual. Desse modo, auxilia
na :fiscalização da coisa pública. mesmo que não esteja agindo em
nome próprio para a defesa do interesse tutelado.
1 Princípio da eficiência
Esse princípio, estabelecido no caput do art. 37 da Constituição
Federal de 1988. foi readequado na Carta Magna pela Emenda
Constitucional nº 19. de 04 de junho de 1998 (Brasil. 1998a). No
dizer de Silva (1999. p. 651). trata-se de um princípio mais corre-
lato com questões de ordem econômica do que jurídica. uma vez
que "não qualifica normas; qualifica atividades". Segundo o autor,
é o princípio que impõe à atividade administrativa obter resultados
satisfat6rios dispondo dos menores recursos possíveis.
De acordo com Meirelles (1997. p. 90): "dever de eficiência é
o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições
com presteza. perfeição e rendimento funcional". É a produtividade
do serviço público mensurada pelos aspectos da quantidade e da
qualidade.
Entende-se que. para alcançar essa eficiência almejada. é neces-
sário investimento na formação e constante atualização daqueles que
vão exercer uma atividade pública. Daí a necessidade de concursos
públicos constantes para selecionar as pessoas mais capacitadas
para determinados cargos e a adoção das mais modernas técnicas de
gerenciamento dos órgãos públicos. como o Planejamento Estratégico
Municipal (PEM). que visa adequar os gastos municipais com os
recursos disponíveis (humanos e financeiros) por meio de um sistema
de planejamento e controle prévios.
Além desse aspecto. o Poder Público necessariamente tem de
recorrer a métodos de base científica de comprovada eficiência para
promover suas ações. A capacidade discricionária do Estado não
pode ignorar as técnicas mais recentes que auxiliam no bom fun-
cionamento das suas atividades. Cabe lembrar o alerta lançado por
Meirelles (1997, p. 91). para o qual "não cabe à Administração
decidir por critério leigo quando há critério técnico solucionando
o assunto".
Em se tratando de matéria ambiental. esse princípio é de gran-
de relevância. uma vez que todos os elementos que informam as
condições de meio ambiente são de base técnica. como o Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental
(Rima). nos termos da Resolução nº 1. de 23 de janeiro de 1986. do
Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama (Brasil. 1986b).
1.2 Princípios processuais constitucionais
Art. 5° [...)
LN - ninguém será privado da líberdade ou de seus bens
sem o devido processo legal; [... )
SeçAo 1
Toda.s as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados
Unidos e sujeitas a sua jurisdição são cidadãos dos Estados
Unidos e do Estado onde tiver residência. Nenhum !Estado
poderá fazer ou executar leis restringindo os privilégios
ou as imunidades dos cidadãos dos Estados Unidos; nem
poderá privar qualquer pessoa de sua vida, liberdade, ou
bens sem processo legal, ou negar a qualquer pessoa sob
sua jurisdição a igual proteçAo das leis.
[ ...)
Art. 5° [... )
'XXX>J - a lei nao excluirá da apreciaç.ao do Poder Judiciá-
rio lesao ou ameaça a direito; [... )
Art. 5° [...]
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,
e aos acusados em geral sao assegurados o contraditório
e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
[...]
» informação: e
» reação (principalmente em se tratando de direitos disponí-
veis).
Art. 5° [...]
LVI - ~o inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos;[...)
Art. 5°
[...]
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
[...)
LIII - ninguém seró processodo nem sentenciado senõo
pela autoridade competente;[...)
Art. 5° [... )
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos pro-
cessuais quando a defesa da Intimidade ou o Interes-
se soclal o exigirem; [grifo nosso)
Art. 93 . [... )
IX - todos os Julgamentos dos 6rgaos do Poder Ju-
dlcli\rlo serio pObllcos, e fundamentadas todas as de-
cisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais
a preservaç!o do direito à intimidade do interessado no si-
gilo nao prejudique o Interesse pObllco à lnformaçao;
[grifo nosso)