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Direito Administrativo

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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

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Prof.ª Franciele Kühl

Sumário

1. Administração Pública na Constituição Federal ....................................................................... 4


1.1 Princípios ............................................................................................................................... 4
1.2 Princípio da Legalidade.......................................................................................................... 5
1.3 Princípio da Impessoalidade .................................................................................................. 6
1.4 Princípio da Moralidade ......................................................................................................... 7
1.5 Princípio da publicidade ......................................................................................................... 7
1.6 Princípio da eficiência ............................................................................................................ 9

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em abril de 2023.

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1. Administração Pública na Constituição Federal

Prof.ª Franciele Kühl


@prof.frankuhl

1.1 Princípios
O artigo 37, caput, da Constituição Federal traz os principais princípios norteadores do
direito administrativo: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (este úl-
timo acrescentado pela Emenda Constitucional n. 19/1998). Veja o mnemônico:

* Para todos verem: mnemônico LIMPE que representa os principais princípios do


direito administrativo: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

L egalidade

I mpessoalidade

M oralidade

P ublicidade

E ficiência

Note que estes princípios estão no artigo 37, o qual está no Capítulo VII da Constituição
Federal, capítulo que trata “Da Administração Pública”, ou seja, sua previsão neste capítulo já é
mais um indicativo da obrigatoriedade deles serem observados por todos os poderes em suas
atividades administrativas.

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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públi-
cos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
ou servidores públicos.
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políti-
cos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas
ações de ressarcimento.

Passaremos agora ao estudo de cada um desses princípios:

1.2 Princípio da Legalidade


Todos, sem exceção, estão sujeitos ao império da lei. A lei impõe deveres aos homens
e, também, limita a atuação do Estado. Assim, quando não houver previsão legal, não há possi-
bilidade de atuação da Administração Pública. Atos que violam a lei podem ser invalidados ou
anulados pela Administração Pública, diante do seu poder de autotutela ou, então, pelo Poder
Judiciário (desde que provocado). Ainda que na Administração Pública haja possibilidades de
uma atuação discricionária do administrador, essa discricionariedade ocorrerá no limite da lei.
O artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal traz que “ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, a partir daí podemos extrair que aos
particulares é lícito fazer tudo que a lei não proíbe. Contudo, para a Administração Pública essa
autonomia de vontade não se aplica, pois sua atividade é de mera gestão de coisa alheia (coisa
pertencente ao povo e não aos órgãos, agentes ou entes). Assim, para a Administração Pública
agir é necessária a existência de lei que imponha/determine, atuação vinculada) ou autorize (atu-
ação discricionária) determinada atuação administrativa.
A obediência que aqui tratamos não diz respeito somente à lei, mas ao Direito também,
como bem menciona o artigo 2º, inciso I, da Lei 9.784/99. Então o agente público, na sua atua-
ção, deve observar a lei, os princípios, os próprios atos normativos (como decretos expedidos
pelos chefes do executivo), para que não incorra em ilegalidade.

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1.3 Princípio da Impessoalidade


Corresponde à atuação da Administração Pública com critério objetivos e não pessoais,
não pode ser relevante para a pessoa, mas para o interesse coletivo. Quando um agente pratica
um ato, não é a pessoa, mas o Estado praticando-o ao servir os interesses públicos. A impesso-
alidade deve ser observada em relação aos administrados e a Administração. Aos administrados
o princípio está relacionado a finalidade que deve ser pública, não podendo haver atuação que
visa prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas. Quanto à Administração, significa dizer que
“os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que os praticar, mas
ao órgão ou entidade administrativa da Administração Pública, de sorte que ele é o autor institu-
cional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a vontade estatal” (SILVA, 2003,
p. 647)
Exemplos:
• Vedada a propaganda do governo em obras (Art. 2º, III, da Lei 9.784/1999 e art. 37,
§1º, da Constituição Federal);
• Vedada a remoção por punição;
• Está ligado também com o princípio da isonomia, onde o próprio artigo 37, II, da CF,
impõe o dever da realização de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo
ou emprego público;
• O artigo 37, inciso XXI, que exige a licitação para assegurar igualdade entre todos os
concorrentes;
• Vedação ao nepotismo: Súmula vinculante nº 13 (o nepotismo aparece em concursos
públicos ligado a moralidade também);
• Regras de impedimentos e suspeição no Processo Administrativo, dispostas no artigo
18 a 21, da Lei n. 9.784/99;
• Dever de observar as regras de precatórios estabelecidas no artigo 100 da Constitui-
ção Federal.

Um ato praticado que viola o princípio da impessoalidade deve ser anulado, pois fere a
legalidade.

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1.4 Princípio da Moralidade


A atuação da Administração Pública deve pautar na honestidade, boa fé, probidade e
não corrupção. A moralidade administrativa não se trata de um exame de oportunidade e conve-
niência, mas uma análise de legitimidade, ou seja, um ato praticado em desacordo com a moral
é nulo e não meramente inoportuno ou inconveniente. Assim, um ato que viola a moralidade não
deve ser revogado, mas sim nulo.
O princípio da moralidade está ligado ao artigo 37, §4º, da Constituição Federal, que
versa sobre os atos de improbidade administrativa, regulado pela Lei 8.429/92. A improbidade é
uma lesão à moralidade, por isso a ligação dos institutos.
Os particulares possuem diversas ferramentas de controles social/popular de atos admi-
nistrativos, como o direito de petição aos poderes públicos (art. 5º, inciso XXXIV, alínea “a”, da
Constituição Federal); garantia de acesso ao Poder Judiciário (art. 5º, inciso XXXV, da Constitui-
ção Federal), esse controle judicial de ato administrativos se dá através da ação popular (prevista
no artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal), como também pode ser através do mandado
de segurança.

1.5 Princípio da publicidade


A publicidade dos atos administrativos é direito fundamental do cidadão, corresponde ao
dever de promover o acesso à informação como condição necessária para exercer a democracia,
afinal, é através da publicidade dos atos que a sociedade pode controlar o Poder Público. A
publicidade também é condição para eficácia dos atos administrativos, pois é com a publicidade
que atos passam a ter efeitos externos, por exemplo:
a) O recebimento da notificação de trânsito;
b) Uma instrução normativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil que estabeleça
requisitos necessários para os contribuintes usufruírem de determinada isenção só terá validade
depois que sair da gaveta do agente;
c) A nomeação de aprovados em concurso público para um cargo efetivo só irá ocorrer
após a publicação.

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Admitem-se atos sigilosos quando:


a) Nos casos de segurança nacional: seja ela de origem militar, econômica, social, etc.
Nestas situações, os atos não são tornados públicos, artigo 5º, inciso XXXIII, da Constituição
Federal. Por exemplo, os órgãos de espionagem não fazem publicidade de seus atos.
b) Nos casos de investigação policial: onde o Inquérito Policial é extremamente sigiloso
(só a ação penal que é pública).
c) Nos casos dos atos internos da Administração Pública: nestes, por não haver in-
teresse da coletividade, não há razão para serem públicos.
d) Se violar o direito a intimidade, vida privada, a honra e a imagem da pessoa, conso-
ante artigo 5º, inciso X, LX, XI e XII da Constituição Federal.

A publicidade dos atos administrativos é feita tanto na esfera federal (através do Diário
Oficial Federal), estadual (através do Diário Oficial Estadual), quanto municipal (através do Diário
Oficial do Município).
Nos Municípios, se não houver o Diário Oficial Municipal, a publicidade poderá ser feita
através dos jornais de grande circulação ou afixada em locais conhecidos e determinados pela
Administração.
Mas a publicidade não diz respeito somente a publicação de atos por ser requisito de
eficácia. Também diz respeito a exigência de transparência. Neste tópico importantíssimo sali-
entar a Lei de Acesso à Informação (LAI), Lei n. 12.527/2011. A ela estão subordinadas: admi-
nistração direta, administração indireta e também entidades privadas sem fins lucrativos.
O §1º, do artigo 37 da Constituição Federal proíbe o uso da publicidade dos atos, pro-
gramas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos para fins pessoais, embora o pará-
grafo esteja mencionando a publicidade, nas questões de concurso ele geralmente está ligado
ao princípio da impessoalidade, justamente por trazer que na publicidade não pode constar no-
mes, símbolo ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores pú-
blicos, vedando, assim, o uso da máquina pública para interesses pessoais, para promoção pes-
soal.

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1.6 Princípio da eficiência


Foi inserido pela EC 19/1998, mesma emenda que alterou o artigo 41 e disse que o
servidor público só será efetivado após a avaliação de desempenho, nesse sentido o artigo 39,
§2º, da Constituição Federal que se refere a formação constantes dos agentes públicos, bus-
cando, assim, a produtividade e economia no desempenho de suas funções.
Segundo a doutrina, ele pode ser descrito sob duas perspectivas:
1) Da atuação do servidor público espera-se o melhor desempenho possível de suas
atribuições, a fim de obter melhores resultados.
2) Quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a administração pública, deve
ser o mais racional possível, com intuito de alcançar melhores resultados.

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