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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JUNTA ADMINISTRATIVA,

DE RECURSOS DE INFRAÇÕES DO ESTADO DE PERNAMBUCO - DETRAN/PE.

Hélio Santana do Nascimento, solteiro, vigilante e estagiário jurídico, CPF sob nº


05761994437, RG 6609496, órgão expedidor SDS-PE, CNH de nº 04365865421, telefone
nº 81983080320, 81983170348, e-mail: adv-nascimento@outlook.com.br , hélio-
nascimento@outlook.com , domiciliado na rua quarenta e um, nº 165, Bairro Caetés III,
Cidade Abreu e Lima PE, CEP nº 53.545-673, vem tempestivamente, a presença de vossa
Senhoria, apresentar RECURSO ADMINISTRATIVO, pelos fatos e fundamentos abaixo
elencados:

DO VEÍCULO

Modelo: Moto Fazer YS 250 CC


Ano: 2011/2012
Marca: YAMAHA
Placa: PEJ 5657
RENAVAM: 00337590141

DA SUPOSTA INFRAÇÃO COMETIDA


Art. 244
Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:

I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de


acordo com as normas e especificações aprovadas pelo CONTRAN;

II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma estabelecida no


inciso anterior, ou fora do assento suplementar colocado atrás do condutor ou em carro
lateral;

III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;

IV - com os faróis apagados;


V - transportando criança menor de sete anos ou que não tenham nas circunstâncias,
condições de cuidar de sua própria segurança:

Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação;

DOS FATOS
O recorrente, no dia 23/10/2020 por volta das 20h da noite, estava com seu
veículo parado na via próximo a sua casa, esperando a chagada de sua namorada Jessica
Priscila da silva sob CPF Nº 708830714-60, com o capacete da moto que ambos foram
jantar e terminaram esquecendo dentro de casa enquanto jantava, e ao se deslocar para a
academia deram conta da falta do capacete, cujo a companheira se dirigiu para buscar a
3 casas do recorrente, o condutor/recorrente, enquanto ela pagava o capacete, ficou
conversando na calçada, com sua amiga e cliente Ana Paula Costa Oliveira sob CPF Nº
041609024-99 estacionado, comprando alimentação, para saírem juntos para a atividade
física a ser realizada na academia no centro de sua cidade, quando passa a viatura da
polícia militar,  visualiza o recorrente para desce diz que o condutor esta sem capacete,
apresente a infração dentro do CTB e diz que será aplicada a multa por estar sem
capacete, o condutor recorrente afirmou que o capacete estava em casa e que a
companheira tinha ido buscar, pois tinha esquecido após concluir a janta, ainda além de
informar que não estava andando e n iria sair do local pois estava sem o capacete o
mesmo afirmou que mesmo sem esta em movimento ou estacionada o condutor esta sem
o item de segurança e aplicou a infração sem o uso do capacete de segurança,
infringindo com o inciso I do Artigo 244 da Lei 9503/97.
Em face dessa situação, o agente de trânsito poderia ter recolhido a minha CNH
de acordo com o que determina a Medida Administrativa do Artigo do enquadramento,
mas foi apresentado a digital onde não teve lesionado o direito de o condutor trabalhar e
ainda podendo sofrer as sanções determinadas pelo inciso II do artigo 268 e inciso XI do
artigo 269 da Lei 9503/97 e lavrou o Auto de Infração nº DD00819841-3, com base no
inciso I do Artigo 244 da Lei 9503/97.
Segue anexo no recurso a cópia do auto de infração concedida pelo agente
atuador de forma clara e precisa, da atuação arbitraria ao afirmar, que, a moto estava
estacionada e não em movimento no ato da abordagem policial, agindo assim
arbitrariamente ao aplicar a multa de forma irregular. Além do local não ter placas e ser
permitido estacionar, motivo licito de aplicação de multas caso o veiculo tivesse
desconforme com a sinalização, onde não foi o caso sendo só aplicado a infração do art.
244, I, do CTB, sendo irregular por se tratar de veículos estacionado.

DOS DIREITOS
Pelo princípio da universalidade do direito ao trânsito seguro, previsto no art.  1º, §
2º, CTB, e o art. 144, § 10, I, II, da Constituição Federal, o agente atuador, através da
fiscalização, um dos tripés que norteiam este ramo do Direito (educação – engenharia –
fiscalização), deve trabalhar para que haja a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio. Todavia, não se pode chegar ao exagero de
punir quem não oferece nenhum risco, como no caso em tela
Neste caso, deve-se aplicar o art. 281, paragrafo único, inciso II do CTB, o qual
dispõe que se a data de expedição da notificação for superior a 30 dias da infração o auto
deve ser arquivado.
Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida neste
Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará a
penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado
insubsistente:
I - se considerado inconsistente ou irregular;
II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da autuação.
(Redação dada pela Lei nº 9.602, de 1998).
É importante ficar atento quando receber uma notificação de autuação ou de
penalidade (multa), observando se essas cumprem com os requisitos legais acima expostos,
em caso de recebimento de alguma notificação cujo modelo do veículo esteja descrito de
maneira incorreta ou em caso de infrações de radar não for possível analisar qual o modelo do
veículo ou o número da placa na fotografia, esse auto de infração pode ser anulado, mediante
apresentação dos recursos cabíveis, e o condutor pode ficar livre de tal autuação ou
penalidade.
Dessa forma, requer-se que auto de infração seja arquivado de oficio pela autoridade
competente e seu registro deve ser insubsistente.
O auto de infração em epígrafe não foi emitido dentro do prazo de 30 (trinta) dias da
data da infração, o que torna o mesmo inteiramente insubsistente, imperando seu imediato
arquivamento conforme determina o art. 281, parágrafo único, inciso II do Código de
Trânsito Brasileiro (CTB).
Logo, in verbis, há jurisprudências do TRF-4 - APELAÇÃO CIVEL AC 3366 SC
2002.72.02.003366-0 (TRF-4). Vejamos:
ADMINISTRATIVO. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. LEGITIMATIO AD
CAUSAM. RESPONSABILIDADE PELA INFRAÇÃO. NOTIFICAÇÃO DA
AUTUAÇÃO AO RESPONSÁVEL - PRAZO DE 30 DIAS A CONTAR DA
AUTUAÇÃO. 1. A responsabilidade pela infração de trânsito é definida com base no art.
257 do CTB, devendo as notificações, tanto da autuação, quanto da penalidade, ser dirigidas
ao responsável. 2. Carece de legitimidade ativa ad causam para pleitear a nulidade de auto
infracional o proprietário do veículo, quando a infração de trânsito em questão é de
responsabilidade do condutor. 3. A notificação da autuação, dando ensejo à defesa prévia,
deve ser dirigida ao responsável pela infração de trânsito, sob pena de, decorrido o prazo de
30dias da autuação sem a devida notificação, incidir a ordem do art. 281, § único, II, do
CTB. Data de publicação: 19/01/2005.
Portanto, não tendo havido a expedição da notificação no prazo estabelecido, deverá
ser julgado inteiramente insubsistente o auto de infração em epígrafe, com o seu
consequente e necessário arquivamento.
DO AUTO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO
O auto de infração de trânsito é, pela incidência das normas jurídicas de trânsito, um
ato jurídico, mas devido à sua causa ser proveniente da finalidade pública e ser praticado pela
Administração Pública no uso do seu poder de polícia, ele adquire a qualidade de ser ato
jurídico administrativo.
Por ser um ato jurídico administrativo, evidentemente, seu tratamento não será igual
ao ato jurídico de natureza privada, porque naquele se tem o interesse público e neste o
interesse privado, podendo mais a vontade dos sujeitos aqui do que ali.
Assim, passa-se a investigar perfunctoriamente os seus requisitos de existência,
validade e eficácia.
Ao verificar o cometimento de uma infração, deverá o agente preencher,
obrigatoriamente, o documento popularmente conhecido como AIT, auto de infração de
trânsito, é ele quem torna a conduta cometida uma infração e possibilita a geração da multa.
O simples erro de preenchimento do agente de trânsito ao lavrar o auto de infração
com objetivo de penalizar condutor pode gerar não apenas o prejuízo para o condutor, mas em
alguns casos também a suspensão do direito de dirigir, por uma infração que é nula uma vez
que é irregular pelo erro no preenchimento no AIT e, apesar dos agentes de trânsito ter
presunção de veracidade de seus atos e declarações, quando estes são atos administrativos
irregulares, a infração aplicada deverá ser anulada.
Poucos condutores sabem que no Código de Trânsito Brasileiro vigente existe um
artigo que determina com clareza os requisitos imprescindíveis que devem conter no auto de
infração, e na falta de um deles, a infração poderá ser anulada do prontuário do condutor,
vejamos quais são:
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de
infração, do qual constará:
I  – Tipificação da infração; 
II  – local data e hora do cometimento da infração; 
III  – caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie, e outros
elementos julgados necessários à sua identificação;
IV – O prontuário do condutor, sempre que possível;
V – Identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador ou
equipamento que comprovar a infração;
VI – Assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como notificação do
cometimento da infração.
ATOS ADMINISTRATIVOS DISCRICIONÁRIOS E ARBITRÁRIOS DA
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA

O Princípio da Razoabilidade trata de impor limites à


discricionariedade administrativa, ampliando o âmbito de apreciação do
ato administrativo pelo Poder Judiciário. Estabelece que os atos da administração pública no
exercício de atos discricionários devem atuar de forma racional, sensata e coerente
O princípio da razoabilidade dispõe, essencialmente, que deve haver
uma proporcionalidade entre os meios de que se utilize a Administração e os fins que ela
tem que alcançar, e mais, que tal proporcionalidade não deve ser medida diante dos termos
frios da lei, mas diante do caso concreto
A administração Pública tem o dever de exercer, através de seus atos, da melhor
forma, as aspirações coletivas do Estado, no melhor do interesse da Administração Pública.
Para isso, exerce supremacia em relação a sociedade. Os Atos da Administração, praticados
pela administração pública e seus agentes, para alcançar os anseios legais, podem ser
discricionários, gozando de certa liberdade de atuação. O presente trabalho pretende traçar
um diferencial entre o Ato Discricionário e o Ato Arbitrário, verificando nos limites
impostos pela norma constitucional aos Atos Discricionários da Administração Pública,
para que os mesmos se tornem efetivos e ao mesmo tempo, impedindo-os de se tornarem
nulos por conta da arbitrariedade que por ventura haja.
Inúmeras são as classificações dos atos administrativos, porém iremos observar
considerações apenas quanto à discricionariedade dos Atos Administrativo, traçando um
diferencial com a arbitrariedade e aos mesmos tempos buscando, através dos princípios do
Direito Administrativo e do direito Constitucional um controle desta liberdade, na edição
dos seus atos, evitando que assim se tornem atos eivados de vícios e ainda, se os houver, a
solução jurídica utilizada para sanar tais vícios.
Porém, necessário se faz a verificação de elementos essenciais que compõe o Ato
Administrativo, sem os quais, ou a falta de qualquer deste, tornará o ato nulo. São, portanto:
competência, finalidade, forma, motivo e objeto, conforme ensina Di Pietro (2011, p.232)
ao referir-se ao art. 2º da Lei nº 4.717/65 (Lei da Ação Popular) que, ao indicar os atos
nulos por falta dos elementos essenciais acima descritos:
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo
anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
O Estado, para gerir o bem público, no melhor benefício da coletividade, na
realização dos seus atos administrativos, faz investimentos em seus agentes, que diante da
complexidade de suas atribuições lhe é conferido a prerrogativa da discricionariedade, que é
a liberdade legal, que o Estado e seus agentes tem de exercer determinados atos.
Portanto, pode se dizer que discricionariedade é a concessão de poderes a
Administração Pública e seus agentes, através do Direito, para exercer com liberdade,
segundo os limites impostos por lei, a prática de seus atos, segundos os critérios de
conveniência, justiça e oportunidade.
Importante salientar que os Atos da Administração Pública e dos servidores públicos
devem sempre visar o interesse social e coletivo, pautado na lei, pois a não obediência a
estes parâmetros os tornarão nulos, que poderá ser declarado pela própria Administração ou
Poder Judiciário.
O Servidor Público comete quando se desvia da “finalidade ou excede nos seus atos
quando atua de forma contrária a lei ou aos princípios. (VELLOSO, 2007).
Velloso Gabba (2007) a define do abuso de poder da seguinte maneira:
Abuso de poder é o ato ou efeito de impor a vontade de um sobre a de outro, tendo
por base o exercício do poder, sem considerar as leis vigentes. Desta maneira é evidente
que a palavra ‘abuso’ já se encontra determinada por uma forma mais subtil de poder, o
poder de definir a própria definição. Assim que o abuso só é possível quando as relações
de poder assim o determinam. A democracia direta é um sistema que se opõe a este tipo de
atitude. O abuso de poder pode se dar em diversos níveis de poder, desde o doméstico entre
os membros de uma mesma família, até aos níveis mais abrangentes. O poder exercido
pode ser o econômico, político ou qualquer outra forma a partir da qual um indivíduo ou
coletividade têm influência direta sobre outros. O abuso caracteriza-se pelo uso ilegal ou
coercivo deste poder para atingir um determinado fim. O expoente máximo do abuso do
poder é a submissão de outrem às diversas formas de escravidão. (GABBA, 2007, p. 48).
Havendo o abuso de poder, caracterizar-se-á desvio da finalidade precípua da
Administração pública, pois, entende-se que, na discricionariedade dos atos da
administração pública, a competência, forma e finalidade estarão sempre vinculados e que o
servidor público só pode decidir livremente se houver motivo e objeto, portanto, seus atos,
se eivado de vícios, deverão ser invalidados pela justiça quando caracterizado o abuso ou
desvio do poder.
A invalidação da conduta abusiva pode dar-se na própria esfera administrativa
(autotutela) ou através de ação judicial, inclusive por mandado de segurança
(art.  5º,  LXIX,  CF). Por outro lado, o abuso de poder constitui, em certas circunstâncias,
ilícito penal, como dispõe a Lei nº. 4.898, de 9/12/1965, que estabelece sanções para o
agente da conduta abusiva. (CARVALHO FILHO, 2004, p. 54).

PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se que:
a) Julgue como NULO o PROCESSO Nº 0000127778, assim como o cancelamento
da penalidade imposta em razão de infração de trânsito enquadrada no art. 165 do CTB,
uma vez que inexiste qualquer prova da possível infração, mediante inexistência de
procedimentos no art. 280 CTB;

b) O deferimento do presente recurso, com consequente cancelamento da multa


indevidamente imposta, bem como restabelecimento dos pontos retirados da CNH do
recorrente, assim como devolução da carteira de habilitação e desconsideração da suspensão
do direito de dirigir.
c) por fim, o efeito suspensivo propugnado no artigo 285, parágrafo 3º do CTB, caso o
presente recurso não seja julgado em 30 dias, e da Lei Federal nº 9.784/99, que regulamenta o
Processo Administrativo, no Parágrafo único do art. 61.
d) o presente recurso seja conhecido e provido totalmente;
e) a observância do histórico exemplar como motorista a que faz jus o autuado, fato
que realça seu compromisso com a cidadania, com a urbanidade e com a legalidade;
f) o deferimento do requerimento de nulidade do Auto de Infração Nº DD00819841-
3 e seu arquivamento nos termos do inciso I do artigo 281 do Código de Trânsito Brasileiro,
O auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente:
g) preliminarmente, o arquivamento do Auto de Infração Nº DD00819841-3.
Consequentemente, com o registro julgado insubsistente como exposto no art. 281 CTB;
h) tornar nulo o exposto pela falta de observância no Art. 2º São nulos os atos lesivos
ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.

Nestes termos,
Pede deferimento.
[DATA]
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[ASSINATURA]
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