Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA
1. (AUTOR – 2021)
O Direito Penal é o ramo do direito que repercute na esfera de liberdade do indivíduo.
Certo ( ) Errado ( )
2. (AUTOR – 2021)
O direito penal objetivo consiste no conjunto de normas em vigor, que deve respeitar, natu-
ralmente, o princípio da legalidade.
Certo ( ) Errado ( )
3. (AUTOR – 2021)
O direito penal subjetivo traduz-se no chamado jus puniendi, ou seja, o direito de punir do
Estado, representando a capacidade que o Estado tem de produzir e fazer cumprir suas normas.
Certo ( ) Errado ( )
4. (AUTOR – 2021)
O direito penal adjetivo corresponde ao direito material, que cria as figuras criminosas e
contravencionais.
Certo ( ) Errado ( )
5. (AUTOR – 2021)
O direito penal substantivo corresponde ao direito processual, que trata das normas destinadas
a instrumentalizar a atuação do Estado diante da ocorrência de um crime.
Certo ( ) Errado ( )
6. (AUTOR – 2021)
O direito penal de emergência consiste em situações em que uma lei é editada com a finalidade
de atender aos reclames da sociedade ou a pressões políticas.
Certo ( ) Errado ( )
7. (AUTOR – 2021)
Quando a Lei Penal Brasileira regulamentar fatos que ocorrem no estrangeiro, denomina -se
extraterritorialidade – ou direito penal internacional.
Certo ( ) Errado ( )
8. (AUTOR – 2021)
O direito penal simbólico pode ser tratado como um aleatório jurídico, na medida em que
podemos ter a norma, e apresenta efetividade jurídica.
Certo ( ) Errado ( )
9. (AUTOR – 2021)
O direito penal de emergência consiste em situações em que uma lei é editada com a finalidade
de atender aos reclames da sociedade ou a pressões políticas.
Certo ( ) Errado ( )
10. (AUTOR – 2021)
Imperatividade é uma das características da lei penal e significa que somente a lei pode prever
figuras criminosas e prever as respectivas sanções.
Certo ( ) Errado ( )
11. (AUTOR – 2021)
De acordo com as características da lei penal, marque a alternativa correta.
Quando somente a lei pode prever figuras criminosas e prever as respectivas sanções refere-se
a qual característica:
a) Imperatividade;
b) Impessoalidade;
c) Exclusividade;
d) Generalidade;
e) Incriminadora.
GABARITO
1. Certo
2. Certo
3. Certo
4. Errado
5. Errado
6. Certo
7. Certo
8. Errado
9. Certo
10. Errado
11. C
12. B
13. C
14. C
15. A
16. D
17. C
18. D
19. E
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
1. (AUTOR – 2021)
O Direito Penal é o ramo do direito que repercute na esfera de liberdade do indivíduo.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
A questão exige que o candidato conheça sobre o TEORIA GERAL DA NORMA PENAL – INTRODUÇÃO ora em
estudo.
A teoria geral da norma penal na sua parte introdutória afirma que o Direito Penal é o ramo do direito
que repercute na esfera de liberdade do indivíduo. É, por excelência, o ramo do direito que prevê a
tipificação de delitos (condutas proibidas, seguidas da aplicação da respectiva pena.
2. (AUTOR – 2021)
O direito penal objetivo consiste no conjunto de normas em vigor, que deve respeitar, natu-
ralmente, o princípio da legalidade.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
A questão exige que o candidato esteja atento às disposições relacionadas ao Direito Penal.
O direito penal objetivo consiste no conjunto de normas em vigor, que deve respeitar, naturalmente, o princí-
pio da legalidade, estampado no art. 1º do Código Penal e no art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal.
Assim, constitui-se das normas penais incriminadoras (definem as infrações penais e cominam as sanções
penais) e não incriminadoras.
3. 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
O direito penal subjetivo traduz-se no chamado jus puniendi, ou seja, o direito de punir do
Estado, representando a capacidade que o Estado tem de produzir e fazer cumprir suas normas.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
Direito Penal subjetivo é o direito de punir do Estado (jus puniendi), ou seja, o direito do Estado de aplicar as
normas penais.
O direito de punir possui três momentos:
1º) ameaça da pena (pretensão intimidatória);
2º) aplicação da pena (pretensão punitiva);
3º) execução da pena (pretensão executória).
4. (AUTOR – 2021)
O direito penal adjetivo corresponde ao direito material, que cria as figuras criminosas e
contravencionais.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal - Parte Geral.
O direito penal adjetivo é o direito processual, que trata das normas destinadas a instrumentalizar a
atuação do Estado diante da ocorrência de um crime.
5. (AUTOR – 2021)
O direito penal substantivo corresponde ao direito processual, que trata das normas destinadas
a instrumentalizar a atuação do Estado diante da ocorrência de um crime.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal - Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com Direito Penal - Parte Geral.
INCORRETA!
O direito penal substantivo corresponde ao direito material, que cria as figuras criminosas e contraven-
cionais, enquanto o direito penal adjetivo é o direito processual, que trata das normas destinadas a
instrumentalizar a atuação do Estado diante da ocorrência de um crime.
6. (AUTOR – 2021)
Quando a lei estrangeira regulamenta um fato ocorrido no Brasil, temos o fenômeno da intra-
territorialidade – ou direito internacional penal.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal - Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal - Parte Geral.
CORRETA! Está de acordo com o dispositivo legal.
O direito penal, como regra, é aplicado aos fatos ocorridos em território nacional, porém, há a possibilidade
de que norma estrangeira seja aplicada a fato ocorrido dentro dos nossos limites territoriais. Quando a lei
estrangeira regulamenta um fato ocorrido no Brasil, temos o fenômeno da intraterritorialidade – ou
direito internacional penal.
7. (AUTOR – 2021)
Quando a Lei Penal Brasileira regulamentar fatos que ocorrem no estrangeiro, denomina -se
extraterritorialidade – ou direito penal internacional.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal - Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal - Parte Geral.
CORRETA!
Vamos perceber que o direito penal, como regra, é aplicado aos fatos ocorridos em território nacional,
porém, há a possibilidade de que norma estrangeira seja aplicada a fato ocorrido dentro dos nossos limites
territoriais. Quando a lei estrangeira regulamenta um fato ocorrido no Brasil, temos o fenômeno da intra-
territorialidade – ou direito internacional penal.
Noutro giro, existe também a possibilidade de a Lei Penal Brasileira regulamentar fatos que ocorrem no
estrangeiro, ao que se denomina extraterritorialidade – ou direito penal internacional.
8. (AUTOR – 2021)
O direito penal simbólico pode ser tratado como um aleatório jurídico, na medida em que
podemos ter a norma, e apresenta efetividade jurídica.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal - Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal - Parte Geral.
INCORRETA! O direito penal simbólico não apresenta efetividade jurídica, carece de regulamentação ou de
subsídios para ser implantado ou aplicado.
O direito penal simbólico pode ser tratado como um aleatório jurídico, na medida em que podemos ter a
norma, porém, sem efetividade jurídica, carecendo de regulamentação ou de subsídios para sua implan-
tação e aplicação.
9. (AUTOR – 2021)
O direito penal de emergência consiste em situações em que uma lei é editada com a finalidade
de atender aos reclames da sociedade ou a pressões políticas.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Exclusividade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o Direito Penal – Parte geral.
Questão busca conhecimento do tópico- CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL do Direito Penal – Parte
Geral.
Observe o dispositivo legal:
Impessoalidade;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra B de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
Imperatividade;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o com o Direito Penal- Parte Geral.
Permissiva justificante: tornam lícitas determinadas condutas; (ex.: art. 25, CP).
Vejamos:
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agres-
são, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Vide ADPF 779)
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima
defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a
prática de crimes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADPF 779).
16. (AUTOR – 2021)
Conforme o estudo avançar, vamos perceber que o direito penal, como regra, é aplicado aos fatos ocorridos em
território nacional, porém, há a possibilidade de que norma estrangeira seja aplicada a fato ocorrido dentro dos
nossos limites territoriais.
Quando a lei estrangeira regulamenta um fato ocorrido no Brasil, temos o fenômeno da intraterritoriali-
dade – ou direito internacional penal.
20. (AUTOR – 2021)
1. (QUADRIX O princípio da legalidade diz respeito não apenas a leis em sentido formal, mas
também a leis em sentido material, estas últimas quando editadas em consonância e nos
limites dados por atos normativos primários.
Certo ( ) Errado ( )
2. (AUTOR – 2021) O princípio da legalidade, que tem previsão no Código Penal e também
na Constituição Federal, aplica-se apenas aos crimes e às penas, não se aplicando às con-
travenções penais e às medidas de segurança.
Certo ( ) Errado ( )
3. (CESPE/CEBRASPE) A analogia constitui meio para suprir lacuna do direito positivado,
mas, em direito penal, só é possível a aplicação analógica da lei penal in bonam partem,
em atenção ao princípio da reserva legal, expresso no artigo primeiro do Código Penal.
Certo ( ) Errado ( )
4. (FCC) O princípio da anterioridade da lei penal é aplicado se sobrevier lei que agrave o
lapso temporal para a progressão de regime, que só passa a valer para os crimes cometidos
a partir de sua vigência.
Certo ( ) Errado ( )
5. (AUTOR – 2021) Não há crime sem lei anterior ou posterior que o defina, nem pena sem
cominação legal prévia ou posterior ao fato.
Certo ( ) Errado ( )
6. (CESPE/CEBRASPE) O art. 1.º do Código Penal brasileiro dispõe que “não há crime sem lei
anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas dele
decorrentes, julgue o item que se segue.
A norma penal deve ser instituída por lei em sentido estrito, razão por que é proibida, em
caráter absoluto, a analogia no direito penal, seja para criar tipo penal incriminador, seja para
fundamentar ou alterar a pena.
Certo ( ) Errado ( )
7. (IOBV) Considerando a redação do Art. 1º do Código Penal, que prevê: Não há crime sem
lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal, os princípios implícitos
no referido dispositivo legal são anterioridade e legalidade.
Certo ( ) Errado ( )
8. (AUTOR – 2021) Não há crime sem lei anterior que o defina, mas pode haver pena sem
prévia cominação legal.
Certo ( ) Errado ( )
12. (IADES) Com relação aos princípios do Direito Penal, é correto afirmar que o princípio da.
a) ofensividade admite que, em caso de urgência, um crime seja criado por meio de
medida provisória;
b) individualização da pena admite o cumprimento de pena privativa de liberdade por
um dos sucessores de um condenado que vem a óbito.
c) intervenção mínima consubstancia uma atuação máxima do Direito Penal enquanto
mecanismo de controle de infrações de pequena gravidade;
d) humanidade das penas admite pena de trabalho forçado, dado que se deve evitar a
ociosidade do preso;
e) legalidade tem uma função de garantia na medida em que proíbe leis penais impre-
cisas e indeterminadas.
13. (Ano: 2021 Banca: ALFACON) Sobre o princípio da legalidade, assinale a alternativa
INCORRETA:
a) Tem como consectários a proibição de analogia em Direito Penal, de irretroatividade
da lei penal gravosa, de utilização dos costumes para fundamentar ou agravar a pena
e de criação de leis penais indeterminadas ou imprecisas.
15. (IOBV) Considerando a redação do Art. 1º do Código Penal, que prevê: Não há crime sem
lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal, assinale a alternativa
que contém os princípios implícitos no referido dispositivo legal:
a) anterioridade e legalidade.
b) presunção da inocência e anterioridade.
c) irretroatividade da lei penal e legalidade
d) presunção da inocência e legalidade.
e) irretroatividade da lei penal e anterioridade.
16. (FUNDATEC) O princípio “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal” é chamado de:
a) Princípio da legalidade e anterioridade.
b) Princípio da excepcionalidade.
c) Princípio do contraditório.
d) Princípio da ampla defesa.
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Certo
4. Certo
5. Errado
6. Errado
7. Certo
8. Errado
9. Errado
10. Errado
11. C
12. E
13. A
14. B
15. A
16. A
17. C
18. D
19. A
QUESTÕES COMENTADAS
1. (QUADRIX O princípio da legalidade diz respeito não apenas a leis em sentido formal, mas
também a leis em sentido material, estas últimas quando editadas em consonância e nos
limites dados por atos normativos primários.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
2. (AUTOR – 2021) O princípio da legalidade, que tem previsão no Código Penal e também
na Constituição Federal, aplica-se apenas aos crimes e às penas, não se aplicando às con-
travenções penais e às medidas de segurança.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
O princípio da legalidade está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição Federal:
Art. 5º (...) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Entretanto, ele TAMBÉM está previsto no Código Penal, em seu art. 1°:
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Este princípio, que vem do latim (Nullum crimen sine praevia lege), estabelece que uma conduta não pode ser
considerada criminosa se antes de sua prática não havia lei nesse sentido.
Entretanto, do princípio da legalidade podemos extrair dois outros princípios: o da Reserva Legal e o da Anterio-
ridade da Lei Penal.
O princípio da Reserva Legal estabelece que SOMENTE LEI (em sentido estrito) pode definir condutas criminosas
e estabelecer penas.
Assim, somente a Lei (editada pelo Poder Legislativo) pode definir crimes e cominar penas. Logo, Medidas Provi-
sórias, Decretos, e demais diplomas legislativos NÃO PODEM ESTABELECER CONDUTAS CRIMINOSAS NEM COMINAR
SANÇÕES.
O princípio da anterioridade da lei penal, por sua vez, estabelece que essa lei penal já deve estar em vigor
quando a conduta é praticada pelo agente.
Tais princípios, porém, não se aplicam apenas aos crimes e às penas. Aplicam-se, ainda, às contravenções
penais (infrações penais menos graves) e às medidas de segurança (espécie de sanção penal aplicável aos
inimputáveis por doença mental, cuja finalidade é tratativa, não punitiva).
Logo, errada a questão.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
A questão exige do candidato conhecimento sobre analogia no Direito Penal, dos princípios da legalidade/
anterioridade da lei penal contidos no art. 1º do Código Penal e da vedação à analogia in malam partem.
Observe o dispositivo mencionado:
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Desse modo, o princípio da reserva legal determina que: além da previsão legal do crime e da pena serem
anteriores ao fato, é exigido também a anterioridade quanto a definição da conduta e da pena (preceitos primá-
rios e secundários do tipo penal).
Veja que, as lacunas dispostas na lei penal não podem ser suprimidas por analogia em desfavor da liberdade
do indivíduo.
Entretanto, conforme aponta a doutrina, a analogia in bonam partem, isto é, em favor da liberdade do indivíduo
é admissível e inafastável (em decorrência do princípio do favor libertatis).
4. (FCC) O princípio da anterioridade da lei penal é aplicado se sobrevier lei que agrave o
lapso temporal para a progressão de regime, que só passa a valer para os crimes cometidos
a partir de sua vigência.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
Esse princípio decorre do princípio da legalidade, previsto como garantia fundamental individual (art. 5º,
XXXIX, Constituição Federal), bem como no art. 1º do Código Penal. Por se tratar de garantia fundamental se
aplica na execução penal independentemente de previsão na lei de execução penal.
Assim, no caso de lei que agrave o lapso temporal para a progressão de regime só se aplica para crimes come-
tidos a partir de sua vigência, uma vez que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.
5. (AUTOR – 2021) Não há crime sem lei anterior ou posterior que o defina, nem pena sem
cominação legal prévia ou posterior ao fato.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
6. (CESPE/CEBRASPE) O art. 1.º do Código Penal brasileiro dispõe que “não há crime sem lei
anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas dele
decorrentes, julgue o item que se segue.
A norma penal deve ser instituída por lei em sentido estrito, razão por que é proibida, em
caráter absoluto, a analogia no direito penal, seja para criar tipo penal incriminador, seja para
fundamentar ou alterar a pena.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
O princípio da legalidade no Direito Penal (art. 5º, XXXIX, da CRFB/88 e art. 1º do CP) possui quatro funções
fundamentais (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Geral. 14ª edição. 2012, p. 96):
Proibir a retroatividade da lei penal (nullum crimen nulla poena sine lege praevia);
Proibir a criação de crimes e penas pelos costumes (nullum crimen nulla poena sine lege scripta);
Proibir o emprego de analogia para crimes, fundamentar ou agravar penas (nullum crimen nulla poena sine
lege stricta);
Proibir incriminações vagas e indeterminadas (nullum crimen nulla poena sine lege certa). (GRECO, 2012. P.96)
Assim, é vedada a analogia de norma penal incriminadora em prejuízo ao réu (in malam partem).
No entanto, é possível aplicar a uma hipótese não regulada por lei ou caso concreto semelhante a analogia de
norma penal incriminadora em benefício ao réu (in bonam partem). Portanto, a assertiva erra ao dizer que é
proibida, em caráter absoluto, a analogia no Direito Penal.
7. (IOBV) Considerando a redação do Art. 1º do Código Penal, que prevê: Não há crime sem
lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal, os princípios implícitos
no referido dispositivo legal são anterioridade e legalidade.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
O caso em questão corresponde aos Princípios da: Anterioridade e Legalidade.
Um dos pilares do Direito Penal, desde os primórdios, consiste no princípio da legalidade. Isso porque ele se
reveste de um pilar sob o qual toda a disciplina irá se irradiar.
Tamanha relevância que ele aparece no art. 1º do Código Penal, e também ostenta matriz constitucional, con-
forme art. 5º, XXXIX, CF. Art. 1º, CP c/c art. 5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que o defina e não há pena
sem prévia cominação legal.
Em resumo, conseguimos extrair, portanto, que somente a lei é quem pode constituir uma infração penal e a
respectiva pena. Esta lei deve respeitar o processo material e formal de sua elaboração.
O princípio da legalidade, ponto importante e tema de prova, é a soma do princípio da reserva legal (somente a
lei pode criar crimes e prever penas) + princípio da anterioridade da lei penal (a lei deve ser anterior ao fato).
8. (AUTOR - 2021) Não há crime sem lei anterior que o defina, mas pode haver pena sem
prévia cominação legal.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
De acordo com o art. 1º do CP. Vejamos:
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
10. (CESPE/CEBRASPE ) O princípio da legalidade não impede que o juiz apene o acusado
criminal com base nos costumes e que o legislador vote norma penal sancionadora de
coação direta, impondo desde logo a pena, sem julgamento.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
No Direito Penal vigora o princípio da legalidade estrita, conforme se depreende do art. 1º do Código Penal: Não
há crime sem LEI anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação LEGAL.
Assim sendo, o acusado criminal não pode ser apenado com base nos costumes e muito menos sem o DEVIDO
PROCESSO LEGAL (art. 5º, inciso LIV, da CF).
Ademais, em respeito aos princípios do devido processo legal e da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII,
da CF), esse ramo não se confunde com direito de coação direta, a exemplo da possibilidade legal existente no
direito administrativo de se aplicar multa de trânsito.
12. (IADES) Com relação aos princípios do Direito Penal, é correto afirmar que o princípio da.
a) ofensividade admite que, em caso de urgência, um crime seja criado por meio de
medida provisória;
15. (IOBV) Considerando a redação do Art. 1º do Código Penal, que prevê: Não há crime sem
lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal, assinale a alternativa
que contém os princípios implícitos no referido dispositivo legal:
a) anterioridade e legalidade.
b) presunção da inocência e anterioridade.
c) irretroatividade da lei penal e legalidade
d) presunção da inocência e legalidade.
e) irretroatividade da lei penal e anterioridade.
GABARITO: A.
SOLUÇÃO RÁPIDA
A alternativa A está de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
anterioridade e legalidade.
SOLUÇÃO COMPLETA
A alternativa A está de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
O caso em questão corresponde aos Princípios da: Anterioridade e Legalidade.
16. (FUNDATEC) O princípio “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal” é chamado de:
a) Princípio da legalidade e anterioridade.
b) Princípio da excepcionalidade.
c) Princípio do contraditório.
d) Princípio da ampla defesa.
e) Princípio do devido processo legal.
GABARITO: A.
SOLUÇÃO RÁPIDA
A alternativa A está de acordo o Direito Penal – Parte Geral.
Princípio da legalidade e anterioridade.
SOLUÇÃO COMPLETA
A alternativa A está de acordo o Direito Penal – Parte Geral.
De acordo com o art. 1º, do Código Penal e também com o inciso XXXIX do art. 5º, CF:
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
e) A anterioridade da lei penal significa que a lei que define a conduta como criminosa
deve ser anterior ao fato praticado, mas a lei que cria a pena pode ser posterior.
GABARITO: D.
SOLUÇÃO RÁPIDA
A alternativa D está de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
A anterioridade da lei penal significa que a lei que estabelece a conduta como criminosa deve
ser anterior ao fato praticado.
SOLUÇÃO COMPLETA
A alternativa D está de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
A questão exige que aluno tenha conhecimento sobre o princípio da anterioridade de lei penal.
Conforme previsto no artigo 5º, inciso XXXIX, da CF/88 e também no artigo 1º, do Decreto-Lei nº 2.848/40 - Código
Penal, não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Portanto, a anterioridade da lei penal significa que a lei que estabelece a conduta como criminosa deve ser
anterior ao fato praticado.
1. (AUTOR – 2021)
Segundo o princípio da intervenção mínima, o direito penal somente deverá cuidar da proteção
dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social.
Certo ( ) Errado ( )
2. (AUTOR – 2021)
O princípio da intervenção mínima consubstancia uma atuação máxima do Direito Penal
enquanto mecanismo de controle de infrações de pequena gravidade.
Certo ( ) Errado ( )
3. (AUTOR – 2021)
O princípio da insignificância deve ser analisado em correlação com os postulados da fragmen-
tariedade e da intervenção mínima do direito penal para excluir ou afastar a própria tipicidade
da conduta.
Certo ( ) Errado ( )
4. (AUTOR – 2021)
Segundo o princípio da intervenção mínima, o direito penal somente deverá cuidar da proteção
dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social.
Certo ( ) Errado ( )
5. (AUTOR – 2021)
O princípio da ultima ratio ou da intervenção mínima do direito penal significa que a pessoa
só cometerá um crime se a pessoa a ser prejudicada por esse crime o permitir.
Certo ( ) Errado ( )
6. (AUTOR – 2021)
Em consequência da fragmentariedade do direito penal, ainda que haja outras formas de sanção
ou outros meios de controle social para a tutela de determinado bem jurídico, a criminalização,
pelo direito penal, de condutas que invistam contra esse bem será adequada e recomendável.
Certo ( ) Errado ( )
7. (AUTOR – 2021)
O princípio da intervenção mínima abrange os princípios da subsidiariedade e da
fragmentariedade.
Certo ( ) Errado ( )
8. (AUTOR – 2021)
Conforme o princípio da subsidiariedade, a norma definidora de um crime constitui meio
necessário ou fase normal de preparação ou execução de outro crime, ou seja, na relação os
fatos não se apresentam em relação a gênero e espécie, mas de minus e plus, de continente
e conteúdo, de todo e parte, de inteiro e fração.
Certo ( ) Errado ( )
9. (AUTOR – 2021)
A culpabilidade significa que será penalmente punido aquele que houver agido com culpa ou
dolo o que implica adoção pelo nosso Código Penal da teoria da responsabilidade objetiva.
Certo ( ) Errado ( )
10. (AUTOR – 2021)
A responsabilidade penal subjetiva, decorrente do princípio da culpabilidade, tem como con-
sequência jurídica a proporcionalidade entre a sanção penal e o desvalor da ação representada
pelo dolo ou culpa integrantes da culpabilidade.
Certo ( ) Errado ( )
11. (AUTOR – 2021)
Com relação aos princípios e às garantias penais, assinale a opção correta.
a) O princípio da adequação social serve de parâmetro fundamental ao julgador, que,
à luz das condutas formalmente típicas, deve decidir quais sejam merecedoras de
punição criminal.
b) Conforme o princípio da subsidiariedade, o direito penal somente tutela uma pequena
fração dos bens jurídicos protegidos nas hipóteses em que se verifica uma lesão ou
ameaça de lesão mais intensa aos bens de maior relevância.
c) O princípio da culpabilidade afasta a responsabilização objetiva em matéria penal,
de modo que a punição penal exige a demonstração de conduta dolosa ou culposa.
d) A proibição da previsão de tipos penais vagos decorre do princípio da reserva legal
em matéria penal.
e) Em nome da proibição do caráter perpétuo da pena, conforme entendimento do STJ,
o cumprimento de medida de segurança se sujeita ao limite máximo de trinta anos.
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Certo
4. Certo
5. Errado
6. Errado
7. Certo
8. Errado
9. Errado
10. Errado
11. C
12. E
13. A
14. B
15. A
16. A
17. C
18. D
19. D
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
1. (AUTOR – 2021)
Segundo o princípio da intervenção mínima, o direito penal somente deverá cuidar da proteção
dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
Consagra a ideia de que o Direito Penal deve intervir minimamente na vida do indivíduo. Isso porque a regula-
mentação das condutas deve se limitar ao necessário e indispensável para manutenção da paz social.
Este princípio é o responsável não só pela indicação dos bens de maior relevo, mas também se presta a fazer
com que ocorra a chamada descriminalização. Naturalmente, se é com base neste princípio que os bens são
selecionados para permanecer sob a tutela do Direito Penal, porque considerados como os de maior importân-
cia, também será com fundamento nele que o legislador fará retirar do nosso ordenamento jurídico penal certos
tipos incriminadores.
Portanto, identifica-se que o Estado, a partir do Direito Penal, deve interferir o menos possível na vida em
sociedade, devendo ser solicitado somente quando os demais ramos do direito, comprovadamente, não forem
capazes de proteger aqueles de maior importância.)
2. (AUTOR – 2021)
O princípio da intervenção mínima consubstancia uma atuação máxima do Direito Penal
enquanto mecanismo de controle de infrações de pequena gravidade.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
INCORRETA.
Na verdade, o princípio da intervenção mínima estabelece que o caráter fragmentário e subsidiário do Direito
Penal, ou seja, atua como última solução para resolver o problema (ultima ratio).
De acordo com André Estefam e Victor Eduardo Rios Gonçalves:
“ O Direito Penal deve ser a última fronteira no controle social, uma vez que seus métodos são os que atingem
de maneira mais intensa a liberdade individual. O Estado, portanto, sempre que dispuser de meios menos lesivos
para assegurar o convívio e a paz social, deve deles se utilizar, evitando o emprego da pena criminal. O Direito Penal
deve ser a ultima ratio e jamais a prima ratio.”
(Estefam, André; Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Direito Penal Esquematizado. Parte Geral, 9ª edição, São Paulo:
Saraiva Educação, 2020.)
3. (AUTOR – 2021)
O princípio da insignificância deve ser analisado em correlação com os postulados da fragmen-
tariedade e da intervenção mínima do direito penal para excluir ou afastar a própria tipicidade
da conduta.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
O princípio da Insignificância exclui a tipicidade material da conduta, por entender-se que a conduta não
possui um real potencial de lesão ao bem jurídico atacado. E está relacionado aos princípios da fragmenta-
riedade e intervenção mínima que postulam que o Direito Penal somente pode atuar para proteger os bem
jurídicos mais relevantes e somente em último caso, respectivamente.
4. (AUTOR – 2021)
Segundo o princípio da intervenção mínima, o direito penal somente deverá cuidar da proteção
dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
De fato, o princípio da intervenção mínima ou da ultima ratio, em sua faceta destinada ao legislador, impõe que a
intervenção penal tenha caráter fragmentário, orientando-se para a proteção apenas dos bens jurídicos mais
importantes e em casos de lesões de maior gravidade.
5. (AUTOR – 2021)
O princípio da ultima ratio ou da intervenção mínima do direito penal significa que a pessoa
só cometerá um crime se a pessoa a ser prejudicada por esse crime o permitir.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
INCORRETA. De acordo com o princípio da intervenção mínima, o direito penal só deve ser utilizado em
último caso, quando os demais ramos do direito não conseguirem proteger de forma efetiva determinado bem
jurídico.
6. (AUTOR – 2021)
Em consequência da fragmentariedade do direito penal, ainda que haja outras formas de sanção
ou outros meios de controle social para a tutela de determinado bem jurídico, a criminalização,
pelo direito penal, de condutas que invistam contra esse bem será adequada e recomendável.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
Na verdade, se houver outras formas de sanção ou outros meios de controle social para a tutela de determinado
bem jurídico, eles deverão ser aplicados, e não o direito penal, pois, de acordo com o princípio da intervenção
mínima do direito penal, ele só será aplicado em último caso.
7. (AUTOR – 2021)
O princípio da intervenção mínima abrange os princípios da subsidiariedade e da
fragmentariedade.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
O princípio da intervenção mínima determina que a criminalização de condutas só deve ocorrer for o meio abso-
lutamente necessário à proteção de bens jurídicos ou à defesa de interesses cuja proteção pelo Direito Penal
seja absolutamente indispensável à coexistência harmônica e pacífica da sociedade.
Dele decorrem os seguintes princípios:
a) Princípio da subsidiariedade: o Direito Penal só deverá ser utilizado quando os demais ramos do Direito não
puderem tutelar satisfatoriamente o bem jurídico que se busca proteger.
b) Princípio da fragmentariedade: o Direito Penal só deverá tutelar bens jurídicos de grande relevância social.
8. (AUTOR – 2021)
Conforme o princípio da subsidiariedade, a norma definidora de um crime constitui meio
necessário ou fase normal de preparação ou execução de outro crime, ou seja, na relação os
fatos não se apresentam em relação a gênero e espécie, mas de minus e plus, de continente
e conteúdo, de todo e parte, de inteiro e fração.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
A definição apresentada na assertiva refere-se ao princípio da consunção ou da absorção. Fala-se em consun-
ção, por exemplo, entre o crime de lesão corporal (crime consunto - absorvido) e homicídio (crime consuntivo
- que absorve). Perceba que para haver o homicídio é necessário que “se passe” pela lesão corporal.
O princípio da subsidiariedade, por sua vez, significa que determinado tipo penal será aplicado subsidiaria-
mente a outro. Ou seja, a figura subsidiária está inclusa na principal, seja expressamente, seja tacitamente,
implicitamente.
9. (AUTOR – 2021)
A culpabilidade significa que será penalmente punido aquele que houver agido com culpa ou
dolo o que implica adoção pelo nosso Código Penal da teoria da responsabilidade objetiva.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
A culpabilidade significa que o Estado somente poderá impor sanção penal ao agente imputável (penalmente
capaz), com potencial consciência da ilicitude e quando dele exigível conduta diversa.
A alternativa C é correta, pois a responsabilidade no direito penal brasileiro deve ser subjetiva, ou seja, o indiví-
duo só deve ser punido de agir com dolo ou culpa.
Trata-se de decorrência do Princípio da Culpabilidade.
como medida de proteção desses bens maiores. Assinale a opção que retrata o princípio ora
descrito.
a) Princípio da fragmentariedade.
b) Princípio da adequação social.
c) Princípio da insignificância.
d) Princípio da extra-atividade da lei penal.
e) Princípio da intervenção mínima.
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo o Direito Penal – Parte geral.
Princípio da fragmentariedade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo o Direito Penal – Parte geral.
O princípio da fragmentariedade é aquele que determina que o direito penal deve tutelar, apenas, os bens jurídi-
cos mais relevantes.
a) Princípio da Fragmentariedade: caberá ao Direito Penal proteger os bens jurídicos mais importantes e punir os
ataques mais graves, deixando de lado bens ou lesões de pouca importância.
Princípio da Fragmentariedade: só é infração penal o ilícito que ofende ou põe em risco valores fundamentais
para a manutenção e o progresso do ser humano e da sociedade.
Princípio da Insignificância: apenas condutas que lesem ou coloquem em risco o bem jurídico penalmente
tutelado pode ser punido.
Princípio da Adequação Social: não pode ser punida a conduta que está contida em tipo penal, mas não fere o
sentimento social de Justiça.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo com Direito Penal – Parte Geral.
constitui instrumento de controle social regido pela característica da fragmentariedade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo com Direito Penal – Parte Geral.
A fragmentariedade é decorrência lógica do princípio da intervenção mínima.
a) Princípio da Fragmentariedade: caberá ao Direito Penal proteger os bens jurídicos mais importantes e punir os
ataques mais graves, deixando de lado bens ou lesões de pouca importância.
10. Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: STJ Prova: CESPE - 2018 - STJ - Analista Judi-
ciário - Judiciária
Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a
seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos.
É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública,
desde que o prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo.
Certo ( ) Errado ( )
11. Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-ES Prova: CESPE - 2013 - DPE-ES - Defen-
sor Público - Estagiário
O princípio da insignificância ou da bagatela exclui
a) a punibilidade.
b) a executividade.
c) a tipicidade material.
d) a ilicitude formal.
e) a culpabilidade.
12. Ano: 2014 Banca: UFMT Órgão: MPE-MT Prova: UFMT - 2014 - MPE-MT - Promotor de
Justiça
No que concerne ao princípio da insignificância, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Seu reconhecimento exclui a tipicidade material da conduta.
b) Aplica-se quando se mostra ínfima a lesão ao bem jurídico tutelado.
c) Somente pode ser invocado em relação a fatos que geraram mínima perturbação social.
d) Exige, para seu reconhecimento, que as consequências da conduta tenham sido de
pequena relevância.
e) Só é admissível em crimes de menor potencial ofensivo.
13. Ano: 2006 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2006 - MPE-SP - Promotor de
Justiça
Em relação ao princípio da insignificância ou de bagatela, assinale a alternativa incorreta:
a) seu reconhecimento exclui a tipicidade, constituindo-se em instrumento de interpre-
tação restritiva do tipo penal.
b) somente pode ser invocado em relação a fatos que geraram mínima perturbação
social.
c) sua aplicação não é prevista no Código Penal, mas é amplamente admitida pela dou-
trina e jurisprudência.
d) somente tem aplicabilidade em crimes contra o patrimônio.
e) exige, para seu reconhecimento, que as conseqüências da conduta tenham sido de
pequena relevância...
14. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: TJ-AL Prova: FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto
Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, INAPLICÁVEL o princípio
da insignificância
a) aos crimes ambientais e aos crimes patrimoniais sem violência ou grave ameaça à
pessoa, se reincidente o acusado.
b) aos crimes praticados contra a criança e o adolescente e aos crimes contra a ordem
tributária.
c) às contravenções penais praticadas contra a mulher no âmbito das relações domés-
ticas e aos crimes contra a Administração pública.
d) aos crimes de licitações e às infrações de menor potencial ofensivo, já que regidas
por lei especial.
e) aos crimes de violação de direito autoral e aos crimes previstos no estatuto do
desarmamento..
15. Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: DPE-RO Prova: FGV - 2015 - DPE-RO - Analista da Defensoria
Pública - Analista Jurídico
Carlos, primário e de bons antecedentes, subtraiu, para si, uma mini barra de chocolate ava-
liada em R$ 2,50 (dois reais e cinquenta centavos). Denunciado pela prática do crime de furto,
o defensor público em atuação, em sede de defesa prévia, requereu a absolvição sumária de
Carlos com base no princípio da insignificância. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais
Superiores, o princípio da insignificância:
a) funciona como causa supralegal de exclusão de ilicitude;
b) afasta a tipicidade do fato;
c) funciona como causa supralegal de exclusão da culpabilidade;
d) não pode ser adotado, por não ser previsto em nosso ordenamento jurídico;
e) funciona como causa legal de exclusão da culpabilidade..
16. Ano: 2011 Banca: TRT 15R Órgão: TRT - 15ª Região (SP) Prova: TRT 15R - 2011 - TRT - 15ª
Região - Juiz do Trabalho
A respeito do atual entendimento conferido pelo Supremo Tribunal Federal ao princípio da
insignificancia, assinale a alternativa incorreta:
a) sua aplicação já justificou a extinção da punibilidade;
b) trata-se de princípio já aplicado pela Corte quando mínima a ofensividade da condu-
ta, inexistente a periculosidade social do ato, reduzido o grau de reprovabilidade do
comportamento e inexpressiva a lesão provocada;
c) trata-se de princípio aplicado a despeito de restar patente a existência da tipicidade
formal;
d) trata-se de princípio já aplicado quando as condições que circundam o delito dão
conta da sua singeleza, miudeza e não habitualidade;
e) sua aplicação jamais justificou a extinção da ação penal.
17. Ano: 2009 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: FCC - 2009 - TJ-AP - Juiz
Se aceita a adoção do princípio da insignificância em caso de furto de bagatela, a hipótese
será de
a) absolvição por atipicidade material da conduta.
b) redução da pena pela regra do art. 155, § 2o, do Código Penal.
c) concessão de perdão judicial.
d) extinção da punibilidade.
e) reconhecimento de circunstância atenuante inominada..
18. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: TJ-AL Prova: FGV - 2018 - TJ-AL - Técnico Judiciário - Área
Judiciária
Julia, primária e de bons antecedentes, verificando a facilidade de acesso a determinados
bens de uma banca de jornal, subtrai duas revistas de moda, totalizando o valor inicial do
prejuízo em R$15,00 (quinze reais). Após ser presa em flagrante, é denunciada pela prática
do crime de furto simples, vindo, porém, a ser absolvida sumariamente em razão do princípio
da insignificância.
De acordo com a situação narrada, o magistrado, ao reconhecer o princípio da insignificância,
optou por absolver Julia em razão da:
a) atipicidade da conduta;
b) causa legal de exclusão da ilicitude;
c) causa de exclusão da culpabilidade;
d) causa supralegal de exclusão da ilicitude;
e) extinção da punibilidade..
19. Ano: 2010 Banca: INSTITUTO CIDADES Órgão: DPE-GO Prova: INSTITUTO CIDADES - 2010
- DPE-GO - Defensor Público
É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que o agente que furta objetos de valor irrisório
deve ser absolvido com base no princípio da insignificância, uma vez que, nessas circunstân-
cias, está excluída
a) a tipicidade formal.
b) a tipicidade material.
c) a ilicitude da conduta.
d) a culpabilidade do agente.
e) a punibilidade da conduta.
20. Ano: 2019 Banca: INAZ do Pará Órgão: CRF-AC Prova: INAZ do Pará - 2019 - CRF-AC
- Advogado
De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça,
para a incidência do Princípio da Insignificância a conduta do agente deve estar acompanhada
dos seguintes requisitos, EXCETO:
a) Mínima onerosidade.
b) Inexpressividade da lesão jurídica.
c) Ausência de periculosidade social da ação.
d) Mínima ofensividade da conduta.
e) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento.
GABARITO
1. ERRADO 6. CERTO 11. C 16. E
QUESTÕES COMENTADAS
1. Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TRE-BA Prova: CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista
Judiciário - Área Judiciária
Em relação ao direito penal e à remição da pena, julgue ospróximos itens.
Para a doutrina e jurisprudência majoritária, o princípio da insignificância, quando possível
sua aplicação, exclui o crime, afastando a antijuridicidade.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO ERRADO
Segundo a doutrina e a jurisprudência que vêm prevalecendo, o princípio da insignificância
incide de modo a afastar a tipicidade da conduta quando ela não afeta o bem jurídico
tutelado de modo a caracterizar uma lesão. Com efeito, o fato não se considera sequer
típico, deixando de ser crime, não sendo portanto necessário fazer a análise atinente à
antijuridicidade. A assertiva do enunciado da questão está, portanto, equivocada.
2. Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: EMBASA Prova: CESPE - 2010 - EMBASA -
Analista de Saneamento - Advogado
Acerca do direito penal e processual penal, considerando a legislação pertinente, a doutrina
e a jurisprudência do STF e do STJ, julgue os itens que se seguem.
Em virtude da aplicação do princípio da insignificância, o Estado, vinculado pelo princípio de sua
intervenção mínima em direito penal, somente deve ocupar-se das condutas que impliquem
grave violação ao bem juridicamente tutelado.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO CERTO
Se trata da fundamentação estabelecida pelo STF ao definir as circunstâncias que permi-
tem a aplicação do pricípio da insignificância. Aponta portanto, que o Estado, vinculado
pelo princípio de sua intervenção mínima em direito penal, somente deve ocupar-se das
condutas que impliquem grave violação ao bem juridicamente tutelado.
4. Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: EMAP Prova: CESPE - 2018 - EMAP - Analista
Portuário - Área Jurídica
Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a administração pública.
Em razão do princípio da proteção da coisa pública, o tipo penal que prevê o crime de desca-
minho não permite a aplicação do princípio da insignificância.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO ERRADO
Tanto STJ quanto STF reconhecem a possibilidade de aplicação do princípio da insigni-
ficância para o crime de descaminho, desde que seja inferior ao valor de R$ 20.000,00.
5. Ano: 2014 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: Câmara dos Deputados Prova: CESPE - 2014
- Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor Legislativo Área XI
No que diz respeito a noções gerais aplicadas no âmbito do direito penal, julgue o próximo item.
Conforme jurisprudência assente do STF, o princípio da insignificância descaracteriza a tipici-
dade penal em seu caráter material.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO CERTO
O princípio da insignificância, como se sabe, não é uma causa excludente da punibilidade,
mas, da própria tipicidade (material), o que traz importantes diferenças no tratamento
jurídico conferido ao acusado. Para que se reconheça uma causa excludente da punibi-
lidade o fato, antes de tudo, precisa ser punível. O fato para ser punível precisa, antes
de tudo, ser típico.
A tipicidade formal é a adequação do fato concreto à norma jurídica, a tipicidade mate-
rial é um algo a mais, qual seja, a efetiva lesão ou tentativa de lesão a um bem jurídico
penalmente tutelado. Assim, para que um determinado ato configure crime, não basta
que se enquadre a um tipo legal, mas que também lese ou tenha a potencialidade de
lesar um bem jurídico protegido pela norma penal. Logo, o princípio da insignificância
tem vez quando ocorre um ato previsto em lei como crime, mas que não fira algum bem
penalmente tutelado, estando excluída, por consequência, a tipicidade material.
7. Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPU Prova: CESPE - 2010 - DPU - Defensor
Público Federal
Considere a situação hipotética em que Ricardo, brasileiro, primário, sem antecedentes, 22
anos de idade, e Bernardo, brasileiro, 17 anos de idade, de comum acordo e em unidade de
desígnios, tenham colocado em circulação, no comércio local de Taguatinga/DF, seis cédulas
falsas de R$ 50,00, com as quais compraram produtos alimentícios, de higiene pessoal e dois
pares de tênis, em estabelecimentos comerciais diversos. Considere, ainda, que, ao ser acio-
nada, a polícia, rapidamente, tenha localizado os agentes em um ponto de ônibus e, além
dos produtos, tenha encontrado, na posse de Ricardo, duas notas falsas de R$ 50,00 e, na
de Bernardo, uma nota falsa de mesmo valor, além de R$ 20,00 em cédulas verdadeiras. Na
delegacia, os produtos foram restituídos aos legítimos proprietários, e as cédulas, apreendidas.
Nos termos da situação hipotética descrita e com base na jurisprudência dos tribunais supe-
riores, admite-se a prisão em flagrante dos agentes, considera-se a infração praticada em
concurso de pessoas e, pelas circunstâncias descritas e ante a ausência de prejuízo, deve-se
aplicar o princípio da insignificância.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO ERRADO
Requisitos para aplicação do PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA pelos Tribunais Superiores:
*Mínima ofensifividade da conduta
*Nenhuma periculosidade social da ação
*Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do agente
*Inexpressividade da lesão jurídica produzida.
Tanto STF quanto o STJ têm entendimento contrário à aplicação do referido princípio aos
crimes contra a fé pública, em razão do bem jurídico tutelado..
8. Ano: 2014 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-SE Prova: CESPE / CEBRASPE - 2014 - TJ-SE
- Técnico Judiciário - Área Judiciária
Julgue os itens seguintes, conforme o entendimento dominante dos tribunais superiores acerca
da Lei Maria da Penha, dos princípios do processo penal, do inquérito, da ação penal, das
nulidades e da prisão.
Conforme o STF, para que incida o princípio da insignificância e, consequentemente, seja
afastada a recriminação penal, é indispensável que a conduta do agente seja marcada por
ofensividade mínima ao bem jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade, inexpressi-
vidade da lesão, e nenhuma periculosidade social.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO CERTO
Requisitos para aplicação do PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA pelos Tribunais Superiores:
*Mínima ofensifividade da conduta
*Nenhuma periculosidade social da ação
*Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento do agente
*Inexpressividade da lesão jurídica produzida.
9. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TCE-RJ Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-
-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Direito
No que se refere aos crimes em espécie, julgue o item que se segue.
O agente que se tenha apropriado de valor inferior a um salário mínimo ao praticar o crime
de peculato poderá ser beneficiado, pelo juiz, com a aplicação do princípio da insignificância.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO ERRADO
10. Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: STJ Prova: CESPE - 2018 - STJ - Analista Judi-
ciário - Judiciária
Tendo como referência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a
seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal e institutos.
É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública,
desde que o prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO ERRADO
O Superior Tribunal de Justiça sumulou o entendimento de que é impossível aplicar o
princípio da insignificância aos crimes praticados contra a Administração Pública.
Súmula 599 do STJ: “O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Ad-
ministração Pública”.
11. Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-ES Prova: CESPE - 2013 - DPE-ES - Defen-
sor Público - Estagiário
O princípio da insignificância ou da bagatela exclui
a) a punibilidade.
b) a executividade.
c) a tipicidade material.
d) a ilicitude formal.
e) a culpabilidade.
GABARITO C
Condutas consideradas irrelevantes ou insignificantes NÃO são capazes da materializar o
fato típico (tipicidade material), afastando a lesividade, e afastam a tipicidade do crime
e por conseguinte tornam o fato atípico.
12. Ano: 2014 Banca: UFMT Órgão: MPE-MT Prova: UFMT - 2014 - MPE-MT - Promotor de
Justiça
No que concerne ao princípio da insignificância, assinale a afirmativa INCORRETA.
a) Seu reconhecimento exclui a tipicidade material da conduta.
b) Aplica-se quando se mostra ínfima a lesão ao bem jurídico tutelado.
c) Somente pode ser invocado em relação a fatos que geraram mínima perturbação
social.
13. Ano: 2006 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2006 - MPE-SP - Promotor de
Justiça
Em relação ao princípio da insignificância ou de bagatela, assinale a alternativa incorreta:
a) seu reconhecimento exclui a tipicidade, constituindo-se em instrumento de interpre-
tação restritiva do tipo penal.
b) somente pode ser invocado em relação a fatos que geraram mínima perturbação
social.
c) sua aplicação não é prevista no Código Penal, mas é amplamente admitida pela dou-
trina e jurisprudência.
d) somente tem aplicabilidade em crimes contra o patrimônio.
e) exige, para seu reconhecimento, que as conseqüências da conduta tenham sido de
pequena relevância...
GABARITO D
Segundo o STF (HC130786/PR, Rel. Min.Cármen Lúcia, 2ª Turma, j. 07/06/2016) são re-
quisitos para a aplicação do princípio da insignificância: a) mínima ofensividade da con-
duta; b) Ausência de periculosidade social da ação; c) reduzido grau de reprovabilidade
do comportamento; d) inexpressividade da lesão jurídica. Portanto, qualquer crime é
suscetível de reconhecimento desde que preencha os requisitos.
14. Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: TJ-AL Prova: FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto
Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, INAPLICÁVEL o princípio
da insignificância
a) aos crimes ambientais e aos crimes patrimoniais sem violência ou grave ameaça à
pessoa, se reincidente o acusado.
b) aos crimes praticados contra a criança e o adolescente e aos crimes contra a ordem
tributária.
c) às contravenções penais praticadas contra a mulher no âmbito das relações domés-
ticas e aos crimes contra a Administração pública.
d) aos crimes de licitações e às infrações de menor potencial ofensivo, já que regidas
por lei especial.
e) aos crimes de violação de direito autoral e aos crimes previstos no estatuto do
desarmamento..
GABARITO C
O STF vem ao longo do tempo trazendo as situações de inaplicabilidade do princípio da
insignificância, portanto a questão busca o entendimento consubstanciado nas súmulas
do STF, senão vejamos:
Súmula nº 589 do STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contra-
venções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.
Súmula nº 599 do STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a
admi-nistração pública.
Súmula nº 606 do STJ: Não se aplica o princípio da insignificância aos casos de transmis-
são clandestina de sinal de internet via radiofrequência que caracterizam o fato típico
previsto no art. 183 da Lei nº 9.472/97
15. Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: DPE-RO Prova: FGV - 2015 - DPE-RO - Analista da Defensoria
Pública - Analista Jurídico
Carlos, primário e de bons antecedentes, subtraiu, para si, uma mini barra de chocolate ava-
liada em R$ 2,50 (dois reais e cinquenta centavos). Denunciado pela prática do crime de furto,
o defensor público em atuação, em sede de defesa prévia, requereu a absolvição sumária de
Carlos com base no princípio da insignificância. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais
Superiores, o princípio da insignificância:
a) funciona como causa supralegal de exclusão de ilicitude;
b) afasta a tipicidade do fato;
c) funciona como causa supralegal de exclusão da culpabilidade;
d) não pode ser adotado, por não ser previsto em nosso ordenamento jurídico;
e) funciona como causa legal de exclusão da culpabilidade..
GABARITO B
Condutas consideradas irrelevantes ou insignificantes NÃO são capazes da materializar o
fato típico (tipicidade material), afastando a lesividade, e afastam a tipicidade do crime
e por conseguinte tornam o fato atípico.
16. Ano: 2011 Banca: TRT 15R Órgão: TRT - 15ª Região (SP) Prova: TRT 15R - 2011 - TRT - 15ª
Região - Juiz do Trabalho
A respeito do atual entendimento conferido pelo Supremo Tribunal Federal ao princípio da
insignificancia, assinale a alternativa incorreta:
a) sua aplicação já justificou a extinção da punibilidade;
b) trata-se de princípio já aplicado pela Corte quando mínima a ofensividade da condu-
ta, inexistente a periculosidade social do ato, reduzido o grau de reprovabilidade do
comportamento e inexpressiva a lesão provocada;
c) trata-se de princípio aplicado a despeito de restar patente a existência da tipicidade
formal;
17. Ano: 2009 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: FCC - 2009 - TJ-AP - Juiz
Se aceita a adoção do princípio da insignificância em caso de furto de bagatela, a hipótese
será de
a) absolvição por atipicidade material da conduta.
b) B) redução da pena pela regra do art. 155, § 2o, do Código Penal.
c) C) concessão de perdão judicial.
d) D) extinção da punibilidade.
e) E) reconhecimento de circunstância atenuante inominada..
GABARITO A
Princípio da Insignificância ou da Bagatela: se ofender minimamente bens jurídicos o cri-
me não lesiona o sentimento social de paz. Se aplicável, não há de se falar em tipicidade
material e apenas a formal não é suficiente.
STF - Requisitos objetivos: mínima ofensividade da conduta, ausência de periculosidade
social na ação, diminuto grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade
da lesão jurídica;
Requisitos Subjetivos: importância do objeto material do crime para vítima. Verifica-se
se houve ou não lesão.
18. Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: TJ-AL Prova: FGV - 2018 - TJ-AL - Técnico Judiciário - Área
Judiciária
Julia, primária e de bons antecedentes, verificando a facilidade de acesso a determinados
bens de uma banca de jornal, subtrai duas revistas de moda, totalizando o valor inicial do
prejuízo em R$15,00 (quinze reais). Após ser presa em flagrante, é denunciada pela prática
do crime de furto simples, vindo, porém, a ser absolvida sumariamente em razão do princípio
da insignificância.
De acordo com a situação narrada, o magistrado, ao reconhecer o princípio da insignificância,
optou por absolver Julia em razão da:
a) atipicidade da conduta;
b) causa legal de exclusão da ilicitude;
c) causa de exclusão da culpabilidade;
d) causa supralegal de exclusão da ilicitude;
e) extinção da punibilidade..
GABARITO A
Condutas consideradas irrelevantes ou insignificantes NÃO são capazes da materializar o
fato típico (tipicidade material), afastando a lesividade, e afastam a tipicidade do crime
e por conseguinte tornam o fato atípico.
19. Ano: 2010 Banca: INSTITUTO CIDADES Órgão: DPE-GO Prova: INSTITUTO CIDADES - 2010
- DPE-GO - Defensor Público
É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que o agente que furta objetos de valor irrisório
deve ser absolvido com base no princípio da insignificância, uma vez que, nessas circunstân-
cias, está excluída
a) a tipicidade formal.
b) a tipicidade material.
c) a ilicitude da conduta.
d) a culpabilidade do agente.
e) a punibilidade da conduta.
GABARITO B
O princípio da insignificância, como se sabe, não é uma causa excludente da punibilidade,
mas, da própria tipicidade (material), o que traz importantes diferenças no tratamento
jurídico conferido ao acusado. Para que se reconheça uma causa excludente da punibi-
lidade o fato, antes de tudo, precisa ser punível. O fato para ser punível precisa, antes
de tudo, ser típico.;
A tipicidade formal é a adequação do fato concreto à norma jurídica, a tipicidade mate-
rial é um algo a mais, qual seja, a efetiva lesão ou tentativa de lesão a um bem jurídico
penalmente tutelado. Assim, para que um determinado ato configure crime, não basta
que se enquadre a um tipo legal, mas que também lese ou tenha a potencialidade de
lesar um bem jurídico protegido pela norma penal. Logo, o princípio da insignificância
tem vez quando ocorre um ato previsto em lei como crime, mas que não fira algum bem
penalmente tutelado, estando excluída, por consequência, a tipicidade material.
20. Ano: 2019 Banca: INAZ do Pará Órgão: CRF-AC Prova: INAZ do Pará - 2019 - CRF-AC
- Advogado
De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça,
para a incidência do Princípio da Insignificância a conduta do agente deve estar acompanhada
dos seguintes requisitos, EXCETO:
a) Mínima onerosidade.
6. Ano: 2015 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-DFT Prova: CESPE - 2015 - TJ-DFT - Analista
Judiciário - Judiciária
Com relação à aplicação da pena, à medida de segurança e ao instituto da prescrição, julgue
o item que se segue.
Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, apenas condenações criminais
transitadas em julgado podem justificar o agravamento da pena base.
Certo ( ) Errado ( )
7. Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-DF Prova: CESPE - 2013 - DPE-DF - De-
fensor Público
Com relação aos conceitos, objetivos e princípios do direito penal, às penas restritivas de
direitos, ao livramento condicional e à reincidência, julgue os itens subsecutivos.
A versão clássica do modelo penal garantista ideal se funda sob os princípios da legalidade
estrita, da materialidade e lesividade dos delitos, da responsabilidade pessoal, do contraditório
entre as partes e da presunção de inocência.
Certo ( ) Errado ( )
8. O princípio da presunção de inocência proíbe a aplicação de penas cruéis que agridam a
dignidade da pessoa humana.
Certo ( ) Errado ( )
9. Segundo o princípio da confiança, o indivíduo deve pautar sua conduta imaginando e acre-
ditando que os outros cidadãos também cumprirão com sua parcela de responsabilidade.
Em ocorrendo a violação de um dever de confiança por parte de terceira pessoa, não há
que se falar em responsabilidade do agente que participou do resultado.
Certo ( ) Errado ( )
10. O princípio do ne bis in idem é absoluto.
Certo ( ) Errado ( )
11. Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-RR Prova: CESPE - 2017 - MPE-RR - Pro-
motor de Justiça Substituto
Assinale a opção correta a respeito da dosimetria da pena segundo o entendimento do STJ.
a) É possível a aplicação de pena inferior à mínima na segunda fase da dosimetria da
pena.
b) Apenas à confissão qualificada se impõe a incidência de atenuante na segunda fase
da dosimetria da pena.
c) Natureza e quantidade de droga não podem ser utilizadas, concomitantemente, na
primeira e na terceira fase da dosimetria da pena, sob pena de bis in idem.
d) Não se admite compensação da atenuante da confissão espontânea com a agravante
da
12. Ano: 2019 Banca: IDIB Órgão: Prefeitura de Petrolina - PE Prova: IDIB - 2019 - Prefeitura
de Petrolina - PE - Guarda Civil
A respeito das disposições constitucionais aplicáveis ao Direito Penal, analise os itens a seguir:
I. O princípio penal do “non bis in idem”, embora não incluído expressamente na Consti-
tuição Federal, tem fundamento no Estado Democrático de Direito.
II. É possível se estabelecer sanção penal sem lei anterior, desde que para beneficiar o réu.
III. O princípio da presunção de inocência, expresso na Constituição Federal, é uma conse-
quência da proibição da responsabilidade objetiva no direito penal brasileiro.
Analisados os itens, pode-se afirmar corretamente que:
a) Apenas o item I está correto.
b) Apenas o item II está correto.
c) Apenas o item III está correto.
d) Apenas os itens I e II estão corretos.
e) Apenas os itens II e III estão corretos.
13. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal conde-
natória. Este conceito define o princípio
a) Da presunção de inocência
b) In dubio pro reo
c) Da Legalidade.
d) Irretroatividade da lei penal.
14. O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento das Ações Declaratória de
Constitucionalidade (ADC) 43, 44 e 54, pacificou o entendimento no sentido de ser admi-
tida a chamada “execução provisória da pena”, após prolação de Acórdão condenatório
em segunda instância, sendo que isso não ofende o princípio constitucional da:
a) presunção de inocência
b) In dubio pro reo
c) Da Legalidade.
d) Irretroatividade da lei penal.
e) isonomia
15. Ano: 2012 Banca: FAURGS Órgão: TJ-RS Prova: FAURGS - 2012 - TJ-RS - Conciliador Criminal
Assinale a afirmação correta em relação ao delito de constrangimento ilegal (artigo 146 do
Código Penal).
a) Diante de sua gravidade, o delito não é tratado como uma infração de menor poten-
cial ofensivo.
b) Em caso de condenação, deverá ser penalizado sempre de forma alternativa, com
pena de prisão ou com pena de multa.
c) Configuram delito de constrangimento ilegal as intervenções médicas ou cirúrgicas
realizadas sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, mesmo
quando houver iminente perigo de vida.
d) As penas relativas à violência deverão ser aplicadas de forma independente em caso
de condenação, não se configurando bis in idem.
e) Trata-se de delito que se processa mediante ação penal pública condicionada à re-
presentação da vítima.
17. No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina do-
minante, assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna da afirmativa abaixo.
Em atenção ao princípio_________________, a pena cumprida no estrangeiro deve atenuar a
pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela ser computada, quando
idênticas.
a) Da legalidade
b) da presunção de inocência
c) ne bis in idem
d) da extraterritorialidade.
e) in dubio pro reu
18. No que se refere ao direito penal, assinale a alternativa que completa corretamente a
lacuna da afirmativa abaixo.
O princípio ______________________ define que toda pessoa acusada de um delito tem
direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa.
a) Da legalidade
b) da presunção de inocência
c) ne bis in idem
d) da extraterritorialidade.
e) in dubio pro reu
19. No que se refere ao direito penal, assinale a alternativa que completa corretamente a
lacuna da afirmativa abaixo.
O princípio ______________________ define que eventual pena a ser imposta, deve ser
baseada por ter o agente praticado um fato lesivo a bem jurídico de terceiro e não em razão
do modo de ser do sujeito.
a) Da legalidade
b) da presunção de inocência
c) ne bis in idem
d) da materialização do fato.
e) in dubio pro reu
Gabarito
1. CERTO
2. CERTO
3. CERTO
4. CERTO
5. ERRADO
6. CERTO
7. CERTO
8. ERRADO
9. CERTO
10. ERRADO
11. C
12. A
13. A
14. A
15. D
16. E
17. C
18. B
19. D
20. D
QUESTÕES COMENTADAS
1. Ano: 2009 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: AGU Prova: CESPE - 2009 - AGU - Advogado
da União
Julgue os itens subsequentes, acerca dos atos de improbidade e crimes contra a administração
pública.
Segundo entendimento do STJ em relação ao crime de peculato, configura bis in idem a apli-
cação da circunstância agravante de ter o crime sido praticado com violação de dever inerente
a cargo.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO CERTO
Circunstâncias inerentes à conduta criminosa não podem, sob pena de bis in idem, jus-
tificar o aumento da reprimenda..
2. Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPU Prova: CESPE - 2010 - DPU - Defensor
Público Federal
No que concerne ao processo e ao procedimento dos crimes de tráfico de entorpecentes,
julgue o item a seguir.
Circunstâncias inerentes à conduta criminosa não podem, sob pena de bis in idem, justificar
o aumento da reprimenda.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO CERTO
Circunstâncias inerentes à conduta criminosa - propagação do mal e busca de lucro fácil
- são próprias da conduta delituosa, não podendo, sob pena de bis in idem, atuar para
justificar aumento da reprimenda. Consideração, apenas, da reincidência.
3. A Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-SE Prova: CESPE - 2018 - PC-SE - Dele-
gado de Polícia
Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo item.
Na situação considerada, em que Paula foi vitimada por Carlos por motivação torpe, caso
haja vínculo familiar entre eles, o reconhecimento das qualificadoras da motivação torpe e
de feminicídio não caracterizará bis in idem.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO CORRETO
Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de
feminicídio no crime de homicídio praticado contra mulher em situação de violência
doméstica e familiar.
Isso se dá porque o feminici ́dio é uma qualificadora de ordem OBJETIVA - vai incidir
sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica e familiar propriamente dita,
enquanto que a torpeza é de cunho subjetivo, ou seja, continuará adstrita aos motivos
(razões) que levaram um indivi ́duo a praticar o delito.
5. No que diz respeito a noções gerais aplicadas no âmbito do direito penal, julgue o próximo
item.
Conforme jurisprudência assente do STF, o princípio do non bis in idem descaracteriza a tipi-
cidade penal em seu caráter material.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO ERRADO
O princípio da insignificância é uma causa excludente da tipicidade (material), mas o
princípio do non bis in idem nada tem relação com a descaracterização da tipicidade.
7. Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-DF Prova: CESPE - 2013 - DPE-DF - De-
fensor Público
Com relação aos conceitos, objetivos e princípios do direito penal, às penas restritivas de
direitos, ao livramento condicional e à reincidência, julgue os itens subsecutivos.
A versão clássica do modelo penal garantista ideal se funda sob os princípios da legalidade
estrita, da materialidade e lesividade dos delitos, da responsabilidade pessoal, do contraditório
entre as partes e da presunção de inocência.
Certo (x)
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO CERTO
Tendo como maior expoente Luigi Ferrajoli, o garantismo penal é um modelo normativo
de Direito Penal e Processual Penal que se caracteriza pela estrita legalidade e prega a
intervenção mínima do Direito Penal. Suas características podem ser extraídas dos dez
axiomas desenvolvidos por Ferrajoli. Vejamos:
1. Não há pena sem crime. (PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA)2. Não há crime sem lei. (LEGA-
LIDADE ESTRITA) 3. Não há lei sem necessidade.4. Não há necessidade sem ofensa a bem
jurídico. (MATERIALIDADE E LESIVIDADE)5. Não há ofensa a bem jurídico sem conduta.
(RESPONSABILIDADE PESSOAL)6. Não há conduta sem culpabilidade.7. Não há culpabilida-
de sem o devido processo legal. (CONTRADITÓRIO)8. Não há processo sem a acusação.9.
Não há acusação sem provas.10. Não há provas sem defesa.Assim, diante dos axiomas, é
possível identificar as características mencionadas na assertiva, que está correta.
9. Segundo o princípio da confiança, o indivíduo deve pautar sua conduta imaginando e acre-
ditando que os outros cidadãos também cumprirão com sua parcela de responsabilidade.
Em ocorrendo a violação de um dever de confiança por parte de terceira pessoa, não há
que se falar em responsabilidade do agente que participou do resultado.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO CERTO
O princípio da confiança trata-se de construção jurisprudencial para enfrentar os pro-
blemas resultantes dos crimes praticados na direção de veículo automotor. Em resumo,
o indivíduo deve pautar sua conduta imaginando e acreditando que os outros cidadãos
também cumprirão com sua parcela de responsabilidade. Em ocorrendo a violação de um
dever de confiança por parte de terceira pessoa, não há que se falar em responsabilidade
do agente que participou do resultado.
11. Ano: 2017 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-RR Prova: CESPE - 2017 - MPE-RR - Pro-
motor de Justiça Substituto
Assinale a opção correta a respeito da dosimetria da pena segundo o entendimento do STJ.
a) É possível a aplicação de pena inferior à mínima na segunda fase da dosimetria da
pena.
b) Apenas à confissão qualificada se impõe a incidência de atenuante na segunda fase
da dosimetria da pena.
c) Natureza e quantidade de droga não podem ser utilizadas, concomitantemente, na
primeira e na terceira fase da dosimetria da pena, sob pena de bis in idem.
d) Não se admite compensação da atenuante da confissão espontânea com a agravante
da reincidência.
GABARITO C
Informativo 759, STF (Dizer o Direito): “A natureza e a quantidade da droga NÃO podem
ser utilizadas para aumentar a pena-base do réu e também para afastar o tráfico privile-
giado (art. 33, § 4º) ou para, reconhecendo-se o direito ao benefício, conceder ao réu uma
menor redução de pena. Haveria, nesse caso, bis in idem. STF. 2ª Turma. RHC 122684/
MG, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/9/2014 (Info 759)”.
12. Ano: 2019 Banca: IDIB Órgão: Prefeitura de Petrolina - PE Prova: IDIB - 2019 - Prefeitura
de Petrolina - PE - Guarda Civil
A respeito das disposições constitucionais aplicáveis ao Direito Penal, analise os itens a seguir:
I. O princípio penal do “non bis in idem”, embora não incluído expressamente na Consti-
tuição Federal, tem fundamento no Estado Democrático de Direito.
II. É possível se estabelecer sanção penal sem lei anterior, desde que para beneficiar o réu.
III. O princípio da presunção de inocência, expresso na Constituição Federal, é uma conse-
quência da proibição da responsabilidade objetiva no direito penal brasileiro.
Analisados os itens, pode-se afirmar corretamente que:
a) Apenas o item I está correto.
b) Apenas o item II está correto.
c) Apenas o item III está correto.
d) Apenas os itens I e II estão corretos.
e) Apenas os itens II e III estão corretos.
GABARITO A
Tal princípio proíbe que uma pessoa seja processada, julgada e condenada mais de uma
vez pela mesma conduta
É possível se estabelecer sanção penal sem lei anterior, desde que para beneficiar o réu.
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
13. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal conde-
natória. Este conceito define o princípio
a) Da presunção de inocência
b) In dubio pro reu
c) Da Legalidade.
d) Irretroatividade da lei penal.
GABARITO A
O princípio da presunção de inocência trata-se de um dos princípios basilares do Direito
e Processo penal e está previsto na Constituição, art. 5º, LVII. Definindo justamente o
conceito exposto na questão.
14. O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento das Ações Declaratória de
Constitucionalidade (ADC) 43, 44 e 54, pacificou o entendimento no sentido de ser admi-
tida a chamada “execução provisória da pena”, após prolação de Acórdão condenatório
em segunda instância, sendo que isso não ofende o princípio constitucional da:
a) presunção de inocência
b) In dubio pro reo
c) Legalidade.
d) Irretroatividade da lei penal.
e) isonomia
GABARITO A
A partir do julgamento das ADC’s 43, 44 e 54, o STF reconheceu que a execução provi-
sória de pena, baseada em acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação,
ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, viola o princípio constitucional da
presunção de inocência, não sendo permitida, portanto.
15. Ano: 2012 Banca: FAURGS Órgão: TJ-RS Prova: FAURGS - 2012 - TJ-RS - Conciliador Criminal
Assinale a afirmação correta em relação ao delito de constrangimento ilegal (artigo 146 do
Código Penal).
a) Diante de sua gravidade, o delito não é tratado como uma infração de menor poten-
cial ofensivo.
b) Em caso de condenação, deverá ser penalizado sempre de forma alternativa, com
pena de prisão ou com pena de multa.
17. No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina
dominante, assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna da afirmativa abaixo.
Em atenção ao princípio_________________, a pena cumprida no estrangeiro deve atenuar a
pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela ser computada, quando
idênticas.
a) Da legalidade
b) da presunção de inocência
c) ne bis in idem
d) da extraterritorialidade.
e) in dubio pro reu
GABARITO C
É inquestionável que um mesmo fato praticado no estrangeiro pode gerar sentenças
condenatórias no país onde ele ocorreu e também no Brasil. Justamente por isso é que
o artigo 8º do Código Penal estabelece que “a pena cumprida no estrangeiro atenua a
pena imposta o Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando
idênticas”. Tal previsão decorre do princípio do ne bis in idem, que orienta que ninguém
pode ser punido duas vezes pelo mesmo crime, princípio este que, embora não previsto
expressamente na Constituição da República, está consagrado na Convenção Americana
de Direitos Humanos.
18. No que se refere ao direito penal, assinale a alternativa que completa corretamente a
lacuna da afirmativa abaixo.
O princípio ______________________ define que toda pessoa acusada de um delito tem
direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa.
a) Da legalidade
b) da presunção de inocência
c) ne bis in idem
d) da extraterritorialidade.
e) in dubio pro reu
GABARITO B
O art. 8, §2º, da Convenção Americana sobre Direito Humanos e o princípio da presun-
ção de inocência: Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua
inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda
pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas.
19. A No que se refere ao direito penal, assinale a alternativa que completa corretamente a
lacuna da afirmativa abaixo.
O princípio ______________________ define que eventual pena a ser imposta, deve ser
baseada por ter o agente praticado um fato lesivo a bem jurídico de terceiro e não em razão
do modo de ser do sujeito.
a) Da legalidade
b) da presunção de inocência
c) ne bis in idem
d) da materialização do fato.
e) in dubio pro reu
GABARITO D
Pelo princípio da materialização do fato (nullum crimen sine actio), o Estado só pode
incriminar condutas humanas voluntárias, isto é, fatos, nunca condições internas ou
existenciais. Consagra-se, com isso, o Direito Penal do fato
1. (AUTOR – 2021)
Conforme dispõe expressamente a Constituição Federal, nenhuma pena passará da pessoa
do condenado, consagrando assim o princípio da intranscendência da pena, que não impede,
porém, que a indenização civil para reparação dos danos causados pela infração seja executada
contra os herdeiros, até o limite do patrimônio transferido a título de herança.
Certo ( ) Errado ( )
2. (AUTOR – 2021)
O princípio da individualização da pena estabelece que nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, de forma que tal impossibilidade se estende inclusive à obrigação de reparar o
dano, que não pode ser executada em desfavor dos herdeiros.
Certo ( ) Errado ( )
3. (AUTOR – 2021)
Em caso de morte do agente, extingue-se a punibilidade, não podendo a pena alcançar os
herdeiros do agente, salvo quanto à obrigação de reparação de dano, no limite do patrimônio
herdado.
Certo ( ) Errado ( )
4. (AUTOR – 2021)
O princípio da lesividade proíbe a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do
próprio autor.
Certo ( ) Errado ( )
5. (AUTOR – 2021)
A individualização da pena admite o cumprimento de pena privativa de liberdade por um dos
sucessores de um condenado que vem a óbito.
Certo ( ) Errado ( )
6. (AUTOR – 2021)
O princípio da ofensividade ou lesividade (nullum crimen sine iniuria) não exige que do fato
praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Certo ( ) Errado ( )
7. (AUTOR – 2021)
O princípio da adequação social restringe a abrangência do tipo penal, limitando sua interpreta-
ção e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade.
Certo ( ) Errado ( )
8. (AUTOR – 2021)
A fim de garantir o sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs piratas para poste-
riormente revendê-los. Certo dia, enquanto expunha os produtos para venda em determinada
praça pública de uma cidade brasileira, Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam
a mercadoria e o conduziram coercitivamente até a delegacia.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
O princípio da adequação social se aplica à conduta de Pedro, de modo que se revoga o tipo
penal incriminador em razão de se tratar de comportamento socialmente aceito.
Certo ( ) Errado ( )
9. (AUTOR – 2021)
Um dos princípios basilares do direito penal diz respeito à não transcendência da pena, que
significa que a pena deve estar expressamente prevista no tipo penal, não havendo possibili-
dade de aplicar pena cominada a outro crime.
Certo ( ) Errado ( )
10. (AUTOR – 2021)
Aplica-se o princípio da adequação social ao crime tipificado como expor à venda CDs falsifi-
cados, considerando-se a tolerância das autoridades públicas.
Certo ( ) Errado ( )
11. (AUTOR – 2021)
Lion requereu a absolvição de Herodes e Zeus, vez que os atos pelos quais foram acusados
teriam aprovação da comunidade e, dessa forma, aplicável seria o princípio da:
a) admissão coletiva.
b) da subsidiariedade.
c) adequação social.
d) da reserva legal.
e) reprovação comum.
c) O princípio do ne bis in idem ou non bis in idem traduz a proibição de punir ou pro-
cessar alguém duas ou mais vezes pelo mesmo fato e concretiza-se pela valoração
integral da conduta delituosa perpetrada pelo agente, incidindo apenas nos casos
de concurso de delitos.
d) O princípio da adequação social do fato não se confunde com a teoria do risco permi-
tido ainda que tenham como pressuposto fundamental a existência de uma lesão ao
bem jurídico que não chega a constituir um desvalor do resultado, o qual é obtido por
uma interpretação teleológica restritiva dos tipos penais, na adequação social, e, no
risco permitido, ocorre pelo desvalor da ação que repercute no desvalor do resultado.
e) De acordo com o princípio da fragmentariedade, a lei penal só deverá intervir quando
for absolutamente necessário, para a sobrevivência da comunidade, como ultima ratio.
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Certo
4. Certo
5. Errado
6. Errado
7. Certo
8. Errado
9. Errado
10. Errado
11. C
12. E
13. A
14. B
15. A
16. A
17. C
18. D
19. D
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
1. (AUTOR – 2021)
Conforme dispõe expressamente a Constituição Federal, nenhuma pena passará da pessoa
do condenado, consagrando assim o princípio da intranscendência da pena, que não impede,
porém, que a indenização civil para reparação dos danos causados pela infração seja executada
contra os herdeiros, até o limite do patrimônio transferido a título de herança.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
Item correto, pois essa é a exata previsão do art. 5º, XLV da CF/88:
Art. 5º (...) XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até
o limite do valor do patrimônio transferido;
Esse princípio busca consagrar a responsabilidade pessoal pelo fato criminoso, ou seja: deve ser responsa-
bilizado pelo crime e sofrer a respectiva sanção penal aquele que praticou o fato previsto como crime.
Todavia, apesar de a pena não poder passar aos sucessores, a reparação do dano e o perdimento de bens,
efeitos EXTRAPENAIS da condenação, podem recair sobre os herdeiros, embora somente até o limite do valor
do patrimônio transferido a título de herança.
Contudo, é bom ressaltar que essa ressalva (possibilidade de a reparação do dano e o perdimento de bens
recaírem sobre os herdeiros) não se aplica à multa. A multa é PENA CRIMINAL e, como qualquer pena, não
pode passar da pessoa do condenado, ou seja, em caso de morte, não passará aos sucessores, ainda que
haja herança em valor suficiente para quitar a pena de multa.
2. (AUTOR – 2021)
O princípio da individualização da pena estabelece que nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, de forma que tal impossibilidade se estende inclusive à obrigação de reparar o
dano, que não pode ser executada em desfavor dos herdeiros.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
O princípio em tela é o da INTRANSCENDÊNCIA da pena. Vejamos o art. 5º, XLV da CF/88:
Art. 5º (...) XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até
o limite do valor do patrimônio transferido;
Esse princípio busca consagrar a responsabilidade pessoal pelo fato criminoso, ou seja: deve ser responsa-
bilizado pelo crime e sofrer a respectiva sanção penal aquele que praticou o fato previsto como crime.
Todavia, apesar de a pena não poder passar aos sucessores, a reparação do dano e o perdimento de bens,
efeitos EXTRAPENAIS da condenação, podem recair sobre os herdeiros, embora somente até o limite do
valor do patrimônio transferido a título de herança. Assim, se o condenado deixou apenas R$ 10.000,00 de
herança, esse é o limite máximo que poderá ser executado em desfavor dos herdeiros, para fins de repara-
ção do dano.
Contudo, é bom ressaltar que essa ressalva (possibilidade de a reparação do dano e o perdimento de bens recaí-
rem sobre os herdeiros) não se aplica à multa. A multa é PENA CRIMINAL e, como qualquer pena, não pode passar
da pessoa do condenado, ou seja, em caso de morte, não passará aos sucessores, ainda que haja herança em
valor suficiente para quitar a pena de multa.
Como se vê, portanto, há dois erros na questão.
4. (AUTOR – 2021)
O princípio da lesividade proíbe a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do
próprio autor.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
De acordo com o princípio da lesividade, não será punida a conduta que não ultrapassa a esfera do próprio
autor.
5. (AUTOR – 2021)
A individualização da pena admite o cumprimento de pena privativa de liberdade por um dos
sucessores de um condenado que vem a óbito.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
Dispõe o art. 5° da Constituição Federal:
Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie-
dade, nos termos seguintes: [...]
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;
Portanto, alternativa incorreta.
6. (AUTOR – 2021)
O princípio da ofensividade ou lesividade (nullum crimen sine iniuria) não exige que do fato
praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
De acordo com o princípio da ofensividade ou lesividade, é necessário que o fato praticado lese ou
ameace lesar um bem jurídico penalmente tutelado, assim, o direito penal não pune intenções e pensamen-
tos enquanto não exteriorizada a conduta.
7. (AUTOR – 2021)
O princípio da adequação social restringe a abrangência do tipo penal, limitando sua interpreta-
ção e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
8. (AUTOR – 2021)
A fim de garantir o sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs piratas para poste-
riormente revendê-los. Certo dia, enquanto expunha os produtos para venda em determinada
praça pública de uma cidade brasileira, Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam
a mercadoria e o conduziram coercitivamente até a delegacia.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
O princípio da adequação social se aplica à conduta de Pedro, de modo que se revoga o tipo
penal incriminador em razão de se tratar de comportamento socialmente aceito.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
A alternativa está incorreta ao afirmar que o princípio da adequação social revoga o tipo penal.
Esse princípio é utilizado como um método de interpretação, não tendo força, sozinho, para descriminali-
zar uma conduta.
Além do mais, o STJ editou a súmula 502, onde consolida entendimento sobre criminalização da pirataria,
considerando o fato de vender CDs e DVDs piratas como crime.
Súmula 502, STJ:
“Presentes a materialidade e autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do
Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.”.
9. (AUTOR – 2021)
Um dos princípios basilares do direito penal diz respeito à não transcendência da pena, que
significa que a pena deve estar expressamente prevista no tipo penal, não havendo possibili-
dade de aplicar pena cominada a outro crime.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
Pelo princípio da intranscendência (da personalidade ou da pessoalidade), disposto no art. XLV da CF/88 “nin-
guém pode ser responsabilizado por fato cometido por terceira pessoa” (MASSON, Cleber. Direito Penal Esquemati-
zado. Vol. 1. 8 ed. São Paulo: Método, 2014. p. 49).
A assertiva, porém, traz o conceito do princípio da legalidade, estampado no art. 1º do Código Penal:
Anterioridade da Lei
Art. 1º, CP. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Tal princípio tem, por decorrência, duas funções: a primeira, de restringir o âmbito de abrangência do tipo penal,
no sentido de que não devem ser punidas aquelas condutas que sejam socialmente aceitas; a segunda vertente
corresponde à ideia de orientar o legislador acerca da seleção de bens jurídicos.
c) e nem poderá haver pena de decretação do perdimento de bens aos seus herdeiros
e sucessores, mas estes poderão responder pela obrigação de reparar o dano até o
limite do valor do patrimônio transferido;
d) não podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens
ser estendida aos herdeiros ou aos seus sucessores;
e) Dentre os princípios gerais do Direito Penal, pode-se citar o princípio da exclusiva
proteção de bens jurídicos e o princípio da intervenção mínima.
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com Direito Penal – Parte Geral.
A questão exigiu o conhecimento do art. 5º, inciso XLV, da CF.
Vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie-
dade, nos termos seguintes:
(...)
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o
limite do valor do patrimônio transferido.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra B de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
Apesar de uma conduta subsumir ao modelo legal, não será considerada típica se for histori-
camente aceita pela sociedade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra B de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
Pelo princípio da adequação social, a ação é realizada dentro do âmbito da normalidade admitida pelas
regras de cultura.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
O princípio da adequação social indica que não se pode reputar criminosa uma conduta tolerada pela sociedade
e a teoria do risco permitido, por ser aprovada pela sociedade, impede que o agente seja punido.
d) reconhece que o direito penal deve abarcar o máximo de bens possíveis para pro-
mover a paz.
e) assinala que, para haver crime, a conduta humana deve colocar em risco ou lesar
bens de terceiros, e é proibida a incriminação de atitudes que não excedam o âmbito
do próprio autor.
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo com Direito Penal – Parte Geral.
assevera que a pena não passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores
e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com o Direito Penal – Parte Geral
Este princípio traz um importante vetor de controle social, bem como a limitação da punição.
Nesse contexto, diferentemente do que acontecia nos primórdios, sobretudo à época da vingança privada, a
pena poderia passar para outra pessoa da família (ascendente, descendente ou colateral), entretanto, corro-
borado pelo princípio do direito penal do autor, somente quem pratica o fato é que pode sofrer os consectá-
rios lógicos decorrentes de uma conduta.
A extensão para os limites patrimoniais, dizem respeito a uma possível indenização na seara cível, a título
de reparação de danos.
d) “Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver
causado ao menos culposamente” (art. 19 do Código Penal);.
e) “Diz-se o crime: (...) II – tentado, quando iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente” (art. 14, II, do Código Penal)
Gabarito
1. Certo
2. Errado
3. Certo
4. Certo
5. Errado
6. Errado
7. Certo
8. Errado
9. Errado
10. Errado
11. C
12. E
13. A
14. B
15. A
16. A
17. C
18. D
19. D
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
1. (Questão Inédita - 2021)
As normas penais em branco homólogas, ou em sentido amplo, podem ser homo vitelinas e
heterovitelinas, sendo que essas últimas são aquelas que têm suas respectivas normas com-
plementares oriundas de outro ramo do direito.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
As normas penais em branco homólogas (também chamadas impróprias ou em sentido amplo) podem ser homo
vitelinas ou heterovitelinas.
As nomas heterovitelinas são aquelas em que o tipo em branco e o complemento estão em leis distintas. Ex.:
arts. 235, CP e art. 1511 do CC – casamento.
assim também podemos estabelecer o critério da lei penal em sentido amplo, que engloba toda a estrutura do
tipo penal com conduta e penalidades e em sentido restrito voltado apenas para a descrição da conduta.
GABARITO: A.
Gabarito letra A, de acordo com Direito Penal – Parte Geral.
Conforme lição do professor Luiz Flávio Gomes, fala-se em norma penal em branco ao revés ou invertida quando
o complemento normativo diz respeito à sanção, não ao conteúdo da proibição. A lei penal incriminadora remete
para outra a descrição do conteúdo sancionatório. Note-se que o complemento normativo, nesse caso, deve
emanar necessariamente do legislador, porque somente ele é que pode cuidar da sanção penal (nenhum órgão
do Executivo pode se encarregar dessa tarefa).
Tem-se, pois que a lei penal em branco invertida remete a revelação da sanção para outra lei, mas isso não
se confunde com o chamado crime remetido que significa a menção feita por um tipo legal a outro tipo
legal.
Conforme ensina o professor Gabriel Habib, o art. 304 do CP (uso de documento falso) é norma penal em branco
tanto no preceito primário como no preceito secundário. Veja-se:
Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
(norma penal em branco homogênea homo vitelina tipo remetido).
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. (Norma penal em branco ao revés).
a) explicativa ou interpretativa.
b) em branco e heterogenias.
c) Homo vitelinas e Heterovitelinas.
d) permissiva justificante e exculpante.
e) extensão ou integrativa.
GABARITO: C.
Gabarito letra C de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
NORMA PENAL EM BRANCO HOMOGÊNEA/EM SENTIDO LATO SENSU/ IMPRÓPRIA/HOMÓLOGA
O complemento normativo advém da mesma fonte legislativa (exemplo: uma lei complementa outra lei).
A normas penais em branco homogêneas ainda podem ser subdivididas:
a) Homo vitelinas: o complemento normativo vem da mesma fonte legislativa e se encontra dentro do mesmo
ramo do ordenamento jurídico (ex.: art. 338 do CP, que é complementado pelo art. 5º do mesmo CP).
b) Heterovitelinas: o complemento normativo vem da mesma fonte, porém o complemento está em outro diploma
normativo (ex. art. 236 e 237 do CP, que são complementados por artigos do Código Civil – arts. 1.521, 1.523, 1.577).
c) “Se o agente for inimputável, o juiz determinará a sua internação (art. 26). Se, toda-
via, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo
a tratamento ambulatorial” (art. 97 do Código Penal).
d) “Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver
causado ao menos culposamente” (art. 19 do Código Penal);
e) “Diz-se o crime: (...) II – tentado, quando iniciada a execução, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente” (art. 14, II, do Código Penal);
d) Leis penais em branco em sentido estrito são aquelas, cuja norma de complemen-
tação é oriunda da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse
complemento.
e) As leis penais em branco consistem em modalidade de lei temporária.
GABARITO
1. CERTO 12. E
2. ERRADO 13. A
3. CERTO 14. B
4. CERTO 15. A
5. ERRADO 16. A
6. ERRADO 17. C
7. CERTO 18. D
8. ERRADO 19. D
9. ERRADO 20. A
10. ERRADO
11. C
QUESTÕES COMENTADAS
1. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
As normas penais em branco homólogas, ou em sentido amplo, podem ser homo vitelinas e
heterovitelinas, sendo que essas últimas são aquelas que têm suas respectivas normas com-
plementares oriundas de outro ramo do direito.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
CERTA.
As normas penais em branco homólogas (também chamadas impróprias ou em sentido amplo) podem ser homo
vitelinas ou heterovitelinas.
As nomas heterovitelinas são aquelas em que o tipo em branco e o complemento estão em leis distintas. Ex.:
arts. 235, CP e art. 1511 do CC – casamento.
normas incriminadoras. Já no sentido estrito, a norma penal é definida a simples modo, como
aquela que descreve uma conduta ilícita impondo uma sanção, ou seja, o sanctio juris.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
CORRETA.
A lei é a única fonte formal direta do Direito Penal, sendo que, Lei Penal se estrutura em duas partes: o preceito
primário, configurado pela norma descritiva e o preceito secundário caracterizado pela imposição da sanção,
assim também podemos estabelecer o critério da lei penal em sentido amplo, que engloba toda a estrutura do
tipo penal com conduta e penalidades e em sentido restrito voltado apenas para a descrição da conduta.
CORRETA!
As normas penais não incriminadoras estabelecem regras gerais de interpretação e de aplicação das normas
penais em sentido estrito, incidindo tanto na delimitação da infração penal como na determinação da sanção
penal correspondente. A função da norma penal não incriminadora é interpretar e delimitar o alcance da norma
penal incriminadora, por vezes, excluem o crime ou isentam o réu de pena.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
ERRADA.
Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas, cuja norma de complementação é oriunda da mesma
fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento.
A normas penais em branco homogêneas ainda podem ser subdivididas:
a) Homo vitelinas: o complemento normativo vem da mesma fonte legislativa e se encontra dentro do mesmo
ramo do ordenamento jurídico (ex.: art. 338 do CP, que é complementado pelo art. 5º do mesmo CP).
b) Heterovitelinas: o complemento normativo vem da mesma fonte, porém o complemento está em outro diploma
normativo (ex. art. 236 e 237 do CP, que são complementados por artigos do Código Civil – arts. 1.521, 1.523, 1.577)
As nomas heterovitelinas são aquelas em que o tipo em branco e o complemento estão em leis distintas. Ex.:
arts. 235, CP e art. 1511 do CC – casamento.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
Leis penais em branco em sentido estrito;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com Direito Penal – Parte Geral.
A norma penal em branco heteróloga, própria ou em sentido estrito é aquela em que o tipo em branco e comple-
mento derivam de fontes de produção distintas.
Vale destacar que, em que pese ter havido grande embate acerca da constitucionalidade desta modalidade de
lei, prevaleceu o entendimento de que são
constitucionais, na medida em que possibilitam um melhor e mais seguro controle das substâncias ditas por
ilícitas, sem a necessidade de um moroso procedimento legislativo para sua alteração.
2 – Norma penal em Branco própria/em sentido estrito/ou Heterogênea (é aquela em que o complemento é
proveniente de uma fonte legislativa diversa. Ex: A norma que precisa do complemento vem do parlamente e a
complementadora é proveniente do executivo – portaria).
15. 15. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Assinale a alternativa CORRETA.
a) No crime de uso de documento falso, o Código Penal brasileiro emprega a técnica
de leis penais em branco ao revés, isto é, daquelas leis penais que remetem a outras
normas incriminadoras para especificação da pena.
b) A lei penal em branco é revogada em consequência da revogação de sua norma de
complementação.
c) Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja norma de
complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou.
d) Leis penais em branco em sentido estrito são aquelas, cuja norma de complemen-
tação é oriunda da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse
complemento.
e) As leis penais em branco consistem em modalidade de lei temporária.
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
No crime de uso de documento falso, o Código Penal brasileiro emprega a técnica de leis
penais em branco ao revés, isto é, daquelas leis penais que remetem a outras normas
incriminadoras para especificação da pena.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com Direito Penal – Parte Geral.
Conforme lição do professor Luiz Flávio Gomes, fala-se em norma penal em branco ao revés ou invertida quando
o complemento normativo diz respeito à sanção, não ao conteúdo da proibição. A lei penal incriminadora remete
para outra a descrição do conteúdo sancionatório. Note-se que o complemento normativo, nesse caso, deve
emanar necessariamente do legislador, porque somente ele é que pode cuidar da sanção penal (nenhum órgão
do Executivo pode se encarregar dessa tarefa).
Tem-se, pois que a lei penal em branco invertida remete a revelação da sanção para outra lei, mas isso não
se confunde com o chamado crime remetido que significa a menção feita por um tipo legal a outro tipo
legal.
Conforme ensina o professor Gabriel Habib, o art. 304 do CP (uso de documento falso) é norma penal em branco
tanto no preceito primário como no preceito secundário. Veja-se:
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
(norma penal em branco homogênea homo vitelina tipo remetido).
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. (Norma penal em branco ao revés)
c) permissiva justificante;
d) Homo vitelinas;
e) extensão.
GABARITO: D
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo com Direito Penal – Parte Geral.
Homo vitelinas;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo com Direito Penal – Parte Geral.
As normas penais em branco homogêneas o complemento normativo advém da mesma fonte legislativa (exem-
plo: uma lei complementa outra lei).
As normas penais em branco homogêneas ainda podem ser subdivididas:
a) Homo vitelinas: o complemento normativo vem da mesma fonte legislativa e se encontra dentro do
mesmo ramo do ordenamento jurídico (ex.: art. 338 do CP, que é complementado pelo art. 5º do mesmo CP).
c) generalidade;
d) impessoalidade;
e) exclusividade.
b) formais e em branco;
c) permissivas e justificantes;
d) informais e materiais;
e) extensivas e materiais.
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Certo
4. Certo
5. Errado
6. Certo
7. Certo
8. Errado
9. Errado
10. Errado
11. C
12. E
13. A
14. B
15. A
16. A
17. C
18. D
19. D
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
1. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Apenas as leis podem fixar penas com relação aos delitos praticados; e essa autoridade não
pode residir senão na pessoa do legislador, que representa toda a sociedade agrupada por
um contrato social.
Cesare Beccaria. Dei delitti e delle pene, p.15.
Considerando o texto acima, julgue o seguinte item.
A lei penal formal é a mais importante do direito penal, pois só ela pode criar delitos e penas.
A interpretação procura conformar o ato interpretativo aos princípios constitucionais e aos
valores fundamentais (segurança jurídica e justiça), dentro das margens legais.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
CORRETA.
Vejamos nas palavras do grande doutrinador ROGÉRIO GRECO:
A lei penal formalmente editada pelo Estado pode, decorrido o período de vacatio legis, ser considerada em vigor.
Contudo, sua vigência não é suficiente, ainda, para que possa vir a ser efetivamente aplicada. Assim, somente
depois da aferição de sua validade, isto é, somente depois de conferir sua conformidade com o texto constitu-
cional é que ela terá plena aplicabilidade, sendo considerada, portanto, válida.
4. 1) imediatas: lei, Constituição Federal (através dos mandados de criminalização – art. 5º,
XLII, XLIII, XLIV), tratados e acordos internacionais de direitos humanos, jurisprudência,
princípios e complementos normativos.
2) mediatas: doutrina, pois são aquelas que, necessariamente, passam por um processo de
interpretação.
3) fonte informal: costumes.
Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
A analogia não pode ser aplicada contra texto expresso de lei.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
A analogia, método de integração da lei penal, tem como pressuposto uma lacuna na lei na qual não há
regulação, se houver lei que discipline aquele fato, não há espaço para analogia.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
ERRADA
Os costumes são fontes informais.
ATENÇÃO! Costume não cria nem revoga infração penal.
Além disso, o princípio pode ser utilizado secundum legem, hipótese em que funcionará como uma ferramenta de
apoio à lei. E também pode ser classificado como prater legem, que são situações em que serão utilizados para
suprir a falta da Lei.
Na analogia, por não haver norma que regulamente o caso, o aplicador do Direito se vale de uma outra
norma, parecida, de forma a aplicá-la ao caso concreto, a fim de que este não fique sem solução.
A analogia NUNCA poderá ser usada para prejudicar o réu (analogia in malam partem). Entretanto, é possível
sua utilização em favor do réu (analogia in bonam partem).
d) pessoalidade;
e) exclusividade.
GABARITO: B
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra B de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
impessoalidade;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra B de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL
a) Exclusividade: somente a lei pode prever figuras criminosas e prever as respectivas sanções.
b) Imperatividade: é imposta a todos, independente da vontade do sujeito.
c) Generalidade: todos devem respeitar a lei.
d) Impessoalidade: destina-se a regulamentar fatos, não é direcionada à pessoa.
A questão traz disposições sobre as fontes de direito penal e atribui valores as assertivas exigindo do can-
didato o julgamento e soma das alternativas corretas.
O item 01 está correto segundo a doutrina de Nucci a fonte material ou fonte de produção é o órgão respon-
sável pela elaboração do direito penal.
O item 02 está incorreto, pois conforme art. 22, I da CRFB/88 compete privativamente a União legislar sobre
Direito Penal.
O item 03 está correto, segundo o professor Nucci o direito penal é um conjunto de normas jurídicas voltado à
fixação dos limites do poder punitivo do Estado, instituindo infrações penais e as sanções correspondentes.
O item 04 está incorreto, pois segundo Nucci o costume não serve para criar ou revogar lei penal, a des-
peito de servir para o processo de interpretação.
O item 05 está incorreto, pois esta é a definição das fontes formais.
Desse modo, a soma das assertivas corretas é de 01+03 que é igual a 04.
materiais e as formais;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com o Direito Penal – Parte Geral
FONTES DO DIREITO PENAL
Trata-se da origem da norma. De onde se pode extrair conteúdo de Direito Penal. Para tanto, temos duas fontes,
os materiais e as formais.
FONTE MATERIAL/DE PRODUÇÃO
Diz respeito à produção da norma. Em nosso ordenamento jurídico, existe apenas uma fonte, que é a União,
representada pelo Poder Legislativo, conforme art. 22, I da CF. 1.2.
FONTE FORMAL/DE CONHECIMENTO
De onde extraímos o conteúdo direito penal (instrumento de exteriorização)
b.1) imediatas: lei, Constituição Federal (através dos mandados de criminalização – art. 5º, XLII, XLIII,
XLIV), tratados e acordos internacionais de direitos humanos, jurisprudência, princípios e complementos
normativos.
Note-se que todas estas fontes fornecem de maneira direta ou imediata, o conteúdo de direito penal. Não
existe a necessidade de se passar por um processo de interpretação (processo hermenêutico).
b.2) mediatas: doutrina, pois são aquelas que, necessariamente, passam por um processo de interpretação.
c) fonte informal: costumes.
SUMÁRIO
Questões sobre a aula ....................................................................................................................................... 2
Gabarito ............................................................................................................................................................. 8
Questões Comentadas....................................................................................................................................... 9
As normas penais em branco homólogas, ou em sentido amplo, podem ser homo vitelinas e
heterovitelinas, sendo que essas últimas são aquelas que têm suas respectivas normas
complementares oriundas de outro ramo do direito.
CERTO ( ) ERRADO ( )
CERTO ( ) ERRADO ( )
A lei é a única fonte formal direta do Direito Penal, que por sua vez deve ser clara e precisa. A
lei penal pode ser entendida em sentido amplo e estrito. No sentido amplo, a norma penal é
tanto a que define um fato punível, impondo abstratamente a sanção como a que amplia o
sistema penal através de princípios gerais e disposições sobre os limites de ampliação de
normas incriminadoras. Já no sentido estrito, a norma penal é definida a simples modo, como
aquela que descreve uma conduta ilícita impondo uma sanção, ou seja, o sanctio juris.
CERTO ( ) ERRADO ( )
CERTO ( ) ERRADO ( )
CERTO ( ) ERRADO ( )
CERTO ( ) ERRADO ( )
A função da norma penal não incriminadora é interpretar e delimitar o alcance da norma penal
incriminadora, por vezes, excluem o crime ou isentam o réu de pena.
CERTO ( ) ERRADO ( )
CERTO ( ) ERRADO ( )
Leis penais em branco em sentido estrito são aquelas, cuja norma de complementação é oriunda
da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento.
CERTO ( ) ERRADO ( )
Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja norma de
complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou.
CERTO ( ) ERRADO ( )
São aquelas leis penais, cuja norma de complementação é oriunda de fonte diversa daquela que
a editou
São aquelas leis penais, cuja norma de complementação é oriunda da mesma fonte legislativa
daquela que a editou
As normas penais em branco homogêneas são aquelas leis penais, cuja norma de
complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou. As normas penais em branco
homogêneas ainda podem ser subdivididas:
a) explicativa ou interpretativa;
b) em branco e heterogenias;
c) Homo vitelinas e Heterovitelinas;
d) permissiva justificante e exculpante;
e) extensão ou integrativa
a) explicativa;
b) em branco;
c) permissiva justificante;
d) Homo vitelinas;
e) extensão.
a) Heterovitelinas;
b) em branco;
c) permissiva justificante;
d) Homo vitelinas;
e) extensão.
GABARITO
1. CERTO
2. ERRADO
3. CERTO
4. CERTO
5. ERRADO
6. ERRADO
7. CERTO
8. ERRADO
9. ERRADO
10. ERRADO
11. C
12. E
13. A
14. B
15. A
16. A
17. C
18. D
19. D
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
As normas penais em branco homólogas, ou em sentido amplo, podem ser homo vitelinas e
heterovitelinas, sendo que essas últimas são aquelas que têm suas respectivas normas
complementares oriundas de outro ramo do direito.
CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
CERTA.
CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
A lei é a única fonte formal direta do Direito Penal, que por sua vez deve ser clara e precisa. A
lei penal pode ser entendida em sentido amplo e estrito. No sentido amplo, a norma penal é
tanto a que define um fato punível, impondo abstratamente a sanção como a que amplia o
sistema penal através de princípios gerais e disposições sobre os limites de ampliação de
normas incriminadoras. Já no sentido estrito, a norma penal é definida a simples modo, como
aquela que descreve uma conduta ilícita impondo uma sanção, ou seja, o sanctio juris.
CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
CORRETA.
A lei é a única fonte formal direta do Direito Penal, sendo que, Lei Penal se
estrutura em duas partes: o preceito primário, configurado pela norma descritiva
e o preceito secundário caracterizado pela imposição da sanção, assim também
podemos estabelecer o critério da lei penal em sentido amplo, que engloba toda a
estrutura do tipo penal com conduta e penalidades e em sentido restrito voltado
apenas para a descrição da conduta.
CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
Se desmembram em:
a) permissiva justificante: tornam lícitas determinadas condutas (ex.: art. 25,
CP).
b) permissiva exculpante: elimina a culpabilidade (ex.: embriaguez acidental
completa – art. 28, §1º, CP).
c) explicativa ou interpretativa: norma conceitual (ex.: art. 327, CP – que nos
traz o conceito de funcionário público).
d) lei penal de extensão ou integrativa: aquela utilizada para viabilizar a
tipicidade de alguns fatos (ex.: art. 14, CP – tentativa).
CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
Resumindo:
No preceito primário é aquele que descreve a conduta mandada ou proibida. E
no preceito secundário consta a pena cominada para a conduta incriminada.
A função da norma penal não incriminadora é interpretar e delimitar o alcance da norma penal
incriminadora, por vezes, excluem o crime ou isentam o réu de pena.
CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
CORRETA!
CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
ERRADA
Leis penais em branco em sentido estrito são aquelas, cuja norma de complementação é oriunda
da mesma fonte legislativa que editou a norma que necessita desse complemento.
CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
Vale destacar que, em que pese ter havido grande embate acerca da
constitucionalidade desta modalidade de lei, prevaleceu o entendimento de que são
constitucionais, na medida em que possibilitam um melhor e mais seguro controle
das substâncias ditas por ilícitas, sem a necessidade de um moroso procedimento
legislativo para sua alteração.
Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja norma de
complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou.
CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
ERRADA.
GABARITO: C
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
GABARITO: E
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
CORRETA.
São aquelas leis penais, cuja norma de complementação é oriunda de fonte diversa daquela que
a editou
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
Vale destacar que, em que pese ter havido grande embate acerca da
constitucionalidade desta modalidade de lei, prevaleceu o entendimento de que são
GABARITO: B
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se
referem os arts. 297 a 302: (norma penal em branco homogênea homo vitelina
tipo remetido).
São aquelas leis penais, cuja norma de complementação é oriunda da mesma fonte legislativa
daquela que a editou
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
As normas penais em branco homogêneas são aquelas leis penais, cuja norma de
complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a editou. As normas penais em branco
homogêneas ainda podem ser subdivididas:
a) explicativa ou interpretativa;
b) em branco e heterogenias;
c) Homo vitelinas e Heterovitelinas;
d) permissiva justificante e exculpante;
e) extensão ou integrativa
GABARITO: C
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
É a denominada lei penal em sentido amplo, na medida em que não prevê a conduta
criminosa, mas pode tornar lícita determinada conduta, ou apresentar descrições e conceitos
gerais.
GABARITO: D
SOLUÇÃO RÁPIDA
SOLUÇÃO COMPLETA
a) explicativa;
b) em branco;
c) permissiva justificante;
d) Homo vitelinas;
e) extensão.
GABARITO: D
SOLUÇÃO RÁPIDA
d) Homo vitelinas;
SOLUÇÃO COMPLETA
a) Heterovitelinas;
b) em branco;
c) permissiva justificante;
d) Homo vitelinas;
e) extensão.
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
a) Heterovitelinas;
SOLUÇÃO COMPLETA
(ex. art. 236 e 237 do CP, que são complementados por artigos do Código Civil
– arts. 1.521, 1.523, 1.577).
Considerando a redação do Art. 1º do Código Penal, que prevê: Não há crime sem lei anterior
que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal, os princípios implícitos no referido
dispositivo legal são anterioridade e legalidade.
Certo ( ) Errado ( )
8. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Não há crime sem lei anterior que o defina, mas pode haver pena sem prévia cominação legal.
Certo ( ) Errado ( )
9. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Em razão do princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como crime deve ser feita
por meio de lei em sentido material, não se exigindo, em regra, a lei em sentido formal.
Certo ( ) Errado ( )
10. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
O princípio da legalidade não impede que o juiz apene o acusado criminal com base nos cos-
tumes e que o legislador vote norma penal sancionadora de coação direta, impondo desde
logo a pena, sem julgamento.
Certo ( ) Errado ( )
11. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Acerca dos princípios da legalidade e da anterioridade insculpidos no art. 1º do Código Penal e
no art. 5°, XXXIX, da Constituição Federal, analise as alternativas a seguir e assinale a correta.
a) Uma das funções do princípio da legalidade é permitir a criação de crimes e penas
pelos usos e costumes.
b) No Brasil, em um primeiro momento, a União Federal pode legislar sobre matéria
penal. No entanto, de forma indireta e urgente, leis estaduais podem impor regras e
sanções de natureza criminal.
c) Desdobramento do princípio da legalidade é o da taxatividade, que impede a edição
de tipos penais genéricos e indeterminados.
d) A lei penal incriminadora somente pode ser aplicada a um fato concreto desde que
tenha tido origem antes da prática da conduta. Em situações temporárias e excep-
cionais, no entanto, admite-se a mitigação do princípio da anterioridade. .
e) O princípio da legalidade afasta a aplicação da interpretação extensiva, mas permite
a aplicação da analogia de forma ampla e irrestrita.
Considerando a redação do Art. 1º do Código Penal, que prevê: Não há crime sem lei anterior
que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal, assinale a alternativa que contém os
princípios implícitos no referido dispositivo legal:
a) anterioridade e legalidade.
b) presunção da inocência e anterioridade.
c) irretroatividade da lei penal e legalidade
d) presunção da inocência e legalidade.
e) irretroatividade da lei penal e anterioridade.
GABARITO
1. Certo
2. Errado
3. Certo
4. Certo
5. Errado
6. Errado
7. Certo
8. Errado
9. Errado
10. Errado
11. C
12. E
13. A
14. B
15. A
16. A
17. C
18. D
19. D
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
1. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
O princípio da legalidade diz respeito não apenas a leis em sentido formal, mas também a leis
em sentindo material, estas últimas quando editadas em consonânciae nos limites dados por
atos normativos primários.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Assim, no caso de lei que agrave o lapso temporal para a progressão de regime só se aplica para crimes come-
tidos a partir de sua vigência, uma vez que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal.
No entanto, é possível aplicar a uma hipótese não regulada por lei ou caso concreto semelhante a analogia de
norma penal incriminadora em benefício ao réu
(in bonam partem). Portanto, a assertiva erra ao dizer que é proibida, em caráter absoluto, a analogia no direito
penal.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
ERRADA.
Em razão do princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como crime deve ser feita por meio de
lei em sentido material e em sentido formal.
Isto porque, exige-se que a lei respeite o conteúdo da Constituição Federal e dos Tratados Internacionais de
Direitos Humanos (sentido material), como também respeite os trâmites procedimentais (sentido formal).
a) anterioridade e legalidade.
b) presunção da inocência e anterioridade.
c) irretroatividade da lei penal e legalidade.
d) presunção da inocência e legalidade.
e) irretroatividade da lei penal e anterioridade.
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
anterioridade e legalidade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com Direito Penal – Parte Geral.
Correto.
O caso em questão corresponde aos Princípios da: Anterioridade e Legalidade.
GABARITO: D
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
Desdobramento do princípio da legalidade é o da taxatividade, que impede a edição de tipos
penais genéricos e indeterminados.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
CORRETA.
O princípio da legalidade se desdobra em dois: o da reserva legal e da anterioridade.
Já o princípio da taxatividade decorre do princípio da reserva legal impede a criação de tipos penais genéricos
e indeterminados.
Assim, pode-se afirmar que o princípio da taxatividade é um desdobramento do princípio da legalidade.
1. (AUTOR – 2021)
A novatio legis in mellius se aplica aos fatos anteriores já decididos por sentença condenatória
transitada em julgado, sem violar a proteção constitucional à coisa julgada.
Certo ( ) Errado ( )
2. (AUTOR – 2021)
Para a abolitio criminis, não basta a revogação formal da lei penal anterior, impondo-se, para
a sua caracterização, o fato de que o mesmo conteúdo normativo não tenha sido preservado
nem deslocado para outro dispositivo legal.
Certo ( ) Errado ( )
3. (AUTOR – 2021)
Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Certo ( ) Errado ( )
4. (AUTOR – 2021)
Sobrevindo, após o trânsito em julgado, nova lei mais benéfica ao agente, caberá ao Juízo da
condenação a aplicação da nova lei.
Certo ( ) Errado ( )
5. (AUTOR – 2021)
A abolitio criminis é a descriminalização da conduta, tornando o fato atípico, bem como tendo
eficácia retroativa em relação aos fatos já praticados, fazendo cessar a pena e os demais efeitos
penais e extrapenais da condenação.
Certo ( ) Errado ( )
6. (AUTOR – 2021)
No dia 20.04.2020, considerando uma grave crise pandêmica que assolava o mundo, foi edi-
tada no Brasil uma lei penal temporária, criminalizando a conduta de não usar máscara em
locais públicos no período de 20.04.2020 a 20.06.2020. José, no dia 15.05.2020, foi a uma
praça sem usar máscara no rosto. Em 21.06.2020 José não havia sido ainda processado e a lei
temporária já tinha expirado. Nesse caso, José não poderá ser punido pelo fato praticado, eis
que a lei temporária não está mais em vigor.
Certo ( ) Errado ( )
7. (AUTOR – 2021)
No dia 10.04.2020, José, com dolo de matar, atirou 06 vezes contra Maria. A vítima foi levada
para o hospital e somente veio a falecer em 15.05.2020, em razão dos disparos. Nesse caso,
considera-se praticado o crime no dia 15.05.2020, momento em que ocorreu o resultado morte.
Certo ( ) Errado ( )
8. (AUTOR – 2021)
Segundo o Código Penal, considera-se praticado o crime no momento da consumação.
Certo ( ) Errado ( )
9. (AUTOR – 2021)
mínima em favor da vítima, na monta de R$ 10.000,00 (Dez mil reais). No curso da execução
penal, antes mesmo de Luís ter reparado o dano mediante o pagamento da indenização fixada,
sobreveio nova lei penal descriminalizando a conduta praticada por José.
Nesse caso, é correto afirmar que:
a) a) houve abolitio criminis, mas isso não afetará José;
b) b) houve abolitio criminis, fazendo cessar a pena imposta a José, bem como os de-
mais efeitos penais e extrapenais da condenação, inclusive a obrigação de indenizar
a vítima;
c) c) houve abolitio criminis fazendo cessar a pena imposta a José, bem como os demais
efeitos penais da condenação, permanecendo a obrigação de indenizar a vítima
d) d) houve abolitio criminis, fazendo cessar a pena imposta a José, mas não os demais
efeitos penais e extrapenais da condenação;
e) e) houve continuidade típico-normativa, mas isso não afetará José.
15. (AUTOR – 2021)
Acerca da aplicação da lei penal, assinale a alternativa correta.
a) a) É vedada a instituição de lei excepcional na seara penal.
b) b) É vedada a instituição de lei temporária na seara penal.
c) c) A lei excepcional aplica-se a fatos posteriores ao fim de sua vigência, desde que
correlatos às circunstâncias que a determinaram.
d) d) A lei posterior jamais se aplica aos fatos anteriores, ainda que não decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.
e) e) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o momento do resultado.
16. (AUTOR – 2021)
A respeito da aplicação da retroatividade da lei no direito penal, assinale a opção correta:
a) a) A aplicação da retroatividade ocorre mesmo em caso de aumento de pena, como
forma de garantir a justiça para o réu que tiver cometido o crime após a entrada em
vigor da lei mais severa;
b) b) A retroatividade de lei mais benéfica não pode ser aplicada a medida de segurança;
c) c) A retroatividade de lei mais benéfica somente será cabível no caso de haver abo-
litio criminis.
d) d) A aplicação da retroatividade da lei é concebível, desde que em benefício do réu
como medida de justiça.
e) e) A aplicação da retroatividade da lei é vedada constitucionalmente em qualquer
circunstância, a fim de garantir a segurança jurídica.
17. (AUTOR – 2021)
É importante a fixação do tempo em que o crime se considera praticado para, entre outras
coisas, compreender a lei que deverá ser utilizada, aplicada, e estabelecer a imputabilidade
do sujeito. Com relação ao tempo do crime, o Código Penal brasileiro adotou a:
a) a) Teoria da Relatividade.
b) b) Teoria da Ubiquidade.
c) c) Teoria da Atividade.
d) d) Teoria da Excepcionalidade.
e) e) Teoria da Habitualidade.
18. (AUTOR – 2021)
O Direito Penal brasileiro considera como momento do cometimento do crime:
a) a) desde o seu planejamento.
b) b) quando atingido o resultado pretendido.
c) c) quando chega ao conhecimento das autoridades competentes.
d) d) o momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
e) e) o momento do cometimento do crime é irrelevante para o Direito Penal.
19. (AUTOR – 2021)
Caio cometeu no dia 01 de janeiro de 2016 um fato criminoso punível com pena privativa de
liberdade previsto em lei temporária, sendo no dia 05 de dezembro de 2016 condenado a 5
(cinco) anos de reclusão. No ano seguinte decorreu o período de sua duração, findando-se a
citada lei no dia 31 de dezembro de 2017.
Em relação à aplicação da lei penal indique a opção CORRETA.
a) a) Caio deve ser imediatamente solto.;
b) b) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplica aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado;
c) c) Deve continuar a execução da pena de Caio até o dia 31 de dezembro de 2017.
d) d) Ninguém pode ser punido por fato que medida provisória posterior deixa de con-
siderar crime.
e) e) Caio deve ser preso e cumprir a pena estabelecida de cinco anos, aplicando-se ao
fato criminoso a lei temporária.
20. (AUTOR – 2021)
Durante a pandemia de COVID-19 foi editada lei penal que criminalizava a conduta de frequen-
tar locais públicos sem o uso de máscara de proteção no rosto. A referida lei teria validade
entre 20.03.2020 e 20.07.2020. No dia 10.06.2020, José foi a uma praça pública passear com
seu animal de estimação e não usou máscara no rosto. No dia 21.07.2020 a lei já não mais se
encontrava em vigor e José ainda não havia sido punido.
Atento ao caso narrado, é correto afirmar que tal lei se configura como:
a) a) Lei temporária, e José poderá ser punido pelo fato praticado.
b) b) Lei excepcional, e José poderá ser punido pelo fato praticado.
c) c) Lei temporária, e José não poderá mais ser punido pelo fato praticado.
d) d) Lei excepcional, e José não poderá mais ser punido pelo fato praticado.
e) e) Lei temporária, e José poderá ser punido pelo fato praticado desde que o processo
criminal tenha sido instaurado antes da expiração do prazo de validade da lei.
GABARITO
1. Certo
2. Certo
3. Certo
4. Errado
5. Errado
6. Errado
7. Errado
8. Errado
9. Certo
10. Errado
11. A
12. A
13. D
14. C
15. E
16. D
17. C
18. D
19. E
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal.
1. (AUTOR – 2021)
A novatio legis in mellius se aplica aos fatos anteriores já decididos por sentença condenatória
transitada em julgado, sem violar a proteção constitucional à coisa julgada.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 2º, parágrafo único, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 2º, parágrafo único do Código Penal Brasileiro.
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS
Trata-se da nova lei que, sem suprimir a figura criminosa da conduta, de alguma forma beneficia o agente. Como
exemplo, podemos destacar uma nova lei que diminua a pena de um determinado crime. Sua aplicação retroa-
tiva, igualmente é imperiosa.
A previsão legal encontra-se no art. 2º, parágrafo único, do CP.
Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda
que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Questão importante de ser abordada e que, recorrentemente é cobrada, diz respeito à aplicação das leis benéfi-
cas (abolitio criminis ou novatio legis in mellius).
Conforme dispõe o comando legislativo, as novas leis que beneficiem o agente serão aplicadas até mesmo às
situações já atingidas pelo trânsito em julgado. Ressalve-se que, caso o trânsito em julgado já tenha se operado
ou o processo já esteja na fase de execução, competirá ao juiz da vara de execuções penais aplicar a lei mais
benéfica.
2. (AUTOR – 2021)
Para a abolitio criminis, não basta a revogação formal da lei penal anterior, impondo-se, para
a sua caracterização, o fato de que o mesmo conteúdo normativo não tenha sido preservado
nem deslocado para outro dispositivo legal.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 2º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 2º do Código Penal Brasileiro.
A abolição do crime (abolitio criminis) é a descriminalização ou supressão da figura criminosa do ordenamento
jurídico. Naturalmente, trata-se de nova lei com caráter benéfico sendo a retroatividade indiscutível.
Sua previsão está contida no art. 2º do CP:
Art. 2º. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
3. (AUTOR – 2021)
Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 6º, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 6º, do Código Penal Brasileiro.
Observe o dispositivo legal:
De acordo com o artigo 6º do Código Penal (CP):
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Lembrar de “LUTA”:
Lugar do crime - teoria da ubiquidade
Tempo do crime - teoria da atividade
4. (AUTOR – 2021)
Sobrevindo, após o trânsito em julgado, nova lei mais benéfica ao agente, caberá ao Juízo da
condenação a aplicação da nova lei.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com artigo 2º, § único do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 2º, § único do Código Penal Brasileiro.
A nova lei mais benéfica se aplica aos fatos praticados antes de sua entrada em vigor, ainda que já tenham
sido decididos por sentença penal condenatória transitada em julgado, sendo esta a previsão do art. 2º, §
único do CP.
Mas, no caso de já ter havido o trânsito em julgado, a quem cabe aplicar a nova lei mais benéfica?
No caso de já ter havido o trânsito em julgado, competirá ao Juízo da execução penal a aplicação da nova lei
mais benéfica, e não ao Juízo da condenação (o sentenciante).
Assim, o Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento no sentido de que depende do momento:
• Processo ainda em curso – Compete ao Juízo que está conduzindo o processo
• Processo já transitado em julgado – Compete ao Juízo da execução penal.
Nos termos da súmula 611 do STF:
Súmula 611 STF
Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo das execuções a aplicação da lei mais
benigna.
Porém, é importante atentar para o fato de que a Doutrina entende que a aplicação da lei nova mais benéfica
após o trânsito em julgado só caberá ao Juízo da execução penal se NÃO for necessário mais que um mero
cálculo aritmético. Caso seja necessário mais que um mero cálculo aritmético, será preciso ajuizar revisão
criminal (uma ação autônoma de impugnação para desconstituir a sentença penal condenatória).
Imagine que determinado agente foi condenado pelo crime de furto, recebendo pena de 01 ano de reclusão.
Durante o cumprimento da pena surge nova lei benéfica, criando uma causa de diminuição de pena nos casos
em que o furto tenha sido praticado por pessoa com sérios problemas financeiros. Neste caso, para que haja a
aplicação da lei nova e reconhecimento da causa de diminuição de pena não basta um mero cálculo aritmético,
pois será necessário reanalisar o caso para saber se o agente se encontrava nas condições exigidas pela nova
lei. Assim, não será possível ao Juiz da execução penal a aplicação da lei nova, devendo ser ajuizada revisão
criminal.
5. (AUTOR – 2021)
A abolitio criminis é a descriminalização da conduta, tornando o fato atípico, bem como tendo
eficácia retroativa em relação aos fatos já praticados, fazendo cessar a pena e os demais efeitos
penais e extrapenais da condenação.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o artigo 2º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 2º do Código Penal Brasileiro.
De fato, a abolitio criminis é a descriminalização da conduta e torna o fato, até então típico, em fato atípico.
Por se tratar de norma benéfica (a norma que descriminaliza a conduta é, evidentemente, benéfica ao agente),
terá eficácia retroativa, aplicando-se aos fatos já praticados antes da sua entrada em vigor.
Todavia, e aí está o erro da questão, a abolitio criminis faz cessar a pena e os demais efeitos penais condenação,
mas não afeta os efeitos EXTRAPENAIS da condenação.
Vejamos a redação do art. 2º do CP:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
6. (AUTOR – 2021)
No dia 20.04.2020, considerando uma grave crise pandêmica que assolava o mundo, foi edi-
tada no Brasil uma lei penal temporária, criminalizando a conduta de não usar máscara em
locais públicos no período de 20.04.2020 a 20.06.2020. José, no dia 15.05.2020, foi a uma
praça sem usar máscara no rosto. Em 21.06.2020 José não havia sido ainda processado e a lei
temporária já tinha expirado. Nesse caso, José não poderá ser punido pelo fato praticado, eis
que a lei temporária não está mais em vigor.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o artigo 3º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 3º do Código Penal Brasileiro.
O art. 3º assim estabelece:
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias
que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
O referido artigo trata das leis intermitentes, que se dividem em leis excepcionais e leis temporárias. As leis
excepcionais são aquelas que são produzidas para vigorar durante determinada situação. Por exemplo, estado
de sítio, estado de guerra, ou outra situação excepcional. Lei temporária é aquela que é editada para vigorar
durante determinado período, certo, cuja revogação se dará automaticamente quando se atingir o termo final de
vigência, independentemente de se tratar de uma situação normal ou excepcional do país.
No caso destas leis, dado seu caráter transitório, a autorrevogação natural da lei não importa abolitio criminis
em relação aos fatos praticados durante sua vigência! Isso porque a revogação é decorrência natural do término
do prazo de vigência da lei ou da cessação da situação excepcional. Assim, aquele que cometeu o crime durante
a vigência de uma destas leis responderá pelo fato, nos moldes previstos na lei, mesmo após o fim do prazo de
duração da norma.
Isso é uma questão de lógica, pois, se assim não o fosse, bastaria que o réu procrastinasse o processo até data
prevista para a revogação da lei a fim de que fosse decretada a extinção de sua punibilidade.
Assim, José poderá ser punido pelo fato praticado, mesmo a lei temporária não estando mais em vigor neste
momento.
Logo, errada.
Porém, fiquem atentos. Se a lei excepcional ou temporária for expressamente revogada, isso gerará abolitio
criminis, ou seja, aqueles que praticaram o fato durante a vigência destas normas não poderão ser punidos.
Quando me refiro a “expressamente revogada”, me refiro à hipótese de o Poder Público entender desnecessá-
rio manter a criminalização da conduta e optar pela revogação da norma. Essa mudança de postura do Poder
Público importa abolitio criminis, e é diferente do caso em que a norma simplesmente perde vigência pela
expiração natural do prazo.
7. (AUTOR – 2021)
No dia 10.04.2020, José, com dolo de matar, atirou 06 vezes contra Maria. A vítima foi levada
para o hospital e somente veio a falecer em 15.05.2020, em razão dos disparos. Nesse caso,
considera-se praticado o crime no dia 15.05.2020, momento em que ocorreu o resultado morte.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o artigo4º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 4º do Código Penal Brasileiro.
ERRADO.
Para podermos aplicar corretamente a lei penal, é necessário saber quando se considerada praticado o delito.
Três teorias buscam explicar quando se considera praticado o crime:
Teoria da atividade – O crime se considera praticado quando da ação ou omissão, não importando quando
ocorre o resultado.
Teoria do resultado – Para esta teoria, considera-se praticado o crime quando da ocorrência do resultado, inde-
pendentemente de quando fora praticada a ação ou omissão.
Teoria da ubiquidade ou mista – Para esta teoria, considera-se praticado o crime tanto no momento da ação
ou omissão quanto no momento do resultado.
Nosso Código adotou a teoria da atividade como a aplicável ao tempo do crime. Vejamos:
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado.
No caso concreto, portanto, considera-se praticado o crime em 10.04.2020, data da conduta, e não 15.05.2020
(data do resultado).
Frise-se que, no que tange aos crimes permanentes, considera-se que o crime está sendo praticado enquanto
não cessa a permanência (ex.: associação criminosa, sequestro, extorsão mediante sequestro, etc.), de maneira
que o tempo do crime será definido quando cessar a atividade criminosa.
8. (AUTOR – 2021)
Segundo o Código Penal, considera-se praticado o crime no momento da consumação.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
9. (AUTOR – 2021)
A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 3º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 3º do Código Penal Brasileiro.
De acordo com o caput do artigo 3º do Código Penal (CP):
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias
que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda
que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
d) d) houve abolitio criminis, fazendo cessar a pena imposta a José, mas não os demais
efeitos penais e extrapenais da condenação;
e) e) houve continuidade típico-normativa, mas isso não afetará José.
GABARITO: C
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 2º do Código Penal Brasileiro.
c) houve abolitio criminis fazendo cessar a pena imposta a José, bem como os demais
efeitos penais da condenação, permanecendo a obrigação de indenizar a vítima
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 2º do Código Penal Brasileiro.
De fato, a abolitio criminis é a descriminalização da conduta e torna o fato, até então típico, em fato atípico.
Por se tratar de norma benéfica (a norma que descriminaliza a conduta é, evidentemente, benéfica ao agente),
terá eficácia retroativa, aplicando-se aos fatos já praticados antes da sua entrada em vigor.
Além disso, a abolitio criminis faz cessar a pena e os demais efeitos penais condenação, mas não afeta os efei-
tos EXTRAPENAIS da condenação.
Vejamos a redação do art. 2º do CP:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Assim, imagine que determinado agente foi condenado pelo crime “X” e está cumprindo pena. Surgindo uma Lei
nova, descriminalizando a conduta, referido agente será colocado em liberdade (deve cessar a pena imposta),
bem como tal condenação pelo crime X não poderá ser considerada futuramente para fins de reincidência (afas-
tam-se os efeitos penais da condenação). Porém, a obrigação de reparar o dano causado à vítima, por exemplo,
permanece, por se tratar de efeito extrapenal da condenação, ou seja, um efeito da condenação que reverbera
na vida NÃO criminal do agente.
Por fim, não se deve confundir a abolitio criminis com continuidade típico-normativa. Esta última se verifica
quando o tipo penal é revogado, mas a conduta continua sendo considerada criminosa em outro tipo penal,
criado pela nova lei ou já existente. Neste caso não há abolitio criminis.
No caso em tela, houve abolitio criminis, fazendo cessar a pena imposta a José, bem como os demais efeitos
penais da condenação. Todavia, permanecerão os efeitos extrapenais da condenação, como a obrigação de
indenizar a vítima.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra E de acordo com artigo 4º do Código Penal Brasileiro.
e) Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra E de acordo com artigo 4º do Código Penal Brasileiro.
CORRETA.
Nos termos do art. 4º do CP, considera-se praticado o crime no momento:
- Da AÇÃO ou OMISSÃO,
- Ainda que outro seja o momento do resultado.
No Brasil aplica-se, em relação ao tempo do crime, a Teoria da Atividade.
Art. 2º, Parágrafo único, CP - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anterio-
res, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
1. (AUTOR – 2021)
Jairo cometeu crime de furto no interior de aeronave brasileira pertencente a companhia
privada enquanto ela sobrevoava o Oceano Atlântico em direção a Portugal. O crime só foi
percebido quando a aeronave pousou no país europeu.
Considerando as disposições do Código Penal, julgue o item seguinte.
Apesar de a aeronave ser brasileira, não poderá ser aplicada a lei penal de nosso país, pois
o avião se encontrava sobre o alto-mar quando o crime foi cometido e só foi percebido ao
pousar em Portugal.
Certo ( ) Errado ( )
2. (AUTOR – 2021)
No que tange à lei penal no espaço, o Código Penal brasileiro adota a territorialidade miti-
gada, aplicando-se a lei brasileira ao crime cometido no território nacional, sem prejuízo de
convenções, tratados e regras de direito internacional.
Certo ( ) Errado ( )
3. (AUTOR – 2021)
Será aplicada a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito inter-
nacional, ao crime cometido no território nacional.
Certo ( ) Errado ( )
4. (AUTOR – 2021)
É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou
em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Certo ( ) Errado ( )
5. (AUTOR – 2021)
Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes praticados por
brasileiro.
Certo ( ) Errado ( )
6. (AUTOR – 2021)
A lei penal brasileira é aplicável aos crimes cometidos em aeronaves estrangeiras de proprie-
dade privada que estiverem sobrevoando o espaço aéreo brasileiro.
Certo ( ) Errado ( )
7. (AUTOR – 2021)
Não se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de
propriedade privada, ainda que em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo
correspondente, em razão da soberania dos países.
Certo ( ) Errado ( )
8. (AUTOR – 2021)
Para efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou privada onde quer que se encontrem.
Certo ( ) Errado ( )
9. (AUTOR – 2021)
Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos dentro de navio que esteja a serviço do
governo brasileiro, ainda que a embarcação esteja ancorada em território estrangeiro.
Certo ( ) Errado ( )
10. (AUTOR – 2021)
De acordo com o princípio da territorialidade da lei penal, se um crime for cometido dentro
de um navio público brasileiro, ainda que em alto-mar, o delito deverá ser julgado pela justiça
brasileira.
Certo ( ) Errado ( )
11. (AUTOR – 2021)
Em relação à Aplicação da Lei Penal, assinale a alternativa correta de acordo com o Código Penal
Brasileiro.
c) Nacionalidade ativa;
d) Territorialidade;
e) Representação ou bandeira.
14. (AUTOR – 2021)
De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta:
a) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessan-
do em virtude dela a execução, mas não os efeitos penais da sentença condenatória.
b) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos ante-
riores, exceto se decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
c) Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embar-
cações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço
aéreo correspondente ou em alto-mar.
d) Considera-se praticado o crime no momento em que o agente atinge o resultado
pretendido.
e) Em nenhuma situação, a lei brasileira pode ser aplicada aos crimes praticados a bordo
de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada.
15. (AUTOR – 2021)
De acordo com o Código Penal,
a) considera-se lugar do crime aquele em que o resultado se produziu.
b) no cômputo do prazo, não se inclui o dia do começo, mas sim o do vencimento.
c) a sentença estrangeira não pode ser homologada no Brasil para obrigar o condenado
à reparação do dano.
d) em se tratando de pena cumprida no estrangeiro pelo mesmo crime, caso sejam di-
ferentes as penas impostas, aquela cumprida no estrangeiro não atenuará a imposta
no Brasil.
e) aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de embarcações estrangeiras,
de propriedade privada, que estejam em porto ou mar territorial do Brasil.
16. (AUTOR – 2021)
Aplica-se a lei penal brasileira ao crime cometido no território nacional. O art. 5º do CP estende
a aplicação da lei penal brasileira para fato cometido em
a) embarcação privada brasileira atracada em portos estrangeiros;
b) aeronave privada brasileira pousada em aeroportos estrangeiros, desde que o país
respectivo tenha acordo de extradição com o Brasil;
c) sede de embaixada ou unidade consular do Brasil no estrangeiro.
d) embarcação estrangeira de propriedade privada navegando no mar territorial do
Brasil;
GABARITO
1. Errado
2. Certo
3. Certo
4. Certo
5. Certo
6. Certo
7. Errado
8. Errado
9. Certo
10. Certo
11. A
12. A
13. D
14. C
15. E
16. D
17. C
18. D
19. E
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
1. (AUTOR – 2021)
Jairo cometeu crime de furto no interior de aeronave brasileira pertencente a companhia
privada enquanto ela sobrevoava o Oceano Atlântico em direção a Portugal. O crime só foi
percebido quando a aeronave pousou no país europeu.
Considerando as disposições do Código Penal, julgue o item seguinte.
Apesar de a aeronave ser brasileira, não poderá ser aplicada a lei penal de nosso país, pois
o avião se encontrava sobre o alto-mar quando o crime foi cometido e só foi percebido ao
pousar em Portugal.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o artigo 5º, § 1º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 5º, § 1º do Código Penal Brasileiro.
Ainda que o crime tenha sido cometido no espaço aéreo correspondente ao alto-mar, deverá ser aplicada a
lei penal brasileira, pois a aeronave brasileira, ainda que pertencente a empresa privada, é considerada
território brasileiro por extensão. Observe:
Art. 5º, § 1º, CP. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respec-
tivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
2. (AUTOR – 2021)
No que tange à lei penal no espaço, o Código Penal brasileiro adota a territorialidade miti-
gada, aplicando-se a lei brasileira ao crime cometido no território nacional, sem prejuízo de
convenções, tratados e regras de direito internacional.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 5º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 5º do Código Penal Brasileiro.
O art. 5º assim dispõe:
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Essa é a regra no que tange à aplicação da lei penal no espaço. Pelo princípio da territorialidade, aplica-se à lei
penal aos crimes cometidos no território nacional. Assim, não importa se o crime foi cometido por estran-
geiro ou contra vítima estrangeira. Se cometido no território nacional, submete-se à lei penal brasileira.
Território pode ser conceituado como espaço em que o Estado exerce sua soberania política. O território brasi-
leiro compreende:
O Mar territorial;
O espaço aéreo (Teoria da absoluta soberania do país subjacente);
O subsolo
São considerados como território brasileiro por extensão
Os navios e aeronaves públicos, onde quer que se encontrem
Os navios e aeronaves particulares, que se encontrem em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente.
Todavia, como o Código Penal admite exceções, podemos dizer que o nosso Código adotou o princípio da terri-
torialidade mitigada ou temperada (ex.: crime praticado no Brasil por agente diplomático estrangeiro. Nesse
caso, o agente será julgado em seu país de origem, conforme as leis daquele país). Logo, correta.
3. (AUTOR – 2021)
Será aplicada a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito inter-
nacional, ao crime cometido no território nacional.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 5º, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 5º, do Código Penal Brasileiro.
CERTO
De acordo com o caput do artigo 5º do Código Penal (CP):
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aero-
naves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
4. (AUTOR – 2021)
É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou
em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
5. (AUTOR – 2021)
Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes praticados por
brasileiro.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 7º, II, «b» do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 7º, II, «b» do Código Penal Brasileiro.
Trata-se de uma hipótese de extraterritorialidade condicionada, prevista no art. 7º, II, “b” do CP:
Extraterritorialidade
Art. 7º, CP. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
[...]
II - os crimes:
[...]
b) praticados por brasileiro;
6. (AUTOR – 2021)
A lei penal brasileira é aplicável aos crimes cometidos em aeronaves estrangeiras de proprie-
dade privada que estiverem sobrevoando o espaço aéreo brasileiro.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 5º, §2º Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 5º, §2º Código Penal Brasileiro.
Segundo a dicção do art. 5º, §2º do CP, a lei brasileira é aplicável aos crimes praticados a bordo de aeronaves
estrangeiras de propriedade privada, quando se encontrarem em pouso no território nacional ou em voo no
espaço aéreo correspondente.
7. (AUTOR – 2021)
Não se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de
propriedade privada, ainda que em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo
correspondente, em razão da soberania dos países.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o artigo 5º, § 2º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 5º, § 2º do Código Penal Brasileiro.
De acordo com o artigo 5º, § 2º, do Código Penal (CP). Senão vejamos:
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo
correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no
espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 1984)
8. (AUTOR – 2021)
Para efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou privada onde quer que se encontrem.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o artigo 5º, § 1º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 5º, § 1º do Código Penal Brasileiro.
De acordo com o artigo 5º, § 1º, do Código Penal (CP):
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aero-
naves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectiva-
mente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras
de propriedade privada, achando-se aquelas
em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
Brasil. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
9. (AUTOR – 2021)
Aplica-se a lei penal brasileira a crimes cometidos dentro de navio que esteja a serviço do
governo brasileiro, ainda que a embarcação esteja ancorada em território estrangeiro.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 5º, § 1º Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 5º, § 1º Código Penal Brasileiro.
As embarcações a serviço do governo brasileiro são consideradas como extensão do território nacional.
Incide, portanto, o princípio da territorialidade, aplicando-se a lei brasileira onde quer que se encontrem.
Observe:
Art. 5º, § 1º, CP. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectiva-
mente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
De acordo com o princípio da territorialidade, a lei brasileira deverá ser aplicada nos termos do art. 5º do Código
Penal, in verbis:
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 5º, §1º do Direito Penal – Parte Geral.
Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 5º, §1º do Direito Penal – Parte Geral.
Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aero-
naves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional,
ao crime cometido no território nacional.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 5º, do Código Penal Brasileiro.
Art. 5º. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.
f) Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da
territorialidade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com o artigo 5º, §1º do Direito Penal – Parte Geral.
Mário poderá ser responsabilizado, segundo a lei brasileira, com base no critério da territorialidade, já que se
consideram, para efeitos penais, extensão do território nacional, as embarcações e aeronaves brasileiras de
natureza pública e as que estão a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem, segundo o art. 5º,
§1º, do Código Penal.
Certo ( ) Errado ( )
11. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Paulo cometeu o crime de peculato contra a administração pública brasileira enquanto estava
a serviço do Brasil em missão na França. Processado pela justiça francesa, foi absolvido em
sentença que transitou em julgado.
Considerando a legislação penal sobre o fato narrado, é correto afirmar que:
a) Paulo poderá ser punido no Brasil, ainda que tenha sido absolvido por sentença
transitada em julgado proferida pela justiça francesa.
b) Paulo não poderá ser punido no Brasil por ter sido absolvido pela justiça francesa
com trânsito em julgado.
c) Paulo poderá ser punido no Brasil, desde que para isso cumpra alguns requisitos,
como entrar em território nacional.
d) Paulo não poderá ser punido no Brasil, pois a lei penal brasileira não alcança fatos
praticados no exterior.
e) Paulo poderá ser punido no Brasil, desde que ocorra sua extradição pela justiça
francesa.
a) não poderá vir a ser julgado no Brasil, já que o Código Penal adota o princípio da
territorialidade e o crime foi praticado em território estrangeiro.
b) não poderá vir a ser julgado no Brasil, pois, apesar de o Código Penal prever hipóteses
de extraterritorialidade, Mévio não estava a serviço da Administração e a vítima era
estrangeira.
c) poderá vir a ser julgado no Brasil, ainda que já houvesse sido julgado no estrangeiro,
diante da extraterritorialidade incondicionada justificada por ser funcionário público,
mas eventual pena aplicada na França atenuaria a imposta no Brasil.
d) poderá vir a ser julgado no Brasil, pois, apesar de o Código Penal não prever causas
de extraterritorialidade, aplica-se o princípio da territorialidade, já que a embarcação
privada brasileira é considerada território nacional.
e) poderá vir a ser julgado no Brasil, sendo indispensável que, dentre outras condições,
o autor ingresse no país e não tenha sido absolvido na França.
GABARITO
1. Errado
2. Certo
3. Certo
4. Certo
5. Certo
6. Certo
7. Errado
8. Errado
9. Errado
10. Certo
11. A
12. A
13. D
14. C
15. E
16. D
17. C
18. D
19. E
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 7°, II, “c” do Código Penal Brasileiro.
A lei penal brasileira pode ser aplicada a fatos criminosos ocorridos FORA do território nacional. A isso dá-se o
nome de extraterritorialidade.
Diversos são os motivos que levam o legislador a estabelecer tais hipóteses de extraterritorialidade. Um desses
fundamentos é o fato de o crime ocorrer a bordo de embarcações e aeronaves brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada. Nesse caso, é possível a aplicação da lei penal brasileira pelo chamado princípio da repre-
sentação, bandeira ou pavilhão.
Por este princípio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no estrangeiro, a bordo de aeronaves e
embarcações privadas, mas que possuam bandeira brasileira, quando, no país em que ocorreu o crime, este não
for julgado.
A previsão está no art. 7°, II, “c” do CPB:
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
(...)
II - os crimes: (...)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em
território estrangeiro e aí não sejam julgados.
Frise-se, portanto, que o crime não pode ter sido julgado no local em que ocorreu. Ademais, tal situação confi-
gura hipótese de extraterritorialidade CONDICIONADA, de maneira que devem estar preenchidas as condições
do art. 7º, §2º do CP para que a lei penal brasileira possa ser aplicável ao caso:
Art. 7º (...)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a
lei mais favorável.
Por fim, mas não menos importante, caso o crime fosse cometido a bordo de uma aeronave pertencente ao
Brasil, por exemplo, o avião oficial da Presidência da República, a lei penal brasileira seria aplicada não pelo
Princípio da Bandeira, mas pelo Princípio da Territorialidade, pois estas aeronaves são consideradas território
brasileiro por extensão, onde quer que se encontrem!
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 7º, II, «b» do Código Penal Brasileiro.
Trata-se de uma hipótese de extraterritorialidade condicionada, prevista no art. 7º, II, “b” do CP:
Extraterritorialidade
Art. 7º, CP. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: [...]
II - os crimes: [...]
b) praticados por brasileiro;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a
lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reuni-
das as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Por fim, pelo princípio da personalidade passiva, aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos por estran-
geiro contra brasileiro fora do Brasil. Nos termos do art. 7°, §3° do CP:
Art. 7º (...) § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil,
se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Nesse caso, além das condições previstas para as hipóteses de extraterritorialidade condicionada, para a apli-
cação do princípio da personalidade passiva o Código prevê ainda outras duas condições:
- Ter havido requisição do Ministro da Justiça
- Não ter sido pedida ou ter sido negada a extradição do estrangeiro que praticou o crime
Em razão desse “excesso” de condições, tal hipótese é doutrinariamente denominada de extraterritorialidade
hipercondicionada.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estran-
geiro. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a
lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reuni-
das as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 4º e 6º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 4º e 6º do Código Penal Brasileiro.
Para o tempo do crime, o CP adota a teoria da atividade, ou seja, considera-se praticado o crime no momento
em que houve a ação ou omissão pelo agente, mesmo que o resultado ocorra depois, conforme seu art. 4º:
Tempo do crime
Art. 4º, CP. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado.
Já quanto ao lugar do crime, o Código Penal adota a teoria da ubiquidade, ou seja, é considerado praticado o
crime tanto no lugar da ação ou omissão, quanto no lugar onde ocorre o resultado. Observe o que consta no art.
6º do CP:
Lugar do crime
Art. 6º, CP. Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Paulo poderá ser punido no Brasil, ainda que tenha sido absolvido por sentença tran-
sitada em julgado proferida pela justiça francesa.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com artigo 7º, Inciso I e §1º do Código Penal Brasileiro.
O crime de peculato (art. 312, CP) é previsto no Código Penal como um crime contra a Administração Pública
(Título XI do CP). Assim, Paulo cometeu crime contra a administração pública brasileira no exterior, podendo
ser punido pela lei brasileira (o que exclui a letra D). Veja:
Art. 7º, CP. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
[...]
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
Nesse caso, sua punição ainda poderá ocorrer ainda que tendo transitada em julgado a sentença de absolvi-
ção proferida pela justiça francesa (o que afasta a letra B). Observe:
Art. 7º, § 1º, CP. Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou conde-
nado no estrangeiro.
Trata-se de aplicação da lei penal brasileira pela extraterritorialidade incondicionada. Em outras palavras,
não é necessário que ocorra qualquer condição para que o agente seja processado pela lei penal brasileira (o
que exclui as letras C e E).
I - os crimes: [...]
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
[...]
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, AINDA QUE ABSOLVIDO ou condenado no
estrangeiro.
GABARITO: C
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 6º do Direito Penal – Parte Geral.
Teoria da Ubiquidade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 6º do Direito Penal – Parte Geral.
CORRETA.
Conforme o art. 6º do Código Penal Brasileiro, esta é exatamente a teoria adotada no ordenamento jurídico.
Diz a questão que a respeito ao lugar do crime, o CP adotou a teoria “da ubiquidade, ou seja, considera-se
praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Está de acordo com o art. 6 do CP:
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a
lei mais favorável.
Destarte, aos crimes praticados por brasileiro no estrangeiro aplica-se a Teoria da Extraterritorialidade
Condicionada.
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em
território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a
lei mais favorável’’
c) implicou exaurimento da sanção penal cabível e Rodrigo não estará sujeito ao cum-
primento da pena imposta no Brasil.
d) será descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo terá que cumprir mais
1 ano de reclusão
e) é irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo deverá cumprir integralmente os 2 anos
de reclusão impostos pela justiça brasileira.
GABARITO
1. ERRADO 5. CERTO 9. ERRADO 13. D 17. C
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 9º, I e parágrafo único, alínea “a” do Código Penal Brasileiro.
CERTO
De acordo com o artigo 9º, I e parágrafo único, alínea “a” do Código Penal (CP):
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências,
pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
II - sujeitá-lo a medida de segurança. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a
sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências,
pode ser homologada no Brasil para:
I – Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II – Sujeitá-lo a medida de segurança.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo com artigo 10º do Código Penal Brasileiro.
a) 20 de março de 2023.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com artigo 10º do Código Penal Brasileiro.
A questão exigiu conhecimento do art. 10 do CP. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias,
os meses e os anos pelo calendário comum. Logo, o delito completará 6 anos de reclusão no dia 20 de março de 2023.
GABARITO: D
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo com o artigo 9º, II do Código Penal Brasileiro.
d) sujeitá-lo à medida de segurança.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo com o artigo 9º, II do Código Penal Brasileiro.
Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências,
pode ser homologada no Brasil para:
I – Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II – Sujeitá-lo a medida de segurança.
d) será descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo terá que cumprir mais
1 ano de reclusão
e) é irrelevante para a lei brasileira e Rodrigo deverá cumprir integralmente os 2 anos
de reclusão impostos pela justiça brasileira.
GABARITO: D
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo o artigo 8º do Código Penal Brasileiro.
d) será descontada da pena imposta no Brasil e, assim, Rodrigo terá que cumprir mais
1 ano de reclusão;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo artigo 8º do Código Penal Brasileiro.
A questão exigiu conhecimento sobre a pena cumprida no estrangeiro (art. 8º, do Código Penal). Segundo
previsão legal, a pena cumprida no estrangeiro ATENUA a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
diversas.
No caso do enunciado, a pena no Brasil é 2 anos de reclusão, superior a pena cominada no exterior.
Assim a pena cumprida no exterior ATENUA a pena imposta no Brasil. Portanto Rodrigo cumprirá mais 1 ano de
reclusão.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra E de acordo com artigo 8º do Código Penal Brasileiro.
e) Deverá ser atenuada a pena imposta no Brasil, quando for pelo mesmo crime.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra E de acordo com o artigo 8º do Código Penal Brasileiro.
Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou
nela é computada, quando idênticas.
O regramento contido neste dispositivo tem relação com as hipóteses de extraterritorialidade incondicionada da
Lei Penal Brasileira.
Nesta toada, se o indivíduo cumpriu pena por um determinado fato no estrangeiro, e caso seja hipótese de
aplicação da nossa lei, a pena por ele cumprida no estrangeiro deve atenuar ou ser computada na pena imposta
no Brasil.
Considere que Adolfo, querendo apoderar-se de bens existentes no interior de uma casa
habitada, tenha adentrado o local e subtraído telas de LCD e forno micro-ondas. Nessa situa-
ção, aplicando-se o princípio da consunção, Adolfo não responderá pelo crime de violação de
domicílio, mas somente pelo crime de furto.
Certo ( ) Errado ( )
7. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Conflitos aparentes de normas penais podem ser solucionados com base no princípio da con-
sunção, ou absorção. De acordo com esse princípio, quando um crime constitui meio necessário
ou fase normal de preparação ou execução de outro crime, aplica-se a norma mais abrangente.
Por exemplo, no caso de cometimento do crime de falsificação de documento para a prática
do crime de estelionato, sem mais potencialidade lesiva, este absorve aquele.
Certo ( ) Errado ( )
8. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Roberto invadiu o escritório profissional de Juliana e furtou modernos computadores lá exis-
tentes. Nessa situação, Roberto responderá apenas pelo crime de furto.
Certo ( ) Errado ( )
9. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
O princípio da subsidiariedade atua como “soldado de reserva”, aplicando a norma subsidiária
menos grave quando impossível a aplicação da norma principal mais grave.
Certo ( ) Errado ( )
10. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Considere a seguinte situação hipotética.
Um traficante de drogas comprou dois quilos de cocaína e, em seguida, vendeu a metade do
entorpecente, retendo em depósito um quilo da droga para posterior consumo e venda.
evidenciam o tráfico de entorpecentes, conforme tipificado na legislação específica e, assim,
no caso em apreço, o agente responderá por dois ou mais delitos de tráfico ilícito de entorpe-
centes em continuação delitiva, uma vez que adquiriu, vendeu e reteve em depósito substância
entorpecente.
Certo ( ) Errado ( )
11. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
“Um fato definido por uma norma incriminadora é meio necessário ou normal fase de prepa-
ração ou execução de outro crime, bem como quando constitui conduta anterior ou posterior
do agente, cometida com a mesma finalidade prática atinente àquele crime”. No conflito
aparente de normas, esta afirmação explica o princípio da
a) Especialidade;
b) Impessoalidade;
c) Consunção;
d) Subsidiariedade;
e) Alternatividade.
GABARITO
1. ERRADO 5. ERRADO 9. CERTO 13. C 17. C
QUESTÕES COMENTADAS
1. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Conforme o princípio da subsidiariedade, o direito penal somente tutela uma pequena fração
dos bens jurídicos protegidos nas hipóteses em que se verifica uma lesão ou ameaça de lesão
mais intensa aos bens de maior relevância.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
A alternativa é incorreta, pois o princípio da subsidiariedade é o que propõe o direito penal como ultima ratio, ou
seja, aquele ramo do direito que atua quando os outros ramos não puderem solucionar determinado problema de
ordem pública.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
Também é chamado de “soldado de reserva”. Utiliza-se deste princípio quando não existir previsão legal
para tanto, bem como quando não for possível caracterizar uma infração principal. Estes casos podem ser
observados quando o legislador utiliza o termo “se o fato não constitui crime mais grave”.
Exemplos: arts. 132, 238 e 307 do CP.
Embora seja de compreensão menos fácil do que o anterior, o princípio da subsidiariedade também é utilizado
para a resolução do conflito aparente de normas. No caso, a relação que se estabelece não é a de exclusão entre
o geral e o especial, mas entre normas primárias e secundárias.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
Os crimes plurinucleares, também chamados de crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado, são aqueles
em que o tipo penal descreve várias condutas no mesmo artigo, ou seja, contém vários verbos como núcleos do
tipo.
Neste espeque, temos as situações que envolvem os chamados crimes de ação múltipla, ou, simplesmente: tipo
misto alternativo. Consiste naquelas condutas em que o tipo penal é composto por diversos núcleos (verbos).
Assim, a prática de mais de um verbo dentro de um mesmo contexto fático representa crime único.
Exemplo clássico é a lei de drogas, que traz, em seu bojo, dezoito ações nucleares, conforme:
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos)
dias-multa).
I - prestar declaração falsa ou omitir, total ou parcialmente, informação que deva ser produzida a agentes das
pessoas jurídicas de direito público interno, com a intenção de eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de
tributos, taxas e quaisquer adicionais devidos por lei;
II - inserir elementos inexatos ou omitir, rendimentos ou operações de qualquer natureza em documentos ou livros
exigidos pelas leis fiscais, com a intenção de exonerar-se do pagamento de tributos devidos à Fazenda Pública;
III - alterar faturas e quaisquer documentos relativos a operações mercantis com o propósito de fraudar a Fazenda
Pública;
IV - fornecer ou emitir documentos graciosos ou alterar despesas, majorando-as, com o objetivo de obter dedução
de tributos devidos à Fazenda Pública, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis.
V - Exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário da paga, qualquer percentagem sobre a
parcela dedutível ou deduzida do imposto sobre a renda como incentivo fiscal.
Pena: Detenção, de seis meses a dois anos, e multa de duas a cinco vezes o valor do tributo.
Observando o citado dispositivo, constatamos que o sujeito que se utiliza de laudo médico falso para furtar-se
ao pagamento de tributo realmente pratica o crime de sonegação fiscal, pois a conduta se amolda perfeita-
mente ao tipo previsto no inciso I do artigo. Ademais, se o agente se utiliza do documento falso com a finalidade
exclusiva de fraudar o Fisco, responderá tão somente pelo crime de sonegação fiscal, mas, ao contrário do que
afirma o enunciado, isso não se deve ao princípio da subsidiariedade.
Isso acontece porque a subsidiariedade se verifica quando um crime funcionar como elementar, qualificadora
ou causa de aumento de pena de outra infração que lhe seja mais grave, como ocorre nos crimes complexos. No
caso em tela, a falsificação e o uso do documento falso não são indispensáveis à caracterização do delito, que,
inclusive, poderá ser praticado se o agente prestar a declaração falsa de forma verbal.
Em verdade, a responsabilização do agente unicamente pelo crime de sonegação fiscal se deve à aplicação do
PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO, que é aquele que se verifica quando a norma incriminadora de um fato caracterizar
ato preparatório, executório, meio necessário, ou conduta posterior de outro fato incriminado por uma norma
mais grave. Nesse caso o crime menos grave será absorvido pelo de maior gravidade, e é isso que se verifica no
caso em tela.
Vale citar, ainda, a Súmula 17 do STJ, que, apesar de se referir ao crime de estelionato, também explica bem o
fundamento da presente questão. Vejamos:
SÚMULA 17 STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Portanto, a questão erra ao fundamentar a conclusão do enunciado no princípio da subsidiariedade, pois, na
realidade, ela decorre do princípio da consunção.
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal - Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal - Parte Geral.
CERTA
O caso em questão está em conformidade com o Princípio da Consunção, em que um crime “meio” (violação de
domicílio) é necessário ou fase normal de preparação para outro crime (furto).
Pontos importantes:
- Crime progressivo - O agente tem um fim específico mais grave, entretanto, necessariamente deve passar
por fases anteriores menos graves, sendo um meio para um fim. Neste caso será aplicado o Princípio da
Consunção.
- Progressão criminosa - acontece quando o dolo inicial é menos grave e no meio da conduta o agente muda
sua intenção para uma mais grave (dois dolos), neste caso NÃO será aplicado o Princípio da Consunção.
Ocorre também a aplicação do Princípio da Consunção quando, por exemplo, o agente falsifica um documento
com o intuito de cometer o crime de estelionato. Como o crime de falso é meio necessário para o crime de
estelionato, funcionando como a elementar fraude, fica por este absorvido.
- Sinônimo de Princípio da Absorção.
- A finalidade é afastar a dupla incriminação (bis in idem) de uma mesma conduta.
Súmula 17 STJ - Quando o falso exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra C de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
c) Consunção.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o Direito Penal – Parte geral.
Pelo princípio da CONSUNÇÃO, o fato mais amplo e mais grave absorve outros menos amplos e graves. Diferen-
temente do que ocorre nos princípios da especialidade e subsidiariedade, aqui há uma sequência de atos, sendo
que um ato funciona como fase normal de preparação ou execução ou mero exaurimento de outro crime.
Exemplo: a lesão corporal é fase normal de execução em relação ao crime de homicídio, sendo que este absorve
aquele.
No princípio da consunção se verifica as seguintes situações:
1. CRIME COMPLEXO: é formado pela reunião de dois ou mais crimes. Exemplo: no roubo com resultado morte (art.
157, § 3º, II, CP) o autor responde pelo latrocínio, ficando o roubo e o homicídio absorvidos.
PROGRESSÃO CRIMINOSA: o agente inicia o iter criminis com a intenção de provocar determinada lesão a um bem
jurídico, sendo que, após conseguir o seu intento, muda de ideia e prova uma violação ao mesmo bem jurídico.
Há uma progressão na cabeça do indivíduo, sendo o sujeito guiado por uma pluralidade de desígnios, havendo
alteração no seu dolo. Exemplo: o sujeito pretendia lesionar o seu desafeto, mas durante a agressão, decide
tirar-lhe a vida e levá-lo a óbito. Só responderá pelo homicídio, ficando as lesões corporais por ele consumidas.
2. CRIME PROGRESSIVO: o agente se propõe, desde o início (ex: matar alguém), a uma mesma finalidade (unidade
de desígnios), sendo que a conduta de anterior (ex: agressões físicas) são meios necessários para a conduta
final. Difere do
que ocorre na progressão criminosa, em que o agente muda de ideia durante o iter criminis (ex: queria ferir, mas
decide matar durante a agressão). Em ambos os casos, o resultado final (ex: morte) absorve os resultados ocor-
ridos durante o fato (ex: lesões corporais). No crime progressivo há o ante factum impunível (fato anterior menos
grave é praticado como meio necessário para a realização de outro) e pode haver o post factum impunível (após
praticar o fato, provoca nova violação ao mesmo sujeito passivo - ex: venda do objeto furto de roubo).
GABARITO: B
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra B de acordo com o com o Direito Penal- Parte Geral.
De acordo com Cleber Masson (Direito Penal Esquematizado. Vol. 1. 8. ed. São Paulo: Método, 2014), “dá-se o
conflito aparente de leis penais quando a um único fato se revela possível, em tese, a aplicação de dois ou mais
tipos legais, ambos
instituídos por leis de igual hierarquia e originárias da mesma fonte de produção, e também em vigor ao tempo da
prática da infração penal”
Pelo princípio da consunção (ou da absorção), nós temos dois fatos e duas normas, mas uma delas irá absorver
a outra (lex consumens derrogat lex consumptae).
No caso narrado ocorreu um crime progressivo e o homicídio (art. 121, CP) consumado irá absorver a lesão
corporal (art. 129, CP) que aconteceu no primeiro momento.
c) especialidade;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o com o Direito Penal- Parte Geral.
Segundo o princípio da especialidade, a lei penal especial prevalece sobre a lei geral.
No caso avaliado, o tipo penal especial (peculato) abriga todos os elementos do tipo penal genérico (furto),
apresentando ainda outras características particulares, denominadas elementos especializantes.
Portanto, em decorrência do princípio da especialidade, Pedro responderá por peculato (art. 312, caput, do
Código Penal) e não por furto (art. 155, caput, do Código Penal)..
De acordo com Cleber Masson (Direito Penal Esquematizado. Vol. 1. 8. ed. São Paulo: Método, 2014), “dá-se o con-
flito aparente de leis penais quando a um único fato se revela possível, em tese, a aplicação de dois ou mais tipos
legais, ambos instituídos por leis de igual hierarquia e originárias da mesma fonte de produção, e também em vigor
ao tempo da prática da infração penal”.
Esse conflito é apenas aparente, pois o ordenamento jurídico é um conjunto de normas harmônicas entre si.
Para resolver esse conflito, são utilizados quatro princípios: especialidade, subsidiariedade, consunção e
alternatividade.
a) Princípio da Especialidade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
A questão exigiu conhecimento acerca do PRINCÍPIOS PARA A SOLUÇÃO DE CONFLITO APARENTE DE NORMAS,
como também de algumas especificidades dos crimes de INFANTICÍDIO, art. 123 do CP, e do crime de HOMICÍ-
DIO, art 121 do CP.
PRINCÍPIOS PARA A SOLUÇÃO DE CONFLITO APARENTE DE NORMAS
DA ESPECIALIDADE
A norma de caráter especial prevalecerá sobre a norma de caráter geral.
Homicídio simples - Art. 121 do CP. Matar alguém: (NORMA GERAL)
Infanticídio - Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
(NORMA ESPECIAL)
O referido tipo penal possui elementares que especializam a conduta do elementar de matar, ou seja, possui
outros elementares.
d) Princípio da Especialidade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
A chave da questão reside no conhecimento, pelo candidato, no sentido de que o agente que mata alguém,
por imprudência, negligência ou imperícia, na direção de veículo automotor, comete o crime previsto no art. 302,
da Lei n.º 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro), e não o crime previsto no art. 121, § 3.º, do Código Penal, com
fundamento no princípio da especialidade, vejamos.
Autorizada doutrina leciona-nos que: “Em síntese, o critério da especialidade reclama duas leis penais em
concurso, caracterizadas pela
relação de gênero e espécie, na qual esta prefere àquela, excluindo a sua aplicação para fins de tipicidade.
A lei específica deve abrigar todos os elementos da genérica, apresentando ainda outras particulares
características que podem ser denominadas elementos especializantes, constituindo uma subespécie
agravada ou atenuada daquela”. (Cleber Masson, 2018).
c) Princípio da Consunção.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
O princípio da consunção ou absorção estabelece que quando o crime-meio é realizado como uma fase ou etapa
do crime-fim, onde vai esgotar seu potencial ofensivo, sendo, por isso, a punição somente da conduta criminosa
final do agente, ou seja ocorre a absorção do crime-meio pelo crime-fim.
GABARITO: D
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
d) a norma incriminadora de fato que constitui meio necessário para a prática de outro
crime fica excluída pela que tipifica a conduta final.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
CERTA
O crime progressivo, descrito em norma incriminadora de fato que constitui meio necessário para a prática de
outro crime, é uma das hipóteses de aplicação do princípio da consunção.
e) princípio da consunção.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra E de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
a) Princípio da Especialidade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com o Direito Penal- Parte Geral.
A aplicação da lei especial exclui a aplicação da lei geral, conforme o art. 12 do CP:
As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo
diverso.
Em suma, este princípio se faz pertinente para resolução do conflito aparente quando uma norma possui, em
sua definição, todos os elementos típicos de outra, e mais alguns, denominados especializantes.
Se a hipótese a ser subsumida apresentar os elementos da norma particular, esta irá preponderar sobre aquela.
Alude-se, neste sentido, ao adágio latino: lex specialis derogat legi generali.
GABARITO
1. ERRADO 5. CERTO 9. ERRADO 13. D 17. C
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal.
[...]
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V - Destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as
consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Segundo Cleber Masson (Direito Penal Esquematizado. Vol. 1. 8 ed. São Paulo: Método, 2014. p. 194), “ninguém
pode praticar um crime contra si próprio. (...)
no crime previsto no art. 171, § 2º, V do Código Penal, a vítima é a seguradora que se pretende ludibriar”.
A força física absoluta é uma das excludentes da conduta, uma vez que a prática de uma ação ou omissão sob
império de uma força física que excluí completamente a vontade do agente não poderia configurar um fato
típico pela falta da voluntariedade.
Essa força física que exclui a conduta do agente pode ser resultado de uma ação humana, como no caso
de alguém que, usando de sua força física, segura o braço de outra pessoa e faz com que ela esfaqueie uma
terceira pessoa, que está dormindo.
Ela também pode ser resultado de uma força proveniente da natureza. Seria o caso, por exemplo, de uma
ventania muito forte, que arrasta uma pessoa que acaba colidindo com outra, causando-lhe lesões corporais. Em
ambos os casos, por não haver nem culpa, nem dolo, não há vontade. Se não há vontade, não há conduta, e se
não há conduta, não há que se falar na existência de fato típico.
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se
existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo».
diferente, conforme o Direito, estará afastada a exigibilidade de conduta diversa, havendo neste caso o que se
chama de inexigibilidade de conduta diversa.
A coação moral irresistível está inserida aqui como uma das hipóteses de inexigibilidade de conduta
diversa.
NÃO CONFUNDA:
Na coação moral irresistível o agente possui vontade, embora esta vontade seja viciada. Por isso, o agente
pratica fato típico e ilícito, mas tem sua culpabilidade afastada.
Na coação física irresistível o agente NÃO possui vontade, pois não possui qualquer controle sobre seus
movimentos corporais. Se o agente não controla os próprios movimentos corporais, não há conduta penalmente
relevante.
1) Fato típico: é uma conduta prevista no tipo penal incriminador. Seus elementos são:
a) conduta:
- Omissiva ou comissiva,
- Dolosa ou culposa.
b) resultado jurídico/normativo:
- Ex.: morte, lesão corporal, subtração de um material etc;
c) nexo de causalidade:
- Correlação que há de existir entre a conduta e o resultado;
d) tipicidade:
- Enquadramento na lei (ex.: art. 121 do CP – homicídio).
3) Culpabilidade:
É a reprovabilidade da conduta perpetrada pelo Agente.
Os elementos essenciais da culpabilidade são os seguintes:
a) imputabilidade:
- Excluem a imputabilidade:
> doença mental (art. 26 do CP),
> imaturidade natural (menoridade penal – art. 27 do CP e art. 228, da CF/88),
> embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior (art. 28, §1º, CF.
a inovação legislativa, ele teria resolvido esconder o procedimento, mas, c) por descuido, ele veio a derrubar
café no documento, tornando-o totalmente inutilizável e gerando prejuízos ao andamento do procedimento.
Inicialmente, cumpre relembrar que crime é formado por fato típico + ilícito/antijurídico + culpável. Nesse
viés, o fato típico é composto por conduta dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva; resultado; nexo de
causalidade e tipicidade. Quanto à ilicitude/antijuridicidade, corresponde à relação de contrariedade entre a
conduta do agente e o ordenamento jurídico. Por fim, no que tange à culpabilidade, trata-se do juízo de repro-
vação pessoal realizado sobre a conduta do agente.
Em primeira análise, o candidato poderia acreditar que o agente teria cometido o delito de extravio, sonegação
ou inutilização de livro ou documento, previsto no art. 314 do CP, segundo o qual considera-se crime o ato de
“extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo,
total ou parcialmente”.
No entanto, como bem elucidado por Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo, o tipo subjetivo do crime acima
“é o dolo, caracterizado pela vontade de praticar uma das condutas previstas no tipo. o agente deve estar ciente
de que, em razão do seu cargo, exerce a guarda do livro ou documento. Não há previsão de elemento subjetivo
especial e nem de modalidade culposa (Direito Penal, Vol.3, Parte Especial, 2017).
Nos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, a ÚNICA previsão de crime
CULPOSO é o PECULATO-CULPOSO (art. 312, § 2º, CP), que ocorre quando o agente público “concorre culposamente
para o crime de outrem”. Não é o caso da questão, que não menciona delito cometido por qualquer outra pessoa.
Dessa forma, como o dolo e a culpa são analisados dentro do “fato típico”, na ausência de um ou outro esse
requisito será “quebrado”, e o fato será “atípico”. Assim, como o agente não teve dolo na inutilização do procedi-
mento, sua conduta é atípica, não configurando crime.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físi-
cas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes
cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão
técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto
nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de
seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coau-
toras ou partícipes do mesmo fato.
pois não é porque o legislador tem a lei que ele pode incriminar qualquer conduta. A conduta deve ser apta a
lesar ou colocar em perigo bem jurídico.
• Critério legal: Crime é o que a lei classifica como tal. É o conceito fornecido pela própria lei.
• Critério formal ou analítico: Leva em conta os elementos estruturais do crime que é organizado segundo as
teorias a seguir:
a) teoria quadripartida: fato típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade. Basileu Garcia, Giulio Battaglini. A
grande crítica é feita à punibilidade, que não seria elemento do crime e sim consequência do crime.
b) Teoria tripartida: divide o crime em fato típico, ilícito e culpável. Essa teoria tem viés clássico e finalista.
Nelson Hungria, Magalhães Noronha, José Frederico Marques (clássicos), Hans Welzel (finalista).
c) Teoria Bipartida: fato típico e ilicitude. A culpabilidade seria pressuposto para aplicação da pena. Quem é
bipartido obrigatoriamente é finalista. Esse finalismo bipartido é criação brasileira (criador: René Ariel Dotti), a
escola paulista é bipartida. Já Roxin (precursor do funcionalismo) adota uma teoria bipartida diferente = injusto
penal (fato típico + ilicitude) + responsabilidade penal (entra no lugar da culpabilidade). É o grau de reprovabili-
dade + necessidade de pena..
A fim de que se possa concluir pela infração penal é necessário que o sujeito tenha praticado um fato típico,
antijurídico e culpável. Os três elementos cumulados constituem o conceito analítico de crime.
Em esquema, encontraríamos o seguinte:
FATO TÍPICO + ANTIJURIDICIDADE + CULPABILIDADE = CRIME
O fato típico é composto por:
1. Conduta comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa;
2. Resultado;
3. Nexo causal;
4. Tipicidade;
A antijuridicidade é o único dos elementos expostos pela questão que não integram o fato típico. Na reali-
dade, é o segundo elemento do crime na concepção tripartida e consiste na relação de contrariedade entre a
conduta praticada pelo agente e o ordenamento jurídico.
Segundo o Código Penal existem quatro causas excludentes da antijuridicidade ou ilicitude, quais sejam:
‘’Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. ‹›
Art. 13, CP. (...) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resul-
tado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Gabarito
1. ERRADO
2. CERTO
3. CERTO
4. ERRADO
5. CERTO
6. CERTO
7. ERRADO
8. ERRADO
9. ERRADO
10. CERTO
11. A
12. A
13. D
14. C
15. E
16. D
17. C
18. D
19. E
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
d) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver
causado ao menos culposamente.
e) Pratica crime culposo o agente que quis o resultado e deu causa por meio de impru-
dência ou negligência.
GABARITO: D
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo com o artigo 19º do Código Penal Brasileiro.
Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver
causado ao menos culposamente.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo com o artigo 19º do Código Penal Brasileiro.
Agravação pelo resultado
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos
culposamente.
II - Culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Essas três formas de violação do dever de diligência são atribuídas a inúmeros acidentes de trânsito. Vamos a
elas:
Imperícia: falta de aptidão técnica para o exercício de arte ou profissão;
Negligência: ausência de precaução. É a forma negativa da culpa;
Imprudência: é a precipitação, agir sem pensar.
e) tipicidade: não se pune a conduta culposa, salvo quando houver expressa disposição em lei. Ou seja, a con-
duta culposa somente será punida se houver previsão em lei,
Deste modo, a assertiva está correta ao afirmar que os tipos culposos estão sujeitos ao princípio da tipicidade,
somente podendo ser punidos quando devidamente prevista em lei a punição a título de culpa.
Portanto, assertiva CORRETA.
(...)
Crime culposo
II - Culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
A doutrina, por sua vez, desenvolve o estudo do crime culposo, destacando diversas peculiaridades, que podem
ser verificadas ao longo do desenvolvimento desta questão.
Na culpa consciente o agente prevê o resultado, mas acredita sinceramente que ele não ocorrerá.
Masson ensina que na culpa consciente, com previsão ou ex lascivia é a que ocorre quando o agente, após
prever o resultado objetivamente previsível, realiza a conduta acreditando sinceramente que ele não ocorrerá.
Em seguida o autor ainda esclarece:
Na culpa consciente, o sujeito não quer o resultado, nem assume o risco de produzi-lo. apesar de sabê-lo possível,
acredita sinceramente ser capaz de evita-lo, o que apenas não acontece por erro de cálculo ou por erro na execu-
ção. (grifos no original)
(MASSON, Cleber. Direito Penal - Parte Geral - Vol. 1. Ed. Método. 12ª ed. 2018)
Desta forma, correta a alternativa C.
De acordo com a doutrina brasileira, o dolo pode ser subdividido em várias espécies, dentre as quais se
destacam:
a) dolo direto; b) dolo eventual; c) dolo de consequências necessárias.
Dolo Direto - nas palavras de Cleber Massom, “consiste na vontade do agente, direcionada a determinada resul-
tado, efetivamente perseguido, englobando os meios necessários para tanto. Há a intenção de atingir um único bem
jurídico”.
Dolo Eventual - é a modalidade de dolo em que o agente não quer o resultado, mas assume o risco de produ-
zi-lo. Destaca-se que tal modalidade é admitida no ordenamento jurídico brasileiro, nos termos do art. 18, I do
Código Penal e se relaciona com a Teoria do Assentimento.
Dolo de 2º grau ou de Consequências Necessárias - ocorre quando a vontade do agente é dirigida a determi-
nado resultado, mas os meios utilizados pelo agente necessariamente irão ocasionar outras consequências, ou
seja, acarretarão efeitos colaterais de ocorrência praticamente certa.
Tendo como base essa introdução conceitual, basta agora realizar a adequação da conduta do agente a essas
espécies de dolo.
Certo ( ) Errado ( )
11. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Samuel observou seu chefe, Davi, colocar uma quantidade de dinheiro em uma bolsa e deixá-la
no banco de trás do carro. No intuito de furtar a valise, Samuel seguiu o carro de Davi, até que
este parasse em um estacionamento. Lá chegando, Samuel esperou seu chefe se afastar do
veículo, momento em que o arrombou. Dentro do carro, porém, não encontrou a bolsa, e se
evadiu do local para não levantar suspeitas.
Com base no caso narrado e nas disposições do Código Penal a respeito do iter criminis, a
conduta de Samuel caracteriza:
a) Crime impossível.
b) Tentativa de crime.
c) Arrependimento eficaz.
d) Crime consumado.
e) Desistência voluntária.
GABARITO
1. ERRADO 5. CERTO 9. ERRADO 13. D 17. C
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 14º, II do Código Penal Brasileiro.
Nesse caso, Alisson chegou a iniciar a execução do crime, mas foi impedido de continuar por circunstâncias
alheias à sua vontade, caracterizando a tentativa, que tem a mesma pena do crime consumado, mas reduzida
de 1/3 a 2/3. Observe:
Art. 14, CP. Diz-se o crime:
[...]
II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com artigo 16º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 16º do Código Penal Brasileiro.
Consumado o delito e ocorrendo a restituição da coisa ou a reparação do dano antes do recebimento da
denúncia, estaremos diante de arrependimento posterior, com pena reduzida de um a dois terços, e NÃO do
arrependimento eficaz. Veja:
Arrependimento posterior
Art. 16, CP. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a
dois terços.
Art. 15, CP. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se pro-
duza, só responde pelos atos já praticados.
Veja que o agente não responderá pela forma tentada, mas somente pelos atos já praticados e se estes
configurarem crime autônomo.
Na DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA, o agente, por ato voluntário, interrompe o processo executório do crime, aban-
donando a prática dos demais atos necessários e que estavam à sua disposição para a consumação. Portanto,
verifica-se que o agente adota uma conduta negativa, pois desiste de prosseguir com a execução.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 17º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 17º do Código Penal Brasileiro.
Se, ao iniciar a execução, o crime não se consumar por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta improprie-
dade do objeto, estaremos diante do crime impossível (tentativa inidônea, inadequada ou quase crime).
Segundo Cleber Masson (Direito Penal Esquematizado. Vol. 1. 8. ed. São Paulo: Método, 2014. p. 374), há diversas
teorias que tentam explicar o crime impossível. Vamos relembrá-las?
1) Teoria objetiva: está relacionada ao elemento objetivo do crime, que é o perigo de lesão
para bens jurídicos penalmente tutelados. Assim, se a conduta não tem potencial para lesio-
nar o bem jurídico (em razão do meio utilizado ou do objeto material), a tentativa não estará
configurada. É subdividida em outras duas teorias:
1.a) Teoria objetiva pura: para essa teoria, quando a conduta não tem capacidade de provocar lesão, não haverá
punição. Para ela, essa condição ocorrerá independentemente do grau de inidoneidade da ação.
1.b) Teoria objetiva temperada ou intermediária: para afastar o crime, os meios empregados ou o objeto material
devem ser absolutamente inidôneos para produzir o resultado. Sendo relativos, estará caracterizada a tentativa.
É a teoria adotada pelo CP, em seu art. 17.
2) Teoria subjetiva: leva em conta o elemento subjetivo do crime, ou seja, a intenção do agente,
pouco importando se o meio empregado ou o objeto do delito são inidôneos.
3) Teoria sintomática: não se preocupa com o fato praticado, e sim com a periculosidade do
autor.
Há certa semelhança entre o crime impossível e a tentativa. Em ambos os casos, a execução é iniciada,
mas o crime não se consuma. Mas há diferenças nítidas.
Na tentativa, é possível atingir a consumação, que só não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do
agente.
No crime impossível, por outro lado, não é viável atingir a consumação, nem se o agente quiser, pois o meio
é absolutamente ineficaz ou o objeto tem absoluta impropriedade. Portanto, não há sequer o perigo de violar o
bem jurídico tutelado.
É exatamente o que prevê o art. 17 do CP:
Crime impossível
Art. 17, CP. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
objeto, é impossível consumar-se o crime.
A ineficácia absoluta do meio ocorre quando o meio utilizado para a execução do crime é incapaz de produzir
o resultado. Por exemplo, quando o agente tenta matar alguém utilizando arma de brinquedo. Mas a inidoneidade
do meio deve ser analisada no caso concreto. Ademais, ela deve ser absoluta, pois, sendo relativa, estaremos
diante da tentativa.
A absoluta impropriedade do objeto se refere à pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. É
o que ocorre quando se tenta matar alguém já morto ou quando se tenta abortar feto de mulher que não se
encontra grávida.
“O objeto material é absolutamente impróprio quando inexistente antes do início da execução do crime, ou
ainda quando, nas circunstâncias em que se encontra, torna impossível a sua consumação” (MASSON. op.
cit. p. 377). Em adição, se a impropriedade do objeto for relativa, estaremos diante da tentativa.
Em qualquer dos casos, a análise da inidoneidade absoluta do meio ou do objeto deve ser feita depois da prática
da conduta.
Como o crime não é possível de se concretizar, estamos diante de uma causa de exclusão de tipicidade (não há
crime).
c) Arrependimento eficaz.
d) Crime consumado.
e) Desistência voluntária.
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo com artigo 17º do Código Penal Brasileiro.
a) Crime Impossível.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com artigo 17º do Código Penal Brasileiro.
O crime impossível está previsto no art. 17 do Código Penal:
Crime impossível
Art. 17, CP. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
objeto, é impossível consumar-se o crime.
Diferentemente da tentativa, em que a consumação pode ocorrer, mas não se efetiva por circunstâncias alheias
à vontade do agente (o que já se afasta a letra A), no crime impossível a consumação NUNCA pode ocorrer
(o que exclui a letra D). No caso narrado, o furto nunca poderá ocorrer pois a bolsa, objeto do crime, não está no
carro (absoluta impropriedade do objeto).
Quanto às letras C e E, na desistência voluntária e no arrependimento eficaz, há o impedimento da produ-
ção do resultado pelo próprio agente, o que não está caracterizado no caso narrado.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo com o artigo 14º, 15º, 16º, 17º do Código Penal Brasileiro.
a) tentativa, arrependimento posterior, crime impossível, desistência voluntária.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com o artigo 14º, 15º, 16º, 17º do Código Penal Brasileiro.
l. Iniciada a execução do crime, ele não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
O texto caracteriza a tentativa, conforme o art. 14, II do Código Penal:
Art. 14, CP. Diz-se o crime:
[...]
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
ll. Reparação do dano até o recebimento da denúncia por ato voluntário do agente em crime de furto.
O item se refere ao arrependimento posterior, previsto no art. 16 do Código Penal:
Arrependimento posterior
Art. 16, CP. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a
dois terços.
Lembrando que no crime de furto não há violência ou grave ameaça:
Furto
Art. 155, CP. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
2) Execução: o agente começa a realizar o núcleo do tipo penal (o “verbo” que consta na defini-
ção legal). Aqui inicia a incidência do Direito Penal, configurando, no mínimo, o crime tentado.
O ato de execução deve ser idôneo (com capacidade suficiente de lesar o bem jurídico penalmente protegido) e
inequívoco (fornecendo certeza acerca da vontade de cometer o ilícito).
Devemos, agora, diferenciar quando ocorre a consumação nos diversos tipos de crime, ainda seguindo a dou-
trina de Cleber Masson (op. cit.):
> Crimes materiais: aperfeiçoa-se com a superveniência do resultado naturalístico.
> Crimes formais e crimes de mera conduta: consumam-se com a mera prática da conduta.
> Crimes qualificados pelo resultado (incluindo os preterdolosos): a consumação se verifica com a produção do
resultado agravador, doloso ou culposo (p. ex. art. 129, § 3º, que trata do crime de lesão corporal com resultado
morte).
> Crimes de perigo concreto: consumam-se com a efetiva exposição do bem jurídico a uma probabilidade de
dano.
> Crimes de perigo abstrato: aperfeiçoam-se com a mera prática da conduta definida em lei como perigosa.
> Crimes permanentes: a consumação se arrasta no tempo, com a manutenção da situação contrária ao Direito.
> Crimes habituais: consumam-se com a reiteração de atos que revelam o estilo de vida do agente, pois cada
um deles, isoladamente considerado, representa um indiferente penal.
Portanto, conforme visto, o conceito de crime consumado está na letra D.
Art. 297, CP. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Estelionato
Art. 171, CP. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em
erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
Veja que o enunciado afirma que o primeiro crime foi cometido (falsificação de documento público), pois
Vinícius falsifica o documento público.
Outro ponto que devemos atentar é que, de acordo com a Jurisprudência, se o estelionato ocorrer, absorverá
a falsidade documental. É o entendimento da Súmula 17 do STJ: “Quando o falso se exaure no estelionato, sem
mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”.
Agora perceba que o enunciado também afirma que Vinícius desiste de prosseguir voluntariamente, o que
caracteriza a desistência voluntária (e não a tentativa, como afirma a letra A). Observe:
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15, CP. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza, só responde pelos atos já praticados.
Portanto, Vinícius responderá somente pelos atos já praticados. Nesse caso, a falsificação do documento
público já se consumou (crime formal), pois independe do seu efetivo uso (o que exclui as letras B, D e E).
> Fase externa: dividida em preparação, execução e consumação. O exaurimento do delito não integra o iter
criminis, mas pode influenciar na dosimetria da pena.
A cogitação (fase interna) não é punível pelo Direito.
Em relação à fase externa, temos que analisar cada uma das subfases:
2) Execução: o agente começa a realizar o núcleo do tipo penal (o “verbo” que consta na defini-
ção legal). Aqui inicia a incidência do Direito Penal, configurando, no mínimo, o crime tentado.
O ato de execução deve ser idôneo (com capacidade suficiente de lesar o bem jurídico penalmente protegido) e
inequívoco (fornecendo certeza acerca da vontade de cometer o ilícito).
1) Tentativa branca ou incruenta: o objeto material não é atingido pela conduta (p. ex. “A”
efetua disparos contra “B”, mas nenhum o atinge);
2) Tentativa cruenta ou vermelha: o objeto material é alcançado pela atuação do agente (p.
ex. “A” efetua disparos com a intenção de matar “B”, provocando-lhe ferimentos, mas sem o
matar);
3) Tentativa perfeita, acabada ou crime falho: o agente esgota todos os meios executórios
à sua disposição, e ainda assim não consegue consumar o crime (p. ex. “A” efetua disparos
contra “B”, esvaziando a arma, mas nenhum o atinge);
4) Tentativa imperfeita, inacabada ou tentativa propriamente dita: o agente inicia a execu-
ção, sem, contudo, utilizar todos os meios que tinha a seu alcance, e não consegue consumar
o crime por circunstâncias alheias à sua vontade. (p. ex. “A” efetua disparos contra “B”, mas
antes de algum dos projéteis o atingir, é impedido por policiais de continuar atirando).
Contudo, se o agente desistir de prosseguir com ação após o início da execução, estaremos diante da desis-
tência voluntária, e não da tentativa, desde que ocorra voluntariamente.
Caro aluno, na desistência voluntária, “o agente, por ato voluntário, interrompe o processo executório do crime,
abandonando a prática dos demais atos necessários e que estavam à sua disposição para a consumação” (op. cit.
p. 359).
Ainda não entendeu qual a diferença entre desistência voluntária e a tentativa? Para facilitar essa diferenciação,
utiliza-se a fórmula da Frank:
> Na tentativa, o agente quer, mas não pode prosseguir;
> Na desistência voluntária, o agente pode, mas não quer prosseguir.
Ela está prevista no art. 15 do CP:
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15, CP. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se pro-
duza, só responde pelos atos já praticados.
1) Natureza do crime: deve ter sido cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa. Porém,
se essa violência for culposa, será cabível o instituto. Da mesma forma, se a violência ou grave
ameaça ocorrer contra coisa, poderá ser concedido o benefício;
2) Reparação do dano ou restituição da coisa: deve ser voluntária (realizada sem coação física
ou moral), pessoal (não pode ser realizada por outrem) e integral (caso contrário, não se pode
dizer que o dano foi reparado ou a coisa restituída);
3) Limite temporal: deve acontecer até o recebimento da denúncia ou queixa. Ocorrendo
após o recebimento da peça inicial, poderá incidir atenuante genérica (art. 65, III, “b” do CP).
Como a reparação do dano ou a restituição da coisa tem natureza objetiva, o arrependimento posterior se
estenderá aos demais agentes em caso de concurso de pessoas (STJ. 6ª Turma. REsp 1.187.976/SR. Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior. Julg. 07/11/2012. Info 531).
Professor, e como o juiz saberá se deve aplicar a redução da pena em 1/3 ou 2/3? O critério a ser utilizado para
essa redução é calculado com base na celeridade e na voluntariedade da reparação do dano ou da resti-
tuição da coisa (STJ, 6ª Turma. HC 338.840/SC. Rel. Min. Maria Tereza de Assis Moura. Julg. 04/02/2016).
Como você viu, o enunciado trouxe a transcrição do art. 16 citado acima.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (ambos previstos no art. 15, do CP) estão relacionados à
tentativa e alteram a responsabilidade penal do sujeito. Trata-se de situações nas quais o agente adota uma
postura em sentido oposto aquele inicialmente realizado.
O arrependimento posterior (art. 16, do CP), por sua vez, é voltado para a vítima e se destina, precipuamente,
a crimes não violentos, ou seja, que não contêm violência ou grave ameaça da pessoa. O STJ entende que o
referido instituto só pode ser aplicado em crime patrimonial ou com efeitos patrimoniais (REsp 1.561.276).
Para melhor visualização do momento em que se verificam esses institutos, confira o esquema abaixo:
- Início da execução > DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA > Fim da execução (art. 15, do CP)
- Fim da execução > ARREPENDIMENTO EFICAZ > Resultado/consumação do crime (art. 15, do CP)
-Crime consumado > ARREPENDIMENTO POSTERIOR > Recebimento da denúncia/queixa (art. 16, do CP)
[...]
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Perceba que, para que a tentativa esteja caracterizada, é necessário iniciar a execução do crime, que não
chega a ser consumado (mas há o dolo de consumação).
De acordo com Cleber Masson (Direito Penal Esquematizado. 8. ed. São Paulo: Método, 2014), a tentativa por
ocorrer de quatro formas (espécies de tentativa):
1) Tentativa branca ou incruenta: o objeto material não é atingido pela conduta (p. ex. «A»
efetua disparos contra «B», mas nenhum o atinge);
2) Tentativa cruenta ou vermelha: o objeto material é alcançado pela atuação do agente (p.
ex. «A» efetua disparos com a intenção de matar «B», provocando-lhe ferimentos, mas sem
o matar);
3) Tentativa perfeita, acabada ou crime falho: o agente esgota todos os meios executórios
à sua disposição, e ainda assim não consegue consumar o crime (p. ex. «A» efetua disparos
contra «B», esvaziando a arma, mas nenhum o atinge);
4) Tentativa imperfeita, inacabada ou tentativa propriamente dita: o agente inicia a execução,
mas sem utilizar todos os meios que tinha a seu alcance (p. ex. «A» efetua disparos contra «B»,
mas antes de algum dos projéteis o atingir, é impedido por policiais de continuar atirando).
Se você analisar o art. 14 do CP acima perceberá que ele não é aplicável isoladamente. É preciso ser analisado
com algum crime. Por isso, essa norma é conhecida como “norma de extensão” ou “de ampliação da conduta”.
Por exemplo, o art. 121 do CP prevê o crime de homicídio (“matar alguém”). Para que seja punível na modalidade
tentada, devemos combinar o art. 121 com o art. 14: inicia-se a execução do crime de homicídio, que não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Para sabermos qual a pena aplicável ao crime tentado, o Código Penal adotou a teoria objetiva (realística ou
dualista), em que ela não terá a mesma pena do crime consumado. Podemos perceber isso no art. 14, parágrafo
único do CP:
Pena de tentativa
Art. 14, Parágrafo único, CP. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao
crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Primeiramente, veja que a aplicação desse dispositivo é a regra para a tentativa, mas que admite exceção. Em
alguns casos, a tentativa terá a mesma
pena da consumação. São os crimes de atentado, como a evasão mediante violência contra a pessoa (art.
352, CP).
Seguindo a regra, a tentativa terá a mesma pena do crime consumado, mas diminuída de 1/3 a 2/3. E qual o
critério utilizado para saber se a diminuição será de 1/3 ou de 2/3? Para o STF, o critério decisivo é a maior ou
menor proximidade da consumação, ou seja, a distância percorrida no iter criminis (STF, 1ª Turma. HC 95.960/
PR. Rel. Min. Carlos Britto. Julg. 14/04/2009. Info 542).
Certo ( ) Errado ( )
11. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Na confraternização de final de ano de um tribunal de justiça, Ulisses, servidor do órgão, e o
desembargador ganharam um relógio da mesma marca — em embalagens idênticas —, mas
de valores diferentes, sendo consideravelmente mais caro o do desembargador. Ao ir embora,
Ulisses levou consigo, por engano, o presente do desembargador, o qual, ao notar o sumiço do
relógio e acreditando ter sido vítima de crime, acionou a polícia civil. Testemunhas afirmaram
ter visto Ulisses com a referida caixa. No dia seguinte, o servidor tomou conhecimento dos
fatos e dirigiu-se espontaneamente à autoridade policial, afirmando que o relógio estava na
casa de sua namorada, onde fora apreendido.
Nessa situação hipotética, a conduta de Ulisses na festa caracterizou
a) erro do tipo.
b) Excludente de ilicitude.
c) arrependimento posterior.
d) Crime impossível.
e) erro de proibição.
GABARITO
1. ERRADO 5. CERTO 9. ERRADO 13. D 17. C
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
- Escusável (inevitável) – Quando o erro é considerado inevitável tendo em conta as circunstâncias, ou seja, o
erro não pode ser considerado sequer como derivado de culpa por parte daquele que se equivocou. Nesse caso,
afasta-se o dolo e a culpa, de forma que teremos fato atípico.
- Inescusável (evitável) – Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas
poderia, mediante um esforço mental razoável, não ter cometido o erro. Aqui ficará afastado o dolo, mas será
possível a punição a título culposo, se houver previsão legal.
Vejamos a redação do art. 20 do CP:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Todavia, a exclusão do fato típico no erro de tipo inevitável se dá por ausência de elemento subjetivo (não há
dolo nem culpa), e não por inexigibilidade de conduta diversa, que é causa de exclusão da culpabilidade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 70º do Código Penal Brasileiro.
Trata-se da literalidade do caput do art. 74, do Código Penal, vejamos:
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resul-
tado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre
também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste código.
Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, apli-
ca-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso,
de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste código.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o artigo 20º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 20º do Código Penal Brasileiro.
Vejamos a literalidade do caput do art. 20, CP:
Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se
existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso,
as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
O erro de tipo essencial recai sobre elementos principais do tipo. Assim é a situação fática tomada por sujeito
com consciência que o faça crer estar agindo de determinada forma, porém, o faz, incidindo sobre um fato
típico.
A falsa percepção da realidade faz com que o agente cometa o crime, de modo que se fosse alertado, não conti-
nuaria a cometer.
Será inevitável quando não é possível exigir do sujeito comporta-se de maneira diversa. Evitável será quando
com algum nível de esforço há a possibilidade de evitar o erro. Sendo inevitável exclui dolo e culpa e evitável
somente o dolo.
A assertiva está correta, pois apresenta um caso de erro de tipo essencial, previsto no artigo 20 do Código
Penal, no qual ocorre uma falsa representação sobre elemento do tipo penal, ou seja, Ulisses pegou a caixa de
presente acreditando ser sua. Pelo fato de ser idêntica a de outro funcionário, não pensou na possibilidade de
estar pegando algo que não é seu. Assim, não objetivou subtrair “ coisa alheia”, mas sim coisa própria, o que não
configura crime. Logo, pelo fato de não ter agido com dolo de subtrair coisa alheia, mas apenas pegar o que é
seu, não é responsabilizado.
Erro sobre elementos do tipo
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.
1) Erro de tipo sobre o objeto («error in objecto”): o agente confunde o objeto material, atin-
gindo um que é diferente do pretendido. Não há previsão legal, sendo construção doutrinária.
Veja o exemplo que o autor traz: “Pensem em uma mulher que quer danificar o carro de sua
concorrente na organização em que trabalham. Ao fim do expediente, lança uma pedra no
para-brisa do veículo na frente do prédio, acertando o carro de sua mãe, que fora lhe fazer
uma surpresa, em vez do carro da colega de trabalho”.
2) Erro de tipo sobre a pessoa («error in persona”): o agente queria atingir uma pessoa, mas
vem a atingir outra. A primeira é denominada “vítima virtual”, enquanto a segunda é nomeada
“vítima real”. Nesse caso, a responsabilização deve ocorrer de acordo com as características e
circunstâncias da vítima virtual, e não a real. É o que prevê o art. 20, § 3º do CP:
3) Erro de tipo sobre a execução («aberratio ictus»): nesse caso, o agente sabe exatamente
quem pretende atingir. Porém, acaba falhando na execução do crime, por acidente ou por
erro relacionado ao meio de execução, atingindo pessoa diversa. Nesse caso, o agente deve
responder pela vítima que queria atingir, e não aquela que atingiu por erro na execução. E,
caso acerte tanto a pessoa visada quanto outra pessoa, deverá responder por ambos os crimes,
em concurso formal. É o que extraímos do art. 73 do Código Penal:
Erro na execução
Art. 73, CP. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que
pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-
-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia
ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
Como exemplo, observe a situação narrada pelo autor: “Imaginem que o sujeito resolva se vingar do seu vizinho
por uma briga banal sobre a limpeza da calçada e, deste modo, resolve jogar uma pedra em sua cabeça quando
ele passar perto de sua casa. Entretanto, ao ver o seu vizinho perto da cerca da sua propriedade, lança a pedra e
atinge um transeunte qualquer. Ele deverá responder pelo crime como se tivesse atingido seu vizinho”.
5) Erro sobre o nexo causal: o agente pratica a conduta e atinge o resultado pretendido, mas
este ocorre por outro nexo de causalidade, diverso do que o agente queria que fosse realizado.
Pode ocorrer de duas formas:
5.1) Erro sobre o nexo causal em sentido estrito: há a prática de um só ato pelo agente, que atinge o resul-
tado por causa diversa da que pretendia. Por exemplo, o “sujeito que lança a vítima do alto, para que caia no mar
e morra afogada, por não saber nadar. Entretanto, ela bate a cabeça numa rocha e morre com o impacto.”
5.2) Dolo geral ou “aberratio causae”: nesse caso, há uma pluralidade de atos. O agente imagina que atingiu
o resultado com a primeira conduta, o que na realidade só ocorre com a ação seguinte. É o caso “ de quem atira
no seu inimigo e, imaginando que ele esteja morto, lança-o do penhasco. Se a vítima estava viva e só morre ao
ser lançada do penhasco, o autor deve responder por homicídio doloso, pois tinha intenção de matar (mesmo
que por outra forma)”.
Como pudemos ver acima, o erro quanto à pessoa NÃO exclui a ilicitude do fato (“não isenta de pena”).
Erro na execução
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que
pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-
-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia
ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
Paulo sair com aquele objeto. Paulo, ao tomar conhecimento da investigação, compareceu
em sede policial e indicou onde o objeto estava, sendo o bem apreendido no dia seguinte em
sua residência. Preocupado com sua situação jurídica, Paulo procurou a Defensoria Pública.
Sob o ponto de vista jurídico, sua conduta impõe o reconhecimento de que:
a) ocorreu erro de proibição, afastando a culpabilidade ou gerando causa de redução
de pena, a depender de ser considerado vencível ou invencível;
b) foi praticado crime de furto, mas deverá ser reconhecida a causa de diminuição de
pena do arrependimento posterior;
c) houve erro sobre a pessoa, devendo ser consideradas as características daquele que
se pretendia atingir;
d) ocorreu erro de tipo, o que faz com que, no caso concreto, sua conduta seja consi-
derada atípica;
e) houve erro na execução (aberratio ictus), logo a conduta deverá ser considerada atípica.
GABARITO: D
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo o artigo 20º do Código Penal Brasileiro.
d) ocorreu erro de tipo, o que faz com que, no caso concreto, sua conduta seja consi-
derada atípica;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo artigo 20º do Código Penal Brasileiro.
A situação narrada descreve hipótese de erro de tipo, pois Paulo não tinha consciência de que estava come-
tendo um crime, porque simplesmente acreditava estar levando o seu presente e não do seu primo.
O erro de tipo está previsto no Código Penal, no art. 20:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.
Dessa forma, trata-se de conduta atípica, motivo pelo qual Paulo não responderá por crime nenhum.
Relembrando:
Não confundir erro de tipo e erro de proibição!
Erro de tipo – É uma falsa percepção da realidade. Afeta a tipicidade, excluindo o dolo, mas permitindo punição
por culpa (confirme seja vencível ou invencível).
Erro de proibição – O agente acha que a conduta é permitida. Afeta a culpabilidade, isentando ou reduzindo a
culpabilidade. 7Exemplo: “A” vê um grupo de pessoas fumando maconha durante o carnaval e pensa que naquela
área é permitido. Exemplo: Menina de 13 anos em boate que tem relação com maior. O fato é atípico
a) erro de tipo, afastando o dolo, mas permitindo a punição pelo crime de estupro de
vulnerável culposo.
b) erro de proibição, afastando a culpabilidade do agente pela ausência de potencial
conhecimento da ilicitude.
c) erro de tipo, tornando a conduta atípica.
d) erro sobre a pessoa, tornando a conduta atípica.
e) erro de tipo permissivo, gerando causa de redução de pena.
GABARITO: C
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 20º do Código Penal Brasileiro.
c) erro de tipo, tornando a conduta atípica.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 20º do Código Penal Brasileiro.
Conforme art. 20 do CP:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.
Erro de tipo exclui o dolo e não é punível estupro de vulnerável na modalidade culposa, portanto a conduta é
atípica.
Erro do tipo x erro de proibição
> Erro de tipo: falsa compreensão da realidade. O agente sabe que existe o crime porém, acredita que naquela
conduta não está presente os elementos penais. Exclui o dolo.
> Erro de proibição: falsa compreensão da ilicitude da conduta. O agente tem plena consciência da situação,
mas desconhece que a conduta é criminosa. Se inevitável, isenta de pena; se evitável diminui a pena.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo com o artigo 20º, §1º do Código Penal Brasileiro.
d) Considera-se erro quanto à pessoa quando o agente atinge sujeito diverso do que
pretendia atingir por confundi-lo com a vítima pretendida, não isentando de pena o
autor do delito.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo o artigo 20º, §1º do Código Penal Brasileiro.
De acordo com o art. 20, §1º, do Código Penal, o erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não
isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra
quem o agente praticar o crime.
Exemplo: O agente quer matar seu pai. Em período noturno, o agente desfere um tiro contra uma pessoa,
supondo ser seu pai, mas descobre posteriormente que o alvo é uma terceira pessoa. Pois bem. Na espécie,
aplica-se a circunstância agravante descrita no art. 61, II, “e”, do Código Penal.
pra casa, porém o boné era de terceiro. Observe que do ponto de vista formal, houve o crime de furto (subtração
de coisa alheia móvel), entretanto, não há possibilidade de responsabilização objetiva e o agente não possuía
consciência do elementar consistente em a coisa móvel (boné) ser “alheia”. Pela falsa percepção da realidade,
incidiu em erro de tipo.
Existe o erro de tipo essencial e o erro acidental.
O erro de tipo essencial é aquele que recai sobre as elementares do crime, sendo que o erro impede o agente de
saber que está cometendo um determinado crime. Já o erro acidental, recai sobre dados da figura típica, sendo
irrelevantes para a configuração ou não do delito.
Trataremos, aqui, do objeto da alternativa, que aborda o erro de tipo essencial. Este, pode ser escusável/inevitá-
vel ou inescusável/vencível.
Erro de tipo essencial escusável/inevitável/invencível --> Erro imprevisível que não poderia ser evitado pelo
agente. É o caso do exemplo que foi dado acima do chapéu.
Erro de tipo essencial inescusável/evitável/vencível --> É o erro previsível, que poderia ter sido evitado pelo
agente com emprego de certa diligência. Neste caso, pune-se a título de culpa, caso haja previsão da figura
culposa.
A “chave da questão” está prevista no art. 20 do Código Penal, que prevê o conceito de erro de tipo:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.
Em síntese, no erro de tipo essencial o dolo sempre será afastado, sendo que só será possível a responsabiliza-
ção por culpa no caso de o erro de tipo ser evitável (vencível, inescusável ou indesculpável).
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com o artigo 20º, § 3º do Código Penal Brasileiro.
A questão versa sobre o erro de tipo acidental.
Segundo a previsão do Código Penal:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.
O artigo 20 do CP traz a figura do erro de tipo essencial que segundo a doutrina, é aquele que se revela como
uma falsa representação da realidade pelo agente e recai sobre os elementares, circunstâncias ou qualquer
dado relacionado a figura típica. Como consequência, há exclusão do dolo do agente, mas permite a punição por
culpa se prevista em lei.
Art. 20. [...]
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
O § 3º do presente artigo traz a figura do erro de tipo acidental que de forma diversa do erro de tipo essen-
cial não exclui o dolo do agente, no caso o erro recai sobre a pessoa, é o chamado “erro in persona”, ocorre
quando o agente por erro na sua percepção atinge pessoa diversa da pretendida. Sobre o tema, colacionamos a
lição de Rogério Grecco:
“Ocorre o erro de tipo essencial quando o erro do agente recai sobre elementares, circunstâncias ou qualquer
outro dado que se agregue à figura típica. O erro de tipo essencial, se inevitável, afasta o dolo e a culpa; se
evitável, permite seja o agente punido por um crime culposo, se previsto em lei. O erro acidental, ao contrário do
essencial, não tem o condão de afastar o dolo (ou o dolo e a culpa) do agente, e, na lição de Aníbal Bruno, “não faz o
agente julgar lícita a ação criminosa. Ele age com a consciência da antijuridicidade do seu comportamento, apenas
se engana quanto a um elemento não essencial do fato ou erra no seu movimento de execução”.
Aplicando ao caso em comento, temos configurado o erro in persona, já que o dolo do agente Flavio era de
matar seu pai Leonel, de 59 anos (vítima virtual) e julgando que ele estava na varanda de sua casa realizou os
disparos para tanto, mas em verdade acabou por matar Vitor de 70 anos (vítima real), amigo daquele que com ele
era parecido. Desta forma, nos termos do § 3º responderá como se tivesse matado o próprio pai e não o amigo,
sendo lhe atribuído o crime de homicídio com a agravante de ter sido cometido contra ascendente.
Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
[...]
II - ter o agente cometido o crime:
[...]
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
E o que seria o erro na execução professor?
O erro na execução trata-se de outro erro de tipo acidental, é chamado pela doutrina como “aberractio ictus”, e é
previsto no artigo 73 do Código Penal, senão vejamos:
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa
que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela,
atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente
pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
Da mesma forma que o erro sobre a pessoa, o erro na execução não exclui o dolo, se diferencia deste porque
incide sobre a execução da conduta. Utilizando o caso da questão como exemplo, teríamos por caracterizado
se tanto o pai de Flavio quanto seu amigo estivessem na varanda e este ao realizar os disparos por erro na
pontaria acertasse o amigo do pai. Note-se que, o erro não foi porque ele julgou uma pessoa no lugar da outra,
mas devido ao acidente na execução (erro na pontaria).
a) Diego agiu em legítima defesa de Fabiana, e Fabiana agiu, logo em seguida, em legí-
tima defesa de Carlos.
b) Diego não agiu em legítima defesa de Fabiana, pois deveria haver o consentimento
dela para que se caracterizasse a excludente de ilicitude.
c) Diego não agiu em legítima defesa de Fabiana, pois essa excludente de ilicitude não
ocorre quando se protege direito de terceiro.
d) Diego agiu em legítima defesa de Fabiana, o que caracteriza fato típico e ilícito a
agressão dela a ele, pois o ordenamento jurídico não admite legítima defesa para
proteger de outra legítima defesa.
e) Diego não agiu em legítima defesa de Fabiana, e sim em estado de necessidade, por
praticar o ato para a salva.
GABARITO
1. ERRADO 5. CERTO 9. ERRADO 13. D 17. C
2. CERTO 6. CERTO 10. ERRADO 14. C 18. D
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
O agente, ao atuar em legítima defesa real, age para repelir uma agressão, atual ou iminente, contra direito
próprio ou alheio, mediante uma reação moderada. Contudo, a agressão que o agente sofre deve ser INJUSTA.
O que é agressão injusta?
Agressão injusta é a agressão que não tem amparo jurídico.
Assim, se um agente sofre uma agressão que é conduta acobertada por excludente de culpabilidade
apenas, significa que essa agressão é um fato típico e ilícito (embora o agente não seja culpável).
Essa agressão será considerada INJUSTA, eis que o fato típico e ilícito é um fato não amparado pelo
direito.
Dessa forma, sendo agressão injusta, o agente pode vir a repelir tal agressão valendo-se da legítima
defesa.
Ex.: José, completamente embriagado por força de embriaguez acidental, agride Pedro com uma barra
de ferro (conduta que configura fato típico e ilícito, mas não há culpabilidade pela embriaguez completa
acidental = AGRESSÃO INJUSTA). Pedro, para se defender, poderá repelir a agressão injusta usando mode-
radamente dos meios necessários, de forma que haverá legítima defesa real contra a conduta de José
(que está acobertada apenas por excludente de culpabilidade).
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o artigo 25º, § único do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o artigo 25º, § único do Código Penal Brasileiro.
Conforme o parágrafo único do art. 25 do CP.
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agres-
são, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único: Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima
defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém
durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Tanto a legítima defesa quanto o estado de necessidade podem ser utilizados para proteger direito próprio
ou alheio. Compare os artigos 24 e 25 do Código Penal:
Estado de necessidade
Art. 24, CP. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circuns-
tâncias, não era razoável exigir-se.
Legítima defesa
Art. 25, CP. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
a) Diego agiu em legítima defesa de Fabiana, e Fabiana agiu, logo em seguida, em legí-
tima defesa de Carlos.
b) Diego não agiu em legítima defesa de Fabiana, pois deveria haver o consentimento
dela para que se caracterizasse a excludente de ilicitude.
c) Diego não agiu em legítima defesa de Fabiana, pois essa excludente de ilicitude não
ocorre quando se protege direito de terceiro.
d) Diego agiu em legítima defesa de Fabiana, o que caracteriza fato típico e ilícito a
agressão dela a ele, pois o ordenamento jurídico não admite legítima defesa para
proteger de outra legítima defesa.
e) Diego não agiu em legítima defesa de Fabiana, e sim em estado de necessidade, por
praticar o ato para a salva.
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo com artigo 25º do Código Penal Brasileiro.
a) Diego agiu em legítima defesa de Fabiana, e Fabiana agiu, logo em seguida, em legí-
tima defesa de Carlos.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com artigo 25º do Código Penal Brasileiro.
Há legítima defesa de Diego em relação a Fabiana, pois visou repelir agressão injusta atual provocada por
Carlos. Não há afastamento de perigo atual, o que caracterizaria o estado de necessidade (o que afasta a
letra E). Ademais, o art. 25 do CP admite essa exclusão de ilicitude em favor de terceiros (o que exclui as
letras A e C). Veja:
Art. 25, CP. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
E, para evitar que ocorra o excesso de legítima defesa na ação de Diego, o que tornaria sua ação injusta
(iminente), Fabiana também agiu em legítima defesa de Carlos (tornando a letra D errada).
Exemplo: um barco afunda com 30 pessoas dentro e, nesse momento, descobre-se que só há UM colete
salva-vidas.
Pergunta-se: quem ficará com o colete se estão em alto-mar?
Resposta: ficará com o colete quem matar os outros 29.
E, mesmo com esse número elevado de mortes, não existirá crime, pois o agente age em estado de necessidade.
E em relação à letra E, a injusta agressão, atual ou iminente, quando repelida, caracteriza a legítima defesa
(art. 25, CP), não o estado de necessidade, o que não ocorreu no fato narrado
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo o artigo 25º do Código Penal Brasileiro.
d) legítima defesa reciproca;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo artigo 25º do Código Penal Brasileiro.
A legítima defesa (artigo 25 do CP) possui como requisitos a agressão injusta, atual ou iminente, com uso
moderado dos meios necessários para proteção do direito próprio ou alheio.
O caso da legítima defesa recíproca seria uma situação de agir em legítima defesa contra quem está em legítima
defesa. Tal possibilidade não é aceita pelo nosso ordenamento jurídico, pois esbarra no requisito agressão
injusta. Ora, quem está em legítima defesa não está praticando uma agressão injusta, não podendo a outra
pessoa alegar legítima defesa.
Logo, a legítima defesa recíproca NÃO É admitida pela doutrina, por não possuir um dos elementos para
sua configuração, qual seja, a existência de uma agressão injusta.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 23º, III do Código Penal Brasileiro.
ASSERTIVA I.
CERTA.
Para seu cumprimento, é indispensável o cumprimento do dever legal.
Nesse sentido:
“O dever legal engloba qualquer obrigação direta ou indiretamente resultante de lei, em sentido genérico, isto é,
preceito obrigatório e derivado da autoridade pública competente para emiti-lo. Compreende, assim, decretos,
regulamentos, e, também, decisões judiciais, as quais se limitam a aplicar a letra da lei ao caso concreto submetido
ao exame do Poder Judiciário” (Cleber Masson)
ASSERTIVA II
ERRADA.
Para seu cumprimento, é dispensável o cumprimento do dever ético;
Com efeito, “Destarte, o cumprimento de dever social, moral ou religioso, ainda que estrito, não autoriza a aplicação
dessa excludente da ilicitude. Exemplo: comete crime de violação de domicílio o padre ou pastor que, a pretexto
de espantar os maus espíritos que lá se encontram, ingressa sem permissão na residência de alguém”. (Cleber
Masson)
ASSERTIVA III.
CERTA.
A prática da conduta deve ser promovida nos exatos termos da lei.
Nessa senda:
“O cumprimento deve ser estritamente dentro da lei, ou seja, deve obedecer à risca os limites a que está subordi-
nado. De fato, todo direito apresenta duas características fundamentais: é limitado e disciplinado em sua execu-
ção”. (Cleber Masson)
ASSERTIVA IV.
ERRADA.
A ordem da autoridade subsome a lei ou ato administrativo de caráter geral no cumprimento da ordem
emanada por funcionário público;
Nesse sentido:
“O dever legal pode também originar-se de atos administrativos, desde que de caráter geral, pois, se tiverem cará-
ter específico, o agente não estará agindo sob o manto da excludente do estrito cumprimento de dever legal, mas
sim protegido pela obediência hierárquica (causa de exclusão da culpabilidade), se presentes os requisitos exigidos
pelo art. 22 do Código Penal”. (Cleber Masson)
ASSERTIVA V.
ERRADA.
A boa-fé NÃO permite a extrapolação da lei para o cumprimento do dever;
Nesse desiderato:
“Fora dos limites traçados pela lei, surge o excesso ou o abuso de autoridade. O fato torna-se ilícito, e, além de livrar
do cumprimento aquele a quem se dirigia a ordem, abre-lhe ainda espaço para a utilização da legítima defesa”.
(Cleber Masson)
ASSERTIVA VI.
ERRADA.
Hierarquia e autoridade pública são diplomas legais;
Supralegais estão acima das leis e abaixo da Constituição.
Nessa senda, autorizada doutrina leciona-nos que “Para Julio Fabbrini Mirabete, a excludente pressupõe no
executor um funcionário público ou agente público que age por ordem da lei, não se excluindo o particular que
exerça função pública (jurado, perito, mesário da Justiça Eleitoral etc.)”. (Cleber Masson)
A legítima defesa está positivada no art. 25 do CP, a saber: “Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem”.
Lado outro, o estado de necessidade está previsto no art. 24 do CP, a saber: “Considera-se em estado de neces-
sidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se”.
Acerca do estado de necessidade, autorizada doutrina leciona-nos que “Teoria unitária: o estado de neces-
sidade é causa de exclusão de ilicitude, desde que o bem jurídico sacrificado seja de igual valor ou de
valor inferior ao bem jurídico preservado. Exige apenas a razoabilidade na conduta do agente. Foi a teoria
adotada pelo Código Penal, como se extrai da expressão prevista no art. 24, caput: “[...] cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se”. (Cleber Masson)
Estado de necessidade
Art. 24, CP. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstân-
cias, não era razoável exigir-se.
Segundo Cleber Masson (op. cit.), desse dispositivo nós podemos extrair os requisitos do estado de
necessidade:
1) Perigo atual: o perigo deve estar ocorrendo no momento que o fato é praticado. Ademais,
esse perigo deve ser efetivo ou real, comprovada no caso concreto. Perceba que não há pre-
visão de perigo iminente (mas parcela da doutrina o admite para caracterizar o estado de
necessidade).
2) Perigo não provocado voluntariamente pelo agente: se o perigo foi provocado pelo agente,
dolosa ou culposamente, não há que se falar em estado de necessidade, pois esse, na verdade,
tem o dever jurídico de impedir o resultado.
3) Ameaça a direito próprio ou alheio: o perigo pode estar direcionado a qualquer bem jurí-
dico, desde que legítimo, pertencente ao autor do fato típico ou a terceira pessoa.
Outro requisito para se configurar o estado de necessidade é a ausência do dever legal de enfrentar o perigo,
previsto no § 1º do dispositivo acima.
Diante do exposto, a alternativa está correta.
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou
por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não
era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois
terços.
Nas palavras do professor Cezar Roberto Bitencourt a “O estado de necessidade caracteriza-se pela coli-
são de interesses juridicamente protegidos, devendo um deles ser sacrificado em prol do interesse social.
Como salientava Heleno Fragoso: “O que justifica a ação é a necessidade que impõe o sacrifício de um bem
em situação de conflito ou colisão, diante da qual o ordenamento jurídico permite o sacrifício do bem de
menor valor”, desde que imprescindível, acrescentamos, para a salvaguarda do bem preservado”. (Biten-
court, Cezar Roberto Código penal comentado / Cezar Roberto Bitencourt. – 10. ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2019, pg 153).
GABARITO
1. ERRADO 5. CERTO 9. ERRADO 13. D 17. C
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o artigo 22º Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 22º único do Código Penal Brasileiro.
Apesar de praticar um fato típico e ilícito, Maria não será punida, pois agiu por coação moral irresistível, o
que afasta a sua culpabilidade. Está previsto no art. 22 do CP:
Coação irresistível e obediência hierárquica
Art. 22, CP. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
Primeiramente, devemos lembrar o que se entende por culpabilidade. De acordo com Cleber Masson (Direito
Penal Esquematizado. Vol. 1. 8. ed. São Paulo:
Método, 2014), a culpabilidade “é o juízo de censura, o juízo de reprovabilidade que incide sobre a formação e a
exteriorização da vontade do responsável por um fato típico e ilícito, com o propósito de aferir a necessidade de
imposição de pena”. Assim, a culpabilidade é um pressuposto para a aplicação da pena, analisando se o autor
deve ou não suportar uma pena em razão do fato cometido.
Assim, será afastada a culpabilidade nos casos dos inimputáveis (menoridade, doença mental, desenvol-
vimento mental incompleto ou retardado ou embriaguez por caso fortuito ou força maior) ou quando houver
coação moral irresistível ou em obediência hierárquica. Essas hipóteses são conhecidas como dirimentes.
Em relação à coação irresistível, prevista no art. 24 acima, entende-se que se trata da coação moral irresistí-
vel, pois a coação física irresistível afasta a própria conduta e, em consequência, a tipicidade do fato.
Pois bem, a coação moral irresistível é motivada pela inexigibilidade de conduta diversa.
Primeiramente, de acordo com Renan Araújo (Direito Penal p/ MPU (Analista - Direito) Com Videoaulas - 2020) “A
exigibilidade de conduta diversa é um juízo que se faz acerca da conduta do agente, para que se possa definir se,
apesar de praticar um fato típico e ilícito, sendo imputável e conhecendo a ilicitude de sua conduta, o agente podia,
ou não, agir de outro modo”. Ou seja, se não é possível agir de outro modo estaremos diante da inexigibili-
dade de conduta diversa.
Assim, nessa dirimente ocorre uma ameaça de mal grave e iminente do coator ao coagido, e este, por medo,
realiza a conduta criminosa.
Para que esteja caracterizada, devem ser observados alguns requisitos:
1) Promessa de mal grave e iminente pelo coator, o qual o coagido não é obrigado a suportar.
Essa ameaça precisa ser séria e certa;
2) Inevitabilidade do perigo na posição em que se encontra o coagido. Se o perigo puder ser
evitado, não incidirá a dirimente;
3) Caráter irresistível da ameaça. Se, ao analisar o caso concreto, perceber-se que era possível
resistir à ameaça, não estará excluída a culpabilidade;
4) Presença de ao menos três pessoas envolvidas. Deve haver, no mínimo, o coator, o coagido
e a vítima do crime.
Caso esses requisitos estejam presentes, o coagido estará isento de pena (exclui a sua culpabilidade). O coa-
tor, por outro lado, responderá sozinho pelo crime (autoria mediata).
OBSERVAÇÃO: Se a coação moral for resistível, haverá concurso de pessoas ao ser cometido o crime. Nesse caso,
porém, a pena do coator será agravada (art. 62, II do CP) e a do coagido será atenuada (art. 65, III, “c” do CP).
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
sob a influência de emoção extrema e na frente dos amigos, Carlos fez disparos da arma contra
a cabeça de Paula, que faleceu no local antes mesmo de ser socorrida.
A culpabilidade de Carlos poderá ser afastada por inexigibilidade de conduta diversa.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o artigo 22º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o artigo 22º do Código Penal Brasileiro.
A questão versa sobre as excludentes de culpabilidade.
A afirmativa está incorreta, pois Carlos não estava sob o manto da inexigibilidade de conduta diversa.
Segundo Ana Mendonça e Cristiane Dupret, “o conceito analítico de crime compreende a estrutura do delito. Quer
se dizer que crime é composto por fato típico, ilícito e praticado por agente culpável. Com isso, podemos afirmar
que majoritariamente o conceito de crime é tripartite e envolve a análise destes três elementos.”(Mendonça e
Dupret. Direito Penal. p. 2).
Nessa senda, a culpabilidade é o juízo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se as
circunstâncias pessoais dos autores.
São elementos da culpabilidade:
1.Imputabilidade;
2.Potencial Consciência da Ilicitude;
3.Exigibilidade de Conduta Diversa;
A inexigibilidade de conduta afasta o elemento “exigibilidade de conduta diversa”. Nesta hipótese, é possível
afirmar que não se poderia exigir do agente conduta diferente daquela que ele efetivamente praticou.
No Código Penal, há duas hipóteses de excludente de culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa,
nos termos do art. 22, do CP:
Coação irresistível e obediência hierárquica
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
Por fim, lembre-se que a coação física irresistível afasta a conduta, eliminando o fato típico, não a culpabilidade.
COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL # COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL
GABARITO: A
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra A de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
a) figura como um dos elementos da culpabilidade.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra A de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
Primeiramente, devemos lembrar o que se entende por culpabilidade. De acordo com Cleber Masson (Direito
Penal Esquematizado. Vol. 1. 8. ed. São Paulo:
Método, 2014), a culpabilidade “é o juízo de censura, o juízo de reprovabilidade que incide sobre a formação e a
exteriorização da vontade do responsável por um fato típico e ilícito, com o propósito de aferir a necessidade de
imposição de pena”. Assim, a culpabilidade é um pressuposto para a aplicação da pena.
Segundo o mesmo autor, o Código Penal adotou a teoria limitada para explicar a culpabilidade. Para essa teoria,
a culpabilidade é composta pelos elementos imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibili-
dade de conduta diversa.
A imputabilidade é aptidão para ser culpável. Assim, imputável é aquele que tem capacidade de entender o
caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. Assim, a imputabilidade é um
elemento da culpabilidade.
A potencial consciência da ilicitude é “a possibilidade (daí o termo “potencial”) de o agente, de acordo com
suas características, conhecer o caráter ilícito do fato11. Não se trata do parâmetro do homem médio, mas de uma
análise da pessoa do agente”. (Renan Araujo, Paulo Guimarães. Direito Penal p/ TJ-RJ (Analista - Execução de
Mandados) Com Videoaulas - Pós-Edital).
Já a exigibilidade de conduta diversa se traduz em “um juízo que se faz acerca da conduta do agente, para
que se possa definir se, apesar de praticar um fato típico e ilícito, sendo imputável e conhecendo a ilicitude de
sua conduta, o agente podia, ou não, agir de outro modo. Se se conclui que não era possível exigir do agente uma
postura diferente, conforme o Direito, estará afastada a exigibilidade de conduta diversa, havendo neste caso o que
se chama de inexigibilidade de conduta diversa” (op. cit.).
De acordo com Michael Procopio (Direito Penal p/ Procurador da República (Curso Regular) Com videoaulas -
2020.2 Pré-Edital), a culpabilidade pode ser compreendida como formal ou material:
> Culpabilidade formal: “é o juízo de reprovação realizado pelo legislador, de forma abstrata, para fixação
das sanções criminais, inclusive no que se refere aos limites máximo e mínimo das penas. É feita uma análise de
censura em relação às mais variadas infrações penais para fixação das penas abstratamente cominadas a cada
uma delas”. (op. cit.)
> Culpabilidade material: “é o julgamento da reprovação do fato que é realizada pelo juiz, em relação ao caso
concreto, para a fixação da pena. É um dos critérios a serem levados em conta para a individualização da sanção
penal. Sua previsão está expressa no artigo 59 do Código Penal, que traz as chamadas circunstâncias judiciais para
a fixação da pena-base, na primeira das três fases da dosimetria”. (op. cit.)
Portanto, a alternativa está correta.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra C de acordo com o artigo 26º, 27º, 28º § 1º do Código Penal Brasileiro.
São hipóteses de inimputabilidade previstas no Código Penal a menoridade (menores de 18 anos - art. 27, CP), a
doença mental incapacitante ao tempo da conduta (art. 26, CP) e a embriaguez completa proveniente de caso
fortuito ou força maior (art. 28, § 1º, CP).
Sobre o tema, cabe desatacar que o Código Penal não descreve quem são os penalmente imputáveis – ao con-
trário, ele aponta quem são os inimputáveis, sendo o conceito anterior encontrado por exclusão.
O Código Penal adota, para definição dos inimputáveis, dois critérios:
CRITÉRIO BIOLÓGICO – artigo 27, do CP.
Menor de 18 anos não pratica crime, mas ato infracional, sujeitando-se ao ECA, e não ao Código Penal.
O art. 27 do Código Penal é um espelho da norma constitucional elencada no art. 228, da CF/1988:
Art. 27, CP - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabeleci-
das na legislação especial.
Art. 228, CRFB. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação
especial.
Conforme se observa, por expressa determinação legal e constitucional, os menores de 18 anos são absoluta-
mente inimputáveis, ficando sujeitos ao regramento previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
Não há no Brasil, atualmente, nenhuma possibilidade de superação dessa inimputabilidade pelo juiz, nem mesmo
por razões de política criminal, ou seja, independentemente da gravidade do ato praticado ou qualquer outro tipo
de repercussão social provada pelo adolescente.
CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO – artigo 26, do CP:
Art. 26, CP - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento.
Os inimputáveis por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado ao tempo da conduta,
por sua vez, embora se submetam ao processo penal, não podem ser condenados a penas privativas de liber-
dade, aplicando-se-lhes medida de segurança através de uma sentença absolutória imprópria.
ATENÇÃO: perceba que o juiz NÃO condena o doente mental e aplica uma medida de segurança. Ele o ABSOLVE e
aplica a medida de segurança.
A doutrina denomina essa sentença como absolutória imprópria porque, embora não seja uma sentença
condenatória, ela possui, na prática, uma “carga de condenação”, eis que impõe ao inimputável uma medida de
segurança.
A medida de segurança pode ser detentiva (internação em hospital de custódia), no caso de crime apenado com
reclusão, ou restritiva (tratamento ambulatorial), no caso de crime punido com detenção.
A embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior também é causa de inimputabilidade, pre-
vista no art. 28, § 1º, do Código Penal:
Art. 28, § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento.
O mesmo ocorre no caso de “dependência química”, nos termos do art. 45 da lei de Drogas:
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou
força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Embriaguez é intoxicação aguda e transitória provocada por álcool ou substâncias de efeitos análogos, que
podem produzir desde uma ligeira excitação até o estado de coma.
No caso da embriaguez, segue-se a seguinte sistemática para fins de aplicação da Lei Penal:
- Embriaguez VOLUNTÁRIA: NÃO exclui a imputabilidade penal. Ela ocorre quando o agente deliberadamente se
coloca no estado de embriaguez;
- Embriaguez CULPOSA: NÃO exclui a imputabilidade penal. O agente ingere a substância voluntariamente, mas
sem a intenção de embriagar-se. Entretanto, por descuido, acaba “passando dos limites” e se colocando em
estado de embriaguez;
- Embriaguez PRÉ-ORDENADA: NÃO exclui a imputabilidade penal. É aquela na qual o agente se embriaga com a
finalidade de praticar uma infração penal. Trata-se, inclusive, de uma CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE, elencada no
artigo 61, inciso II, alínea “l”, do CP.
Art. 61, CP - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - em estado de embriaguez preordenada.
- Embriaguez PATOLÓGICA: a embriaguez que constitui uma doença no agente que, nessa hipótese, será tratado
como penalmente inimputável, nos termos do artigo 26, caput ou parágrafo único, do CP;
- Embriaguez ACIDENTAL COMPLETA: decorrente de caso fortuito ou força maior - gera a isenção de pena do
agente (artigo 28, § 1º, do CP). Ex.: Pessoa forçada a beber ou usar substância análoga sob a mira de arma de fogo
ou vítima de “boa noite cinderela”.
No artigo 28, § 2º, do CP, há a hipótese de semi-imputabilidade em razão da embriaguez. A pessoa embria-
gada, no momento em que pratica a conduta, não possui consciência do que faz, não há vontade em razão da
embriaguez.
Art. 28, § 2º, CP - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso
fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Todavia, a comunidade jurídica não aceita que a pessoa em estágio de embriaguez voluntária ou culposa não
responda pelo crime.
Para resolver essa problemática, a doutrina tomou por base a Teoria da Actio Libera in Causa (ação livre na sua
causa), que preconiza que o momento em que se afere o dolo e a culpa do agente não é o momento em que ele
pratica a conduta criminosa, mas sim aquele em que ele começa a ingerir a bebida alcoólica (a ingestão é a
causa da embriaguez).
Assim, o dolo e a culpa são antecipados para o momento da ingestão da substancia alcoólica ou de efeitos
análogos. Se essa ação for livre (voluntária), haverá responsabilidade penal.
De acordo com o STJ:
“(...) Sabe-se que a embriaguez – seja voluntária, culposa, completa ou incompleta – não afasta a imputabilidade,
pois no momento em que ingerida a substância, o agente era livre para decidir se devia ou não fazê-lo, ou seja,
a conduta de beber resultou de um ato livre (teoria da actio libera in causa). Desse modo, ainda que o paciente
tenha praticado o crime após a ingestão de álcool, deve ser responsabilizado na medida de sua culpabilidade.
(…)” STJ, 6ª Turma, HC 180.978/MT, Rel. Min. Celso Limongi, 09 fev. 2011.
Atenção:
Inteiramente incapaz - Isento de Pena.
Não era inteiramente incapaz - Redução de Pena.
Observações:
Emoção e paixão não excluem culpabilidade.
A coação FÍSICA irresistível EXCLUI O FATO TÍPICO, por ausência de vontade (ausência de conduta).
A coação moral irresistível ISENTA de pena.
INImputável (exceção): Não pode sofrer pena. Ou seja, é a capacidade de compreensão do agente de que
sua conduta é ilícita, inapropriada, é uma das espécies da culpabilidade que compõem o fato típico, ou seja, a
capacidade de punir, ou não, o agente da conduta.
Casos de exclusão da imputabilidade:
-Menor de 18 anos - (critério biológico)
-Doente mental, e na hora da ação do crime, desde que, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente inca-
paz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento (critério
biopsicológico).
-Embriaguez INVOLUNTÁRIA, proveniente de caso fortuito ou força maior.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo artigo 28º, II do Código Penal Brasileiro.
Dispõe o art. 28, inciso II, do Código Penal:
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
[...]
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
A embriaguez, no caso, foi culposa, pois Rodrigo não teve a intenção de ficar embriagado. Além disso, não há
possibilidade de reconhecimento da agravante genérica da embriaguez pré-ordenada, visto que, nesta, exige-se
dolo, ou seja, a intenção de ficar embriagado para cometer alguma infração penal.
metros da esquina de sua casa, Jorge assustou-se com dois homens que dobraram a esquina
correndo, os quais, ao vê-lo, apontaram-lhe as armas que portavam. Diante da situação sinistra
em que se via, Jorge não titubeou e agiu conforme seus treinamentos: sacou seu revólver com
extrema rapidez e habilidade e, com disparos certeiros, atingiu letalmente os dois homens
que lhe apontavam as armas.
Jorge, então, acionou a Polícia Militar e o serviço de socorro médico de emergência, que com-
pareceram ao local, tendo os agentes militares constatado que os homens atingidos eram dois
policiais civis que participavam de uma operação contra o tráfico no bairro e se preparavam
para prender alguns suspeitos em flagrante.
Da leitura do enunciado, é correto afirmar:
a) A Jorge não deve ser imputada a prática de crime, uma vez que agiu sob o pálio da
legítima defesa enquanto excludente da ilicitude, estando sua ação especialmente
justificada pelas circunstâncias da situação em que se viu envolvido − a chamada
legítima defesa putativa.
b) A Jorge deve ser imputada a prática de dois homicídios culposos, em concurso for-
mal, tendo em vista sua conduta imprudente, uma vez que efetuou os disparos sem
prévia identificação e ordem de parada (art. 121, § 3° − por duas vezes −, c/c art. 70,
ambos do CP).
c) A Jorge deve ser imputada a prática de dois homicídios dolosos, em concurso ma-
terial, sem possibilidade de qualificação pela condição das vítimas, uma vez que o
autor desconhecia essa circunstância (art. 121, caput − por duas vezes −, c/c art. 69,
ambos do CP).
d) Apesar de sua conduta típica e ilícita, a Jorge não deve ser aplicada qualquer pena,
sendo-lhe inexigível conduta diversa diante das circunstâncias que compunham o
contexto em que se viu envolvido, que o levaram a supor situação de fato que, se
existisse, tornaria sua ação legítima.
e) A Jorge deve ser imputada a prática de dois homicídios dolosos, em concurso mate-
rial, qualificados por terem como vítimas policiais civis (art. 121, § 2°, VII − por duas
vezes −, c/c art. 69, ambos do CP).
GABARITO: D
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito letra D de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
d) Apesar de sua conduta típica e ilícita, a Jorge não deve ser aplicada qualquer pena,
sendo-lhe inexigível conduta diversa diante das circunstâncias que compunham o
contexto em que se viu envolvido, que o levaram a supor situação de fato que, se
existisse, tornaria sua ação legítima.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito letra D de acordo o Direito Penal Brasileiro.
A conduta praticada por Jorge não é punível pelo direito penal brasileiro. No caso em tela, o agente reage contra
a abordagem dos policiais civis em decorrência de ter sido surpreendido em local considerado perigoso, o que
constitui inexigibilidade de conduta diversa.
A inexigibilidade de conduta diversa é excludente de culpabilidade. Dessa forma, a conduta descrita no enun-
ciado não configura crime. Segundo Cleber Masson, a exigibilidade de conduta diversa consiste na expectativa
da sociedade acerca da prática de uma conduta diversa daquela que foi deliberadamente adotada pelo autor de
um fato típico e ilícito. Trata-se de situação em que o autor poderia podia comportar-se em conformidade com o
Direito, mas preferiu agir de forma contrária.
Ressalta-se que os policiais civis constrangem Jorge com a abordagem. Não se trata de divergência fática entre
a situação imaginada e a realidade, assim como o agente tem conhecimento das hipóteses em que a lei permite
a reação contra os agressores.
Bibliografia:
MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral. v. 1. 2.ª Ed. São Paulo: Método, 2019, p. 407.
“O desenvolvimento mental incompleto ou retardado consiste numa limitada capacidade de compreensão do ilícito
ou da falta de condições de se autodeterminar, conforme o precário entendimento, tendo em vista ainda não ter o
agente atingido a sua maturidade intelectual e física, seja por conta da idade, seja porque apresenta alguma carac-
terística particular, como o silvícola não civilizado ou o surdo-mudo s em capacidade de comunicação.”. Manual de
Direito Penal - Guilherme de Souza Nucci - 2020, pg. 404.
Observe que para que o agente tenha sua culpabilidade excluída e sua pena isenta é necessário que seja
INTEIRAMENTE incapaz. Assim, se o agente, em virtude de perturbação de sua saúde mental ou pelo seu desen-
volvimento mental incompleto ou retardado, era apenas relativamente capaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento fará jus a uma redução da pena.
Art. 26, Parágrafo único, CP:
“A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
1. Samanta, treze anos, foi flagrada praticando atos sexuais com seu namorado Mateus,
dezessete anos.
Assertiva: Mateus praticou, em tese, o crime de estupro de vulnerável.
Certo ( ) Errado ( )
2. (AUTOR – 2021) Não excluem a imputabilidade penal a emoção, a paixão e a embriaguez,
voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
Certo ( ) Errado ( )
3. (AUTOR – 2021) Emoção ou paixão não são causas de exclusão da imputabilidade penal.
Certo ( ) Errado ( )
4. (AUTOR – 2021) É isento de pena o agente que, por embriaguez, proveniente de caso for-
tuito ou força maior, não possui, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
C
Certo ( ) Errado ( )
5. (AUTOR – 2021) O deficiente mental inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato é inimputável.
Certo ( ) Errado ( )
6. Pedro, com vinte e dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram denunciados
pela prática de furto contra Ana. A defesa de Pedro alegou inimputabilidade. Paulo confes-
sou o crime, tendo afirmado que escolhera a vítima porque, além de idosa, ela era sua tia.
Se, em virtude de perturbação de saúde mental, Pedro não for inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do seu ato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, a pena
imposta a ele poderá ser reduzida.
Certo ( ) Errado ( )
7. (AUTOR – 2021)Haverá redução de pena ao agente que, por embriaguez completa, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, é, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Certo ( ) Errado ( )
8. (AUTOR – 2021) São penalmente inimputáveis os menores de 21 anos e, por isso, são
reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso é, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos.
Certo ( ) Errado ( )
12. Conforme dispõe o Código Penal Brasileiro em seu artigo 27, são penalmente inimputáveis,
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial, os menores de:
a) 18 anos;
b) 21 anos;
c) 17 anos;
d) 20 anos;
e) 19 anos.
13. Gabriel, 25 anos, desferiu, de maneira imotivada, diversos golpes de madeira na cabeça de
Fábio, seu irmão mais novo. Após ser denunciado pelo crime de lesão corporal gravíssima,
foi realizado exame de insanidade mental, constatando-se que, no momento da agressão,
Gabriel, em razão de desenvolvimento mental incompleto, não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato.
Diante da conclusão do laudo pericial, deverá ser reconhecida a:
a) inimputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade;
b) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a culpabilidade;
c) inimputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade;
d) semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de redução de
pena;
e) semi-imputabilidade do agente, afastando-se a tipicidade.
16. Tício, maior de 18 anos, é portador de doença mental, necessitando de medicação diária.
A doença, por si só, não prejudica a capacidade de compreensão. Todavia, a medicação,
ingerida em conjunto com bebida alcoólica em quantidade, provoca surtos psicóticos, com
exclusão da capacidade de entendimento. Tício sabe dos efeitos do álcool, em excesso,
em seu organismo, mas costuma beber, moderadamente, justamente para desfrutar dos
efeitos que, segundo ele, “dá barato”. Em uma festa, Tício, sem saber que se tratava de
uma garrafa de absinto (bebida de alto teor alcoólico), pensando ser gim, preparou um
coquetel de frutas e ingeriu. Ao recobrar a consciência, soube que esfaqueou dois de seus
melhores amigos, causando a morte de um e lesão de natureza grave em outro. A respeito
da situação, é correto afirmar que
a) Tício, por ser maior de 18 anos, é imputável, sendo irrelevante a circunstância de ter
praticado o crime em estado de completa embriaguez.
18. Iter criminis corresponde ao percurso do crime, compreendido entre o momento da co-
gitação pelo agente até os efeitos após sua consumação. Há relevância no estudo do iter
criminis porque, conforme o caso, podem incidir institutos como desistência voluntária,
princípio da consunção e tentativa. Considera-se punível o crime tentado no caso de
a) o agente ser flagrado elaborando os planos para a prática do crime.
b) o agente ser flagrado realizando atos de preparação para o crime.
c) o crime, iniciada a execução, não se consumar por ineficácia absoluta do meio em-
pregado para sua prática.
d) o crime, iniciada a execução, não se consumar por circunstâncias alheias à vontade
do agente.
e) o agente, iniciada a execução, desistir de prosseguir com a ação, impedindo seu
resultado.
19. Toda ação criminosa, advinda de conduta dolosa, é antecedida por uma ideação e resolução
criminosa. O sujeito percorre um caminho que vai da concepção da ideia até a consuma-
ção. A esse caminho dá-se o nome de iter criminis, o qual é composto por fase interna
(cogitação) e fases externas ao agente (atos preparatórios, executórios e consumação).
Diversas situações podem ocorrer durante o desenvolvimento das ações dirigidas ao fim
do crime. Assinale a alternativa que expressa de forma correta uma dessas situações, seja
na fase interna ou externa.
a) Na tentativa o sujeito dá início aos atos executórios da conduta, os quais deixa volun-
tariamente de praticar em virtude de circunstâncias alheias a sua vontade, recebendo,
como consequência, diminuição na pena final aplicada.
b) O arrependimento posterior ocorre após o término dos atos executórios, porém an-
tes da consumação. Nesse caso o sujeito responderá pelo crime, mas sua pena será
reduzida se reparados os danos causados.
c) A desistência voluntária caracteriza verdadeira ponte de ouro ao infrator que impede
a consumação do crime após o término dos atos executórios, isentando-o de qualquer
responsabilidade pelos danos causados.
d) Os atos preparatórios do crime não são punidos, mesmo que caracterize em si con-
duta tipificada, em virtude da teoria finalista da ação que direciona a punição para a
finalidade do crime e não para os meios de sua prática.
e) O crime impossível demanda o início dos atos executórios do crime pelo agente,
eximindo-o de responsabilidade penal pelo crime almejado, respondendo, todavia,
pelos atos anteriores que forem considerados ilícitos.
20. No que se refere a crime consumado e a crime tentado, assinale a opção correta.
a) Situação hipotética: Maria entrou em uma loja de cosméticos e furtou um frasco de
creme hidratante, em um momento de descuido da vendedora. Assertiva: Nesse caso,
a consumação do crime ocorreu com a mera detenção do bem subtraído.
b) Situação hipotética: José deu seis tiros em seu desafeto, que foi socorrido e so-
breviveu, por circunstâncias alheias à vontade de José. Assertiva: Nesse caso, está
configurada a tentativa imperfeita.
c) Situação hipotética: Policiais surpreenderam João portando uma chave-mestra en-
quanto circulava próximo a uma loja no interior de um shopping center em atitude
suspeita. Assertiva: Nesse caso, João responderá por tentativa de furto, pois, devido
ao porte da chave-mestra, os policiais puderam inferir que ele pretendia furtar um
veículo no estacionamento.
d) Os atos preparatórios de um crime de homicídio, a ser executado com o emprego de
arma de fogo que possui a numeração raspada, não caracterizam a tentativa e não
podem constituir crime autônomo.
e) No iter criminis, a aquisição de uma corda a ser utilizada para amarrar a vítima que
se pretende sequestrar é ato executório do crime de sequestro.
GABARITO
1. ERRADO.
2. CERTO.
3. CERTO.
4. ERRADO.
5. CERTO.
6. CERTO.
7. ERRADO.
8. ERRADO.
9. ERRADO.
10. ERRADO.
11. A.
12. A.
13. D.
14. C.
15. E.
16. D.
17. C.
18. D.
19. E.
20. A.
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
1. Samanta, treze anos, foi flagrada praticando atos sexuais com seu namorado Mateus,
dezessete anos.
Assertiva: Mateus praticou, em tese, o crime de estupro de vulnerável.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 27, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 27, do Código Penal Brasileiro.
O crime de estupro de vulnerável está previsto no art. 217-A do Código Penal:
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos.
Porém, apesar de Samanta ter 13 anos, Mateus não pode ser acusado de cometer o crime de estupro de
vulnerável, pois tem apenas 17 anos e é inimputável. Veja:
Menores de dezoito anos
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas
na legislação especial.
Nesse caso, de acordo com a Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), Mateus cometeu um ato
infracional (art. 103, ECA) e se submeterá às medidas do Estatuto.
3. (AUTOR – 2021) Emoção ou paixão não são causas de exclusão da imputabilidade penal.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o art. 28, I, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o art. 28º, I, do Código Penal Brasileiro.
A emoção e a paixão não excluem a imputabilidade penal. É o que afirma o art. 28, I, do CP:
Emoção e paixão
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão;
2. Estado patológico: quando a emoção ou a paixão passam a caracterizar formas de doença mental.
Porém, a violenta emoção provocada por ato injusto da vítima é uma atenuante genérica da pena (art. 65,
III, “c” do CP).
Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
[...]
III - ter o agente:
[...]
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob
a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima.
4. (AUTOR – 2021) É isento de pena o agente que, por embriaguez, proveniente de caso for-
tuito ou força maior, não possui, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com art. 28, §2º, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 28, §2º, do Código Penal Brasileiro.
De acordo com o §2º, do art. 28, CP.
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984)
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso
fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11/7/1984)
Se o agente, à época do fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato por conta de
doença mental, ele será inimputável. É exatamente o que prevê o art. 26, caput, do CP:
Inimputáveis
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento.
A doença mental deve ser vista em sentido amplo, para abranger não só os problemas patológicos, mas tam-
bém os toxicológicos e todas as alterações mentais ou psíquicas, sejam elas transitórias ou permanentes.
O desenvolvimento mental incompleto ou retardado é aquele que não se mostra compatível com a fase
da vida que o indivíduo se encontra. Pode decorrer de doenças congênitas ou adquiridas, ou ainda alguma
deficiência.
Em ambos os casos, o que deve ser analisado é se era possível ou não entender o caráter ilícito do fato ou
de se determinar de acordo com esse entendimento no momento da prática da conduta. E, para que essa
análise seja possível, é indispensável a perícia médica.
Contudo, se o agente não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento, o agente será considerado imputável, mas de forma reduzida. Nesse caso, sua
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. É o que se extrai do art. 26, parágrafo único do CP:
Art. 26
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde
mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Nesse caso, não há a completa eliminação da capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se deter-
minar de acordo com esse entendimento. Perceba que há uma diferença de grau em relação aos inimputáveis.
6. Pedro, com vinte e dois anos de idade, e Paulo, com vinte anos de idade, foram denun-
ciados pela prática de furto contra Ana. A defesa de Pedro alegou inimputabilidade. Paulo
confessou o crime, tendo afirmado que escolhera a vítima porque, além de idosa, ela era
sua tia.
Se, em virtude de perturbação de saúde mental, Pedro não for inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do seu ato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, a pena
imposta a ele poderá ser reduzida.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o art. 26 do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o art. 26, Código Penal Brasileiro.
Se o agente, à época do fato, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato por conta de
doença mental, ele será inimputável. É exatamente o que prevê o art. 26, caput, do CP:
Inimputáveis
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento.
Consoante Cleber Masson (Direito Penal Esquematizado. Vol. 1. 8 ed. São Paulo: Método, 2014. p. 479), “a doença
mental deve ser vista em sentido amplo, para abranger não só os problemas patológicos, mas também os
toxicológicos e todas as alterações mentais ou psíquicas, sejam elas transitórias ou permanentes”.
Ainda segundo o autor citado (op. cit. 480), “o desenvolvimento mental incompleto ou retardado é aquele que
não se mostra compatível com a fase da vida que o indivíduo se encontra. Pode decorrer de doenças congênitas
ou adquiridas, ou ainda alguma deficiência”.
Em ambos os casos, o que deve ser analisado é se era possível ou não entender o caráter ilícito do fato
ou de se determinar de acordo com esse entendimento no momento da prática da conduta. E, para que
essa análise seja possível, é indispensável a perícia médica. Sendo positiva a resposta, estará excluída a
culpabilidade.
Contudo, se o agente não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento, ele será considerado imputável, mas de forma reduzida. Nesse caso, sua
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. É o que se extrai do art. 26, parágrafo único do CP:
Art. 26
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de
saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Nesse caso, não há a completa eliminação da capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se deter-
minar de acordo com esse entendimento. Perceba que há uma diferença de grau em relação aos inimputáveis.
Portanto, a assertiva está correta.
7. (AUTOR – 2021) Haverá redução de pena ao agente que, por embriaguez completa, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, é, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 28, §1º, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 28, §1º, do Código Penal Brasileiro.
Consoante o §1º, do art. 28 do Código Penal. Senão vejamos:
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984)
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de deter-
minar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
8. (AUTOR – 2021) São penalmente inimputáveis os menores de 21 anos e, por isso, são
reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso é, ao tempo do crime,
menor de 21 (vinte e um) anos.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 27, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 27, do Código Penal Brasileiro.
Nos termos do art. 27 c/c com art. 115, ambos do Código Penal.
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas
na legislação especial.
Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21
(vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
10. (AUTOR – 2021) A embriaguez culposa anterior à prática de crime é causa de diminuição
de pena, mas não torna o agente inimputável.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 28, II, § 1º do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 28, II, § 1º do Código Penal Brasileiro.
Embriaguez é o estado em que o corpo humano, através do álcool ou de substância de efeitos análogos,
encontra-se intoxicado, de forma que “a pessoa perde a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se
determinar de acordo
com esse entendimento” (MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 8. ed. São Paulo: Método, 2020).
Apesar disso, a embriaguez não exclui a imputabilidade penal, seja ela voluntária ou ainda que tenha sido
culposa. Veja o que dispõe o art. 28, II, do Código Penal:
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
[...]
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
Se na embriaguez completa a pessoa perde a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determi-
nar de acordo com esse entendimento, porque ela é punida? Quem responde essa pergunta é a teoria da actio
libera in causa (ou ação livre na causa).
De acordo com essa teoria, “a causa da causa também é a causa do que foi causado”..
Quer dizer que devemos analisar o estado anterior à embriaguez. Antes de o agente iniciar o consumo do álcool,
ou substância análoga, ele era imputável? Se sim, então, parte-se do pressuposto que ele tinha consciência do
que estava fazendo. Dessa forma, ao entrar no estado de embriaguez, ainda que não tivesse essa intenção,
se o agente comete um fato típico, com dolo ou com culpa, deverá responder por ele, pois era previsível que
poderia entrar nesse estado de embriaguez.
A embriaguez só é causa de exclusão de culpabilidade quando é proveniente de caso fortuito ou força maior.
Nesse caso não entra em ação a teoria da actio libera in causa, pois o indivíduo não tinha a opção de ingerir
ou não o álcool. Veja:
Art. 28.
§ 1º. É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
11. Durante uma festa, em 19 de fevereiro de 2018, Laura vem a saber que Lívia anunciou
para todos que tentaria manter relações sexuais com o referido namorado. Soube, ainda,
que Lívia disse que, na semana seguinte, iria desferir um tapa no rosto de Laura, na frente
de seus colegas, como forma de humilhá-la.
Diante disso, para evitar que as ameaças de Lívia se concretizassem, Laura, durante a festa,
desfere facadas no peito de Lívia, mas terceiros intervêm e encaminham Lívia diretamente para
o hospital. Dois dias depois, Lívia vem a falecer em virtude dos golpes sofridos. Descobertos
os fatos, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Laura pela prática do crime de
homicídio qualificado.
Confirmados integralmente os fatos, a defesa técnica de Laura deverá pleitear o reconheci-
mento da
a) inimputabilidade da agente.
b) legitima defesa.
c) inexigibilidade de conduta diversa.
d) atenuante da menoridade relativa.
e) Coação moral irresistível.
GABARITO: A.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito A de acordo com art. 27, do Código Penal Brasileiro.
a) inimputabilidade da agente.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito A de acordo com art. 27, do Código Penal Brasileiro.
De acordo com o enunciado da questão, Laura tinha 17 anos na data da ação, ou seja, é considerada inimputável.
É válido ressaltar que o Código Penal adota a teoria da atividade em relação ao tempo do crime, sendo assim, de
acordo como o art. 4º, considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado.
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabeleci-
das na legislação especial.
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado.
12. Conforme dispõe o Código Penal Brasileiro em seu artigo 27, são penalmente inimputáveis,
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial, os menores de:
a) 18 anos;
b) 21 anos;
c) 17 anos;
d) 20 anos;
e) 19 anos.
GABARITO: A.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito A de acordo com o art. 27, do Código Penal Brasileiro.
a) 18 anos;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito A de acordo com o artigo 27, do Código Penal Brasileiro.
Vejamos o art. 27 do Código Penal:
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na
legislação especial.
Logo, segundo o Código Penal, os menores de 18 anos são inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabeleci-
das na legislação especial.
13. Gabriel, 25 anos, desferiu, de maneira imotivada, diversos golpes de madeira na cabeça de
Fábio, seu irmão mais novo. Após ser denunciado pelo crime de lesão corporal gravíssima,
foi realizado exame de insanidade mental, constatando-se que, no momento da agressão,
Gabriel, em razão de desenvolvimento mental incompleto, não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato.
Portanto, Gabarito D --> Diante da conclusão do laudo pericial (não era inteiramente capaz de entender o caráter
ilícito do fato), deverá ser reconhecida a semi-imputabilidade do agente, que poderá funcionar como causa de
redução de pena.
agente estar no momento da conduta, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:
(...)
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984)
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da
ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento
Cléber Masson nos conceitua embriaguez acidental: “Acidental, ou fortuita, é a embriaguez que resulta de
caso fortuito ou força maior.
No caso fortuito, o indivíduo não percebe ser atingido pelo álcool ou substância de efeitos análogos, ou
desconhece uma condição fisiológica que o torna submisso às consequências da ingestão do álcool.
Exemplos:
(1) o sujeito mora ao lado de uma destilaria de aguardente, e aos poucos acaba embriagado pelos vapores da
bebida que inala sem perceber; e
(2) o agente faz tratamento com algum tipo de remédio, o qual potencializa os efeitos do álcool.
Na força maior, o sujeito é obrigado a beber, ou então, por questões profissionais, necessita permanecer
em recinto cercado pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
Exemplos:
(1) o agente é amarrado e injetam em seu sangue elevada quantidade de álcool; e
(2) o indivíduo trabalha na manutenção de uma destilaria de aguardente e, em determinado dia, cai em um tonel
cheio da bebida.”
(Masson, Cléber, Direito Penal Vol.1, 2019, p. 678 e 679).
16. Tício, maior de 18 anos, é portador de doença mental, necessitando de medicação diária.
A doença, por si só, não prejudica a capacidade de compreensão. Todavia, a medicação,
ingerida em conjunto com bebida alcoólica em quantidade, provoca surtos psicóticos, com
exclusão da capacidade de entendimento. Tício sabe dos efeitos do álcool, em excesso,
em seu organismo, mas costuma beber, moderadamente, justamente para desfrutar dos
efeitos que, segundo ele, “dá barato”. Em uma festa, Tício, sem saber que se tratava de
uma garrafa de absinto (bebida de alto teor alcoólico), pensando ser gim, preparou um
coquetel de frutas e ingeriu. Ao recobrar a consciência, soube que esfaqueou dois de seus
melhores amigos, causando a morte de um e lesão de natureza grave em outro. A respeito
da situação, é correto afirmar que
a) Tício, por ser maior de 18 anos, é imputável, sendo irrelevante a circunstância de ter
praticado o crime em estado de completa embriaguez.
17. 17. Um dos elementos da culpabilidade, a imputabilidade será excluída no caso de o agente
atuar sob o estado de embriaguez completa.
a) preordenada.
b) voluntária.
c) fortuita.
d) culposa.
e) intencional.
GABARITO: C.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito C de acordo com o art. 28, § 1º, do Código Penal Brasileiro.
c) fortuita.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito C de acordo com o art. 28, § 1º, do Código Penal Brasileiro.
O crime culposo é aquele perpetrado mediante a inobservância de um dever objetivo de cuidado. Diversamente
do crime doloso, é praticado sem que haja intenção do agente, mas, sim, um mero descuido de sua parte.
Suas modalidades, segundo o art. 18, II, do Código Penal, são precisamente aquelas estampadas pela alternativa:
imprudência, negligência e imperícia.
Imprudência consiste em uma ação, ou seja, um proceder descuidado do agente, como no caso do indivíduo que,
sem intenção de cometer delito, avança com seu veículo no sinal vermelho de trânsito, provocando uma colisão
com outro veículo.
Por sua vez, negligência refere-se a uma omissão descuidada, a exemplo de certa pessoa que se esquece de
fazer a revisão em seu veículo e, durante viagem, vem a provocar um acidente, por falha mecânica.
Por fim, imperícia resume-se à falta de aptidão para o exercício de um ofício, uma arte ou função específica.
Como exemplo, cita-se o motorista de ônibus que, desatento no exercício de sua função, atropela transeuntes.
18. Iter criminis corresponde ao percurso do crime, compreendido entre o momento da co-
gitação pelo agente até os efeitos após sua consumação. Há relevância no estudo do iter
criminis porque, conforme o caso, podem incidir institutos como desistência voluntária,
princípio da consunção e tentativa. Considera-se punível o crime tentado no caso de
a) o agente ser flagrado elaborando os planos para a prática do crime.
b) o agente ser flagrado realizando atos de preparação para o crime.
c) o crime, iniciada a execução, não se consumar por ineficácia absoluta do meio em-
pregado para sua prática.
d) o crime, iniciada a execução, não se consumar por circunstâncias alheias à vontade
do agente.
e) o agente, iniciada a execução, desistir de prosseguir com a ação, impedindo seu
resultado.
GABARITO: D.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito D de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
d) o crime, iniciada a execução, não se consumar por circunstâncias alheias à vontade
do agente.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito D de acordo o Direito Penal Brasileiro.
O iter criminis (ou “caminho do crime”) “corresponde às etapas percorridas pelo agente para a prática de um fato
previsto em lei como infração penal” (MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado. 8. ed. São Paulo: Método,
2014). O seu conhecimento é fundamental para a punição do crime. Em regra, quanto menos etapas percorridas,
menor será a pena.
Ele é dividido em duas fases:
> Fase interna: representada pela cogitação.
> Fase externa: dividida em preparação, execução e consumação. O exaurimento do delito não integra o
iter criminis, mas pode influenciar na dosimetria da pena.
A cogitação (fase interna) não é punível pelo Direito Penal.
Em relação à fase externa, temos que analisar cada uma das subfases:
20. 3) Consumação: ocorre quando se reúnem todos os elementos da definição legal do cri-
me. Por exemplo: o crime de homicídio estará consumado quando a vítima falecer, pois
o núcleo do tipo do art. 121 é “matar”.
A tentativa (conatus ou crime imperfeito) se caracteriza pela não consumação do delito por circunstâncias
alheias à vontade do agente (na fórmula de Frank, “quero prosseguir, mas não posso”).
Está prevista no art. 14, II do CP:
Art. 14. Diz-se o crime:
[...]
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Perceba que, para que a tentativa esteja caracterizada, é necessário iniciar a execução do crime, que não
chega a ser consumado (mas há o dolo de consumação).
Se você analisar o art. 14, do CP perceberá que ele não é aplicável isoladamente. É preciso ser analisado com
algum crime. Por isso, essa norma é conhecida como “norma de extensão” ou “de ampliação da conduta”.
Por exemplo, o art. 121, do CP prevê o crime de homicídio (“matar alguém”). Para que seja punível na modalidade
tentada, devemos combinar o art. 121 com o art. 14: inicia-se a execução do crime de homicídio, que não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Para sabermos qual a pena aplicável ao crime tentado, o Código Penal adotou a teoria objetiva (realística ou
dualista), em que ela não terá a mesma pena do crime consumado. Podemos perceber isso no art. 14, parágrafo
único do CP:
Pena de tentativa
Art. 14.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consu-
mado, diminuída de um a dois terços.
Primeiramente, veja que a aplicação desse dispositivo é a regra para a tentativa, mas que admite exceção. Em
alguns casos, a tentativa terá a mesma pena da consumação. São os crimes de atentado, como a evasão
mediante violência contra a pessoa (art. 352, CP).
Seguindo a regra, a tentativa terá a mesma pena do crime consumado, mas diminuída de um terço a dpois
terços . E qual o critério utilizado para saber se a diminuição será de um terço ou de dois terços? Para o STF,
o critério decisivo é a maior ou menor proximidade da consumação, ou seja, a distância percorrida no iter
criminis (STF, 1ª Turma. HC 95.960/PR. Rel. Min. Carlos Britto. Julg. 14/04/2009. Info 542).
Destarte, a alternativa está correta.
21. Toda ação criminosa, advinda de conduta dolosa, é antecedida por uma ideação e resolução
criminosa. O sujeito percorre um caminho que vai da concepção da ideia até a consuma-
ção. A esse caminho dá-se o nome de iter criminis, o qual é composto por fase interna
(cogitação) e fases externas ao agente (atos preparatórios, executórios e consumação).
Diversas situações podem ocorrer durante o desenvolvimento das ações dirigidas ao fim
do crime. Assinale a alternativa que expressa de forma correta uma dessas situações, seja
na fase interna ou externa.
a) Na tentativa o sujeito dá início aos atos executórios da conduta, os quais deixa volun-
tariamente de praticar em virtude de circunstâncias alheias a sua vontade, recebendo,
como consequência, diminuição na pena final aplicada.
b) O arrependimento posterior ocorre após o término dos atos executórios, porém an-
tes da consumação. Nesse caso o sujeito responderá pelo crime, mas sua pena será
reduzida se reparados os danos causados.
c) A desistência voluntária caracteriza verdadeira ponte de ouro ao infrator que impede
a consumação do crime após o término dos atos executórios, isentando-o de qualquer
responsabilidade pelos danos causados.
d) Os atos preparatórios do crime não são punidos, mesmo que caracterize em si con-
duta tipificada, em virtude da teoria finalista da ação que direciona a punição para a
finalidade do crime e não para os meios de sua prática.
e) O crime impossível demanda o início dos atos executórios do crime pelo agente,
eximindo-o de responsabilidade penal pelo crime almejado, respondendo, todavia,
pelos atos anteriores que forem considerados ilícitos.
GABARITO: E.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito E de acordo com art. 17, do Código Penal Brasileiro.
e) O crime impossível demanda o início dos atos executórios do crime pelo agente,
eximindo-o de responsabilidade penal pelo crime almejado, respondendo, todavia,
pelos atos anteriores que forem considerados ilícitos.
SOLUÇÃO COMPLETA
22. No que se refere a crime consumado e a crime tentado, assinale a opção correta.
a) Situação hipotética: Maria entrou em uma loja de cosméticos e furtou um frasco de
creme hidratante, em um momento de descuido da vendedora. Assertiva: Nesse caso,
a consumação do crime ocorreu com a mera detenção do bem subtraído.
b) Situação hipotética: José deu seis tiros em seu desafeto, que foi socorrido e so-
breviveu, por circunstâncias alheias à vontade de José. Assertiva: Nesse caso, está
configurada a tentativa imperfeita.
c) Situação hipotética: Policiais surpreenderam João portando uma chave-mestra en-
quanto circulava próximo a uma loja no interior de um shopping center em atitude
suspeita. Assertiva: Nesse caso, João responderá por tentativa de furto, pois, devido
ao porte da chave-mestra, os policiais puderam inferir que ele pretendia furtar um
veículo no estacionamento.
d) Os atos preparatórios de um crime de homicídio, a ser executado com o emprego de
arma de fogo que possui a numeração raspada, não caracterizam a tentativa e não
podem constituir crime autônomo.
e) No iter criminis, a aquisição de uma corda a ser utilizada para amarrar a vítima que
se pretende sequestrar é ato executório do crime de sequestro.
GABARITO: A.
SOLUÇÃO RÁPIDA
1. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + O particular pode responder
pelo crime de peculato, desde que o crime tenha sido praticado em concurso de pessoas
com funcionário público, mesmo que o particular não saiba da condição pessoal do fun-
cionário público.
Certo ( ) Errado ( )
2. (AUTOR – 2021) Situação hipotética: Gláucio e Hudson planejam cometer um furto, sendo
que Hudson terá apenas a responsabilidade de vigiar o local durante o cometimento do
delito. Assertiva: Se o crime for cometido, Gláucio e Hudson responderão em concurso
de pessoas, na medida de sua culpabilidade, não caracterizando participação de menor
importância na conduta de Hudson.
Certo ( ) Errado ( )
3. (AUTOR – 2021)As condições de caráter pessoal que são elementares do crime comuni-
cam-se aos demais agentes que concorrem para a prática do delito.
Certo ( ) Errado ( )
4. (AUTOR – 2021) O autor intelectual do crime, quando não participa da sua execução, terá
sua participação considerada como de menor importância, com pena diminuída de um
sexto a um terço.
Certo ( ) Errado ( )
5. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Partícipe é o agente que con-
corre para cometer o ato criminoso sem, contudo, praticar o núcleo do tipo penal. Se sua
participação for de menor importância, sua pena poderá ser diminuída de um sexto a um
terço.
Certo ( ) Errado ( )
6. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + João e Manoel, penalmente
imputáveis, decidiram matar Francisco. Sem que um soubesse da intenção do outro, João
e Manoel se posicionaram de tocaia e, concomitantemente, atiraram na direção da vítima,
que veio a falecer em decorrência de um dos disparos. Não foi possível determinar de
qual arma foi deflagrado o projétil que atingiu fatalmente Francisco. Nessa situação, João
e Manoel responderão pelo crime de homicídio na forma tentada.
Certo ( ) Errado ( )
7. (AUTOR – 2021) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal, se forem elemen-
tares do crime, não se comunicam quando há o cometimento de um crime em concurso
de agentes.
Certo ( ) Errado ( )
8. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + A lei penal (especificamente
o Código Penal), no caso de concurso de pessoas, pune sempre o ajuste, a determinação
ou instigação e o auxílio, ainda que o crime não chegue a ser tentado.
Certo ( ) Errado ( )
9. (AUTOR – 2021) Todos os que concorrem para o crime serão punidos com a mesma pena,
independentemente de serem autores ou partícipes.
Certo ( ) Errado ( )
10. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + João e Pedro, maiores e ca-
pazes, livres e conscientemente, aceitaram convite de Ana, também maior e capaz, para
juntos assaltarem loja do comércio local. Em data e hora combinadas, no período noturno
e após o fechamento, João e Pedro arrombaram a porta dos fundos de uma loja de deco-
ração, na qual entraram e ficaram vigiando enquanto Ana subtraía objetos valiosos, que
seriam divididos igualmente entre os três. Alertada pela vizinhança, a polícia chegou ao
local durante o assalto, prendeu os três e os encaminhou para a delegacia de polícia local.
Na situação considerada, configurou-se a autoria imprópria decorrente do concurso de pessoas.
Certo ( ) Errado ( )
11. (AUTOR – 2021) César é frentista de um posto de gasolina. Certo dia, percebeu que Luís,
seu colega de trabalho, estava furtando dinheiro do caixa. Porém, para não ter desenten-
dimentos com ele, fingiu que nada viu.
Com base no ocorrido e de acordo com as disposições do Código Penal acerca do concurso de
pessoas, é correto afirmar que:
a) Luís responderá pelo crime de furto e a conduta de César é atípica.
b) Luís responderá pelo crime de furto e César, por ter o dever de comunicar aos seus
superiores o ocorrido, é partícipe do mesmo crime, por omissão imprópria.
c) Luís e César responderão pelo crime de furto, em concurso de pessoas, mas César terá
sua pena reduzida de um sexto a um terço por sua participação de menor importância.
d) Luís e César responderão pelo crime de furto, em concurso de pessoas, na medida
de sua culpabilidade.
e) Luís responderá pelo crime de furto e César, por ter o dever de comunicar aos seus
superiores o ocorrido, é coautor do mesmo crime, mas responderá na forma culposa.
12. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + No que diz respeito ao concurso
de pessoas e às expressas regras do CP (arts. 29 a 31),
a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua punibilidade.
c) aplica-se a mesma pena a todos os coautores, ainda que a participação seja de menor
importância
d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua voluntariedade.
e) mesmo que o crime sequer seja tentado, o ajuste, a determinação ou a instigação e
o auxílio sempre são puníveis.
13. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + JOSÉ e PEDRO têm o mesmo
desafeto, no caso, MEVIO. Mas desconhecem tal fato. Contratam pistoleiros para matar
MEVIO. O pistoleiro, contratado por PEDRO se armou com um revólver, e o contratado por
JOSÉ com uma pistola. Ocorre que fizeram uma tocaia no mesmo local e momento. Os dois
atiram simultaneamente em MEVIO. O pistoleiro de JOSÉ atinge o coração de MEVIO e o de
PEDRO atinge a perna de forma leve. Há prova de que o projétil usado pelo contratado por
JOSÉ foi o causador da morte da vítima. PEDRO confessou ter mandado atirar em MEVIO.
Com relação ao caso,
a) JOSÉ e PEDRO respondem por homicídio em coautoria.
b) JOSÉ responde por tentativa de homicídio.
c) JOSÉ e PEDRO devem responder por tentativa de homicídio.
d) JOSÉ responde por homicídio.
e) JOSÉ e PEDRO devem responder por homicídio.
14. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Sobre o concurso de pessoas
previsto no Código Penal, analise as assertivas a seguir:
I. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas na
medida de sua culpabilidade.
II. Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço.
III. Não importa se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ele será
tipificado nas mesmas penas dos demais acusados.
IV. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
a) I, III apenas.
b) II e IV apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
15. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + A prática da infração penal pode
decorrer de um ato isolado, ou ainda pelo comportamento de duas ou mais pessoas na
forma estabelecida pelo Estatuto Penal. Sobre as infrações penais cometidas isoladamente
ou em concurso, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com F as falsas.
( ) A coautoria nos crimes próprios é possível quando o terceiro, que não é funcionário público,
conhece essa especial condição do autor.
( ) A doutrina é pacífica em admitir que a circunstância de determinado crime ser delito de
mão própria não impede a coautoria.
( ) A coautoria é possível nos crimes omissivos, quando o coautor também tem o dever jurí-
dico de não se omitir e, em vez de agir, ele adere ao dolo do agente e, igualmente, se omite.
( ) Na ocorrência de colisão entre dois veículos, não há que se falar em coautoria dos dois
condutores imprudentes, pois um não colabora com o outro e, assim, ocorre apenas a con-
corrência de culpas ou causas.
( ) No tocante ao domínio funcional do fato, pode-se afirmar que o mesmo deve ser pesqui-
sado na linha de uma divisão de domínio integral do fato e, assim, caberia a cada coautor
certa fração.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é
a) V F V F V
b) F F V F V
c) FVFVF
d) V V F V F
e) V F V V F.
16. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + É certo que um crime pode ser
praticado por uma ou mais pessoas. Quando isso acontece, está-se diante da hipótese de
concurso de pessoas, também conhecido como concurso de agentes. Nesse caso,
a) ainda que algum dos concorrentes tenha querido participar de crime menos grave,
ser-lhe-á, obrigatoriamente, aplicada a pena idêntica do crime praticado pelo seu
comparsa, ante a adoção pelo Código Penal da teoria monista.
b) em hipótese alguma se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pes-
soal na coautoria.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são sempre puníveis, ainda que o
crime não venha a ser tentado.
d) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto
a um terço.
e) os crimes plurissubjetivos não admitem a coautoria e a participação.
17. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Quando dois agentes, embo-
ra convergindo suas condutas para a prática de determinado fato criminoso, não atuam
unidos pelo liame subjetivo, tem-se autoria
a) sucessiva.
b) voluntária.
c) colateral.
d) desconhecida.
e) incerta.
18. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Clécius Almeida induz o adoles-
cente Carlos Sátiro, de dezessete anos de idade, a praticar o delito de roubo tendo como
vítima a senhora Sandra Costa. Para convencer Carlos, Clécius lhe disse ser conhecido
da vitima, por isto não poderia participar diretamente do crime, contudo permaneceria
por perto, sem ser visto, e lhe daria cobertura no caso de um eventual problema. Diante
disto, Carlos acaba por roubar o relógio e o dinheiro da senhora Sandra. No caso proposto,
Clécius responde pelo resultado na condição de:
a) coautor moral.
b) participe moral.
c) participe material.
d) autor mediato.
e) coautor.
19. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Assinale a alternativa correta
acerca do concurso de pessoas.
a) De acordo com a teoria pluralística, há um crime para os autores, que realizam a con-
duta típica emoldurada no ordenamento positivo, e outro crime para os partícipes,
que desenvolvem uma atividade secundária.
b) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são puníveis ainda que o crime
não tenha sido tentado.
c) O CP adotou, como regra, a teoria dualística.
d) Segundo a teoria monista ou unitária, a cada participante corresponde uma conduta
própria, um elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular.
e) São requisitos do concurso de pessoas a pluralidade de participantes e de condutas,
a relevância causal de cada conduta, o vínculo subjetivo entre os participantes e a
identidade de infração penal.
20. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Sobre o tema concurso de
agentes, é correto afirmar que:
a) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste lhe será
aplicada, com o aumento de metade na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave;
b) não se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas, admi-
tindo-se participação culposa em crime doloso.
c) na teoria da acessoriedade limitada, somente haverá a punição do partícipe se o autor
houver praticado uma conduta que seja típica, ilícita e culpável;
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando
elementares do crime;
e) em regra, aquele que instiga terceira pessoa à prática de um crime, por este responde,
ainda que o instigado não tenha iniciado a execução do delito;
GABARITO
1. ERRADO.
2. CERTO.
3. CERTO.
4. ERRADO.
5. CERTO.
6. CERTO.
7. ERRADO.
8. ERRADO.
9. ERRADO.
10. ERRADO.
11. A.
12. A.
13. D,
14. C,
15. E,
16. D,
17. C,
18. D,
19. E,
20. A,
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
1. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + O particular pode responder
pelo crime de peculato, desde que o crime tenha sido praticado em concurso de pessoas
com funcionário público, mesmo que o particular não saiba da condição pessoal do fun-
cionário público.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com os arts. 312 e 30, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com os arts. 312 e 30, do Código Penal Brasileiro.
Consoante Cleber Masson (Código Penal Comentado. 8. ed. São Paulo: Método, 2020. p. 1.255), o peculato é um
crime próprio, pois só pode ser praticado pelo funcionário público. Porém, admite concurso de pessoas,
inclusive com particulares. Ele está disposto no art. 312 do Código Penal:
Peculato
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular,
de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Mas, ainda em conformidade com Masson, por ser uma elementar de caráter subjetivo, a condição de fun-
cionário público deve entrar na esfera de conhecimento do coautor ou partícipe, para não caracterizar a
responsabilidade penal objetiva. Extrai-se esse pensamento do art. 30 do CP:
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.
2. (AUTOR – 2021) Situação hipotética: Gláucio e Hudson planejam cometer um furto, sendo
que Hudson terá apenas a responsabilidade de vigiar o local durante o cometimento do
delito. Assertiva: Se o crime for cometido, Gláucio e Hudson responderão em concurso
de pessoas, na medida de sua culpabilidade, não caracterizando participação de menor
importância na conduta de Hudson.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o art. 29 do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o art. 29, do Código Penal Brasileiro.
Se o furto for cometido, Gláucio e Hudson responderão em concurso de pessoas, na medida de sua
culpabilidade:
Art. 29, caput. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de
sua culpabilidade.
Não há que se falar em participação de menor importância de Hudson pois, ao vigiar, ele é coautor funcio-
nal do delito. “Não se exige do coautor funcional a prática da conduta descrita no núcleo do tipo penal, mas tão
somente que a fração do ato executório por ele praticada seja indispensável, diante das singularidades do tipo
penal e do caso concreto, para a consecução do resultado delituoso”. (STF, Plenário. AP 470. Rel. Min. Roberto
Barroso. Julg. 02/08/2012).
3. (AUTOR – 2021) As condições de caráter pessoal que são elementares do crime comuni-
cam-se aos demais agentes que concorrem para a prática do delito.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o art. 30, do Código Penal Brasileiro
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o art. 30, do Código Penal Brasileiro.
Art. 30. NÃO se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, SALVO quando elementares
do crime.
NÃO se comunicam, SALVO quando elementares do crime:
- Circunstâncias de caráter pessoal: elemento ligado ao agente, mas não inerente a ele.
Ex.: confissão espontânea, torpeza ou futilidade do motivo etc.
- Condições de caráter pessoal: elemento inerente à pessoa do agente.
Ex.: Ser menor de 21 anos na data do fato, ser reincidente etc.
COMUNICAM-SE:
- Circunstâncias e as condições de caráter objetivo: são elementos ligados ao fato (Ex.: Emprego de veneno
no crime de homicídio, uso de arma de fogo no crime de roubo etc.).
Assim, se “A” e “B” praticam um roubo em comum acordo, estando um deles portando uma arma de fogo, os dois
responderão pela respectiva causa de aumento de pena.
- Elementares do crime: integram o próprio tipo penal. Comunicam-se aos demais, sejam objetivas ou
subjetivas.
Ex.: “matar” e “alguém” são elementares do crime de homicídio. Da mesma forma, se um funcionário público e
um particular se unem para praticarem peculato, a condição pessoal (ser funcionário público) se transmite ao
coautor particular (denominado extraneus).
4. (AUTOR – 2021) O autor intelectual do crime, quando não participa da sua execução,
terá sua participação considerada como de menor importância, com pena diminuída de
um sexto a um terço.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com art. 29, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 29, do Código Penal Brasileiro.
O autor intelectual é considerado coautor do crime, e a ele serão cominadas as mesmas penas de quem exe-
cuta o delito, na medida de sua culpabilidade, ainda que ele não venha a participar da execução direta. Veja
o que dispõe o art. 29 do Código Penal:
Art. 29, caput. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de
sua culpabilidade.
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
5. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Partícipe é o agente que con-
corre para cometer o ato criminoso sem, contudo, praticar o núcleo do tipo penal. Se sua
participação for de menor importância, sua pena poderá ser diminuída de um sexto a um
terço.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o art. 29, §1º, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o art. 29, §1º, do Código Penal Brasileiro.
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984)
PARTÍCIPE:
É o COADJUVANTE, que NÃO PRATICA a conduta criminosa, MAS COLABORA nela.
Ele não tem o poder de decidir como, se e quando o crime será praticado e também não executa o verbo do tipo
penal.
6. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + João e Manoel, penalmente
imputáveis, decidiram matar Francisco. Sem que um soubesse da intenção do outro, João
e Manoel se posicionaram de tocaia e, concomitantemente, atiraram na direção da vítima,
que veio a falecer em decorrência de um dos disparos. Não foi possível determinar de
qual arma foi deflagrado o projétil que atingiu fatalmente Francisco. Nessa situação, João
e Manoel responderão pelo crime de homicídio na forma tentada.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão correta de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão correta de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
Vejamos o entendimento doutrinário quanto à autoria colateral:
Verifica-se autoria colateral quando dois ou mais agentes, um ignorando a contribuição do outro, concen-
tram suas condutas para o cometimento da mesma infração. Nota-se, no caso, a ausência de vínculo subjetivo
entre os agentes, que, se presente, faria incidir as regras de concurso de pessoas. [...] Entretanto, quando não
for possível identificar quem causou o resultado, aplica-se a autoria incerta, isto é, cada qual responderá
pela tentativa, tendo em vista que punir ambos por homicídio é impossível, porque um deles ficou apenas na
tentativa; absolvê-los também é inadmissível, porque ambos participaram de um crime de autoria conhecida. A
solução será condená-los por tentativa de homicídio, abstraindo-se o resultado, cuja autoria é desconhecida.”
(Manual do Direito Penal, 2020, 465 e 466).
Como não foi possível identificar quem causou o resultado, não é possível imputar aos dois o crime consu-
mado, por isso, cada qual responderá pela tentativa.
Assim, a questão encontra-se correta, pois tanto João quanto Manoel não tinham liame subjetivo, responderão,
portanto, pelo crime de homicídio na forma tentada.
8. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + A lei penal (especificamente
o Código Penal), no caso de concurso de pessoas, pune sempre o ajuste, a determinação
ou instigação e o auxílio, ainda que o crime não chegue a ser tentado.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 31, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 31, do Código Penal Brasileiro.
Consoante previsão expressa do art. 31, do Código Penal.
Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
9. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Todos os que concorrem para
o crime serão punidos com a mesma pena, independentemente de serem autores ou
partícipes.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 29, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 29, Código Penal Brasileiro.
Consoante o art. 29, do Código Penal.
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11/7/1984)
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11/7/1984).
10. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + João e Pedro, maiores e ca-
pazes, livres e conscientemente, aceitaram convite de Ana, também maior e capaz, para
juntos assaltarem loja do comércio local. Em data e hora combinadas, no período noturno
e após o fechamento, João e Pedro arrombaram a porta dos fundos de uma loja de deco-
ração, na qual entraram e ficaram vigiando enquanto Ana subtraía objetos valiosos, que
seriam divididos igualmente entre os três. Alertada pela vizinhança, a polícia chegou ao
local durante o assalto, prendeu os três e os encaminhou para a delegacia de polícia local.
Na situação considerada, configurou-se a autoria imprópria decorrente do concurso de pessoas.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Questão incorreta de acordo com o art. 29, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
Questão incorreta de acordo com o art. 29, do Código Penal Brasileiro.
A questão exige estudo acerca do tema concurso de pessoas, as teorias que explicam quem pode ser conside-
rado autor, coautor ou partícipe de infração penal, nos termos do art. 29, do Código Penal.
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
A questão está incorreta, porque os três agentes combinaram a prática da conduta criminosa e todos estavam
de acordo quanto às tarefas de cada um, agindo em concurso de pessoas. Por isso, não houve autoria impró-
pria, eis que esta é também conhecida pela doutrina como autoria colateral.
A autoria colateral ocorre quando duas ou mais pessoas praticam o mesmo crime, porém uma não tem
ciência da outra. Não há qualquer tipo de acordo entre elas para a prática criminosa. Portanto, não há con-
curso de pessoas.
11. (AUTOR – 2021) César é frentista de um posto de gasolina. Certo dia, percebeu que Luís,
seu colega de trabalho, estava furtando dinheiro do caixa. Porém, para não ter desenten-
dimentos com ele, fingiu que nada viu.
Com base no ocorrido e de acordo com as disposições do Código Penal acerca do concurso de
pessoas, é correto afirmar que:
a) Luís responderá pelo crime de furto e a conduta de César é atípica.
b) Luís responderá pelo crime de furto e César, por ter o dever de comunicar aos seus
superiores o ocorrido, é partícipe do mesmo crime, por omissão imprópria.
c) Luís e César responderão pelo crime de furto, em concurso de pessoas, mas César terá
sua pena reduzida de um sexto a um terço por sua participação de menor importância.
12. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + No que diz respeito ao concurso
de pessoas e às expressas regras do CP (arts. 29 a 31),
a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua punibilidade.
c) aplica-se a mesma pena a todos os coautores, ainda que a participação seja de menor
importância
d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua voluntariedade.
e) mesmo que o crime sequer seja tentado, o ajuste, a determinação ou a instigação e
o auxílio sempre são puníveis.
GABARITO: A.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito A de acordo com o art. 30, do Código Penal Brasileiro.
a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
SOLUÇÃO COMPLETA
13. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + JOSÉ e PEDRO têm o mesmo
desafeto, no caso, MEVIO. Mas desconhecem tal fato. Contratam pistoleiros para matar
MEVIO. O pistoleiro, contratado por PEDRO se armou com um revólver, e o contratado por
JOSÉ com uma pistola. Ocorre que fizeram uma tocaia no mesmo local e momento. Os dois
atiram simultaneamente em MEVIO. O pistoleiro de JOSÉ atinge o coração de MEVIO e o de
PEDRO atinge a perna de forma leve. Há prova de que o projétil usado pelo contratado por
JOSÉ foi o causador da morte da vítima. PEDRO confessou ter mandado atirar em MEVIO.
Com relação ao caso,
a) JOSÉ e PEDRO respondem por homicídio em coautoria.
b) JOSÉ responde por tentativa de homicídio.
c) JOSÉ e PEDRO devem responder por tentativa de homicídio.
d) JOSÉ responde por homicídio.
e) JOSÉ e PEDRO devem responder por homicídio.
GABARITO: D.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito D de acordo com o art. 29, parágrafo único, do Código Penal Brasileiro.
d) JOSÉ responde por homicídio.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito D de acordo com o art. 29, parágrafo único, do Código Penal Brasileiro.
A questão exige conhecimento acerca do concurso de pessoas e da autoria colateral, previsto no art. 29 do
Código Penal:
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
Para a resolução da questão, é de suma importância o estudo doutrinário acerca dos temas do concurso de
pessoas, da coautoria e da autoria colateral.
Inicialmente, vale dizer que o concurso de pessoas depende de cinco requisitos:
- pluralidade de agentes culpáveis;
- relevância causal das condutas para a produção do resultado;
- vínculo subjetivo;
- unidade de infração penal para todos os agentes;
- existência de fato punível.
A DOUTRINA conceitua os dois institutos, diferenciando-os.
COAUTORIA: é a forma de concurso de pessoas que se caracteriza pela existência de dois ou mais autores uni-
dos entre si pela busca do mesmo resultado. Exemplo: “A” e “B”, por motivo torpe, efetuam disparos de arma de
fogo contra “C”, causando a morte deste. São coautores do crime tipificado pelo art. 121, § 2º, I, do Código Penal.
AUTORIA COLATERAL: também chamada de coautoria imprópria ou autoria parelha, ocorre quando duas ou
mais pessoas intervêm na execução de um crime, buscando igual resultado, embora cada uma delas ignore a
conduta alheia. Exemplo: “A”, portando um revólver, e “B”, uma espingarda, escondem-se atrás de árvores, um do
lado direito e outro do lado esquerdo de uma mesma rua. Quando “C”, inimigo de ambos, por ali passa, ambos os
agentes contra ele efetuam disparos de armas de fogo. “C” morre, revelando o exame necroscópico terem sido
os ferimentos letais produzidos pelos disparos originários da arma de “A”. Não há concurso de pessoas, pois
estava ausente o vínculo subjetivo entre “A” e “B”.
Fonte: MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1. – 13. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2019.
A alternativa D está correta, pois JOSÉ deve responder pelo homicídio consumado contra MÉVIO.
A questão trouxe um caso concreto de autoria colateral (sem liame subjetivo), em que PEDRO e JOSÉ contrata-
ram pistoleiros distintos para matar MÉVIO. Restou comprovado que o tiro fatal partiu do pistoleiro contratado
por JOSÉ, portanto, este deverá ser responsabilizado como mandante do homicídio consumado, ao passo que
PEDRO deverá responder apenas pela tentativa.
14. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Sobre o concurso de pessoas
previsto no Código Penal, analise as assertivas a seguir:
I. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas na
medida de sua culpabilidade.
II. Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço.
III. Não importa se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ele será
tipificado nas mesmas penas dos demais acusados.
IV. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
a) I, III apenas.
b) II e IV apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
GABARITO: C.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito C de acordo com os arts. 29, 29 §1º, 30, do Código Penal.
c) I, II e IV, apenas.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito C de acordo com os arts. 29, 29 §1º, 30, do Código Penal.
O enunciado exige conhecimento acerca do concurso de pessoas disposto no art. 29 do Código Penal, que nada
mais é do que o ajuntamento de duas ou mais pessoas que concorrem ou colaboração para a prática de um
ilícito penal. Para que ocorra o concurso de pessoas é necessário que se cumpram quatro requisitos, são eles:
-Pluralidade de agentes e de condutas.
-Relevância causal das condutas.
- Vínculo Subjetivo.
- Identidade de fato.
Nesse sentido, a alternativa correta é a C, com as assertivas corretas I, II, IV, vejamos:
V. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas na
medida de sua culpabilidade.
A alternativa está correta, pois está em pleno acordo com o art. 29, caput do CP, vejamos:
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
VI. Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço.
A alternativa está correta, pois está em conformidade com o art.29, § 1º, do CP, vejamos:
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
VII. Não importa se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ele será
tipificado nas mesmas penas dos demais acusados.
A alternativa está incorreta, conforme preconiza o art. 29, § 2º, do CP:
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa
pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.”
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.
15. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + A prática da infração penal pode
decorrer de um ato isolado, ou ainda pelo comportamento de duas ou mais pessoas na
forma estabelecida pelo Estatuto Penal. Sobre as infrações penais cometidas isoladamente
ou em concurso, analise as assertivas e identifique com V as verdadeiras e com F as falsas.
( ) A coautoria nos crimes próprios é possível quando o terceiro, que não é funcionário público,
conhece essa especial condição do autor.
( ) A doutrina é pacífica em admitir que a circunstância de determinado crime ser delito de
mão própria não impede a coautoria.
( ) A coautoria é possível nos crimes omissivos, quando o coautor também tem o dever jurí-
dico de não se omitir e, em vez de agir, ele adere ao dolo do agente e, igualmente, se omite.
( ) Na ocorrência de colisão entre dois veículos, não há que se falar em coautoria dos dois
condutores imprudentes, pois um não colabora com o outro e, assim, ocorre apenas a con-
corrência de culpas ou causas.
( ) No tocante ao domínio funcional do fato, pode-se afirmar que o mesmo deve ser pesqui-
sado na linha de uma divisão de domínio integral do fato e, assim, caberia a cada coautor
certa fração.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é
a) V F V F V
b) F F V F V
c) FVFVF
d) V V F V F
e) V F V V F.
GABARITO: E.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito E de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
e) V F V V F.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito E de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
ASSERTIVA I:
CERTA.
A coautoria nos crimes próprios é possível quando o terceiro, que não é funcionário público, conhece essa
especial condição do autor.
Pois, a condição de funcionário público é circunstância elementar. Então, elas se comunicam aos coautores,
quando eles conhecem a condição do autor.
Rogério Sanches Cunha:
“A condição de funcionário público não é circunstância objetiva do crime de peculato, mas sua elementar. Cir-
cunstâncias são elementos que se alojam no entorno do fato, isto é, não integram a figura típica primária, mas
agregam dados que podem significar o aumento ou a diminuição da pena. São objetivas quando dizem respeito
ao fato, como o rompimento de obstáculo no furto, e subjetivas quando se referem ao agente ou aos motivos do
crime, como o motivo torpe no homicídio ou a qualidade de funcionário que sirva apenas para aumentar a pena
(art. 297, § 1º). As elementares, por sua vez, representam a própria figura criminosa em suas característi-
cas constituintes, fundamentais. Assim como as circunstâncias, podem ter caráter objetivo (como a posse ou
a detenção na
apropriação indébita) ou subjetivo (como o exercício da função pública no crime de peculato).”
CP:
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.
ASSERTIVA II:
ERRADA.
A doutrina NÃO é pacífica em admitir que a circunstância de determinado crime ser delito de mão própria não
impede a coautoria.
Pois, nos crimes de mão própria só pode ser autor quem esteja em situação de realizar pessoalmente e de forma
direta o fato punível.
Luiz Flávio Gomes:
“O crime de mão própria é o crime cuja qualidade exigida do sujeito é tão específica que não se admite coauto-
ria. Para o Min. Felix Fischer, no julgamento do REsp 761354 / PR:
Os crimes de mão própria estão descritos em figuras típicas necessariamente formuladas de tal forma que só
pode ser autor quem esteja em situação de realizar pessoalmente e de forma direta o fato punível.
Ainda sobre o crime de mão própria, vale informar que: O Superior Tribunal de Justiça firmou compreensão de
que, apesar do crime de falso testemunho ser de mão própria, pode haver a participação do advogado no seu
cometimento. (HC 30858 / RS, 12/06/2006, Sexta Turma, rel. Min. Paulo Gallotti).”
ASSERTIVA III:
CERTA.
A coautoria é possível nos crimes omissivos, quando o coautor também tem o dever jurídico de não se omitir e,
em vez de agir, ele adere ao dolo do agente e, igualmente, se omite.
Embora haja divergência doutrinária, a banca considerou esta alternativa correta.
Como explica Rogério Sanches Cunha:
“A coautoria em crimes omissivos próprios é objeto de divergência. Para Mirabete, se dois agentes, diante de
situação em que alguém se encontra em perigo, decidem não prestar socorro, embora pudessem fazê-lo sem
risco pessoal, respondem individualmente pela omissão, sem que se caracterize o concurso de pessoas.” (Manual
de Direito Penal, vol. I, p. 233).
Cezar Roberto Bitencourt discorda, argumentando que “O vínculo subjetivo, caracterizador da unidade delitual,
tem o mesmo efeito tanto na ação ativa quanto na passiva. Assim como o comando é comum nos crimes omissi-
vos, a proibição da conduta criminosa é igualmente comum nos crimes comissivos, o que, nem por isso, impede
a coautoria”. (Tratado de Direito Penal, vol. 1, p. 393).
ASSERTIVA IV:
CERTA.
Na ocorrência de colisão entre dois veículos, não há que se falar em coautoria dos dois condutores imprudentes,
pois um não colabora com o outro e, assim, ocorre apenas a concorrência de culpas ou causas.
Ademais, não há coautoria porque os indivíduos não estão ligados subjetivamente, para praticar a conduta que
caracteriza o delito.
E, ocorre apenas a concorrência de culpas ou causas, pois eles contribuíram para a prática da infração culposa-
mente, respondendo pelo ilícito.
Como explica Rogério Sanches Cunha:
“Não há compensação de culpas no Direito Penal. Por outro lado, é possível a concorrência de culpas, que ocorre
se várias pessoas contribuem para a prática da infração culposamente, respondendo todas elas pelo ilícito.
Situação distinta é hipótese de haver culpa concorrente da vítima, o que pode levar a uma atenuação na análise
da pena – primeira etapa, circunstâncias judiciais – , nos termos do artigo 59 do Código Penal.”
“Verifica-se a coautoria nas hipóteses em que dois ou mais indivíduos, ligados subjetivamente, praticam a con-
duta (comissiva ou omissiva) que caracteriza o delito. A coautoria pode ser parcial ou direta. É parcial quando
os diversos autores se dedicam a atos de execução diversos que, reunidos, possibilitam o alcance do resultado
pretendido. É o que ocorre no crime de roubo em que um indivíduo ameaça e subtrai os bens enquanto outro
aguarda no veículo para viabilizar a fuga. Há coautoria direta quando todos os autores do crime executam a
mesma conduta, como no caso dos indivíduos que, ao mesmo tempo, ameaçam e despojam as vítimas de seus
bens.”
ASSERTIVA V:
ERRADA.
No tocante ao domínio funcional do fato, NÃO se pode afirmar que o mesmo deve ser pesquisado na linha de
uma divisão de domínio integral do fato, mas sim, caberia a cada coautor certa fração.
Pois, no domínio funcional do fato, duas ou mais pessoas, partindo de uma decisão conjunta de praticar o fato,
contribuem para a sua realização com um ato relevante de um delito.
PORÉM, NÃO HÁ uma divisão de domínio integral do fato, e, contribuem para a sua realização com um ato rele-
vante de um delito, mas não na sua integralidade.
Rangel Bento Araruna:
Com fulcro na concepção de que o “autor é a figura central” do acontecimento típico, Roxin adota uma ideia
de domínio do fato baseada no tripé formado pelos critérios de domínio da ação, domínio funcional e
domínio da vontade, cada qual correspondendo às formas de autoria, ou seja, autoria direta, coautoria e
autoria mediata, respectivamente.
“se duas ou mais pessoas, partindo de uma decisão conjunta de praticar o fato, contribuem para a sua realiza-
ção com um ato relevante de um delito, elas terão o domínio funcional do fato (funktionale tatherrschaft), que
fará de cada qual coautor do fato como um todo, ocorrendo aqui, como consequência jurídica, o que se chama
de imputação recíproca.” (Greco, 2014, p. 30).
16. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + É certo que um crime pode ser
praticado por uma ou mais pessoas. Quando isso acontece, está-se diante da hipótese de
concurso de pessoas, também conhecido como concurso de agentes. Nesse caso,
a) ainda que algum dos concorrentes tenha querido participar de crime menos grave,
ser-lhe-á, obrigatoriamente, aplicada a pena idêntica do crime praticado pelo seu
comparsa, ante a adoção pelo Código Penal da teoria monista.
b) em hipótese alguma se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pes-
soal na coautoria.
17. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Quando dois agentes, embo-
ra convergindo suas condutas para a prática de determinado fato criminoso, não atuam
unidos pelo liame subjetivo, tem-se autoria
a) sucessiva.
b) voluntária.
c) colateral.
d) desconhecida.
e) incerta.
GABARITO: C.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito C de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
c) colateral.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito C de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
Com efeito, quando dois agentes, embora convergindo suas condutas para a prática de determinado fato crimi-
noso, não atuam unidos pelo liame subjetivo, tem-se autoria COLATERAL.
A autoria colateral não se confunde com a coautoria. Na autoria colateral, os agentes não agem mediante
combinação, cada um responde pelos seus atos e resultados; o resultado não é comum para todos. Ex.: André e
Bruno chegam para matar Carlos, sem ter combinado e saber um do outro; André atira e acerta no pé
da vítima (responde por tentativa de homicídio), enquanto Bruno acertou no coração (responde pelo homicídio).
Na coautoria, por outro lado, há liame subjetivo, o que faz o produto final ser comum para os agentes; ambos
respondem pelo resultado.
18. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou Clécius Almeida induz o adoles-
cente Carlos Sátiro, de dezessete anos de idade, a praticar o delito de roubo tendo como
vítima a senhora Sandra Costa. Para convencer Carlos, Clécius lhe disse ser conhecido da
vitima, por isto não poderia participar diretamente do crime, contudo permaneceria por
perto, sem ser visto, e lhe daria cobertura no caso de um eventual problema. Diante dis-
to, Carlos acaba por roubar o relógio e o dinheiro da senhora Sandra. No caso proposto,
Clécius responde pelo resultado na condição de:
a) coautor moral.
b) participe moral.
c) participe material.
d) autor mediato.
e) coautor.
GABARITO: D.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito D de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
d) autor mediato.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito D de acordo o Direito Penal Brasileiro.
No Direito Penal, o conceito de autor pode ser:
-Extensivo: considera que todos aqueles que concorrem para o crime são autores. Não há diferenciação entre
autoria e participação.
-Restritivo: esse foi o conceito adotado pelo Código Penal. Autor é aquele que pratica o verbo do tipo penal
(teoria objetivo-formal) ou aquele que detém o domínio final do fato (teoria do domínio final do fato). Todos os
demais, que prestarem alguma colaboração, serão considerados partícipes. A punição ocorrerá “na medida da
culpabilidade” de cada um.
No Brasil, considera-se adotada a teoria do domínio final do fato nos crimes em que for configurada a autoria
mediata.
Existem três hipóteses em que pode haver autoria mediata:
1.Autoria mediata por erro do executor: aquele que pratica a conduta é induzido a erro pelo mandante do crime.
2.Autoria mediata por coação do executor: nesse caso, há coação moral do executor, que tem sua culpabili-
dade afastada.
3. Autoria mediata por imputabilidade do executor: nesse caso, o autor mediato se vale de uma pessoa inim-
putável para praticar o crime.
No presente caso, tendo em vista que Clécius induziu Carlos a praticar o crime, menor de 18 anos de idade, inim-
putável para efeitos penais, está-se diante de autoria mediata. Vejamos o art. 27 do Código penal:
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabeleci-
das na legislação especial.
19. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Assinale a alternativa correta
acerca do concurso de pessoas.
a) De acordo com a teoria pluralística, há um crime para os autores, que realizam a con-
duta típica emoldurada no ordenamento positivo, e outro crime para os partícipes,
que desenvolvem uma atividade secundária.
b) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são puníveis ainda que o crime
não tenha sido tentado.
c) O CP adotou, como regra, a teoria dualística.
d) Segundo a teoria monista ou unitária, a cada participante corresponde uma conduta
própria, um elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular.
e) São requisitos do concurso de pessoas a pluralidade de participantes e de condutas,
a relevância causal de cada conduta, o vínculo subjetivo entre os participantes e a
identidade de infração penal.
GABARITO: E.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito E de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
e) São requisitos do concurso de pessoas a pluralidade de participantes e de condutas,
a relevância causal de cada conduta, o vínculo subjetivo entre os participantes e a
identidade de infração penal.
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito E de acordo com o Direito Penal Brasileiro.
O concurso de pessoas é regido pelos arts. 29 a 31, do Código Penal, e possui quatro requisitos.
A pluralidade de agentes e condutas prevê a existência de diversos agentes, pois seria impossível caracterizar
concurso de pessoas em crimes praticados por uma só pessoa.
A relevância causal das condutas prevê que cada uma das condutas tenha relevância causal, pois se algum
agente praticar uma ação que não tenha relevância, não haverá o concurso de agentes.
O liame subjetivo significa que os agentes devem ter um vínculo psicológico entre eles, para a prática do
mesmo crime.
Por fim, a identidade de infração penal prevê que, para configurar o concurso de pessoas, os agentes devem
praticar a mesma infração penal, devem contribuir para o mesmo evento.
Logo, a alternativa elenca corretamente os quatro requisitos para o concurso de pessoas.
20. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou + Sobre o tema concurso de
agentes, é correto afirmar que:
a) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste lhe será
aplicada, com o aumento de metade na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave;
b) não se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas, admi-
tindo-se participação culposa em crime doloso.
c) na teoria da acessoriedade limitada, somente haverá a punição do partícipe se o autor
houver praticado uma conduta que seja típica, ilícita e culpável;
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando
elementares do crime;
e) em regra, aquele que instiga terceira pessoa à prática de um crime, por este responde,
ainda que o instigado não tenha iniciado a execução do delito;
GABARITO: A.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Gabarito A de acordo com o art. 29, §, do Código Penal Brasileiro.
a) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste lhe será
aplicada, com o aumento de metade na hipótese de ter sido previsível o resultado
mais grave;
SOLUÇÃO COMPLETA
Gabarito A de acordo com o art. 29, §2º, do Código Penal Brasileiro.
Trata-se da chamada cooperação dolosamente distinta, prevista pelo art. 29, §2º, do Código Penal.
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
(...)
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
PRESCRIÇÃO PENAL
1. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
É prudente conjugar o artigo 109 com o 115 do Código Penal, eis que este traz uma regra
especial de contagem. Na espécie, em duas situações específicas a prescrição poderá ser
contada pela metade.
Certo ( ) Errado ( )
2. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
Sempre que ocorre um determinado fato, o Estado dispõe de um tempo para aplicar a sanção
ao agente.
Certo ( ) Errado ( )
3. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A prescrição consiste na perda do direito de punir pelo Estado.
Certo ( ) Errado ( )
4. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art.
110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,
verificando-se em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a seis;
Certo ( ) Errado ( )
5. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A prescrição superveniente está prevista no artigo 110, parágrafo 1º, do Código Penal. Nestes
termos, essa modalidade de prescrição se regulará pela pena aplicada, após a ocorrência do
trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação.
Certo ( ) Errado ( )
6. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A prescrição antecipada, também chamada virtual, hipotética, projetada ou em perspectiva,
não é prevista na lei de forma expressa, tratando-se, pois, de uma criação jurisprudencial e
doutrinária.
Certo ( ) Errado ( )
7. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art.
110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,
verificando-se em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito.
Certo ( ) Errado ( )
8. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A Constituição Federal, em seu art. 5º, XLII estabelece como imprescritíveis somente os crimes
de racismo.
Certo ( ) Errado ( )
a) 108.
b) 107.
c) 109.
d) 110.
GABARITO
1. Certo 6. Certo 11. A 16. C
QUESTÕES COMENTADAS
1. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
É prudente conjugar o artigo 109 com o 115 do Código Penal, eis que este traz uma regra
especial de contagem. Na espécie, em duas situações específicas a prescrição poderá ser
contada pela metade.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO
É prudente com jugar o artigo 109 com o 115 do Código Penal, eis que este traz uma regra
especial de contagem. Na espécie, em duas situações específicas a prescrição poderá ser
contada pela metade. Redução dos prazos de prescrição. Veja abaixo o art. 115 do CP:
“São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do
crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta)
anos.”
SOLUÇÃO
Após a sentença condenatória, o processo não tenha uma decisão transitada em julgado
no prazo de 12 anos, estará extinta a punibilidade em razão do advento da prescrição.
d) Às vezes / prescrição.
GABARITO: C.
SOLUÇÃO
Sempre que ocorre um determinado fato, o Estado dispõe de um tempo para aplicar a
sanção ao agente. Caso o estado não honre com a responsabilização do agente neste
prazo, operar-se-á a prescrição.
C: Errado. É uma sanção de caráter processual que revela a desídia do querelante que
já exerceu o direito de ação, sendo uma sanção processual ocasionada pela inércia na
condução da ação privada, desaguando na extinção da punibilidade (art. 107, IV, CP).
Suas hipóteses de ocorrência estão disciplinadas no art. 60 do CPP.
D: Errado. Opera-se pela prática de ato incompatível com a vontade de ver processado
o infrator, ou através de declaração expressa da vítima neste sentido, já que a vítima é
movida pelo princípio da oportunidade, é possível que ela revele o desejo de não exercer
a ação, seja de forma expressa, declarando que não o fará, seja de forma tácita, praticando
ato incompatível com a vontade de dar início a ação penal.
PRESCRIÇÃO PENAL
1. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
Nos termos do art. 119, havendo concurso de crimes, a prescrição de cada fato deve ser ana-
lisada cumulativamente.
Certo ( ) Errado ( )
2. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
Sempre que ocorre um determinado fato, o Estado dispõe de um tempo para aplicar a sanção
ao agente.
Certo ( ) Errado ( )
3. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A prescrição consiste na perda do direito de punir pelo Estado.
Certo ( ) Errado ( )
4. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
O curso da prescrição interrompe-se pela pronúncia.
Certo ( ) Errado ( )
5. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
Se existir causa interruptiva a prescrição terá seu termo do início.
Certo ( ) Errado ( )
6. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
O curso da prescrição interrompe-se pelo recebimento da denúncia ou da queixa.
Certo ( ) Errado ( )
7. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
O oferecimento da denúncia é considerado um elementar do prazo prescricional.
Certo ( ) Errado ( )
8. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A Constituição Federal, em seu art. 5º, XLII estabelece como imprescritíveis somente os crimes
de racismo.
Certo ( ) Errado ( )
9. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
O curso da prescrição não interrompe-se pela pelo início ou continuação do cumprimento da
pena.
Certo ( ) Errado ( )
d) Reincidência.
GABARITO
1. Errado 6. Certo 11. A 16. C
QUESTÕES COMENTADAS
1. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
Nos termos do art. 119, havendo concurso de crimes, a prescrição de cada fato deve ser ana-
lisada cumulativamente.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO
Nos termos do art. 119 do CP, havendo concurso de crimes, a prescrição de cada fato
deve ser analisada isoladamente.
Em síntese, sempre que ocorre um determinado fato, o Estado dispõe de um tempo para
aplicar a sanção ao agente. Caso o estado não honre com a responsabilização do agente
neste prazo, operar-se-á a prescrição.
a) o recebimento da denúncia;
b) a decisão de pronúncia (aos crimes que seguem o rito do júri);
c) confirmação da decisão de pronúncia; pela publicação da sentença ou acórdão recor-
ríveis (mesmo que o acórdão seja confirmatório – posicionamento do STF);
d) pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
e) pela reincidência.
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO
A prescrição é um instituto de ordem pública, podendo ser reconhecida em qualquer
tempo ou grau de jurisdição (art. 61, CPP).
excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede
a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior,
não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.
D: Certo. Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais
se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. § 1º A prescrição, depois da
sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido
seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
SOLUÇÃO
A: Errado. XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
B: Errado. XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento;
e) cruéis.
C: Certo. XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito
à pena de reclusão, nos termos da lei.
D: Errado. XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais.
Como visto, a prescrição é uma das causas extintivas da punibilidade, que consiste na
perda do direito do Estado punir um determinado indivíduo em razão do decurso do
tempo (popularmente, utiliza-se a expressão “caducou”).
Certo ( ) Errado ( )
7. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
O perdão judicial, nos casos previstos em lei, é uma das causas de extinção da punibilidade.
Certo ( ) Errado ( )
8. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
O perdão do ofendido, no processo ou fora dele, expresso ou tácito, se concedido a qualquer
dos querelados, não pode ser estendido aos demais.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. Errado
2. Certo
3. Certo
4. Errado
5. Certo
6. Errado
7. Certo
8. Errado
9. Errado
10. Certo
11. A
12. B
13. D
14. C
15. E
16. D
17. C
18. D
19. E
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
É o que dispõe os arts. 107, IX, e 120, ambos do Código Penal (CP).
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII - Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005
VIII - Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
De acordo com o art. 107, V, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo com o art. 107, V, do Código Penal Brasileiro.
A questão trata da literalidade do art. 107, V, do Código Penal, vejamos:
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão ACEITO, nos crimes de ação privada;
Anistia, graça e indulto estão previstos no art. 107, II do Código Penal como formas de extinção de punibili-
dade. Veja:
Extinção da punibilidade
Art. 107, CP. Extingue-se a punibilidade:
[...]
II - pela anistia, graça ou indulto.
A anistia pode ser concedida pelo Congresso Nacional (o que afasta a letra E), mediante lei que deve se
referir ao fato, e não à pessoa, e terá efeitos retroativos, não atingindo novos crimes cometidos a partir de
sua edição.
B e C: a graça é concedida por ato do Presidente da República, mas é um benefício individual, e não coletivo,
e só pode ser concedida após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
D: o indulto é concedido pelo Presidente da República, e não pelo Congresso Nacional.
julgado para a acusação. Ademais, ela é regulada com base na pena em concreto. É o que afirma o art. 110, §
1º do CP:
Art. 110, § 1º, CP. A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou
depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo
inicial data anterior à da denúncia ou queixa
É também o conteúdo da Súmula 146 do STF: “A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na
sentença, quando não há recurso da acusação”.
No caso de Jonas, o prazo é de oito anos, pois é regulado pela pena em concreto prevista na sentença (a pena
de 3 anos e 3 meses está entre 2 e 4 anos, pelo art. 109, IV do CP). Observe:
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença
Art. 109, CP. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste
Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
[...]
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
E o termo inicial dessa prescrição é a publicação da sentença condenatória recorrível, desde que ocorra o
trânsito em julgado para a acusação (MASSON, Cleber. Direito Penal Esquematizado. Vol. 1. 8. ed. São Paulo:
Método, 2020), o que afasta a letra E.
Nas letras A e D, como ainda não há sequer o processo, a prescrição da pretensão punitiva de Charles, de
acordo com o art. 109, III do CP, seria de doze anos, pois é calculada com base na pena em abstrato. Porém,
por possuir menos de 21 anos na data do crime, a prescrição é reduzida pela metade (art. 115, CP), sendo de
seis anos. E ela é contada a partir da consumação do crime (art. 111, I, CP).
Quanto à letra C, a prescrição executória da pena de Adriana ocorre em doze anos (art. 109, III do CP), NÃO em
oito, pois é calculada com base na pena em concreto (art. 110, caput, CP).
a) Renúncia.
b) Preclusão.
c) Prescrição.
d) Punibilidade.
e) Decadência.
GABARITO: E.
SOLUÇÃO RÁPIDA
De acordo com o Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo com o Código Penal Brasileiro.
“A decadência é a perda do direito de agir, pelo decurso de determinado lapso temporal, estabelecido em
lei, provocando a extinção da punibilidade do agente. Na realidade, enquanto a decadência faz perecer o direito
de ação, que, indiretamente, atinge o direito de punir do Estado, já que este não pode prescindir do devido pro-
cesso legal para aplicar sanção penal a alguém, a prescrição, quando ocorre, atinge diretamente o direito de punir
estatal”.
(NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Processual Penal, 17ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2020, p. 250).
( C ) Pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada. CORRETA, de acordo com o art. 107, inciso V, do CP;
( C ) Pela perempção. CORRETA, pois assim prescreve o art. 107, inciso IV, do CP;
( E ) Por tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.
De acordo com o Decreto-Lei nº 2.848/1940 - Código Penal, artigo 107, a extinção da punibilidade se dá pela
anistia e indulto; pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada e pela perempção, conforme cobrado nas três
primeiras afirmativas, já a quarta afirmativa, não é extinção de punibilidade, trata-se de um efeito da condena-
ção penal, previsto no art. 91, do CP.
Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
[...]
Art. 91 - São efeitos da condenação:
I - Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;
[...]
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
Sucedendo essa situação, a lei revogadora retroagirá obrigatoriamente para atingir todos os fatos anteriores,
mesmo se já houver o trânsito em julgado. Entretanto, sobrevivem os efeitos civis de eventual condenação,
como a obrigação de reparar o dano e a constituição de título executivo judicial.
A abolitio criminis está prevista também no art. 2º do Código Penal:
Lei penal no tempo
Art. 2º, CP. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Para que ocorra, a revogação do tipo penal deve ser total. Ademais, para que ocorra a abolitio criminis são
necessários dois requisitos: revogação formal do tipo penal e supressão material do fato criminoso. “Em
outras palavras, não basta a simples revogação do tipo penal. É necessário que o fato outrora incriminado torne-
-se irrelevante perante o ordenamento jurídico” (op. cit. p. 119). Por exemplo, o antigo crime de adultério foi
totalmente revogado, formal e materialmente.
Em adição, não pode ser considerado que houve abolitio criminis quando há somente a revogação formal do tipo
penal, sendo que o fato criminoso passa a ser disciplinado perante dispositivo legal diverso. Ou seja, mate-
rialmente o fato continua sendo crime. Nesses casos, verifica-se a incidência do princípio da continuidade
normativa (ou da continuidade típico-normativa). É o que aconteceu, por exemplo, com o crime de atentado
violento ao pudor (art. 214, CP), que foi formalmente revogado pela Lei nº 12.015/2009, mas foi absorvido pelo
crime de estupro (art. 213, CP).
EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
1. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de
um deles impede a agravação da pena resultante da conexão.
Certo ( ) Errado ( )
2. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso é considerada uma
causa extintiva de punibilidade.
Certo ( ) Errado ( )
3. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
Na anistia, a União, por meio de Lei Penal elaborada formalmente pelo poder executivo e
sancionada pelo presidente da república, e baseadas em razões políticas, filosóficas, históricas
etc., concedem perdão a um determinado fato.
Certo ( ) Errado ( )
4. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
Ressaltamos que os crimes hediondos e equiparados são suscetíveis de graça, anistia e indulto.
Certo ( ) Errado ( )
5. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A graça e o indulto não consistem em uma espécie de perdão pelo fato praticado, mas sim
uma diminuição na pena.
Certo ( ) Errado ( )
6. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
As causas que extinguem a punibilidade, ou seja, que tiram do Estado o direito de punir,
encontram previsão no art. 107 do Código Penal.
Certo ( ) Errado ( )
7. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A anistia apaga os efeitos penais primários e secundários, mantendo-se, contudo, os efeitos
extrapenais. Funciona como se fosse uma abolitio criminis.
Certo ( ) Errado ( )
8. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
Aqui, estamos diante da nova lei que deixa de considerar determinada conduta como criminosa,
é a conhecida “abolitio criminis”, disposta no art. 2º do CP, que estabelece que ninguém será
punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime. Este instituto afasta os efeitos
extrapenais decorrentes da condenação, subsistindo os efeitos extrapenais.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. Errado 6. Certo 11. B 16. A
QUESTÕES COMENTADAS
1. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de
um deles impede a agravação da pena resultante da conexão.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO
A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou cir-
cunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da
punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante
da conexão.
SOLUÇÃO
A graça e o indulto, também consistem numa espécie de perdão pelo fato praticado.
Ambos são concedidos pelo Presidente da República, via decreto presidencial, podendo
a atribuição ser delegada aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral da República ou
ao Advogado Geral da União (art. 84, XII, CF).
SOLUÇÃO
Aqui, estamos diante da nova lei que deixa de considerar determinada conduta como
criminosa, é a conhecida “abolitio criminis”, disposta no art. 2º do CP, que estabelece que
ninguém será punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime. Este instituto
afasta os efeitos penais decorrentes da condenação, subsistindo os efeitos extrapenais.
Qual é o nome do instituto que diz respeito a uma sanção de caráter processual que revela
a desídia do querelante que já exerceu o direito de ação, sendo uma sanção processual oca-
sionada pela inércia na condução da ação privada, desaguando na extinção da punibilidade?
a) Renúncia do direito de queixa.
b) Anistia.
c) Perdão do ofendido.
d) Perempção.
GABARITO: D.
SOLUÇÃO
A: Errado. Opera-se pela prática de ato incompatível com a vontade de ver processado
o infrator, ou através de declaração expressa da vítima neste sentido, já que a vítima é
movida pelo princípio da oportunidade, é possível que ela revele o desejo de não exercer
a ação, seja de forma expressa, declarando que não o fará, seja de forma tácita, praticando
ato incompatível com a vontade de dar início a ação penal.
B: Errado. Na anistia, a União, por meio de Lei Penal elaborada formalmente pelo poder
legislativo e sancionada pelo presidente da república, e baseadas em razões políticas,
filosóficas, históricas etc., concedem perdão a um determinado fato. O instituto em dis-
cussão apaga os efeitos penais primários e secundários, mantendo-se, contudo, os efeitos
extrapenais. Funciona como se fosse uma abolitio criminis
C: Errado. Consiste num ato de benevolência. Qualquer motivo pode levar a vítima a não
mais desejar prosseguir com a ação, perdoando o réu.
D: Certo. É uma sanção de caráter processual que revela a desídia do querelante que já
exerceu o direito de ação, sendo uma sanção processual ocasionada pela inércia na con-
dução da ação privada, desaguando na extinção da punibilidade (art. 107, IV, CP). Suas
hipóteses de ocorrência estão disciplinadas no art. 60 do CPP.
A graça e o indulto consistem numa espécie de perdão pelo fato praticado. Ambos são
concedidos pelo Presidente da República, via decreto presidencial, podendo a atribuição 3
ser delegada aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral da República ou ao Advogado
Geral da União (art. 84, XII, CF). Atingem apenas os efeitos executórios, permanecendo o
crime, a condenação e os seus efeitos secundários penais e extrapenais – vide súmula nº
631, do STJ. Apenas em arremate, a graça e o indulto se diferenciam na medida em que
a primeira consiste numa benesse individual, com destinatário certo, e que depende de
provocação do interessado. Já o indulto é coletivo, sem destinatário certo e não depende
de provocação do interessado.
GABARITO: A.
SOLUÇÃO
A: Certo. A graça consiste numa benesse individual, com destinatário certo, e que depende
de provocação do interessado.
B: Errado. O indulto é coletivo, sem destinatário certo e não depende de provocação do
interessado.
C: Errado. Na anistia, a União, por meio de Lei Penal elaborada formalmente pelo poder
legislativo e sancionada pelo presidente da república, e baseadas em razões políticas,
filosóficas, históricas etc., concedem perdão a um determinado fato. O instituto em dis-
cussão apaga os efeitos penais primários e secundários, mantendo-se, contudo, os efeitos
extrapenais. Funciona como se fosse uma abolitio criminis.
D: Errado. Conforme explicado acima, a questão se refere a anistia, logo, o gabarito
correto é a letra A.
PRESCRIÇÃO PENAL
1. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é
regulada pelo tempo que resta da pena.
Certo ( ) Errado ( )
2. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
Sempre que ocorre um determinado fato, o Estado dispõe de um tempo para aplicar a sanção
ao agente.
Certo ( ) Errado ( )
3. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A prescrição consiste na perda do direito de punir pelo Estado.
Certo ( ) Errado ( )
4. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art.
110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,
verificando-se em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a seis;
Certo ( ) Errado ( )
5. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
Após o trânsito em julgado da sentença condenatória para a condenação, existe um prazo
para que se dê início à execução.
Certo ( ) Errado ( )
6. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A prescrição antes da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou
depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma
hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
Certo ( ) Errado ( )
7. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art.
110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,
verificando-se em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito.
Certo ( ) Errado ( )
8. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
A Constituição Federal, em seu art. 5º, XLII estabelece como imprescritíveis somente os crimes
de racismo.
Certo ( ) Errado ( )
d) 110.
b) 107.
c) 109.
d) 110.
GABARITO
1. Certo 6. Errado 11. A 16. C
QUESTÕES COMENTADAS
1. ( QUESTÃO INÉDITA – 2021)
No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é
regulada pelo tempo que resta da pena.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: CERTO.
SOLUÇÃO
Esta forma de contagem do prazo, diz respeito ao preso que foge ou tem o livramento
condicional revogado ante o descumprimento das condições, nos termos do Art.113 do CP:
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional,
a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.
Para tanto, imagine-se que um preso, condenado a dez anos de reclusão, tenha se evadido
após o cumprimento de seis anos da pena. Nesse contexto, a prescrição da pretensão
executória será regulada pela pena remanescente (quatro anos). Este prazo de quatro
anos deverá ser analisado em conjunto com os prazos dispostos no art. 109 do CP, para
se apurar o tempo que o Estado possui para recapturar este indivíduo.
Reconhecida esta espécie de prescrição, não haverá rescisão da sentença, esta perma-
necerá incólume. Contudo, o Estado perderá o direito de executar a pena do cidadão.
Após a sentença condenatória, o processo não tenha uma decisão transitada em julgado
no prazo de 12 anos, estará extinta a punibilidade em razão do advento da prescrição.
d) Às vezes / prescrição.
GABARITO: C.
SOLUÇÃO
Sempre que ocorre um determinado fato, o Estado dispõe de um tempo para aplicar a
sanção ao agente. Caso o estado não honre com a responsabilização do agente neste
prazo, operar-se-á a prescrição.
Certo ( ) Errado ( )
7. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Os prazos prescricionais são reduzidos pela metade quando o criminoso era, ao tempo do
crime, menor de 21 anos, ou, na data da sentença, maior de 70 anos.
Certo ( ) Errado ( )
8. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
A redução do prazo prescricional prevista no art. 115 do Código Penal é aplicável apenas quando
o réu atingir 70 (setenta) anos até a sentença de primeiro grau.
Certo ( ) Errado ( )
9. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
A prescrição tem seu prazo reduzido em um terço quando o criminoso era menor de 21 anos
na data do fato.
Certo ( ) Errado ( )
10. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Após a sentença condenatória transitar em julgado, a prescrição não corre enquanto o con-
denado estiver preso por outro motivo.
Certo ( ) Errado ( )
11. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
Francisco, por estar em lugar incerto e não sabido, após ser denunciado pelo Ministério Público,
foi citado por edital. No referido processo criminal, atribui-se a ele a prática de um crime
doloso, cuja pena máxima é de quatro anos de reclusão.
Considerando essa situação e o entendimento jurisprudencial e doutrinário, assinale a opção
correta.
a) O juiz poderá, fundamentadamente, determinar a produção antecipada de provas,
mesmo sem a presença do réu.
b) Se Francisco estiver preso na mesma unidade da Federação, a citação por edital
realizada continuará válida.
c) Se for levada aos autos a informação de que Francisco está em país estrangeiro, o juiz
determinará a citação por carta rogatória, sendo reestabelecida a fluência do prazo
prescricional a partir da expedição da ordem.
d) De acordo com o entendimento do STJ, a suspensão do prazo prescricional não poderá
ultrapassar quatro anos, que é a pena máxima do delito em razão do qual Francisco
foi denunciado.
e) Caso Francisco constitua defensor, ficarão suspensos o processo e o prazo prescricional.
o corpo de uma mulher de 50 anos havia sido sepultado, manteve com o cadáver conjunção
carnal e coito anal. Para provar ter cumprido a tarefa, Mévio filmou todos os atos, tendo
enviado o vídeo ao grupo de WhatsApp, criado exclusivamente para o compartilhamento
dos desafios. A mãe de Tício, rapaz de 22 anos, também participante do jogo, mexendo no
celular do filho, assistiu ao vídeo. Apavorada, procurou a Autoridade Policial, tendo fornecido
as imagens, bem como todas as conversas do grupo, desde o início. Encerrada a investigação,
o Ministério Público denuncia Mévio e Tício pelo crime de vilipêndio a cadáver. Mévio, pelos
atos praticados, e Tício, por restar constatado ter sido ele quem propôs o desafio a Mévio,
tendo-o instigado. A denúncia foi recebida em 15 de junho de 2015 e, encerrada a instrução,
Mévio e Tício, em 20 de junho de 2017, são condenados pelo crime de vilipêndio a cadáver.
Mévio à pena de 02 (dois) anos de reclusão. Tício à pena de 01 (um) ano de reclusão.
A sentença condenatória transitou em julgado para a acusação. Diante da situação hipotética
e, levando em conta o Código Penal, a alternativa correta é:
a) Em vista da condenação, em concurso de agentes, a punição de Mévio e Tício haveria
de ser idêntica, em respeito à teoria unitária, adotada pelo Código Penal.
b) Em havendo concurso de agentes, em respeito à natureza da acessoriedade da parti-
cipação, a extinção da punibilidade do autor do crime impede a punição do partícipe.
c) A punibilidade de Tício está extinta, por força da prescrição, já que transcorreu pe-
ríodo superior a dois anos entre a data do recebimento da denúncia e a da sentença.
d) A punibilidade de Mévio está extinta, por força da prescrição, já que transcorreu pe-
ríodo superior a dois anos entre a data do recebimento da denúncia e a da sentença.
e) O sujeito passivo, nos crimes contra o sentimento de respeito aos mortos, é o cadáver.
GABARITO
1. Errado
2. Certo
3. Certo
4. Errado
5. Certo
6. Errado
7. Certo
8. Errado
9. Errado
10. Certo
11. A
12. B
13. D
14. C
15. E
16. D
17. C
18. A
19. E
20. A
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
SOLUÇÃO RÁPIDA
De acordo com o art. 115 do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo com o art. 115 do Código Penal Brasileiro.
A alternativa está em dissonância com o disposto no art. 115 do CP. São reduzidos em metade, e não em um
terço, o prazo de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 anos.
Vejamos a redação do dispositivo legal:
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor
de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Esse dispositivo legal adota o Teoria da Atividade para definir o tempo do crime, sendo irrelevante o momento do
resultado.
Assim, para ser beneficiado com a redução do art. 115 do Código Penal, o agente deve ter menos de 21 anos no
momento da ação ou omissão. Se, no momento do resultado, o agente tiver mais de 21 anos, ainda assim será
beneficiado, pois, para a Teoria da Atividade o que importa é o momento da ação ou omissão.
SOLUÇÃO RÁPIDA
De acordo com o art. 115 do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo com o art. 115 do Código Penal Brasileiro.
A alternativa está incorreta, sendo que a legislação prevê em qualquer caso, seja pretensão punitiva ou exe-
cutória, tratando-se de menores de 21 (vinte e um) anos, à época da prática do crime, ou idosos maiores de
70 (setenta) anos, na data da sentença condenatória que julgará o mérito, os prazos serão reduzidos pela
metade, e não na data do trânsito em julgado, conforme afirma a alternativa, é o que dispõe o art. 115, do Código
Penal.
Institui o Código Penal.
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor
de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
De acordo com o art. 117, I, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo com o art. 117, I, do CP, o recebimento da denúncia ou da queixa é uma causa interruptiva da pres-
crição, não impeditiva.
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor
de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo com o art. 366 do Código Penal Brasileiro.
Conforme a lei, nessa situação, o juiz pode determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes.
CPP:
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o
processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
Súmula nº 455/STJ:
A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concreta-
mente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo.
a) III e IV.
b) II e IV.
c) I e III.
d) II e III.
GABARITO: E.
SOLUÇÃO RÁPIDA
De acordo com o Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo com o Código Penal Brasileiro.
Assertiva I: ERRADA.
Conforme dicção legal do art. 117, I do Código Penal: “O curso da prescrição interrompe-se: I – pelo recebimento
da denúncia ou da queixa” e não pelo seu oferecimento. A interrupção nesse caso se dá com a publicação do
despacho de recebimento da denúncia ou queixa, dispensando-se a publicação do ato judicial na imprensa
oficial, bastando a publicação do ato em cartório. Esse recebimento pode ocorrer ainda em segundo grau de
jurisdição, uma vez que em caso de a denúncia ser rejeitada, a interrupção ocorrerá na data da sessão de
julgamento do Recurso em Sentido Estrito, ou da Apelação (em caso de juizados especiais). É o que se extrai
da Súmula 709 do STF “Salvo quando nula a decisão do primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a
rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela”.
Assertiva II: CERTA.
A prescrição retroativa é espécie de prescrição da pretensão punitiva, uma vez que não há ainda trânsito em
julgado.
Depende, contudo do trânsito em julgado para a acusação, ou seja, tanto pela ausência de interposição de
recurso, tanto pelo seu não provimento.
O seu marco inicial é a partir da publicação da sentença ou acórdão condenatório e será contado “para trás”,
retroagindo até à data do recebimento da denúncia ou queixa, sendo por esse motivo denominado de retroativa.
É o que se extrai inclusive da Súmula nº 146 do STF: “A prescrição da ação penal regula-se pela pena concreti-
zada na sentença, quando não há recurso da acusação”.
A razão de ser utilizada a pena concreta como parâmetro para aferição da prescrição e não a pena em abstrato
se dá em razão do instituto da “non reformatio in pejus”, pois se só houve recurso da defesa ou se o da acusação
foi improvido, não há que se falar em aumento da pena, sendo aquela prevista na sentença ou acórdão não tran-
sitado em julgado a pior situação para o réu, não podendo ser agravada para além daquilo. Importante salientar
que, conforme o art. 110, §1º do Código Penal, não há que se falar em termo inicial anterior à data de recebimento
da denúncia ou queixa, vejamos: “A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para
a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipó-
tese, ter pôr termo inicial data anterior à denúncia ou queixa”.
Assertiva III: CERTA.
A prescrição intercorrente, superveniente ou subsequente é modalidade da prescrição da pretensão punitiva
(quando não há trânsito em julgado para ambas as partes) e se verifica entre a data da publicação da sentença
condenatória recorrível a o trânsito em julgado para a defesa, sendo este o motivo de sua nomenclatura: super-
veniente, ou seja, após a sentença.
Depende do trânsito em julgado para a acusação no que se refere à pena imposta, tanto pela não interposição
de recurso, ou pelo seu não provimento, além disso quando a acusação recorrer sem pleitear o aumento de
pena, por exemplo, questionando o regime inicial de cumprimento de pena, também será possível a ocorrência
da prescrição intercorrente, outra situação que ela pode se concretizar é quando a acusação o recurso da acu-
sação visar o aumento da pena, mas ainda com o provimento o prazo prescricional permanecer inalterado, por
exemplo, se a pena do furto foi arbitrada em 1 ano e o Ministério Público recorre para que seja esta elevada para
o patamar de 2 anos, ainda que obtenha êxito, o prazo prescricional permanece sendo de 4 anos.
Assertiva IV: ERRADA.
Conforme o art. 89 da Lei nº 9.099/1995: Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um
ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido conde-
nado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. Logo,
percebe-se que haverá uma causa suspensiva e não interruptiva como afirma a questão.
Assertiva V: ERRADA.
O art. 115 do Código Penal aduz que: “São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era,
ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.” Ou seja,
não existe essa previsão acerca da redução pela metade das penas restritivas de direitos.
De acordo com o art. 107, IV, arts. 109, 119 do Código Penal Brasileiro e art. 30 da Lei
de Drogas.
A questão exige do examinado conhecimento acerca do instituto da prescrição, cujos dispositivos encontram-
-se tanto no código penal (arts. 107, IV, e 109/119), como em legislação esparsas, a exemplo do art. 30, da Lei de
Drogas.
( ) Em relação à infração do art. 28 da Lei nº 11.343/06 (posse, para consumo pessoal, de droga proibida), para a
qual não se comina pena privativa de liberdade, o prazo prescricional é de 02 (dois) anos.
CERTA.
A assertiva está correta, eis que o art. 30, da Lei nº 11.343/06 (Lei de drogas) estabelece o prazo prescricional de
02 anos para imposição e a execução das penas atribuídas ao consumo de drogas
( ) É impossível requerer o arquivamento de inquérito policial com base na prescrição da pretensão
punitiva pela pena em perspectiva.
CERTA.
A assertiva está correta, eis que a Súmula nº 438, do STJ veda a possibilidade da “prescrição virtual”, sendo inad-
missível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética.
( ) Diversamente do que ocorre com as circunstâncias que reduzem o prazo prescricional, a hipótese de
aumento se aplica apenas à prescrição que ocorre depois de sentença condenatória definitiva.
CERTA.
A assertiva está correta porque as circunstâncias que reduzem o prazo prescricional servem tanto para prescri-
ção da pretensão punitiva quanto executória,
conforme art. 115, do CP; enquanto que para o aumento do prazo prescricional, esta só incide para a prescrição
da pretensão executória, conforme Súmula nº 220, STJ.
( ) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade pela prescrição de um deles impede, quanto aos
outros, a agravação da pena resultante da conexão.
ERRADA.
A assertiva está incorreta, porque nos crimes conexos, a extinção da punibilidade pela prescrição de um deles
NÃO impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão, conforme prevê o art. 108, do
Código Penal.
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo com o art. 116, parágrafo único, do Código Penal Brasileiro.
De acordo com o art. 116, § único do CP, depois de passada em julgado a sentença condenatória, o lapso tempo-
ral em que o condenado está preso por outro motivo tem o condão de impedir o início do prazo prescricional.
Trata-se de uma causa impeditiva de prescrição.
Masson faz o seguinte comentário sobre o tema: “Se o Estado ainda não pode exigir do condenado o cumpri-
mento da pena, porque ele está preso por outro motivo, não seria correto nem justo impossibilitá-lo de exercer,
no futuro, seu direito de punir. Sua omissão não é voluntária, mas compulsória.” (Masson, Cléber, Código Penal
Comentado, 2016, p. 600).
O mesmo autor explica a consequência deste instituto: “Nada obstante o CP fale em “causas impeditivas”, essas
regras se aplicam ao impedimento e à suspensão da prescrição. Impedimento é o acontecimento que obsta
o início do curso da prescrição. Já na suspensão, esse acontecimento desponta durante o trâmite do
prazo prescricional, travando momentaneamente a sua fluência. Superado esse entrave, a prescrição volta
a correr normalmente, nela se computando o período anterior.” (Masson, Cléber, Código Penal Comentado, 2016,
p. 599).
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo
em que o condenado está preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Como podemos observar a alternativa não se enquadra em nenhuma das causas impeditivas de prescrição.
Certo ( ) Errado ( )
7. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
A interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime, salvo
nos casos de reincidência e início ou continuação do cumprimento da pena.
Certo ( ) Errado ( )
8. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
A prescrição da pretensão punitiva é interrompida pela reincidência penal.
Certo ( ) Errado ( )
9. Ano: 2021 Banca: ALFACON Órgão: ALFACON Prova: Sou +
A sentença penal que absolve o réu é causa de interrupção da prescrição.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. Errado
Certo
Certo
Errado
Certo
Errado
Certo
Errado
Errado
Certo
A
B
D
C
E
D
C
D
E
A
QUESTÕES COMENTADAS
Julgue os itens a seguir, de acordo com o Direito Penal – Parte Geral.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO: ERRADO.
SOLUÇÃO RÁPIDA
De acordo com o artigo 117, I, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo com o artigo 117, I, do Código Penal Brasileiro.
A alternativa está em dissonância com o disposto no art. 117, inciso I, do CP. Isto porque, o curso da prescrição se
interrompe pelo RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa, e não pelo OFERECIMENTO da denúncia ou da queixa.
Vejamos a redação do dispositivo legal:
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo com o artigo 117, VI, do Código Penal Brasileiro.
Nos termos do art. 117, inciso VI, do CPB, evidencia-se que “O curso da prescrição se interrompe:
[...] VI - pela reincidência”.
Todavia, apesar de não constar expressamente no Código Penal, trata-se da prescrição da pretensão
executória.
Nesse sentido, vide entendimento do STJ: “2. Ambas as Turmas especializadas em direito penal deste Sodalício
entendem que a reincidência, como reza o art. 117, inciso VI, do Código Penal, interrompe o prazo da prescrição
da pretensão executória do Estado, considerando-se, como marco interruptivo, a data da prática de novo crime,
e não a do seu trânsito em julgado”. STJ-HC 317662/RS, Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 6a T.,DJe
06/05/2015).
De fato, o erro da assertiva reside na afirmação no sentido de que a reincidência penal interrompe a prescrição
da pretensão punitiva.
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
[...]
II - pela pronúncia;
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
VI - pela reincidência.
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, nova-
mente, do dia da interrupção.
Art. 113, do CP: No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regu-
lada pelo tempo que resta da pena.
Lembre-se que o examinador requer a alternativa incorreta, portanto esse é o gabarito da questão.
SOLUÇÃO RÁPIDA
De acordo o artigo 117, IV, do Código Penal Brasileiro.
SOLUÇÃO COMPLETA
De acordo o artigo 117, IV, do Código Penal Brasileiro.
O curso da prescrição interrompe-se pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis, nos
termos do art.117, IV, do CP. Vejamos:
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
II - pela pronúncia;
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI - pela reincidência.
a) teoria do esquecimento: baseia-se no fato de que, após o decurso de certo tempo, que varia conforme a
gravidade do delito, a lembrança do crime apaga-se da mente da sociedade, não mais existindo o temor causado
pela sua prática, deixando, pois, de haver motivo para a punição;
b) teoria da expiação moral: funda-se na ideia de que, com o decurso do tempo, o criminoso sofre a expecta-
tiva de ser, a qualquer tempo, descoberto, processado e punido, o que já lhe serve de aflição, sendo desnecessá-
ria a aplicação da pena;
c) teoria da emenda do delinquente: tem por base o fato de que o decurso do tempo traz, por si só, mudança
de comportamento, presumindo-se a sua regeneração e demonstrando a desnecessidade da pena;
d) teoria da dispersão das provas: lastreia-se na ideia de que o decurso do tempo provoca a perda das provas,
tornando quase impossível realizar um julgamento justo muito tempo depois da consumação do delito. Haveria
maior possibilidade de ocorrência de erro judiciário;
e) teoria psicológica: funda-se na ideia de que, com o decurso do tempo, o criminoso altera o seu modo de ser
e de pensar, tornando-se pessoa diversa daquela que cometeu a infração penal, motivando a não aplicação da
pena.
O Código Penal em seu art. 117, disciplinou as causas de interrupção da prescrição, dentre as quais não se
encontra o recebimento de inquérito policial.
Causas interruptivas da prescrição
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
II - pela pronúncia;
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI - pela reincidência.
A questão versa sobre a interrupção da prescrição da pretensão punitiva do Estado em segundo grau de
jurisdição.
Segundo o disposto no art. 117 do CP, o curso da prescrição interrompe-se:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
II - pela pronúncia;
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI - pela reincidência.
As causas interruptivas da prescrição punitiva estão dispostas no artigo 117 do CP. Sobre o tema, tomamos por
emprestada a lição de Rogério Grecco, que colacionamos:
“ao contrário do que ocorre com as causas suspensivas, que permitem a soma do tempo anterior ao fato que deu
causa à suspensão da prescrição, com o tempo posterior, as causas interruptivas têm o condão de fazer com que
o prazo, a partir delas, seja novamente reiniciado, ou seja, após cada causa interruptiva da prescrição deve ser
procedida nova contagem do prazo, desprezando-se, para esse fim, o tempo anterior ao marco interruptivo.”
Embora, o texto do inciso IV do art. 117 preveja que a interrupção do prazo prescricional em segundo grau de
jurisdição ocorra com a publicação do acórdão condenatórios recorrível, o entendimento exarado pelo Supremo
Tribunal Federal no informativo 776 foi no sentido de que em verdade a pretensão da prescrição se inter-
rompe na data da sessão de julgamento do recurso e não na data da publicação do acórdão. Nesse sentido é a
jurisprudência:
Informativo 776 (STF): A prescrição da pretensão punitiva do Estado, em segundo grau de jurisdição, se interrompe
na data da sessão de julgamento do recurso e não na data da publicação do acórdão. (STF - 1ª Turma - RHC 125078/
SP, Rel.: Min. Dias Toffoli - D.J.: 03.03.2015).
Pelo tudo exposto, temos que o conteúdo acostado à letra D se amolda ao entendimento jurisprudencial e por esse
motivo é o nosso gabarito.