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ILUSTRÍSSIMO SENHOR DIRETOR DO DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE TRÂNSITO

DA CIDADE DE ITUVERAVA, ESTADO DE SÃO PAULO.

xxxxxxxxxxxxx, com fundamento no CÓDIGO DE TRÂNSITO


BRASILEIRO, Lei nº 9.503/97, vem respeitosamente à presença de V. Senhoria interpor
seu RECURSO no Auto de Infração acima citado e o fazendo mediante as razões de fato
e de direito a seguir aduzidos:

I - DOS FATOS

A autora teve conhecimento que tem uma penalidade por infração


de trânsito ocorrida na data de12/04/2021, às 07h57min, por supostamente estar dirigindo
o caminhão VOLVO, placa HOF5767e manuseando telefone celular, na Rodovia SP 322,
KM 328, município de Sertãozinho/SP.
Referente ao auto de infração, ele não procede, motivo pelo qual
o requerente utiliza-se desse remédio administrativo por sentir-se lesado, injustiçado e
tolhido de seus direitos de cidadão.

III – DA NULIDADE

Trata-se de uma acusação por dirigir utilizando o celular, todavia,


sabe-se que aquele trecho possui sombreamento de árvores que interfere na iluminação
artificial durante o dia.

Além disso, o automóvel possuía e possui os vidros encobertos


por película não refletiva (insufilme) devidamente dentro dos padrões e adquirida
original de fábrica. Assim sendo, como é que poderia o Agente de trânsito ter enxergado
no interior do automóvel, e à distância, (com o veículo em movimento e com os vidros
fechados) que o seu condutor estava dirigindo e falando ao celular?

Além disso, verifica-se que no AIT ora recorrido NÃO SE


ENCONTRA NENHUMA identificação do Agente atuador, o que por si só, gera
NULIDADE no auto de infração:

“Art. 280. Ocorrendo infração prevista na Legislação de


trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:

V – identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou


agente atuador ou equipamento que comprovar a infração.”
Além do exposto, no AIT, o Agente de Trânsito NÃO consignou
os motivos que o impediram de ABORDAR o veículo e o condutor que teria cometido a
infração.

O § 3º do Artigo 280, deixa claro que a multa sem a ciência


imediata do infrator somente será lavrada, no caso da impossibilidade da autuação em
fragrante. Isso significa dizer que os esforços do agente de trânsito deverão se
concentrar na lavratura do auto de infração em flagrante e não simplesmente pela
passagem do veículo, sem qualquer admoestação ou ciência ao infrator.

O fato de ter anotado simplesmente no Auto de Infração a


qualificação do veículo, os dados do local e a tipificação da infração, COMPROVA que o
Agente NÃO esgotou todos os recursos disponíveis para abordar o veículo ou para
alertar o condutor sobre a sua transgressão à Lei de Trânsito.

Diante do histórico e argumento apresentado, peço aos Ilmos


Srs., deste respeitado Órgão, o Deferimento do recurso para anular o auto de infração,
com posterior cancelamento da multa e arquivamento do processo administrativo.

IV - DA AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA

O Auto de Infração de Trânsito foi aplicado sem prévia notificação


do condutor, pois é possível certificar que a Notificação não foi enviada para o endereço
do Recorrente.

É cediço que os atos administrativos possuem certa presunção de


legalidade, a qual, porém, não é plena nem absoluta, devendo ser respeitados o devido
processo legal, o contraditório e a ampla defesa, sob pena de nulidade dos atos
administrativos. Isso porque, a Constituição Federal de 1988 consagra em seu artigo 5º,
incisos LIV e LV, o princípio do devido processo legal, in verbis:

“Art. 5º [...].
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório
e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”

Todo procedimento assim como qualquer ato administrativo deve


ser conduzido com estrita observância aos princípios constitucionais, sob pena de
nulidade. Nesse sentido, extrai-se CTB o rito a ser seguido pelo órgão autuador:

“Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de


trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará: [...]

VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo


esta como notificação do cometimento da infração. [...]

3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o agente de


trânsito relatará o fato à autoridade no próprio auto de
infração, informando os dados a respeito do veículo, além
dos constantes nos incisos I, II e III, para o procedimento
previsto no artigo seguinte.

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência


estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição,
julgará a consistência do auto de infração e aplicará a
penalidade cabível.

Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu


registro julgado insubsistente: [...]

II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a


notificação da autuação.

Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação


ao proprietário do veículo ou ao infrator, por remessa
postal ou por qualquer outro meio tecnológico hábil, que
assegure a ciência da imposição da penalidade.”

Entretanto, a notificação obrigatória e formal da infração não foi


entregue em meu endereço, que se encontra atualizado junto ao órgão de trânsito, não
tendo sito cumpridas as etapas administrativas previstas no Código de Trânsito Brasileiro.

V- DOS PEDIDOS

Diante do exposto, fundamentando-se nos art. 281, parágrafo


único, II do Código de Trânsito Brasileiro c/c Resoluções CONTRAN nº 149/2003 e nº
404/2012 c/c Art. 37 da Constituição Federal de 1988, requer-se:

a) a suspensão e anulação do presente AIT, arquivando-se o


presente procedimento adminitrativo e cancelando a multa, pois inconsistentes e
irregulares as penalidades, devido o condutor não ter infringido nenhuma infração e
diante as nulidades;

b) caso entendimento seja diverso, requer-se seja o presente


recurso recebido e provido para reconhecer a nulidade do AIT, pois inconsistentes e
irregulares as penalidades, tendo em vista que não foram observadas as regras dos
órgãos de trânsito no seguinte requisito:
b.1 - não houve identificação do agente de trânsito atuador;
b.2 – não houve entrega de notificação;

c) Caso não seja esse o entendimento, nota-se que a Notificada é


condutora proba e responsável, sendo a imposição de multa uma medida exagerada para
fins educativos, motivo por que a conversão em advertência é medida que se impõe.

d) Caso, contudo, não seja este o entendimento do julgador,


requer seja a decisão devidamente motivada, sob pena de nulidade, a teor do art. 50, I e
II, §1º, da Lei nº 9.784/99.

e) o recorrente requer seja concedido efeito suspensivo ao


presente, caso não seja julgado no prazo de trinta dias em conformidade com o parágrafo
terceiro do artigo 285 também do Código de Trânsito Brasileiro.

Por fim, solicita-se informação sobre a decisão do recurso em


tela.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Orlândia-SP, 17 de março de 2021.

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