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ILMO. SR.

PRESIDENTE DA JARI (JUNTA ADMINISTRATIVA DE


RECURSOS DE INFRAÇÕES) DE SANTA CATARINA.

EDER STRADA, brasileiro, convivente em união estável,


vendedor, portador do CPF sob o n. 007.997.409-00, e do RG n. 3.749.973
SSP/SC, residente e domiciliado à Rua Benedito Novo, numero 893, Bairro
Cristo Rei, CEP: 89.805-000, Chapecó-SC, por meio de procuração (em
anexo) vem respeitosamente a presença de Vossa Senhoria, propor a
presente defesa em conformidade com os artigos 280, 281 e 285 do CTB,
Resoluções 299/08 e 404/12 do CONTRAN, da Lei Federal 9.784/99, e
CF/88, com o objetivo de proporcionar a oportunidade de exercitar seu
legítimo direito de ampla defesa e do exercício pleno do contraditório.

I - DO VEÍCULO E DA INFRAÇÃO

VW/POLO 1.6, PLACA: DLC5187 e RENAVAM:807735493


Código: 7579-0 Auto de Infração: P019N0000Y
Data: 21/08/2016
Local: Av. Fernando Machado, 6588 – Bairro Líder, Município de Chapecó-
SC.

II- FATOS E FUNDAMENTAÇÕES LEGAIS

Nobres julgadores deste órgão, o condutor foi pressionado para


realizar o Teste de Alcoolemia, através do aparelho mais conhecido como
Avenida Nereu Ramos - nº 570-D CEP 89.812-110 – Centro - Chapecó, SC.
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bafômetro, do qual recusou-se a realizar o devido teste, sendo punido por
multa e apreensão do veículo, o condutor inocente pelo fatos a seguir.

Requer desde já que seja julgado o AUTO INSUBSISTENTE,


sendo DEFERIDA a presente Defesa, e por via de consequência o
cancelamento da multa imposta, conforme preceitua o art. 281, inciso I
do CTB, sendo anulada a pontuação.

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência


estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará
a consistência do auto de infração e aplicará a penalidade
cabível.

I - se considerado inconsistente ou irregular; (grifado)

Nesta esfera cabe dispor que em no momento da fiscalização,


deste órgão de trânsito, o condutor não apresentou qualquer óbice quanto à
fiscalização. Ressalta-se ainda que o condutor apenas recusou-se para com a
realização do teste do etilômetro - “bafômetro”, não podendo este ser autuado
apenas pela recusa, pois a lei dispõe que a autuação é nos casos em que o
condutor apresente sinais de embriaguez ao volante ou na condução de
veículo automotor.

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra


substância psicoativa que determine dependência: (Alterado pela
L-011.705-2008)
Infração – gravíssima;
Penalidade – multa (cinco vezes) e suspensão do direito de
dirigir por 12 (doze) meses;
Medida Administrativa – retenção do veículo até a apresentação
de condutor habilitado e recolhimento do documento de
habilitação. (grifado)

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Nestes termos, o artigo 165 do CTB, dispõe que será autuado
aquele que dirigir sob influência de álcool. No entanto, em momento algum fora
detectado que o condutor autuado apresentou sinais de embriaguez ou
qualquer outro sinal que poderia ser detectada por outras ou diversas formas.

O próprio Código de Trânsito Brasileiro, dispõe referente a


impossibilidade ou no caso da recusa do teste do bafômetro, ainda existem
diversos outros meios que venham a atestar a embriaguez do condutor, como
exames médicos, sendo que, o laudo que comprove a embriaguez venha ser
atestado por médico capacitado para informar sobre a embriaguez do indivíduo
abordado, o que neste caso não houve a aferição médica, como demonstra o
art. 277 da seguinte forma:

Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em


acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito
poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro
procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma
disciplinada pelo Contran, permita certificar influência de álcool
ou outra substância psicoativa que determine dependência.
(grifado)

Sendo assim, o condutor tem a garantia mínima prevista em lei


em não realizar testes ou provas contra si mesmo, a multa é equivocada e
trazendo demais transtornos para agora vítima, que de acordo com o princípio
"nemo tenetur se detegere" (o direito de não produzir prova contra si mesmo)
está consagrado pela constituição, assim como pela legislação internacional.

O condutor em nenhum momento estava embriagado, pois não


havia ingerido bebida alcoolica naquele dia, no entanto, recebeu multa devido a
recusa da realização do teste de alcoolemia.

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O que causa estranheza, é que o relato contido no registro do
Acidente de Transito- PMSC, consta que “o condutor do veículo Polo
encontrava-se em invisível estado de embriaguez”, ou seja, nem memo o
policial tinha certeza de que o condutor estava embriagado, restando duvidoso
a boletim de ocorrência, pois é inconsistente.

Por essas razões, entende-se que o motorista não é obrigado a


submeter-se aos testes de alcoolemia (bafômetro, extração de sangue, exame
de urina ou DNA e.g) em face do princípio de que ninguém pode ser obrigado a
produzir prova contra si mesmo.

III - DO PEDIDO

Isto posto, requer ao Ilmo. Sr. Diretor da JARI do Departamento


de Trânsito de Santa Catarina para que CANCELE TAL INFRAÇÃO, e a multa
(cópia em anexo) julgado insubsistente conforme preceitua o art. 281, inciso I
do C.B.T, e em razão do principio constitucional da ampla defesa e do
contraditório como determina o art. 5º, inciso LX da CF/88, bem como ninguém
é obrigado a produzir prova contra si mesmo, ainda em decorrência da
ausência de previsão legal no Código de Trânsito Brasileiro.

Nestes termos, pede deferimento.

Chapecó – SC, 05 de dezembro de 2016.

DULCINARA PINHEIRO
OAB/SC 42.477

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