Você está na página 1de 13

ILMO.

DELEGADO DA COMISSÃO PROCESSANTE DE CNH


DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DA CIDADE DE UBERABA MG

DEFESA JARI

ARIANE LIMA DE SOUZA, RG:MG 13872378, CPF:078.192.256-


96, CNH nº.1347575635, cujo Registro:04411702707, Categoria: AB,
Residente na RUA VICENTE LUCAS BARBOSA, N 226, BAIRRO:
JARDIM ITÁLIA, UBERABA– MG, Cep:38038-115, tendo tomado
ciência de que havia sito iniciado um procedimento para SUSPENSÃO DO
DIREITO DE DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR, com a apreensão da
Carteira Nacional de Habilitação em virtude de haver atingido o limite de
pontos previstos no art. 261, do CTB, vem mui respeitosamente, através do
presente, dentro do prazo legal e, nos termos do art. 265, do código de
trânsito brasileiro, apresentar as seguintes razões de defesa:

QUALIFICAÇÃO DO CONDUTOR:

OPERADORA DE PROCESSOS QUIMICOS, SOLTEIRA, de


reputação ilibada mui respeitado em suas atividades profissionais. Nascido
em 26/12/1986 com 35 anos de idade, tendo sua primeira CNH em
14/07/2008, há 13 anos e não se envolveu em acidente de trânsito de
qualquer natureza.

E pela primeira vez, corre o risco de ser suspenso seu direito de


dirigir.
DAS INFRAÇÕES:

747-10– TRANSITAR EM VELOCIDADE SUPERIOR A MAXIMA


PERMITIDA EM MAIS DE 50%. 01/08/2017 às 14:48, Auto:
AI00404859, Placa: GQR9226, Pontos: 7, Local: AMG2595 KM 15,6
PRELIMINARMENTE

3. DA NULIDADE EM RAZÃO DA AUSÊNCIA DA NOTIFICAÇÃO:

O Requerente tem convicção de que a notificação ora atacada é ilegal,


ineficaz e insuficiente para criar qualquer obrigação, senão vejamos:

3.1. Para a imposição da suspensão do direito de dirigir

A penalidade, elencada na presente Portaria, é, portanto, o objetivo da


defesa, visto que se enquadra entre aquelas penalidade que exige a
Instauração do Processo Administrativo.

O Requerente não foi notificado da autuação da infração de trânsito ou da


penalidade de multa que, obrigatoriamente, no prazo máximo de trinta dias
o órgão de trânsito com jurisdição sobre a via teria que expedir a
Notificação da autuação (artigo 281, parágrafo único, Inciso II do CTB); o
que não ocorreu.

Para justificar a falta da Notificação da autuação, referido órgão de trânsito


não poderá valer-se do disposto nos parágrafos 1º e 3º do artigo 282 do
CTB, em razão de que era o PROPRIETÁRIO do veículo autuado na data
da infração.

Além disso, o local onde o mesmo reside está correto no CRLV, haja vista
que não foi alterado o endereço após autuação, pois era e é servido.
Consultando os autos, verifica-se que não houve número de AR (aviso de
recebimento) de envio da Notificação de Autuação para o Requerente, nem
tão pouco o ‘‘Retorno’’ desse AR, o que significa que não houve
notificação do Requerente. Caso fosse o Requerente devidamente
notificado, haveria o número do AR de envio ou, até mesmo, o motivo do
AR devolvido, como ENDEREÇO DECONHECIDO, AUSENTE,
MUDOU-SE, etc, o que não houve.

Isto é um absurdo!!! Não houve observação dos prazos estipulados no


inciso II, art. 281 c/c § 4º do art. 282 do CTB, que reza que os prazos da
notificação da autuação e da penalidade não serão inferiores a 30 dias.

Ressalta-se que nas fls. dos autos, encontra-se cópia da tela de PESQUISA
HISTÓRICO INFRAÇÕES do sistema PRODEMGE / DETRAN / MG, na
qual não consta data de emissão da notificação da autuação e penalidade,
sem referência na data de postagem, Aviso de Recebimento e publicação de
edital, privando o recorrente de informações fundamentais para que o
mesmo possa se salientar da gravidade e da situação dos Processos
Administrativos que possuem em sua CNH.

Por não conter essas informações no auto anexo, foi feito uma pesquisa no
Diário Oficial/MG, não tiveram publicações de Edital, isto torna
improcedente o Processo Administrativo em questão, causando a nulidade
do mesmo.

A nulidade de atos praticados pelos órgãos de trânsito não somente tem


origem na inconstitucionalidade por afronta aos incisos LIV e LV do artigo
5º da CF/88, uma vez que ambo também são ilegais por desrespeitarem o
artigo 265 do CTB.

O artigo 265 do CTB dispõe que:

‘‘As penalidade de suspensão do direito de dirigir e de cassação do


documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamenta da
autoridade de trânsito competente, em processo administrativo, assegurado
ao infrator amplo direito de defesa.’’
Por outro lado, para aplicação da sanção administrativa da suspensão do
direito de dirigir é necessária a instauração de Processo Administrativo e
que sejam esgotadas TODOS MEIOS DE DEFESA, nos termos do art. 8º
combinado com o art. 19 da Resolução 182/05:

Art. 8º. Para fins de cumprimento do disposto no inciso II do Art. 3º desta


Resolução será instaurado processo administrativo para aplicação da
penalidade de suspensão do direito de dirigir quando esgotado todos os
meios de defesa da infração na esfera administrativa.

(...)

Art. 19. Mantida a penalidade pelos órgãos recursais ou não havendo


interposição de recurso, a autoridade de trânsito notificará o infrator,
utilizando o mesmo procedimento dos §§ 1º e 2º do art. 10 desta Resolução,
para entregar sua CNH até a data do término do prazo constante na
notificação, que não será inferior a 48 (quarenta e oito) contados a partir da
notificação, sob as penas da lei.

No caso em tela não houve oportunidade de defesa do Requerente, haja


vista que o mesmo não foi notificado e penalidade da infração de trânsito
que motivou o processo administrativo em estudo.

O Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de interpretar um ano na


prescrição e de afastar procedimentos sem o devido Processo
Administrativo, neste sentido vejamos o RESP nº 800963/RS, em
2005/0198105-9, Relator Ministro José Delgado, Primeira Turma,
julgamento em 15/02/07:

EMENTA: ADMINSTRATIVO. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRAILEIRO.


PERMISSÃO PARA DIRIGIR. CONCESSÃO DA CARTEIRA
NACIONAL DE HABILITAÇÃO DEFINITIVA. CONDUTOR
AUTUADO POR INFRAÇÃO GRAVÍSSIMA DURANTE O PERÍODO
DE PROVA DE UM ANO. RECURSO ADMINISTRATIVO
PENDENTE. VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E
DA AMPLA DEFESA.
1. Trata-se de recurso especial interposto nos autos de mandato de
segurança impetrado por motorista portador de Permissão para Dirigir
contra o Diretor do DETRAN/RS, buscando o direito de obter a CNH
definitiva após o período de prova de 1 (um) ano, apesar da ocorrência de
autuações por infrações de trânsito de natureza gravíssima, que ainda estão
pendentes de julgamento na esfera administrativa. A sentença concedeu a
segurança sob o entendimento de que não podem ser considerados os
efeitos do ato infracional antes de julgados os recursos administrativos.
Interposta apelação pelo DETRAN/RS, o acórdão do TJRS deu provimento
ao apelo sob o fundamento da falta de interesse do impetrante, visto que as
multas já haviam sido pagas, e o pagamento convalida o vício. O
impetrante após embargos de declaração, os quais foram acolhidos, mas
mantiveram a conclusão do acórdão embargado quanto ao provimento da
apelação. No recurso especial o recorrente alega violação do art. 290 do
CTB, sustentando que as penalidades de trânsito somente podem ser
cadastradas no RENACH (Registro Nacional de Carteiras de Habilitação)
após o esgotamento dos recursos administrativos. 2. Os §§ 3º e 4º do art.
148 do CTB impõem a penalidade de suspensão do direito de dirigir,
obrigando o condutor detentor de Permissão para Dirigir a reiniciar o
processo de habilitação caso, no período de 1 (um) ano, tenha cometido
infração grave ou gravíssima ou seja reincidente em infração média. 3.
Entretanto, urge salientar que a aplicação da penalidade da suspensão do
direito de dirigir, bem como todas as demais prevista no Código de
Trânsito, reclama prévio processo administrativo, com observação das
garantias constitucionais do devido processo legal, contraditório e da ampla
defesa, estes consectários do primeiro (CF, ART. 5º LIV e LV). 4. O
CTB expressamente dispõe no art. 265 que ‘‘As penalidades de suspensão
do direito de dirigir e de cassação do documento de habilitação serão
aplicadas por decisão fundamentada da autoridade de trânsito competente,
em processo administrativo, assegurado ao infrator amplo direito de
defesa.’’ 5. A ocorrência de infração ou gravíssima somente poderá
constituir obstáculo à concessão da CNH definitiva ao detentor de
Permissão para Dirigir após a trânsito em julgamento administrativo da
decisão que confirme a validade do ato infracional a ele imputado. 6.
Recurso especial provido.
Ao que temos notícia, isto não está acontecendo, pois simplesmente do
Recorrente não foi notificado para oferecer defesa da autuação de infração
de trânsito. Também o Procedimento Administrativo legal que garante a
defesa técnica, os recursos a ela inerentes e decisões motivadas e com
fundamentos legais e fáticos, NÃO PODEM SER VALIDADOS, haja vista
que não foi notificado pessoalmente ou por edital da autuação ou
penalidade nos devidos prazos. Portanto, caso outro entendimento,
REQUER A JUNTADA DA CÓPIAS DAS PUBLICAÇÕES DOS
EDITAIS E CÓPIAS DAS NOTIFICAÇÕES DE AUTUAÇÃO E
PENALIDADE EMITIDA.

4. DA NULIDADE EM RAZÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE

4.1. O Princípio do Devido processo Legal e o Artigo 265 do CTB

Para os motoristas que não foram notificados pessoalmente das infrações


de trânsito praticadas, não há como se negar que os processos
administrativos das infrações que acarretaram a suspensão da CNH são
flagrantemente inconstitucionais, uma vez que, para serem válidos,
deveriam ter garantido o direito à ampla defesa e contraditório contra as
autuações de trânsito pela apresentação de defesa administrativa.

Muitos dos contribuintes não recebem devidamente suas notificações, para


que possam se defender, o que fere expressa disposição de lei. Com efeito,
rege o artigo 210 do CNT, in verbis:

Art. 210 – as infrações de trânsito serão lançadas pelo agente da autoridade


de trânsito, no correspondente auto de infração no qual constarão os dados
que caracterizem o fato, identifiquem o veículo e permitam a defesa do
infrator. § 1º.
Sempre que possível, o agente da autoridade de trânsito apresentará o auto
de infração ao condutor para assinatura, como prova do recebimento da
notificação. § 2º. Não sendo possível a
notificação na forma prevista no parágrafo anterior, a autoridade de trânsito
notificará o infrator por carta registrada com aviso de recebimento. § 3º.
Quando o infrator ou proprietário não for localizado no domicílio ou
residência constantes do registro do veículo a notificação far-se-á por
edital.
O artigo 210 do CNT é claro, exigindo a prévia, necessária e indispensável
notificação do infrator, a fim de que o mesmo exerça o seu direito de ampla
defesa no âmbito administrativo, consagrado pelo art. 5º da Constituição
Federal do Brasil.

Em decorrência da falta de notificação pessoal, muitas vezes é negado ao


motorista o direito de comunicar que seu veículo estava sendo conduzido
por outra pessoa no momento da infração, como faculta o § 8º do artigo
257 da Lei nº 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro).

O direito à ampla defesa e contraditório e do princípio do Devido Processo


Legal estão previstos nos incisos LIV e LV do artigo 5º da Constituição
Federal de 1988, que acarreta a nulidade insanável dos atos administrativos
quando não permitirem o seu exercício.

A notificação pessoal e condição necessária para a validade da autuações


de trânsito, sempre que a residência do infrator for conhecida.

O Colendo Supremo Tribunal Federal já decidiu que o infrator de uma


infração de trânsito deve ser notificado pessoalmente, salvo se sua
residência for desconhecida, sob pena da nulidade da penalidade imposta
conforme comprova a seguinte ementa:

‘‘Mandado de Segurança. Renovação de licença. Ocorrência de multa


imposta sem notificação do infrator. II - Não prevalecem até que seja
regularmente intimado. Dita intimação é pessoal, salvo se desconhecida a
residência do infrator’’ (1ª T do STF. Recurso Extraordinário nº 89.072-6.
Relator Ministro Carlos Thompson Flores. J. 15.05.79 – DJ de 15.05.79).

Frise-se que é notório que o Detran possui recursos suficientes para arcar
com os gastos decorrentes de notificações que observem a disposição legal.

4.2 . O Artigo 265 do CTB

Ocorre que o recorrente não foi notificado pessoalmente ou por edital sobre
a atuação e penalidade de trânsito que ensejou o processo administrativo
em discurso. Embora tenha sido enviado para o Requerente a Notificação
de tal processo, o mesmo jamais foi notificado da infração que deu origem
a instauração deste processo e, portanto, não foi lhe oferecida a devida
defesa deste.
A nulidade de atos praticados pelos órgãos de trânsito não somente tem
origem na inconstitucionalidade por afronta aos incisos LIV e LV do artigo
5º da CF/88, uma vez que ambo também são ilegais por desrespeitarem o
artigo 265 do CTB.

O artigo 265 do CTB dispõe que:

‘‘As penalidade de suspensão do direito de dirigir e de cassação do


documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamenta da
autoridade de trânsito competente, em processo administrativo, assegurado
ao infrator amplo direito de defesa.’’

Neste sentido, como o precitado dispositivo legal ‘‘assegura’’ ao infrator


amplo direito de defesa, não há como se negar que se este direito ‘‘não for
assegurado’’, a penalidade de suspensão estará sendo aplicada de forma
ilegal.

Isto porque, repita-se, para que a suspensão seja válida, necessariamente,


deverá ser permitida a ampla defesa antes de sua aplicação, sob pena de se
fazer tábua rasa do que estabelece o artigo 265 do CTB.

Deve ser destacado que, a defesa permitida no prazo de 30 (trinta) dias não
ilide a sua ilegalidade por afronta ao artigo 265 do CTB, vez que, este
dispositivo, há que ser permitida a ampla defesa do infrator, pois será
inócuo se a penalidade for aplicada anteriormente.

Ressalte-se ainda que, se a defesa apresentada no processo administrativo


garantir a nulidade da pena de suspensão em decisão futura, o Estado de
Mina Gerais se responsabilizará pelos prejuízos sofridos pelos motoristas
que não puderam dirigir no período? Claro que não, o que mostra a falta de
legalidade de se aplicar pena antes de ser possível a ampla defesa, que no
caso do impetrante não notificado, não foi garantida na esfera
administrativa.

Esta interpretação não poderia ser diferente, pois adota o entendimento do


STF de interpretar as normas infraconstitucionais conforme a Constituição
Federal, para que seus efeitos sejam sempre válidos perante o ordenamento
jurídico pátrio.

Com efeito, se a Lei Maior abriga o Princípio do Devido Processo Legal


conforme demonstrado alhures, do qual resulta a necessária intimação
pessoal ou por edital do infrator de infração de trânsito, a única
interpretação válida do artigo 265do CTB é a de que e não for garantida a
ampla defesa a aplicação da penalidade será NULA.

4.4 . Os Princípios da Razoabilidade, da Proporcionalidade e da


Publicidade dos Atos Administrativos.

A instauração do processo administrativo em comento afronta ainda o


Princípio da Razoabilidade, pelo qual as autoridades do poder público
devem elaborar normas razoáveis no sentido de permitir que as suas
determinações tenham uma razão de ser perante os valores estabelecidos
pela Constituição Federal.

A falta de razoabilidade de tal procedimento é nítida, quando se verifica


que o motorista pode ser penalizado severamente, sem que tenha tido a
possibilidade de exercer a ampla defesa e contraditório garantidos, não
somente pela Lei Maior, como pelo próprio CTB.

O Supremo Tribunal Federal vem admitindo a aplicação deste Princípio


para declarar a inconstitucionalidade de legislação não razoável, como é a
que aplica a penalidade sem observar direitos garantidos pelo ordenamento
jurídico pátrio, merecendo serem transcritas as palavras do Ministro Celso
de Mello:

‘‘A essência do substantive due process of law reside na necessidade de


proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade
de legislação que se revele opressiva ou destituída do necessário
coeficiente de razoabilidade. Isso significa, dentro da perspectiva da
extensão da teoria do desvio de poder ao plano das atividades legislativas
do Estado, que este não dispõe de competência para legislar
ilimitadamente, de forma imoderada e irresponsável, gerando, como o seu
comportamento institucional, situações normativas de absoluta distorção e,
até mesmo, de subversão dos fins que regem o desempenho da função
estatal’’ (ADIN nº 1.407-2-DF).

Da mesma forma, o processo administrativo nos moldes acima descritos


também desrespeita o Princípio da Proporcionalidade, pelo qual deve
existir proporcionalidade entre os meios de que a Administração Pública se
utiliza para garantir um fim.
Realmente os motoristas que não respeitarem as determinações legais
devem ser penalizados, todavia, somente existirá proporcionalidade se a
pena for imposta no fim de um processo administrativo que garantiu o
direito à ampla defesa e contraditório.

O fim (suspensão de carteira) somente será proporcional quando o meio


(processo administrativo) permitir o exercício de todos os direito previstos
na Constituição Federal e na lei (como é a apresentação de defesa após
notificação do Requerente), sob pena de ser inconstitucional o ato
administrativo por desrespeito o Princípio da Proporcionalidade.

Por outro lado, a determinação de suspensão da CNH dos motoristas não


notificados, originada em processos administrativos nulos, uma vez que,
como é uma série de atos administrativos visando um efeito final, somente
teria validade caso respeitasse todos os atributo para a validade dos atos
administrativos previstos no princípios acostados no caput do artigo 37 da
CF/88, como é o publicidade pela ampla divulgação dos atos praticados
pela administração.

4.5 . O Princípio da Proporcionalidade – a Inconstitucionalidade da Pena


de Suspensão para Algumas Atividades

Como já demonstrado, o Princípio da Proporcionalidade tem relação com a


necessária proporção entre os meios de que a Administração Pública se
utilizada para garantir um fim.

Sob este prisma, sem considerar os argumentos expostos anteriormente, a


suspensão da CNH somente seria possível após a análise da situação
individual do motorista, porque os seus efeitos poderão não guardar a
devida razoabilidade e proporção com as infrações cometidas, acarretando
a inconstitucionalidade de suas aplicações

Assim, caso seja suspensa a CNH de uma pessoa que tem no automóvel seu
principal meio de trabalho, estar-se-á negado ao mesmo direito de exercer
devidamente a sua atividade profissional, garantir a sua subsistência e de
sua família.
Portanto, a suspensão da Carteira de Habilitação somente será legal após a
observância de todos os dispositivos constitucionais e infraconstitucionais
acima citados.

Ora, resta evidenciado que o AIT em questão É NULO DE PLENO


DIREITO e não está apto à gerar efeito como ato administrativo perfeito e
acabado haja vista a não observância às formalidades exigida para sua
lavratura.

Diante do exposto e, considerando que a Administração, segundo a Carta


Magna de 1988, deve orientar seus atos pela legalidade e moralidade e os
atos que contiverem erros de responsabilidade da Administração devem ser
corrigidos até ‘‘x offício’’ e, estando, pois indiscutivelmente comprovado
pelo documentos oficiais acostados, verifica-se que a penalidade de
suspensão do direito de dirigir que se pretende me impor é manifestamente
ilegal. Requer, portanto, acolhimento a sua defesa, declarando
insubsistente a Penalidade que pode resultar injustamente na suspensão do
seu direito de dirigir, por ser de lídima justiça.

6. DO PEDIDO.

Vale ressaltar que também no dia da ocorrida penalidade havia uma grande
queimada no acostamento da via, e com grande trafego de caminhões
andando em velocidade em cima da média pelo o risco de incêndio que por
ventura me fez andar também em cima da média para não ser atropelada,
tanto que quase no mesmo horário ouve um acidente com vitima fatal
conforme noticiado em vários canais de noticia conforme segue em anexo
link e print da matéria:

https://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/acidente-
envolvendo-
quatro- veiculos-deixa-
um-morto- e-feridos-em-
uberaba.ghtml
Diante de todo exposto acima, vem requerer que seja ACOLHIDA a
presente defesa, arquivando ou cancelando o Processo Administrativo
7733863 em razão das nulidades do processo e da ausência das notificações
de autuação e penalidade da infração de trânsito, cerceando, assim, sua
defesa, protestando desde já provar o alegado por todos os meios de provas
em direito admitidos, juntada de documentos, perícia, etc.
Nestes termos, pede-se deferimento.

Você também pode gostar