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Constituição Federal – Tópicos: Nacionalidade, Direitos Políticos, Partidos

Políticos, Estado de Sítio, de Defesa e Intervenção Federal da administração


Pública artigo 37 e seguintes, artigos 41 dos Servidores Públicos.

O que é o Direito Administrativo?


O Direito Administrativo é a esfera do Direito Público Interno que, mediante
regras e princípios exclusivos, regulamenta o exercício da função administrativa que
é exercida por agentes públicos, órgãos públicos, pessoas jurídicas de Direito
Público, em outras palavras, pela Administração Pública.

Para que serve o Direito Administrativo?


A finalidade do Direito Administrativo é proteger o interesse público, o que
não deve ser confundido com o interesse estatal, uma vez que, o poder público age
em prejuízo da coletividade.
Tal finalidade é caracteristicamente executada pelos Poderes Executivos de
cada esfera federativa, ou seja, a União, Estados-membros, Municípios e Distrito
Federal. Entretanto, é também exercida em caráter atípico pelos Poderes Legislativo
e Judiciário das esferas federativas.
A importância desse ramo do Direito, aliado ao Direito Constitucional,
justifica-se pela imposição de princípios e regras à atuação dos agentes públicos no
sentido de agirem em prol do interesse público, adstrito ao princípio da legalidade, e
não em prol de interesses individuais.

Explique as fontes do Direito Administrativo?


O Direito Administrativo possui como fonte principal a legislação e a
constituição. No entanto, muito do que é estudado nesta área do Direito advém da
doutrina, sobretudo diante da importância da discussão sobre os impactos dos
princípios e dos poderes administrativos. Isto porque são muitas vezes abordados
de maneira abrangente nas normas vigentes no ordenamento jurídico, o que, de um
lado, permite maior amplitude interpretativa, mas, de outro, diminui o aspecto
formal/concreto das proposições.
Nesse sentido, também, a jurisprudência ganha cada vez mais força. Embora
o Poder Legislativo exerça poder administrativo atipicamente – ou seja, em casos
excepcionais – e os poderes mantenham independência entre si, como coloca a
Constituição, é impossível excluir do ordenamento a influência de um sobre o outro.
Não se pode ignorar, por exemplo, que o Poder Legislativo é quem produz as
normas a que se submete também o Poder Administrativo (executando-as) ou que
as interpretações do Poder Judiciário sobre essas normas tenham impactos na sua
execução. Por essa razão, deve-se respeitar, dessa maneira, as competências
particulares de cada um em busca da harmonia na tripartição.
Portanto, pode-se mencionar como fontes do Direito Administrativo: Normas,
jurisprudência, doutrina e costumes.
Explique os princípios Constitucionais da Administração Pública?
Eles são o início de todas as coisas, proposições anteriores e superiores as
normas, que traçam condutores direcionais para os atos do legislador, do
administrador e do aplicador da lei ao caso concreto. Eles formam o fundamento,
alicerce de um sistema, garantindo-lhe validade.
Lembrando que não existe hierarquia entre os princípios. Cada um tem
importância e um não prevalece sobre o outro. Porém, um princípio que não seja
usado num determinado caso pode ser o mais importante em outro. O ideal é
analisar o conjunto deles no caso observado.

PRINCÍPIO DE LEGALIDADE:
Como o próprio nome nos sugere, o princípio da legalidade diz respeito à
obediência à lei. Em nossa Constituição encontramos algumas variantes, entretanto,
o mais importante é o dito princípio genérico, que vale para todos, que é encontrado
no inciso II, do artigo 5° da CF/88, que diz: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Em outras palavras, no popular,
poderá fazer tudo que não seja proibido pela lei.
No Direito Administrativo, esse princípio determina que, em qualquer
atividade, a Administração Pública está estritamente vinculada à lei. Então, se não
houver previsão legal, nada pode ser feito.
Note que no princípio genérico as pessoas podem fazer de tudo, exceto o
que a lei proíbe, já no Direito Administrativo, a Administração Pública só pode fazer
o que a lei autoriza. Seus atos tem que estar sempre pautados na legislação.

PRINCÍPIO DE IMPESSOALIDADE
Seja qual for o agente público, sendo ele eleito, concursado ou indicado, ele
está ocupando a posição de servir aos interesses do povo. Isto é, seus atos
obrigatoriamente deverão ter como finalidade o interesse público, e não o próprio,
ou de um conjunto de pessoas amigas, ou seja, o interesse deve ser impessoal.

PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Anos atrás os romanos já diziam que “non omne quod licet honestum est”
(nem tudo que é legal é honesto). Obedecendo a esse princípio, o administrador
deve, além de seguir o que a lei determina, pautar sua conduta na moral comum,
fazendo o que for melhor e mais útil ao interesse público, separando o bem do mal,
legal do ilegal, justo do injusto, conveniente do inconveniente e honesto do
desonesto.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Este é mais um vetor da Administração Pública, e diz respeito à obrigação de
dar publicidade, ou seja, de levar ao conhecimento de todos os seus atos, contratos
ou instrumentos jurídicos como um todo. Fazendo isso, dá transparência e confere a
possibilidade de qualquer pessoa questionar a atividade administrativa que, destaco
novamente, deve representar o interesse público. A publicidade surte os efeitos
previstos também se feita através de órgão oficial, que é o jornal, sendo ele público
ou não.

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Este princípio foi o último a ser introduzido na CF/88. Ele revela dois
aspectos distintos, um em relação à atuação do agente público, outro em relação à
organização, estrutura e disciplina da Administração Pública.

O que se diferencia em relação às leis para Administração Pública e para as


pessoas/indivíduos?
O direito público está formado por normas que possuem um grande foco
social e organizacional. Nesse ramo do direito existe uma relação vertical entre o
Estado e o indivíduo, ou seja, há uma hierarquia na qual o Estado é superior ao
indivíduo porque representa os interesses da coletividade contra interesses
individuais. Nesse caso, o Estado possui esse status superior porque está velando
pelos direitos de todos, já que representa os interesses do povo, e os interesses
coletivos sempre pesam mais que os individuais.
As leis dentro do direito público são imperativas, ou seja, não existe opção de
escolha: todos estamos sujeitos a elas. Queira ou não, precisamos respeitá-las e, se
não o fazemos, sofremos consequências.
Já o direito privado ajuda a organizar as relações e interesses entre partes
em suas vidas privadas. Nesse caso, ambas as partes envolvidas estão em
condições de igualdade, uma não é superior à outra. Essas partes podem ser
individuais ou até mesmo de um lado pode estar uma pessoa e do outro o Estado.
Porém, mesmo se o Estado estiver envolvido, não está em uma posição de
superioridade.
No direito privado existe certa liberdade para personalizar a aplicação do
direito porque se tratam de normas dispositivas (e não obrigatórias).

Quais as diferenças entre os poderes da Administração: Poder Hierárquico,


Disciplinar e de Polícia?
Os poderes que adotam o Direito Administrativo são necessários e
proporcionais às funções que são determinadas. Os poderes administrativos surgem
com a Administração e se apresentam conforme as demandas dos serviços, os
interesses e os fins públicos, os quais devem atingir.
De acordo com a necessidade de se organizar a Administração, são
classificados da seguinte ordem:

PODER HIERÁRQUICO: é o que dispõe o Executivo para organizar e distribuir as


funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre o servidor
do seu quadro de pessoal. Este poder tem como objetivo ordenar, coordenar,
controlar e corrigir as atividades administrativas, além de agir como meio de
responsabilização dos agentes ao impor-lhes o dever de obediência.
PODER DISCIPLINAR: este poder é exercido no âmbito dos órgãos e serviços da
Administração, é considerado como supremacia especial do Estado. Relacionado ao
poder hierárquico, o poder disciplinar não se confunde com o mesmo, porque no
uso do poder disciplinar, a Administração simplesmente controla o desempenho
dessas funções e a conduta dos servidores.
PODER REGULAMENTAR: é o poder do chefe de executivo de explicar, de
detalhar a lei para sua correta execução, ou ainda de expedir decretos autônomos
sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei.
PODER DE POLÍCIA: considera-se poder de polícia a atividade da administração
pública que consiste em condicionar e restringir o exercício dos direitos individuais,
tais como propriedade e a liberdade, em benefício do interesse público. Além de que
são atributos do poder de polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade e
coercibilidade.
PODER NORMATIVO: envolve a edição pela Administração Pública de atos com
efeitos gerais e abstratos, como por exemplo, decretos regulamentares, instruções
normativas, regimentos, resoluções e deliberações.

O que é Administração Pública Direta e Indireta, de exemplo de cada? Como


se criam os entes da Administração Pública Indireta? Diferenças e exemplos
entre: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Pública e Sociedade de
Economia Mista?
A administração direta é constituída pelos órgãos relacionados aos entes da
federação, como a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, por
exemplo. Eles estão subordinados ao chefe do poder ao qual pertencem.
Alguns exemplos desses órgãos são a Presidência da República (nível
federal), a Assembleia Legislativa (nível estadual) e a Câmara dos Vereadores (nível
municipal).
A administração indireta pode ser entendida como o conjunto de órgãos que
prestam serviços públicos, ligados à administração direta, com CNPJ próprio.
Para os órgãos desse tipo de administração não existe uma hierarquia ou um
controle hierárquico. Assim, essas entidades estão subordinadas ao controle do
Estado.
Alguns exemplos de administração indireta são:
autarquias: instituídas por lei, com autonomia administrativa e financeira, mas
sujeitas ao controle do Estado, como a Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Banco Central do Brasil
(BACEN);
fundações públicas: criadas por lei, podem ser entidades de Direito Público ou
privado. Sua atividade deve ser de interesse público e não pode ter fins lucrativos,
como a Fundação Nacional do Índio (FUNAI);
empresas públicas: pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas por autorização
legal e administradas pelo poder público, como os Correios e a Caixa Econômica
Federal;
sociedades de economia mista: pessoas jurídicas de Direito Privado, criadas sob
a forma de sociedade anônima e compostas por capital público e privado, como o
Banco do Brasil e a Petrobras.

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