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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSOS

DE INFRAÇÕES DE TRÂNSITO DE SORRISO-MT.

Auto 0000030611
Infração nº. 0007722656
RECURSO ADMINISTRATIVO.

ADRIANO HOFFMAN GOMES, brasileiro, casado, balanceiro, portador da Cédula


de Identidade RG nº 13048481 SSP/MT e inscrito no CPF/MF sob o nº 002.100.581-88, residente e
domiciliado na Travessa das Rosas, Casa 10, Jardim Bela Vista, CEP 78.890-000, Sorriso – MT, vem
respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, com fundamento na Lei nº 9.503/97, apresentar
RECURSO ADMINISTRATIVO em face do Auto de Infração nº. 0007722656, expondo e ao final
requerendo o que segue:

De acordo com a notificação de autuação em anexo, o Recorrente usou no veículo


Volkswagen Saveiro 1.6, Placa NKN-4584, Renavam 00976631270, Chassis 9BWKB05W39P055116,
equipamento com som em volume/frequência não autorizado pelo CONTRAN.

Tal infração está prevista no artigo 228 do Código de Trânsito Brasileiro, in verbis:

Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou frequência que não sejam autorizados pelo
CONTRAN:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.

Referido artigo é regulamentado pela Resolução n°. 624, de 19 de outubro de 2016.


– CONTRAN (Regulamenta o volume e a frequência dos sons produzidos por equipamentos utilizados
em veículos e estabelece metodologia para medição a ser adotada pelas autoridades de trânsito ou seus
agentes, a que se refere o art. 228 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB).

Ademais, importante citar o artigo 1°. da Resolução nº 624 – CONTRAN:

Art. 1° Fica proibida a utilização, em veículos de qualquer espécie, de equipamento que produza som audível
pelo lado externo, independentemente do volume ou frequência, que perturbe o sossego público, nas vias
terrestres abertas à circulação.
Parágrafo único. O agente de trânsito deverá registrar, no campo de observações do auto de infração, a
forma de constatação do fato gerador da infração.

Cumpre-se ressaltar que referido artigo estabelece regras que devem ser observadas
quando da emissão do auto de infração e das notificações de autuação e penalidade. Conforme se extrai,
as notificações devem conter tais dados. Trata-se de uma obrigação, não de uma faculdade, que, caso
não observada, vicia o ato, tornando-o ilegal.

Importante citar a Súmula n°. 473 do Supremo Tribunal Federal:

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Súmula n°. 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Conforme se extrai da notificação em anexo, não foram cumpridos nenhum dos


requisitos elencados parágrafo único no artigo 1º da Resolução nº 624 – CONTRAN, uma vez que não
consta do Auto de Infração a forma de constatação do fato gerador da infração, o que torna irregular a
notificação de autuação.

A irregularidade da notificação de autuação diz respeito à ausência a forma de


constatação do fato gerador da infração, que está prevista no parágrafo único no artigo 1º da
Resolução nº 624 – CONTRAN. Ser irregular é não dispor das informações essenciais para que o
infrator exerça, regularmente, seu direito de defesa.

Notemos que não dispor da informação impede, logicamente, que se possa exercer
um juízo adequado de valor sobre a veracidade ou inverdade da declaração presente na notificação de
autuação, porque o elemento simplesmente não existe.

Assim, conforme se extrai da verificação do Auto de Infração, NÃO CONSTA AS


CIRCUNSTÂNCIAS DA SUPOSTA INFRAÇÃO, não havendo indicação de que houve abordagem
das autoridades policiais ou mesmo se houve medição do volume.

Nesse passo, o Recorrente discorda que estava utilizando seu veículo com som em
volume não autorizada pelo CONTRAN, pois na data da suposta infração, o veículo do Recorrente
embora estivesse no referido local, não estava com o aparelho de som ligado, tendo os Agentes de
Trânsito, lavrado o Auto de Infração, sem que o Recorrente tenha cometido qualquer infração.

Logo, a ausência da informação sobre a forma de constatação do fato gerador da


infração, bem como a inexistência de provas, impedem a aplicação da referida multa, uma vez que não
é lastro para a aplicação da mesma!!!

Assim, conclui-se que a autoridade incorreu em erro formal, o que torna a


Notificação de Autuação irregular, devendo a mesmo ser arquivada e seu registro julgado insubsistente,
conforme estabelecido no artigo 281 do Código de Trânsito Brasileiro.

Desta forma, resta por demonstrado que a autuação que ora se guerreia é totalmente
irregular, desprovida de argumentos suscetíveis de ensejar a aplicação da penalidade prevista no Código
de Trânsito Brasileiro, deve a decisão imposta pela autoridade de trânsito ser ANULADA.

Ante o exposto, requer se digne Vossa Senhoria a DEFERIR o presente recurso, para
cancelar a infração de trânsito de nº. 0007722656, isentando o Recorrente do seu respectivo pagamento
e da pontuação em sua CNH, o que virá como medida de Justiça.

Requer, seja o Recorrente intimado, através do correio, acerca da decisão a ser


proferida no caso “sub judice”, para que, caso seja necessário, tome as medidas judiciais cabíveis ao
caso em questão.

Requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, em


especial prova testemunhal.

Termos em que, pede deferimento.

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Sorriso-MT, 18 de Junho de 2018.

ADRIANO HOFFMAN GOMES


CPF/MF nº 002.100.581-88

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