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ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO NA aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços,


visando à satisfação das necessidades coletivas ".
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
1. Princípios constitucionais de natureza ética: moralidade, impes- A Administração Pública, ainda, pode ser classificada como: direta e
soalidade, probidade, motivação e publicidade. indireta. A Direta é aquela exercida pela administração por meio dos seus
2. Normas penais relativas ao servidor público. órgãos internos (presidência e ministros). A Indireta é a atividade estatal
entregue a outra pessoa jurídica (autarquia, empresa pública, sociedade de
3. Dos Crimes contra a Administração Pública.
economia mista, fundações), que foram surgindo através do aumento da
4. Lei de Improbidade Administrativa. atuação do Estado.
5. Decreto Municipal nº 13.319 de 20/10/1994.
A Constituição Federal, no art. 37, caput, trata dos princípios inerentes
à Administração Pública:
1. Princípios constitucionais de natureza ética: moralidade,
impessoalidade, probidade, motivação e publicidade "Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên-
Princípios constitucionais da Administração Pública cia "
Texto extraído do Jus Navigandi
http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3489 Trata-se, portanto, de princípios incidentes não apenas sobre os ór-
Nívea Carolina de Holanda Seresuela gãos que integram a estrutura central do Estado, incluindo-se aqui os
acadêmica de Direito na Universidade Metodista de Piracicaba – pertencentes aos três Poderes (Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder
Campi Lins (SP) Judiciário), nas também de preceitos genéricos igualmente dirigidos aos
entes que em nosso país integram a denominada Administração Indireta,
INTRODUÇÃO ou seja, autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia
A denominada função administrativa do Estado submete-se a um es- mista e as fundações governamentais ou estatais (4).
pecial regime jurídico. Trata-se do denominado regime de direito público ou Destarte, os princípios explicitados no caput do art. 37 são, portanto, os
regime jurídico-administrativo. Sua característica essencial reside, de um da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da
lado, na admissibilidade da ideia de que a execução da lei por agentes eficiência. Outros se extraem dos incisos e parágrafos do mesmo artigo,
públicos exige o deferimento de necessárias prerrogativas de autoridade, como o da licitação, o da prescritibilidade dos ilícitos administrativos e o da
que façam com que o interesse público juridicamente predomine sobre o responsabilidade das pessoas jurídicas (inc. XXI e §§ 1.º a 6.º). Todavia, há
interesse privado; e de outro, na formulação de que o interesse público não ainda outros princípios que estão no mesmo artigo só que de maneira
pode ser livremente disposto por aqueles que, em nome da coletividade, implícita, como é o caso do princípio da supremacia do interesse público
recebem o dever-poder de realizá-los. Consiste, na verdade, no regime sobre o privado, o da finalidade, o da razoabilidade e proporcionalidade.
jurídico decorrente da conjugação de dois princípios básicos: o princípio da
supremacia dos interesses públicos e o da indisponibilidade dos interesses Vejamos, agora, o significado de cada um dos precitados princípios
públicos. constitucionais da Administração Pública.
Neste sentido, temos o ilustre posicionamento de CARDOZO: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS
"Estes, são princípios gerais, necessariamente não positivados de for- Caput Do Art. 37
ma expressa pelas normas constitucionais, mas que consistem nos alicer-
Conforme mencionado anteriormente, os princípios constitucionais ex-
ces jurídicos do exercício da função administrativa dos Estados. Todo o
plícitos são aqueles presentes no art. 37, da Constituição Federal, de
exercício da função administrativa, direta ou indiretamente, será sempre por
maneira expressa. Assim, são eles:
eles influenciados e governado"
o princípio da legalidade,
Tomando o conceito de Administração Pública em seu sentido orgâni-
co, isto é, no sentido de conjunto de órgãos e pessoas destinados ao o princípio da impessoalidade,
exercício da totalidade da ação executiva do Estado, a nossa Constituição
Federal positivou os princípios gerais norteadores da totalidade de suas o princípio da moralidade,
funções, considerando todos os entes que integram a Federação brasileira o princípio da publicidade
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
e o princípio da eficiência.
Destarte, os princípios inerentes à Administração Pública são aqueles
expostos no art. 37 de nossa vigente Constituição. Alguns, diga-se de Passemos, então, a estudá-los uniformemente.
pronto, foram positivados de forma expressa. Outros, de forma implícita ou Princípio Da Legalidade
tácita.
Referido como um dos sustentáculos da concepção de Estado de Direi-
Antes de procedermos à analise de cada um dos princípios que regem to e do próprio regime jurídico-administrativo, o princípio da legalidade vem
o Direito Administrativo, cabe novamente acentuar, que estes princípios se definido no inciso II do art. 5.º da Constituição Federal quando nele se faz
constituem mutuamente e não se excluem, não são jamais eliminados do declarar que:
ordenamento jurídico. Destaca-se ainda a sua função programática, forne-
cendo as diretrizes situadas no ápice do sistema, a serem seguidas por "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
todos os aplicadores do direito. em virtude de lei".
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Desses dizeres decorre a ideia de que apenas a lei, em regra, pode in-
(De Acordo Com A Emenda Constitucional n.º 19/98) troduzir inovações primárias, criando novos direitos e novos deveres na
ordem jurídica como um todo considerada
Primeiramente, cumpre distinguir o que é Administração Pública. As-
sim, MEIRELLES elabora o seu conceito: No campo da administração Pública, como unanimemente reconhecem
os constitucionalistas e os administrativistas, afirma-se de modo radical-
"Em sentido formal, a Administração Pública, é o conjunto de órgãos mente diferente a incidência do princípio da legalidade. Aqui, na dimensão
instituídos para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, dada pela própria indisponibilidade dos interesses públicos, diz-se que o
é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em administrador, em cumprimento ao princípio da legalidade, "só pode atuar
acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técni- nos termos estabelecidos pela lei". Não pode este por atos administrativos
co, dos serviços do próprio Estado ou por ele assumidos em benefício da de qualquer espécie (decreto, portaria, resolução, instrução, circular etc.)
coletividade. Numa visão global, a Administração Pública é, pois, todo o proibir ou impor comportamento a terceiro, se ato legislativo não fornecer,

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em boa dimensão jurídica, ampara a essa pretensão (6). A lei é seu único e No âmbito dessa particular dimensão do princípio da impessoalidade, é
definitivo parâmetro. que está o elemento diferenciador básico entre esse princípio e o da iso-
nomia. Ao vedar o tratamento desigual entre iguais, a regra isonômica não
Temos, pois, que, enquanto no mundo privado se coloca como apro- abarca, em seus direitos termos, a ideia da imputabilidade dos atos da
priada a afirmação de que o que não é proibido é permitido, no mundo Administração ao ente ou órgão que a realiza, vedando, como decorrência
público assume-se como verdadeira a ideia de que a Administração só direta de seus próprios termos, e em toda a sua extensão, a possibilidade
pode fazer o que a lei antecipadamente autoriza. de apropriação indevida desta por agentes públicos. Nisso, reside a dife-
Deste modo, a afirmação de que a Administração Pública deve atender rença jurídica entre ambos.
à legalidade em suas atividades implica a noção de que a atividade admi- Já, por outro ângulo de visão, o princípio da impessoalidade deve ter
nistrativa é a desenvolvida em nível imediatamente infralegal, dando cum- sua ênfase não mais colocada na pessoa do administrador, mas na própria
primento às disposições da lei. Em outras palavras, a função dos atos da pessoa do administrado. Passa a afirmar-se como uma garantia de que
Administração é a realização das disposições legais, não lhe sendo possí- este não pode e não deve ser favorecido ou prejudicado, no exercício da
vel, portanto, a inovação do ordenamento jurídico, mas tão-só a concretiza- atividade da Administração Pública, por suas exclusivas condições e carac-
ção de presságios genéricos e abstratos anteriormente firmados pelo terísticas.
exercente da função legislativa.
Jamais poderá, por conseguinte, um ato do Poder Público, ao menos
Sobre o tema, vale trazer a ponto a seguinte preleção de MELLO: de modo adequado a esse princípio, vir a beneficiar ou a impor sanção a
"Para avaliar corretamente o princípio da legalidade e captar-lhe o sen- alguém em decorrência de favoritismos ou de perseguição pessoal. Todo e
tido profundo cumpre atentar para o fato de que ele é a tradução jurídica de qualquer administrado deve sempre relacionar-se de forma impessoal com
um propósito político: o de submeter os exercentes do poder em concreto – a Administração, ou com quem sem seu nome atue, sem que suas caracte-
administrativo – a um quadro normativo que embargue favoritismos, perse- rísticas pessoais, sejam elas quais forem, possam ensejar predileções ou
guições ou desmandos. Pretende-se através da norma geral, abstrata e discriminações de qualquer natureza.
impessoal, a lei, editada pelo Poder Legislativo – que é o colégio represen- Será, portanto, tida como manifestadamente violadora desse princípio,
tativo de todas as tendências (inclusive minoritárias) do corpo social – nessa dimensão, por exemplo, o favorecimento de parentes e amigos
garantir que a atuação do Executivo nada mais seja senão a concretização (nepotismo), a tomada de decisões administrativas voltadas à satisfação da
da vontade geral" agremiação partidária ou facção política a que se liga o administrador
De tudo isso podemos extrair uma importante conclusão. Contraria- (partidarismo), ou ainda de atos restritivos ou sancionatórios que tenham
mente ao que ocorre em outros ordenamentos jurídicos, inexiste qualquer por objetivo a vingança pessoas ou a perseguição política pura e simples
possibilidade de ser juridicamente aceita, entre nós, a edição dos denomi- (desvio de poder).
nados decretos ou regulamentos "autônomos ou independentes". Como se Dessa perspectiva, o princípio da impessoalidade insere-se por inteiro
sabe, tais decretos ou regulamentos não passam de atos administrativos no âmbito do conteúdo jurídico do princípio da isonomia, bem como no do
gerais e normativos baixados pelo chefe do Executivo, com o assumido próprio princípio da finalidade.
objetivo de disciplinar situações anteriormente não reguladas em lei. E,
sendo assim, sua prática encontra óbice intransponível no modus constitu- Perfilhando este entendimento, sustenta MELLO:
cional pelo qual se fez consagrar o princípio da legalidade em nossa Lei
Maior. "No princípio da impessoalidade se traduz a ideia de que a Administra-
ção tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas
Regulamento, em nosso país, portanto, haverá de ser sempre o regu- ou detrimentosas. Nem favoritismo nem perseguições são toleráveis.
lamento de uma lei, ou de dispositivos legais objetivamente existentes. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem
Qualquer tentativa em contrário haverá de ser tida como manifestamente interferir na atuação administrativa e muito menos interesses sectários, de
inconstitucional. facções ou grupos de qualquer espécie. O princípio em causa é senão o
próprio princípio da igualdade ou isonomia".
Princípio Da Impessoalidade
Princípio Da Moralidade
O princípio ou regra da impessoalidade da Administração Pública pode
ser definido como aquele que determina que os atos realizados pela Admi- Já na Antiguidade se formulava a ideia de que as condições morais
nistração Pública, ou por ela delegados, devam ser sempre imputados ao devem ser tidas como uma exigência impostergável para o exercício das
ente ou órgão em nome do qual se realiza, e ainda destinados generica- atividades de governo. Segundo informam os estudiosos, seria de Sólon a
mente à coletividade, sem consideração, para fins de privilegiamento ou da afirmação de que um "homem desmoralizado não poderá governar".
imposição de situações restritivas, das características pessoais daqueles a
quem porventura se dirija. Em síntese, os atos e provimentos administrati- Todavia, foi neste século, pelos escritos de Hauriou, que o princípio da
vos são imputáveis não ao funcionário que os pratica mas ao órgão ou moralidade, de forma pioneira, se fez formular no campo da ciência jurídica,
entidade administrativa em nome do qual age o funcionário. capaz de fornecer, ao lado da noção de legalidade, o fundamento para a
invalidação de seus atos pelo vício denominado desvio de poder (15). Essa
A mera leitura dessa definição bem nos revela que esse princípio pode moralidade jurídica, a seu ver, deveria ser entendida como um conjunto de
ser decomposto em duas perspectivas diferentes: a impessoalidade do regras de conduta tiradas da disciplina interior da própria Administração,
administrador quando da prática do ato e a impessoalidade do próprio uma vez que ao agente público caberia também distinguir o honesto do
administrado como destinatário desse mesmo ato. desonesto, a exemplo do que faz entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto,
o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno. Afinal, ponde-
Com efeito, de um lado, o princípio da impessoalidade busca assegurar ra, como já proclamavam os romanos "nem tudo que é legal é honesto"
que, diante dos administrados, as realizações administrativo- (nort omne quod licet honestum est).
governamentais não sejam propriamente do funcionário ou da autoridade,
mas exclusivamente da entidade pública que a efetiva. Custeada com Hoje, por força da expressa inclusão do princípio da moralidade no ca-
dinheiro público, a atividade da Administração Pública jamais poderá ser put do art. 37, a ninguém será dado sustentar, em boa razão, sua não
apropriada, para quaisquer fins, por aquele que, em decorrência do exercí- incidência vinculante sobre todos os atos da Administração Pública. Ao
cio funcional, se viu na condição de executá-la. É, por excelência, impesso- administrador público brasileiro, por conseguinte, não bastará cumprir os
al, unicamente imputável à estrutura administrativa ou governamental estritos termos da lei. Tem-se por necessário que seus tos estejam verda-
incumbida de sua prática, para todos os fins que se fizerem de direito. deiramente adequados à moralidade administrativa, ou seja, a padrões
éticos de conduta que orientem e balizem sua realização. Se assim não for,
Assim, como exemplos de violação a esse princípio, dentro dessa par- inexoravelmente, haverão de ser considerados não apenas como imorais,
ticular acepção examinada, podemos mencionar a realização de publicida- mas também como inválidos para todos os fins de direito.
de ou propaganda pessoa do administrador com verbas públicas ou ainda,
a edição de atos normativos com o objetivo de conseguir benefícios pesso- Isto posto, CARDOSO fornece uma definição desse princípio, hoje a-
ais. gasalhado na órbita jurídico-constitucional:

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"Entende-se por princípio da moralidade, a nosso ver, aquele que de- exigidos para a publicidade se tenham dado, nos termos previstos na
termina que os atos da Administração Pública devam estar inteiramente ordem jurídica; e para o mundo do Direito não interessará se na realidade
conformados aos padrões éticos dominantes na sociedade para a gestão fática o conhecimento da existência do ato e de seu conteúdo tenha ou não
dos bens e interesses públicos, sob pena de invalidade jurídica". chegado à pessoa atingida por seus efeitos. Feita a publicação ou a comu-
nicação dentro das formalidades devidas, haverá sempre uma presunção
Admite o art. 5.º, LXXIII, da Constituição Federal que qualquer cidadão absoluta da ciência do destinatário, dando-se por satisfeita a exigência de
possa ser considerado parte legítima para a propositura de ação popular publicidade. Salvo, naturalmente, se as normas vigentes assim não deter-
que tenha por objetivo anular atos entendidos como lesivos, entre outros, à minarem.
própria moralidade administrativa.
Assim, se a publicação feita no Diário Oficial foi lida ou não, se a co-
Por outra via, como forma de também fazer respeitar esse princípio, a municação protocolada na repartição competente chegou ou não às mãos
nossa Lei Maior trata também da improbidade administrativa. de quem de direito, se o telegrama regularmente recebido na residência do
A probidade administrativa é uma forma de moralidade administrativa destinatário chegou faticamente a suas mãos ou se eventualmente foi
que mereceu consideração especial pela Constituição, que pune o ímprobo extraviado por algum familiar, isto pouco ou nada importa se as formalida-
com a suspensão de direitos políticos (art. 37, §4.º). des legais exigidas foram inteiramente cumpridas no caso.
Deste modo, conceitua CAETANO: Nesse sentido, afirma MELLO:
"A probidade administrativa consiste no dever de o "funcionário servir a "O conhecimento do ato é um plus em relação à publicidade, sendo ju-
Administração com honestidade, procedendo no exercício das suas fun- ridicamente desnecessário para que este se repute como existente (...).
ções, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em Quando prevista a publicação do ato (em Diário Oficial), na porta das
proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer". repartições (por afixação no local de costume), pode ocorrer que o destina-
tário não o leia, não o veja ou, por qualquer razão, dele não tome efetiva
A moralidade administrativa e assim também a probidade são tuteladas ciência. Não importa. Ter-se-á cumprido o que de direito se exigia para a
pela ação popular, de modo a elevar a imoralidade a causa de invalidade publicidade, ou seja, para a revelação do ato".
do ato administrativo. A improbidade é tratada ainda com mais rigor, porque
entra no ordenamento constitucional como causa de suspensão dos direitos Caberá à lei indicar, pois, em cada caso, a forma adequada de se dar a
políticos do ímprobo (art. 15, V), conforme estatui o art. 37, § 4.º, in verbis: publicidade aos atos da Administração Pública. Normalmente, esse dever é
"Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direi- satisfeito por meio da publicação em órgão de imprensa oficial da Adminis-
tos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o tração, entendendo-se com isso não apenas os Diários ou Boletins Oficiais
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuí- das entidades públicas, mas também – para aquelas unidades da Federa-
zo de outras sanções cabíveis, podendo vir a configurar a prática de crime ção que não possuírem tais periódicos – os jornais particulares especifica-
de responsabilidade (art. 85, V). mente contratados para o desempenho dessa função, ou outras excepcio-
nais formas substitutivas, nos termos das normas legais e administrativas
Dessa forma, o desrespeito à moralidade, entre nós, não se limita ape- locais.
nas a exigir a invalidação – por via administrativa ou judicial – do ato admi-
nistrativo violador, mas também a imposição de outras consequências Observe-se, porém, ser descabido, para fins do atendimento de tal de-
sancionatórias rigorosas ao agente público responsável por sua prática. ver jurídico, como bem registrou Hely Lopes Meirelles, sua divulgação por
meio de outros órgãos de imprensa não escritos, como a televisão e o
Princípio Da Publicidade rádio, ainda que em horário oficial, em decorrência da própria falta de
A publicidade sempre foi tida como um princípio administrativo, porque segurança jurídica que tal forma de divulgação propiciaria, seja em relação
se entende que o Poder Público, por seu público, deve agir com a maior à existência, seja em relação ao próprio conteúdo de tais atos.
transparência possível, a fim de que os administrados tenham, a toda hora, Observe-se ainda que, inexistindo disposição normativa em sentido
conhecimento do que os administradores estão fazendo. oposto, tem-se entendido que os atos administrativos de efeitos internos à
Além do mais, seria absurdo que um Estado como o brasileiro, que, por Administração não necessitam ser publicados para que tenham por atendi-
disposição expressa de sua Constituição, afirma que todo poder nele do seu dever de publicidade. Nesses casos, seria admissível, em regra, a
constituído "emana do povo" (art. 1.º, parágrafo único, da CF), viesse a comunicação aos destinatários. O dever de publicação recairia, assim,
ocultar daqueles em nome do qual esse mesmo poder é exercido informa- exclusivamente sobre os atos administrativos que atingem a terceiros, ou
ções e atos relativos à gestão da res publica e as próprias linhas de dire- seja, aos atos externos.
cionamento governamental. É por isso que se estabelece, como imposição Temos, pois, que as formas pelas quais se pode dar publicidade aos
jurídica para os agentes administrativos em geral, o dever de publicidade atos administrativos, nos termos do princípio constitucional em exame,
para todos os seus atos. serão diferenciadas de acordo com o que reste expressamente estabeleci-
Perfilhando esse entendimento, CARDOZO define este princípio: do no Direito Positivo, e em sendo omisso este, conforme os parâmetros
estabelecidos na teoria geral dos atos administrativos.
"Entende-se princípio da publicidade, assim, aquele que exige, nas
formas admitidas em Direito, e dentro dos limites constitucionalmente No que tange ao direito à publicidade dos atos administrativos, ou mais
estabelecidos, a obrigatória divulgação dos atos da Administração Pública, especificamente, quanto ao direito de ter-se ciência da existência e do
com o objetivo de permitir seu conhecimento e controle pelos órgãos esta- conteúdo desses atos, é de todo importante observar-se que ele não se
tais competentes e por toda a sociedade". limita aos atos já publicados, ou que estejam em fase de imediato aperfei-
çoamento pela sua publicação. Ele se estende, indistintamente, a todo o
A publicidade, contudo, não é um requisito de forma do ato administra- processo de formação do ato administrativo, inclusive quando a atos prepa-
tivo, "não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e moralidade. ratórios de efeitos internos, como despachos administrativos intermediários,
Por isso mesmo os atos irregulares não se convalidam com a publicação, manifestações e pareceres.
nem os regulares a dispensam para sua exequibilidade, quando a lei ou o
regulamento a exige". É, assim que se costuma dizer que constituem desdobramentos do
princípio da publicidade o direito de receber dos órgãos públicos informa-
No que tange à forma de se dar publicidade aos atos da Administração, ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral (art. 5.º,
tem-se afirmado que ela poderá dar-se tanto por meio da publicação do XXXIII, da CF) (29), o direito à obtenção de certidões em repartições públi-
ato, como por sua simples comunicação a seus destinatários. cas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse
pessoal (art. 5.º, XXXIV, da CF), e, naturalmente, o direito de acesso dos
É relevante observar, todavia, que também a publicação como a co-
usuários a registros administrativos e atos de governo (art. 37, § 3.º, II)
municação não implicam que o dever de publicidade apenas possa vir a ser
(30). Evidentemente, uma vez violados esses direitos pelo Poder Público,
satisfeito pelo comprovado e efetivo conhecimento de fato do ato adminis-
poderão os prejudicados, desde que atendidos os pressupostos constitu-
trativo por seus respectivos destinatários. Deveras, basta que os requisitos
cionais e legais exigidos para cada caso, valerem-se do habeas data (art.

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5.º, LXXII, da CF) (31), do mandado de segurança (art. 5.º, LXX, da CF), ou desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para
mesmo das vias ordinárias. o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comuni-
dade e de seus membros" .
É de ponderar, contudo, que os pareceres só se tornam públicos após
sua aprovação final pela autoridade competente; enquanto em poder do De início, parece de todo natural reconhecer que a ideia de eficiência
parecerista ainda é uma simples opinião que pode não se tornar definitiva. jamais poderá ser atendida, na busca do bem comum imposto por nossa
As certidões, contudo, não são elementos da publicidade administrativa, Lei Maior, se o poder Público não vier, em padrões de razoabilidade, a
porque se destinam a interesse particular do requerente; por isso a Consti- aproveitar da melhor forma possível todos os recursos humanos, materiais,
tuição só reconhece esse direito quando são requeridas para defesa de técnicos e financeiros existentes e colocados a seu alcance, no exercício
direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal (art. 5.º, regular de suas competências.
XXXIV, b).
Neste sentido, observa CARDOZO:
É forçoso reconhecer, todavia, a existência de limites constitucionais
ao princípio da publicidade. De acordo com nossa Lei Maior, ele jamais "Ser eficiente, portanto, exige primeiro da Administração Pública o a-
poderá vir a ser compreendido de modo a que propicie a violação da intimi- proveitamento máximo de tudo aquilo que a coletividade possui, em todos
dade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (art. 5.º, X, c/c. os níveis, ao longo da realização de suas atividades. Significa racionalidade
art. 37, § 3.º, II (32), da CF), do sigilo da fonte quando necessário ao exer- e aproveitamento máximo das potencialidades existentes. Mas não só. Em
cício profissional (art. 5.º, XIV, da CF), ou com violação de sigilo tido como seu sentido jurídico, a expressão, que consideramos correta, também deve
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (art. 5.º, XXXIII, c/c. abarcar a ideia de eficácia da prestação, ou de resultados da atividade
art. 37, § 3.º, II, da CF). realizada. Uma atuação estatal só será juridicamente eficiente quando seu
resultado quantitativo e qualitativo for satisfatório, levando-se em conta o
Para finalizar, faz-se de extrema importância, perceber-se que o pro- universo possível de atendimento das necessidades existentes e os meios
blema da publicidade dos atos administrativos, nos termos do caput do art. disponíveis" .
37 da Constituição da República, em nada se confunde com o problema da
divulgação ou propaganda dos atos e atividades do Poder Público pelos Tem-se, pois, que a ideia de eficiência administrativa não deve ser a-
meios de comunicação de massa, também chamadas – em má técnica – de penas limitada ao razoável aproveitamento dos meios e recursos colocados
"publicidade" pelo § 1.º desse mesmo artigo. Uma coisa é a publicidade à disposição dos agentes públicos. Deve ser construída também pela
jurídica necessária para o aperfeiçoamento dos atos, a se dar nos termos adequação lógica desses meios razoavelmente utilizados aos resultados
definidos anteriormente. Outra bem diferente é a "publicidade" como propa- efetivamente obtidos, e pela relação apropriada desses resultados com as
ganda dos atos de gestão administrativa e governamental. A primeira, necessidades públicas existentes.
como visto, é um dever constitucional sem o qual, em regra, os atos não Estará, portanto, uma Administração buscando agir de modo eficiente
serão dotados de existência jurídica. A segunda é mera faculdade da sempre que, exercendo as funções que lhe são próprias, vier a aproveitar
Administração Pública, a ser exercida apenas nos casos previstos na da forma mais adequada o que se encontra disponível (ação instrumental
Constituição e dentro das expressas limitações constitucionais existentes. eficiente), visando chegar ao melhor resultado possível em relação aos fins
Assim, afirma o § 1.º do art. 37: que almeja alcançar (resultado final eficiente).

" a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos Desse teor, o escólio de CARDOZO:
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação "Desse modo, pode-se definir esse princípio como sendo aquele que
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac- determina aos órgãos e pessoas da Administração Direta e Indireta que, na
terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos" busca das finalidades estabelecidas pela ordem jurídica, tenham uma ação
Com isso, pretende esse dispositivo restringir de maneira clara a ação instrumental adequada, constituída pelo aproveitamento maximizado e
da Administração Pública, direta e indireta, quanto à divulgação de seus racional dos recursos humanos, materiais, técnicos e financeiros disponí-
atos de gestão pelos meios de comunicação de massa. Inexistindo, na veis, de modo que possa alcançar o melhor resultado quantitativo e qualita-
propaganda governamental, o caráter estritamente educativo, informativo tivo possível, em face das necessidades públicas existentes" .
ou de orientação social, ou vindo dela constar nomes, símbolos ou imagens Seguindo essa linha de orientação, temos que, como desdobramento
que caracterizem promoção de agentes públicos, sua veiculação se dará do princípio em estudo, a Constituição procurou igualmente reforçar o
em manifesta ruptura com a ordem jurídica vigente, dando ensejo à res- sentido valorativo do princípio da economicidade, que, incorporado literal-
ponsabilização daqueles que a propiciaram. mente pelo art. 70, caput, da Carta Federal, nada mais traduz do que o
Princípio Da Eficiência dever de eficiência do administrado na gestão do dinheiro público.

O princípio da eficiência, outrora implícito em nosso sistema constitu- Outros Princípios Constitucionais Explícitos
cional, tornou-se expresso no caput do art. 37, em virtude de alteração Princípio Da Licitação
introduzida pela Emenda Constitucional n. 19.
Licitação é um procedimento administrativo destinado a provocar pro-
É evidente que um sistema balizado pelos princípios da moralidade de postas e a escolher proponentes de contratos de execução de obras,
um lado, e da finalidade, de outro, não poderia admitir a ineficiência admi- serviços, compras ou de alienações do Poder Público.
nistrativa. Bem por isso, a Emenda n. 19, no ponto, não trouxe alterações
no regime constitucional da Administração Pública, mas, como dito, só A Administração Pública tem o dever de sempre buscar, entre os inte-
explicitou um comando até então implícito. ressados em com ela contratar, a melhor alternativa disponível no mercado
para satisfazer os interesses públicos, para que possa agir de forma hones-
Eficiência não é um conceito jurídico, mas econômico. Não qualifica ta, ou adequada ao próprio dever de atuar de acordo com padrões exigidos
normas, qualifica atividades. Numa ideia muito geral, eficiência significa pela probidade administrativa. De outro lado, tem o dever de assegurar
fazer acontecer com racionalidade, o que implica medir os custos que a verdadeira igualdade de oportunidades, sem privilegiamentos ou desfavo-
satisfação das necessidades públicas importam em relação ao grau de recimentos injustificados, a todos os administrados que tencionem com ela
utilidade alcançado. Assim, o princípio da eficiência, orienta a atividade celebrar ajustes negociais.
administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados com os
meios escassos de que se dispõe e a menor custo. Rege-se, pois, pela É dessa conjugação de imposições que nasce o denominado princípio
regra de consecução do maior benefício com o menor custo possível. da licitação. Consoante, CARDOZO define este princípio;

Discorrendo sobre o tema, sumaria MEIRELLES: " De forma sintética, podemos defini-lo como sendo aquele que deter-
mina como regra o dever jurídico da Administração de celebrar ajustes
"Dever de eficiência é o que se impõe a todo agente público de realizar negociais ou certos atos unilaterais mediante prévio procedimento adminis-
suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais trativo que, por meios de critérios preestabelecidos, públicos e isonômicos,
moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser

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possibilite a escolha objetiva da melhor alternativa existente entre as pro- Destarte, a obrigação de indenizar é a da pessoa jurídica a que perten-
postas ofertadas pelos interessados" . ce o agente. O prejudicado terá que mover a ação de indenização contra a
Fazenda Pública respectiva ou contra a pessoa jurídica privada prestadora
O art. 37, XXI, alberga o princípio nos termos seguintes: de serviço público, não contra o agente causador do dano. O princípio da
"ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, impessoalidade vale aqui também.
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação Impede ressalvar, todavia, que nem sempre as pessoas que integram a
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com Administração Pública encontram-se a exercer propriamente função públi-
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condi- ca. Por vezes, no âmbito do que admite nossa Constituição, será possível
ções efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual permitirá as exigências encontrarmos pessoas da Administração Indireta que não estejam exer-
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri- cendo tais tipos de atividades, como é o caso, por exemplo, das empresas
mento das obrigações". públicas e das sociedades de economia mista para o exercício de atividade
Temos, assim, o dever de licitar afirmado como um imperativo constitu- econômica (art. 173, da CF). Nesses casos, naturalmente, eventuais danos
cional imposto a todos os entes da Administração Pública (40), na confor- por essas empresas causados a terceiros haverão de ser regrados pela
midade do que vier estabelecido em lei. A ressalva inicial possibilita à lei responsabilidade subjetiva, nos termos estabelecidos pela legislação civil.
definir hipóteses específicas de inexigibilidade e de dispensa de licitação. Exigirão, em princípio, a configuração da ação dolosa ou culposa (negligen-
te, imprudente ou imperita), para que tenha nascimento o dever de indeni-
Porém, cumpre ressaltar, finalmente, que a licitação é um procedimen- zar.
to vinculado, ou seja, formalmente regulado em lei, cabendo à União legis-
lar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalida- O mesmo se poderá dizer, ainda, do agente que vier a causar dano a
des, para a Administração Pública, direta e indireta, incluídas as fundações alguém fora do exercício da função pública. Nesse caso, por óbvio, não
instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo, haverá de ser configurada a responsabilidade objetiva predefinida no art.
e empresas sob seu controle (art. 22, XXVII). Portanto, aos Estados, Distri- 37, § 6.º, de nossa Lei Maior.
to Federal e Municípios compete legislar suplementarmente sobre a matéria Entretanto, como pontifica MELLO, a responsabilidade objetiva "só está
no que tange ao interesse peculiar de suas administrações. consagrada constitucionalmente para atos comissivos do Estado, ou seja,
Princípio Da Prescritibilidade Dos Ilícitos Administrativos para comportamentos positivos dele. Isto porque o texto menciona ‘danos
que seus agentes causarem""; Assim sendo, condutas omissivas só podem
A prescritibilidade, como forma de perda da exigibilidade de direito, pe- gerar responsabilidade ao Poder Público quando demonstrada a culpa do
la inércia de seu titular, é um princípio geral do direito. Logo, não é de se serviço.
estranhar que ocorram prescrições administrativas sob vários aspectos,
quer quanto às pretensões de interessados em face da Administração, quer No mais, é importante ressalvar que, embora a responsabilidade civil
tanto às desta em face de administrados. Assim é especialmente em rela- do Estado para com os administradores seja objetiva, a responsabilidade
ção aos ilícitos administrativos. Se a Administração não toma providência à dos agentes públicos perante a Administração Pública é induvidosamente
sua apuração e à responsabilização do agente, a sua inércia gera a perda subjetiva. Como observa-se pelos próprios termos do citado art. 37, § 6.º, o
do seu ius persequendi. direito de regresso que pode ser exercido contra aquele que causou o dano
apenas se configurará "nos casos de dolo ou culpa".
Desta maneira, o art. 37, § 5.º dispõe sobre este princípio:
Princípio Da Participação
"A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressal- O princípio da participação do usuário na Administração Pública foi in-
vadas as respectivas ações de ressarcimento". troduzido pela EC-19/98, com o novo enunciado do § 3.º do art. 37, que
será apenas reproduzido devido à sua efetivação ser dependente de lei.
Nota-se, portanto, que a lei estabelece uma ressalva ao princípio. Nem
tudo prescreverá. Apenas a apuração e punição do ilícito, não, porém, o Diz o texto:
direito da Administração ao ressarcimento, à indenização, do prejuízo Art. 37, § 3.º .A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
causado ao erário. administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
Afinado com esse mesmo entendimento, sumaria SILVA: I. – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em ge-
"É uma ressalva constitucional e, pois, inafastável, mas, por certo, des- ral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a
toante dos princípios jurídicos, que não socorrem quem fica inerte (dormi- avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
entibus non sucurrit ius)". II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações
Princípio Da Responsabilidade Da Administração sobre atos de governo, observando o disposto no art. 5.º, X (respeito à
privacidade) e XXXIII (direito de receber dos órgãos públicos informações
O princípio em estudo encontra amparo no art. 37, § 6.º, da Constitui- de seu interesse ou de interesse coletivo em geral);
ção Federal, cuja compostura verifica-se que:
III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou a-
"As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado presta- busivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
dores de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso Princípio Da Autonomia Gerencial
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa". O princípio da autonomia gerencial é regido pelo § 8.º do art. 37, da
Assim, de imediata leitura desse texto resulta claro que todo agente Constituição Federal, introduzido pela EC-19/98. Assim estabelece este
público que vier a causar um dano a alguém trará para o Estado o dever dispositivo:
jurídico de ressarcir esse dano. Não importará se tenha agido com culpa ou Art. 37, § 8.º. A Autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ór-
dolo. O dever de indenizar se configurará pela mera demonstração do nexo gãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
causal existente entre o fato ocorrido e o dano verificado. mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
Temos, pois, que em nosso Direito a responsabilidade civil do Estado é público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o
objetiva, ou seja, independe da conduta dolosa, negligente, imperita ou órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
imprudente daquele que causa o dano. Qualificar-se-á sempre que o agen- I – o prazo de duração do contrato;
te estiver, nos termos do precitado dispositivo constitucional, no exercício
da função pública, não importando se age em nome de uma pessoa de II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obri-
direito público ou de direito privado prestadora de serviços públicos. gações e responsabilidade dos dirigentes;
III – a remuneração do pessoal.

Ética do Servidor Público 5


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Desta maneira, cria-se aqui uma forma de contrato administrativo inusi- jador de sua nulidade. A esse vício, como se sabe, denomina a doutrina:
tado entre administradores de órgãos do poder público com o próprio poder desvio de poder, ou desvio de finalidade.
público. Quando ao contrato das entidades não há maiores problemas
porque entidades são órgãos públicos ou parapúblicos (paraestatais) com Concluindo, essas considerações querem apenas mostrar que o prin-
personalidade jurídica de modo que têm a possibilidade de celebrar contra- cípio da finalidade não foi desconsiderado pelo legislador constituinte, que
tos e outros ajustes com o poder público, entendido poder da administração o teve como manifestação do princípio da legalidade, sem que mereça
centralizada. Mas, os demais órgãos não dispõem de personalidade jurídica censura por isso.
para que seus administradores possam, em seu nome, celebrar contrato Princípio Da Razoabilidade E Da Proporcionalidade
com o poder público, no qual se inserem.
Na medida em que o administrador público deva estrita obediência à lei
Consoante, SILVA discorre a respeito: (princípio da legalidade) e tem como dever absoluto a busca da satisfação
"Tudo isso vai ter que ser definido pela lei referida no texto. A lei pode- dos interesses públicos (princípio da finalidade), há que se pressupor que a
rá outorgar aos administradores de tais órgãos uma competência especial prática de atos administrativos discricionários se processe dentro de pa-
que lhes permita celebrar o contrato, que talvez não passe de uma espécie drões estritos de razoabilidade, ou seja, com base em parâmetros objeti-
de acordo-programa. Veremos como o legislador ordinário vai imaginar vamente racionais de atuação e sensatez.
isso" Deveras, ao regular o agir da Administração Pública, não se pode su-
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS por que o desejo do legislador seria o de alcançar a satisfação do interesse
público pela imposição de condutas bizarras, descabidas, despropositadas
Além dos quatro citados princípios explicitamente abrigados pelo texto ou incongruentes dentro dos padrões dominantes na sociedade e no mo-
constitucional, existem outros implicitamente agregados ao regramento mento histórico em que a atividade normativa se consuma. Ao revés, é de
constitucional da Administração Pública. Vejamos. se supor que a lei tenha a coerência e a racionalidade de condutas como
instrumentos próprios para a obtenção de seus objetivos maiores.
Princípio Da Supremacia Do Interesse Público Sobre O Privado E
Princípio Da Autotutela Dessa noção indiscutível,extrai-se o princípio da razoabilidade: Em boa
definição, é o princípio que determina à Administração Pública, no exercício
A Administração Pública na prática de seus atos deve sempre respeitar de faculdades, o dever de atuar em plena conformidade com critérios
a lei e zelar para que o interesse público seja alcançado. Natural, assim, racionais, sensatos e coerentes, fundamentados nas concepções sociais
que sempre que constate que um ato administrativo foi expedido em des- dominantes.
conformidade com a lei, ou que se encontra em rota de colisão com os
interesses públicos, tenham os agentes públicos a prerrogativa administra- Perfilhando este entendimento, sustenta MELLO:
tiva de revê-los, como uma natural decorrência do próprio princípio da
legalidade. "Enuncia-se com este princípio que a administração, ao atuar no exer-
cício de discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista
Desta maneira, discorre ARAUJO: racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respei-
tosas das finalidades que presidam a outorga da competência exercida".
"O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, coloca
os interesses da Administração Pública em sobreposição aos interesses A nosso ver, dentro do campo desse princípio, deve ser colocada, de
particulares que com os dela venham eventualmente colidir. Com funda- que diante do exercício das atividades estatais, o "cidadão tem o direito à
mento nesse princípio é que estabelece, por exemplo, a autotutela adminis- menor desvantagem possível". Com efeito, havendo a possibilidade de
trativa, vale dizer, o poder da administração de anular os atos praticados ação discricionária entre diferentes alternativas administrativas, a opção por
em desrespeito à lei, bem como a prerrogativa administrativa de revogação aquela que venha a trazer consequências mais onerosas aos administrados
de atos administrativos com base em juízo discricionário de conveniência e é algo inteiramente irrazoável e descabido.
oportunidade"
Como desdobramento dessa ideia, afirma-se também o princípio da
A respeito, deve ser lembrada a Súmula 473 do Supremo Tribunal Fe- proporcionalidade, por alguns autores denominado princípio da vedação de
deral, quando afirma que: excessos. Assim, pondera MELLO:
"a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de "Trata-se da ideia de que as consequências administrativas só podem
vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou ser validamente exercidas na extensão e intensidades proporcionais ao que
revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os realmente seja demandado para cumprimento da finalidade de interesse
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial". público a que estão atreladas".
Princípio Da Finalidade Em outras palavras: os meios utilizados ao longo do exercício da ativi-
dade administrativa devem ser logicamente adequados aos fins que se
Foi visto no exame do princípio da legalidade que a Administração Pú- pretendem alcançar, com base em padrões aceitos pela sociedade e no
blica só pode agir de acordo e em consonância com aquilo que, expressa que determina o caso concreto (53).
ou tacitamente, se encontra estabelecido em lei. Inegável, portanto, que
sempre tenha dever decorrente e implícito dessa realidade jurídica o cum- Segundo STUMM , esse princípio reclama a cerificação dos seguintes
primento das finalidades legalmente estabelecidas para sua conduta. pressupostos:
Disto deduz-se o denominado princípio da finalidade. Como bem ob- a. Conformidade ou adequação dos meios, ou seja, o ato adminis-
serva MELLO: trativo deve ser adequado aos fins que pretende realizar;
"Esse princípio impõe que o administrador, ao manejar as competên- b. Necessidade, vale dizer, possuindo o agente público mais de um
cias postas a seu encargo, atue com rigorosa obediência à finalidade de meio para atingir a mesma finalidade, deve optar pelo menos gravoso à
cada qual. Isto é, cumpre-lhe cingir-se não apenas à finalidade própria de esfera individual;
todas as leis, que é o interesse público, mas também à finalidade específica
obrigada na lei a que esteja dando execução". c. Proporcionalidade estrita entre o resultado obtido e a carga em-
pregada para a consecução desse resultado.
Enfim, o princípio da finalidade é aquele que imprime à autoridade ad-
ministrativa o dever de praticar o ato administrativo com vistas à realização Por conseguinte, o administrador público não pode utilizar instrumentos
da finalidade perseguida pela lei. que fiquem aquém ou se coloquem além do que seja estritamente necessá-
rio para o fiel cumprimento da lei.
Evidentemente, nessa medida, que a prática de um ato administrativo
in concreto com finalidade desviada do interesse público, ou fora da finali- Assim sendo, sempre que um agente público assumir conduta despro-
dade específica da categoria tipológica a que pertence, implica vício ense- porcional ao que lhe é devido para o exercício regular de sua competência,
tendo em vista as finalidades legais que tem por incumbência cumprir,

Ética do Servidor Público 6


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poderá provocar situação ilícita passível de originar futura responsabilidade não pode haver moral sem religião. Segundo esse ponto de vista, a ética se
administrativa, civil e, sendo o caso, até criminal. confunde com a teologia moral.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
História. Coube a um sofista da antiguidade grega, Protágoras, romper
Segundo nossa carta constitucional, o "bem de todos" é objetivo fun- o vínculo entre moralidade e religião. A ele se atribui a frase "O homem é a
damental da República Federativa do Brasil (art. 3.º, IV) e, por conseguinte, medida de todas as coisas, das reais enquanto são e das não reais en-
uma finalidade axiológico-jurídica que se impõe como pólo de iluminação quanto não são." Para Protágoras, os fundamentos de um sistema ético
para a conduta de todos os órgãos e pessoas que integram a estrutura dispensam os deuses e qualquer força metafísica, estranha ao mundo
básica do Estado brasileiro. percebido pelos sentidos. Teria sido outro sofista, Trasímaco de Calcedô-
Sendo assim, a noção do bem comum, historicamente condicionada e nia, o primeiro a entender o egoísmo como base do comportamento ético.
posta no âmbito das concepções dominantes em nossa sociedade e época,
deve ser considerada obrigatório parâmetro para a definição do sentido Sócrates, que alguns consideram fundador da ética, defendeu uma mo-
jurídico-constitucional de quaisquer dos princípios que governam as ativi- ralidade autônoma, independente da religião e exclusivamente fundada na
dades da Administração Pública. razão, ou no logos. Atribuiu ao estado um papel fundamental na manuten-
ção dos valores morais, a ponto de subordinar a ele até mesmo a autorida-
A maior parte dos princípios da Administração Pública encontra-se po-
de do pai e da mãe. Platão, apoiado na teoria das idéias transcendentes e
sitivado, implícita ou explicitamente, na Constituição. Possuem eficácia
imutáveis, deu continuidade à ética socrática: a verdadeira virtude provém
jurídica direta e imediata. Exercem a função de diretrizes superiores do
do verdadeiro saber, mas o verdadeiro saber é só o saber das idéias. Para
sistema, vinculando a atuação dos operadores jurídicos na aplicação das
Aristóteles, a causa final de todas as ações era a felicidade (eudaimonía).
normas a respeito dos mesmos e, objetivando a correção das graves
Em sua ética, os fundamentos da moralidade não se deduzem de um
distorções ocorridas no âmbito da Administração Pública que acabam por
princípio metafísico, mas daquilo que é mais peculiar ao homem: razão
impedir o efetivo exercício da cidadania.
(logos) e atuação (enérgeia), os dois pontos de apoio da ética aristotélica.
O sistema constitucional da Administração pública funciona como uma Portanto, só será feliz o homem cujas ações sejam sempre pautadas pela
rede hierarquizada de princípios, regras e valores, que exige não mais o virtude, que pode ser adquirida pela educação.
mero respeito à legalidade estrita, mas vincula a interpretação de todos
atos administrativos ao respeito destes princípios. A diversidade dos sistemas éticos propostos ao longo dos séculos se
Desta maneira, conclui-se que a função administrativa encontra-se su- compara à diversidade dos ideais. Assim, a ética de Epicuro inaugurou o
bordinada às finalidades constitucionais e deve pautar as suas tarefas hedonismo, pelo qual a felicidade encontra-se no prazer moderado, no
administrativas no sentido de conferir uma maior concretude aos princípios equilíbrio racional entre as paixões e sua satisfação. A ética dos estóicos
e regras constitucionais, uma vez que estão não configuram como enuncia- viu na virtude o único bem da vida e pregou a necessidade de viver de
dos meramente retóricos e distantes da realidade, mas possuem plena acordo com ela, o que significa viver conforme a natureza, que se identifica
juridicidade. com razão. As éticas cristãs situam os bens e os fins em Deus e identificam
moral com religião. Jeremy Bentham, seguido por John Stuart Mill, pregou o
Informações bibliográficas: princípio do eudemonismo clássico para a coletividade inteira. Nietzsche
SERESUELA, Nívea Carolina de Holanda. Princípios constitucionais da criou uma ética dos valores que inverteu o pensamento ético tradicional e
Administração Pública . Jus Navigandi, Teresina, a. 7, n. 60, nov. 2002. Bergson estabeleceu a distinção entre moral fechada e moral aberta: a
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=3489>. primeira conservadora, baseada no hábito e na repetição, enquanto que a
Acesso em: 25 mar. 2005. outra se funda na emoção, no instinto e no entusiasmo próprios dos profe-
tas, santos e inovadores.
ÉTICA
A finalidade dos códigos morais é reger a conduta dos membros de Até o século XVIII, com Kant, todos os filósofos, salvo, até certo ponto,
uma comunidade, de acordo com princípios de conveniência geral, para Platão, aceitavam que o objetivo da ética era ditar leis de conduta. Kant viu
garantir a integridade do grupo e o bem-estar dos indivíduos que o consti- o problema sob novo ângulo e afirmou que a realidade do conhecimento
tuem. Assim, o conceito de pessoa moral se aplica apenas ao sujeito en- prático (comportamento moral) está na idéia, na regra para a experiência,
quanto parte de uma coletividade. no "dever ser". A vontade moral é vontade de fins enquanto fins, fins abso-
lutos. O ideal ético é um imperativo categórico, ou seja, ordenação para um
Ética é a disciplina crítico-normativa que estuda as normas do compor- fim absoluto sem condição alguma. A moralidade reside na máxima da
tamento humano, mediante as quais o homem tende a realizar na prática ação e seu fundamento é a autonomia da vontade. Hegel distinguiu morali-
atos identificados com o bem. dade subjetiva de moralidade objetiva ou eticidade. A primeira, como cons-
ciência do dever, se revela no plano da intenção. A segunda aparece nas
normas, leis e costumes da sociedade e culmina no estado.
Interiorização do dever.
A observação da conduta moral da humanidade ao longo do tempo re-
Objeto e ramos da ética. Três questões sempre reaparecem nos diver-
vela um processo de progressiva interiorização: existe uma clara evolução,
sos momentos da evolução da ética ocidental: (1) os juízos éticos seriam
que vai da aprovação ou reprovação de ações externas e suas conseqüên-
verdades ou apenas traduziriam os desejos de quem os formula; (2) prati-
cias à aprovação ou reprovação das intenções que servem de base para
car a virtude implica benefício pessoal para o virtuoso ou, pelo menos, tem
essas ações. O que Hans Reiner designou como "ética da intenção" já se
um sentido racional; e (3) qual é a natureza da virtude, do bem e do mal.
encontra em alguns preceitos do antigo Egito (cerca de três mil anos antes
Diversas correntes do pensamento contemporâneo (intuicionismo, positi-
da era cristã), como, por exemplo, na máxima "não zombarás dos cegos
vismo lógico, existencialismo, teorias psicológicas sobre a ligação entre
nem dos anões", e do Antigo Testamento, em que dois dos dez mandamen-
moralidade e interesse pessoal, realismo moral e outras) detiveram-se
tos proíbem que se deseje a propriedade ou a mulher do próximo.
nessas questões. Como resultado disso, delimitaram-se os dois ramos
principais da ética: a teoria ética normativa e a ética crítica ou metaética.
Todas as culturas elaboraram mitos para justificar as condutas morais.
Na cultura do Ocidente, são familiares a figura de Moisés ao receber, no
A ética normativa pode ser concebida como pesquisa destinada a es-
monte Sinai, a tábua dos dez mandamentos divinos e o mito narrado por
tabelecer e defender como válido ou verdadeiro um conjunto completo e
Platão no diálogo Protágoras, segundo o qual Zeus, para compensar as
simplificado de princípios éticos gerais e também outros princípios menos
deficiências biológicas dos humanos, conferiu-lhes senso ético e capacida-
gerais, importantes para conferir uma base ética às instituições humanas
de de compreender e aplicar o direito e a justiça. O sacerdote, ao atribuir à
mais relevantes.
moral origem divina, torna-se seu intérprete e guardião. O vínculo entre
moralidade e religião consolidou-se de tal forma que muitos acreditam que

Ética do Servidor Público 7


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A metaética trata dos tipos de raciocínio ou de provas que servem de podendo ser desde um médico, jornalista, advogado, administrador, um
justificação válida dos princípios éticos e também de outra questão intima- político e até mesmo um professor; expressões como: ética médica, ética
mente relacionada com as anteriores: a do "significado" dos termos, predi- jornalística, ética administrativa e ética pública, são muito comuns.
cados e enunciados éticos. Pode-se dizer, portanto, que a metaética está
para a ética normativa como a filosofia da ciência está para a ciência. Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão
Quanto ao método, a teoria metaética se encontra bem próxima das ciên- de comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político,
cias empíricas. Tal não se dá, porém, com a ética normativa. como falamos anteriormente. O ser humano elaborou as leis para orientar
seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações)
Desde a época em que Galileu afirmou que a Terra não é o centro do e em relação ao meio social, entretanto, não é possível para a lei ditar
universo, desafiando os postulados ético-religiosos da cristandade medie- nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro ponto importante
val, são comuns os conflitos éticos gerados pelo progresso da ciência, que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de
especialmente nas sociedades industrializadas do século XX. A sociologia, conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode
a medicina, a engenharia genética e outras ciências se deparam a cada ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz
passo com problemas éticos. Em outro campo da atividade humana, a respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto fundamental, a
prática política antiética tem sido responsável por comoções e crises sem essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão ética na
precedentes em países de todas as latitudes. ©Encyclopaedia Britannica do vida pública, á qual iremos nos aprofundar um pouco mais, por se tratar do
Brasil Publicações Ltda. tema central dessa pesquisa.

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO A questão da ética no serviço Público.


Jorge Teixeira da Silva; Letícia Clara Ribeiro; Antonio Carlos Menegon; Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em corrupção, ex-
Joyce de Castro Nunes; Vanderlei Dandrea; Ana Paula Rodrigues; Francis- torsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos ter como ponto
ca Dantas; Polliane Tenório Neto; Márcia de Jesus silva; Rogério Chagas de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública em geral, é
Pozo. Alunos do Curso de Direito da UMESP. que seja fixado um padrão a partir do qual possamos, em seguida julgar a
atuação dos servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na
Este artigo, fruto de uma intensa atividade de reflexão escrita de todos vida pública, entretanto não basta que haja padrão, tão somente, é neces-
nós, alunos do Curso de Direito da UMESP, surgiu da discussão que esteve sário que esse padrão seja ético, acima de tudo .
presente no decorrer do semestre na disciplina: Cidadania, ética pública e
ação cultural. Resolvemos escrever sobre os Serviços prestados ao públi- O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões éticos
co, devido aos abusos relatados pelos meios de comunicação presentes dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou seja, de caráter
em nosso cotidiano pelo que Milton Santos chama de funcionários sem público, e sua relação com o público. A questão da ética pública está dire-
mandato, é sabido que muitas pessoas que confiaram no trabalho se de- tamente relacionada aos princípios fundamentais, sendo estes comparados
cepcionaram. O presente texto pretende trabalhar estas idéias, de modo ao que chamamos no Direito, de "Norma Fundamental", uma norma hipoté-
que possamos olhar através da perspectiva do direito, o desrespeito que tica com premissas ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver
vem ocorrendo as regra de conduta e da ética que requer o trabalho que os relacionado ao comportamento do ser humano em seu meio social, aliás,
serviços públicos visam prestar. podemos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais da
boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e essenciais
O Direito que os cidadãos vêm adquirindo aos poucos, e que levou a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembrando inclusive o tão
muito tempo para ser construído e respeitado vem, como sabemos, sofren- citado, pelos gregos antigos, "bem viver".
do com a grande dificuldade que a população enfrenta no dia a dia para
fazer valer seus direitos que às vezes desaparecem porque não são postos Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoalidade. Ao
em prática. A princípio, achamos que isto ocorra por falta de consciência contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público e seus servidores
dos próprios cidadãos seja por normas e desculpas de resolução posta por devem primar pela questão da "impessoalidade", deixando claro que o
nossos governantes trazendo um efeito de omissão do papel de um cida- termo é sinônimo de "igualdade", esta sim é a questão chave e que eleva o
dão e seus direitos. Estes efeitos citados são objetivados pelos governan- serviço público a níveis tão ineficazes, não se preza pela igualdade. No
tes que enriquecem justamente através da ignorância em relação aos ordenamento jurídico está claro e expresso, "todos são iguais perante a lei".
direitos conquistados pela população o que gera um grande desrespeito
para com os cidadãos e uma cultura que se perpetua. E também a idéia de impessoalidade, supõe uma distinção entre aquilo
que é público e aquilo que é privada (no sentido do interesse pessoal), que
Milton Santos, em seu trabalho: O espaço do cidadão mostra-nos que gera portanto o grande conflito entre os interesses privados acima dos
estes atos de desrespeito aos direitos e à representação que alguns dos interesses públicos. Podemos verificar abertamente nos meios de comuni-
funcionários públicos em relação à população, viola a moral, os direitos e cação, seja pelo rádio, televisão, jornais e revistas, que este é um dos
principalmente, ataca a cultura dos cidadãos, dando a impressão de que os principais problemas que cercam o setor público, afetando assim, a ética
serviços públicos podem ser algo negociável, quando o mesmo é inaliená- que deveria estar acima de seus interesses.
vel.
Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de igualdade),
Para que possamos esclarecer melhor nossas idéias, chegamos à sem falar de moralidade. Esta também é um dos principais valores que
questão da ética no serviço público. Mas, o que é "ética"? define a conduta ética, não só dos servidores públicos, mas de qualquer
indivíduo. Invocando novamente o ordenamento jurídico podemos identifi-
Contemporaneamente e de forma bastante usual, a palavra ética é car que a falta de respeito ao padrão moral, implica portanto, numa violação
mais compreendida como disciplina da área de filosofia e que tem por dos direitos do cidadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores
objetivo a moral ou moralidade, os bons costumes, o bom comportamento e dos bons costumes em uma sociedade.
a boa fé, inclusive. Por sua vez, a moral deveria estar intrinsecamente
ligada ao comportamento humano, na mesma medida, em que está o seu A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil para se
caráter, personalidade, etc; presumindo portanto, que também a ética pode reproduzir , pois o comportamento de autoridades públicas estão longe de
ser avaliada de maneira boa ou ruim, justa ou injusta, correta ou incorreta. se basearem em princípios éticos e isto ocorre devido a falta de preparo
dos funcionários, cultura equivocada e especialmente, por falta de meca-
Num sentido menos filosófico e mais prático podemos entender esse nismos de controle e responsabilização adequada dos atos anti-éticos.
conceito analisando certos comportamentos do nosso dia a dia, quando nos
referimos por exemplo, ao comportamento de determinados profissionais A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade nesta

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situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos e impedir questionamento feito por Milton Santos "HÁ CIDADÃOS NESTE PAÍS?" e
estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do Pode Público. poderemos responder em alto e bom som que " SIM. Há cidadão neste
Um dos motivos para esta falta de mobilização social se dá, devido á falta pais. E somos todos brasileiros.".
de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce sua cidadania. A
cidadania Segundo Milton Santos " é como uma lei", isto é, ela existe mas Finalizando, gostaríamos de destacar alguns pontos básicos, que ba-
precisa ser descoberta , aprendida, utilizada e reclamada e só evolui atra- seado neste estudo, julgamos essenciais para a boa conduta, um padrão
vés de processos de luta. Essa evolução surge quando o cidadão adquire ético, impessoal e moralístico:
esse status, ou seja, quando passa a ter direitos sociais. A luta por esses
direitos garante um padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez, 1 - Podemos conceituar ética, também como sendo um padrão de
tenta refrear os impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas comportamento orientado pelos valores e princípio morais e da dig-
situações a cidadania deve se valer contra ele, e imperar através de cada nidade humana.
pessoa. Porém Milton Santos questiona, se "há cidadão neste pais"? Pois 2 - O ser humano possui diferentes valores e princípios e a "quantida-
para ele desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais e ao longa de" de valores e princípios atribuídos, determinam a "qualidade" de
da vida e também da sociedade, conceitos morais que vão sendo contesta- um padrão de comportamento ético: Maior valor atribuído (bem),
dos posteriormente com a formação de idéias de cada um, porém a maioria maior ética.
das pessoas não sabem se são ou não cidadãos. Menor valor atribuído (bem), menor ética.
3 - A cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos referi-
A educação seria o mais forte instrumento na formação de cidadão mos a palavra cultura como sendo a quantidade de conhecimento
consciente para a construção de um futuro melhor. adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser
usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz
respeito ao bem maior do ser humano .
No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e sem princí- 4 - A falta de ética induz ao descumprimento das leis do ordenamento
pios éticos que convivem todos os dias com mandos e desmandos, atos jurídico.
desonestos, corrupção e falta de ética tendem a assimilar por este rol
"cultural" de aproveitamento em beneficio próprio. 5 - Em princípio as leis se baseiam nos princípios da dignidade huma-
na, dos bons costumes e da boa fé.
6 - Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade = melhor pa-
Se o Estado, que a principio deve impor a ordem e o respeito como re- drão de ética.
gra de conduta para uma sociedade civilizada, é o primeiro a evidenciar o
ato imoral, vêem esta realidade como uma razão, desculpa ou oportunidade
para salvar-se, e , assim sendo, através dos usos de sua atribuição publica. 2. Normas penais relativas ao servidor público.

A consciência ética, como a educação e a cultura são aprendidas pelo Ética na Administração Pública
ser humano, assim, a ética na administração publica, pode e deve ser Thais Nunes
desenvolvida junto aos agentes públicos ocasionando assim, uma mudança
na administração publica que deve ser sentida pelo contribuinte que dela se 16/11/04 - Tabela - Crimes Contra a Administração Pública - Cometidas por
utiliza diariamente, seja por meio da simplificação de procedimentos, isto é, Funcionário Público
a rapidez de respostas e qualidade dos serviços prestados, seja pela forma
de agir e de contato entre o cidadão e os funcionários públicos.
Tabela - Crimes Contra a Administração Pública - Cometidas por
Funcionário Público
A mudança que se deseja na Administração pública implica numa gra- Alunos do Curso Aprovação
dativa, mas necessária "transformação cultura" dentro da estrutura organi- Segue abaixo uma tabela dos Crimes Contra a Administração Públi-
zacional da Administração Pública, isto é, uma reavaliação e valorização ca cometidas por Funcionários Públicos. Cabe ressaltar que estes
das tradições, valores, hábitos, normas, etc, que nascem e se forma ao crimes estão previstos nos artigos 312 ao 327 do Código Penal Brasileiro.
longo do tempo e que criam um determinado estilo de atuação no seio da Para efeito destes crimes, o conceito de funcionário público também é
organização. bastante amplo, como pode ser observado no art. 327:

Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de ética que nascem "Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,
nas máquinas administrativas devido ao terreno fértil encontrado devido à embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
existência de governos autoritários, governos regidos por políticos sem função pública.
ética, sem critérios de justiça social e que, mesmo após o advento de
regimes democrático, continuam contaminados pelo "vírus" dos interesses § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por situações de função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
pobreza e injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
eficácia das organizações, aumenta os custos, compromete o bom uso dos Administração Pública.
recursos públicos e os resultados dos contratos firmados pela Administra-
ção Pública e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com a § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, habitação, previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de
ocasionados pela falta de investimentos financeiros do Governo, porque os função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
funcionários públicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dos sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo
interesses sociais. poder público."
Essa situação vergonhosa só terá um fim no dia em que a sociedade
resolver lutar para exercer os seus direitos respondendo positivamente o Prof. Thais Nunes

Titulação do Crime Capitulação Legal Pena Agravante


312 - Apropriar-se o funcionário público de Reclusão Aplica-se a mesma pena, se o funcionário
Peculato dinheiro, valor ou qualquer outro bem de 2 a 12 anos,e multa público, embora não tendo a posse do dinheiro,
móvel,público ou particular, de que tem a valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que
posse em razão do cargo, ou Desviá-lo, seja subtraído, em proveito próprio ou alheio,

Ética do Servidor Público 9


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em proveito próprio ou alheio: valendo-se de facilidade que lhe proporciona a


qualidade de funcionário
Concorrer, o funcionário, culposamente Detenção Atenuantes:
Peculato culposo para o crime de outrem de 3 meses a 1 ano Se a reparação do dano precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
posterior, reduz de metade a pena imposta.
313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer Reclusão Também chamado de
Peculato mediante erro de outrem utilidade que, no exercício do car- de 1 a 4 anos, e multa "ESTELIONATO"
go, recebeu por erro de outrem:
313 A - Inserir ou facilitar, o funcionário autoriza- Reclusão
Inserção de dados falsos em do, a inserção de dados fal- de 2 a 12 anos,e multa
sistema de informações sos,Alterar ou Excluir indevidamente
dados corretos nos sistemas informati-
zados ou bancos de dados da Adminis-
tração Pública com o fim de obter vanta-
gem indevida para si ou para outrem ou
para causar dano:
313 B - Modificar ou alterar, o funcioná- Detenção As penas são aumentadas de um terço até a
Modificação ou alteração não rio, sistema de informações ou programa de 3 meses a 2 a- metade se da modificação ou alteração resulta
autorizada de sistema de informa- de informática sem autorização ou nos, e multa dano para a Administração Pública ou para o
ções solicitação de autoridade competente: administrado

314 - Extraviar livro oficial ou qualquer docu- Reclusão


Extravio, sonegação ou inutiliza- mento, de que tem a guarda em razão do de 1 a 4 anos, se o fato
ção de livro ou documento cargo; Sonegá-lo ou Inutilizá-lo, total ou não constitui crime mais
parcialmente: grave.
315 - Dar às verbas ou rendas públi- Detenção
Emprego irregular de verbas ou cas aplicação diversa da estabelecida em de 1 a 3 meses,ou multa
rendas públicas lei
316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou Reclusão
Concussão indiretamente, ainda que fora da função ou de 2 a 8 anos, e multa
antes de assumi-la, mas em razão de-
la, vantagem indevida

Excesso de exação Exigir tributo ou contribuição social que Reclusão


sabe ou deveria saber indevido, ou, de 3 a 8 anos, e multa
quando devido, Empregar na cobrança
meio vexatório ou gravoso, que a lei não
autoriza
Desviar, em proveito próprio ou de ou- Reclusão
trem, o que recebeu indevidamente para de 2 a 12 anos,e multa
recolher aos cofres públicos:
317 - Solicitar ou Receber, para si ou para Reclusão - A pena é aumentada de um terço se, em con-
Corrupção passiva outrem, direta ou indiretamente, ainda que de 1 a 8 anos, e multa sequência da vantagem ou promessa, o funcioná-
fora da função ou antes de assumi-la, mas rio retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
em razão dela, vantagem indevi- ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
da,ou Aceitar promessa de tal vantagem
- Praticar, Deixar de praticar ou Retardar Detenção
ato de ofício, com infração de dever fun- de 3 meses a 1 a-
cional, cedendo a pedido ou influência de no, ou multa
outrem:
318 - Facilitar, com infração de dever funcional, Reclusão
Facilitação de contrabando ou a prática de contrabando ou descaminho de 3 a 8 anos, e multa
descaminho (art. 334)
319 - Retardar ou Deixar de Praticar, indevida- Detenção
Prevaricação mente, ato de ofício, ou Praticá-lo contra de 3 meses a 1 a-
disposição expressa de lei, para satisfazer no, e multa
interesse ou sentimento pessoal:
320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de Detenção
Condescendência criminosa responsabilizar subordinado que come- de 15 dias a 1
teu infração no exercício do cargo ou, mês, ou multa
quando lhe falte competência, não levar o
fato ao conhecimento da autoridade compe-
tente
321 - Patrocinar, direta ou indiretamen- Detenção Se o interesse é ilegítimo:
Advocacia administrativa te, interesse privado perante a adminis- de 1 a Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, além da
tração pública,valendo-se da qualidade de 3 meses,ou multa. multa
funcionário
322 - Praticar violência, no exercício de função Detenção

Ética do Servidor Público 10


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Violência arbitrária ou a pretexto de exercê-la. de 6 meses a


3 anos, além da pena
correspondente à vio-
lência
323 - Abandonar cargo público, fora dos casos Detenção - Se do fato resulta prejuízo público:
Abandono de função permitidos em lei de 15 dias a 1 Pena - detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa.
mês, ou multa - Se o fato ocorre em lugar compreendido na
faixa de fronteira:
Pena - detenção, de 1 a 3 anos,e multa
324 - Entrar no exercício de função pública Detenção
Exercício funcional ilegalmente antes de satisfeitas as exigências legais, de 15 dias a 1
antecipado ou prolongado ou Continuar a exercê-la, sem autoriza- mês, ou multa
ção, depois de saber oficialmente que foi
exonerado, removido, substituído ou sus-
penso
325 - Revelar fato de que tem ciência em razão Detenção Se da ação ou omissão resulta dano à Adminis-
Violação de sigilo funcional do cargo e que deva permanecer em de 6 meses a 2 anos, ou tração Pública ou a outrem:
segredo, ou Facilitar-lhe a revelação: multa, se o fato não Pena - reclusão, de 2 a 6 anos,e multa
constitui crime mais
grave
326 - Devassar o sigilo de proposta de con- Detenção
Violação do sigilo de proposta de corrência pública, ou proporcionar a de 3 meses a
concorrência terceiro o ensejo de devassá-lo: 1 ano, e multa
O Brasil, país continental, hoje uma das mais importantes economias
mundiais, buscando assento permanente com no Conselho de Segurança
Servidores Públicos: Um breve estudo da Organização das nações Unidas, que será a chancela de sua relevância
no cenário mundial, reunido na forma de federação.
Eliane Gomes de Bastos Cardoso, Nívea Simone de Freitas Pedro
Disciplina sua organização observando no pacto federativo postulado
Resumo: Analisam-se as questões relevantes da lei 8112/90 que regu- que derivam em sua autonomia, com auto-organização como dispõem a
lamenta todo o regime jurídico dos agentes e servidores. Os cargos públi- Constituição Federal em seu art.18, atuando através de seus agentes, seus
cos são criados por lei e são frutos da necessidade social da administração órgãos, entidades, fazendo com que a máquina da administração publica
pública de promover serviços essenciais. Toda a administração para fluir de se impulsione para que seja possível atender as necessidades da coletivi-
forma ilibada deve seguir princípios e leis podendo os agentes públicos dade, através de seus serviços públicos.
responder por seus atos e omissões de forma administrativa, civil e penal.
Mas em contrapartida o funcionário público tem alguns direitos, entre os Esse ensaio visa analisar o gênero agente públicos e suas espécies,
quais podemos destacar a estabilidade funcional, o sonho de grande parce- abordando da clássica doutrina a mais moderna, como poderemos mais
la da sociedade brasileira. Para melhor compreensão do tema, a primeira adiante verificar no presente estudo, onde os agentes públicos constituem
parte faz a distinção entre categorias e espécies de servidor público. Na um instrumento muito importante para que a vontade do Estado venha se
segunda parte é estudada (i) a distinção entre cargo, emprego e função, (ii) materializar, em prol do bem comum, observando sempre a supremacia do
Vacância, (iii) acessibilidade aos cargos e empregos em concurso público, interesse público.
(iv) Regime Jurídico único, (v) Criação, transformação e extinção de cargos,
Será analisando de forma mais detalhada pontos importantes a respei-
funções ou empregos públicos, ( vi) Provimento e (vii) Direitos e deveres. A
to da espécie servidores público, como ocorre o provimento no sistema do
terceira parte dedica-se ao estudo da responsabilidade (i) evolução históri-
Regime Jurídico Único, pontuando seus direitos e deveres. Bem como a
ca da responsabilidade civil do Estado (ii) responsabilidade do estado no
responsabilidade do servidor pelo seus atos que venham causar algum
Direito, (iii) dos agentes, (iv) administrativa, ( v) Sindicância, (vi)Julgamento,
dano quando estiver no exercício de uma atribuição na esfera publica, e
(vii) penal, (viii) Civil e (ix) comunicabilidade das instâncias.
ainda como se dá a responsabilização do Estado em face deste agente.
Sumário: Introdução, 1- Agentes Públicos, 1.1 Agentes Políticos, 1.2
1. Agentes públicos
Servidores Públicos em sentido amplo, 1.2.1 Servidores Estatutários, 1.2.2
Empregados Públicos, 1.2.3 Servidores Temporários, 1.3 Particulares que Para a execução dos serviços da administração pública é mais dos que
atuam em colaboração com o poder público, 1.3.1 Particulares por delega- necessário os recursos humanos, constituem a massa de pessoas naturais
ção, 1.3.2 Particulares que atuam por convocação, nomeação ou designa- que sob variados vínculos, seja estatutário ou celetista, de forma definitiva
ção, 1.3.3 Agentes necessários ou gestores de negócios públicos, 1.4 ou transitória e algumas vezes sem qualquer liame, prestam serviços à
Agentes Credenciados, 1.5 Militares, 2- Servidores Públicos, 2.1 Cargo, Administração Pública ou realizam atividades de sua responsabilidade.[1]
emprego e função, 2.1.1 Vacância, 2.1.2 Acessibilidade aos cargos e
empregos: concurso público, 2.2 Regime Jurídico Único, 2.3 Criação, Os agentes exercem funções do órgão, distribuídas entre cargos aos
transformação e extinção, funções ou empregos públicos, 2.4 Provimento, seus titulares, mas de formar excepcional poderá existir funções sem
2.5 Direitos e deveres, 2.5.1 Direitos de ausência aos serviços, 2.5.2 Direito cargo.[2] Desta forma o agente público se caracteriza por estar investido
a aposentadoria, 2.5.3 Direitos do titular do cargo, 2.5.4 Direito de greve e em uma função pública e pela natureza pública dessa função, sendo assim,
associação sindical, 2.5.5 Deveres dos servidores, 3.0 Evolução histórica para caracterizar o agente público, são necessários a investidura (de ordem
da responsabilidade civil dos Estados, 3.1 A evolução da responsabilidade objetiva) em função pública e natureza pública da função (de ordem subje-
do Estado de Direito, 3.2 Responsabilidade dos Agentes, 3.2.1 Responsabi- tiva).[3] Pelo exposto, concluímos que todos os que de alguma forma
lidade administrativa, 3.2.2 Sindicância, 3.2.3 Do Julgamento, 3.3 Respon- exerce função pública e independentemente da existência de vínculo e uma
sabilidade Penal, 3.4 Responsabilidade Civil, 3.5 Comunicabilidade das vez existindo são irrelevantes a forma de investidura e a natureza do víncu-
instâncias, 4. Conclusão, 5. Referências bibliográficas. lo que liga este agente à Administração Pública.

“O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na in- É necessário destacar que, o cargo ou função pública pertence ao es-
tensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, tado e não ao agente, desta forma poderá o Estado, ampliar, suprimir ou
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. (Fernando Pessoa) alterar os cargos e funções, não gerando direito adquirido ao agente titular,
o mesmo não acontece se o agente desaparecer, o cargo ou função conti-
Introdução nuará existindo e disponível a administração pública (exemplo o falecimen-
to do agente)[4].

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A expressão agentes públicos é utilizada em sentido amplo e genérico, dade, porque a nomeação para este cargo depende de confiança da autori-
por tanto funcional, a partir dela podemos identificar suas espécies, e para dade que tem competência para esta nomeação.
entendermos melhor as categorias (ou espécies) de agentes públicos, faça-
se necessário citar Hely Lopes Meirelles, que em sua obra clássica definiu 1.2.2 Empregado Público (Celetista)
quatro espécies, os agentes políticos, os agentes administrativos, os agen- Quando contratados para emprego público no regime da CLT, mas a-
tes honoríficos e os agentes delegados. Em uma posição mais moderna plicam-se os princípios do direito público, por exemplo: investidura subordi-
podemos citar Maria Sylvia Zanela di Pietro e Celso Antônio Bandeira de nada à aprovação prévia em concurso público. Trata-se de regime obrigató-
Mello que classificam as espécies da seguinte forma: os agentes políticos, rio nas empresas publicas e sociedade de economia mista.[15]
servidores públicos, e particulares em colaboração com o poder públi-
co.[5] Deste conceito de agentes seguiremos com a análise destas catego- 1.2.3 Servidores Temporários
rias. Quando contratados tão somente para exercer a função publica, em
1.1 Agentes políticos virtude da necessidade temporária excepcional e de relevante interesse
público. Por tanto exercem uma função publica remunerada temporária,
Aqueles que integram os mais elevados escalões na organização Ad- apresentando cunho de excepcionalidade, o que autoriza o tratamento
ministrativa Pública, possuindo acento na Constituição Federal, possuem secundário.[16]
independência funcional e regime jurídico próprio (é o agente que esta topo
da pirâmide da organização da administração publica ), no sentido mais 1.3 Particulares que atuam em colaboração com o poder público:
próprio são os representantes do povo, o que conduz à investidura por Pessoa física que sem perderem a qualidade de particulares e sem e-
eleição.[6] . xistir vínculo de trabalho entre a administração publica de forma remunera-
O agente político tem regime jurídico próprio, não se submete ao regi- da ou não, mas existindo sim, uma execução de um trabalho em beneficio
me geral do art.102 da constituição, aplica apenas em caráter subsidiário. E do interesse público e do particular, ou seja, não existe entre o particular e
o agente político atua com independência funcional no que pertine aos a administração um vínculo jurídico, mas existe sim uma prestação de a
exercícios de suas atribuições, e não esta hierarquizada.[7] atividade pelo particular em beneficio do interesse público. Importante
destacar que os particulares atuam em nome próprio, limitando-se a admi-
A doutrina diverge na questão de quem pode ser agentes políticos e nistração a fiscalizar o desempenho dessas atividades[17]. Existem três
assim há duas correntes: tipos de particulares que podem colaborar com a administração: particula-
1ª) Nesta primeira corrente podemos citar o professor Celso Antônio de res por delegação; particulares que atuam por convocação, nomeação ou
Mello entende que agente político é apenas aquele que pode estabelecer designação; e Agentes necessários ou gestores de negócios públicos.
normas diretrizes, normas de condutas de comportamento estatal e de seus 1.3.1 Particulares por delegação
administrados que pode definir metas e padrões administrativos. São
apenas os chefes dos executivos e membros do legislativo (é o detentor de Os chamados agentes delegados, agentes que atuam mediante dele-
demanda do eletivo), logo são agentes públicos titulares dos cargos estru- gação, ocorrem nos casos de concessão e permissão de serviços públicos.
turais a organização política do País, sendo agentes políticos apenas o Exemplo: tradutores, leiloeiros, os bancários, titulares de cartórios que
presidente da república, os governadores, prefeitos e respectivos vices, os atualmente a atividade notarial e de registro que é exercida em regime
auxiliares imediatos dos chefes do executivo[8]. jurídico de direito privado por delegação pelo poder público, artigo 236
Constituição Federal[18] (Lei nº 8.935, de 18-11-1994, dispõe sobre os
2)Já na segunda corrente podemos citar professor Hely Lopes Meirel- serviços notariais e de registro), a remuneração que recebem não é paga
les, agente político além dos agentes que foram citados na primeira posi- pelos cofres públicos, mas pelos terceiros usuários do serviço, nestes
ção, são também agentes políticos, os juízes, promotores, defensores, casos exercem função publica em nome próprio com a fiscalização da
ministros, e conselheiros dos tribunais de contas. Estendem para estes administração publica.[19]
agentes porque estão previstos na constituição federal de onde recebem
suas atribuições ainda que de forma geral (genérica), também atuam com 1.3.2 Particulares que atuam por convocação, nomeação ou de-
independência funcional e possuem regime jurídico próprio.[9] signação

A investidura do agente político em regra é obtida através de eleição, Nesta segunda espécie pode ter agentes que exercendo atividade sem
mediante o sufrágio universal na forma da constituição federal, arts. 2º e 14, remuneração, por exemplo, jurados do tribunal do júri e mesários que
salvo para ministros e secretários que são de livre escolha do chefe do exercem um serviço público honroso, atividade honrosa, e por isso esses
executivo e providos em cargos públicos, mediante nomeação.[10] particulares são denominados por alguns autores como agentes honorífi-
cos, tais serviços constituem o chamado múnus público, ou serviços públi-
1.2 Servidores públicos em sentido amplo (ou agentes administra- cos relevantes,[20] esses agentes o máximo que podem receber é uma
tivos) ajuda de custo ou pro labore, isso não descaracteriza como agente honori-
Espécie de agentes públicos onde se encontra o maior número de pes- fico. Exemplo: peritos, tradutores, conciliadores, jurados do tribunal do júri e
soas naturais exercendo a funções públicas, cargos públicos e empregos mesários.
públicos nas administrações direta e indireta. São agentes administrativos 1.3.3 Agentes necessários ou gestores de negócios públicos
que exercem uma atividade pública com vínculo e remuneração paga pelo
erário público[11]. Podem ser classificados como estatutários, celetistas ou Uma grande característica desta espécie é o fato que este agente atua
temporários.[12] voluntariamente, de forma espontânea, diante de uma situação anômala de
caráter emergencial, sempre diante de uma situação excepcional·. Exem-
1.2.1 Servidores Estatutários plo: uma situação calamidade, enchente, particulares que ajudam resgatar
O servidor público é uma espécie dentro do gênero servidores estatais, pessoas de um desmoronamento.
são os que possuem com a administração relação de trabalho de natureza Diferente de agentes putativos (agentes de fato) que tem aparência de
profissional e não eventual[13]. agentes públicos legalmente investidos da função publica, aplica-se neste
Os servidores estatutários são contratados para cargo público no re- caso a teoria da aparência, mas não existe legal investidura, por duas
gime estatutário, regulamentado pelo estatuto do servidor público lei de situações, não existe nenhuma investidura ou existe uma ilegalidade na sua
âmbito federal n° 8.112/90[14] e no estado do Rio de Janeiro regulamenta- investidura. Exemplo: oficial de justiça que apresentou diploma falso, ou
do pelo decreto nº 2.479/79. seja, apresentou um documento necessário para sua investidura falso,
existindo uma investidura viciada, o jurisdicionado que se depara com este
Para ser nomeado o servidor precisa antes ser submetido ao procedi- oficial não tem como saber que o oficial de justiça apresentou documento
mento do concurso público de provas ou de provas e títulos, art. 37 inciso II falso a administração, aplicando-se para este sujeito a teoria da aparência,
da CF. É o cargo público de provimento efetivo, ou seja, é o cargo que a medida for necessária para a proteção dos seus direitos em razão do ato
possibilita a aquisição de estabilidade no serviço público que é diferente do praticado por este agente, têm que ser reconhecido os direitos do adminis-
cargo em comissão que é desprovido de efetividade não gerando estabili- trado. Mas pode acontecer outra situação, o agente não tem investidura na

Ética do Servidor Público 12


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função que ele exerce, porque ele nem é servidor ou é, mas extrapolar em O que não pode deixar de ser esclarecido é que os cargos distribuem-
exercício da sua função agir fora de sua competência ou nem ter compe- se em classes e carreiras, e excepcionalmente criam-se cargos isolados
tência nenhuma. Porém em razão da teoria da aparência, visando à segu- que são de classe única.
rança e a boa fé do administrado, os atos praticado por agentes putativos
serão considerados válidos.[21] Cargo de carreira é o que se escalona em classes, que é o agrupa-
mento de cargos de mesmo vencimento e atribuições, ou seja, as classes
Agente necessário é um particular e aparece como tal, não engana, podem ser organizadas de forma escalonada (superposta), quer dizer que
não é um agente putativo, não se mostra como agente público o gestor de entre as classes existe um momento, período diferente de vencimento,
negócios públicos se mostra como uma pessoa estranha à administração, é formando-se a chamada carreira, que se organiza dentro um de agrupa-
um particular que apenas colabora, auxiliando com algum tipo de função a mento de classes superpostas, o conjunto de carreiras e de cargos isola-
administração. dos constitui o quadro ( gratificada de um mesmo serviço, órgão ou poder)
permanente, o quadro também pode ser provisório, mas sempre com a
1.4 Agentes credenciados observação que não é admitido promoção ou acesso de um para o ou-
São os que recebem a incumbência da administração para representá- tro.[33]
la em determinado ato ou praticar certa atividade especifica, mediante O número total dos cargos de cada quadro é o que denomina lotação,
remuneração do poder público credenciante.[22] Por exemplo, determinada a modificação da lotação de um quadro, pela passagem de cargo nele
pessoa recebe atribuição de representar o Brasil em evento internacional. incluso para outro quadro, chama-se de redistribuição conforme a lei
1.5 Militares 8.112/90[34]. (art.37)

Abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às forças armadas, Aqui cabe ressalvar ao quanto à competência organizacional, como
marinha, exercito e aeronáutica, art. 142, caput e § 3º da CF e também as disposto no artigo 18[35] caput da constituição federal cabe a cada ente
policias militares e corpo de bombeiros militares dos Estados, Distrito federado (a União, os Estados Membros e o Distrito Federal), regular por lei
federal e Territórios, art.42 da CF, com vínculo estatutário sujeito a regime sobre a organização de seus servidores com a devida autonomia delegada
jurídico próprio, com a EC nº 18/98 são denominados servidores públicos pela constituição.
militares. [23] 2.1.1 Vacância
2. Servidores públicos É o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, em-
Os servidores públicos (em sentido estrito) são aqueles agentes que prego ou função. São as hipóteses do art. 33 da lei n. 8112/90, demissão,
mantém relação com o regime estatutário, ocupantes de cargos públicos aposentadoria, promoção e falecimento, e também prever a ascensão, a
efetivos ou sem comissão, sujeito a regime jurídico de direito público. No transferência, a readaptação e posse em outro cargo inacumulável.[36]
conceito de Hely Lopes Meirelles, servidores públicos constituem subespé- A exoneração é a extinção do vínculo estatutário a pedido do servidor
cies dos agentes administrativos, e a ela vinculados por relações profissio- ou quando cabível, em virtude de avaliação discricionária da autoridade
nais, em razão da investidura em cargos e funções, a título de emprego e competente. Pode ocorrer no caso de cargo em comissão como a cargo de
com retribuição pecuniária.[24] provimento efetivo, por tanto, não é penalidade. A exoneração pode ser a
2.1 Cargo, Emprego e Função pedido ou de oficio no caso de cargo em comissão, cujo provimento e
exoneração são praticados no exercício de competência discricionária. A
Cargo públicos são as mais simples unidade e indivisíveis unidades de exoneração do ocupante de cargo de provimento efetivo ocorrerá quando o
competência a serem expressas por um agente, prevista em número certo, sujeito não entrar em exercício, depois de tomar posse ou não forem satis-
com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito feitas as condições do estágio probatório (art. 34 e 35 da lei n.
público e criadas por lei, salvo os serviços auxiliares do legislativo,[25]ou 8.112/90).[37]
seja, cargo público é a unidade de atribuições é a menor célula que existe
dentro da administração publica para o exercício das atribuições pelo Já a demissão constitui penalidade decorrente da pratica de ilícito ad-
agente investido do cargo. Com a possibilidade de contratar servidores sob ministrativo, tem por objetivo desligar o servidor dos quadros do funciona-
o regime da legislação trabalhista, a expressão emprego público passou a lismo.[38]
ser utilizada, também para designar uma unidade de atribuições, distin- A vacância do cargo em virtude da modificação do vínculo, o agente
guindo-se pelo tipo de vínculo contratual, sob regência da CLT, enquanto o legalmente investido poderá ser promovido da classe inicial da carreira para
ocupante de cargo público tem vínculo estatutário, está contido na lei que uma classe superior, a promoção gera vacância (cargo anterior vago),
instituiu o regime jurídico único.[26] provimento derivado, existe mudança de cargo sem rompimento do vínculo
No que tange ao conceito de função podemos verificar que correspon- jurídico, gera uma modificação relação funcional do agente. Também pode
de ao conjunto de atribuições as quais não corresponde nem a cargo nem a ser chamada de promoção de progressão vertical que é diferente da pro-
emprego, ou seja, trata-se de um conceito residual.[27]De acordo com a gressão horizontal, que não há a mudança de cargo. Assim, o cargo único
constituição, quando se trata de função, tem-se que ter em vista dois tipos compartimentado em símbolos, e o agente progridem dentro do mesmo
de situações: [28] cargo até ficar apto para progredir verticalmente, ou seja, é o progresso que
o agente faz dentro do cargo, até que tenha a possibilidade de ser promo-
Função exercida por servidores contratados temporariamente, com vido. Na hipótese de readaptação, verifica-se o provimento em cargo mais
base no art. 37, IX da CF,[29] quando a administração precisa atender adequado em virtude de limitação na capacidade física ou mental do servi-
situação de relevante e excepcional interesse público, pode a administra- dor.[39]
ção contratar sem concurso público, aquele que for contratado sem concur-
so não vai ser investido nem a cargo nem emprego público, porque para 2.1.2 Acessibilidade aos cargos e empregos: concurso público
isso há a necessidade do concurso público, sendo assim será contratado A constituição estabelece o princípio da ampla acessibilidade aos car-
para exercer uma função publica sem que a ela se corresponda cargo ou gos, funções e empregos públicos aos brasileiros que preencham os requi-
emprego essa é uma das hipóteses da chamada função sem cargo, men- sitos estabelecidos em lei ( art. 37, I), mediante concurso público de provas
cionado no art. 37 IX da CF.[30] ou provas e títulos, com ressalva a nomeação para cargos de provimento
Outra espécie de função sem cargo que a constituição prever é a fun- em comissão nos quais são livres a nomeação e a exoneração como dis-
ção de confiança, art. 37 inciso v[31]:critério de confiança do agente que vai posto no art. 37, II.[40]
nomear. Não há o cargo. Só quem pode exercer função de confiança é o Com relação aos estrangeiros, sempre houve o entendimento que era
servidor que ocupe cargo de provimento efetivo para exercer atribuições de possível a contratação na hipótese do art.37, IX da CF, para atender a
direção, chefia e assessoramento, porem ser for exercida chefia, direção e necessidade temporária de excepcional interesse público, no entanto a lei
assessoramento por quem ocupe cargo em comissão a constituição dispõe 8.745/93, que dispõem sobre a contratação de servidor temporário foi
um percentual mínimo de servidores de carreira exercendo esses tipos de alterada pela lei 9.849/99, incluindo, entre outros casos admitindo a contra-
cargo, além deste mínimo qualquer pessoa pode ser nomeada[32].

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tação com base no referido dispositivo, o de professor estrangeiro e pes- É o ato pelo qual o se efetua o preenchimento do cargo público, com a
quisador visitante estrangeiro (art. 2º, V).[41] designação de seu titular.[54] Poder ser originário ou autônomo ou deriva-
do:
Com a EC 19/1998, que alterou o dispositivo 37 inciso I acrescentando
a possibilidade de estrangeiros, na forma da lei, ocupar cargos, empregos e Provimento originário é o vínculo inaugural entre administração e o ser-
funções públicas na administração. Logo, o acesso dos estrangeiros deve vidor, considerando determinado cargo, pode ocorrer para quem era servi-
ocorrer na forma da lei, por que se trata de norma constitucional de eficácia dor público e quem não era servidor e passou a ser. Exemplo, um técnico
limitada à edição de lei, que estabelecerá a necessária forma.[42] judiciário que passa no concurso para magistratura, nova nomeação que
estará constituindo novo vínculo, esse será provimento originário, porque é
2.2 Regime jurídico único inaugural, o que se considera é o cargo[55].
A constituição de 1988 reformulou o tratamento do servidor público, O concurso público não pode ser só de provas títulos, vedado pela
instituindo o regime jurídico único e planos de carreira para administração constituição federal, tem que necessariamente de provas e pode ter provas
direta, autárquica e fundações publicas, disposto no art. 39[43], (restabele- de títulos também, ou seja, pode ter só provas, pode haver prova mais
cido pelo STF pela ADI n. 2.135/ DF, em 02 de agosto de 2007, decidindo provas de títulos. A administração pode estabelecer critérios diferenciados
em sessão plenária, suspender a vigência do art. 39, caput, da Constituição objetivos, que deverão esta de acordo com a lei e considerando com a
Federal, em sua redação dada pela Emenda Constitucional n. 19/98. Em função do cargo. Exemplo exame psicotécnico de acordo com a previsão
decorrência dessa decisão, volta a aplicar-se a redação original do art. 39, legal com critérios objetivos identificados no edital.[56]
que exige regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
Administração Pública Direta, autarquias e fundações públicas[44]), assim E o provimento derivado é o que se faz por transferência, promoção,
garantindo tratamento isonômico entre os servidores públicos, submetendo- remoção, acesso, reintegração, readmissão, enquadramento, aproveita-
os aos mesmos direitos e obrigações perante a entidade a que servem[45]. mento ou reversão, é sempre uma alteração na situação de serviço do
O regime jurídico único requer o funcionalismo na administração em cada provido[57].E Celso Antônio Bandeira de Mello dá a seguinte classificação,
esfera governamental, seja estruturado com base num plano de carreiras provimento derivado pode ser vertical, horizontal ou por reingresso.
fundadas num sistema de cargos classificados de acordo com suas atribui-
ções, na mesma classe escalonadas em função da de maior complexidade Provimento derivado vertical o que significa que através da promoção (
dos cargos que a integrem. Possibilitando justa política remuneratória, por merecimento ou antiguidade) , o servidor alcança cargo mais elevado,
considerando que o servidor não se limitará apenas ao aumento de suas dentro da própria carreira. No provimento derivado horizontal é quando o
remunerações mas também terá outras atribuições de mais responsabilida- servidor é readaptado para um cargo mais compatível com sua limitação
de[46]. seja de capacidade física ou mental, logo o servidor não é rebaixado, mas
também não ascende em sua posição funcional. O Provimento derivado por
2.3 Criação, transformação e extinção de cargos, funções ou em- reingresso restabelece a situação do servidor anterior, a qual estava desli-
pregos públicos gada.[58]
A criação de cargo significa sua institucionalização com denominação É necessário que seja esclarecido as modalidades de provimento por
própria, previstas em número certo, função específica e correspondente reingresso, onde podemos encontrar por exemplo a situação de o agente
retribuição por pessoas jurídicas de Direito público e criada por lei (pelos que conseguir anular demissão tem o direito de volta para seu cargo anteri-
Poderes Executivo, legislativo no âmbito de suas respectivas competência or, denominando-se reintegração e o servidor que estava ocupando o
da Câmara dos Deputados e de vereadores dispõe o arts. 51[47] inciso V e cargo desse servidor reintegrado tem que voltar para seu cargo anterior,
52[48] inciso XIII e como dispõe o art.96[49] inciso I alínea b todos os arts denominando-se recondução, e se o cargo não existir ou for declarado
da CF/88) ressalvando os casos de serviços auxiliares do legislativo crian- desnecessário, ele pode ser apresentado a outro cargo com atribuições e
do-se por resolução, da Câmara ou do Senado, ( observando a natureza do remuneração compatíveis ou deposto em disponibilidade o servidor
cargo de provimento efetivo, através de concurso público ou em comissão reconduzido ( art. 41§ 2º da CF), e quando o servidor disponível for cha-
por livre escolha).[50] mado a voltar ao serviço, haverá o aproveitamento ( art.41 § 3º da
CF).[59]
Já na transformação temos uma alteração de molde a atingir a nature-
za do cargo, neste caso ocorrendo à extinção ou criação de um ou de E assim, não podemos deixar de destacar a ultima modalidade de
alguns cargos, e se dá de forma automática e simultânea quando um cargo provimento derivado por reintegração, trata-se do funcionário aposentado
é transformado em outro. Esclarecendo que tanto a criação como já fora que reingressa ao serviço público, a pedido (voluntária) que depende do
mencionado, mas também a transformação de cargos exige lei. [51] pleito do interessado e de outros requisitos estabelecido em lei[60] ou ex
oficio (compulsória) quando cessada a incapacidade que gerou a aposen-
Com a extinção o cargo desaparece deixa de existir (arts. 48 inciso X, tadoria por invalidez ( art. 25 da lei 8112/90).[61]
51, inciso IV e 52 inciso XIII, tratam da extinção do cargo no âmbito do
Executivo e dos serviços auxiliares do legislativo, já o art. 96 inciso II, aliena O provimento ainda pode ser classificado quanto á sua durabilidade em
b, corresponde à extinção nos serviços auxiliares do judiciário), Cada um efetivo, vitalício e em comissão, essa classificação somente aplicável aos
dos Poderes, se concretizando por lei quando for extinção de cargos do cargos: [62]
Executivo ou como dispõe o art. 84 inciso XXV da CF/ 88 mediante ato
administrativo do Presidente da República vinculando- se mediante decreto. Os cargos de provimento efetivos são os predispostos a receber ocu-
A extinção de cargos em suas autarquias e fundações públicas e extinção pantes em caráter definitivo (os que são providos por concurso público). E
de cargo dos serviços auxiliares do judiciário igualmente se formalizarão como menciona o art. 41 da CF, o servidor após o período de três de exer-
através de lei. Mas quando se tratar de cargos auxiliares do legislativo, cício pode adquirir a efetivação e a estabilidade, denominando-se estágio
suas autarquias e empresas publicam realiza-se a extinção por resolução. probatório,[63] a partir do momento que o servidor adquirir estabilidade no
cargo, só poderá perder o cargo em quatro situações: três delas se encon-
A criação, transformação e extinção de cargos, funções ou empregos tram no art. 41§ 1º[64] e a outra no art. 169 § 4º[65], ambos da constitui-
do poder Executivo exige lei de iniciativa do Presidente da República, dos ção:[66]
governadores dos Estados e do Distrito Federal e dos Prefeitos Municipais
abrangendo a administração direta, autárquica e fundacional ( arts. 61[52] § a) decisão judicial com sentença com o transito em julgado ( demissão,
1º, inciso II, alínea d da CF/ 88), sendo assim, ainda que dependam de ato punitivo),
iniciativa do poder competente podem sofrer emendas do legislativo, desde b) processo administrativo disciplinar, neste caso o servidor perde o
que respeitando os limites qualitativos (natureza ou espécie ) e quantitati- cargo por infração disciplinar, seria aqui o caso de demissão com obser-
vos da proposta, não transformando o projeto original.[53] vância da garantia de ampla defesa,
2.4 Provimento c) processo de avaliação por insuficiente desempenho, (é preciso que
esse dispositivo seja regulamentado o inc. III do § 1, do art.41 para que
possa ser aplicado, na forma da lei complementar – norma constitucional
de eficácia limitada, não pode ser aplicada enquanto não criar a lei com-

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plementar, possibilidade teórica, porque ainda não existe a lei regulamen- 1) As indenizações[76], com finalidade ressarcir despesas que o servi-
tando, mas o inciso III foi inserido na constituição pela emenda constitucio- dor tenha sido obrigado a realizar em razão do serviço, compreendendo em
nal número 19), ajuda de custo[77];diárias[78]; transporte[79] e auxílio-moradia[80].
d) exoneração do estável, em virtude de gastos com pessoal, não é hi- 2) As gratificações como dispõe a lei 8.112/90 nos arts. 61,I,II e IX, 62,
pótese punitiva é uma contingência administrativa, mas sim redução do 63[81] e 76-A.
quadro de pessoal com excesso de despesa, de acordo com art. 169§ 4º da
CF. “Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida
ao servidor que, em caráter eventual:
Cabe ressaltar que demissão constitui o desligamento do cargo com
caráter de sanção, aplicável nas hipóteses previstas em lei, diferente de I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou
exoneração que é o desligamento sem caráter sancionador e pode ser a de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública
pedido ou a ex-oficio nos seguintes casos: desinvestir de cargo em comis- federal;
são, quando no caso de provimento efetivo o servidor demonstrar ser II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames o-
inadequado ao cargo antes de completar o triênio para estabilidade e a rais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para
administração o desliga, na avaliação periódica de desempenho tenha sido elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intenta-
considerado insatisfatório, quando o servidor empossado não entrar em dos por candidatos;
exercício em prazo legal, quando o servidor, em acumulação proibida,
desde que de boa fé, permitindo optar cargo que desejar efetivado[67]. III – participar da logística de preparação e de realização de concurso
público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão,
O cargo de provimento vitalício significa que a demissão do servidor execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem
dependerá de sentença judicial transitada em julgado, que reconheça a incluídas entre as suas atribuições permanentes;
comprovação de infração a que seja cominada à sanção. Somente possível
em relação aos cargos que a constituição define como de provimento IV – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame ves-
vitalício. A constituição atribui o regime de vitaliciedade aos magistrados tibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.
(art.95, I), aos membros dos tribunais de contas (art.73 § 3º), e do ministé- § 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata
rio público (art.128, § 5º,a).[68] este artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâ-
O cargo de provimento em comissão é o que se dá através de nome- metros:
ação independente de concurso e em caráter transitório, a possibilidade em I – o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natu-
relação a esses cargos somente se dará mediante lei que a declare e reza e a complexidade da atividade exercida;
provimento em comissão.[69]
II – a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e
O provimento dos cargos públicos da Administração Federal direta ca- vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade,
be ao Presidente da República, através de decreto, observado o que a devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima
respeito dispuser a lei (art. 84. XXV. da CF). Essa atribuição pode ser do órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento
delegada pelo Presidente da República, aos Ministros de Estado, ao Pro- e vinte) horas de trabalho anuais;
curador-Geral da República ou do Advogado-Geral da União, que observa-
rão os limites da delegação (art. 84, parágrafo único. da CF).[70] III – o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes
percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração
Presidente República cabe prover cargos que integram a estrutura do pública federal:
Judiciário, como ocorre com os Ministros do Supremo Tribunal Federal e
dos tribunais superiores , os governadores de territórios, o procurador geral a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de ati-
da república, o presidente do banco central, todos se aprovados pelo sena- vidades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;
do (art. 84. XIV. da CF). O mesmo se pode dizer da nomeação dos Minis-
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de ativi-
tros do Tribunal de Contas da União (art. 73, § 2. da CF).[71]
dade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.
Já os cargos que se refere ao provimento dos cargos de juiz singular e
§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente será
de auxiliares administrativos do Judiciário, diga-se que a competência é dos
paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem
Tribunais (art. 96. I “c”.e ‘e” da CF). quer sejam Tribunais federais. quer
exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for
estaduais. sendo o ato de nomeação da responsabilidade dos respectivos
titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária quando de-
presidentes. O ato é veiculado por portaria. O ministério público é compe-
sempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98
tente para prover os cargos de seus membros e dos serviços auxiliares(
desta Lei.
art.127,§2º da CF) [72]
§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpo-
b) Cargo de provimento efetivo isolado: cargo de classe única, exemplo
ra ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá
desembargador nomeado pelo quinto constitucional, não se organiza em
ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclu-
carreiras, não existe classes.
sive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões.”
2.5 Direitos e Deveres
3) O adicional como expõe o art. 61 IV a VIII da lei 8112/90, observan-
Os direitos e deveres do servidor público se forem estatutário esta e- do também o disposto nos arts. 68, 73, 75, 76[82], da referida lei.
lencado no Estatuto do servido ou no caso de servidor celetista na CLT,
“Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, se-
dever-se também observar normas consagradas na constituição federal
rão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e
(arts. 37 a 42), ainda mais, não existe impedimento para que outros direitos
adicionais:
sejam atribuídos pelas constituições Estaduais ou nas leis ordinárias dos
Estados e municípios.[73] IV – adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou pe-
nosas;
Direitos concernentes aos subsídios (introduzida pela Emenda Consti-
tucional nº 19/ 98) compõem-se de uma parcela única, ou seja, indivisas V – adicional pela prestação de serviço extraordinário;
vedado acréscimo de vantagens outras de qualquer espécie; quanto ao
vencimento é a retribuição pecuniária fixada em lei pelo exercício do cargo VI – adicional noturno;
público,[74] já a remuneração é o vencimento somado com as vantagens VII – adicional de férias;
pecuniárias atribuídas em lei[75], de acordo com a lei 8.112/90 existem três
espécies de vantagens pecuniárias: VIII – outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.”.

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4) Benefícios da seguridade social regulado pelos arts. 196 e 197 da lei Quanto ao afastamento podemos elencar 3 artigos que a lei menciona
8.112/90, que trata do auxílio natalidade e do salário família. como tal art.93, c/c com art. 102 II e III (para servir outro órgão ou entidade
por tempo indeterminado), art.94 c/c art.102 V (para exercício de mandado
“Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nas- eletivo durante o prazo de sua duração) e art. 95 § 1 c/c 102 VII (para
cimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço estudo ou missão no exterior quando autorizado no prazo máximo de
público, inclusive no caso de natimorto. 4anos) todos da lei 8112/90.[92]
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cin- As concessões previstas na lei 8.112/90 podem assim ser classifica-
quenta por cento), por nascituro. das:
§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, 1) direito de ausentar-se do serviço;
quando a parturiente não for servidora.
“Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do ser-
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por viço:
dependente econômico.
I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito
de percepção do salário-família: II – por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;
I – o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
(vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos
ou, se inválido, de qualquer idade; a) casamento;

II – o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto,
viver na companhia e a expensas do servidor, ou do inativo; filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.”

III – a mãe e o pai sem economia própria.” 2) direito a horário especial, concedido;

2.5.1 Direitos de ausência ao serviço “Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quan-
do comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da reparti-
Inclui entre os direitos do servidor os concernentes a férias, licença e ção, sem prejuízo do exercício do cargo.
afastamento, estabelecidos na lei 8.112/90 alguns afastamentos chamados
como concessões outros previstos, mas sem designação. Existem 24 § 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação
variedades de afastamento, sendo 12 espécies de licença e 12 de afasta- de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração
mento.[83] semanal do trabalho.

O art. 77 da lei 8.112/90 trata das férias do servidor direito ao descan- § 2º Também será concedido horário especial ao servidor portador de
so anual por 30 dias, e sua remuneração ainda será acrescida de 1/3 da deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial,
retribuição normal.[84] independentemente de compensação de horário.

No art.81 da lei 8.112/90 estão enumeradas 7 variedades das licenças, § 3º As disposições do parágrafo anterior são extensivas ao servidor
mas no entanto existe outras expressamente mencionadas nos arts.202 ( que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de deficiência física,
para tratamento de saúde que pode ser de oficio ou a pedido do servi- exigindo-se, porém, neste caso, compensação de horário na forma do
dor)[85], Art. 207 (licença para servidora gestante por 120 dias consecuti- inciso II do art. 44.”
vos)[86], Art.208 ( licença para de cinco dias para paternidade, pelo nasci- 3) direito concedido ao servidor estudante ao mudar de sede no inte-
mento ou pela adoção)[87],Art.210 (licença para a servidora que obtiver a resse da administração pública, em se matricular em instituição congênere,
guarda ou no caso de adoção para crianças até um ano) Di Pietro, Maria em qualquer época, independentemente de vaga, como menciona o art. 99
Sylvia Zanela, op. Cit. p. 611[88] e 211( no caso de acidente em serviço o da lei 8.112/90.[93]
serviço fará jus a licença com remuneração integral)[89].
É necessária quanta esta ultima concessão mencionada, que o STF
“Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: possui jurisprudência consolidada na qual são congêneres entre as institui-
I – por motivo de doença em pessoa da família; ções de ensino superior públicas, e são congêneres entre si as instituições
de ensino superior privadas, ou seja, o estudante que estudava em institui-
II – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; ção privada, em sua localidade originária só será assegurado o direito de
matricula-se em uma universidade ou faculdade privada na localidade para
III – para o serviço militar; onde administração publica deslocou este servidor.[94]
IV – para atividade política; 2.5.2 Direita aposentadoria
V – para capacitação; Aposentadoria é um direito á inatividade remunerada, existem três
VI – para tratar de interesses particulares; modalidades: por invalidez, compulsória e volúntaria. Devendo ser obser-
vada qual é o regime do servidor se é celetista ou estatutário.
VII – para desempenho de mandato classista.
2.5.3 Direitos do titular do cargo
§ 1º A licença prevista no inciso I será precedida de exame por médico
ou junta médica oficial. Conforme explicitado na doutrina clássica de Hely Lopes Meirelles, os
direitos do titular do cargo restringem-se ao seu exercício, às prerrogativas
§ 2º Revogado. Lei nº 9.527, de 10-12-1997. da função e os vencimentos e vantagens decorrentes da investidura, sem
§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período que o servidor tenha propriedade do lugar que ocupa. Logo, é inapropriável,
de licença prevista no inciso I deste artigo. não deixando dúvidas que o servidor não tenha direito adquirido a imutabi-
lidade de suas atribuições, portanto a administração pública pode através
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de de lei alterar, extinguir, criar cargo sem o conhecimento do seu titular,
outra da mesma espécie será considerada como prorrogação.” importante mencionar que o servidor poderá adquirir direito à permanência
no serviço público, porém nunca o de permanecer no exercício da mesma
E ainda há as licenças sem remunerarão, mas com contagem do tem-
função.[95]
po, no caso do art. 92 c/c art.102 VIII “c”(para desempenho de mandato
classista) da lei 8.112/90, e ainda sem remuneração e sem contagem de 2.5.4 Direito de greve e Associação sindical
tempo de serviço nos casos dos arts. 84 e § 1[90] e 91[91] da lei mencio-
nada. Na Constituição Federal a esse respeito estabelece no inciso VII do art.
37 que o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos

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em lei específica o direito à livre associação sindical está disposto no art. Na pratica, o resultado foi muito pequeno para quem sofreu o dano, ti-
37, VI da constituição, que é uma norma auto-aplicável. [96] nha que conseguir descobrir se era ato de império ou ato de gestão e
conseguir comprovar a culpa do agente.
2.5.5 Deveres dos Servidores
Com a evolução do princípio da legalidade e que tantos os particulares
Os deveres dos servidores públicos vêm normalmente previstos nas quanto o Estado devem estar submissos a lei. Assim a doutrina e a juris-
leis estatutárias, abrangendo encontrando-se enumerado no art. 116 prudência deram mais um passo na evolução com a Teoria da Culpa pre-
(8.112/90) , entre outros, os de assiduidade, pontualidade, discrição, urba- sumida da Administração, que invertia o ônus da prova, o Estado que teria
nidade, obediência, lealdade. O descumprimento dos deveres enseja que provar que não teve culpa.
punição disciplinar[97].
Um importante passo desta evolução ocorreu com a Teoria do Órgão,
“Art. 116. São deveres do servidor: onde se entende que Estado é concebido como um organismo vivo, inte-
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; grado por um conjunto de órgãos que realizam as suas funções.[101]As
vontades e as ações dos órgãos são do Estado e os agentes só executam,
II – ser leal às instituições a que servir; com isso a responsabilização do Estado por ato do agente foi ampliada,
III – observar as normas legais e regulamentares; não mais exigindo a culpa do agente.Com base nos princípios da igualdade
de ônus e encargos sociais, chegamos à fase atual da evolução.[102] A
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ile- denominada responsabilidade objetiva, onde o particular deve demonstrar o
gais; nexo de causalidade entre o ato da administração e o dano sofrido, sem a
ingerência do particular no ato.
V – atender com presteza:
A teoria do risco administrativo é mais um passo importante na evolu-
a) ao público em geral, prestando às informações requeridas, ressalva-
ção, a interpretação desta teoria pode ser explicada pelo fato dos riscos
das as protegidas por sigilo;
acarretados por atividades perigosas deve ser sustentado por quem apro-
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou escla- veita os benefícios do desenvolvimento da atividade perigosa, quando não
recimento de situações de interesse pessoal; tenha ocorrido força maior que interfira no funcionamento do serviço. Essa
teoria do risco administrativo apregoa o dever do Estado de indenizar o
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; particular que foi sofreu um dano em virtude da atividade administrati-
VI – levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades va.[103]
de que tiver ciência em razão do cargo; Há ainda a Teoria do Risco integral que afirma que o Estado tem o de-
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio ver de indenizar em qualquer caso de dano sofrido pelo particular, mesmo
público; sem a existência de nexo causal. Mas existe uma corrente contrária a esta
posição. Na opinião de Hely Lopes Meirelles, essa teoria é contrária a
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição; equidade social.
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 3.1 A Evolução da Responsabilidade do Estado no Direito
X – ser assíduo e pontual ao serviço; No Brasil não existiu a fase de irresponsabilidade[104], o Estado res-
XI – tratar com urbanidade as pessoas; pondia por seus atos. Desde a constituição do Império, 1824 que o empre-
gado público era responsabilizado por seus erros e omissões que causas-
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. sem prejuízos a terceiros. O Estado respondia solidariamente ao funcioná-
rio, desde que a culpa fosse provada.[105]No código de 1916, houve diver-
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será enca-
gência na interpretação, se a culpa do Estado era subjetiva ou se era
minhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela
objetiva.
contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defe-
sa” Na constituição de 1946, determinou que a responsabilidade do Esta-
do fosse objetiva, baseada no risco administrativo. As constituições pro-
3. Evolução histórica da responsabilidade civil do estado
mulgadas posteriormente em 1967, 1968 e 1988 permaneceram com o
A responsabilidade do Estado passou por um processo evolutivo, par- risco objetivo.
tindo do que chamamos da teoria da irresponsabilidade até chegarmos à
3.2 Responsabilidades dos Agentes
responsabilidade objetiva.
O agente que praticar um ato ilícito que gerar um prejuízo ao erário po-
Por muitos séculos vigorou o princípio da irresponsabilidade do Esta-
derá vir a responder por três esferas distintas: responsabilidade penal, civil
do, na época do Absolutismo, quando fluía a ideia de que os reis eram
e administrativa[106]. Deste modo, os servidores públicos que ao desem-
designados por Deus, e consequentemente infalíveis e agiam pelo seu bel
penhar suas atividades de sua competência ou alegando estar cumprindo
prazer. Nem os reis nem o Estado erram, estando acima de qualquer um,
sua função ao efetuando infrações (atividades exercida de forma ilegal,
pois sua função seria de atender o interesse da sociedade como um todo e
gerando dano), poderá ser responsabilizado nas esferas administrativa, civil
consequentemente fica acima de qualquer indivíduo, impedindo assim que
ou penal diante da Administração Pública.
fosse reconhecida sua responsabilidade perante o indivíduo. Só era permi-
tida a responsabilidade pecuniária dos agentes da administração, ou seja, a 3.2.1 Responsabilidade Administrativa
vítima do dano poderia recorrer contra o funcionário que cometeu o dano,
jamais o Estado. Mas, nem sempre o agente conseguia honrar com a O dano originado de ato ou omissão do servidor poderá resultar em
indenização pela insuficiência da sua restrição orçamentária.[98] prejuízo ao erário; ou a terceiros de boa-fé. Ocorrendo o dano, a Adminis-
tração primeiro apura a responsabilidade civil do servidor por via de proces-
Um primeiro patamar da evolução, com a revolução industrial e do iní- so administrativo, observando os princípios do contraditório e da ampla
cio do sistema capitalista. Começou a ser difundido a concepção de sub- defesa (CF, art. 5.º, LV). Nessa apuração, que será desenvolvida a seguir,
missão do Estado ao Direito nascendo o reconhecimento dos direitos diante esclarecendo que a administração que só existirá a responsabilidade civil
do Estado.[99] Passando a ter diferenciação entre atos denominados atos do servidor se este estiver atuado com dolo ou culpa.
de império e atos de gestão. Em todos os atos que correspondessem a
atos de império não existia responsabilização do Estado, já no que se Se o dano foi causado a terceiros o Estado deverá indenizar o terceiro
referia a atos de gestão, onde o Estado atuava como se particular fosse, o prejudicado, independentemente de dolo ou culpa do servidor e assim, não
estado poderia, se tivesse culpa do agente, ser acionado a reparar os havendo dolo ou culpa do servidor, o Estado não terá o direito de regresso,
danos causados a terceiros, essa foi o primeiro degrau da evolução, da que é o direito de ser ressarcido pelo servidor do valor pago a título de
passagem da teoria da irresponsabilidade para uma concepção civilista da indenização. Logo, tendo o servidor dolo ou culpa, o ente público terá o
responsabilidade do Estado.[100] direito de regresso contra o servidor, podendo então propor uma ação

Ética do Servidor Público 17


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judicial, chamada de ação de regresso, na esfera civil, para reaver do artigo 117 e na inobservância de algum dever funcional estipulado na lei,
servidor o que pagou como indenização.[107] regulamentação ou norma interna que não seja considerado penalidade
mais grave.
Para ambos os casos (prejuízo ao erário e prejuízo a terceiros) poderá
haver uma solução administrativa ao invés de judicial. A suspensão ocorre no caso de reincidência, em faltas já punidas com
advertência, não podendo exceder o prazo de 90 dias. As penalidades de
Uma vez constatada a prática do ilícito administrativo, ficará o servidor advertência terá seu registro cancelado após 3 anos e o de suspensão
sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que poderá ser adver- após 5 anos.
tência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilida-
de, destituição de cargo em comissão ou destituição de função comissiona- A penalidade de demissão será aplicada nos casos elencados no arti-
da[108]. go 132 da Lei 8112/90. Será aplicada pelo Presidente da República, pelos
presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos tribunais Federais e pelo
Na lei 8112/90 no artigo 117 apresenta o hall de proibições ao servi- Procurador Geral da República.[109]
dor público e o servidor responde administrativamente pelos ilícitos admi-
nistrativos com ação ou omissão que contrarie a Lei. “Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
“Art. 117. Ao servidor é proibido: I – crime contra a administração pública;
I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autoriza- II – abandono de cargo;
ção do chefe imediato;
III – inassiduidade habitual;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer
documento ou objeto da repartição; IV – improbidade administrativa;

III – recusar fé a documentos públicos; V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e pro- VI – insubordinação grave em serviço;


cesso ou execução de serviço; VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legí-
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da re- tima defesa própria ou de outrem;
partição; VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou
de seu subordinado; X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associa- XI – corrupção;


ção profissional ou sindical, ou a partido político; XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confian- XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117”
ça, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
No que tange a cassação da aposentadoria ou a disponibilidade do ina-
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em tivo que praticou durante sua atividade na administração, seja qualquer
detrimento da dignidade da função pública; falta elencada no artigo 132 da referida lei, sendo esta falta punível com
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, per- demissão. Sendo aplicadas pela mesma ordem hierárquica da demissão.
sonificada ou não personificada, salvo a participação nos conselhos de Destituição do cargo (cargos que se escalonam-se) ou função em co-
administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, missão será aplicada nos casos de infração sujeitas às penalidades de
direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade suspensão e de demissão. Sendo de competência da mesma autoridade
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros, e exercer o que fez a nomeação.
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
3.2.2 Sindicância do Processo Administrativo
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públi-
cas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais Para ser aplicada uma penalidade de suspensão acima de 30 dias,
de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de
cargo ou função em comissão deve ser instaurada uma sindicância [110].
XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer
espécie, em razão de suas atribuições; Ele pode ser interpretado como um processo investigativo realizado por
uma comissão composta por três servidores estáveis designados por
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; autoridade competente, sendo um deles escolhido para presidir. Devendo
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas; pelo menos o presidente ter o nível de escolaridade igual ou superior ao do
indiciado.[111]
XV – proceder de forma desidiosa;
O processo administrativo será dividido em três fases que serão dividas
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços da seguinte forma: Instauração irá iniciar com a publicação do ato que
ou atividades particulares; constitui a comissão; inquérito que será dividido em três partes instrução,
XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que o- defesa e relatório. Sendo assegurados os direitos fundamentais de ampla
cupa, exceto em situações de emergência e transitórias; defesa e contraditórios. [112] A comissão irá promover por todos os meios
admitidos em direito, como depoimento, investigação, diligências entre
XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o outros, a fim de obter amplo conhecimento do fato. Após a oitiva das teste-
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; munhas proceder-se-á o interrogatório do acusado.[113]
XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.” Sendo tipificada a infração disciplinar serão oferecidos 10 dias para a
defesa[114], caso seja considerado revel será nomeado procurador dativo
Como foi dito anteriormente, as penalidades disciplinares estão elen- com cargo equivalente ou superior ou mesmo nível de escolaridade ou
cadas no artigo 127, sendo diferenciadas pela gravidade atribuída a cada superior.[115]
ato levando em consideração as atenuantes e as agravantes além do
antecedente funcional. São elas: Depois de apreciada a defesa, a comissão irá elaborar minucioso rela-
tório que será conclusivo quanto à responsabilidade ou não do servidor. No
Advertência- como transcreve o artigo 129 da referida Lei, está será caso do servidor ser considerado responsável, o relatório deverá transcre-
aplicada por escrito, nos casos de violação dos incisos I a VIII e XIX do

Ética do Servidor Público 18


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vendo os dispositivos normativos que não foram seguidos, as peças princi- dois terços da remuneração quando afastado por motivo de prisão, preven-
pais dos autos, informando às provas que fizeram com que o comitê to- tiva ou em flagrante, determinada pela autoridade competente, enquanto
masse a decisão bem como os atenuantes e os agravantes. Será então perdurar a prisão. O servidor terá direito a integralização dos proventos em
remetido á autoridade que determinou a instauração para o julgamento do caso de absolvição.[125]
fato ou se a sanção prevista exceder sua alçada, será encaminhado à
autoridade competente. [116] 3.4 Da Responsabilidade Civil

3.2.3. Do julgamento Responsabilidade Civil é a obrigação que se impõe ao servidor, no as-


pecto patrimonial e financeiro de pagar o que deve ao Estado ou diretamen-
A comissão poderá decidir pela inocência, se decidir assim será deter- te à terceiro.
minado o arquivamento ou poderá decidir culpa do mesmo. Em regra será
mantida a decisão da comissão, salvo se flagrantemente contrária á prova Pelo ilustre Helly Lopes Meirelles, a administração não pode deixar de
dos autos.[117] Podendo agravar, abrandar ou isentar o servidor da res- cobrar de seus servidores públicos por que não pode dispor de um bem da
ponsabilidade. Extinta a punibilidade pela prescrição, será colocado no sociedade, ao qual ele tem a obrigação de cuidar da integridade. É eviden-
assentamento individual do servidor.[118] te, que só poderá ser cobrado em caso de tipificar o ilícito civil.[126]

Se a infração for tipificada como crime, o processo disciplinar será re- A responsabilidade será analisada pela própria Administração pública,
metido ao Ministério Público, sendo passível de condenação penal.[119] por processo administrativo que fornecerá todas as garantias constitucio-
nais como ampla defesa e a segurança ao contraditório.
Cabe ressaltar, que pode ser solicitada revisão do processo pelo ser-
vidor, a qualquer tempo, pela ocorrência de fatos novos ou circunstâncias Di Pietro, afirma que as leis estatutárias estabelecem procedimento
que provem a inocência ou a inadequação da pena.[120] auto-executório, pelas quais a administração pode descontar dos venci-
mentos a importância do ressarcimento do prejuízo, respeitando o mínimo
3.3 Da Responsabilidade Penal necessário para garantir a dignidade humana. Desde que previsto em lei é
perfeitamente válido e independe do consentimento do servidor, inserindo-
Responsabilidade Penal o código penal prevê os crimes contra a admi- se nas hipóteses de auto executoriedade dos atos administrativos, não
nistração Pública diferenciando os crimes praticados por funcionários retirando em hipótese nenhuma a importância do poder judiciário que pode
públicos e os crimes praticados por particulares. ser implementado para responder a lide. Salientando que quando o servidor
Cabe ressaltar, que funcionário público para os efeitos penais corres- é contratado pela legislação trabalhista, verificamos no artigo 462 parágrafo
ponde a quem trabalhe mesmo que transitoriamente ou sem remuneração 1 da CLT que o desconto só será efetuado com a concordância do empre-
em cargo, emprego ou função pública, ou seja, os que por exercer uma gado ou em caso de dolo.[127]
função aproveitam da mesma para cometer alguma infração penal, bem Helly Lopes Meirelles diverge da opinião de Di Pietro, pois fala da ne-
como dispõe o art. 327 §1º do código penal. cessidade da concordância do servidor, por que a Administração não pode
A responsabilidade penal do agente público é a que é gerada por uma pegar os bens de seus servidores e nem abater de seus vencimentos para
conduta tipificada por Lei como infração penal. Sendo que esta abrange ressarcir os prejuízos. Sendo necessário recorrer a Justiça com ação de
crimes e contravenções realizadas pelo servidor na qualidade de servidor, indenização contra o servidor.[128]
ou seja, atos praticados na função. Pois se não for praticado na função não Celso Antonio Bandeira de Melo, diz que a execução do débito deve
poderá ser entendido como crime funcional[121]. ser pela via judicial, mas no caso de faltar bens para quitar a indenização
Muitos dos crimes funcionais estão definidos no Código Penal (arts. devida, a administração pode abater dos vencimentos do servidor, até dez
312 a 326), como o peculato, inserção de dados falsos em sistema de por cento. Será então dividido em parcelas mensais até o valor de 10% dos
informação, modificação ou alteração não autorizada no sistema de infor- vencimentos, até quitar completamente a Administração[129]. Conforme
mações, extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documentos, em- determina o artigo 46 da Lei 8112/90.
prego irregular de verbas ou rendas públicas, concussão, excesso de Se o dano for causado a terceiros, o servidor pode ser acionado dire-
exação, corrupção passiva, facilitação de contrabando ou descaminho, tamente, acionado solidariamente com o Estado ou o Estado ser acionado.
prevaricação, condescendência criminosa, advocacia administrativa, violên- Neste último caso o Estado pode propor uma ação regressiva. Cabe desta-
cia arbitrária, abandono de função, exercício funcional ilegalmente anteci- car que para Bandeira, a ação de responsabilidade civil é imprescritível.
pado ou prolongado, violação de sigilo funcional, violação de sigilo de
proposta de concorrência. Outros estão previstos em leis especiais fede- Para avaliar se ocorreu ou não o ilícito civil deve verificar a existência
rais.[122] de: Ação ou omissão antijurídica; culpa ou dolo; nexo causal e ocorrência
de um dano material ou moral.
Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma sanção
penal, que poderá ser privado de sua liberdade (reclusão ou detenção), Há duas hipóteses de dano causado pelo servidor público, a que gerou
esta pena poderá ainda ser substituída por uma pena restritiva de direitos dano ao Estado e a de dano contra terceiros.
(prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviço à
comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e A responsabilidade do agente pode ser divida entre responsabilidade
limitação de fim de semana) e ,ou multa, devendo ser esclarecido que há civil subjetiva e responsabilidade civil objetiva. Na primeira só haverá o
diferença entre a multa que é aplicada com a pena privativa de liberdade, dever de indenizar se o agente tiver causado o dano por atuar com dolo ou
deverá ser paga ao fundo penitenciário, sendo esta considerada divida de culpa. Já o que caracteriza a responsabilidade civil objetiva é a desneces-
valor, esta não sendo paga não será convertida em pena mas sim será sidade de verificar a existência de dolo ou culpa do agente de gerar o dano.
executada pela fazenda publica, já a prestação pecuniária é uma indeniza- A responsabilidade civil objetiva pode ser compreendida como a res-
ção paga a vitima.[123] ponsabilidade que tem as pessoas jurídicas de direito público, Estado, e às
Di Pietro acrescenta no que tange a responsabilidade penal, que exis- pessoas jurídica de direito privado onde se enquadram as prestadoras de
tem no ato ilícito penal, os mesmos elementos caracterizadores dos demais serviços públicos que nesta posição causarem danos a terceiros, de acordo
tipos de atos ilícitos, contudo há a existência de algumas peculiaridades: com art. 37, § 6.º, da Constituição Federal. Nesse tipo de responsabilidade
Relação de causalidade, ou seja, nexo causal, o ato ou omissão tem que civil, não há de se questionar se o servidor agiu ou não com dolo ou culpa
gerar o dano ou perigo, não havendo a exigência do dano se concretizar, ao provocar o dano. Em todo caso o Estado deverá indenizar ao terceiro
se o risco do dano acontecer já é o suficiente, como ocorre na tentativa e prejudicado, se este não foi o causador exclusivo do dano. Em suma,
em determinados crimes que colocam em risco a incolumidade públi- verificamos que a responsabilidade civil do Estado é objetiva ao passo que
ca [124] a responsabilidade civil do servidor público é subjetiva.

De acordo com a Lei 8.112/90, verificamos a existência do auxílio re- 3.5 Comunicabilidades das Instâncias
clusão, oferecendo à família do servidor ativo, sendo concedida metade da Ao analisarmos a abrangência da decisão proferida pelo juiz criminal
remuneração quando a pena do servidor não determinar a perda do cargo; sobre o aspecto administrativo deve ser verificado

Ética do Servidor Público 19


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se a infração praticada pelo funcionário é definida em lei como ilícito do servidor, que será apurado pela administração pública, e também pode-
penal e ilícito administrativo; se a infração praticada é apenas ilícito penal rá o servidor responder civilmente impondo ao servidor que pague o que
ou se é apenas ilícito administrativo. deve ao Estado ou a terceiro ao ter causado dano a responsabilidade será
analisada através de processo administrativo, onde será resguardado o
Como já foi dito anteriormente, será instaurado um processo adminis- direito do contraditório e de ampla defesa do servidor público.
trativo e se for considerado que foi praticado um ilícito penal será iniciado
um processo criminal. Prevalecerá à regra de independência entre as duas Referências bibliográficas:
instâncias, com exceção, em que a decisão proferida no juízo penal deverá
prevalecer, fazendo coisa julgada na área cível e na administrativa.[130] BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso De Direito Administrativo
Brasileiro, 26ª ed., São Paulo: Malheiros, 2008.
O artigo 935 do código civil e o artigo 126 da Lei 8112/90 determinam
que a responsabilidade administrativa do servidor seja afastada no caso de BITTENCOURT, Marcos Vinicius Corrêa. Manual de Direito Administra-
absolvição criminal que negue a existência do fato ou a autoria do mesmo. tivo. Belo Horizonte: Fórum, 2005.
Como toda sentença tem que ser motivada, se o juiz mencionar que a
Di PIETRO, Maria Sylvia Zanela. Direito Administrativo, 21ª. ed., São
absolvição foi por: estar provado inexistência do fato; não haver prova da
Paulo: Atlas, 2008.
existência do fato; não constituir o fato infração penal; estar provado que o
réu não concorreu à infração penal; não existir prova de ter o réu concorrido FILHO, Marçal Justen, Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Sa-
à infração penal; existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o raiva, 2005
réu de pena (artigos 20 a 23, 26 e 28 no seu primeiro parágrafo todos do
Código Penal) ou se houver fundado dúvida sobre a existência de tais GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo, 8ª ed., São Paulo: Sa-
circunstâncias e não existir prova suficiente à condenação.[131] raiva, 2003

Se a absolvição criminal for por insuficiência de provas, as ações na KNOPLOCK, Gustavo Mello. Manual de Direito Administrativo, 2ª. ed.,
área civil e administrativa, que são independentes podem decidir pela Rio de Janeiro: Campus, 2008.
condenação, se for o caso. MAZZA, Alexandre. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2009.
Pode ainda acontecer de uma infração não ser considerada penal, mas MEIRELES, Hely Lopes, Direito Administrativo Brasileiro, 21ª ed., São
ser considerada administrativa. As irregularidades que não sejam caracteri- Paulo: Malheiros, 2008.
zados como ilícito penal, configuram uma falta menor que crime que é
denominada falta residual, que pode ser punida administrativamente.[132] MONTENEGRO, Thalita Macedo. texto do boletim jurídico edição nú-
mero 103, 2006 Retirado do si-
Se o servidor público praticou um crime penal, mas não administrativo, tehttp://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp no dia 02/11/2010
a dosimetria da pena será de extrema importância. Pois se a condenação
for de pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos, terá MORAIS, Alexandre, Direito Constitucional, 11ª. ed., São Paulo: Atlas,
declarado na sentença a perda do cargo, mas se for inferior a quatro anos 2002.
não perde o cargo.Voltará a ocupar o cargo após o término da pena. SILVA, José Afonso da. Curso De Direito Constitucional Positivo, 9ª.
Conclusão: ed., São Paulo: Malheiros,1993.

Podemos verificar que os agentes públicos são indispensáveis à exe- STF pela ADI n. 2.135/ DF, em 02 de agosto de 2007- Informativo 474
cução dos serviços da administração publica ainda que este agente tenha o / parte do acórdão do STF
vínculo meramente transitório, ou não. VICENTE PAULO, Marcelo Alexandrino, Direito Administrativo, 17ª.
Os agentes públicos é o gênero onde identificamos as espécies, algu- ed., São Paulo: Metodo, 2009.
mas dessas espécies necessitam de investidura para que possa exercer
função de natureza publica como os agentes políticos que representam o
povo sua investidura se dá em regra por eleição, já os estatutários e os Notas:
celetistas onde se encontrar o maior número de pessoas naturas exercendo
[1]Gasparini, Diogenes. Direito Administrativo, ed.8ª, São Paulo: Sarai-
função publica, sua investidura se subordina a aprovação prévia de concur-
va, 2003. p. 129.
so público.
[2]Meirelles, Hely Lopes, Direito Administrativo Brasileiro, ed. 21ª, São
Os servidores públicos em seu sentido estrito possuem vínculo com a
Paulo: Malheiros, 2008. p. 71.
administração pública por relações profissionais, através de sua investidura
em cargos a titulo de emprego e com retribuição pecuniária. Possuindo o [3]Mello, Celso Antonio Bandeira de. Curso De Direito Administrativo
regime jurídico único restabelecido pelo supremo pela ADI 2.135/DF- 2007 Brasileiro, ed. 26, São Paulo: Malheiros, 2008. p. 243.
voltando aplicar a redação original do art.39 da CF/88, garantindo um
tratamento isonômico entre os servidores públicos. [4]Paulo, Marcelo Alexandrino Vicente, op. Cit. p. 125

O cargo não é direito adquirido a imutabilidade do funcionário público, o [5]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela. Direito Administrativo Ed. 21, São
Estado conforme estabelecido pela constituição pode através de lei supri- Paulo: Atlas, 2008. p.352.
mir, transformar, extinguir e até mesmo criar novos cargos sem o conheci- [6]Filho, Marçal Justen, Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Sa-
mento do seu titular. raiva, 2005. p. 571.
Os direitos e deveres estão elencados no estatuto do servidor público [7]Paulo, Marcelo Alexandrino Vicente, Direito Administrativo Descom-
na lei nº 8.112/90 no caso de servidor celetista deve ser observado a CLT, plicado, ed. 17ª, São Paulo: Método, 2009. p.125.
e ainda devemos conjugar as normas constitucionais do art.37 a 42, pode-
mos citar alguns direitos como a férias, gratificações, direito a aposentado- [8]Mello, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo,
ria entre outros benefícios, os deveres no caso de servidor estatutário vem ed.26, São Paulo: Malheiros, 2001. p.246.
elencados no art.116 da lei 8.112/90 entre outros tais como assiduidade,
[9]Meirelles, Hely Lopes, op. Cit. p. 73.
pontualidade, discrição, lealdade entre outros.
[10]Di PIETRO, Maria Sylvia Zanela, op. p.353.
E por fim o servidor responde por seus atos praticados sendo por dolo,
culpa, e também pelos atos omissivos, em três esferas distintas. sendo de [11]Di PIETRO, Maria Sylvia Zanela., op.p.353.
responsabilidade penal crimes contra administração publica praticado pelo
funcionário público (ainda que este trabalhe transitoriamente ou sem remu- [12]Paulo, Marcelo Alexandrino Vicente, op. Cit. p. 125.
neração), previstos no código penal, responsabilidade administrativa dano [13]Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. Cit. p. 248.
causado à administração pública ou a terceiros originado de ato ou omissão

Ética do Servidor Público 20


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[14]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p. 354. 274 e 420. Entendeu-se caracterizada a aparente violação ao § 2º do art.
60 da CF (“A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso
[15]Mazza, Alexandre. Direito Administrativo. Ed. Saraiva: São Paulo, Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos,
2009. p. 159. três quintos dos votos dos respectivos membros.”), uma vez que o Plenário
[16]Filho, Marçal Justen, op. Cit. p. 577. da Câmara dos Deputados mantivera, em primeiro turno, a redação original
do caput do art. 39, e a comissão especial, incumbida de dar nova redação
[17]Mello, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, à proposta de emenda constitucional, suprimira o dispositivo, colocando,
ed.13, São Paulo: Malheiros, 2001. p. 223. em seu lugar, a norma relativa ao § 2º, que havia sido aprovada em primei-
[18]Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em cará- ro turno. Esclareceu-se que a decisão terá efeitos ex nunc, subsistindo a
ter privado, por delegação do Poder Público. legislação editada nos termos da emenda declarada suspensa. Vencidos os
Ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Nelson Jobim, que
[19]Di PIETRO, Maria Sylvia Zanela. Direito Administrativo Ed. 21, São indeferiam a liminar.
Paulo: Atlas, 2oo8. p.491.
[45]MORAIS, Alexandre, Direito Constitucional, ed. 11, São Paulo: A-
[20]Meirelles, Hely Lopes, op. Cit. p.75. tlas, 2002. p. 350.
[21]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p. 239. [46]SILVA, José Afonso da. Curso De Direito Constitucional Positivo,
ed. 9, São Paulo: Malheiros,1993. p. 587.
[22]Meirelles, Hely Lopes, op. Cit. p. 76.
[47] Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: IV –
[23]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, Direito Administrativo, ed. 23º: São
dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transforma-
Paulo: 2010. p. 517.
ção ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
[24]Meirelles, Hely Lopes, op. Cit. p. 362. iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
[25]Mello, Celso Antônio Bandeira de. Op. Cit. p. 251.
[48] Compete privativamente ao Senado Federal: XIII – dispor sobre
[26]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p. 357. sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extin-
[27]Bittencourt, Marcos Vinicius Corrêa. Manual de Direito Administrati- ção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei
vo. Belo horizonte: Fórum, 2005. p.74 para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros esta-
belecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
[28]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p.358.
[49] Compete privativamente:I – aos Tribunais : b) organizar suas se-
[29]Bittencourt,Marcos Vinicius Corrêa. Op. Cit. p. 74. cretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados,
[30]Art. 37 inc. IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional [50] Mello, Celso Antônio Bandeira de. Op. Cit. p. 255.
interesse público;
[51] Gasparini, Diogenes..p. op. cit. 241.
[31]Art. 37 inc V as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a [52] Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supre-
de direção, chefia e assessoramento; mo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da
República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constitui-
[32]Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. Cit. p. 252. ção.
[33]Meirelles, Hely Lopes, op. Cit. p. 365. § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
[34]Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. Cit. p.304. II – disponham sobre, d) organização do Ministério Público e da Defensoria
Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministé-
[35]Art. 18. A organização político-administrativa da República Federa- rio Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
tiva do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
[53] Meirelles, Hely Lopes, op. Cit. p. 368.
[36]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p. 607.
[54]Meirelles, Hely Lopes, op. Cit. p. 368.
[37]Filho, Maçal Justen, op. Cit. p. 643.
[55]Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. Cit. p. 304.
[38]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p. 608.
[56]Paulo, Marcelo Alexandrino Vicente, op. Cit. p. 347.
[39]Filho, Maçal Justen, Curso de Direito Administrativo, op. Cit. p. 645.
[57]Meirelles, Hely Lopes, op. Cit. p. 369.
[40]Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. Cit. p. 277.
[58]Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. Cit. p. 306.
[41]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p.523.
[59]Paulo, Marcelo Alexandrino Vicente, op. Cit. p. 347
[42]Paulo, Marcelo Alexandrino Vicente, op. Cit. p. 255.
[60]Art. 25 da lei 8112/90. Reversão é o retorno à atividade de servidor
[43]Meirelles, Hely Lopes, op. Cit. p. 363. aposentado:I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsis-
tentes os motivos da aposentadoria; ou II – no interesse da administração,
[44](Informativo 474 / parte do acórdão do STF) Em conclusão de jul-
desde que:a) tenha solicitado a reversão;b) a aposentadoria tenha sido
gamento, o Tribunal deferiu parcialmente medida liminar em ação direta
voluntária; c) estável quando na atividade;d) a aposentadoria tenha ocorrido
ajuizada pelo Partido dos Trabalhadores - PT, pelo Partido Democrático
nos cinco anos anteriores à solicitação;e) haja cargo vago.
Trabalhista - PDT, pelo Partido Comunista do Brasil - PC do B, e pelo
Partido Socialista do Brasil - PSB, para suspender a vigência do art. [61]Filho, Maçal Justen, Curso de Direito Administrativo, op. Cit. p. 603.
39, caput, da Constituição Federal, com a redação que lhe foi dada pela
Emenda Constitucional 19/98 (“A União, os Estados, o Distrito Federal e os [62]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p.606.
Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração [63]Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. Cit. p. 301.
de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Pode-
res.”), mantida sua redação original, que dispõe sobre a instituição do [64]Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servido-
regime jurídico único dos servidores públicos — v. Informativos 243, 249, res nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso

Ética do Servidor Público 21


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público§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I – em virtude de IX – gratificação por encargo de curso ou concurso.
sentença judicial transitada em julgado;II – mediante processo administrati-
vo em que lhe seja assegurada ampla defesa;III – mediante procedimento Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de
de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou
assegurada ampla defesa.§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício.
do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se [82] Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, apro- insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas
veitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do
proporcional ao tempo de serviço.§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua cargo efetivo.
desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remu-
neração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveita- Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de
mento em outro cargo 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

[65]Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Es- Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22
tados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o
estabelecidos em lei complementar.§ 4º Se as medidas adotadas com base valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada
no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento hora como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por
estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remu-
um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade neração do período das férias.
administrativa objeto da redução de pessoal.
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de direção, che-
[66]Filho, Maçal Justen, Curso de Direito Administrativo, op. Cit. p. 609. fia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vanta-
[67]Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. Cit. p. 303. gem será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

[68]Filho, Maçal Justen, Curso de Direito Administrativo, op. Cit. p. 611. [83] Mello, Celso Antônio Bandeira de. op. cit. p. 311.

[69]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p.607. [84] Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser
acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do
[70]Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. Cit. p. 305. serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.
[71]Gasparini, Diogenes. Direito Administrativo, ed. 8º, São Paulo: Sa- § 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (do-
raiva, 2003.p 256. ze) meses de exercício.
[72]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p.607 § 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
[73] Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p.608. § 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que
[74] Art. 40.da lei 8112/90- Vencimento é a retribuição pecuniária pelo assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública.
exercício de cargo público, com valor fixado em lei [85] Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de
[75] Art. 41.da lei 8.112/90- Remuneração é o vencimento do cargo efe- saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da
tivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em remuneração a que fizer jus
lei. [86] Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
[76] Art. 51 da lei 8.112/90 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.

[77] Art. 53. da lei 8.112/90- A ajuda de custo destina-se a compensar [87] Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direi-
as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar to à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter per- [88] Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de crian-
manente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no ça até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença
caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de remunerada
servidor, vier a ter exercício na mesma sede.
[89] Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor a-
[78] Art. 58.da lei 8.112/90O servidor que, a serviço, afastar-se da sede cidentado em serviço.
em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as [90] Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompa-
parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomo- nhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do territó-
ção urbana, conforme dispuser em regulamento. rio nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos
Poderes Executivo e Legislativo.
[79] Art. 60. Da lei 8.112/90 Conceder-se-á indenização de transporte
ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de § 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração
locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições [91] Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao
próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio pro-
[80] Art. 60-A. da lei 8.112/90- O auxílio-moradia consiste no ressarci- batório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três
mento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com anos consecutivos, sem remuneração.
aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empre- Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo,
sa hoteleira, no prazo de 1 (um) mês após a comprovação da despesa pelo a pedido do servidor ou no interesse do serviço.
servidor
[92] Paulo, Marcelo Alexandrino Vicente, op. Cit. p. 383.
[81] Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei,
serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e [93] Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da
adicionais: administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais
próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época,
I – retribuição pelo exercício de função de direção chefia e assessora- independentemente de vaga.
mento;
II – gratificação natalina;

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Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou [106]Knoplock,Gustavo Mello: Manual de Direito Administrativo,ed 2ª
companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que viva na sua compa- Rio de Janeiro:Campus 2008. p. 195
nhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.
[107] Lei 8.112/90 art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato o-
[94] Paulo, Marcelo Alexandrino Vicente, op. Cit. p. 383 missivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário
ou a terceiros.
[95] Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. cit. p.370.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somen-
[96] Gasparini, Diogenes. Direito Administrativo, ed.8ª, São Pau- te será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que
lo:Saraiva, 2003. P.180. assegurem a execução do débito pela via judicial.
[97] Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. P. 611. § 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor
[98] Montenegro, Thalita Macedo-texto do boletim jurídico edição nú- perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
mero 103, 2006 Retirado do si- § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e con-
tehttp://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp no dia 02/11/2010 tra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.
[99] Montenegro, Thalita Macedo-texto do boletim jurídico edição nú- [108] Lei 8112/90 art 127 Lei 8112, art. 127 São penalidades disciplina-
mero 103, 2006 Retirado do si- res:
tehttp://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp no dia 02/11/2010
I – advertência; II – suspensão; III – demissão; IV – cassação de apo-
[100] O código civil de 1916 no artigo XV, foi o primeiro diploma legal a sentadoria ou disponibilidade; V – destituição de cargo em comissão; VI –
tratar da responsabilidade do Estado, estabelecendo que : As pessoas destituição de função comissionada
jurídicas de direito público são civilmente responsáveis por atos de seus
representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros, procedendo [109] lei 8112/90. Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplica-
de modo contrário ao Direito ou faltando a dever prescrito por Lei, salvo o das:
direito regressivo contra os causadores do dano.
I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Po-
[101] Montenegro, Thalita Macedo – texto do boletim jurídico edição der Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da Repú-
103. 2006 retirado do site: blica, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou dis-
ponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp no dia 02/11/2010.
[110] O prazo do procedimento de sindicância é de 30 dias prorrogá-
[102] Esse princípio pode ser interpretado: Todos se beneficiam das a- veis por autoridade superior por igual período
tividades da administração os representantes do estado devem suportar o
ressarcimento dos danos causados a alguns. [111] Lei 8112/90 artigo 149.
[103] As causas excludentes ou atenuantes de responsabilidade do Es- [112] Lei 8112/90 artigo 151
tado por culpa total ou parcial do particular, e as hipóteses de caso fortuito
(evento da natureza) ou força maior (evento humano, como por exemplo [113] Bandeira, Celso Antonio
uma guerra). [114] O prazo será prorrogáveis pelo dobro se a diligência por ela re-
Existe uma divergência doutrinária no que se refere à exclusão da res- querida forem reconhecidas como indispensáveis- artigo 161 parágrafo 3
ponsabilidade do Estado nos casos de caso fortuito. A corrente majoritária da lei 8112/90.
entende que como não existe o nexo causal, e sim um caráter imprevisível Quando a citação for realizada por edital no caso do indiciado encon-
e independente da administração, não há responsabilidade objetiva do trar-se em local incerto, será oferecido o prazo de 15 dias para a defesa,
Estado. Mas há autores renomados como Diogenes Gasparini e Maria sendo contado a partir da última públicação ( artigo 163 parágrafo único)
Sylvia Zanella Di Pietro que divergem de opinião. (No livro Direito adminis-
trativo da referida autora na página 652,ela fala da existência das contro- [115] Lei 8112/90 artigo 164
vérsias da diferenças entre os conceitos definidos no artigo 393 parágrafo [116] Lei 8112/90 artigo 165
único do Código Civil. Entendendo que força maior se refere a aconteci-
mento imprevisível, inevitável e estranho a vontade das partes. Já o caso [117] Artigo 168 da Lei 8112/90.
fortuito, não pode ser considerado como causa excludente, por ser decor-
[118] Artigo 170 da Lei 8112/90
rente de ato humano ou falha da administração. Ainda ressaltando que
mesmo que ocorra um caso que se intitule como força maior, mas se por [119] Artigo 171 da Lei 8112/90
uma ação tal evento não gerasse tal problema, ou seja, pela omissão do
Estado na realização de um serviço ocorreu um dano, sendo assim o [120] Artigo 174 da Lei 8112/90
Estado deve responder. A autora entende que neste caso, a responsabili- [121] Lei 8112/90 artigo123
dade não é objetiva e sim responsabilidade subjetiva, aplicando-se a teoria
da culpa do serviço público. Tendo o Estado à obrigação de responder pois [122] Como exemplo, pode ser citado a lei de crimes contra a Ordem
o mesmo deve responder nos casos do serviço público não funcionar, tributária- Lei 8137/90. Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem
quando deveria funcionar; funcione mal ou funcione atrasado. Mas, há tributária, além dos previstos no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
quem afirme que nos casos de omissão a responsabilidade é objetiva. 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I)

Quando se trata de atos de terceiros, temos duas hipóteses: uma a I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que
culpa sendo exclusiva do particular neste caso não há de se questionar a tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou
participação do Estado e pode ocorrer do particular e o Estado terem culpa parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou
neste caso a responsabilidade do Estado será dividido com as duas partes, contribuição social;
ou seja, o Estado à vítima, como verificamos no artigo 945 do código civil. II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indire-
A questão da participação de terceiros, na prática, acaba sendo muito tamente, ainda que fora da função, ou antes, de iniciar seu exercício, mas
complexa pela dificuldade de identificar a porcentagem de participação da em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem,
culpa do Estado e do terceiro. O que tem sido verificado nos tribunais é para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los
atribuir à responsabilidade exclusiva do Estado.Só nos casos de responsa- parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
bilidade completa do terceiro que tem sido entendido como excludente. III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a ad-
[104] Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p. 648. ministração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa
[105] Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p.648

Ética do Servidor Público 23


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[123] Artigo 32 Código Penal da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
[124]Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. cit. p.389.
[125] Artigo 229 da lei 8.112/90 Causa de aumento de pena ou majorante:
a) Cargo em comissão .
[126] Meirelles, Hely Lopes, op. cit. p 422. b) Função de direção .
[127] Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. cit. p.612. c) Função de assessoramento
em órgão da Administração Direta, S.E.M., E.P., Fund. instituída pelo Poder
[128] Meirelles, Hely Lopes, op. cit. p 423. Público
Para instituir o aumento tem que ser:
[129] Mello, Celso Antônio Bandeira de, op. cit. p.324.
u órgão da administração direta,
[130] Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p.615. u sociedade de economia mista,
u empresa pública
[131] Di Pietro, Maria Sylvia Zanela, op. Cit. p.616. u fundação instituída pelo poder público
[132] Súmula número 18 STF- Pela falta residual, não compreendida
na absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria, verifi- J E a autarquia?
camos que não afasta os demais casos. Não está prevista e não pode ser acrescentada para não configurar analo-
gia in malam partem. Autarquia no sentido amplo foi esquecida pelo legis-
lador.
J O chefe do Poder Executivo municipal - Prefeito, estadual,- Governador,
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA federal – Presidente da República, tem como escapar dessa causa de
Thiene Tenório aumento?
STF – o chefe do Executivo exerce função de direção do órgão da Adminis-
tração Direta, por isso não há como escapar da majorante.
Em regra, o SUJEITO ATIVO constante é o funcionário público.
O SUJEITO PASSIVO primário é a Administração em geral. ?OBSERVAÇÃO: esse aumento pode definir se o crime é de médio poten-
?OBSERVAÇÃO: apesar de serem crimes gravíssimos, foram colocados no cial ofensivo ou infração de menor potencial ofensivo.
último título do Código Penal. Contudo, não se pode dizer que o Código
Penal foi feito de acordo com a ordem de importância dos temas. ESPÉCIES DE CRIMES FUNCIONAIS
Art. 7º, I, c, CÓDIGO PENAL – estão norteados pelo princípio da extraterri-
torialidade incondicionada. Esse tema caiu na prova do MP-SP – 1ª fase
Art. 33, § 4º, CÓDIGO PENAL – nova condição para progressão de regime. 1. CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS OU PUROS – propriamente dito
Art. 327, CÓDIGO PENAL – conceito de funcionário público [típi- Faltando a qualidade de servidor do agente, o fato passa a ser tratado
co/propriamente dito] para fins penais. como um indiferente penal, não se ajustando a outro tipo incriminador
[atipicidade absoluta].
Considera-se Funcionário Público para fins penais – art. 327, caput, CP: Ex: Art. 319, CÓDIGO PENAL.
a) Cargo público – ex: estatutário.
b) Emprego público – ex: celetista. 2. CRIMES FUNCIONAIS IMPRÓPRIOS OU IMPUROS – impropriamente
c) Função pública – cumpre um dever para com a Administração. dito
?OBSERVAÇÃO: embora transitoriamente e sem remuneração. Faltando a qualidade de servidor do agente, o fato deixa de configurar
Ex: jurado, mesário. crime funcional, desclassificando-se, passando para o rol dos delitos co-
?OBSERVAÇÃO: estagiário é funcionário público para fins penais. muns [atipicidade relativa].
Ex: Art. 312, CÓDIGO PENAL – peculato – apropriação indébita.
J O Administrador Judicial [síndico da falência] é funcionário público para
fins penais? PECULATO – Art. 312, CÓDIGO PENAL.
Não exerce função pública, mas encargo público [múnus público]. Outros O delito de peculato apresenta 6 espécies:
exemplos: inventariante dativo, tutor dativo, curador dativo. Peculato-apropriação – Art. 312, caput, 1ª parte, CÓDIGO PENAL.
JE o advogado dativo? Peculato-desvio – Art. 312, caput, 2ª parte, CÓDIGO PENAL.
Questão divergente, mas para o STJ é tranquilo o entendimento de que ele Peculato-furto – Art. 312, § 1º, CÓDIGO PENAL = peculato impróprio.
exerce função pública, pois remunerado pelo Estado, fazendo tarefa própria Peculato-culposo – Art. 312, § 2º, CÓDIGO PENAL – é o único crime
da Defensoria Pública, ente estatal. culposo funcional.
Peculato-estelionato – Art. 313, CÓDIGO PENAL.
FUNCIONÁRIO PÚBLICO EQUIPARADO OU ATÍPICO Peculato-eletrônico – Art. 313-A e 313-B, CÓDIGO PENAL.

Art. 327, § 1º, CÓDIGO PENAL. Equipara-se a funcionário público quem Peculato próprio: apropriação e desvio.
exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha Peculato impróprio - §1º - furto.
para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº A. PECULATO PRÓPRIO
9.983, de 2000)
Art. 312, CÓDIGO PENAL. Apropriar-se (inverter a posse, agindo arbitrari-
Equiparam-se a funcionário público quem: amente como se fosse dono) o funcionário público (art. 327, CP) de dinhei-
a) Exerce cargo, emprego, função em entidade paraestatal. Ex: empresa ro, valor ou qualquer outro bem móvel (diferente do conceito de direito civil),
pública. público ou particular (o proprietário figura como vítima secundária), de que
b) Trabalha para empresa prestadora de serviço contratada. tem a posse (abrange a mera detenção? ver as anotações sobre as corren-
c) Empresa conveniada. tes doutrinárias) em razão do cargo (é imprescindível o nexo funcional,
“b” e “c” – para execução de atividade típica da Administração Pública, deve estar entre as atribuições do agente a posse da coisa. Não basta a
atividade que busca o fim/bem comum. posse por ocasião do cargo, tem que ser em razão do cargo), ou desviá-lo
MAJORANTES DE PENA (dar destino diverso daquele previsto em lei), em proveito próprio ou alheio:
Art. 327, § 2º, CÓDIGO PENAL. A pena será aumentada da terça parte Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de
cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão 1ª corrente: A expressão “posse” não abrange a mera detenção. Se a
intenção fosse abranger a posse precária, o legislador mencionaria expres-

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samente, como o fez no art. 168, CP. Conclusão: inverter mera detenção, 2ª corrente: a expressão “posse” não foi utilizada no seu sentido técnico,
agindo como se dono fosse, configura peculato furto. abrangendo a mera detenção. Conclusão: inverter mera detenção, agindo
2ª corrente: a expressão “posse” não foi utilizada no seu sentido técnico, como se dono fosse, configura peculato próprio.
abrangendo a mera detenção. Conclusão: inverter mera detenção, agindo A prova do TRF 5ª Região adotou a da 1ª corrente até 2008.
como se dono fosse, configura peculato próprio. Hoje o STJ já entende pela 2ª corrente, mas essa questão não está pacifi-
A prova do TRF 5ª Região adotou a da 1ª corrente até 2008. cada.
Hoje o STJ já entende pela 2ª corrente, mas essa questão não está pacifi- B. PECULATO-APROPRIAÇÃO
cada.
Art. 312, caput, 1ª parte, CÓDIGO PENAL. Apropriar-se o funcionário
É crime de grande potencial ofensivo: não admite transação penal nem público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particu-
suspensão condicional do processo. lar, de que tem a posse em razão do cargo,

SUJEITO ATIVO – funcionário público no sentido amplo do Art. 327, CÓ- 1) Apropriar-se o funcionário público à inverter a posse, agindo arbitraria-
DIGO PENAL. É crime próprio. Admite concurso de pessoas estranhas ao mente como se dono fosse.
quadro da Administração. 2) De dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel [≠ CC].
3) Público ou particular [o proprietário figura como vítima secundária].
J O peculato próprio admite coautoria? 4) De que tem a posse:
Apesar de próprio, admite concurso de agentes. 1ª corrente – a expressão “posse” contida no Art. 312, caput, CÓDIGO
J A [funcionário público], B [particular] – A induzido por B, apropria-se de PENAL, abrange mera detenção, merecendo interpretação ampla.
bem móvel em poder da Administração. Quais os crimes de A e B? 2ª corrente – STJ – a expressão “posse” contida no Art. 312, caput, CÓDI-
A – peculato-apropriação – Art. 312, CÓDIGO PENAL. GO PENAL não abrange a mera detenção. Quando o legislador quer a-
B – depende. Deve-se distinguir se ele tem ciência da qualidade funcional branger a mera detenção o faz expressamente, como por exemplo, no Art.
de A. B também praticou peculato-apropriação. Mas, se ele não tem ciência 168, CÓDIGO PENAL.
dessa qualidade funcional de A, B praticou apropriação indébita. Art. 168, Recentemente, tiveram julgados no STJ, conforme a 1ª corrente. A
CÓDIGO PENAL. mera detenção configura peculato-furto.
5) Em razão do cargo.
Ex: Mévio – funcionário público e se apropriou de coisa pública. Deve haver nexo funcional posse x cargo[3]. Não basta nexo temporal.
Tício – particular que instigou Mévio. Deve estar nas atribuições do funcionário público a posse da coisa.
Mévio praticou peculato. E Tício? Se Tício conhecia a qualidade funcional
de Mévio, também responderá por peculato(312). Mas se Tício não conhe- C. PECULATO-DESVIO
cia a qualidade funcional de Mévio, responderá por apropriação indébita
(168). Art. 312, caput, 2ª parte, CÓDIGO PENAL. [...]ou desviá-lo, em proveito
***Diretor de sindicato – Art. 552, CLT. Os atos ficam equiparados. A CLT próprio ou alheio:
sem equiparar a pessoa, equiparou o fato. Equiparação objetiva(do fato).
Assim, diretor de sindicato não é funcionário público típico ou atípico para 1) Desviar o funcionário público – o agente dá destinação diversa para a
fins penais, mas o fato que ele pratica é equiparado ao peculato. coisa.
2) De dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel [≠ CC].
J O Art. 552, da CLT foi recepcionado pela CF/88? 3) Público ou particular [o proprietário figura como vítima secundária].
1ª corrente – o Art. 552, CLT não foi recepcionado pela CF/88 – Sergio 4) De que tem a posse:
Pinto Martins – TRF 4ª Região. 1ª corrente – a expressão “posse” contida no Art. 312, caput, CÓDIGO
2ª corrente – PREVALECE NO STJ – o artigo foi recepcionado pela CF/88. PENAL, abrange mera detenção, merecendo interpretação ampla.
2ª corrente – STJ – a expressão “posse” contida no Art. 312, caput, CÓDI-
@OBSERVAÇÃO: Se o SUJEITO ATIVO for Prefeito municipal, o Código GO PENAL não abrange a mera detenção. Quando o legislador quer a-
Penal para ele é uma norma geral e o DL 201/67 é norma especial e em branger a mera detenção o faz expressamente, como por exemplo, no Art.
caso de conflito, a norma especial derroga a geral – Princípio da Especiali- 168, CÓDIGO PENAL.
dade. Recentemente, tiveram julgados no STJ, conforme a 1ª corrente. A
mera detenção configura peculato-furto.
SUJEITO PASSIVO 5) Em razão do cargo.
– Primário – Administração em geral [Estado]. Deve haver nexo funcional posse x cargo[4]. Não basta nexo temporal.
- Secundário – eventual particular lesado pela conduta do agente. Deve estar nas atribuições do funcionário público a posse da coisa.

CONDUTAS PUNÍVEIS TIPO SUBJETIVO – dolo de se apropriar ou de desviar.


1ª parte – peculato-apropriação. APROPRIAÇÃO COM ANIMUS DE USO: é imprescindível a intenção de
2ª parte – peculato-desvio. não mais devolver a coisa à Administração;
BEM CONSUMÍVEL
Art. 312, CÓDIGO PENAL. Apropriar-se (inverter a posse, agindo arbitrari- BEM NÃO CONSUMÍVEL
amente como se fosse dono) o funcionário público (art. 327, CP) de dinhei- Há crime + Improbidade Administrativa
ro, valor ou qualquer outro bem móvel (diferente do conceito de direito civil), Fato atípico + Improbidade Administrativa.
público ou particular (o proprietário figura como vítima secundária), de que Ex: viaturas, maquinários em geral.
tem a posse (abrange a mera detenção? ver as anotações sobre as corren- ?OBSERVAÇÃO: Todo crime corresponde a um ato de improbidade admi-
tesdoutrinárias) em razão do cargo (é imprescindível o nexo funcional, deve nistrativa, mas nem todo ato de improbidade corresponde a crime.
estar entre as atribuições do agente a posse da coisa. Não basta a posse Mão-de-obra não é coisa, é serviço, não há peculato.
por ocasião do cargo, tem que ser em razão do cargo), ou desviá-lo (dar ?OBSERVAÇÃO: Se o agente é prefeito municipal, o peculato-uso é crime,
destino diverso daquele previsto em lei), em proveito próprio ou alheio: não importando se a coisa é consumível ou não, ou serviços. Sempre será
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. crime. Art. 1º, II, DL 201/67. Caiu na prova do TRF 5ª Região.

1ª corrente: A expressão “posse” não abrange a mera detenção. Se a CONSUMAÇÃO


intenção fosse abranger a posse precária, o legislador mencionaria expres-
samente, como o fez no art. 168, CP. Conclusão: inverter mera detenção, PECULATO-APROPRIAÇÃO
agindo como se dono fosse, configura peculato furto. PECULATO-DESVIO

Ética do Servidor Público 25


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Consuma-se no momento em que o funcionário se apropria da coi-


sa(dinheiro, valor ou bem móvel), agindo como se dono fosse [exteriorizan- J O que se entende por crime de outrem?
do poderes de proprietário]. 1ª corrente – PREVALECE: a posição topográfica do Art. 312, § 2º, CÓDI-
Consuma-se no momento em que o funcionário altera o destino normal da GO PENAL permite concluir que esse “crime de outrem” só pode ser o do §
coisa, empregando-a em fim outro. 1º [peculato doloso] ou caput do Art. 312, CÓDIGO PENAL.
2ª corrente: a lei não restringiu o tipo de crime praticado por outrem. Logo,
Nas duas modalidades é possível a tentativa. existe peculato culposo ainda que seja crime de furto.
?OBSERVAÇÃO: O STF(questão consolidade) admite o princípio da insig-
nificância ou bagatela nos crimes funcionais, já o STJ(questão não consoli- ?OBSERVAÇÃO: o funcionário negligente jamais é partícipe do crime ao
dada – julgados diversos) não tem admitido. qual culposamente participou.
PECULATO IMPRÓPRIO
PECULATO FURTO CONSUMAÇÃO
Art. 312, CÓDIGO PENAL. No momento em que se aperfeiçoa a conduta dolosa do terceiro. É
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo imprescindível o nexo, que o peculato culposo se deu em face da negligên-
a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja cia do funcionário público.
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário. TENTATIVA
Não admite tentativa já que é peculato culposo.
SUJEITO ATIVO – funcionário público no sentido amplo do Art. 327, CÓ-
DIGO PENAL [típico ou atípico – ou por equiparação]. Art. 312, § 3º, CÓDIGO PENAL. No caso do parágrafo anterior [PECULATO
SUJEITO PASSIVO CULPOSO], a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,
– primário: Administração. extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena impos-
Secundário: Particular lesado pelo comportamento do agente. ta.

TIPO OBJETIVO É benefício exclusivo do peculato culposo.

PECULATO PRÓPRIO 1ª SITUAÇÃO: Reparação do dano antes da sentença irrecorrível.


PECULATO IMPRÓPRIO Extingue a punibilidade.
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do 2ª SITUAÇÃO: Reparação do dano após a sentença irrecorrível.
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Reduz a pena pela ½.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo É caso de imposição pelo juiz da execução penal.
a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM – PECULATO ESTELIONA-
proporciona a qualidade de funcionário [PECULATO-FURTO]. TO
O agente tem posse da coisa; Posse legítima em razão do cargo; Art. 313, CÓDIGO PENAL - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade
O agente não tem posse da coisa; que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Núcleo: apropria-se. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Núcleo: subtrai ou concorre para que seja subtraído
É peculato de médio potencial ofensivo.
?OBSERVAÇÃO: para ser peculato-furto é imprescindível valer-se de É o peculato-estelionato.
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
SUJEITO ATIVO: funcionário público no sentido amplo do Art. 327, CÓDI-
Facilitada pelo cargo – Art. 312, § 1º, CÓDIGO PENAL. Pena mínima: 2 GO PENAL.
anos. Não cabe suspensão do processo.
Subtração SUJEITO PASSIVO
Não facilitada pelo cargo – Art. 155, CÓDIGO PENAL. Pena mínima: 1 ano. Primário: Administração.
Cabe suspensão do processo. Secundário: Particular lesado pelo comportamento do agente.

?OBSERVAÇÃO: no mais, aplicam-se as disposições sobre furto já estuda- TIPO OBJETIVO


das anteriormente. O agente tem posse, porém é ILEGÍTIMA, produto de erro de outrem.

PECULATO CULPOSO ?OBSERVAÇÃO: o erro do ofendido deve ser espontâneo, pois, se provo-
Art. 312, § 2º, CÓDIGO PENAL. Se o funcionário concorre culposamente cado pelo funcionário, poderá configurar o crime de estelionato. O particular
para o crime de outrem: já tem que estar errado.
Pena - detenção, de três meses a um ano.
MNão confundir as modalidades:
É Infração de menor potencial ofensivo e a única modalidade culposa de
crime funcional. PECULATO PRÓPRIO
PECULATO IMPRÓPRIO
SUJEITO ATIVO: funcionário público no sentido amplo do Art. 327, CÓDI- PECULATO ESTELIONATO
GO PENAL. Art. 312, “caput”
SUJEITO PASSIVO – primário: Administração. Art. 312,§1º
secundário: Particular lesado pelo comportamento do Art. 313
agente. O agente tem posse legítima em razão do cargo.
TIPO OBJETIVO O agente NÃO tem posse, por isso chamado peculato impróprio.
Pune “concorrer culposamente para o crime de outrem”. O agente tem posse, porém é ILEGÍTIMA, produto de erro de outrem.
Concorrer com manifesta negligência para o crime de outrem. Núcleo: apropria-se.
Ex: funcionário público responsável pelo almoxarifado deixa a porta aberta Núcleo: subtrai.
negligentemente, permitindo alguém entrar e subtrair coisas da Administra- Núcleo: apropria-se.
ção. Esse funcionário é o SUJEITO ATIVO do Art. 312, § 2º, CÓDIGO
PENAL. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Ética do Servidor Público 26


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Consuma-se o crime de peculato estelionato não no momento do recebi- Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
mento, mas quando o agente, percebendo o erro de terceiro, não o desfaz,
apropriando-se da coisa como se dono fosse. É infração de grande potencial ofensivo.
A doutrina admite a tentativa.
SUJEITO ATIVO: funcionário público – Art. 327, CÓDIGO PENAL.
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES - funcionário público no exercício da função.
(Incluído pela Lei nº 9.983/00) - funcionário público fora da função, mas em razão dela. Ex: em férias.
Art. 313-A, CÓDIGO PENAL. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a - particular na iminência de assumir função pública [faltam apenas etapas
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos burocráticas. Ex: definir a data da posse, diplomação, exame médico, etc].
nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública “Carteirada com Diário Oficial”. Esse caso é um caso excepcional, em eu o
com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para particular pode funcionar como sujeito ativo
causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
NPena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei ?OBSERVAÇÃO: Se o delito é praticado por fiscal de rendas, o crime será
nº 9.983, de 2000) o do Art. 3º, II, Lei 8.137/90 – princípio da especialidade. É CRIME FUN-
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE CIONAL CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, não contra a Administração.
INFORMAÇÕES (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) NPegadinha de concurso, fique de olho!!
Art. 313-B, CÓDIGO PENAL. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de ?OBSERVAÇÃO: Se o delito for praticado por militar, o crime será o do Art.
informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de 305, CÓDIGO PENAL MILITAR [Concussão] – a competência será da
autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Justiça Militar(Castrense).
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000) SUJEITO PASSIVO:
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se Primário: Administração.
da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou Secundário: Particular constrangido pelo comportamento do agente.
para o administrado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
CONDUTA PUNIDA:
Art. 313-A, CÓDIGO PENAL A primeira conduta é exigir, é intimidação, coerção.
Art. 313-B, CÓDIGO PENAL **Exigir - pressupõe intimidação. É ≠ de solicitar - pedido – configura cor-
Ex: “A” foi multado, mas a multa estourou a pontuação da CNH. “A” conhe- rupção passiva.
ce um funcionário que trabalha no Detran e o funcionário entra no sistema, @Observações da doutrina:
excluindo essa pontuação. CAPEZ: a concussão não pode ser praticada com violência ou grave ame-
aça, caso contrário haverá extorsão art. 158, CP.
SUJEITO ATIVO: somente o funcionário autorizado a manejar o sistema de ROGÉRIO SANCHES: entende que não pode haver violência física [confi-
banco de dados da Administração. Admite concurso de pessoas. gura extorsão], mas é claro que está implícita a grave ameaça, de modo
SUJEITO ATIVO: basta ser funcionário público, não necessariamente, que não haveria como exigir a vantagem sem ela. Não tem como desvincu-
autorizado. Sentido amplo do Art. 327, CÓDIGO PENAL. lar a concussão da ameaça. Ex: ou você me dá tanto $ ou eu autuarei o
SUJEITO PASSIVO: seu estabelecimento em $$ milhões.
Primário: Administração.
Secundário: Particular eventualmente lesado pelo comportamento do J “Para si ou para outrem” – o outrem pode ser a própria Administração
agente. [ex: funcionário entra no sistema para colocar pontuação ao inimi- Pública?
go] O ”outrem” abrange a própria Administração Pública – é a posição que
SUJEITO PASSIVO: prevalece na Doutrina. Ex: O delegado exigiu que reformem a delegacia, o
Primário: Administração. juiz exigiu que reformassem o Fórum.
Secundário: Particular eventualmente lesado pelo comportamento do Posição Minoritária: o Professor Paulo José da Costa Júnior não concorda.
agente. Para ele, esse outrem tem que ser pessoa alheia a Administração.
CONDUTA PUNIDA:
4 núcleos. ** Direta ou indiretamente: direta é a exigência pessoal e a indireta é por
- inserir; interposta pessoal.
- facilitar a inserção de dados falsos; ** Explícita ou implicitamente: Explícita – exigência clara. Implícita – exi-
- alterar dados verdadeiros; gência velada, disfarçada.
- excluir dados verdadeiros. ** Vantagem indevida: prevalece que a vantagem pode ser de qualquer
CONDUTA PUNIDA: natureza, desde que indevida.
2 núcleos.
- modificar; sistema ou programa de EXCESSO DE EXAÇÃO
- alterar. Informática.
OBJETO MATERIAL: os dados do sistema. Ele não atinge o sistema ou Art. 316, § 1º, CÓDIGO PENAL - Se o funcionário exige tributo ou contribui-
programa, atinge somente os dados do sistema ou programa. ção social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, empre-
OBJETO MATERIAL: sistema ou programa de informática.[5] ga na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Reda-
Punido a título de dolo + finalidade específica [“com o fim de obter vanta- ção dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
gem indevida para si ou para outrem ou para causar dano”]. Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
Punido a título de dolo sem finalidade específica. 8.137, de 27.12.1990)
CONSUMAÇÃO: prática de qualquer um dos núcleos, dispensando a
obtenção da vantagem ou do dano. É delito formal. Vantagem indevida:
CONSUMAÇÃO: prática de qualquer um dos núcleos, dispensando o Se a vantagem indevida for constituir em tributo ou contribuição social o
resultado naturalístico e se ocorrer [dano para a Administração Público ou delito será o do Art. 316, § 1º, CÓDIGO PENAL – excesso de exação, é
Administrado] é causa de aumento de pena do § único. É delito formal. crime inafiançável.
TENTATIVA: admitida. Se a vantagem indevida não for tributo ou contribuição social teremos o
abuso de autoridade.
CONCUSSÃO Outra elementar trazida pela Doutrina – metus publicae potestatis – o
agente se vale do temor que o cargo exerce sob outrem, que nasce do
Art. 316, CÓDIGO PENAL - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indire- cargo que ocupa, configura abuso da autoridade pública como meio de
tamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão coação.
dela, vantagem indevida [FINALIDADE ESPECÍFICA]:

Ética do Servidor Público 27


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Alerta a Doutrina que deve o agente dever atribuição ou competência para Art. 308, CÓDIGO PENALM - Receber, para si ou para outrem, direta ou
a prática do mal prometido em caso de não atendimento da exigência. indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em
Caso contrário haverá crime de extorsão. razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
J O médico do SUS que cobra pagamento adicional do paciente pratica que § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem
crime? ou promessa, o agente retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício
- Esse médico é funcionário público para fins penais. Deve-se distinguir 3 ou o pratica infringindo dever funcional.
situações: § 2º - Se o agente pratica, deixa de praticar ou retarda o ato de ofício com
1ª – o médico exige do paciente o pagamento adicional para realizar opera- infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem.
ção cirúrgica à concussão – Art. 316, CÓDIGO PENAL. Pena - detenção, de três meses a um ano.
2ª – o médico solicita do paciente a verba adicional à corrupção passiva –
Art. 317, CÓDIGO PENAL. Art. 317, CÓDIGO PENAL
3ª – o médico engana o paciente simulando ser devido o pagamento à Art. 308, CÓDIGO PENAL MILITAR
estelionato – Art. 171, CÓDIGO PENAL. Solicitar;
Receber;
TIPO SUBJETIVO Aceitar promessa.
Dolo + finalidade especial [vantagem indevida – locupletamento]. Receber;
Aceitar promessa.
CONSUMAÇÃO **Não pune a figura “solicitar”. Nesse caso, o militar responderá pelo Art.
É crime formal, consuma-se com a exigência, dispensando-se o efeti- 317, CÓDIGO PENAL, julgado na Justiça Comum [estadual ou federal].
vo enriquecimento ilícito (dispensa a vantagem indevida). Se conseguir a
vantagem indevida, trata-se de mero exaurimento. SUJEITO PASSIVO:
Vítima primária: - Estado-Administração.
TENTATIVA Vítima secundária: - Particular constrangido,desde que não serja o corrup-
É admitida, na hipótese de exigência por escrito. Ex: carta concussio- tor, o autor da corrupção ativa
nária interceptada. ?OBSERVAÇÃO: a corrupção passiva nem sempre pressupõe a ativa e
vice-versa. Pode-se ter corrupto ou corruptor ou os dois juntos.
O Ver vídeo no injur de DELITO DE TENDÊNCIA INTERNA TRANSCE-
DENTE: o que você quer transcende o que o legislador diz CONDUTA PUNIDA: 3 núcleos.
(www.injur.com.br). Nomenclatura nova – tá caindo em concurso.
CORRUPÇÃO PASSIVA Art. 317, CÓDIGO PENAL – corrupto.
Art. 333, CÓDIGO PENAL – corruptor.
Art. 317, CÓDIGO PENAL – corrupção passiva – pune o corrupto. Pune 3 núcleos: solicitar, receber ou aceitar promessa.
Art. 333, CÓDIGO PENAL – corrupção ativa – pune o corruptor. Solicitar;
É EXCEÇÃO pluralista à Teoria Monista – duas pessoas concorrendo Pune o prometer e o oferecer.
para o mesmo evento, mas sofrendo tipos diversos. O particular – dar [após a conduta solicitar]. Nessa conduta, o particular é
vítima.
Receber;
CORRUPÇÃO PASSIVA Ofereceu antes [da conduta receber].
Art. 317, CÓDIGO PENAL - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, Aceitar promessa.
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, Prometeu antes [da conduta aceitar promessa].
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vanta-
gem: Art. 317
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Art. 333 o particular é vítima.
Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Solicitar – a corrupção parte do corrupto
CORRUPÇÃO ATIVA Não tem o dar.
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, Receber
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Oferecer
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Aceitar promessa
Lei nº 10.763, de 12.11.2003) Prometer – ele prometeu – a corrupção partiu dele.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da van-
tagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o ?OBSERVAÇÃO: o Art. 333, CÓDIGO PENAL só se preocupa quando a
pratica infringindo dever funcional. conduta parte do particular. Se a corrupção partiu do funcionário público, o
particular é vítima como no caso de dar.
Apesar da conduta “solicitar” ser menos grave que “exigir’ [concussão],
a pena máxima na corrupção é maior que a da concussão. A doutrina CORRUPÇÃO ATIVA
questiona a constitucionalidade da pena máxima da corrupção passiva.
Art. 333, CÓDIGO PENAL
SUJEITO ATIVO: Art. 337-B, CÓDIGO PENAL – funcionário público estrangeiro.
- Funcionário público no exercício da função; Art. 343, CÓDIGO PENAL – suborno de testemunha
- Funcionário público fora da função, mas em razão dela. Ex: em férias. Código eleitoral
- Particular na iminência de assumir função pública – faltam atos burocráti- Estatuto do Torcedor
cos para ele assumir a função pública. Só pune[6]:
- oferecer;
?OBSERVAÇÃO: praticado por fiscal de rendas à crime do Art. 3º, II, Lei - prometer.
8.137/90 – princípio da especialidade. É crime funcional contra a ordem Pune:
tributária, não contra a Administração. - dar;
?OBSERVAÇÃO: militar à Art. 308, CÓDIGO PENALM [Corrupção] – - oferecer;
julgado pela Justiça Militar. - prometer.
Pune:
CORRUPÇÃO - dar;
- oferecer;

Ética do Servidor Público 28


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- prometer. Ex: funcionário da Ciretran solicita R$ 1.000,00 para excluir multa do siste-
Pune: ma – consumou o Art. 317, CÓDIGO PENAL. Se ele efetivamente exclui –
- dar; configura o Art. 313-A, CÓDIGO PENAL, não incide a majorante, e sim o
- oferecer; concurso material de delitos: Art. 317, CÓDIGO PENAL + Art. 313-A, CÓ-
- prometer. DIGO PENAL.
Pune:
- dar; CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA
- oferecer;
- prometer. Art. 317, § 2º, CÓDIGO PENAL - Se o funcionário pratica, deixa de praticar
ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido
Existe projeto de lei querendo acrescentar o “dar” ao art. 333, CP, se apro- ou influência de outrem:
vado será norma irretroativa. Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

?OBSERVAÇÃO: Para a existência do crime de corrupção passiva deve São punidos os famigerados favores administrativos, “quebra um galho
haver um nexo entre a vantagem solicitada, recebida ou aceita e a ativida- aqui”.
de exercida pelo corrupto.
SUJEITO ATIVO: qualquer funcionário.
CORRUPÇÃO PASSIVA PRÓPRIA: O agente tem como finalidade a reali-
zação de um ato injusto. Art. 317, § 2º, CÓDIGO PENAL
Ex: solicitar vantagem para facilitar a fuga de alguém. Art. 319, CÓDIGO PENAL
O agente cede diante de pedido ou influência de outrem. [Interferência
CORRUPÇÃO PASSIVA IMPRÓPRIA: o agente visa a prática de um ato externa].
legítimo. Não existe pedido ou influência de outrem [auto corrupção].
Ex: solicita vantagem para arquivar inquérito que deveria ser mesmo arqui- Não busca satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
vado. Busca satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Crime material.
Art. 317, CÓDIGO PENAL
Art. 333, CÓDIGO PENAL [1] Pouco exigido em concursos.
CORRUPÇÃO PASSIVA ANTECEDENTE. [2] Mais exigido para concurso de Tribunais de Contas.
O agente primeiro solicita, recebe ou aceita promessa comercializando ato [3] Deve ser em razão de cargo e não por ocasião do cargo.
futuro. [4] Deve ser em razão de cargo e não por ocasião do cargo.
CORRUPÇÃO ATIVA ANTECEDENTE [5] RUI STOCCO faz uma analogia: Art. 313-A, CÓDIGO PENAL é igual à
– única modalidade punível. falsidade ideológica e o Art. 313-B, CÓDIGO PENAL é igual à falsidade
O particular oferece ou promete para ver praticada conduta [futura]. material. No 1º, age sobre a ideia do documento virtual. No 2º, altera-se o
CORRUPÇÃO PASSIVA SUBSEQUENTE. próprio documento virtual.
O agente primeiro realiza a conduta [pretérita] para depois solicitar, receber [6] Há projeto de lei no Congresso Nacional acrescentando o núcleo “dar”.
ou aceitar promessa. Quando ocorrer, será norma irretroativa, porque antes era fato atípico.
CORRUPÇÃO ATIVA SUBSEQUENTE [7] Nesta modalidade, a corrupção passiva pressupõe a ativa.
– não é crime – fato atípico.
Realização da conduta [pretérita] e oferecer e prometer com agradecimen- 3. Dos Crimes contra a Administração Pública.
to.
TÍTULO XI DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O crime é punido a título de dolo, com finalidade especial: enriqueci- CAPÍTULO I DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
mento ilícito. CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
CONSUMAÇÃO: Peculato
O crime é formal nas modalidades solicitar e aceitar promessa.
O crime é material na modalidade receber. Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em
- Solicitar e aceitar promessa à delito formal. razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
- Receber à crime material[7]. Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

TENTATIVA § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora


Admitida na carta que solicita e é interceptada. não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para
que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade
Cuidado!! Não são delitos bilaterais. que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
Art. 317, § 1º, CÓDIGO PENAL - A pena é aumentada de um terço, se, em
consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de ou-
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. trem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Somente a corrupção passiva própria pode sofrer a majorante do § 1º.
Se o funcionário público solicitar, receber ou aceitar promessa – o § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se pre-
crime está consumado – teremos o art. 317. cede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior,
Se ele concretiza a conduta ilegítima comercializada – incide o aumen- reduz de metade a pena imposta.
to de pena de 1/3 – teremos o §1º, do Art. 317.
Ex: policial solicita R$ 1.000,00 para não cumprir mandado de prisão. A Peculato mediante erro de outrem
partir do momento que ele solicita a vantagem, o Art. 317, CÓDIGO PENAL Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no e-
já está consumado. Mas se ele efetivamente não cumpre o mandado, xercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
nasce o aumento de 1/3 da pena.
?OBSERVAÇÃO: se a concretização do ato comercializado configurar Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
crime autônomo não incide a causa de aumento, para evitar o bis in idem.

Ética do Servidor Público 29


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Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
pela Lei nº 9.983, de 2000)
Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de contrabando ou descaminho (art. 334):
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar da-
no: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Lei nº 9.983, de 2000)
Prevaricação
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de infor-
mações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofí-
cio, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interes-
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informa- se ou sentimento pessoal:
ções ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autori-
dade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e mul- Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
ta. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a me- ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
tade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração
Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento Condescendência criminosa

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar
guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade compe-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime tente:
mais grave.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Advocacia administrativa
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da es-
tabelecida em lei: Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado pe-
rante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Concussão
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, a-
inda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta- Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
gem indevida: Violência arbitrária
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de
Excesso de exação exercê-la:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena corres-
pondente à violência.
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe
ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio Abandono de função
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em
8.137, de 27.12.1990) lei:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o
que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Corrupção passiva Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indi- Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
retamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da
Violação de sigilo funcional
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer
ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que
deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de o-
fício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não
outrem: constitui crime mais grave.

Ética do Servidor Público 30


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§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,
Lei nº 9.983, de 2000) vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado
por funcionário público no exercício da função:(Redação dada pela Lei nº
I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e emprésti- 9.127, de 1995)
mo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autoriza-
das a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Públi- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação da-
ca; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) da pela Lei nº 9.127, de 1995)
II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente ale-
9.983, de 2000) ga ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcioná-
rio. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública
ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Corrupção ativa
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário
Lei nº 9.983, de 2000) público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o
Funcionário público pratica infringindo dever funcional.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, Contrabando ou descaminho
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, em-
prego ou função pública. Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo
ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, empre- saída ou pelo consumo de mercadoria:
go ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de ativi- Pena - reclusão, de um a quatro anos.
dade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão § 1º - Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº
ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração 4.729, de 14.7.1965)
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituí- a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em
da pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980) lei; (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
CAPÍTULO II DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou desca-
A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL minho; (Redação dada pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
Usurpação de função pública c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer for-
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: ma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comerci-
al ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser
produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: fraudulenta por parte de outrem; (Incluído pela Lei nº 4.729, de 14.7.1965)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exer-
Resistência cício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência es-
trangeira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou documentos que sabe serem falsos. (Incluído pela Lei nº 4.729, de
ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja 14.7.1965)
prestando auxílio:
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei
nº 4.729, de 14.7.1965)
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corres- descaminho é praticado em transporte aéreo. (Incluído pela Lei nº 4.729, de
pondentes à violência. 14.7.1965)
Desobediência Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou ven-
da em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concor-
Desacato rente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofereci-
mento de vantagem:
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou
em razão dela: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pe-
na correspondente à violência.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de con-
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) correr ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
Inutilização de edital ou de sinal

Ética do Servidor Público 31


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Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edi- Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em ra-
tal afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal zão da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou
empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela
para identificar ou cerrar qualquer objeto: Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Tráfico de influência em transação comercial internacio-
nal(Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de
processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de
ofício, ou de particular em serviço público: suas funções, relacionado a transação comercial internacional: (Incluído
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
mais grave. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº Lei nº 10467, de 11.6.2002)
9.983, de 2000) Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e ou insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangei-
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº ro. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
9.983, de 2000) Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei nº 10467, de
I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de in- 11.6.2002)
formações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os e-
empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equipa- feitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
rado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) exerce cargo, emprego ou função pública em entidades estatais ou em
II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabili- representações diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº
dade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas 10467, de 11.6.2002)
pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem
de 2000) exerce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente
III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remu- ou indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organiza-
nerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições ções públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) CAPÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Reingresso de estrangeiro expulso
Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara foi expulso:
e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informa-
ções devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expul-
antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) são após o cumprimento da pena.
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente Denunciação caluniosa
a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde
que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de pro-
cesso judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de
que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamen- Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
te, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fis-
cais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de
anonimato ou de nome suposto.
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de paga-
mento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de
o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a contravenção.
de multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Comunicação falsa de crime ou de contravenção
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocor-
mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previ- rência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
dência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
CAPÍTULO II-A (Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)
Auto-acusação falsa
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINIS-
TRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou
praticado por outrem:
Corrupção ativa em transação comercial internacional
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, van-
tagem indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para Falso testemunho ou falsa perícia
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transa-
ção comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
nº 10467, de 11.6.2002) administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:(Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

Ética do Servidor Público 32


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Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de
receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é
praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a
destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar,
for parte entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação sem autorização legal, em estabelecimento prisional.(Incluído pela Lei nº
dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 12.012, de 2009).
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei
em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação nº 12.012, de 2009).
dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Exercício arbitrário ou abuso de poder
Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade indivi-
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra van- dual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder:
tagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer
afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, Pena - detenção, de um mês a um ano.
tradução ou interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que:
28.8.2001)
I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabeleci-
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela mento destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida
Lei nº 10.268, de 28.8.2001) de segurança;
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, dei-
o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em xando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a
processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da adminis- ordem de liberdade;
tração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001) III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame
ou a constrangimento não autorizado em lei;
Coação no curso do processo
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favore-
cer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa
ou administrativo, ou em juízo arbitral: ou submetida a medida de segurança detentiva:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena cor- Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
respondente à violência.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma
Exercício arbitrário das próprias razões pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 6
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer preten- (seis) anos.
são, embora legítima, salvo quando a lei o permite: § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena a pena correspondente à violência.
correspondente à violência. § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é pra-
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se pro- ticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
cede mediante queixa. § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se guarda, aplica-se a pena de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou
acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: multa.

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Evasão mediante violência contra a pessoa

Fraude processual Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo sub-
metido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou pessoa:
administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de
induzir a erro o juiz ou o perito: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspon-
dente à violência.
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Arrebatamento de preso
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em pro-
cesso penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o
tenha sob custódia ou guarda:
Favorecimento pessoal
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena corresponden-
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor te à violência.
de crime a que é cominada pena de reclusão:
Motim de presos
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: da prisão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena corres-
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge pondente à violência.
ou irmão do criminoso, fica isento de pena. Patrocínio infiel
Favorecimento real

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Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatu-
profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confia- ra (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
do:
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despe-
sa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parce-
Patrocínio simultâneo ou tergiversação la a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procu- de disponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
rador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamen- Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei nº
te, partes contrárias. 10.028, de 2000)
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei nº
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir au- 10.028, de 2000)
tos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela
advogado ou procurador: Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº
Exploração de prestígio 10.028, de 2000)
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº 10.028, de
pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário 2000)
de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da ga-
rantia prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente
alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei
das pessoas referidas neste artigo. nº 10.028, de 2000)
Violência ou fraude em arrematação judicial Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei nº 10.028,
de 2000)
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar
ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cance-
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: lamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permi-
tido em lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena
correspondente à violência. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela
Lei nº 10.028, de 2000)
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de
direito Aumento de despesa total com pessoal no último ano do man-
dato ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus,
de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento
de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. do mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))
CAPÍTULO IV DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLI- Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº
CAS (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) 10.028, de 2000)
Contratação de operação de crédito Oferta pública ou colocação de títulos no mercado (Incluído pela
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, inter- Lei nº 10.028, de 2000)
no ou externo, sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei nº Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a co-
10.028, de 2000) locação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham
Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centraliza-
10.028, de 2000) do de liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº
realiza operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, 10.028, de 2000)
de 2000)
4. Lei de Improbidade Administrativa.
I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido
em lei ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 10.028, de LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.
2000) Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
II - quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite má- enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
ximo autorizado por lei. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras provi-
dências.
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pa-
gar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de
despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite CAPÍTULO I
estabelecido em lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Das Disposições Gerais
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente públi-
Lei nº 10.028, de 2000) co, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou

Ética do Servidor Público 34


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de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concor- o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por
ra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, essas entidades;
serão punidos na forma desta lei.
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocí-
atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba nio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra ativida-
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem de ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida,
qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades menciona- emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja
das no artigo anterior. desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse
do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
indireta. das atribuições do agente público, durante a atividade;

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obri- IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou
gados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impes- aplicação de verba pública de qualquer natureza;
soalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
afetos. indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, esteja obrigado;
dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarci- XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas,
mento do dano. verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencio-
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou nadas no art. 1° desta lei;
terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores inte-
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio grantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta
público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa lei.
responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indis- Seção II
ponibilidade dos bens do indiciado. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão
artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao
do valor da herança. patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas
CAPÍTULO II ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas
Dos Atos de Improbidade Administrativa no art. 1º desta lei;

Seção I II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada


Dos Atos de Improbidade Administrativa que Impor- utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
tam Enriquecimento Ilícito das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enri-
quecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonali-
em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade zado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas
nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º
desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou aplicáveis à espécie;
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comis-
são, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem inte-
ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão grante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
decorrente das atribuições do agente público; lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de
mercado;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou
de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor serviço por preço superior ao de mercado;
de mercado; VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de servi- VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
ço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equi- VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevida-
pamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposi- mente;
ção de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como

Ética do Servidor Público 35


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IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver,
lei ou regulamento; perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco
anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
como no que diz respeito à conservação do patrimônio público; receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indireta-
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas perti- mente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
nentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; majoritário, pelo prazo de três anos.

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará
ilicitamente; em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial
obtido pelo agente.
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos,
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade CAPÍTULO IV
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta Da Declaração de Bens
lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à
contratados por essas entidades. apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patri-
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a mônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competen-
prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar te. (Regulamento) (Regulamento)
as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, di-
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e nheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimo-
prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na niais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os
lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de
outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante,
Seção III excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios
da Administração Pública § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em
que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra função.
os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às insti- § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público,
tuições, e notadamente: sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a pres-
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso tar falsa.
daquele previsto, na regra de competência;
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformida-
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das de da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natu-
atribuições e que deva permanecer em segredo; reza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no
caput e no § 2° deste artigo .
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
CAPÍTULO V
V - frustrar a licitude de concurso público; Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administra-
tiva competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro,
prática de ato de improbidade.
antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica
capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assina-
da, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e
CAPÍTULO III
sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
Das Penas
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despa-
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrati-
cho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no §
vas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de
1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Públi-
improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas
co, nos termos do art. 22 desta lei.
isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação
dada pela Lei nº 12.120, de 2009). § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determi-
nará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicita-
federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº
mente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda
8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de
da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimen-
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de to administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
dez anos;
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o
bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta procedimento administrativo.
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão
dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao
cinco anos; patrimônio público.

Ética do Servidor Público 36


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§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente
nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo,
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o fizer necessária à instrução processual.
bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo
indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
da efetivação da medida cautelar.
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
trata o caput.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante
necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio público. representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá
requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério
Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei CAPÍTULO VII
no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, de Da Prescrição
1996)
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, nesta lei podem ser propostas:
atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas em comissão ou de função de confiança;
as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir
ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001) II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que conte- de exercício de cargo efetivo ou emprego.
nham indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com
razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer CAPÍTULO VIII
dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições Das Disposições Finais
inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. (Incluído pela Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957,
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.
ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito,
que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da
de quinze dias. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) República.

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em 5. Decreto Municipal nº 13.319 de 20/10/1994.
decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do
ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR
eleita. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO MUNICIPAL
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar Capítulo I
contestação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
Seção I
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de
instrumento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) Das Regras Deontológicas

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princí-
ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do pios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público,
mérito. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001) seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercí-
cio da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos pro- atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos
cessos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código serviços públicos.
de Processo Penal.(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de sua conduta. Assim, não
dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o
pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
jurídica prejudicada pelo ilícito. conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principal-
mente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no
CAPÍTULO VI artigo 37, "caput" e parágrafo 4º, da Constituição Federal.
Das Disposições Penais
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção en-
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra tre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o
agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do
inocente. servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrati-
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. vo.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos
indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige,
houver provocado. como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito,
como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigin-
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos dose, como consequência, em fator de legalidade.
só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Ética do Servidor Público 37


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V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunida- f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que
de deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;
como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser
considerado como seu maior patrimônio. g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, por- público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo,
tanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, absten-
e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão do-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;
acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o
interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem preser- Poder Estatal;
vados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a
publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratan-
moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem tes, interessados e outros que visam a obter quaisquer favores, benesses
comum, imputável a quem o negar. ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas
e denunciá-las;
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omití-la
ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interes- j) zelar, quando lícito o exercício da greve, pelas exigências específicas
sada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabi- de defesa da vida e da segurança coletiva;
lizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência
mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana, quanto provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o
mais a de uma Nação. sistema, devendo, ainda, permanecer em exercício de cargo ou função de
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao ser- confiança, mesmo no caso de licença, férias ou exoneração a pedido, até
viço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que entre em exercício seu substituto regular, ou seja, disso eximido pela
que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano autoridade superior.
moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou
patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não cons- fato contrário ao interesse
titui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado,
mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, público, exigindo as providências cabíveis;
seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de o) participar das iniciativas que se relacionem com a melhoria do exer-
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, cício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;
não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos. p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício
da função;
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de
seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a
evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo legalização pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superi-
mesmo imprudência no desempenho da função pública.
ores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério,
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem;
fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz a
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
desordem nas relações humanas.
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organiza-
sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos
cional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos
interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administra-
pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportuni-
tivos;
dade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou auto-
Seção II
ridade com finalidade estranha o interesse público, mesmo que observando
Dos Principais Deveres do Servidor Público as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a e-
xistência deste Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento;
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego
público de que seja titular; Seção III
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo Das Vedações ao Servidor Público
fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias,
XV - É vedado ao servidor público:
principalmente, diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na
prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e
fim de evitar dano moral no usuário; influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de
caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a cidadãos que deles dependam;
melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro
d) jamais retardar qualquer prestacão de contas, condição essencial da ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
processo de comunicação com o público;

Ética do Servidor Público 38


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e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou c) ética na ciência


do seu conhecimento para atendimento do seu mister; d) ética social
e) ética profissional
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões
ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os 1.a – 2.b – 3.e – 4.a – 5.a
jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores
ou inferiores;
PROVA SIMULADA II
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qual- QUESTÃO 01
quer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa para o cumprimento da
sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária -
Execução de Mandados
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para
providências; José é funcionário público e, em cumprimento de mandado judicial, se
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento dirigiu ao escritório de Pedro para efetuar busca e apreensão de autos.
em serviços públicos; Pedro lhe ofereceu a quantia de R$ 100,00 para que retardasse a diligência
por alguns dias. José aceitou o dinheiro, mas não retardou a diligência,
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular; efetuando desde logo a apreensão. José e Pedro responderão, respectiva-
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qual- mente, por crime de
quer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público; a) prevaricação e corrupção passiva.
b) concussão e corrupção passiva.
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de c) corrupção ativa e corrupção passiva.
seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; d) prevaricação e corrupção ativa.
e) corrupção passiva e corrupção ativa.
n) apresentar-se embriagado ou intoxicado no serviço ou fora dele ha-
bitualmente;
QUESTÃO 02
o) dar o seu concurso a qualquer grupo, movimento ou instituição que
atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; FCC - 2006 - TRE-AP - Analista Judiciário - Área Administrativa
Considere as seguintes assertivas:
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreen- I. Desviar o funcionário público dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
dimentos de cunho duvidoso. público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, em proveito
PROVA SIMULADA i próprio ou alheio.
II. Exigir, para si ou para outrem direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
1.Ética é: III. Exigir tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido,
a) um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a
humana na sociedade. lei não autoriza.
b) um conjunto de comportamento correto e relacionado à conduta humana IV. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
dentro de uma sociedade organizada. ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta-
c) a maneira como os seres humanos se comportam uns com os outros. gem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
d) o princípio fundamental para que o ser humano possa viver em família. A descrição das condutas típicas acima, correspondem, respectivamente,
e) um comportamento que se deve ter apenas quando se estiver trabalhan- aos crimes de
do. a) furto, corrupção passiva, extorsão e peculato.
b) apropriação indébita, peculato, excesso de exação e corrupção ativa.
2. A ética serve para que se possa existir certo equilíbrio e funcionamento c) peculato, concussão, excesso de exação e corrupção passiva.
social de qualidade, fazendo com que ninguém saia prejudicado. Neste d) excesso de exação, extorsão, prevaricação e apropriação indébita.
ponto de vista, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está e) estelionato, prevaricação, peculato e extorsão.
diretamente voltada com:
a) a educação das pessoas QUESTÃO 03
b) o sentimento de justiça social
c) o medo da sociedade de errar FCC - 2008 - METRÔ-SP - Advogado
d) a educação dada na infância Durante um julgamento perante o Tribunal do Júri, um jurado, que em sua
e) o pensamento de pessoas que possuem conhecimentos profundos vida normal exerce a função de vendedor, solicitou R$ 10.000,00 (dez mil
reais) ao advogado do réu para votar pela absolvição deste. O jurado
3. A ética é construída por uma sociedade com base: a) cometeu crime de corrupção ativa.
a) na genética que se passa por geração b) cometeu crime de corrupção passiva.
b) na educação que é dada nas escolas c) cometeu crime de concussão.
c) nos ensinamentos oferecidos nas faculdades d) cometeu crime de prevaricação.
d) nos meios de comunicação como TV e rádio. e) não cometeu nenhum crime, pois não era funcionário público.
e) nos valores históricos e culturais.
QUESTÃO 04
4. Um ser humano que não segue a ética da sociedade a qual faz parte é
denominado de: CESPE - 2008 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de
a) antiético Mandados
b) antissocial Julgue os itens que se seguem, relacionados ao crimes contra a
c) imoral administração pública.
d) excluso ou excluído No crime de peculato culposo, se o sujeito ativo reparar o dano até a data
e) moralista da sentença irrecorrível, sua punibilidade será extinta.
( ) Certo ( ) Errado
5. A ética na área de pesquisas biológicas é denominada:
a) bioética QUESTÃO 05
b) ética na saúde

Ética do Servidor Público 39


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CESPE - 2008 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de e) peculato e apropriação indébita, respectivamente.
Mandados
Pratica crime de prevaricação o funcionário público autorizado que insere QUESTÃO 09
dados falsos nos sistemas informatizados ou banco de dados da adminis-
tração pública, com o fim de causar dano a outrem. CESPE - 2009 - BACEN - Procurador
( ) Certo ( ) Errado Quanto aos crimes contra a fé pública e contra a administração pública,
assinale a opção correta.
QUESTÃO 06 a) No crime de falsificação de documento público, o fato de ser o agente
funcionário público é um indiferente penal, ainda que esse agente cometa o
FCC - 2007 - MPU - Analista crime prevalecendo-se do cargo, tendo em vista que tal delito é contra a fé
Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, dentre outros, o e não contra a administração pública.
a) tutor dativo. b) No crime de falsidade ideológica, o documento é materialmente verda-
b) perito judicial. deiro, mas seu conteúdo não reflete a realidade, seja porque o agente
c) curador dativo. omitiu declaração que dele deveria constar, seja porque nele inseriu ou fez
d) inventariante judicial. inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita.
e) síndico falimentar. c) No crime de prevaricação, a satisfação de interesse ou sentimento
pessoal é mero exaurimento do crime, não sendo obrigatória a sua presen-
QUESTÃO 07 ça para a configuração do delito.
d) Não haverá o crime de condescendência criminosa quando faltar ao
FCC - 2007 - MPU - Analista funcionário público competência para responsabilizar o subordinado que
A respeito dos crimes contra a Administração Pública, é correto afirmar: cometeu a infração no exercício do cargo.
a) Não configura o crime de contrabando a exportação de mercadoria e) A ocorrência de prejuízo público como resultado do fato não influencia a
proibida. pena do crime de abandono de função.
b) Constitui crime de desobediência o não atendimento por funcionário
público de ordem legal de outro funcionário público. QUESTÃO 10
c) Comete crime de corrupção ativa quem oferece vantagem indevida a
funcionário público para determiná-lo a deixar de praticar medida ilegal. VUNESP - 2008 - DPE-MS - Defensor Público
d) Pratica crime de resistência quem se opõe, mediante violência, ao cum- No que diz respeito aos crimes contra a Administração Pública, assinale a
primento de mandado de prisão decorrente de sentença condenatória alternativa que traz, apenas, crimes próprios no que concerne ao sujeito
supostamente contrária à prova dos autos. ativo.
e) Para a caracterização do crime de desacato não é necessário que o a) Tráfico de influência; abandono de função; violação de sigilo funcional.
funcionário público esteja no exercício da função ou, não estando, que a b) Usurpação de função pública; prevaricação; peculato.
ofensa se verifique em função dela. c) Corrupção passiva; condescendência criminosa; advocacia administrati-
va.
QUESTÃO 08 d) Favorecimento pessoal; concussão; violência arbitrária.

CESPE - 2009 - PC-PB - Agente de Investigação e Agente de Polícia GABARITO


Paulino, que é servidor público, e seu vizinho Silvestre, que não tem vínculo 1-E
funcional com a administração pública, subtraíram o computador e a im- 2-C
pressora utilizados por Paulino na sua unidade de lotação, apropriando-se 3-B
dos equipamentos. Silvestre tem conhecimento da profissão de Paulino. 4-C
5-E
Nessa hipótese, Paulino e Silvestre devem responder pelo(s) crime(s) de 6-B
a) peculato e furto, respectivamente. 7-D
b) peculato. 8-B
c) furto e peculato, respectivamente. 9-B
d) furto. 10 - C

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