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DIREITO ADMINISTRATIVO

INTRODUÇÃO

O Estado brasileiro elegeu três funções basilares a exercer, previstas na Constituição da República,
sendo estabelecido no art. 2º da CF os Poderes da União, ou seja, as funções executiva (administrativa), legislativa e
judiciária (jurisdicional). A função jurisdicional do Estado é o nosso tema de estudo neste trabalho.

A divisão de poderes prevista na Carta Magna é feita através da atribuição de cada uma das funções
governamentais como já citamos, (legislativa, executiva, jurisdicional). Pode-se afirmar que o constituinte adotou o
termo PODER para identificar tais funções, apesar da unicidade do PODER, mas não deixa de ser uma a
sistematização jurídica da manifestação do Estado.

Como já sabemos não há separação absoluta das atividades estatais, já que os poderes são harmônicos
entre e a independência é relativa entre os poderes, temos que eles legislam, administram e julgam. Mas cada um deles
possui o que se chama função típica e atípica; aquela exercida com preponderância é a típica e, a função exercida
secundariamente é a atípica. A função típica de um órgão é atípica dos outros, sendo que o aspecto da tipicidade se dá
com a preponderância. Por exemplo, o Poder Legislativo tem a função principal de elaborar o regramento jurídico do
Estado — é sua função típica — mas também administra seus órgãos, momento em que exerce uma atividade típica do
Executivo, podendo, ainda julgar seus membros, como é o caso do sistema brasileiro, bem como de julgar o Presidente
e seus ministros nos crimes de responsabilidade. Da mesma forma, tem-se a edição de medidas provisórias pelo
Presidente da República é uma função atípica do Poder Executivo. No que pertine a função jurisdicional, vê-se que o
Poder judiciário também desenvolve as funções atípicas quando elabora ou promove alterações em seu regimento
interno (legislativa) e administrativa quando exerce atividades inerentes à administração pública (concessão de férias,
provimento de cargos etc.) .

No Direito administrativo, enfatizaremos o estudo da administração pública, seus agentes, seus atos,
órgãos e suas funções.

CONCEITOS ELEMENTARES

O conceito de Administração Pública é concebido pela maioria dos doutrinadores sob dois sentidos:
- Sentido subjetivo, formal ou orgânico: refere-se ao conjunto de entes, pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos
incumbidos do exercício da função administrativa.
- Sentido objetivo, material ou funcional: natureza da atividade exercida pela Administração Pública, ou seja, a função
administrativa, típica do Poder Executivo. Nesse sentido estão inseridas as atividades de fomento, polícia
administrativa, serviço público e intervenção.

Tradicionalmente, divide-se o Direito em dois grandes ramos: Direito Publico e Direito Privado,
destinando-se aquele a regular as relações dos quais participe o Estado e, este, as relações entre particulares.

Por seu turno, o Direito Público bifurca-se em Interno e Externo. O Direito Público Interno regula, no
âmbito interno (não internacional), os interesses estatais e sociais, como já se disse. Somente por reflexo a conduta
individual é atingida. São exemplos o Direito Penal, Direito Processual, Direito Tributário e Direito administrativo.

O Direito Público Externo rege as relações entre Estados Soberanos e as atividades dos particulares na
seara internacional.

Concluída a necessária localização do Direito Administrativo em meio aos demais ramos do Direito, é
possível, passar ao seu conceito: conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado (Hely
Lopes Meirelles).

O mesmo autor, a seguir disseca o conceito:


“Conjunto harmônico de princípios jurídicos...”: significa a sistematização de normas jurídicas;
“... que regem os órgãos, os agentes...”: indica que ordena a estrutura e o pessoal do serviço público;
“... e as atividades públicas...”: isto é, os atos da Administração Pública, praticados nessa finalidade (não quando atua,
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excepcionalmente, em condições de igualdade com o particular, sujeito às regras do Direito Privado);
“...tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado...”, o que exclui a atividade
estatal abstrata, que é a legislativa, a atividade indireta, que é a judicial.
O Estado moderno vale-se do Direito Administrativo não só quando executa as leis (tarefa precípua do
Executivo). Os Poderes Judiciário e Legislativo, no que concorre a organização e funcionamento dos seus serviços e
controle do seu pessoal e seus bens igualmente se pautam no Direito Administrativo.

Organização da Administração: é a estruturação legal das entidades e órgãos que irão desempenhar as funções,
através de agentes públicos (pessoas físicas). Essa organização faz-se normalmente por lei, e excepcionalmente por
decreto e normas inferiores, quando não exige a criação de cargos nem aumenta a despesa pública. Neste campo
estrutural e funcional do Estado atua o Direito Administrativo organizatório, auxiliado pelas contemporâneas técnicas
de administração, aquele estabelecendo o ordenamento jurídico dos órgãos, das funções e dos agentes que irão
desempenhá-las, e estas informando sobre o modo mais eficiente e econômico de realizá-las em benefício da
coletividade. O Direito Administrativo impõe as regras jurídicas da administração e funcionamento do complexo
estatal; as técnicas de administração indicam os instrumentos e a conduta mais adequada ao pleno desempenho das
atribuições da Administração.

Governo e Administração: são termos que andam juntos e muitas vezes confundidos, embora expressem conceitos
diversos nos vários aspectos em que se apresentam.
Governo, em sentido formal, é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais; em sentido material, é o
complexo de funções estatais básicas; em sentido operacional, é a condução política dos negócios públicos. A
constante do Governo é a sua expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de
manutenção da ordem jurídica vigente.
Administração Pública, em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos
objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em
acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele
assumidos em benefício da coletividade. A Administração não pratica atos de Governo; pratica, tão somente, atos de
execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA e INDIRETA

Atentos ao conceito de direito administrativo, observa-se que a finalidade do Estado é alcançar o bem
comum e para isso ocorrer se vale de sua estrutura administrativa, com a finalidade de gerir os interesses públicos.

Administração pública: Administrar é gerir interesses segundo a lei, moral e finalidade dos bens
entregues a guarda e conservação alheias.

Os bens geridos podem ser individuais ou coletivos, no primeiro caso temos administração particular e
no segundo caso a administração pública.
Administração pública: gestão de bens e interesses qualificados da comunidade, no âmbito federal, estadual ou
municipal, segundo princípios - preceitos - do direito e da moral, visando o bem comum.

Administração está ligada a ideia de conservação e utilização, sendo oposto de propriedade, ligada a ideia
de disponibilidade e alienação. Poderes normais da administração conservação e utilização, já a alienação oneração
destruição e renúncia, devem vir expressas em lei, deve haver um consentimento legal.

Para a consecução dos seus objetivos, a administração pratica atos administrativos que seguem a seguinte
divisão doutrinária:

- ato de império: contém uma ordem ou decisão coativa da administração para o administrado. ex.: decreto
expropriatório.
- ato de gestão: ordena a conduta interna da administração e de seus servidores ou cria direitos e obrigações entre ela e
os administrados.
ex.: despacho que determina a execução de determinado serviço público, concessão de férias, licenças etc.
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- ato de expediente: de preparo e movimentação de processos, recebimento e expedição de papeis despachos rotineiros,
sem decisão do mérito administrativo.

Para prática dos atos acima enumerados, deve ter, o agente, investidura e competência legal. Ilegal é o ato
realizado por agente simplesmente designado.

Natureza da administração pública

A administração pública é uma obrigação, ou seja, um“ MÚNUS PÚBLICO ” encargo de defesa,
conservação e aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade - impondo que se cumpra os preceitos do
direito e da moral administrativa.

O fim perseguido pela administração pública é o “BEM COMUM DA COLETIVIDADE


ADMINISTRADA” ilícito e imoral será todo ato administrativo que não for praticado no interesse da coletividade. A
administração pública não tem liberdade de procurar outro objetivo, ou dar fim diverso do prescrito em lei para a
atividade.

Visa à administração pública a defesa do interesse público, aspirações ou vantagens licitamente almejadas
por toda uma comunidade. O ato ou contrato administrativo realizado sem interesse público configura desvio de
finalidade.

Formas de Administração Pública

O poder público pode se realizar de duas formas:

 Centralizadamente;
 Descentralizadamente;

A administração centralizada desenvolve suas atividades através das pessoas jurídicas de direito público
interno sem delegações ou outorgas de funções.

A descentralizante ou descentralizada se apresenta com a delegação de funções ou outorgas de atribuições


e poderes ao particular ou a entes criados pelo pessoa jurídica de direito público para desempenhar atividades
específicas.

Na administração descentralizada a atividade pública poderá ser desempenhada por entes particulares de
cooperação (serviços sociais autônomos, concessionários, permissionários e autorizatórios), ou ainda, por entes criados
por lei, através de administração indireta (autarquias, fundações e entes paraestatais).

Tipos de Administração
Existem dois tipos de Administração:

Direta
Composta pelas entidades estatais: são pessoas jurídicas de Direito Público que integram a estrutura
constitucional do Estado e têm poderes políticos a administrativos, tais como a União, os Estados-membros, os
Municípios e o Distrito Federal;

Indireta
Compostas pelas entidades:
Entidades Autárquicas: são pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente administrativa,
criadas por lei específica, para a realização de atividades, obras ou serviços descentralizado da estatal que as criou;
funcionam e operam na forma estabelecida na lei instituidora e nos termos de seu regulamento;
Entidades Fundacionais: pela CF/88, são pessoas jurídicas de Direito Público, assemelhadas às autarquias
(STF); são criadas por lei específica com as atribuições que lhes forem conferidas no ato de sua instituição;

Sociedade de economia mista - controlado pelo Estado e tem o particular como acionista. Ex.: Eletrobrás,
Banco do Brasil, PETROBRAS,

Empresa púbica – O controle acionário é integralmente do Estado, mas tem personalidade jurídica de
Direito Privado. Ex.: ECT, BNDES.
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Obs.: O serviço social autônomo, apesar de ser da entidade autárquica, não pertence à administração
indireta. Ex.: SENAI, SESI, SESC.

IMPORTANTE: As entidades que formam a administração pública indireta estão sujeitas:


- a obrigação de licitar para suas contratações;
- à necessidade de lei para sua criação;
- aos princípios da administração pública
- à exigência de concurso público para admissão de seu pessoal.

Autarquia:

Ente administrativo autônomo criado por lei especifica, com finalidade de desenvolver determinada
atividade outorgada pelo Estado. Assume várias formas e realiza serviço público típico, especialmente os que
requeiram maior especialização. É pessoa jurídica de Direito Público interno dotada de capacidade exclusivamente
administrativa.

Atua de forma descentralizada da administração, pois um serviço é retirado da administração centralizada -


só deve ser outorgado serviço público típico e não atividade industrial ou econômica, para estes a delegação deve ser
por organização particular ou entidade paraestatais - empresa pública - sociedade de economia mista.

É um prolongamento do Estado - “LongaManus” - executa serviços próprio do Estado em condições


iguais a ele,age por direito próprio e não por delegação, na medida do “jus imperii”que lhe foi outorgada pela lei
criadora.Não se subordina hierarquicamente com a
a entidade estatal há que pertence, há mera vinculação.

As autarquias tem patrimônio próprio, e atribuições Estatais específicas; não visam lucro - podem cobrar
serviços prestados - se sobrou $: superávit e se faltou $: déficit; a lei transfere o patrimônio do Estado para Autarquia –
não perdem as características dos bens públicos - não há desafetação (bem público que passa a esfera de domínio do
particular). Bens Imóveis são transferidos de duas formas: (bens públicos inalienáveis) – prévia autorização do Poder
legislativo, da seguinte forma :

- Diretamente pela lei instituidora.


- Lei autorizadora de transferência de bens autarquias.
- Decreto não pode fazer transferências de bens.

Esses entes executam atividade paralela ao próprio Estado - gozam das mesmas prerrogativas, tais como o
Estado (prerrogativas administrativas, não políticas) - Ex.: imunidade tributária - participam do orçamento, tem
orçamento próprio. E prerrogativas processuais da fazenda pública (contestação e quádruplo e recorre em dobro).

Autarquia Especial: que prestam serviços especializados. É toda aquela que a lei instituidora conferir privilégios
específicos e aumentar a sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns - sem infringir os preceitos
constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública - os que a posicionam são as regalias. Tem seu
orçamento público e deve cumprir com ele. (ANATEL, ANEL, ANAC e outras).

Atos lesivos: ao patrimônio autárquico são passíveis de anulação – AÇÕES POPULARES.


Contratos das autarquias: Sujeito à licitação.
- Pessoal das autarquias
Regime Jurídico único da entidade matriz, competência da justiça do trabalho, para as divergências sobre as relações de
trabalho.Proibição de acumulação remunerada de cargos: atinge servidores das autarquias.
PARA EFEITOS PENAIS: equiparam-se aos servidores públicos – funcionário público.

- CONTROLE AUTÁRQUICO
Só admissível nos estritos limites e fins que a lei estabelecer. - nos termos da lei - Entre a Entidade Matriz
e a Autarquia, não h subordinação e sim controle. São 3 os níveis de controle. O Controle não é pleno – nem ilimitado
- limitado ao limite da lei - para não Suprimir a autonomia do administrado dessas entidades. Sempre que a Autarquia
tiver Patrimônio em que não for suficiente para cobrir as responsabilidades - a Entidade Matriz -responde
subsidiariamente.

- CONTROLE POLÍTICO: nomeação de seus dirigentes pelo executivo. A gestão maior da autarquia e controlada
pela administração central.
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- CONTROLE ADMINISTRATIVO: exerce através de órgão específico - bem como para recurso interno ou externo
na forma da lei. O conjunto de atos que a administração central pratica com a finalidade de conformar as autarquias ao
cumprimento de seus fins próprios e que não suprime a autonomia administrativa não se confunde com hierarquia.

Formas de controle administrativo:

- PREVENTIVO: aquele que se realiza antes da autarquia produzir efeitos;


A priori: aquele que se da antes da pratica do ato
A posteriori: aquele que se dá após a prática do ato, mas antes que ele protege seus efeitos.
- REGRESSIVO : realizar após o ato - o ato já está gerando efeitos.
- CONTROLE DE MÉRITO : aprecia o ato quanto a própria conveniência da sua prática;
- CONTROLE DE LEGITIMIDADE : (Legalidade) - aprecia o ato quanto a sua legalidade (homologação).
- CONTROLE FINANCEIRO: nos moldes do Direito Administrativo: fiscalização pela administração central –
Tribunais de Contas - onde houver.
O poder de intervenção não é discricionário - mas vinculado aos pressupostos finalistas a serviço
outorgado.

Extinção das autarquias


Somente por lei, transferindo-se seu patrimônio a quem a criou, ainda que lhe seja maior, do que o inicial.

Dirigente das autarquias


Investidos no cargo na forma da lei ou estatuto estabelecer. STF.: Inconstitucional aprovação de nome pela assembleia.
Atos de dirigentes: atos administrativos devem conter os mesmos requisitos - sujeitos ao Exame de legalidade - pelo
judiciário.

-Afastamento dos dirigentes.


Admissível nos casos regulamentares, casos de omissão, se sua conduta configura-se infração penal. Em se tratando de
ilícito administrativo previsto para servidores públicos, a apuração deve ser acompanhada de processo adequado a
apuração dos responsáveis financeiros.

Fundações Públicas:

São Universidade de bens “universitas bonorum” personalizados em atenção ao fim que lhe dá unidade.
Tem como objetivos de interesse coletivo. Em nossa Constituição Federal é considerada uma entidade de direito
público, integrante da administração indireta ao lado das autarquias e entidades paraestatais. Quando criadas e mantidas
pelo Poder Público, aparecem as fundações como pessoa jurídica de direito público, tal como as autarquias.

São criadas por autorização legislativa para determinados fins específicos, no campo assistencial,
filantrópico, educacional, etc.. de atividades não lucrativas e atípicas do poder público - mas de interesse
coletivo.Diferente de serviços públicos. A lei que a cria determina sua função.

OBS: Fundações Particulares que recebem dinheiro do Poder Público - submetem-se ao controle do Tribunal de
Contas - mas não desnatura sua natureza jurídica.
.
CONTRATO celebrado pelas fundações públicas - precedidas de licitação.
Observações:
- Orçamento idêntico ao das entidades estatais
- Dirigentes da fundação pública; Investidos no cargo na forma da lei - seu pessoal sujeito ao regime único - litígios
decorrentes da relação de trabalho competência da Justiça do Trabalho.
- Proibição de cumulação remunerada de cargo ou emprego ou função.
São considerados funcionários públicos seus dirigentes e autoridades. Para fins penais, Mandado de
Segurança e Ação Popular.

Empresa pública:
Pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legislativa com capital exclusivamente
público, de uma ou várias entidades públicas, para realizar atividades de interesse da administração instituidora nos
moldes da atividade privada, podendo revestir-se de qualquer forma e organização empresarial; geralmente
destinadas a prestar serviços industriais ou de atividades econômicas. É controlada pelo poder público. Se Sujeita ao
controle do estado, já que seu patrimônio, a sua direção e os seus fins estatais. O ato de criação de uma empresa pública
é um ato administrativo e não de direito privado.
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-Patrimônio da empresa pública
Embora público por origem, pode ser utilizado, onerado ou alienado na forma regulamentar ou
estatutária, independentemente de autorização legislativa especial. Todo seu patrimônio, bens e rendas servem para
garantir empréstimos e obrigações resultantes de suas atividades. A transferência inicial de bens públicos imóveis, tem
sido feita por decreto, forma mais adequada, termo administrativo ou escritura pública.

Na contratação de obras e serviços, compras e alienações de bens, sujeitam- se a licitação, nos moldes da
Lei 8.666/93.

- Dirigentes das empresas públicas


A administração dessas entidades varia segundo seu tipo e modalidade, pode ser unipessoal ou colegiada,
com ou sem elementos do Estado. É igualmente variável a forma de controle que a entidade matriz aplica à entidade, o
controle, independente da forma, é sempre necessário.
Os dirigentes das entidades são investidos nos cargos na forma da lei criadora ou estatuto, a destituição da
diretoria pode ser feita no curso do mandado. O regime do pessoal é o da C.L.T - Justiça do Trabalho. - As funções
públicas outorgadas ou delegadas aos entes não alteram o regime laboral dos seus empregados - não lhe atribuem
qualidades de servidores.

O estatuto de tais empregados é o da empresa e não do poder público que o criou. Para fins criminais
dirigentes e empregados, são, entretanto, considerados funcionários públicos, por expressa determinação do Código
Penal. A proibição de acumulação de cargos, funções ou empregos atinge agora os dirigentes e empregados das
empresas públicas e sociedades de economia mista.

-Atos dos dirigentes de empresa pública


No que concernem com as funções outorgadas ou delegadas pelo Poder Público são equiparados a atos de
autoridade para fins de MANDADO DE SEGURANÇA e AÇÃO POPULAR.

As empresas públicas não possuem qualquer privilégio administrativo, tributário ou processual - só


auferindo os que a lei instituidora ou norma especial, expressamente conceder. Constituição indica a Justiça Federal
como competente para as causas em que as empresas públicas da União forem interessadas e a Justiça do Trabalho para
os litígios trabalhistas.

Sociedade de economia mista:


São pessoas jurídicas de direito privado com participação do poder público e de particulares no seu capital
- caráter híbrido - e na sua administração, o que lhe atribui o caráter paraestatal, o que o define é a participação ativa do
Poder Público na vida e realização da empresa - poder de atuar. A constituição só permite a criação dessa sociedade por
autorização legislativa. A realização de atividade econômica ou serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado
pelo Estado. Revestem a forma das empresas particulares, admitem lucro regem-se pelas normas das sociedades
mercantis.

Dependem do Estado para sua criação e ao lado do Estado e sob seu controle desempenham as atribuições
de interesse público que lhe forem cometidas - é instrumento de descentralização de serviço. Seu patrimônio e de
natureza de direito público - particular não tem direito sobre o patrimônio - só sobre o capital. A Constituição impõe
que quando o Estado incumbir uma empresa de alguma atividade econômica deve explora-la em igualdade de
condições com as empresas privadas, para não lhe fazer concorrência.

Forma da sociedade de economia mista

Tem sido a ANÔNIMA S.A., obrigatoriamente. Adotada esta forma, a sociedade organiza-se pelas normas
pertinentes.

- Patrimônio das sociedades de economia mista


É formado com bens públicos e subscrições de particulares Os bens públicos recebidos para integralização
do capital inicial e os havidos no desempenho das atividades, na parte que cabe ao poder público, continuam sendo
patrimônio público, mas com destinação especial. Sociedade de economia mista não esta sujeita a falência, mas seus
bens estão sujeitos a penhora e execução, a entidade criadora responde subsidiariamente pelas suas obrigações.

- Atos e contratos da sociedade de economia mista


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Regem-se pelas normas de direito privado, igualando-se a empresas particulares. A entidade fica sempre sujeita as
exigências administrativas que a lei instituidora ou norma especial lhe impuser. A contratação de obras e serviços,
compras ou alienações ficam sujeitas à licitação.

- Atos dos dirigentes de sociedade de economia mista


No que concernem com as funções outorgadas ou delegadas pelo Poder Público são equiparados a atos de autoridade
para fins de MANDADO DE SEGURANÇA e AÇÃO POPULAR.
As sociedades de economia mista não tem por qualquer natureza qualquer privilégio estatal, só auferindo as
prerrogativas administrativas e tributárias e processuais que lhe forem concedidas especificamente na lei criadora.Se,
porém, forem concessionárias de serviço público, por lei ou contrato, devem ser consideradas isentas do imposto
municipal de serviços.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Com previsão expressa no artigo 37 da Constituição Federal, todos os Poderes e órgãos e entidades da
administração pública estão vinculados aos princípios constitucionais Básicos da Administração que constituem os
fundamentos da ação administrativa, ou, por outras palavras, os sustentáculos da atividade pública; relegá-los é
desvirtuar a gestão dos negócios públicos e olvidar o que há de mais elementar para a boa guarda e zelo dos interesses
sociais. Os princípios basilares encontram-se explícitos no art. 37 da CF, e não excluem outros, encontrados no bojo da
própria CF e na doutrina.

a) Princípio da legalidade: como princípio da administração (CF, art. 37, caput), significa que o administrador
público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e
deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil
e criminal, conforme o caso. A eficácia de toda a atividade administrativa está condicionada ao atendimento da
lei. Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal, só é permitido fazer o que a lei autorizar,
significando "deve fazer assim". As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública e seus preceitos não
podem ser descumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários.

b) Princípio da Moralidade: a moralidade administrativa constitui pressuposto de validade de todo ato da


Administração Pública (CF, art.37), sendo que o ato administrativo não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas
também à lei ética da própria instituição, pois nem tudo que é legal é honesto; a moral administrativa é imposta ao
agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação: o
bem comum.

c) Princípio da Impessoalidade (Finalidade): impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim
legal; e o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato,
de forma impessoal. Desde que o princípio da finalidade exige que o ato seja praticado sempre com finalidade pública,
o administrador fica impedido de buscar outro objetivo ou de praticá-lo no interesse próprio ou de terceiros; pode,
entretanto, o interesse público coincidir com o de particulares, como ocorre normalmente nos atos administrativos
negociais e nos contratos públicos, casos em que é lícito conjugar a pretensão do particular com o interesse coletivo;
vedando a prática de ato administrativo sem interesse público ou conveniência para a Administração, visando a
unicamente satisfazer interesses privados, por favoritismo ou perseguição dos agentes governamentais, sob forma de
desvio de finalidade.

d) Princípio da Publicidade: é a divulgação oficial do ato para o conhecimento público e início de seus efeitos
externos. A publicidade não é elemento formativo do ato, é requisito de eficácia. Por isso mesmo, os atos irregulares
não se convalidam com a publicação, nem os regulares a dispensam para sua exequibilidade, quando a lei ou
regulamento exige. O princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos
externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo povo em geral . Abrange
toda a atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus atos como, também, de propiciação de
conhecimento da conduta interna de seus agentes. Os atos e contratos administrativos que omitirem ou desatenderem à
publicidade necessária não só deixam de produzir seus regulares efeitos como se expõe a invalidação por falta desse
requisito de eficácia e moralidade. E sem a publicação não fluem os prazos para impugnação administrativa ou
anulação judicial, quer o de decadência para impetração de mandado de segurança (120 dias da publicação), quer os de
prescrição da ação cabível.
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e) Principio da Eficiência: é o que impõe ao agente publico o dever de realizar suas atribuições com presteza,
perfeição e rendimento funcional. Não se contenta com o simples desempenho legal da função, exigindo resultados
positivos e atendimento satisfatório das necessidades da comunidade.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Nascem com a Administração e se apresentam diversificados segundo as exigências do serviço público, o


interesse da coletividade e os objetivos a que se dirigem. Esses poderes são inerentes à Administração de todas as
entidades estatais na proporção e limites de suas competências institucionais, e podem ser usados isolada ou
cumulativamente para a consecução do mesmo ato. Estes poderes são instrumentais – verdadeiros instrumentos de
que dispõe a autoridade para que a Administração cumpra seu papel de aplicar a lei em beneficio do interesse publico,
não se confundindo, portanto, com os poderes estruturais do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário).

1.1. Poder vinculado: é aquele que o Direito Positivo (a lei) confere à Administração Pública para a prática de ato de
sua competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formalização. O ato será nulo se deixar de
atender a qualquer dado expresso na lei, por desvinculação de seu tipo-padrão (ver adiante), podendo tal regularidade
ser reconhecida pela própria Administração ou pelo Judiciário, se requerer o interessado.

1.2. Poder discricionário: é o que o Direito concede à Administração, de modo explícito ou implícito, para a prática
de atos administrativos com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo. Discricionariedade é
liberdade de ação administrativa, dentro dos limites permitidos em lei. A faculdade discricionária distingue-se da
vinculada pela maior liberdade que é conferida ao administrador. Para a prática de um ato vinculado, a autoridade
pública está adstrita à lei em todos os seus elementos formadores. Para praticar um ato discricionário o administrador é
livre, no âmbito em que a lei lhe concede essa faculdade. A atividade discricionária encontra plena justificativa na
impossibilidade de o legislador catalogar na lei todos os atos que a prática administrativa exige.

1.3 Poder hierárquico: é o de que dispõe o Administrador para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos,
ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro
de pessoal. Hierarquia é a relação de subordinação existente entre vários órgãos e agentes da Administração, com
distribuição de funções e garantias da autoridade de cada um.; o poder hierárquico tem por objetivo ordenar,
coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração; desse modo atua
como instrumento de organização e aperfeiçoamento do serviço e age como meio de responsabilização dos agentes
administrativos, impondo-Ihes o dever de obediência. Do poder hierárquico decorrem faculdades implícitas para o
superior, tais como a de dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar atribuições e a de rever os
atos dos inferiores. A hierarquia no meio militar deve ser estudante em matéria especifica.

1.4. Poder disciplinar: é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas
sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração; é uma supremacia especial que o Estado exerce sobre
todos aqueles que se vinculam à Administração por relações de qualquer natureza, subordinando-se às normas de
funcionamento do serviço ou do estabelecimento que passam a integrar definitiva ou transitoriamente.

As penas disciplinares no nosso Direito Administrativo Federal são: 1) advertência; 2) suspensão; 3) demissão; 4)
cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 5) destituição de cargo em comissão; 6) destituição de função
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comissionada. No âmbito de cada Estado Federado, pode haver alguma diferença. No meio militar, a matéria é
peculiar e deve ser estudada à parte, pois o rol de sanções inclui aquelas restritivas da liberdade ambulante.

A apuração regular da falta disciplinar é indispensável para a legalidade da punição interna da Administração.
Primeiramente deve-se apurar a falta, pelos meios legais compatíveis com a gravidade da pena a ser imposta, dando-se
a oportunidade de defesa ao acusado (requisitos fundamentais, sem o qual se torna ilegítima e invalidável a punição).

A motivação da punição disciplinar é sempre imprescindível para a validade da pena; não se pode admitir como legal a
punição desacompanhada de justificativa da autoridade que a impõe, que se destina a evidenciar a conformação da
pena com a falta e permitir que se confiram a todo tempo a legalidade e a legitimidade dos atos ou veracidade dos fatos
ensejadores da punição administrativa.

1.5 Poder regulamentar: é a faculdade de que dispõem os Chefes do Executivo (leia-se administradores públicos em
geral, pois o Legislativo e o Judiciário, assim como o Ministério Público e o Tribunal de Contas, também exercem
funções administrativas) de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria
de sua competência, ainda não disciplinada por lei. É um poder inerente e privativo do Chefe do Executivo (CF, art. 84,
IV), e, por isso mesmo, indelegável a qualquer subordinado.

Regulamento, repise-se, é ato administrativo geral e normativo, expedido privativamente pelo Chefe do Executivo,
através de decreto, com o fim de explicar o modo e forma de execução da lei (regulamento de execução) ou prover
situações não disciplinadas em lei (regulamento autônomo ou independente). Na omissão da lei, o regulamento supre a
lacuna, até que o legislador complete os claros da legislação; enquanto não o fizer, vige o regulamento, desde que não
invada matéria reservada à lei.

1.6 Poder de polícia: é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo
de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Podemos dizer que o
poder de polícia é o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito
individual. O conceito legal encontra-se no Código Tributário Nacional, art. 78.

Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou


disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (sic)

1.6.1 Razão e Fundamento: a razão do poder de polícia é o interesse social e o seu fundamento está na supremacia
geral que o Estado exerce em seu território sobre todas as pessoas, bens e atividades, supremacia que se revela nos
mandamentos constitucionais e nas normas de ordem pública, que a cada passo opõem condicionamentos e restrições
aos direitos individuais em favor da coletividade, incumbindo ao Poder Público o seu policiamento administrativo.

1.6.2 Objeto e Finalidade: o objeto do poder de polícia administrativa é todo bem, direito ou atividade individual que
possa afetar a coletividade ou por em risco a segurança nacional, exigindo, por isso mesmo, regulamentação, controle e
contenção pelo Poder Público. Com esse propósito, a Administração pode condicionar o exercício de direitos
10
individuais, delimitar a execução de atividades e condicionar o uso de bens que afetem a coletividade em geral ou
contrariem a ordem jurídica estabelecida ou se oponham aos objetivos permanentes da Nação. A finalidade do poder de
polícia é a proteção ao interesse público. Nesse interesse superior não entram só os valores materiais como, também, o
patrimônio moral e espiritual do povo, expresso na tradição, nas instituições e nas aspirações nacionais da maioria que
sustenta o regime político adotado e consagrado na Constituição e na ordem vigente.
1.6.3 Extensão e Limites: a extensão do poder de polícia é muito ampla, abrangendo desde a proteção à moral a
aos bons costumes, a preservação da saúde pública, o controle de publicações, a segurança das construções e dos
transportes, até a segurança nacional em particular. Os limites do poder de polícia administrativa são demarcados pelo
interesse social em conciliação com os direitos fundamentais do indivíduo assegurados na CF (art. 5°). Através de
restrições impostas às atividades do indivíduo que afetam a coletividade, cada cidadão cede parcelas mínimas de seus
direitos à comunidade, recebendo em troca serviços prestados pelo Estado. Há limites, portanto, também nos direitos
fundamentais do cidadão, mas não são menos importantes os limites impostos pelos constitucionais princípios da
razoabilidade (entendida esta como a conduta aceitável para o homem médio, muito invocada no momento da tomada
de decisões) e da proporcionalidade (adequação dos meios aos fins pretendidos).

1.6.4. ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA (Características)


O poder de polícia é um ato administrativo e como tal deverá ter os mesmos atributos comuns a todos os atos
administrativos. Além disso, deverá também reunir atributos específicos, quais sejam:

a) Atributos gerais

 Auto-executoriedade: pode-se executar o ato sem a autorização da Justiça, por conta do interesse público;
todavia, é da essência dos atos administrativos serem sempre revisáveis pelo Poder Judiciário, ante a
inexistência, no Direito brasileiro, da figura do contencioso administrativo. A auto-executoriedade pode
abranger a exigibilidade, que consiste na possibilidade de decidir, e a executoriedade, traduzida como a
possibilidade de executar diretamente, com maior celeridade, o ato editado. Saliente-se, ainda, que a
exigibilidade está sempre presente, ao contrário da executoriedade que depende de expressa previsão legal.

 Imperatividade, coercitividade ou exigibilidade: a prerrogativa de determinar comportamentos à


coletividade, e exigir o efetivo cumprimento destes.

b) Atributos específicos

 Discricionariedade: via de regra, o ordenamento permite um juízo de conveniência e oportunidade na


prática de atos decorrentes do poder de polícia, porém, em alguns casos, a discricionariedade não se aplica,
a exemplo da licença para dirigir veículo automotor, pois, preenchidos os requisitos legais, é defeso à
autoridade a sua não expedição.

Observações importantes:

 A multa de trânsito é uma exceção à regra da auto executoriedade, pois, salvo quando espontaneamente
satisfeita pelo autuado, à Administração é defesa a sua exigência pela via administrativa, tornando-se
necessária a execução fiscal, via Judiciário, do referido valor.

 Em algumas situações anteriormente exemplificadas, o ato poderá ser vinculado, ou seja, quando a norma
legal que o rege estabelecer o modo e a forma de sua realização, a exemplo das licenças expedidas pela
Administração.

Ressalte-se que não se deve confundir poder de polícia com atividade policial ou polícia judiciária, de
acordo com a acepção comum do termo.
11

ATOS ADMINISTRATIVOS

DEFINIÇÃO

Não há definição legal de ato administrativo. Por esse motivo, conceituar ato administrativo é tarefa difícil e
traz como consequência divergências entre os doutrinadores.
Para Celso Antonio Bandeira de Mello ato administrativo é conceituado como: “declaração do Estado (ou de
quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas
a controle de legitimidade por órgão jurisdicional”.1

Hely Lopes Meirelles assim o define: “É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
que, agindo nessa qualidade tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”. 2

Há circunstâncias em que a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular.
É aí que devemos diferenciar o ato administrativo do ato da Administração.

A Administração pode praticar atos que não são atos administrativos, como ocorre com os atos regidos pelo
direito privado. Assim, se a Administração não emprega prerrogativa própria e específica e se utiliza de instituto regido
pelo direito privado, o ato é jurídico, mas não administrativo, como, por exemplo, quando emite um título de crédito
(cheque).

Fato administrativo, ao contrário do ato administrativo, não traz inserida a manifestação de vontade da
Administração, mas corresponde apenas à realização concreta, à atividade efetiva e material (construção de um
viaduto, por exemplo).

O ato administrativo envolve sempre uma declaração, já o fato administrativo resulta sempre do ato
administrativo que o determina.

PERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA DO ATO ADMINISTRATIVO

Ato Administrativo Perfeito (refere-se à existência)

É o ato concluído, acabado, que completou o ciclo necessário à sua formação.

Ato Administrativo Válido (refere-se à adequação)

É o ato praticado de acordo com as normas superiores que devem regê-lo.

Ato Administrativo Eficaz (refere-se à produção de efeitos)

1
MELLO, Celso Antonio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed. São Paulo: Malheiros, 2002. p. 339.
2
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 26ª ed. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 141.
12
É aquele ato que está apto a produzir os seus efeitos.

As causas que podem determinar a ineficácia do ato administrativo são três:

 A subordinação do ato a uma condição suspensiva, ou seja, o ato subordinado a um fato futuro e incerto.
Enquanto o fato não acontecer, o ato será ineficaz.

 A subordinação do ato a um termo inicial, ou seja, o ato subordinado a um fato futuro e certo. Enquanto o
fato não acontecer, o ato será ineficaz.

 A subordinação dos efeitos do ato à prática de outro ato jurídico, ou seja, autorização, aprovação ou
homologação, a ser manifestado por uma autoridade controladora.

REQUISITOS DE VALIDADE

São as condições necessárias para a existência válida do ato. Tema também controvertido na doutrina
brasileira. Pode-se estudá-lo segundo a posição adotada por Hely Lopes Meirelles.

Do ponto de vista da doutrina tradicional, os requisitos dos atos administrativos são cinco. (COMFF)

Competência

Será competente o agente que reúne competência legal ou regulamentar para a prática do ato. O ato
administrativo, para ser considerado válido, deve ser editado por quem detenha competência para tanto.

É o dever-poder atribuído a um agente público para a prática de atos administrativos. O sujeito competente
pratica atos válidos. Para se configurar a competência, deve-se atender a três perspectivas:

• é necessário que a pessoa jurídica que pratica o ato tenha competência;


• é necessário que o órgão que pratica o ato seja competente;
• é necessário que o agente, a pessoa física, seja competente.

Objeto

O objeto corresponde ao efeito jurídico pretendido pelo ato (adquirir, resguardar direitos) e também decorre de
expressa previsão legal. O objeto deve ser lícito e moralmente aceito; somente assim será válido o ato administrativo.

Motivo

O motivo é a obrigação que possui a Administração Pública de oferecer, àqueles a quem representa,
explicações quanto ao ato que edita.

É o acontecimento da realidade que autoriza ou determina a prática de um ato administrativo, ou seja, os atos
administrativos irão acontecer após um fato da realidade. Exemplo: está disposto que funcionário público que faltar
mais de 30 dias consecutivos será demitido. O funcionário “A” falta mais de 30 dias e é demitido. O motivo da
demissão está no fato de “A” ter faltado mais de 30 dias.
13
O motivo determina a validade dos atos administrativos por força da Teoria dos Motivos Determinantes. Essa
teoria afirma que os motivos alegados para a prática de um ato administrativo ficam a ele vinculados de tal modo que, a
prática do ato mediante a alegação de motivos falsos ou inexistentes determina a sua invalidade.

Se, na execução do ato, o administrador se afastar dos motivos, caracterizada estará a figura do desvio de
finalidade, modalidade de ilegalidade e, portanto, passível de reapreciação pelo Poder Judiciário.

Não se pode confundir motivo com outras figuras semelhantes:

a) Motivação

É a justificação escrita, feita pela autoridade que praticou o ato e em que se apresentam as razões de fato e de
direito que ensejaram sua prática. Difere do motivo, visto que este é o fato e a motivação é a exposição escrita do
motivo. Há casos em que a motivação é obrigatória (quando a lei expressamente afirmar a sua obrigatoriedade) e nesses
casos ela será uma formalidade do ato administrativo, sendo que sua falta acarretará a invalidade do ato.

Quando a lei é omissa quanto à obrigatoriedade da motivação, existe, entretanto, uma polêmica doutrinária
sobre quando se deverá determinar a obrigatoriedade da motivação.

Alguns autores entendem que a motivação será obrigatória em todos os casos de atos administrativos
vinculados, e outros entendem que será obrigatória em todos os casos de atos administrativos discricionários. Alguns
autores, no entanto, entendem que todos os atos administrativos, independentemente de serem vinculados ou
discricionários, deverão obrigatoriamente ser motivados, ainda que a lei nada tenha expressado. Esse entendimento
baseia-se no Princípio da Motivação (princípio implícito na Constituição Federal de 1988). O princípio decorre do
Princípio da Legalidade, do Princípio do Estado de Direito e do princípio que afirma que todos os atos que trazem lesão
de direitos deverão ser apreciados pelo Poder Judiciário.

Para estes, que entendem haver sempre obrigatoriedade, existem exceções em que o ato administrativo pode
validamente ser praticado sem motivação, são elas:

 quando o ato administrativo não for praticado de forma escrita;

 quando em um ato, por suas circunstâncias intrínsecas, o motivo que enseja a sua prática é induvidoso em
todos os seus aspectos, permitindo o seu conhecimento de plano por qualquer interessado.

b) Móvel

É a intenção subjetiva (psicológica) com que um agente pratica um ato administrativo, ou seja, quando uma
autoridade pratica um ato administrativo, possui uma intenção subjetiva e essa intenção é o móvel do ato
administrativo. O móvel de uma autoridade pública pode ser valorado, ou seja, pode ser ilícito ou imoral. Isoladamente
considerado, embora sendo ilícito ou imoral, o móvel não interfere na validade do ato, ou seja, não determina a
invalidade do ato.
14
c)Motivo legal do ato

É o fato abstratamente descrito na hipótese da norma jurídica e que, quando se concretiza na realidade, propicia a
prática do ato administrativo, ou seja, é a descrição do fato feita na norma jurídica que leva à prática do fato
concreto (motivo). Não é uma característica unicamente do Direito Administrativo e sim da Teoria Geral do Direito.

Por exemplo: Maria faltou ao trabalho do dia 07 de abril ao dia 07 de maio, sem dar nenhuma justificativa. As
faltas de Maria por 30 dias consecutivos ensejaram sua demissão. Essas faltas caracterizam o fato concreto que se
subsume ao fato descrito na lei (motivo legal - hipótese de incidência).

Nem sempre os atos administrativos possuem motivo legal. Nos casos em que o motivo legal não está descrito
na norma, a lei deu competência discricionária para que a autoridade que for praticar o ato escolha o motivo legal (por
exemplo: a lei dispõe que compete ao prefeito demitir funcionários; neste caso a lei não descreveu o motivo legal,
então o prefeito poderá escolher o motivo legal para a demissão).

Deve-se observar que qualquer competência discricionária tem um limite para ação. A autoridade que vai
praticar o ato poderá escolher o motivo legal, entretanto terá limites para isso. Esse limite está dentro do campo da
razoabilidade.

A autoridade deverá escolher um fato que guarde pertinência lógica com o conteúdo e com a finalidade jurídica
do ato. Não havendo essa observância, a autoridade estará sendo arbitrária, indo além da liberdade discricionária que
lhe foi dada pela lei, ficando caracterizada, também, a figura do desvio de finalidade.

Finalidade

A finalidade é relevante para o ato administrativo. Se a autoridade administrativa praticar um ato fora da
finalidade, estará praticando um ato viciado caracterizando “desvio de poder ou desvio de finalidade”. Normalmente no
desvio de poder há móvel ilícito.

Forma

A Administração Pública só pode exteriorizar um ato administrativo de acordo com a forma previamente
estabelecida por lei. A forma apresenta-se nas seguintes modalidades: escrita, oral ou por símbolos, como por exemplo:
placas de trânsito, farol, apito do guarda etc.

Em especial,a forma oral é utilizada nas hipóteses emergenciais ou de urgência. A forma escrita é aplicada
predominantemente.

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

Atributos são prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são as
qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos.

1. Presunção de Legitimidade
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É a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados legítimos até que se demonstre o
contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. Isso não quer dizer que não se possa contrariar os
atos administrativos, o ônus da prova é que passa a ser de quem alega.

2. Imperatividade

Poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente obrigações aos administrados,
independente da concordância destes. É a prerrogativa que a Administração possui para impor, exigir determinado
comportamento de terceiros.

3. Auto executoriedade

É o poder que possuem os atos administrativos de serem executados materialmente pela própria administração
independentemente de recurso ao Poder Judiciário.

A auto executoriedade é um atributo de alguns atos administrativos, ou seja, não existe em todos os atos,
podendo ocorrer em apenas dois casos:

 Quando a lei expressamente previr. Exemplo: em matéria de contrato, a Administração dispõe de diversas
medidas auto executórias, como a utilização dos equipamentos e instalações do contratado para dar
continuidade à execução do contrato.

 Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos requisitos de situação de
urgência e inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão). Exemplo: a demolição
de um prédio que ameaça ruir.

Alguns doutrinadores acrescentam, também, como atributos do ato administrativo:

 Exigibilidade

“É a qualidade em virtude da qual o Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de terceiros o
cumprimento, a observância, das obrigações que impôs.”3

A imperatividade e a exigibilidade, em regra, nascem no mesmo momento. Excepcionalmente o legislador poderá


diferenciar o momento temporal do nascimento da imperatividade e o da exigibilidade. No entanto, a imperatividade é
pressuposto lógico da exigibilidade, ou seja, não se poderá exigir obrigação que não tenha sido criada.

4. Tipicidade
“É atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a
produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato definido
em lei.

3
MELLO, Celso Antonio de. Curso de Direito Administrativo. 14ª ed.São Paulo: Malheiros, 2002. p. 370.
16
INVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Como sabemos e destacamos no módulo anterior, alguns autores consagram a invalidação como gênero do
qual a anulação e a revogação são espécies; já outros tratam-na como sinônima da palavra anulação (posição, já
estudada, adotada por Celso Antônio Bandeira de Mello).

Hely Lopes Meirelles sustenta que a invalidação consiste em desfazer atos inconvenientes, inoportunos ou
ilegítimos que se revelarem inadequados aos fins visados pelo Poder Público ou contrários às normas legais que os
regem. Traz como meios comuns de invalidação dos atos administrativos a revogação e a anulação.

Para ele, a invalidação dos atos administrativos se perfaz ou pela anulação (quando há ilegalidade) ou pela
revogação (quando há conveniência e oportunidade).

A anulação pode acontecer por via judicial, quando provocada, ou por via administrativa, quando a própria
Administração expede um ato anulando o antecedente (utilizando-se do princípio da autotutela), baseada no poder de
revisão dos seus atos sempre que forem ilegais ou inconvenientes. A anulação feita por esta via pode ser de ofício ou
por provocação de terceiros.

A anulação de um ato não pode prejudicar terceiros de boa-fé.

Assim temos, para Hely Lopes Meirelles:

Invalidação: Anulação Revogação

ADMINISTRAÇÃO E
Quem pode ordenar ADMINISTRAÇÃO
JUDICIÁRIO

CONVENIÊNCIA E
Motivo ILEGALIDADE
OPORTUNIDADE

Efeitos EX TUNC EX NUNC

Direitos adquiridos INEXISTEM PREVALECEM

PROC. ADMINISTRA TIVO


Pressuposto PROC. ADMINISTRATIVO
PROC. JUDICIAL

Nesse contexto, na linha do entendimento de Hely Lopes Meirelles, o Supremo Tribunal Federal editou a
Súmula 473 que estabelece:
17
“Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”

Por seu turno, relembramos que, Celso Antônio Bandeira de Mello designa invalidação o que Hely Lopes
Meirelles prefere designar anulação. Justifica o eminente professor que prefere não se utilizar da palavra invalidação
como gênero, abrangendo quaisquer casos de desconformidade com o direito (inconveniência, inoportunidade,
ilegitimidade), mas sim, abrangendo apenas um: a ilegitimidade.

Para ele, o termo “invalidação”, etimologicamente analisado, traz ideia contraposta de validade, concluindo
que somente os atos que estão em desacordo com a lei é que podem ser invalidados.

Alega que a revogação não pode ser espécie de invalidação, porque há casos em que o ato é válido, mas por
ser inconveniente à Administração pode ser suprimido.

 Atos nulos: são os praticados por pessoa jurídica sem atribuição, por órgão absolutamente
incompetente ou por agente usurpador da função pública (nulidade quanto à capacidade). Também
os são, os atos praticados que desrespeitem a forma externa prevista em lei, que possuam objeto
ilícito ou impossível por ofensa à lei, ou nele se verifique o exercício de direito de modo abusivo.

 Atos anuláveis: são os praticados por agente incompetente, desde que dentro do mesmo órgão
especializado, a elaboração do ato caiba, na hierarquia, ao superior (anulabilidade quanto à
capacidade). Decorrente de vício de vontade (erro, dolo, coação... - artigo 171, inciso II, do
Código Civil).

10.2. Convalidação do Ato Administrativo

Nossa melhor doutrina diverge no tocante à matéria, questionando a possibilidade ou não da convalidação do
ato inválido.

Convalidar é tornar válido o que até então não era. Supre-se o vício existente em um ato, com efeitos
retroativos à data em que este foi praticado.

A convalidação de um ato administrativo pressupõe a possibilidade da presença no direito público dos


chamados atos anuláveis. É aceita apenas pelos autores que diferenciam o ato nulo do anulável.

Hely Lopes Meirelles não aceita a convalidação dos atos, sustentando que os atos administrativos somente
podem ser nulos. Para ele, no direito público não há lugar para os chamados atos anuláveis, como já assinalamos
anteriormente. O ato administrativo é legal ou ilegal, é válido ou inválido.

Contrariando posição anterior, aparece Celso Antônio Bandeira de Mello, que defende a convalidação, que em
nada se incompatibiliza com os interesses públicos, pois, com ela, há um restabelecimento da legalidade suprimida.
18
Importante destacar o reconhecimento pelo legislador federal, da possibilidade de convalidação dos atos
administrativos consoante norma fixada pela Lei 9.784/99, artigo 50, inciso VIII, que dispõe:

“Art. 50 – Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos
quando:

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação do ato administrativo.”

10.2.1. Formas de convalidação do ato administrativo

Como formas de convalidação temos a:

 ratificação: é a convalidação realizada pela própria autoridade que emanou o ato viciado;

 confirmação: é a convalidação realizada por outra autoridade, que não aquela que emanou o ato viciado;

 saneamento: é a convalidação que resulta de um ato de particular afetado (quando a edição do ato dependia
da manifestação de sua vontade e a exigência não foi observada).

A convalidação é um dever ou uma faculdade de Administração?

Alguns autores entendem que, verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação será
discricionária, ou seja, a Administração convalidará ou não o ato de acordo com a conveniência. Outros autores, tendo
por base o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a convalidação deverá ser obrigatória, visto
que, se houver como sanar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto, que existam obstáculos ao
dever de convalidar, não havendo alternativa senão anular o ato. São obstáculos ao dever de convalidar. A situação
gerada pelo ato viciado já se apresenta estabilizada pelo Direito. A estabilização acontece com:

 a impugnação do ato: se houve impugnação, judicial ou administrativa, não há que se falar mais
em convalidação. O dever de convalidar o ato só se afirma se ainda não houve sua impugnação.
Observação: Exceção a esta regra surge no caso da motivação do ato vinculado expedida tardiamente após
a impugnação do ato. A demonstração, embora tardia, de que os motivos preexistiam e o ato foi praticado
com o exato conteúdo da lei não inibe sua convalidação, mesmo que já impugnado.

 o decurso de tempo: o decurso de tempo pode gerar um obstáculo ao dever de convalidar. Se a lei
estabelecer um prazo para a anulação administrativa, na medida em que ocorrer a expiração deste prazo,
dito “prescricional”, o ato não poderá ser convalidado.

10.2.2. Convalidação e conversão

Não se deve confundir a convalidação com a conversão do ato administrativo.

A conversão ocorre em atos administrativos nulos, trazendo, quando possível, efeitos retroativos, sanando vício
de ato antecedente, transformando-o em ato distinto, de diferente categoria tipológica.
19
Por menores, há um ato viciado e, para regularizar a situação, ele é transformado em outro, de diferente
tipologia (exemplo: concessão de uso sem prévia autorização legislativa; a concessão é transformada em permissão de
uso, que não precisa de autorização legislativa para que seja um ato válido – conversão).

O ato nulo, embora não possa ser convalidado, poderá ser convertido, transformando-se em ato válido.

Atos inexistentes jamais podem ser objeto de conversão.

Alguns autores, ao se referirem à conversão, utilizam a expressão sanatória.

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (PÚBLICOS)

CONCEITO:

Contrato administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, firma com o particular
ou com outra entidade da administração pública, para concretização de objetivos de interesse público.

PRINCÍPIOS NORTEADORES:

1. AUTONOMIA DA VONTADE:
A autonomia da vontade significa o poder das partes de contratar aquilo que melhor lhes convier. É a liberdade
de contratar e, portanto, de produzir efeitos jurídicos.

2. SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA:


O contrato público deve ser dirigido sempre para os interesses da coletividade.

3. FORÇA OBRIGATÓRIA:
O contrato é lei entre as partes. Assim, um contrato válido e eficaz deve ser cumprido pelas partes: pacta sunt
servanda.

4. BOA FÉ CONTRATUAL:
Dever das partes de agir de forma correta antes, durante e depois do contrato.
É, acima de tudo, uma condição de lealdade de agir.

CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS:

Consensual: porque efetiva um acordo de vontades, não traduz ato impositivo da administração pública;

Formal: porque se expressa por escrito;

Oneroso: porque é remunerado na forma convencionada (há obrigações a cumprir);

Comutativo: porque estabelece compensações recíprocas e equivalentes para ambas as partes;

Pessoal: porque deve ser executado pelo próprio contratado, em princípio, sendo proibida a substituição por
outra pessoa.

A Exigência de Prévia Licitação: porque a administração representa a coletividade, só pode agir diante das
necessidades da coletividade. A licitação só será dispensada nos casos expressamente autorizados por lei.

LICITAÇÕES (LEI 8.666/93):


20
Conceito doutrinário: procedimento administrativo pelo qual o poder público procurar selecionar a proposta mais
vantajosa para os interesses da coletividade, nos termos expressamente previstos no edital.

Competência:

- Legislativa: de acordo com o Art. 22, Inciso XXVII da Constituição Federal, compete privativamente à União
legislar sobre licitações.

- Administrativa: a competência para licitar, ou seja, utilizar as regras já existentes para realizar tal procedimento
administrativo, é descentralizada, em razão da forma de atuar do Estado Federal. Assim, União, Estados, Distrito
Federal e Municípios podem licitar.

PRINCÍPIOS:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta
mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada
em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que
lhes são correlatos.

GERAIS:

- Isonomia: exige tratamento igual para todos os interessados em participar da licitação, dentro das condições
estipuladas no edital.

- Legalidade: exige que o agente público aja exatamente na forma exigida e descrita na lei. Temos que o administrador
público só pode fazer o que a lei permite.

- Moralidade: complementa a legalidade, exigindo a honestidade e a ética funcional do administrador.

- Publicidade: exige que todos os atos da administração pública sejam publicados nos diários oficiais e, em alguns
casos, em jornais de grande circulação.

- Impessoalidade: exige duas coisas do agente público: primeiro que ele não utilize a máquina administrativa (bens e
dinheiro) para fazer propaganda pessoal; segundo que ele dê tratamento impessoal a todos que precisarem da
administração pública, sem fazer distinção, sem preconceitos ou privilégios.

- Eficiência: exige que a administração pública apresente à coletividade serviços prestados de maneira adequada. Três
características se destacam: produtividade, atendimento com presteza e atualidade técnica e tecnológica.

ESPECÍFICOS:

- Vinculação ao edital: A administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada. É a regra inserida no Art. 41 da Lei 8.666/93.

- Julgamento objetivo das propostas: diz o Art. 45 da Lei 8.666/93 que o julgamento das propostas será objetivo,
devendo a comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os
critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
O parágrafo 1º do mesmo artigo explicita os seguintes critérios: menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior
lance ou oferta, neste último caso em alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

- Adjudicação compulsória: a administração pública deve entregar o objeto da licitação à proposta considerada
vencedora, nos termos previstos no edital.
Exige-se que a administração siga estritamente a ordem de classificação, favorecendo o primeiro colocado, dando
chances ao demais participantes apenas se o primeiro colocado não tiver interesse no contrato ou não cumprir com as
exigências legais (Art. 50 da 8.666/93).
O prazo estipulado pela lei para que a adjudicação se concretize é de 60 dias, findo o qual o particular não estará mais
obrigado a manter sua proposta (Art. 60 da 8.666/93).
21
Dispensa e Inexigibilidade de Licitação

A Constituição Federal tem a seguinte regra no Art. 37, Inciso XXI, prevendo estes dois institutos como exceção à
regra geral:

“ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”

- DISPENSA DE LICITAÇÃO (Art. 24 da Lei 8.666/93):


São várias as hipóteses para que se realize o contrato com o particular sendo dispensada a licitação, devendo ser
observados quatro possíveis critérios independentes, ficando nas mãos do administrador, utilizando a
discricionariedade optar pela abertura ou não de licitação, lembrando que apenas nas hipóteses previstas na lei permite-
se a dispensa de licitação:

O Valor (pequeno): neste caso considera-se para a dispensa o pequeno valor, com dispõem os Incisos I e II do Art. 24.

A Situação: neste caso, o que justifica a contratação direta é a situação excepcional, anormal, são os casos de guerra,
grave perturbação da ordem ou situações emergências como nos estados de calamidade pública, é o previsto, por
exemplo, no Inciso IV do Art. 24 da citada lei.

Da Pessoa Do Contratado: este critério leva em consideração apenas as características da pessoa a ser contratada. São
os casos dos Incisos XIII, XVI, e XX do Art. 24.

Características do Objeto: como exemplos da utilização deste critério temos: a contratação de remanescente de obra,
serviço ou fornecimento em consequência de rescisão contratual, como previsto no Inciso XI do Art. 24, negociações
com imóveis, sendo que o imóvel buscado é aquele que atenderá as necessidades da administração pública, como
previsto no Art. X do Art. 24 e compra de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, como disposto no Inciso
XII do Art. 24.

- INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO (Art. 25 da Lei nº 8.666/93):

São três os critérios para que a licitação não seja exigida, de acordo com o Art. 25 da citada lei:

Fornecedor Exclusivo: esta hipótese apresenta três situações diferentes, a aquisição de materiais, de equipamentos ou
gêneros, desde que estes só possam ser fornecidos por um produtor ou fornecedor. Exigindo-se, porém atestado de
exclusividade, emitido por órgão específico (Art. 25, I).

Notória Especialização: esta hipótese possibilita a contratação sem licitação, de profissionais notoriamente
especializados para o exercício de atividades singulares. Exige-se o cumprimento de dois requisitos: a caracterização
de um serviço de natureza singular e a contratação de um profissional notoriamente especializado (Art. 25, II).

Setor Artístico: motiva a contratação direta do artista por ser inviável a abertura de licitação, mas exige-se que o
contratado seja aclamado pela crítica ou pela opinião pública.

Em todas as hipóteses de dispensa ou inexigibilidade de licitação, o preço pago deve ser aquele praticado no mercado.

Modalidades de Licitação: são as elencadas no Art. 22 da Lei 8.666/93, quais sejam: concorrência, tomada de
preços, convite, concurso e leilão e ainda o pregão, modalidade introduzida pela Lei 10.520/02

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de
das concorrências, das tomadas de preços, dos licitação feita por órgão ou entidade da Administração
concursos e dos leilões, embora realizados no local da Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras
repartição interessada, deverão ser publicados com financiadas parcial ou totalmente com recursos federais
antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada ou garantidas por instituições federais; (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994) pela Lei nº 8.883, de 1994)
22
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito § 4o Qualquer modificação no edital exige
Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação divulgação pela mesma forma que se deu o texto
feita por órgão ou entidade da Administração Pública original, reabrindo-se o prazo inicialmente
Estadual ou Municipal, ou do Distrito estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a
Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) alteração não afetar a formulação das propostas.

III - em jornal diário de grande circulação no Estado Art. 22. São modalidades de licitação:
e também, se houver, em jornal de circulação no
Município ou na região onde será realizada a obra, I - concorrência;
prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o II - tomada de preços;
bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto III - convite;
da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação IV - concurso;
para ampliar a área de competição. (Redação dada pela V - leilão.
Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação
o
§ 1 O aviso publicado conterá a indicação do local entre quaisquer interessados que, na fase inicial de
em que os interessados poderão ler e obter o texto habilitação preliminar, comprovem possuir os
integral do edital e todas as informações sobre a requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital
licitação. para execução de seu objeto.

§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das § 2o Tomada de preços é a modalidade de


propostas ou da realização do evento será: licitação entre interessados devidamente cadastrados ou
que atenderem a todas as condições exigidas para
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
Lei nº 8.883, de 1994) recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
contemplar o regime de empreitada integral ou quando cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa,
preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº cadastrados na correspondente especialidade que
8.883, de 1994) manifestarem seu interesse com antecedência de até 24
(vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
a) concorrência, nos casos não especificados na
alínea "b" do inciso anterior; (Incluída pela Lei nº § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre
8.883, de 1994) quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, mediante a instituição de
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme
"melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela critérios constantes de edital publicado na imprensa
Lei nº 8.883, de 1994) oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e
cinco) dias.
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos
não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou § 5o Leilão é a modalidade de licitação entre
leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) quaisquer interessados para a venda de bens móveis
inservíveis para a administração ou de produtos
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada
alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem
pela Lei nº 8.883, de 1994)
oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da
avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior
serão contados a partir da última publicação do edital
§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na
resumido ou da expedição do convite, ou ainda da
praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada
efetiva disponibilidade do edital ou do convite e
novo convite, realizado para objeto idêntico ou
respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer
assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo,
mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
mais um interessado, enquanto existirem cadastrados
23
não convidados nas últimas licitações. (Redação dada à ampliação da competitividade, sem perda da
pela Lei nº 8.883, de 1994) economia de escala.

§ 7o Quando, por limitações do mercado ou § 2o Na execução de obras e serviços e nas


manifesto desinteresse dos convidados, for impossível compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo
a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra,
§ 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser serviço ou compra, há de corresponder licitação
devidamente justificadas no processo, sob pena de distinta, preservada a modalidade pertinente para a
repetição do convite. execução do objeto em licitação. (Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de
licitação ou a combinação das referidas neste artigo. § 3o A concorrência é a modalidade de licitação
cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto
§ 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o
administração somente poderá exigir do licitante não disposto no art. 19, como nas concessões de direito real
cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se
que comprovem habilitação compatível com o objeto neste último caso, observados os limites deste artigo, a
da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser
8.883, de 1994) de cadastro internacional de fornecedores ou o convite,
quando não houver fornecedor do bem ou serviço no
Art. 23. As modalidades de licitação a que se País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
referem os incisos I a III do artigo anterior serão
determinadas em função dos seguintes limites, tendo § 4o Nos casos em que couber convite, a
em vista o valor estimado da contratação: Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em
qualquer caso, a concorrência.
I - para obras e serviços de engenharia: (Redação
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 5o É vedada a utilização da modalidade
"convite" ou "tomada de preços", conforme o caso,
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda
mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo
local que possam ser realizadas conjunta e
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um concomitantemente, sempre que o somatório de seus
milhão e quinhentos mil reais); (Redação dada pela valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou
Lei nº 9.648, de 1998) "concorrência", respectivamente, nos termos deste
artigo, exceto para as parcelas de natureza específica
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um que possam ser executadas por pessoas ou empresas de
milhão e quinhentos mil reais); (Redação dada pela especialidade diversa daquela do executor da obra ou
Lei nº 9.648, de 1998) serviço.

II - para compras e serviços não referidos no § 6o As organizações industriais da


inciso anterior:(Redação dada pela Lei nº 9.648, de Administração Federal direta, em face de suas
1998) peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no
inciso I deste artigo também para suas compras e
serviços em geral, desde que para a aquisição de
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
materiais aplicados exclusivamente na manutenção,
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos
pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 1994)
(seiscentos e cinquenta mil reais); (Redação dada pela
Lei nº 9.648, de 1998)
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e
desde que não haja prejuízo para o conjunto ou
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior
(seiscentos e cinquenta mil reais). (Redação dada pela à demandada na licitação, com vistas a ampliação da
Lei nº 9.648, de 1998) competitividade, podendo o edital fixar quantitativo
mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído
§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela pela Lei nº 9.648, de 1998)
administração serão divididas em tantas parcelas
quantas se comprovarem técnica e economicamente § 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á
viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e
24
quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o esse fim específico em data anterior à vigência desta
triplo, quando formado por maior número. Lei, desde que o preço contratado seja compatível com
o praticado no mercado;
Art. 24. É dispensável a licitação:
IX - quando houver possibilidade de
I - para obras e serviços de engenharia de valor até comprometimento da segurança nacional, nos casos
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do estabelecidos em decreto do Presidente da República,
inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para
obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local X - para a compra ou locação de imóvel destinado
que possam ser realizadas conjunta e ao atendimento das finalidades precípuas da
concomitantemente; administração, cujas necessidades de instalação e
localização condicionem a sua escolha, desde que o
II - para outros serviços e compras de valor até preço seja compatível com o valor de mercado,
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº
inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos 8.883, de 1994)
previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas
de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior XI - na contratação de remanescente de obra,
vulto que possa ser realizada de uma só vez; serviço ou fornecimento, em conseqUência de rescisão
contratual, desde que atendida a ordem de classificação
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da da licitação anterior e aceitas as mesmas condições
ordem; oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao
preço, devidamente corrigido;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade
pública, quando caracterizada urgência de atendimento XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e
de situação que possa ocasionar prejuízo ou outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a
comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, realização dos processos licitatórios correspondentes,
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e realizadas diretamente com base no preço do dia;
somente para os bens necessários ao atendimento da
situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas XIII - na contratação de instituição brasileira
de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa,
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou instituição dedicada à recuperação social do preso,
calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos desde que a contratada detenha inquestionável
contratos; reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
V - quando não acudirem interessados à licitação
anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos
sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste termos de acordo internacional específico aprovado
caso, todas as condições preestabelecidas; pelo Congresso Nacional, quando as condições
ofertadas forem manifestamente vantajosas para o
VI - quando a União tiver que intervir no domínio Poder Público;
econômico para regular preços ou normalizar o
abastecimento; XV - para a aquisição ou restauração de obras de
arte e objetos históricos, de autenticidade certificada,
VII - quando as propostas apresentadas desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do
consignarem preços manifestamente superiores aos órgão ou entidade.
praticados no mercado nacional, ou forem
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais XVI - para a impressão dos diários oficiais, de
competentes, casos em que, observado o parágrafo formulários padronizados de uso da administração, e de
único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será edições técnicas oficiais, bem como para prestação de
admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por serviços de informática a pessoa jurídica de direito
valor não superior ao constante do registro de preços, público interno, por órgãos ou entidades que integrem a
ou dos serviços; Administração Pública, criados para esse fim
específico;
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de
direito público interno, de bens produzidos ou serviços XVII - para a aquisição de componentes ou peças
prestados por órgão ou entidade que integre a de origem nacional ou estrangeira, necessários à
Administração Pública e que tenha sido criado para manutenção de equipamentos durante o período de
25
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses XXV - na contratação realizada por Instituição
equipamentos, quando tal condição de exclusividade Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de
for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído fomento para a transferência de tecnologia e para o
pela Lei nº 8.883, de 1994) licenciamento de direito de uso ou de exploração de
criação protegida.
XVIII - nas compras ou contratações de serviços
para o abastecimento de navios, embarcações, unidades XXVI – na celebração de contrato de programa
aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando com ente da Federação ou com entidade de sua
em estada eventual de curta duração em portos, administração indireta, para a prestação de serviços
aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por públicos de forma associada nos termos do autorizado
motivo de movimentação operacional ou de em contrato de consórcio público ou em convênio de
adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
puder comprometer a normalidade e os propósitos das
operações e desde que seu valor não exceda ao limite XXVII - na contratação da coleta, processamento
previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei: e comercialização de resíduos sólidos urbanos
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou
XIX - para as compras de material de uso pelas cooperativas formadas exclusivamente por pessoas
Forças Armadas, com exceção de materiais de uso físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público
pessoal e administrativo, quando houver necessidade como catadores de materiais recicláveis, com o uso de
de manter a padronização requerida pela estrutura de equipamentos compatíveis com as normas técnicas,
apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, ambientais e de saúde pública.
mediante parecer de comissão instituída por decreto;
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços,
XX - na contratação de associação de portadores produzidos ou prestados no País, que envolvam,
de deficiência física, sem fins lucrativos e de cumulativamente, alta complexidade tecnológica e
comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da defesa nacional, mediante parecer de comissão
Administração Pública, para a prestação de serviços ou especialmente designada pela autoridade máxima do
fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
contratado seja compatível com o praticado no
mercado. XXIX – na aquisição de bens e contratação de
serviços para atender aos contingentes militares das
XXI - Para a aquisição de bens destinados Forças Singulares brasileiras empregadas em operações
exclusivamente a pesquisa científica e tecnológica com de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto
recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela
pelo CNPq para esse fim específico. (Incluído pela Lei Lei nº 11.783, de 2008).
nº 9.648, de 1998)
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos
XXII - na contratação de fornecimento ou incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por
suprimento de energia elétrica e gás natural com cento) para compras, obras e serviços contratados por
concessionário, permissionário ou autorizado, segundo consórcios públicos, sociedade de economia mista,
as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei empresa pública e por autarquia ou fundação
nº 9.648, de 1998) qualificadas, na forma da lei, como Agências
Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de
XXIII - na contratação realizada por empresa 2005)
pública ou sociedade de economia mista com suas
subsidiárias e controladas, para a aquisição ou Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, inviabilidade de competição, em especial:
desde que o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou
1998) gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
empresa ou representante comercial exclusivo, vedada
XXIV - para a celebração de contratos de a preferência de marca, devendo a comprovação de
prestação de serviços com as organizações sociais, exclusividade ser feita através de atestado fornecido
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de pelo órgão de registro do comércio do local em que se
governo, para atividades contempladas no contrato de realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
gestão. Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
ainda, pelas entidades equivalentes;
26
II - para a contratação de serviços técnicos Esta modalidade de licitação foi instituída
enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, definitivamente pela Lei nº. 10.520/02, após ter sido
com profissionais ou empresas de notória criada através de medida provisória no ano de 2000 e
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços mantida em vigor com várias reedições da medida
de publicidade e divulgação; provisória original.

III - para contratação de profissional de qualquer Lei nº 10.520/02


setor artístico, diretamente ou através de empresário
exclusivo, desde que consagrado pela crítica Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns,
especializada ou pela opinião pública. poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão,
que será regida por esta Lei.
§ 1o Considera-se de notória especialização o
profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços
especialidade, decorrente de desempenho anterior, comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles
estudos, experiências, publicações, organização, cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser
aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos objetivamente definidos pelo edital, por meio de
relacionados com suas atividades, permita inferir que o especificações usuais no mercado.
seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
adequado à plena satisfação do objeto do contrato. § 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da
utilização de recursos de tecnologia da informação, nos
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos termos de regulamentação específica.
casos de dispensa, se comprovado superfaturamento,
respondem solidariamente pelo dano causado à § 2º Será facultado, nos termos de regulamentos
Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de próprios da União, Estados, Distrito Federal e
serviços e o agente público responsável, sem prejuízo Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no
de outras sanções legais cabíveis. apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades
promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do recursos de tecnologia da informação.
art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as
situações de inexigibilidade referidas no art. 25, § 3º As bolsas a que se referem o § 2º deverão estar
necessariamente justificadas, e o retardamento previsto organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins
no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão lucrativos e com a participação plural de corretoras que
ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.
superior, para ratificação e publicação na imprensa
oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o
a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, seguinte:
de 2005)
I - a autoridade competente justificará a necessidade de
Parágrafo único. O processo de dispensa, de contratação e definirá o objeto do certame, as
inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste exigências de habilitação, os critérios de aceitação das
artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes propostas, as sanções por inadimplemento e as
elementos: cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos
para fornecimento;
I - caracterização da situação emergencial ou
calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso; II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente
e clara, vedadas especificações que, por excessivas,
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;

III - justificativa do preço. III - dos autos do procedimento constarão a justificativa


das definições referidas no inciso I deste artigo e os
IV - documento de aprovação dos projetos de indispensáveis elementos técnicos sobre os quais
pesquisa aos quais os bens serão alocados. (Incluído estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado
pela Lei nº 9.648, de 1998) pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos
bens ou serviços a serem licitados; e
Pregão (Lei nº 10.520/02):
IV - a autoridade competente designará, dentre os
Modalidade de licitação entre todos os interessados, servidores do órgão ou entidade promotora da licitação,
para a aquisição de bens e serviços comuns. o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja
atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das
27
propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor
classificação, bem como a habilitação e a adjudicação mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez
do objeto do certame ao licitante vencedor. por cento) superiores àquela poderão fazer novos
lances verbais e sucessivos, até a proclamação do
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua vencedor;
maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou
emprego da administração, preferencialmente IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas
pertencentes ao quadro permanente do órgão ou condições definidas no inciso anterior, poderão os
entidade promotora do evento. autores das melhores propostas, até o máximo de 3
(três), oferecer novos lances verbais e sucessivos,
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de quaisquer que sejam os preços oferecidos;
pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser
desempenhadas por militares X - para julgamento e classificação das propostas, será
adotado o critério de menor preço, observados os
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a prazos máximos para fornecimento, as especificações
convocação dos interessados e observará as seguintes técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e
regras: qualidade definidos no edital;
I - a convocação dos interessados será efetuada por
meio de publicação de aviso em diário oficial do XI - examinada a proposta classificada em primeiro
respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro
de circulação local, e facultativamente, por meios decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;
eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal
de grande circulação, nos termos do regulamento de XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as
que trata o art. 2º; ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro
contendo os documentos de habilitação do licitante que
II - do aviso constarão a definição do objeto da apresentou a melhor proposta, para verificação do
licitação, a indicação do local, dias e horários em que atendimento das condições fixadas no edital;
poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o
III - do edital constarão todos os elementos definidos licitante está em situação regular perante a Fazenda
na forma do inciso I do art. 3º, as normas que Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia
disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais
quando for o caso; e Municipais, quando for o caso, com a comprovação
de que atende às exigências do edital quanto à
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão habilitação jurídica e qualificações técnica e
colocadas à disposição de qualquer pessoa para econômico-financeira;
consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16
de dezembro de 1998; XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os
documentos de habilitação que já constem do Sistema
V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e
contado a partir da publicação do aviso, não será sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito
inferior a 8 (oito) dias úteis; Federal ou Municípios, assegurado aos demais
licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;
VI - no dia, hora e local designados, será realizada
sessão pública para recebimento das propostas, XV - verificado o atendimento das exigências fixadas
devendo o interessado, ou seu representante, no edital, o licitante será declarado vencedor;
identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência
dos necessários poderes para formulação de propostas e XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante
para a prática de todos os demais atos inerentes ao desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro
certame; examinará as ofertas subsequentes e a qualificação dos
licitantes, na ordem de classificação, e assim
VII - aberta a sessão, os interessados ou seus sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao
representantes, apresentarão declaração dando ciência edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;
de que cumprem plenamente os requisitos de
habilitação e entregarão os envelopes contendo a XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o
indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo- pregoeiro poderá negociar diretamente com o
se à sua imediata abertura e à verificação da proponente para que seja obtido preço melhor;
conformidade das propostas com os requisitos
estabelecidos no instrumento convocatório;
28
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá no processo respectivo, com vistas à aferição de sua
manifestar imediata e motivadamente a intenção de regularidade pelos agentes de controle, nos termos do
recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) regulamento previsto no art. 2º.
dias para apresentação das razões do recurso, ficando
os demais licitantes desde logo intimados para Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a
apresentar contra razões em igual número de dias, que modalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de
começarão a correr do término do prazo do recorrente, 21 de junho de 1993.
sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;
Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com
XIX - o acolhimento de recurso importará a base na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto
invalidação apenas dos atos insuscetíveis de de 2001.
aproveitamento;
Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
licitante importará a decadência do direito de recurso e Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo
a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei
vencedor; nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar a
modalidade de pregão, conforme regulamento
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente específico.
fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante
vencedor; Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001,
passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:
XXII - homologada a licitação pela autoridade
competente, o adjudicatário será convocado para “Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
assinar o contrato no prazo definido em edital; e Municípios poderão adotar, nas licitações de registro de
preços destinadas à aquisição de bens e serviços
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do comuns da área da saúde, a modalidade do pregão,
prazo de validade da sua proposta, não celebrar o inclusive por meio eletrônico, observando-se o
contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI. seguinte:

Art. 5º É vedada a exigência de: I - são considerados bens e serviços comuns da área da
I - garantia de proposta; saúde, aqueles necessários ao atendimento dos órgãos
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição que integram o Sistema Único de Saúde, cujos padrões
para participação no certame; e de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os definidos no edital, por meio de especificações usuais
referentes a fornecimento do edital, que não serão do mercado.
superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos
custos de utilização de recursos de tecnologia da II - quando o quantitativo total estimado para a
informação, quando for o caso. contratação ou fornecimento não puder ser atendido
pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convocação de
Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 tantos licitantes quantos forem necessários para o
(sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital. atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada a
ordem de classificação, desde que os referidos
Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade licitantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta
da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de vencedora.
entregar ou apresentar documentação falsa exigida para
o certame, ensejar o retardamento da execução de seu III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no
objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na inciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados
execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo outros preços diferentes da proposta vencedora, desde
ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e que se trate de objetos de qualidade ou desempenho
contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou superior, devidamente justificada e comprovada a
Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao
sistemas de cadastramento de fornecedores a que se limite máximo admitido.”
refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de
até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas SERVIDORES PÚBLICOS
em edital e no contrato e das demais cominações legais.
CARGO PÚBLICO: São os mais simples e
Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os
decorrentes de meios eletrônicos, serão documentados indivisíveis unidades de competência a serem
29
expressadas por um agente, prevista em número certo, II - o gozo dos direitos políticos;
com denominação própria, retribuídas por pessoa
III - a quitação com as obrigações militares e
jurídica de direito público e criadas por lei. eleitorais;

IV - o nível de escolaridade exigido para o


FUNÇÕES PÚBLICAS: São plexos unitários de exercício do cargo;
atribuições, criados por lei, correspondentes a encargos
V - a idade mínima de dezoito anos;
de direção, chefia ou assessoramento a serem exercido
por titular de cargo efetivo. VI - aptidão física e mental.
LEI 8.112/90:
§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a
exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.
Título I
§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é
Capítulo Único
assegurado o direito de se inscrever em concurso
público para provimento de cargo cujas atribuições
Das Disposições Preliminares sejam compatíveis com a deficiência de que são
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20%
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
Servidores Públicos Civis da União, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das fundações § 3o As universidades e instituições de pesquisa
públicas federais. científica e tecnológica federais poderão prover seus
cargos com professores, técnicos e cientistas
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a estrangeiros, de acordo com as normas e os
pessoa legalmente investida em cargo público. procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515,
de 20.11.97)
Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições
e responsabilidades previstas na estrutura Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á
organizacional que devem ser cometidas a um servidor. mediante ato da autoridade competente de cada Poder.

Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá
todos os brasileiros, são criados por lei, com com a posse.
denominação própria e vencimento pago pelos cofres
públicos, para provimento em caráter efetivo ou em Art. 8o São formas de provimento de cargo
comissão. público:

Art. 4o É proibida a prestação de serviços I - nomeação;


gratuitos, salvo os casos previstos em lei.
II - promoção;
Título II
V - readaptação;
Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição
e Substituição
VI - reversão;
Capítulo I
VII - aproveitamento;
Do Provimento
VIII - reintegração;
Seção I
IX - recondução.
Disposições Gerais
Seção II
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em
Da Nomeação
cargo público:
Art. 9o A nomeação far-se-á:
I - a nacionalidade brasileira;
30
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo Da Posse e do Exercício
isolado de provimento efetivo ou de carreira;
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do
II - em comissão, inclusive na condição de respectivo termo, no qual deverão constar as
interino, para cargos de confiança vagos. (Redação atribuições, os deveres, as responsabilidades e os
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes,
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
em comissão ou de natureza especial poderá ser
nomeado para ter exercício, interinamente, em outro § 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias
cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do contados da publicação do ato de
que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
pela remuneração de um deles durante o período da 10.12.97)
interinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) § 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data
de publicação do ato de provimento, em licença
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas
cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b",
habilitação em concurso público de provas ou de "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado
provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e do término do impedimento. (Redação dada pela Lei nº
o prazo de sua validade. 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. Os demais requisitos para o § 3o A posse poderá dar-se mediante procuração
ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, específica.
mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que
fixar as diretrizes do sistema de carreira na § 4o Só haverá posse nos casos de provimento de
Administração Pública Federal e seus cargo por nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
regulamentos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de de 10.12.97)
10.12.97)
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará
Seção III declaração de bens e valores que constituem seu
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de
Do Concurso Público outro cargo, emprego ou função pública.

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e § 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento
títulos, podendo ser realizado em duas etapas, se a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste
conforme dispuserem a lei e o regulamento do artigo.
respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição
do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, Art. 14. A posse em cargo público dependerá de
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as prévia inspeção médica oficial.
hipóteses de isenção nele expressamente previstas.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele
10.12.97) (Regulamento) que for julgado apto física e mentalmente para o
exercício do cargo.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2
(dois ) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das
por igual período. atribuições do cargo público ou da função de
confiança. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
§ 1o O prazo de validade do concurso e as 10.12.97)
condições de sua realização serão fixados em edital,
que será publicado no Diário Oficial da União e em § 1o É de quinze dias o prazo para o servidor
jornal diário de grande circulação. empossado em cargo público entrar em exercício,
contados da data da posse. (Redação dada pela Lei nº
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto 9.527, de 10.12.97)
houver candidato aprovado em concurso anterior com
prazo de validade não expirado. § 2o O servidor será exonerado do cargo ou será
tornado sem efeito o ato de sua designação para função
Seção IV de confiança, se não entrar em exercício nos prazos
31
previstos neste artigo, observado o disposto no art. § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função
18. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de confiança submete-se a regime de integral dedicação
ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo
§ 3o À autoridade competente do órgão ou ser convocado sempre que houver interesse da
entidade para onde for nomeado ou designado o Administração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
servidor compete dar-lhe exercício. (Redação dada pela 10.12.97)
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a
o
§ 4 O início do exercício de função de confiança duração de trabalho estabelecida em leis
coincidirá com a data de publicação do ato de especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
designação, salvo quando o servidor estiver em licença
ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor
em que recairá no primeiro dia útil após o término do nomeado para cargo de provimento efetivo ficará
impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e
publicação. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e
capacidade serão objeto de avaliação para o
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o desempenho do cargo, observados os seguinte
reinício do exercício serão registrados no assentamento fatores: (Vide EMC nº 19)
individual do servidor.
I - assiduidade;
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o
servidor apresentará ao órgão competente os elementos II - disciplina;
necessários ao seu assentamento individual.
III - capacidade de iniciativa;
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de IV - produtividade;
exercício, que é contado no novo posicionamento na
carreira a partir da data de publicação do ato que V- responsabilidade.
promover o servidor. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) § 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do
estágio probatório, será submetida à homologação da
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro autoridade competente a avaliação do desempenho do
município em razão de ter sido removido, redistribuído, servidor, realizada por comissão constituída para essa
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o
terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem
prazo, contados da publicação do ato, para a retomada prejuízo da continuidade de apuração dos fatores
do efetivo desempenho das atribuições do cargo, enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo.
incluído nesse prazo o tempo necessário para o (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008
deslocamento para a nova sede. (Redação dada pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97) § 2o O servidor não aprovado no estágio
probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto
licença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere no parágrafo único do art. 29.
este artigo será contado a partir do término do
impedimento. (Parágrafo renumerado e alterado pela § 3o O servidor em estágio probatório poderá
Lei nº 9.527, de 10.12.97) exercer quaisquer cargos de provimento em comissão
ou funções de direção, chefia ou assessoramento no
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser
estabelecidos no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de
10.12.97) Natureza Especial, cargos de provimento em comissão
do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS,
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei nº
trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes 9.527, de 10.12.97)
aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do
trabalho semanal de quarenta horas e observados os § 4o Ao servidor em estágio probatório somente
limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos
diárias, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem
8.270, de 17.12.91) assim afastamento para participar de curso de formação
decorrente de aprovação em concurso para outro cargo
32
na Administração Pública Federal. (Incluído pela Lei nº ou (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
9.527, de 10.12.97) 4.9.2001)

§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante II - no interesse da administração, desde


as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, que: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
§ 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em 4.9.2001)
curso de formação, e será retomado a partir do término
do impedimento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela
10.12.97) Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Seção V b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído


pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Da Estabilidade
c) estável quando na atividade; (Incluído pela
Art. 21. O servidor habilitado em concurso Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
público e empossado em cargo de provimento efetivo
adquirirá estabilidade no serviço público ao completar d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
2 (dois) anos de efetivo exercício. (prazo 3 anos - vide anteriores à solicitação; (Incluído pela Medida
EMC nº 19) Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida
virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
processo administrativo disciplinar no qual lhe seja
assegurada ampla defesa. § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no
cargo resultante de sua transformação. (Incluído pela
Seção VII Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Da Readaptação § 2o O tempo em que o servidor estiver em


exercício será considerado para concessão da
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº
em cargo de atribuições e responsabilidades 2.225-45, de 4.9.2001)
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental verificada em inspeção § 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido
médica. o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como
excedente, até a ocorrência de vaga. (Incluído pela
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
readaptando será aposentado.
§ 4o O servidor que retornar à atividade por
o
§ 2 A readaptação será efetivada em cargo de interesse da administração perceberá, em substituição
atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível aos proventos da aposentadoria, a remuneração do
de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens
hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor de natureza pessoal que percebia anteriormente à
exercerá suas atribuições como excedente, até a aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória nº
ocorrência de vaga.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 2.225-45, de 4.9.2001)
10.12.97)
§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente
Seção VIII terá os proventos calculados com base nas regras atuais
se permanecer pelo menos cinco anos no
Da Reversão cargo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000) 4.9.2001)

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de § 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto


servidor aposentado: (Redação dada pela Medida neste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 45, de 4.9.2001)

I - por invalidez, quando junta médica oficial Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já
declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; tiver completado 70 (setenta) anos de idade.
33
Seção IX Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento
e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
Da Reintegração exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por
junta médica oficial.
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do
servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no Capítulo II
cargo resultante de sua transformação, quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa Da Vacância
ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá
§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o de:
servidor ficará em disponibilidade, observado o
disposto nos arts. 30 e 31. I - exoneração;

§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu II - demissão;


eventual ocupante será reconduzido ao cargo de
origem, sem direito à indenização ou aproveitado em III - promoção;
outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
VI - readaptação;
Seção X
VII - aposentadoria;
Da Recondução
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor
estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: IX - falecimento.

I - inabilitação em estágio probatório relativo a Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a
outro cargo; pedido do servidor, ou de ofício.

II - reintegração do anterior ocupante. Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:

Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo I - quando não satisfeitas as condições do estágio
de origem, o servidor será aproveitado em outro, probatório;
observado o disposto no art. 30.
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não
Seção XI entrar em exercício no prazo estabelecido.

Da Disponibilidade e do Aproveitamento Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a


dispensa de função de confiança dar-se-á: (Redação
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos I - a juízo da autoridade competente;
compatíveis com o anteriormente ocupado.
II - a pedido do próprio servidor.
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal
Civil determinará o imediato aproveitamento de Capítulo III
servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer
nos órgãos ou entidades da Administração Pública
Da Remoção e da Redistribuição
Federal.
Seção I
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3 o do
art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser
mantido sob responsabilidade do órgão central do Da Remoção
Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal -
SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a
órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com
9.527, de 10.12.97) ou sem mudança de sede.
34
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, IV - vinculação entre os graus de responsabilidade
entende-se por modalidades de remoção: (Redação e complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 9.527, de 10.12.97)

I - de ofício, no interesse da V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou


Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de habilitação profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) 10.12.97)

II - a pedido, a critério da VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo


Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de e as finalidades institucionais do órgão ou
10.12.97) entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

III - a pedido, para outra localidade, § 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para


independentemente do interesse da ajustamento de lotação e da força de trabalho às
Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de necessidades dos serviços, inclusive nos casos de
10.12.97) reorganização, extinção ou criação de órgão ou
entidade.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,
também servidor público civil ou militar, de qualquer § 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal dará mediante ato conjunto entre o órgão central do
e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da SIPEC e os órgãos e entidades da Administração
Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de Pública Federal envolvidos. (Incluído pela Lei nº
10.12.97) 9.527, de 10.12.97)

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, § 3o Nos casos de reorganização ou extinção de


companheiro ou dependente que viva às suas expensas órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua
e conste do seu assentamento funcional, condicionada à desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor estável
comprovação por junta médica oficial; (Incluído pela que não for redistribuído será colocado em
Lei nº 9.527, de 10.12.97) disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos
arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei
c) em virtude de processo seletivo promovido, na nº 9.527, de 10.12.97)
hipótese em que o número de interessados for superior
ao número de vagas, de acordo com normas § 4o O servidor que não for redistribuído ou
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob
aqueles estejam lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter
10.12.97) exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até
seu adequado aproveitamento. (Incluído pela Lei nº
Seção II 9.527, de 10.12.97)

Da Redistribuição Capítulo IV

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de Da Substituição


cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no
âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou
entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de
órgão central do SIPEC, observados os seguintes Natureza Especial terão substitutos indicados no
preceitos: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de regimento interno ou, no caso de omissão, previamente
10.12.97) designados pelo dirigente máximo do órgão ou
entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
I - interesse da administração; (Incluído pela Lei 10.12.97)
nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o O substituto assumirá automática e
II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o
Lei nº 9.527, de 10.12.97) exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os
de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos
III - manutenção da essência das atribuições do legais ou regulamentares do titular e na vacância do
cargo; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração
de um deles durante o respectivo período. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
35
§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo Parágrafo único. Excluem-se do teto de
exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou remuneração as vantagens previstas nos incisos II a VII
de cargo de Natureza Especial, nos casos dos do art. 61.
afastamentos ou impedimentos legais do titular,
superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção Art. 44. O servidor perderá:
dos dias de efetiva substituição, que excederem o
referido período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço,
10.12.97) sem motivo justificado; (Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se
aos titulares de unidades administrativas organizadas II - a parcela de remuneração diária, proporcional
em nível de assessoria. aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as
concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas,
Título III salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês
subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela
Dos Direitos e Vantagens chefia imediata. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Capítulo I
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes
Do Vencimento e da Remuneração de caso fortuito ou de força maior poderão ser
compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária consideradas como efetivo exercício. (Incluído pela Lei
pelo exercício de cargo público, com valor fixado em nº 9.527, de 10.12.97)
lei.
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração
efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias ou provento. (Vide Decreto nº 1.502, de
permanentes estabelecidas em lei. 1995) (Vide Decreto nº 1.903, de 1996) (Vide
Decreto nº 2.065, de 1996)
§ 1o A remuneração do servidor investido em (Regulamento) (Regulamento)
função ou cargo em comissão será paga na forma
prevista no art. 62. § 1o Mediante autorização do servidor, poderá
haver consignação em folha de pagamento em favor de
§ 2o O servidor investido em cargo em comissão terceiros, a critério da administração e com reposição
de órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá de custos, na forma definida em
a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1o do regulamento. (Redação dada pela Lei nº 13.172, de
art. 93. 2015)

§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das § 2o O total de consignações facultativas de que


vantagens de caráter permanente, é irredutível. trata o § 1o não excederá a 35% (trinta e cinco por
cento) da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por
§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos cento) reservados exclusivamente para: (Redação dada
para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do pela Lei nº 13.172, de 2015)
mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes,
ressalvadas as vantagens de caráter individual e as I - a amortização de despesas contraídas por meio
relativas à natureza ou ao local de trabalho. de cartão de crédito; ou (Incluído pela Lei nº 13.172,
de 2015)
§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração
inferior ao salário mínimo. (Incluído pela Lei nº II - a utilização com a finalidade de saque por meio
11.784, de 2008 do cartão de crédito. (Incluído pela Lei nº 13.172, de
2015)
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber,
mensalmente, a título de remuneração, importância Art. 46. As reposições e indenizações ao erário,
superior à soma dos valores percebidos como atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente
remuneração, em espécie, a qualquer título, no âmbito comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao
dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por pensionista, para pagamento, no prazo máximo de
membros do Congresso Nacional e Ministros do trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do
Supremo Tribunal Federal. interessado. (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001)
36
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser Seção I
inferior ao correspondente a dez por cento da
remuneração, provento ou pensão. (Redação dada pela Das Indenizações
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
§ 2o Quando o pagamento indevido houver
ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, I - ajuda de custo;
a reposição será feita imediatamente, em uma única
parcela. (Redação dada pela Medida Provisória nº II - diárias;
2.225-45, de 4.9.2001)
III - transporte.
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em
decorrência de cumprimento a decisão liminar, a tutela IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355,
antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou de 2006)
rescindida, serão eles atualizados até a data da
reposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas
2.225-45, de 4.9.2001)
nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições
para a sua concessão, serão estabelecidos em
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de
for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria 2006)
ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta
dias para quitar o débito. (Redação dada pela Medida
Subseção I
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Da Ajuda de Custo
Parágrafo único. A não quitação do débito no
prazo previsto implicará sua inscrição em dívida
ativa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225- Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar
45, de 4.9.2001) as despesas de instalação do servidor que, no interesse
do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com
mudança de domicílio em caráter permanente, vedado
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o
o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo,
provento não serão objeto de arresto, seqüestro ou
no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha
penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos
também a condição de servidor, vier a ter exercício na
resultante de decisão judicial.
mesma sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Capítulo II
§ 1o Correm por conta da administração as
Das Vantagens despesas de transporte do servidor e de sua família,
compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas
ao servidor as seguintes vantagens: § 2o À família do servidor que falecer na nova
sede são assegurados ajuda de custo e transporte para a
I - indenizações; localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano,
contado do óbito.
II - gratificações;
§ 3o Não será concedida ajuda de custo nas
III - adicionais. hipóteses de remoção previstas nos incisos II e III do
parágrafo único do art. 36. (Incluído pela Lei nº 12.998,
§ 1o As indenizações não se incorporam ao de 2014)
vencimento ou provento para qualquer efeito.
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam- remuneração do servidor, conforme se dispuser em
se ao vencimento ou provento, nos casos e condições regulamento, não podendo exceder a importância
indicados em lei. correspondente a 3 (três) meses.

Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao
computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em
de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, virtude de mandato eletivo.
sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
37
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele Da Indenização de Transporte
que, não sendo servidor da União, for nomeado para
cargo em comissão, com mudança de domicílio. Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte
ao servidor que realizar despesas com a utilização de
Parágrafo único. No afastamento previsto no meio próprio de locomoção para a execução de
inciso I do art. 93, a ajuda de custo será paga pelo serviços externos, por força das atribuições próprias do
órgão cessionário, quando cabível. cargo, conforme se dispuser em regulamento.

Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a Subseção IV


ajuda de custo quando, injustificadamente, não se
apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias. Do Auxílio-Moradia

Subseção II
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no
Das Diárias ressarcimento das despesas comprovadamente
realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da com meio de hospedagem administrado por empresa
sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da
do território nacional ou para o exterior, fará jus a despesa pelo servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de
passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas 2006)
de despesas extraordinária com pousada, alimentação e
locomoção urbana, conforme dispuser em Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de servidor se atendidos os seguintes requisitos: (Incluído
10.12.97) pela Lei nº 11.355, de 2006)

§ 1o A diária será concedida por dia de I - não exista imóvel funcional disponível para uso
afastamento, sendo devida pela metade quando o pelo servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou
quando a União custear, por meio diverso, as despesas II - o cônjuge ou companheiro do servidor não
extraordinárias cobertas por diárias.(Redação dada pela ocupe imóvel funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355,
Lei nº 9.527, de 10.12.97) de 2006)

§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro
constituir exigência permanente do cargo, o servidor não seja ou tenha sido proprietário, promitente
não fará jus a diárias. comprador, cessionário ou promitente cessionário de
imóvel no Município aonde for exercer o cargo,
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de
se deslocar dentro da mesma região metropolitana, construção, nos doze meses que antecederem a sua
aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por nomeação; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em
áreas de controle integrado mantidas com países IV - nenhuma outra pessoa que resida com o
limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, servidor receba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº
entidades e servidores brasileiros considera-se 11.355, de 2006)
estendida, salvo se houver pernoite fora da sede,
hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as V - o servidor tenha se mudado do local de
fixadas para os afastamentos dentro do território residência para ocupar cargo em comissão ou função de
nacional. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) confiança do Grupo-Direção e Assessoramento
Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se Especial, de Ministro de Estado ou
afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a equivalentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.
VI - o Município no qual assuma o cargo em
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor comissão ou função de confiança não se enquadre nas
retornar à sede em prazo menor do que o previsto para hipóteses do art. 58, § 3o, em relação ao local de
o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em residência ou domicílio do servidor; (Incluído pela Lei
excesso, no prazo previsto no caput. nº 11.355, de 2006)

Subseção III VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou


tenha residido no Município, nos últimos doze meses,
38
aonde for exercer o cargo em comissão ou função de V - adicional pela prestação de serviço
confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta extraordinário;
dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº
11.355, de 2006) VI - adicional noturno;

VIII - o deslocamento não tenha sido por força de VII - adicional de férias;
alteração de lotação ou nomeação para cargo
efetivo. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do
trabalho.
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de
junho de 2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007) IX - gratificação por encargo de curso ou
concurso. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será
considerado o prazo no qual o servidor estava
ocupando outro cargo em comissão relacionado no
inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é Subseção I


limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do
cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Da Retribuição pelo Exercício de Função de
Ministro de Estado ocupado. (Incluído pela Lei nº Direção, Chefia e Assessoramento
11.784, de 2008

§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá


Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo
superar 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração
investido em função de direção, chefia ou
de Ministro de Estado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou
2008
de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu
exercício.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de
§ 2o Independentemente do valor do cargo em 10.12.97)
comissão ou função comissionada, fica garantido a
todos os que preencherem os requisitos o ressarcimento
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a
até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais).
remuneração dos cargos em comissão de que trata o
(Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
inciso II do art. 9o. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração,
colocação de imóvel funcional à disposição do servidor
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem
ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará
Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI a
sendo pago por um mês. (Incluído pela Lei nº 11.355,
incorporação da retribuição pelo exercício de função de
de 2006)
direção, chefia ou assessoramento, cargo de
provimento em comissão ou de Natureza Especial a
Seção II que se referem os arts. 3º e 10 da Lei no 8.911, de 11 de
julho de 1994, e o art. 3o da Lei no 9.624, de 2 de abril
Das Gratificações e Adicionais de 1998. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de 4.9.2001)
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens
previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as Parágrafo único. A VPNI de que trata
seguintes retribuições, gratificações e o caput deste artigo somente estará sujeita às revisões
adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de gerais de remuneração dos servidores públicos
10.12.97) federais. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de 4.9.2001)
I - retribuição pelo exercício de função de direção,
chefia e assessoramento; (Redação dada pela Lei nº Subseção II
9.527, de 10.12.97)
Da Gratificação Natalina
II - gratificação natalina;

IV - adicional pelo exercício de atividades


insalubres, perigosas ou penosas;
39
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a periculosidade, serão observadas as situações
1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor estabelecidas em legislação específica.
fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no
respectivo ano. Art. 71. O adicional de atividade penosa será
devido aos servidores em exercício em zonas de
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 fronteira ou em localidades cujas condições de vida o
(quinze) dias será considerada como mês integral. justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em
regulamento.
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20
(vinte) do mês de dezembro de cada ano. Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que
operam com Raios X ou substâncias radioativas serão
Parágrafo único. (VETADO). mantidos sob controle permanente, de modo que as
doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua máximo previsto na legislação própria.
gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de
exercício, calculada sobre a remuneração do mês da Parágrafo único. Os servidores a que se refere
exoneração. este artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6
(seis) meses.
Art. 66. A gratificação natalina não será
considerada para cálculo de qualquer vantagem Subseção V
pecuniária.
Do Adicional por Serviço Extraordinário
Subseção III
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado
Do Adicional por Tempo de Serviço com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em
relação à hora normal de trabalho.
Subseção IV
Art. 74. Somente será permitido serviço
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou extraordinário para atender a situações excepcionais e
Atividades Penosas temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas)
horas por jornada.
Art. 68. Os servidores que trabalhem com
habitualidade em locais insalubres ou em contato Subseção VI
permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou
com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o Do Adicional Noturno
vencimento do cargo efetivo.
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário
§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e
insalubridade e de periculosidade deverá optar por um 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora
deles. acrescido de 25% (vinte e cinco por cento),
computando-se cada hora como cinqüenta e dois
§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou minutos e trinta segundos.
periculosidade cessa com a eliminação das condições
ou dos riscos que deram causa a sua concessão. Parágrafo único. Em se tratando de serviço
extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.
de servidores em operações ou locais considerados
penosos, insalubres ou perigosos. Subseção VII

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante Do Adicional de Férias


será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação,
das operações e locais previstos neste artigo, exercendo Art. 76. Independentemente de solicitação, será
suas atividades em local salubre e em serviço não pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional
penoso e não perigoso. correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do
período das férias.
Art. 70. Na concessão dos adicionais de
atividades penosas, de insalubridade e de Parágrafo único. No caso de o servidor exercer
função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar
40
cargo em comissão, a respectiva vantagem será a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em
considerada no cálculo do adicional de que trata este se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do
artigo. caput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501,
de 2007)
Subseção VIII
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em
Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do
caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501,
de 2007)
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou
Concurso é devida ao servidor que, em caráter § 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou
eventual: Concurso somente será paga se as atividades referidas
nos incisos do caput deste artigo forem exercidas sem
I - atuar como instrutor em curso de formação, de prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for
desenvolvimento ou de treinamento regularmente titular, devendo ser objeto de compensação de carga
instituído no âmbito da administração pública horária quando desempenhadas durante a jornada de
federal; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) trabalho, na forma do § 4o do art. 98 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
II - participar de banca examinadora ou de comissão
para exames orais, para análise curricular, para § 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou
correção de provas discursivas, para elaboração de Concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do
questões de provas ou para julgamento de recursos servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada
intentados por candidatos; (Incluído pela Lei nº 11.314 como base de cálculo para quaisquer outras vantagens,
de 2006) inclusive para fins de cálculo dos proventos da
aposentadoria e das pensões. (Incluído pela Lei nº
III - participar da logística de preparação e de 11.314 de 2006)
realização de concurso público envolvendo atividades
de planejamento, coordenação, supervisão, execução e Capítulo III
avaliação de resultado, quando tais atividades não
estiverem incluídas entre as suas atribuições Das Férias
permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de
provas de exame vestibular ou de concurso público ou dois períodos, no caso de necessidade do serviço,
supervisionar essas atividades. (Incluído pela Lei nº ressalvadas as hipóteses em que haja legislação
11.314 de 2006) específica.(Redação dada pela Lei nº 9.525, de
10.12.97) (Férias de Ministro - Vide)
§ 1o Os critérios de concessão e os limites da
gratificação de que trata este artigo serão fixados em § 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias
regulamento, observados os seguintes serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
parâmetros: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer
I - o valor da gratificação será calculado em horas, falta ao serviço.
observadas a natureza e a complexidade da atividade
exercida; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) § 3o As férias poderão ser parceladas em até três
etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no
II - a retribuição não poderá ser superior ao interesse da administração pública. (Incluído pela Lei
equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho nº 9.525, de 10.12.97)
anuais, ressalvada situação de excepcionalidade,
devidamente justificada e previamente aprovada pela Art. 78. O pagamento da remuneração das férias
autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do
autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas respectivo período, observando-se o disposto no
de trabalho anuais; (Incluído pela Lei nº 11.314 de § 1o deste artigo. (Férias de Ministro - Vide)
2006)

III - o valor máximo da hora trabalhada


corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes
sobre o maior vencimento básico da administração
pública federal: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
41
§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou VI - para tratar de interesses particulares;
em comissão, perceberá indenização relativa ao
período das férias a que tiver direito e ao incompleto, VII - para desempenho de mandato classista.
na proporção de um doze avos por mês de efetivo
exercício, ou fração superior a quatorze dias. (Incluído § 1o A licença prevista no inciso I do caput deste
pela Lei nº 8.216, de 13.8.91) artigo bem como cada uma de suas prorrogações serão
precedidas de exame por perícia médica oficial,
§ 4o A indenização será calculada com base na observado o disposto no art. 204 desta Lei. (Redação
remuneração do mês em que for publicado o ato dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
exoneratório. (Incluído pela Lei nº 8.216, de 13.8.91)
§ 3o É vedado o exercício de atividade
o
§ 5 Em caso de parcelamento, o servidor remunerada durante o período da licença prevista no
receberá o valor adicional previsto no inciso XVII do inciso I deste artigo.
art. 7o da Constituição Federal quando da utilização do
primeiro período. (Incluído pela Lei nº 9.525, de Art. 82. A licença concedida dentro de 60
10.12.97) (sessenta) dias do término de outra da mesma espécie
será considerada como prorrogação.
Art. 79. O servidor que opera direta e
permanentemente com Raios X ou substâncias Seção II
radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de
férias, por semestre de atividade profissional, proibida Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da
em qualquer hipótese a acumulação. Família

Art. 80. As férias somente poderão ser Art. 83. Poderá ser concedida licença ao
interrompidas por motivo de calamidade pública, servidor por motivo de doença do cônjuge ou
comoção interna, convocação para júri, serviço militar companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou
ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas
pela autoridade máxima do órgão ou entidade.(Redação expensas e conste do seu assentamento funcional,
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Férias de mediante comprovação por perícia médica
Ministro - Vide) oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)

Parágrafo único. O restante do período § 1o A licença somente será deferida se a


interrompido será gozado de uma só vez, observado o assistência direta do servidor for indispensável e não
disposto no art. 77. (Incluído pela Lei nº 9.527, de puder ser prestada simultaneamente com o exercício do
10.12.97) cargo ou mediante compensação de horário, na forma
do disposto no inciso II do art. 44. (Redação dada pela
Capítulo IV Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Das Licenças § 2o A licença de que trata o caput, incluídas as


prorrogações, poderá ser concedida a cada período de
Seção I doze meses nas seguintes condições: (Redação dada
pela Lei nº 12.269, de 2010)
Disposições Gerais
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: não, mantida a remuneração do servidor; e (Incluído
pela Lei nº 12.269, de 2010)
I - por motivo de doença em pessoa da família;
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou não, sem remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269,
companheiro; de 2010)

III - para o serviço militar; § 3o O início do interstício de 12 (doze) meses


será contado a partir da data do deferimento da
IV - para atividade política; primeira licença concedida. (Incluído pela Lei nº
12.269, de 2010)
V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97) § 4o A soma das licenças remuneradas e das
licenças não remuneradas, incluídas as respectivas
prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12
42
(doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá § 2o A partir do registro da candidatura e até o
ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à
§ 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo,
somente pelo período de três meses. (Redação dada
Seção III pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge Seção VI

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor Da Licença para Capacitação
para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi
deslocado para outro ponto do território nacional, para
o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo
Poderes Executivo e Legislativo. exercício, o servidor poderá, no interesse da
Administração, afastar-se do exercício do cargo
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem efetivo, com a respectiva remuneração, por até três
remuneração. meses, para participar de curso de capacitação
profissional. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge 10.12.97)
ou companheiro também seja servidor público, civil ou
militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, Parágrafo único. Os períodos de licença de que
do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver trata o caput não são acumuláveis.(Redação dada pela
exercício provisório em órgão ou entidade da Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Administração Federal direta, autárquica ou
fundacional, desde que para o exercício de atividade Seção VII
compatível com o seu cargo. (Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97) Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

Seção IV Art. 91. A critério da Administração,


poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo
Da Licença para o Serviço Militar efetivo, desde que não esteja em estágio probatório,
licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço de até três anos consecutivos, sem
militar será concedida licença, na forma e condições remuneração. (Redação dada pela Medida Provisória nº
previstas na legislação específica. 2.225-45, de 4.9.2001)

Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o Parágrafo único. A licença poderá ser
servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor
reassumir o exercício do cargo. ou no interesse do serviço. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Seção V
Seção VIII
Da Licença para Atividade Política
Da Licença para o Desempenho de Mandato
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem Classista
remuneração, durante o período que mediar entre a sua
escolha em convenção partidária, como candidato a Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à
cargo eletivo, e a véspera do registro de sua licença sem remuneração para o desempenho de
candidatura perante a Justiça Eleitoral. mandato em confederação, federação, associação de
classe de âmbito nacional, sindicato representativo da
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
localidade onde desempenha suas funções e que exerça ainda, para participar de gerência ou administração em
cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação sociedade cooperativa constituída por servidores
ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia públicos para prestar serviços a seus membros,
imediato ao do registro de sua candidatura perante a observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art.
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e
pleito. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) observados os seguintes limites: (Redação dada pela
Lei nº 11.094, de 2005)
43
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de
associados, 2 (dois) servidores; (Redação dada pela Lei origem. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)
nº 12.998, de 2014)
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a publicada no Diário Oficial da União. (Redação dada
30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro) pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) da República, o servidor do Poder Executivo poderá ter
associados, 8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei exercício em outro órgão da Administração Federal
nº 12.998, de 2014) direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para
fim determinado e a prazo certo. (Incluído pela Lei nº
§ 1o Somente poderão ser licenciados os servidores 8.270, de 17.12.91)
eleitos para cargos de direção ou de representação nas
referidas entidades, desde que cadastradas no órgão § 5º Aplica-se à União, em se tratando de
competente. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de empregado ou servidor por ela requisitado, as
2014) disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo. (Redação dada
pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)
§ 2o A licença terá duração igual à do mandato,
podendo ser renovada, no caso de reeleição. (Redação § 6º As cessões de empregados de empresa
dada pela Lei nº 12.998, de 2014) pública ou de sociedade de economia mista, que receba
recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou
Capítulo V parcial da sua folha de pagamento de pessoal,
independem das disposições contidas nos incisos I e II
Dos Afastamentos e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do
empregado cedido condicionado a autorização
Seção I específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº
Entidade 10.470, de 25.6.2002)

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter § 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e
exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da Gestão, com a finalidade de promover a composição da
União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos força de trabalho dos órgãos e entidades da
Municípios, nas seguintes hipóteses: (Redação dada Administração Pública Federal, poderá determinar a
pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento) (Vide lotação ou o exercício de empregado ou servidor,
Decreto nº 4.493, de 3.12.2002) (Regulamento) independentemente da observância do constante no
inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei
nº 10.470, de 25.6.2002) (Vide Decreto nº 5.375, de
I - para exercício de cargo em comissão ou função
2005)
de confiança; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de
17.12.91)
Seção II
II - em casos previstos em leis específicas.
(Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo
órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou aplicam-se as seguintes disposições:
dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão
ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente I - tratando-se de mandato federal, estadual ou
nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de distrital, ficará afastado do cargo;
17.12.91)
II - investido no mandato de Prefeito, será
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
pública ou sociedade de economia mista, nos termos remuneração;
das respectivas normas, optar pela remuneração do
cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo III - investido no mandato de vereador:
acrescida de percentual da retribuição do cargo em
comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso
44
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá exercício do cargo efetivo, com a respectiva
as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração, para participar em programa de pós-
remuneração do cargo eletivo; graduação stricto sensu em instituição de ensino
superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
b) não havendo compatibilidade de horário, será
afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua § 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou
remuneração. entidade definirá, em conformidade com a legislação
vigente, os programas de capacitação e os critérios para
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor participação em programas de pós-graduação no País,
contribuirá para a seguridade social como se em com ou sem afastamento do servidor, que serão
exercício estivesse. avaliados por um comitê constituído para este
fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou
classista não poderá ser removido ou redistribuído de § 2o Os afastamentos para realização de programas
ofício para localidade diversa daquela onde exerce o de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
mandato. servidores titulares de cargos efetivos no respectivo
órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para
Seção III mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o
período de estágio probatório, que não tenham se
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior afastado por licença para tratar de assuntos particulares
para gozo de licença capacitação ou com fundamento
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da
para estudo ou missão oficial, sem autorização do solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei nº
Presidente da República, Presidente dos Órgãos do 11.907, de 2009)
Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal
Federal. § 3o Os afastamentos para realização de programas
de pós-doutorado somente serão concedidos aos
§ 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e servidores titulares de cargos efetivo no respectivo
finda a missão ou estudo, somente decorrido igual órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído
período, será permitida nova ausência. o período de estágio probatório, e que não tenham se
afastado por licença para tratar de assuntos particulares
ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos
§ 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste
anteriores à data da solicitação de afastamento.
artigo não será concedida exoneração ou licença para
(Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
tratar de interesse particular antes de decorrido período
igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de
ressarcimento da despesa havida com seu afastamento. § 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos
previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que
permanecer no exercício de suas funções após o seu
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos
retorno por um período igual ao do afastamento
servidores da carreira diplomática.
concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 4o As hipóteses, condições e formas para a
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração
autorização de que trata este artigo, inclusive no que se
do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o
refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas
período de permanência previsto no § 4 o deste artigo,
em regulamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art.
10.12.97)
47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990 , dos
gastos com seu aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em 11.907, de 2009)
organismo internacional de que o Brasil participe ou
com o qual coopere dar-se-á com perda total da
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau
remuneração. (Vide Decreto nº 3.456, de 2000)
que justificou seu afastamento no período previsto,
aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na
Seção IV hipótese comprovada de força maior ou de caso
Do Afastamento para Participação em Programa fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou
de Pós-Graduação Stricto Sensu no País entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da


Administração, e desde que a participação não possa
ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou
mediante compensação de horário, afastar-se do
45
§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós- Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede
graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 no interesse da administração é assegurada, na
desta Lei, o disposto nos §§ 1 o a 6o deste localidade da nova residência ou na mais próxima,
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) matrícula em instituição de ensino congênere, em
qualquer época, independentemente de vaga.
Capítulo VI
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-
Das Concessões se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados
do servidor que vivam na sua companhia, bem como
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.
servidor ausentar-se do serviço:
Do Direito de Petição
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de
II - pelo período comprovadamente necessário para requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em interesse legítimo.
qualquer caso, a 2 (dois) dias; (Redação dada pela Lei
nº 12.998, de 2014) Art. 105. O requerimento será dirigido à
autoridade competente para decidi-lo e encaminhado
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : por intermédio daquela a que estiver imediatamente
subordinado o requerente.
a) casamento;
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, autoridade que houver expedido o ato ou proferido a
madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob primeira decisão, não podendo ser renovado. (Vide Lei
guarda ou tutela e irmãos. nº 12.300, de 2010)

Art. 98. Será concedido horário especial ao Parágrafo único. O requerimento e o pedido de
servidor estudante, quando comprovada a reconsideração de que tratam os artigos anteriores
incompatibilidade entre o horário escolar e o da deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e
repartição, sem prejuízo do exercício do cargo. decididos dentro de 30 (trinta) dias.

§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de
exigida a compensação de horário no órgão ou entidade 2010)
que tiver exercício, respeitada a duração semanal do
trabalho. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
9.527, de 10.12.97)
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente
o
§ 2 Também será concedido horário especial ao interpostos.
servidor portador de deficiência, quando comprovada a
necessidade por junta médica oficial, § 1o O recurso será dirigido à autoridade
independentemente de compensação de imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou
horário. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala
ascendente, às demais autoridades.
§ 3o As disposições do parágrafo anterior são
extensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou § 2o O recurso será encaminhado por intermédio
dependente portador de deficiência física, exigindo-se, da autoridade a que estiver imediatamente subordinado
porém, neste caso, compensação de horário na forma o requerente.
do inciso II do art. 44. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) Art. 108. O prazo para interposição de pedido de
reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a
§ 4o Será igualmente concedido horário especial, contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da
vinculado à compensação de horário a ser efetivada no decisão recorrida. (Vide Lei nº 12.300, de 2010)
prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe
atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76- Art. 109. O recurso poderá ser recebido com
A desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.
2007)
46
Parágrafo único. Em caso de provimento do a) ao público em geral, prestando as informações
pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
decisão retroagirão à data do ato impugnado.
b) à expedição de certidões requeridas para defesa
Art. 110. O direito de requerer prescreve: de direito ou esclarecimento de situações de interesse
pessoal;
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão
e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes
das relações de trabalho; VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
em razão do cargo ao conhecimento da autoridade
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, superior ou, quando houver suspeita de envolvimento
salvo quando outro prazo for fixado em lei. desta, ao conhecimento de outra autoridade competente
para apuração; (Redação dada pela Lei nº 12.527, de
Parágrafo único. O prazo de prescrição será 2011)
contado da data da publicação do ato impugnado ou da
data da ciência pelo interessado, quando o ato não for VII - zelar pela economia do material e a
publicado. conservação do patrimônio público;

Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
quando cabíveis, interrompem a prescrição.
IX - manter conduta compatível com a moralidade
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não administrativa;
podendo ser relevada pela administração.
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é
assegurada vista do processo ou documento, na XI - tratar com urbanidade as pessoas;
repartição, ao servidor ou a procurador por ele
constituído. XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
abuso de poder.
Art. 114. A administração deverá rever seus atos,
a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade. Parágrafo único. A representação de que trata o
inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual
estabelecidos neste Capítulo, salvo motivo de força é formulada, assegurando-se ao representando ampla
maior. defesa.

Título IV Capítulo II

Do Regime Disciplinar Das Proibições

Capítulo I Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida


Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Dos Deveres
I - ausentar-se do serviço durante o expediente,
Art. 116. São deveres do servidor: sem prévia autorização do chefe imediato;

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do II - retirar, sem prévia anuência da autoridade
cargo; competente, qualquer documento ou objeto da
repartição;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - recusar fé a documentos públicos;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - opor resistência injustificada ao andamento
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando de documento e processo ou execução de serviço;
manifestamente ilegais;
V - promover manifestação de apreço ou
V - atender com presteza: desapreço no recinto da repartição;
47
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora I - participação nos conselhos de administração e
dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição fiscal de empresas ou entidades em que a União
que seja de sua responsabilidade ou de seu detenha, direta ou indiretamente, participação no
subordinado; capital social ou em sociedade cooperativa constituída
para prestar serviços a seus membros; e (Incluído pela
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de Lei nº 11.784, de 2008
filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a
partido político; II - gozo de licença para o trato de interesses
particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo legislação sobre conflito de interesses. (Incluído pela
ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou Lei nº 11.784, de 2008
parente até o segundo grau civil;
Capítulo III
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
ou de outrem, em detrimento da dignidade da função Da Acumulação
pública;
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na
X - participar de gerência ou administração de Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
sociedade privada, personificada ou não personificada, cargos públicos.
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,
cotista ou comanditário; (Redação dada pela Lei nº § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos,
11.784, de 2008 empregos e funções em autarquias, fundações públicas,
empresas públicas, sociedades de economia mista da
XI - atuar, como procurador ou intermediário, União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios
junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de e dos Municípios.
benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes
até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; § 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita,
fica condicionada à comprovação da compatibilidade
XII - receber propina, comissão, presente ou de horários.
vantagem de qualquer espécie, em razão de suas
atribuições; § 3o Considera-se acumulação proibida a
percepção de vencimento de cargo ou emprego público
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os
estado estrangeiro; cargos de que decorram essas remunerações forem
acumuláveis na atividade. (Incluído pela Lei nº 9.527,
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; de 10.12.97)

XV - proceder de forma desidiosa; Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de
um cargo em comissão, exceto no caso previsto no
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela
repartição em serviços ou atividades particulares; participação em órgão de deliberação coletiva.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
XVII - cometer a outro servidor atribuições
estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
emergência e transitórias; aplica à remuneração devida pela participação em
conselhos de administração e fiscal das empresas
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam públicas e sociedades de economia mista, suas
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e subsidiárias e controladas, bem como quaisquer
com o horário de trabalho; empresas ou entidades em que a União, direta ou
indiretamente, detenha participação no capital social,
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais observado o que, a respeito, dispuser legislação
quando solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de específica. (Redação dada pela Medida Provisória nº
10.12.97) 2.225-45, de 4.9.2001)

Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta
X do caput deste artigo não se aplica nos seguintes Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos,
casos: (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 quando investido em cargo de provimento em
comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos,
salvo na hipótese em que houver compatibilidade de
48
horário e local com o exercício de um deles, declarada Das Penalidades
pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades
envolvidos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de Art. 127. São penalidades disciplinares:
10.12.97)
I - advertência;
Capítulo IV
II - suspensão;
Das Responsabilidades
III - demissão;
Art. 121. O servidor responde civil, penal e
administrativamente pelo exercício irregular de suas IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
atribuições.
V - destituição de cargo em comissão;
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte VI - destituição de função comissionada.
em prejuízo ao erário ou a terceiros.
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão
§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente consideradas a natureza e a gravidade da infração
causado ao erário somente será liquidada na forma cometida, os danos que dela provierem para o serviço
prevista no art. 46, na falta de outros bens que público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
assegurem a execução do débito pela via judicial. antecedentes funcionais.

§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, Parágrafo único. O ato de imposição da


responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a
ação regressiva. causa da sanção disciplinar. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos
sucessores e contra eles será executada, até o limite do Art. 129. A advertência será aplicada por escrito,
valor da herança recebida. nos casos de violação de proibição constante do art.
117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os funcional previsto em lei, regulamentação ou norma
crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa interna, que não justifique imposição de penalidade
qualidade. mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa
resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de
desempenho do cargo ou função. reincidência das faltas punidas com advertência e de
violação das demais proibições que não tipifiquem
Art. 125. As sanções civis, penais e infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo
administrativas poderão cumular-se, sendo exceder de 90 (noventa) dias.
independentes entre si.
§ 1o Será punido com suspensão de até 15
Art. 126. A responsabilidade administrativa do (quinze) dias o servidor que, injustificadamente,
servidor será afastada no caso de absolvição criminal recusar-se a ser submetido a inspeção médica
que negue a existência do fato ou sua autoria. determinada pela autoridade competente, cessando os
efeitos da penalidade uma vez cumprida a
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser determinação.
responsabilizado civil, penal ou administrativamente
por dar ciência à autoridade superior ou, quando § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a
houver suspeita de envolvimento desta, a outra penalidade de suspensão poderá ser convertida em
autoridade competente para apuração de informação multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de
concernente à prática de crimes ou improbidade de que vencimento ou remuneração, ficando o servidor
tenha conhecimento, ainda que em decorrência do obrigado a permanecer em serviço.
exercício de cargo, emprego ou função
pública. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011) Art. 131. As penalidades de advertência e de
suspensão terão seus registros cancelados, após o
Capítulo V decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo
49
exercício, respectivamente, se o servidor não houver, e a materialidade da transgressão objeto da
nesse período, praticado nova infração disciplinar. apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. O cancelamento da penalidade II - instrução sumária, que compreende indiciação,


não surtirá efeitos retroativos. defesa e relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes
casos: III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
I - crime contra a administração pública;
§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I
II - abandono de cargo; dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a
materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou
III - inassiduidade habitual; funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos
órgãos ou entidades de vinculação, das datas de
IV - improbidade administrativa; ingresso, do horário de trabalho e do correspondente
regime jurídico. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
V - incontinência pública e conduta escandalosa, 10.12.97)
na repartição;
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a
VI - insubordinação grave em serviço; publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação
em que serão transcritas as informações de que trata o
parágrafo anterior, bem como promoverá a citação
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a
pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua
particular, salvo em legítima defesa própria ou de
chefia imediata, para, no prazo de cinco dias,
outrem;
apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do
processo na repartição, observado o disposto nos arts.
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em
razão do cargo; § 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará
relatório conclusivo quanto à inocência ou à
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças
patrimônio nacional; principais dos autos, opinará sobre a licitude da
acumulação em exame, indicará o respectivo
XI - corrupção; dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade
instauradora, para julgamento. (Incluído pela Lei nº
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou 9.527, de 10.12.97)
funções públicas;
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. recebimento do processo, a autoridade julgadora
117. proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o
caso, o disposto no § 3o do art. 167. (Incluído pela
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a Lei nº 9.527, de 10.12.97)
acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 § 5o A opção pelo servidor até o último dia de
notificará o servidor, por intermédio de sua chefia prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em
imediata, para apresentar opção no prazo que se converterá automaticamente em pedido de
improrrogável de dez dias, contados da data da ciência exoneração do outro cargo. (Incluído pela Lei nº
e, na hipótese de omissão, adotará procedimento 9.527, de 10.12.97)
sumário para a sua apuração e regularização imediata,
cujo processo administrativo disciplinar se § 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada
desenvolverá nas seguintes fases: (Redação dada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cassação de aposentadoria ou disponibilidade em
relação aos cargos, empregos ou funções públicas em
I - instauração, com a publicação do ato que regime de acumulação ilegal, hipótese em que os
constituir a comissão, a ser composta por dois órgãos ou entidades de vinculação serão
servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
50
§ 7o O prazo para a conclusão do processo I - a indicação da materialidade dar-se-
administrativo disciplinar submetido ao rito sumário á: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
não excederá trinta dias, contados da data de
publicação do ato que constituir a comissão, admitida a a) na hipótese de abandono de cargo, pela
sua prorrogação por até quinze dias, quando as indicação precisa do período de ausência intencional do
circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei nº servidor ao serviço superior a trinta dias; (Incluído
9.527, de 10.12.97) pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas b) no caso de inassiduidade habitual, pela


disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for indicação dos dias de falta ao serviço sem causa
aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos justificada, por período igual ou superior a sessenta
IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.527, de dias interpoladamente, durante o período de doze
10.12.97) meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a II - após a apresentação da defesa a comissão


disponibilidade do inativo que houver praticado, na elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à
atividade, falta punível com a demissão. responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças
principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo
Art. 135. A destituição de cargo em comissão legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre
exercido por não ocupante de cargo efetivo será a intencionalidade da ausência ao serviço superior a
aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de trinta dias e remeterá o processo à autoridade
suspensão e de demissão. instauradora para julgamento. (Incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que
trata este artigo, a exoneração efetuada nos termos do Art. 141. As penalidades disciplinares serão
art. 35 será convertida em destituição de cargo em aplicadas:
comissão.
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
em comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando
art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou
ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo
cabível. Poder, órgão, ou entidade;

Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo II - pelas autoridades administrativas de hierarquia


em comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso
XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura anterior quando se tratar de suspensão superior a 30
em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. (trinta) dias;

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço III - pelo chefe da repartição e outras autoridades
público federal o servidor que for demitido ou na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos,
destituído do cargo em comissão por infringência do nos casos de advertência ou de suspensão de até 30
art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. (trinta) dias;

Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência IV - pela autoridade que houver feito a nomeação,
intencional do servidor ao serviço por mais de trinta quando se tratar de destituição de cargo em comissão.
dias consecutivos.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a
falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis
dias, interpoladamente, durante o período de doze com demissão, cassação de aposentadoria ou
meses. disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;


inassiduidade habitual, também será adotado o
procedimento sumário a que se refere o art. 133, III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à
observando-se especialmente que: (Redação dada advertência.
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
51
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da III - objetividade no atendimento do interesse
data em que o fato se tornou conhecido. público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades;
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas IV - atuação segundo padrões éticos de probidade,
também como crime. decoro e boa-fé;

§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de V - divulgação oficial dos atos administrativos,


processo disciplinar interrompe a prescrição, até a ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
decisão final proferida por autoridade competente. Constituição;

§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo VI - adequação entre meios e fins, vedada a


começará a correr a partir do dia em que cessar a imposição de obrigações, restrições e sanções em
interrupção. medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público;

LEI Nº 9.784/99: VII - indicação dos pressupostos de fato e de


direito que determinarem a decisão;

CAPÍTULO I VIII – observância das formalidades essenciais à


DAS DISPOSIÇÕES GERAIS garantia dos direitos dos administrados;

Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o IX - adoção de formas simples, suficientes para
processo administrativo no âmbito da Administração propiciar adequado grau de certeza, segurança e
Federal direta e indireta, visando, em especial, à respeito aos direitos dos administrados;
proteção dos direitos dos administrados e ao melhor
cumprimento dos fins da Administração. X - garantia dos direitos à comunicação, à
apresentação de alegações finais, à produção de provas
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos e à interposição de recursos, nos processos de que
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, possam resultar sanções e nas situações de litígio;
quando no desempenho de função administrativa.
XI - proibição de cobrança de despesas
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: processuais, ressalvadas as previstas em lei;

I - órgão - a unidade de atuação integrante da XII - impulsão, de ofício, do processo


estrutura da Administração direta e da estrutura da administrativo, sem prejuízo da atuação dos
Administração indireta; interessados;

II - entidade - a unidade de atuação dotada de XIII - interpretação da norma administrativa da


personalidade jurídica; forma que melhor garanta o atendimento do fim
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de
III - autoridade - o servidor ou agente público nova interpretação.
dotado de poder de decisão.
CAPÍTULO II
o
Art. 2 A Administração Pública obedecerá, dentre DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança perante a Administração, sem prejuízo de outros que
jurídica, interesse público e eficiência. lhe sejam assegurados:

Parágrafo único. Nos processos administrativos I - ser tratado com respeito pelas autoridades e
serão observados, entre outros, os critérios de: servidores, que deverão facilitar o exercício de seus
direitos e o cumprimento de suas obrigações;
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - ter ciência da tramitação dos processos
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a administrativos em que tenha a condição de
renúncia total ou parcial de poderes ou competências, interessado, ter vista dos autos, obter cópias de
salvo autorização em lei;
52
documentos neles contidos e conhecer as decisões emprego ou função nas entidades mencionadas no
proferidas; artigo anterior.

III - formular alegações e apresentar documentos Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no
antes da decisão, os quais serão objeto de consideração que couber, àquele que, mesmo não sendo agente
pelo órgão competente; público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por direta ou indireta.
advogado, salvo quando obrigatória a representação,
por força de lei. Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou
hierarquia são obrigados a velar pela estrita
CAPÍTULO III observância dos princípios de legalidade,
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
assuntos que lhe são afetos.
Art. 4o São deveres do administrado perante a
Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por
normativo: ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de
terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
I - expor os fatos conforme a verdade;
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou
valores acrescidos ao seu patrimônio.
III - não agir de modo temerário;
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão
IV - prestar as informações que lhe forem ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento
solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável
pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a
LEI 8.429/92 indisponibilidade dos bens do indiciado.

CAPÍTULO I Parágrafo único. A indisponibilidade a que se


Das Disposições Gerais refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o
acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por
ilícito.
qualquer agente público, servidor ou não, contra a
administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
empresa incorporada ao patrimônio público ou de sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja herança.
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por
cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos CAPÍTULO II
na forma desta lei. Dos Atos de Improbidade Administrativa

Parágrafo único. Estão também sujeitos às Seção I


penalidades desta lei os atos de improbidade praticados Dos Atos de Improbidade Administrativa que
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, Importam Enriquecimento Ilícito
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público bem como daquelas para cuja criação ou Art. 9° Constitui ato de improbidade
custeio o erário haja concorrido ou concorra com administrativa importando enriquecimento ilícito
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida
receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção em razão do exercício de cargo, mandato, função,
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a emprego ou atividade nas entidades mencionadas no
contribuição dos cofres públicos. art. 1° desta lei, e notadamente:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem
desta lei, todo aquele que exerce, ainda que móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra percentagem, gratificação ou presente de quem tenha
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
53
amparado por ação ou omissão decorrente das do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
atribuições do agente público; art. 1° desta lei;

II - perceber vantagem econômica, direta ou XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas,
indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior
ao valor de mercado; Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que
III - perceber vantagem econômica, direta ou Causam Prejuízo ao Erário
indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação
de bem público ou o fornecimento de serviço por ente Art. 10. Constitui ato de improbidade
estatal por preço inferior ao valor de mercado; administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação
ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
veículos, máquinas, equipamentos ou material de dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de no art. 1º desta lei, e notadamente:
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidores públicos, I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a
empregados ou terceiros contratados por essas incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física
entidades; ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades
V - receber vantagem econômica de qualquer mencionadas no art. 1º desta lei;
natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração
ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal integrantes do acervo patrimonial das entidades
vantagem; mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
VI - receber vantagem econômica de qualquer espécie;
natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa
sobre medição ou avaliação em obras públicas ou III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao
qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
medida, qualidade ou característica de mercadorias ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no
no art. 1º desta lei; art. 1º desta lei, sem observância das formalidades
legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício
de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à locação de bem integrante do patrimônio de qualquer
evolução do patrimônio ou à renda do agente público; das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer ao de mercado;
atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa
física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente locação de bem ou serviço por preço superior ao de
das atribuições do agente público, durante a atividade; mercado;

IX - perceber vantagem econômica para VI - realizar operação financeira sem observância


intermediar a liberação ou aplicação de verba pública das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
de qualquer natureza; insuficiente ou inidônea;

X - receber vantagem econômica de qualquer VII - conceder benefício administrativo ou fiscal


natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de sem a observância das formalidades legais ou
ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; regulamentares aplicáveis à espécie;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou
patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes dispensá-lo indevidamente; (Vide Lei nº 13.019, de
2014) (Vigência)
54
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas V - frustrar a licitude de concurso público;
não autorizadas em lei ou regulamento;
VI - deixar de prestar contas quando esteja
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo obrigado a fazê-lo;
ou renda, bem como no que diz respeito à conservação
do patrimônio público; VII - revelar ou permitir que chegue ao
conhecimento de terceiro, antes da respectiva
XI - liberar verba pública sem a estrita divulgação oficial, teor de medida política ou
observância das normas pertinentes ou influir de econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem
qualquer forma para a sua aplicação irregular; ou serviço.

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que VIII - XVI a XXI - (Vide Lei nº 13.019, de
terceiro se enriqueça ilicitamente; 2014) (Vigência)

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço IX - (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à Referências
disposição de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor MELLO, Celso Antonio Bandeira. Curso de Direito
público, empregados ou terceiros contratados por essas Administrativo. 14ª ed. São Paulo: Malheiros, 2002
entidades. MELLO, Celso Antonio Bandeira. Curso de Direito
Administrativo. 20ª ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que MEIRELLES, Hely Lopes, Direito Administrativo
tenha por objeto a prestação de serviços públicos por Brasileiro. 21ª Ed. São Paulo: Malheiros, 1996.
meio da gestão associada sem observar as formalidades
previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito
2005) Administrativo. 20ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007.

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio PELISSARI, Maria. Direito Administrativo. Texto


público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, publicado no site www.direitofacil.com,
ou sem observar as formalidades previstas na
lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) Apostila de direito administrativo do curso do
complexo Damásio de Jesus – 2007.
XVI a XXI - (Vide Lei nº 13.019, de
2014) (Vigência)

Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que
Atentam Contra os Princípios da Administração
Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade


administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que
viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou


regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente,


ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem


ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;


55
QUESTÕES PARA FIXAÇÃO DO CONTEÚDO:
1. Assinale a alternativa referente a órgãos ou D) organizações sociais e as sociedades de economia
entidades que NÃO integram a Administração mista.
Indireta: E) empresas públicas que exercem atividade econômica
A) Ministérios; Secretarias de Estado; e Secretarias e as sociedades de economia mista.
Municipais.
B) sociedades de economia mista; empresas públicas; e 6. Ato administrativo discricionário é aquele
autarquias. praticado
C) fundações instituídas pelo Poder Público; A) na ausência de autorização legal.
autarquias; e sociedade de economia mista. B) contrariamente à lei.
D) autarquias; sociedades de economia mista; e C) de acordo com motivos de conveniência e
consórcios públicos. oportunidade.
E) sociedades de economia mista; consórcios públicos; D) na estrita observância de dever legal, sem margem
e empresa pública. de escolha para o agente.
E) sem a observância de requisitos de forma previstos
2. Desconcentração administrativa é na lei.
A) terceirização de execução de serviços para empresas
permissionárias, com ou sem licitação. 7. Em relação às autarquias, é INCORRETO
B) atribuir a outrem poderes da Administração. afirmar que gozam de
C) delegação de execução de serviços para empresas A) ação regressiva contra seus servidores culpados por
concessionárias, mediante licitação. danos a terceiros.
D) repartição das funções entre os vários órgãos de B) prescrição quinquenal de suas dívidas passivas.
uma mesma administração. C) permissão, em qualquer caso, de acumulação de
E) descentralização das atividades públicas ou de cargos, empregos e funções para seus servidores.
utilidade pública. D) impenhorabilidade de seus bens e rendas.
E) prazo em quádruplo para contestar e em dobro para
3. No exercício da função, o funcionário público recorrer.
deve obedecer aos seguintes princípios
constitucionais, EXCETO: 8. Considere as assertivas:
a) da legalidade I. O Poder Disciplinar da Administração Pública e o
b) da publicidade Poder Punitivo do Estado se equivalem em substância e
c) da vitaliciedade fundamento, pois ambos abrangem infrações
d) da eficiência administrativas e penais, diferenciando-se apenas pelo
grau da sanção.
4. Com relação às entidades da Administração II. Poder Regulamentar é a faculdade de que dispõem
indireta, é certo que as os Chefes de Executivo de explicar a lei para sua
A) autarquias possuem capacidade de correta execução, ou de expedir decretos autônomos
autoadministração e são constituídas por capital sobre matéria de sua competência ainda não
público e privado. disciplinada por lei, sendo indelegável a qualquer
B) fundações são pessoas jurídicas de direito privado, subordinado.
destinadas à exploração de atividade econômica. III. Dentre os atributos específicos e peculiares ao
C) empresas públicas são pessoas jurídicas de direito exercício do Poder de Polícia Administrativa estão a
público criadas por lei específica e, quando prestadoras discricionariedade, a auto executoriedade e a
de serviços públicos, se submetem ao regime celetista. coercibilidade.
D) sociedades de economia mista são estruturadas sob IV. O Poder Hierárquico tem por finalidade a
a forma de sociedade anônima. coordenação das atividades administrativas, no âmbito
E) fundações públicas ou as empresas públicas poderão interno e externo da Administração Pública, decorrente
receber a qualificação de agência executiva, desde que da relação de subordinação vinculada entre os Poderes
celebrem contrato de gestão com o órgão da do Estado.
Administração direta. V. Em regra, o Poder Judiciário, embora possa sempre
proclamar as nulidades e coibir os abusos da
5. Nos termos da lei, são entidades integrantes da Administração, não pode invalidar opções
administração indireta, sempre com personalidade administrativas ou substituir critérios técnicos por
jurídica de direito privado as outros
A) autarquias e as empresas públicas que exercem que repute mais conveniente ou oportunos,
atividade econômica. desnaturando a valoração discricionária privativa da
B) empresas públicas prestadoras de serviços públicos Administração Pública.
e as organizações da sociedade civil de interesse É correto o que consta APENAS em
público. (A) IV e V.
C) autarquias e as fundações públicas. (B) II, III e V.
56
(C) II e III. D) significa que o administrador não precisa observar
(D) I, II e IV. os elementos e requisitos previstos na lei.
(E) I, III e V. E) é o que a lei confere à Administração para a prática
de atos de sua competência, determinando os elementos
9. Considere as entidades com as características e requisitos necessários à sua formalização.
abaixo:
I. serviço autônomo, criado por lei, com personalidade 13. Em razão do poder discricionário,
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar A) o administrador pode aplicar qualquer penalidade ao
atividades típicas das Administração Pública, que funcionário faltoso mesmo que não expressamente
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão prevista na Lei do Regime Jurídico dos Servidores da
administrativa e financeira descentralizada. União.
II. patrimônio ou conjunto de bens, personalizado e B) o administrador tem livre arbítrio para a prática do
afetado a um fim de utilidade pública, que dentre ato administrativo.
outros pode ser religioso, moral, científico ou político. C) a competência para a prática do ato administrativo é
III. dotada de personalidade jurídica de direito privado, automaticamente delegada para a autoridade
com patrimônio próprio e capital exclusivo, criada por subordinada.
lei para a exploração de atividade econômica que o D) o administrador tem liberdade de ação
Governo seja levado a exercer por força de administrativa dentro dos limites permitidos em lei.
contingência administrativa, podendo revestir-se de E) o ato administrativo deve sempre observar o
qualquer das formas admitidas em direito. conteúdo imposto pela lei que o autorizou.
Tais características, correspondem, respectivamente, às
A) fundações, autarquias e empresas públicas. 14. A respeito dos requisitos, ou elementos, do ato
B) empresas públicas, fundações e autarquias. administrativo, considere:
C) fundações, autarquias e empresas públicas. I. Competência é o poder legal conferido ao agente
D) autarquias, fundações, e empresas públicas. público para o desempenho específico das atribuições
(E) empresas públicas, fundações e autarquias. de seu cargo.
II. Delegação de competência é o ato pelo qual o
10. Quando se diz que a Administração não pode superior hierárquico traz para si o exercício temporário
atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas de parte da competência atribuída originariamente a um
determinadas, estamos diante do princípio da subordinado.
(A) especialidade. III. Motivo é a situação de direito ou de fato que
(B) legalidade ou veracidade. determina ou autoriza a realização do ato
(C) impessoalidade ou finalidade. administrativo.
(D) supremacia do interesse público. É correto o que se afirma em
(E) indisponibilidade. (A) I e II, apenas.
(B) I e III, apenas.
11. Princípio da eficiência na Administração (C) I, II e III.
Pública é o dever (D) II e III, apenas.
A) do administrador de indicar os fundamentos de fato (E) III, apenas.
e de direito de suas decisões.
B) que se impõe a todo agente público de realizar suas 15. Os poderes administrativos podem ser
atribuições com presteza, perfeição e rendimento caracterizados como o conjunto de prerrogativas de
funcional. direito público que a ordem jurídica confere aos
C) a que se impõe a Administração de atuar segundo seus agentes para o fim de permitir que o Estado
padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. alcance seus fins.
D) segundo o qual a Administração só pode agir A Administração Pública, ao apurar infrações e
segundo a lei, jamais contra ou além da lei. aplicar penalidades aos servidores públicos e demais
E) pelo qual se exige do administrador atendimento a pessoas com as quais ela mantém um contrato, está
fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou exercendo, precipuamente, um dos poderes
parcial de poderes ou competências. administrativos. O poder administrativo acima
descrito é:
12. O Poder vinculado da Administração Pública, A) regulamentar.
A) só tem aplicação no âmbito do Poder Judiciário, B) disciplinar
mais especificamente no Supremo Tribunal Federal. C) hierárquico.
B) permite ao administrador praticar o ato D) dePolícia.
administrativo com liberdade de escolha quanto à E) normativo.
conveniência, oportunidade e conteúdo.
C) é um dos princípios expressos na Constituição 16. Ao praticar um ato administrativo a autoridade
Federal. deve fazê-lo de acordo com a lei. Quando a lei
estabelece todos os requisitos e condições, não
57
deixando ao Administrador nenhuma liberdade de III. Os empregados públicos se submetem ao regime
escolha, estamos diante de um ato estatutário, uma vez que ocupam empregos públicos.
A) discricionário ou vinculado a critério do agente que IV. Por ocuparem transitoriamente cargos públicos, os
pratica o ato. servidores temporários se sujeitam ao regime da
B) discricionário. legislação trabalhista.
C) vinculado. É correto o que consta APENAS em
D) arbitrário. a) I e II.
E) hierárquico. b) I, II e III.
c) I e III.
17. Acerca da classificação de agentes públicos, e d) II, III e IV.
tendo em vista os cargos, os empregos e as funções e) II e IV.
na administração pública, assinale a opção correta.
a) Não podem ser considerados agentes públicos os 21. Considerando as espécies de Agentes Públicos
detentores de mandatos eletivos, pois, além de serem previstos na doutrina, com base nas funções a estes
investidos nos cargos mediante eleição, e não por atribuídas, Ministros e Secretários de Estados são
nomeação, eles desempenham funções por prazo classificados como Agentes
determinado. a) Delegados.
b) Os servidores contratados por tempo determinado b) Honoríficos.
para atender a necessidade temporária de excepcional c) Políticos.
interesse público, precisamente por exercerem d) Administrativos.
atividades temporárias, estarão vinculados a emprego e) Comissionados.
público, e não a cargo público.
c) Os particulares em colaboração com o poder público 22. Segundo a moderna classificação dos atos
são considerados agentes públicos, mesmo que prestem administrativos, existem aqueles que são praticados
serviços ao Estado sem vínculo empregatício e sem pela Administração usando de sua supremacia
remuneração. sobre os administrados, impondo-lhe o atendimento
d) Os servidores das fundações públicas, empresas obrigatório. Tais atos são conhecidos como:
públicas e sociedades de economia mista são a) Atos de império
contratados sob o regime da legislação trabalhista e b) Atos de gestão
ocupam emprego público. c) Atos de expediente
e) Nos termos da CF, a investidura em cargo, emprego d) Atos discricionários
ou função pública depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de 23. Tício, funcionário público federal, requer a
acordo com a natureza e a complexidade do cargo, contagem de tempo de serviço para aposentadoria.
emprego ou função. O órgão onde trabalha expede uma certidão nela
constando todo o tempo, o que garante a
18. NÃO constitui exemplo de agente político, aposentadoria do requerente. Essa certidão contém
dentre outros, o requisitos e atributos que são peculiares aos atos
a) Secretário da Educação. administrativos, podendo-se apontar, como
b) Ministro da Justiça. atributo, dentre outros
c) Senador. (A) o objeto.
d) Vereador. (B) o motivo.
e) Coronel da Polícia Militar. (C) a presunção de veracidade.
(D) a forma.
19. Os leiloeiros, tradutores e intérpretes públicos (E) a finalidade.
são considerados
a) agentes credenciados. 24. O ato administrativo, segundo a maioria da
b) servidores públicos. doutrina, possui cinco elementos que precisam ser
c) agentes políticos. respeitados para que o ato seja considerado válido.
d) agentes administrativos. Supondo que o administrador público, ao praticar
e) particulares em colaboração com o Poder Público. um ato administrativo, o faz quando não tinha a
atribuição legal para fazê-lo.
20. No que tange aos agentes públicos, analise: Diante deste caso, o elemento do ato administrativo
I. Os concessionários de serviços públicos integram a que está eivado de vício é:
categoria dos agentes delegados, que exercem função A)forma.
pública, em seu próprio nome, porém sob fiscalização B)competência.
do Poder Público. C)motivo.
II. Agentes honoríficos são cidadãos convocados para D)objeto.
prestar, transitoriamente, determinados serviços ao E)finalidade.
Estado, sem vínculo empregatício ou estatutário.
58
25. O ato de exoneração de servidor ocupante de (B) inexistência de motivos e em razão disso cabe sua
cargo em comissão é: revogação pela Administração.
a) discricionário quanto a competência. (C) ausência de motivação e em razão disso cabe sua
b) discricionário quanto a forma. revogação pela Administração.
c) discricionário quanto ao motivo. (D) ausência de motivação e em razão disso cabe sua
d) totalmente vinculado. anulação pela Administração.
(E) ilegalidade do objeto e em razão disso cabe sua
26. A respeito dos atos administrativos e seus anulação pela Administração.
atributos, podemos afirmar que:
a) todo e qualquer ato administrativo para ser 30. NÃO enseja dispensa de licitação a hipótese de
executado, necessita da permissão ou autorização (A) ocorrência de guerra ou grave perturbação da
expressa provinda do poder judiciário ou do ordem.
administrativo; (B) emergência ou calamidade pública.
b) os atos administrativos só podem ser impostos a (C) compras de materiais de uso exclusivo das Forças
terceiros quando houver concordância destes, uma vez Armadas, quando houver necessidade de padronização
que obrigações jamais podem ser constituídas técnica.
unilateralmente; (D) intervenção no domínio econômico, pela União.
c) enquanto não decretada a invalidade do ato (E) notória especialização do prestador de serviços.
administrativo pela própria administração ou pelo
judiciário, ele produzirá efeitos da mesma forma que o 31. Sobre licitação, considere:
ato válido, devendo ser cumprido. I. A licitação não será sigilosa, sendo públicos e
d) a imperatividade não existe em todos os atos acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
administrativos, mas apenas naqueles atos que salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
conferem direitos solicitados pelo administrado, tais respectiva abertura.
como licença, autorização, permissão e admissão. II. Nos casos em que couber tomada de preços, a
Administração poderá utilizar o convite e, em qualquer
27. A anulação do ato administrativo NÃO pode caso, a concorrência.
ocorrer III. O prazo mínimo entre a publicação do resumo do
(A) por questão de mérito administrativo. edital do concurso até o recebimento das propostas ou
(B) nos atos vinculados. da realização do evento será de quarenta e cinco dias.
(C) com efeito retroativo, valendo a anulação a partir IV. Subordinam-se ao regime da Lei de Licitações
da (8.666/93), além dos órgãos da administração direta,
data da sua decretação. somente as autarquias, as fundações públicas e as
(D) por iniciativa da própria Administração. empresas públicas.
(E) por determinação do Poder Judiciário, mesmo que Está INCORRETO o que se afirma APENAS em
provocado pelo interessado. (A) I e II.
(B) I, III e IV.
28. Sobre os requisitos e atributos do ato (C) II e III.
administrativo é correto afirmar: (D) II e IV.
(A) a imperatividade é atributo presente em todos os (E) III e IV.
atos administrativos.
(B) finalidade é requisito discricionário de qualquer ato 32. No que diz respeito à modalidade das licitações,
administrativo. assinale a hipótese abaixo que NÃO corresponde a
(C) autoexecutoriedade consiste na possibilidade que uma das previsões contidas na Lei nº 8.666/93:
certos atos administrativos ensejam de imediata e direta a) alienação direta
execução pela própria Administração, b) concorrência
independentemente de ordem judicial. c) tomada de preços
(D) a forma escrita é da essência do ato administrativo, d) convite
não sendo admitida outra forma.
(E) nem todo ato administrativo tem por objeto a 33. Poderá ser dispensada a licitação:
criação, modificação ou comprovação de situações a) para obras e serviços de engenharia de valor
jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades equivalente a R$35.000,00, no máximo
sujeitas à ação do Poder Público. b) para outros serviços e compras de valor equivalente
a R$20.000,00, no máximo
29. A motivação de determinado ato administrativo c) nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem
invocou a ocorrência de um determinado fato que, d) no caso de o Administrador Público identificar a
posteriormente, provou-se não ter acontecido. Esse importância da contração mais célere
ato apresenta vício consistente em
(A) inexistência de motivos e em razão disso cabe sua
anulação pela Administração.
59
34. Dentre as alternativas abaixo, assinale a que b) razoabilidade.
contém a modalidade de licitação cabível para o c) igualdade.
caso de alienação de bens imóveis pertencentes à d) moralidade.
Administração Pública: e) boa-fé.
a) Tomada de Preços
b) Convite 39. O Prefeito de determinado Município, a fim de
c) Concorrência realizar promoção pessoal, utilizou-se de símbolo e
d) Concurso de slogan que mencionam o seu sobrenome na
publicidade institucional do Município. A utilização
35. Em relação ao controle sobre a administração de publicidade governamental para promoção
pública, é correto afirmar que pessoal de agente público viola o disposto no artigo
a) o judiciário pode anular ou revogar atos da 37, § 1o , da Constituição Federal, ora transcrito:
administração pública. “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços
b) com base na autotutela, a administração pública e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
pode revogar atos ilegais ou anular os inconvenientes. educativo, informativo ou de orientação social, dela
c) a anulação de um ato pela administração pública não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
produz efeitos retroativos. que caracterizem promoção pessoal de autoridades
d) a revogação de um ato pela administração produz ou servidores públicos”.
efeitos retroativos. O fato narrado constitui violação ao seguinte princípio
da Administração Pública, dentre outros:
36. O dever do Administrador Público de prestar a) Eficiência.
contas b) Publicidade.
a) aplica-se a todos os órgãos e entidades públicas, c) Razoabilidade.
exceto aos Tribunais de Contas por serem os órgãos d) Impessoalidade.
encarregados da tomada de contas dos administradores. e) Supremacia do Interesse Particular sobre o Público.
b) aplica-se apenas aos agentes responsáveis por
dinheiro público. 40. A respeito do controle da administração, julgue
c) não alcança os particulares, mesmo que estes os itens subsequentes.
recebam subvenções estatais.
d) não se aplica aos convênios celebrados entre a União O Poder Legislativo exerce controle financeiro não só
e os Municípios, por se tratar de acordo entre entidades sobre sua própria administração, mas também sobre o
estatais. Poder Executivo e o Judiciário no que se refere a
e) é imposto a qualquer agente que seja responsável receitas, despesas e gestão dos recursos públicos
pela gestão e conservação de bens públicos. ( ) Certo ( )Errado

37. Considere as ações abaixo. 41. A respeito do controle da administração, julgue


I. Revogar seus próprios atos, quando eivados de vícios os itens subsequentes.
que os tornem ilegais.
II. Anular seus próprios atos, quando portadores de O controle de legalidade pode ser exercido tanto
vícios que os tornem ilegais. internamente, por órgãos da própria administração,
III. Anular seus próprios atos por questão de quanto externamente, por órgãos dos outros Poderes.
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos ( ) Certo ( ) Errado
adquiridos.
IV. Revogar seus próprios atos por motivo de 42. A respeito do controle da administração, julgue
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos os itens subsequentes.
adquiridos.
V. Revogar seus próprios atos, quando portadores de O controle de mérito consuma-se pela verificação da
vícios, mesmo que sanáveis. conveniência e da oportunidade da conduta
A respeito do controle administrativo a administrativa.
Administração Pública pode APENAS ( ) Certo ( ) Errado
a) I e III.
b) II e IV. 43. O ato administrativo possui elementos
c) II e V. constitutivos ou requisitos que integram a sua
d) III e IV. estrutura. Sobre a matéria, é INCORRETO afirmar
e) IV e V. que:
a) o elemento capacidade significa que o agente
38. Segundo a literalidade do caput do art. 37 da público deve ter atribuição legal para praticar o ato
Constituição de 1988, a Administração pública administrativo;
obedecerá, entre outros, ao princípio da b) a alteração da finalidade expressa na norma legal
a) proporcionalidade.
60
ou implícita no ordenamento caracteriza desvio de II. No sentido material, considera-se Administração
poder, causa de nulidade do ato; Pública o desempenho da função administrativa, como
c) a forma é um dos elementos necessariamente por exemplo, a gestão de bens e de serviços públicos.
vinculados do ato administrativo; III. Através da desconcentração administrativa é
d) não são todos os atos administrativos que devem ser possível atribuir a particulares, por ato administrativo,
motivados; ou por contrato, a execução de serviços públicos.
e) os elementos motivo e objeto podem ser vinculados São verdadeiras somente as afirmativas:
ou discricionários. a) I e II;
b) I e III;
44. Sobre os atos administrativos, analise as c) II e III;
afirmativas a seguir: d) I, II e III;
I. Os atos de gestão são aqueles em que a e) nenhuma.
Administração Pública usa de sua supremacia em
relação ao particular. 48. Sobre o poder de polícia, analise as afirmativas a
II. Os atos administrativos complexos são aqueles que seguir:
se formam pela reunião de vontades de mais de um I. O poder de polícia não se confunde com a polícia
órgão administrativo. judiciária. A polícia administrativa tem finalidade
III. No confronto entre um ato administrativo geral e preventiva e a polícia judiciária atua de forma
um ato administrativo individual, prevalecerá a repressiva.
determinação contida no primeiro. II. Todos os entes estatais são competentes para exercer
São verdadeiras somente as afirmativas: o poder de polícia sobre as atividades submetidas ao
a) I e II; seu controle.
b) I e III; III. A licença é exemplo de ato administrativo que pode
c) II e III; refletir o exercício do poder de polícia.
d) I, II e III; São verdadeiras somente as afirmativas:
e) nenhuma. a) I e II;
b) I e III;
45. Considera-se vinculado o ato administrativo no c) II e III;
qual a lei já indica o objeto que necessariamente d) I, II e III;
será adotado pela Administração Pública. Esse tipo e) nenhuma.
de ato administrativo também é chamado de:
a) legal; 49. Sobre as diversas espécies dos atos
b) regrado; administrativos, analise as afirmativas a seguir:
c) legítimo; I. A autorização é ato enunciativo que pode ser
d) vinculante; praticado com fundamento no poder de polícia.
e) originário. II. Como regra, a portaria é ato ordinatório, produzindo
efeitos internos no âmbito da Administração Pública.
46. Sobre as entidades da Administração Pública III. O atestado é exemplo de ato administrativo
Indireta, analise as afirmativas: negocial.
I. A empresa pública será criada, mediante autorização É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s):
do Poder Legislativo, para desempenhar atividade a) I;
considerada típica do Estado. b) II;
II. As entidades da Administração Indireta estão c) III;
sujeitas ao controle hierárquico próprio do ente estatal d) I e II;
a que estão vinculadas. e) II e III.
III. A empresa pública integra a Administração Indireta
e tem personalidade jurídica de Direito Privado. 50. Na Administração Pública, a transferência do
É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s): exercício temporário de algumas atribuições
a) I; originariamente pertencentes ao cargo do superior
b) II; hierárquico ao subordinado ocorre por meio da
c) III; a) desconcentração.
d) I e III; b) descentralização.
e) nenhuma. c) delegação.
d) avocação.
47. Sobre a noção de Administração Pública, analise
as afirmativas a seguir: 51. A faculdade de que dispõe a Administração
I. A função administrativa do Estado será Pública para condicionar e restringir o uso e o gozo
desempenhada por órgãos e agentes de todos os de bens, atividades e direitos individuais, em
poderes, ainda que predominantemente pelo Poder benefício da coletividade e do próprio Estado,
Executivo. decorre do
61
a) poder vinculado. (E) O princípio da legalidade impõe submissão da
b) poder de polícia. administração às leis, incluindo os atos administrativos
c) poder disciplinar. discricionários, cujos limites são previamente
d) poder discricionário. estabelecidos.

52. Acerca da organização administrativa, é 57. Sendo a Administração Pública o braço


CORRETO afirmar: operacionalizador das políticas públicas, no que se
a) as sociedades de economia mista não integram a distingue, pois, da função de governo, posto esta
administração indireta. estar no nível de sua formulação, assinale a
b) a administração indireta é composta de órgãos alternativa correta.
internos do Estado. (A) No bojo da constitucionalização da Administração
c) a administração indireta compõe-se de pessoas Pública, tem-se que a legalidade, a moralidade, a
jurídicas. publicidade, a impessoalidade e a eficiência, este
d) as autarquias não integram a administração indireta. trazido com a edição da Emenda Constitucional n.º 19,
de 1998, são os princípios exclusivos da Administração
53. A Administração Pública tem de tratar a todos Pública.
os administrados sem discriminação. Os (B) A doutrina administrativista tem exigido a
posicionamentos políticos ou ideológicos não podem explicitação dos motivos ensejadores mesmo dos atos
interferir na atuação administrativa. Os preceitos administrativos discricionários.
citados correspondem ao princípio da (C) Caracteriza a administração direta a centralização
a) eficiência. das atividades nas entidades públicas.
b) legalidade. (D) Em face de suas prerrogativas de Estado, o foro
c) moralidade. exclusivo para julgamento de causas em face de
d) impessoalidade. autarquias e fundações públicas é a justiça comum,
federal ou estadual, conforme a natureza de seu ente
54. A Administração Pública apura infrações e criador.
aplica penalidades aos servidores públicos. Essa (E) Depende de lei específica a criação das fundações
atividade decorre do de direito público.
a) poder hierárquico.
b) poder disciplinar. 58. No exercício de suas funções, a Administração
c) poder normativo. Pública sujeita-se a controle por parte dos Poderes
d) poder vinculado. Legislativo e Judiciário, além de exercer, ela
mesma, o controle sobre os próprios atos. Baseado
55. A faculdade que a Administração Pública tem em tal entendimento, é correto afirmar que a
de anular seus próprios atos decorre do princípio de Administração Pública, no exercício do controle
a) controle ou tutela. administrativo,
b) motivação. (A) pode anular os seus atos, eivados de vícios que os
c) autotutela. tornem ilegais.
d) hierarquia. (B) só pode anular os seus atos ilegais, após decisão do
Judiciário nesse sentido.
56. A respeito da Administração Pública, assinale a (C) não pode, em hipótese alguma, anular os seus atos.
alternativa correta. (D) deverá revogar todos os atos que sejam ilegais.
(A) Os atos de improbidade administrativa importarão (E) de acordo com a conveniência, poderá anular ou
na cassação dos direitos políticos, bem como na perda revogar os seus atos ilegais.
da função pública, na indisponibilidade dos bens e no
ressarcimento ao erário, na forma legal e sem prejuízo 59. Entende-se por Poder de Polícia, a atividade
de ação penal cabível. estatal que limita o exercício dos direitos individuais
(B) A Teoria do Risco Administrativo é consagrada em benefício do interesse público. Neste sentido, é
pela Constituição Federal seja para os casos de ação ou correto afirmar que são atributos do poder de
de omissão do Estado. polícia administrativa:
(C) A Lei de Responsabilidade Fiscal limitou os gastos (A) Razoabilidade, coercibilidade e precariedade.
com servidores públicos em 70% da receita corrente (B) Discricionariedade, auto-executoriedade e
líquida, em cumprimento ao princípio da eficiência. coercibilidade.
(D) As pessoas jurídicas de direito público e as de (C) Razoabilidade, determinabilidade e precariedade.
direito privado prestadoras de serviços públicos (D) Discricionariedade, auto-executoriedade e
responderão pelos danos que seus agentes, nessa punibilidade.
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de (E) Razoabilidade, coercibilidade e auto-
regresso contra o responsável, independentemente de executoriedade.
dolo ou culpa.
62
60. Sobre invalidação dos atos administrativos, ( ) Delegação, avocação e revisão de atos dos
assinale a alternativa correta. subordinados são faculdades implícitas dos superiores
A) A prática de certo ato, cuja matéria é de atribuição decorrentes deste poder.
do superior hierárquico, por agente subordinado a este,
é um exemplo de vício no elemento finalidade. A sequência correta, de cima para baixo, é:
B) O vício de objeto ocorre quando o ato não observa A) 1 - 5 - 2 - 4 - 3
ou omite o meio de exteriorização exigido para o ato ou B) 5 - 2 - 3 - 4 - 1
não atende ao procedimento imposto pela lei para a C) 4 - 2 - 1 - 3 - 5
decisão a ser tomada. D) 2 - 5 - 4 - 1 - 3
C) A anulação do ato administrativo pela própria
Administração pode ocorrer por provocação e produz 63. Em relação aos atos administrativos,assinale a
efeitos ex tunc. opção correta.
D) O princípio da inafastabilidade da apreciação pelo A) Revogação consiste na supressão de ato legítimo e eficaz
Judiciário, consagrado no art. 5º, XXXV, da realizada pela administração, por considerá-lo
Constituição Federal, é o suporte da garantia de inconveniente ao interesse público.
invalidação do ato administrativo ilegal exclusivamente B) A anulação de um ato administrativo, em regra,
pelo Poder Judiciário. implica o dever da administração de indenizar o
administrado pelos prejuízos decorrentes da invalidação do
61. Em relação aos princípios da Administração ato.
Pública, analise as afirmações a seguir. C) Os atos de gestão são os que a administração pratica
I - O princípio da moralidade impõe que o no exercício do seu poder supremo sobre os particulares.
administrador público aplique preceitos éticos apenas D) A presunção de legitimidade é atributo apenas dos
na relação entre a Administração e os administrados. atos administrativos vinculados.
II- A expedição de certidões por órgãos administrativos
é um instrumento através do qual se pode reclamar o 64. Acerca dos princípios do direito
princípio da publicidade. administrativo, julgue os itens seguintes.
III- O princípio da eficiência não alcança os serviços I Apesar do princípio da publicidade e do direito de
administrativos internos das pessoas federativas, mas é acesso do cidadão a dados a seu respeito, nem toda
voltado para os serviços públicos prestados diretamente informação pode ser transmitida ao interessado, mesmo
à coletividade. que se relacione com sua pessoa.
IV- O princípio da publicidade dá respaldo para a II Os princípios do direito administrativo são
propaganda pessoal de agentes públicos. monovalentes, isto é, aplicam-se exclusivamente a esse
V- A ação popular é um instrumento de tutela ramo do direito.
jurisdicional do princípio da moralidade. III A despeito do princípio da supremacia do interesse
público, nem sempre o interesse público secundário
Todas as afirmações corretas estão em: deverá prevalecer sobre o direito de um cidadão
A) I, II e IV individualmente considerado.
B) II, III e V IV O princípio da presunção de legitimidade dos atos
C) II e V administrativos abrange apenas os aspectos jurídicos
D) III e IV desses atos, mas não diz respeito aos fatos nos quais
eles supostamente se basearam.
62. Sobre os poderes administrativos, correlacione
as colunas a seguir. Estão certos apenas os itens:
( 1 ) Poder vinculado A. I e III
( 2 ) Poder discricionário B. I e IV
( 3 ) Poder hierárquico C. II e III
( 4 ) Poder disciplinar D. II e IV
( 5 ) Poder regulamentar
65. É toda manifestação unilateral de vontade da
( ) É aquele que o Direito Positivo confere à Administração Pública que, agindo nessa qualidade,
Administração Pública para a prática de ato de sua tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
competência, determinando os elementos e requisitos transferir, modificar, extinguir e declarar
necessários à sua formação. direitos, ou impor obrigações aos administrados ou
( ) É um poder inerente e privativo do Chefe do a si própria. Esta é a definição correspondente a de:
Executivo e, assim, indelegável. A) fato administrativo
( ) Encontra justificativa na impossibilidade de o B) fato da administração
legislador catalogar na lei todos os atos que a prática C) ato jurídico
administrativa exige. D) ato administrativo
( ) Advertência, suspensão e demissão são exemplos
de penas decorrentes do exercício deste poder.
63
66. Enquanto não decretada a nulidade de ato d) regulamentar.
administrativo, pela própria Administração ou pelo e) disciplinar.
judiciário, ele produzirá efeitos e será tido como
válido e operante. Esta é uma das consequências da 70. Em relação aos poderes administrativos, é
(o) : correto afirmar que
A) auto-executoriedade a) entre ente federativo e autarquia há poder
B) imperatividade hierárquico.
C) presunção de legitimidade b) entre um superior e seu subordinado em uma
D) legalidade repartição há poder hierárquico.
c) a multa aplicada a um particular que avança o sinal
67. No que concerne à administração pública direta, tem fundamento no poder hierárquico.
a órgãos públicos e a entidades da administração d) a multa aplicada pelo poder concedente a uma
indireta, assinale a opção correta. concessionária de serviço público tem base no poder
a) A sociedade de economia mista pode explorar hierárquico.
empreendimentos e exercer atividades distintas das
definidas pela lei que autorizou a sua constituição, 71. A Administração Federal Indireta compreende:
mediante deliberação do respectivo órgão de direção. a) Fundações Públicas, Autarquias e Ministérios.
b) É vedada a participação de pessoas jurídicas de b) Ministérios, Organizações não Governamentais e
direito privado no capital da empresa pública, ainda Empresas Públicas.
que integrem a administração indireta. c) Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de
c) No que se refere à posição estatal, os órgãos Economia Mista e Fundações Públicas.
superiores são órgãos de direção, controle e comando d) Fundações Públicas, Organizações não
que gozam de autonomia administrativa, financeira e Governamentais, Sociedades de Economia Mista e
técnica. Autarquias.
d) As fundações e sociedades instituídas e mantidas e) Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista,
pelo poder público submetem-se ao controle exercido Ministérios e Organizações não Governamentais.
pelo tribunal de contas, o qual se estende, na esfera
federal, a todas as empresas de que a União participe 72. O jurado, no Tribunal do Júri, exerce:
tanto majoritária quanto minoritariamente. a) cargo efetivo.
e) Embora dotada de personalidade jurídica própria, a b) função paradministrativa.
autarquia não dispõe de capacidade de c) cargo comissionado.
autoadministração, característica da pessoa política que d) cargo gratificado.
a constituiu. e) função pública.

68. Sobre a responsabilidade civil do Estado,


assinale a alternativa correta. GABARITO:
a) Depende da demonstração do nexo de causalidade 1-A 2-D 3-C 4-D 5-E 6-C 7-C
entre o ato de nomeação do servidor e os danos que
este gerou. 8-B 9-D 10-C 11-B 12-E 13-D 14-B
b) Possui como requisito a demonstração da culpa do
ente público que será responsabilizado. 15-B 16-C 17-B 18-E 19-A 20-A 21-C
c) É objetiva por atos do servidor, o qual pode ser
responsabilizado em regresso se demonstrada ao menos 22-A 23-C 24-B 25-C 26-C 27-A 28-C
sua culpa.
d) O Estado é solidariamente responsável por ato 29-A 30-E 31-D 32-A 33-C 34-C 35-C
danoso praticado por concessionária de serviço
público. 36-E 37-B 38-D 39-D 40-C 41-C 42-C
e) Pode decorrer de culpa de terceiro, de caso fortuito
ou de força maior. 43-A 44-C 45-B 46-C 47-A 48-D 49-B

69. Quando a Administração Pública limita direitos 50-C 51-B 52-C 53-D 54-B 55-C 56-E
ou atividades de particulares sem qualquer vínculo
com a Administração, com base na lei, está atuando 57-B 58-A 59-B 60-C 61-C 62-A 63-A
como expressão de seu poder
a) hierárquico. 64-A 65-D 66-C 67-B 68-D 69-B 70-B
b) de polícia.
c) normativo. 71-C 72-E

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