Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
THIAGO DE SOUZA DUARTE, brasileiro, solteiro, empresario, CPF 059.948.744-50, RG 002578238, CNH
04954797380 residente e domiciliado na Rua Francisco Silvestre da Silva, 357, Maracuja, Santa Cruz/RN, CEP:
59200-000, condutor do veículo TOYOTA/COROLLA GLI18 CVT, Placa OTM0H05, Renavan 999701738, no
momento da suposta infração, vem, tempestivamente, à presença de V. Senhoria, apresentar RECURSO
ADMINISTRATIVO, pelos fatos e fundamentos abaixo elencados:
DO VEÍCULO
Ano: 2015
Marca: COROLLA
Placa: OTM0H05
Renavam: 999701738
O recorrente foi autuado por, supostamente, dirigir embriagado, sendo enquadrado na infração no
art. 165 do CTB, como disposto alhures.
No entanto, não merece prosperar a aplicação da penalidade, tendo em vista que não cumpridas,
data vênia, as formalidades essenciais para a configuração da embriaguez alegada pelo agente de trânsito,
motivo pela qual não deve produzir efeitos, como passa-se a demonstrar.
Em que pese a redação do art. 165 no sentido de que a infração é verificada mediante a
presença de álcool ou qualquer outra substância psicoativa, levando ao entendimento de que a quantidade de
substância é irrelevante, a interpretação do dispositivo deve prezar pelo princípio da razoabilidade.
A norma extraída do artigo em debate visa proteger o cidadão e o próprio motorista contra
acidentes que gerem transtornos e/ou acidentes. Para tanto, é necessário que haja combinação de determinados
elementos para que seja configurada a infração.
No dia 19/03/2021, por volta das 21:35 horas, o recorrente foi autuado como incurso no artigo
165 do CTB:
Ocorre que o recorrente, ao ser parado pela blitz da Operação Lei Seca, recusou-se a fazer uso
do etilômetro.
Ao recusar-se, foi então lavrado auto de infração (cópia anexa), onde consta apenas observação
sobre o horário, incorrendo em multa.
Não é razoável punir o condutor/recorrente se, após a verificação pessoal do agente de trânsito,
restar comprovado que o condutor não apresenta sinais de embriaguez.
É cediço que a interpretação literal, aplicada isoladamente, é insuficiente para atingir o “espírito
da Lei”.
Pelo princípio da universalidade do direito ao trânsito seguro, previsto no art. 1º, § 2º, CTB c/c
art. 144, § 10, I, II, da Constituição Federal, o agente autuador, através da fiscalização, um dos tripés que
norteiam este ramo do Direito (educação – engenharia – fiscalização), deve trabalhar para que haja a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio. Todavia, não se pode chegar
ao exagero de punir quem não oferece nenhum risco, como no caso em tela.
Apesar de a autuação constituir um ato administrativo vinculado, é necessário que seja observado
o caso concreto para determinar a presença ou não do risco que o condutor ofereça naquele determinado
momento.
Inexistência de provas atestando indícios de ingestão de bebida alcoólica, bem como de atos
perpetrados de modo a colocar em risco a incolumidade física do autor, de outros condutores de veículo ou
transeuntes. Inquestionável discrepância no tocante à proporcionalidade e razoabilidade na punição aplicada ao
administrado. Simples afirmativa quanto à ingestão de um “bombom de licor”, que não pode ser considerada
conduta violadora dos dispositivos legais previstos no CTB, se desacompanhada de prova concreta a respeito da
presença de álcool na corrente sanguínea do motorista....
O julgamento acima, em que pese tratar-se de caso em que o condutor se recusou a efetuar o
teste, pode ser aplicado analogicamente, uma vez que, ainda que tenha confessado a ingestão de bombom de
licor (quantidade ínfima), conclui-se, pela leitura atenta do acórdão, que são necessários outros meios de prova
que certifiquem a embriaguez/ingestão de álcool suficiente para causar dano.
Veja-se que a presunção de veracidade do ato praticado pelo agente público é ilidida pelo próprio
exame realizado através do etilômetro, que demonstra a baixíssima concentração de álcool no organismo do
recorrente.
Frisa-se, ainda, que os sinais de alteração devem ser mencionados no campo de observação do
auto de infração, o que não ocorreu.
Resolução 432/13. Art. 5º, § 2º. Os sinais de alteração da capacidade psicomotora de que trata o
inciso II deverão ser descritos no auto de infração ou em termo específico que contenha as informações mínimas
indicadas no Anexo II, o qual deverá acompanhar o auto de infração.
Também não foram indicados no AIT os sinais de alteração enumerados no anexo II da Resolução 432/13 do
Contran, requisito indispensável para a constatação da infração.
Por fim, porém não menos importante, ressalta-se que não houve, no momento da abordagem e
realização do teste, a apresentação do certificado de calibração do etilômetro, sendo impossível verificar seu
exato funcionamento.
Pelos argumentos e provas apresentados, não deve prevalecer a penalidade pela suposta infração
cometida pelo recorrente.
1. O deferimento do presente recurso, com consequente cancelamento da multa indevidamente imposta, bem
como restabelecimento dos pontos retirados da CNH do recorrente.
Pede deferimento.
CPF: 059.948.744-50