Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DEFESA PRÉVIA
I – Dos Fatos
Com efeito, o Requerente ficou surpreso ao ser notificado pelo DETRAN de que, contra si
havia sido instaurado o Procedimento Administrativo da Suspensão supracitado. Isto porque,
referido procedimento serve para apurar a Suspensão de seu Direito de Dirigir.
Ocorre que o artigo 13 da Resolução 182 do CONTRAN, e também o artigo 15 da portaria 767
do DETRAN, bem como do art. 5º, LV da Constituição Federal, entre outros, estabelecem que
as decisões devem de ser motivadas e fundamentadas, para que o Cidadão não tenha o seu
direito de defender-se prejudicado ou cerceado.
De imediato, importante mencionar que não foi cumprido o requisito citado acima neste
Processo Administrativo Nº E-16/061/032281/2023, Portanto, requer-se desde já a
aplicação da nulidade do processo administrativo com sua suspensão do direito de dirigir pela
irregularidade do Processo Administrativo nº E-16/061/032281/2023, pelas razões de fato
e de direto que serão a seguir expostas.
No Auto de Infração B76537112, no dia 31/05/2019, ás 17:26 no endereço Rua Bambina, 73,
na infração por dirigir veículo segurando telefone celular, eu estava tentando segura- lo para
colocar no suporte, pois havia caído.
No Auto de Infração B76900874, no dia / 09/07/2019, às 08:14 no endereço Av. Governador
Carlos Lacerda, Sentido Barra P/ Pedágio, na infração por dirigir veículo utilizando-se de
telefone celular, eu estava utilizando de fone de ouvido em uma ligação de emergência.
Ocorre que todas as multas mencionadas na notificação recebida, que ensejaram o respectivo
processo, não são do conhecimento da Recorrente. Algum erro no envio/entrega das
correspondências certamente ocasionou o não conhecimento por parte do Recorrente das
multas conferidas a sua pessoa, e, pelo fato de não ter conhecimento das multas, não pode
apresentar o recurso cabível no momento oportuno.Abaixo segue o comprovante que a mesma
não foi recebida
Entretanto, trata-se da notificação pessoal como uma condição necessária para a validade nas
autuações de trânsito, sempre que a residência do infrator for conhecida, como é no presente
caso.
Como é sabido por este órgão de trânsito, bem como foi corroborado pelo Colendo Supremo
Tribunal Federal, este já decidiu que o autor de uma infração de trânsito deve ser notificado
pessoalmente, salvo se sua residência for desconhecida, sob pena da nulidade da penalidade
imposta conforme comprova a seguinte ementa de decisão:
Ainda, observe-se que o próprio CTB traz como requisitos de validade dos autos de infração, a
assinatura como demonstração de intimação, conforme o inciso IV do artigo 280:
Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do
qual constará:
[...]
Para comprovar o alegado, o Recorrente requer seja juntado ao processo as cópias dos ARs
(avisos de recebimento) referentes as notificações de todas as multas que ensejaram o
presente processo, pois demonstrado que o CTB estabelece como requisito de validade a
notificação com assinatura, e que deveriam estar na posse do órgão que realizou auferiu as
infrações, veja-se o que dispõe o CTB em seu artigo 325:
Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, no mínimo, 5 (cinco) anos os documentos
relativos à habilitação de condutores, ao registro e ao licenciamento de veículos e aos autos
de infração de trânsito.
Por fim, a inexistência destes comprovantes tem a aptidão para confirmar o fato de que o
Recorrente não foi notificado. E ainda, caso se entenda que equivocadamente este foi
notificado, que se demonstre as notificações recebidas com os devidos requisitos legais
exigidos.
Em face de o Recorrente não ter sido notificado pelas supostas multas de trânsito que levaram
a atingir 22 pontos na CNH, a qual ensejou-se equivocadamente a instauração do processo
administrativo para suspender o seu direito de dirigir, fica visível o cerceamento de defesa que
sofreu o Recorrente, pois nunca teve a oportunidade de recorrer das supostas infrações.
II - Recurso especial provido. (STJ. Resp. 540914/RS. Rel. Min. Francisco Falcão. 1ª Turma. J:
25.11.2003).
No mesmo sentido:
Assim, cabe ao Requerente a anulação das infrações em que teve cerceado seu direito de
defesa, e, não sendo este Vosso entendimento, requer a abertura de prazo oportunizando ao
Requerente a apresentação de defesa prévia por todas as supostas infrações cometidas, sob
pena de nulidade das infrações por cerceamento de defesa, pois, conforme as decisões acima
mencionadas a presente Defesa Prévia ainda é oportunidade para o Requerente defender-se
das infrações.
Vale mencionar que o Recorrente nunca sofreu processo administrativo levando a suspensão
da CNH, também possui extrema necessidade do veículo, não apenas para meio de
locomoção próprio, mas também de toda sua família, bem como instrumento de trabalho e
sustento do lar.
Não é possível que o requerente fique sem poder dirigir, pois poderá acarretar na pobreza de
sua família e inviabilizar o sustento transcendem a pessoa do motorista e repercutem na
manutenção de toda a família, bem como para satisfação das suas necessidades locomotivas.
Assim, requer que caso não seja atendida os pedidos anteriores, conceda a suspensão do
processo administrativo, pois conforme artigo 6º da CF, o trabalho é um direito social
resguardado ao cidadão, e tem-se por este o único meio de sobrevivência do Recorrente.
IV – Dos Pedidos
b) A juntada das notificações realizadas e, em tese, cometidas pelo Recorrente, com fulcro no
art. 325 do CTB, as quais ensejaram a instauração do procedimento administrativo;
c) A declaração de nulidade ou anulação das infrações em que teve cerceado seu direito de
defesa. Sucessivamente, a abertura de prazo para a apresentação de defesa prévia pelas
supostas infrações cometidas.
Pede deferimento.
___________________________________________________