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PROFESSOR: RAFAEL ANDRADE DE MEDEIROS DIREITO PENAL

TURMA: ESQUADRÃO (29/01/2021) PARTE GERAL

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL 13. (CESPE/2016) O princípio da legalidade pode ser des-
dobrado em três: princípio da reserva legal, princípio
1. (CESPE/2020) Em nome da proibição do caráter per- da taxatividade e princípio da retroatividade como re-
pétuo da pena, conforme entendimento do STJ, o cum- gra, a fim de garantir justiça na aplicação de qualquer
primento de medida de segurança se sujeita ao limite norma.
máximo de trinta anos.
14. (CESPE/2015) No Código Penal, a exposição de moti-
2. (CESPE/2020) O princípio da culpabilidade afasta a vos é exemplo de interpretação autêntica, pois é reali-
responsabilização objetiva em matéria penal, de modo zada no próprio texto legal.
que a punição penal exige a demonstração de conduta
15. (CESPE/2014) O princípio da reserva legal aplica-se,
dolosa ou culposa.
de forma absoluta, às normas penais incriminadoras,
3. (CESPE/2020) O princípio da adequação social serve excluindo-se de sua incidência as normas penais não
de parâmetro fundamental ao julgador, que, à luz das incriminadoras.
condutas formalmente típicas, deve decidir quais se-
16. (CESPE/2011) Uma das funções do princípio da legali-
jam merecedoras de punição criminal.
dade refere-se à proibição de se realizar incriminações
4. (CESPE/2020) Conforme o princípio da subsidiarie- vagas e indeterminadas, visto que, no preceito primá-
dade, o direito penal somente tutela uma pequena fra- rio do tipo penal incriminador, é obrigatória a existên-
ção dos bens jurídicos protegidos nas hipóteses em cia de definição precisa da conduta proibida ou im-
que se verifica uma lesão ou ameaça de lesão mais in- posta, sendo vedada, com base em tal princípio, a cria-
tensa aos bens de maior relevância. ção de tipos que contenham conceitos vagos e impre-
5. (CESPE/2019) Aplicado no direito penal brasileiro, o cisos.
princípio da alteridade assinala que, para haver crime,
LEI PENAL NO TEMPO
a conduta humana deve colocar em risco ou lesar bens
de terceiros, e é proibida a incriminação de atitudes 17. (CESPE/2020) A revogação do crime de atentado vio-
que não excedam o âmbito do próprio autor. lento ao pudor não configurou abolitio criminis, pois
6. (CESPE/2019) O princípio da subsidiariedade deter- houve continuidade típico-normativa do fato crimi-
mina que o direito penal somente tutele uma pequena noso.
fração dos bens jurídicos protegidos, operando nas hi- 18. (CESPE/2019) A superveniência de lei penal mais gra-
póteses em que se verificar lesão ou ameaça de lesão vosa que a anterior não impede que a nova lei se apli-
mais intensa aos bens de maior relevância. que aos crimes continuados ou ao crime permanente,
7. (CESPE/2019) O princípio da adequação social serve caso o início da vigência da referida lei seja anterior à
de parâmetro ao legislador, que deve buscar afastar a cessação da continuidade ou da permanência.
tipificação criminal de condutas consideradas social- 19. (CESPE/2015) O instituto da abolitio criminis refere-se
mente adequadas. à supressão da conduta criminosa nos aspectos formal
8. (CESPE/2016) Conforme o entendimento doutrinário e material, enquanto o princípio da continuidade nor-
dominante relativamente ao princípio da intervenção mativo-típica refere-se apenas à supressão formal.
mínima, o Direito Penal somente deve ser aplicado 20. (CESPE/2014) Na hipótese de crime continuado ou
quando as demais esferas de controle não se revela- permanente, deve ser aplicada a lei penal mais grave
rem eficazes para garantir a paz social. Decorrem de se esta tiver entrado em vigor antes da cessação da
tal princípio a fragmentariedade e o caráter subsidiá- continuidade ou da permanência.
rio do Direito Penal. 21. (CESPE/2014) Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu
9. (CESPE/2015) Depreende-se da aplicação do princípio um delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que, além
da insignificância a determinado caso que a conduta de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais fa-
em questão é formal e materialmente atípica. tos, Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento
10. (CESPE/2015) Depreende-se do princípio da lesivi- do citado delito. Nessa situação, o magistrado terá de
dade que a autolesão, via de regra, não é punível. se fundamentar no instituto da retroatividade em be-
nefício do réu para aplicar a lei X, por ser esta menos
APLICAÇÃO DA LEI PENAL rigorosa que a lei Y.
11. (CESPE/2020) A proibição da previsão de tipos penais 22. (CESPE/2008) Considere que tenha sido editada uma
vagos decorre do princípio da reserva legal em matéria lei que descriminaliza um fato anteriormente descrito
penal. como infração penal, por não ser mais interessante, le-
12. (CESPE/2019) O art. 1º do Código Penal brasileiro dis- gítima e justa a punição dos autores de tal conduta.
põe que “não há crime sem lei anterior que o defina. Não Nessa situação, a lei de abolitio criminis é retroativa e
há pena sem prévia cominação legal”. extingue o jus puniendi do Estado.
Considerando esse dispositivo legal, bem como os LEI PENAL NO ESPAÇO
princípios e as repercussões jurídicas dele decorren-
23. (CESPE/2020) Com relação ao tempo e ao lugar do
tes, julgue o item que se segue.
crime, o Código Penal brasileiro adotou, respectiva-
O presidente da República, em caso de extrema rele- mente, as teorias da ubiquidade e da atividade.
vância e urgência, pode editar medida provisória para
24. (CESPE/2019) Acerca das regras de territorialidade e
agravar a pena de determinado crime, desde que a
de extraterritorialidade da lei penal, assinale a opção
aplicação da pena agravada ocorra somente após a
correta.
aprovação da medida pelo Congresso Nacional.

— “Não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros.”. (Confúcio) 1
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TURMA: ESQUADRÃO (29/01/2021) PARTE GERAL
a) Crime de genocídio praticado fora do território 33. (CESPE/2020) Uma pessoa que tenha condições e o
brasileiro poderá ser julgado no Brasil quando co- dever de agir em determinada situação, mas não o faz,
metido contra povo alienígena por estrangeiro do- comete crime omissivo impróprio, passando a respon-
miciliado no Brasil. der pelo resultado da omissão.
b) O brasileiro que praticar crime em território es- 34. (CESPE/2019) A superveniência de causa relativa-
trangeiro poderá ser punido, devendo ser aplicada mente independente da conduta do agente excluirá a
ao fato a lei penal brasileira, ainda que o agente imputação do resultado nos casos em que, por si só, ela
não mais ingresse no Brasil. tiver produzido o resultado.
c) Crime contra a administração pública nacional 35. (CESPE/2016) O estudo do nexo causal nos crimes de
praticado no exterior ficará sujeito à lei brasileira mera conduta é relevante, uma vez que se observa o
quando o agente criminoso que estava a serviço da elo entre a conduta humana propulsora do crime e o
administração regressar ao Brasil. resultado naturalístico.
d) Crime praticado em embarcação de propriedade 36. (CESPE/2013) Aquele que, tendo obrigação de evitar o
de governo estrangeiro, quando se encontrar em resultado, não o faz responderá pela prática de crime
mar territorial brasileiro, ficará sujeito à lei penal omissivo próprio.
brasileira. 37. (CESPE/2010) Nos crimes omissivos próprios e im-
e) Crime praticado em aeronave brasileira de propri- próprios, não há nexo causal, visto que inexiste resul-
edade privada em território estrangeiro não se su- tado naturalístico atribuído ao omissor, que responde
jeita à lei penal brasileira, mesmo que não seja jul- apenas por sua omissão se houver crime previsto no
gado no exterior. caso concreto.
25. (CESPE/2016) De acordo com o princípio da represen- 38. (CESPE/2016) Nos crimes materiais, a consumação só
tação, a lei penal brasileira poderá ser aplicada a deli- ocorre ante a produção do resultado naturalístico, en-
tos cometidos em aeronaves ou embarcações brasilei- quanto que, nos crimes formais, este resultado é dis-
ras privadas, quando estes delitos ocorrerem no es- pensável.
trangeiro e aí não forem julgados.
CRIME CONSUMADO E TENTADO
26. (CESPE/2016) De acordo com o princípio da naciona-
lidade, é possível a aplicação da lei penal brasileira a 39. (CESPE/2020) O iter criminis é composto por fases, en-
fato criminoso lesivo a interesse nacional ocorrido no tre as quais se inclui a fase de execução, que consiste
exterior. no ato de separar os meios necessários para a conse-
cução do plano delituoso.
27. (CESPE/2016) A aplicação da lei penal brasileira a ci-
dadão brasileiro que cometa crime no exterior é possí- 40. (CESPE/2020) A negligência, como modalidade de
vel, de acordo com o princípio da defesa. conduta, é caracterizada quando o agente do delito de-
monstra inaptidão técnica em profissão ou atividade.
28. (CESPE/2013) Segundo o princípio da territorialidade,
se uma pessoa comete latrocínio em embarcação bra- 41. (CESPE/2019) Vitor, namorado de Ana, motivado por
sileira mercante em alto-mar, aplica-se a lei brasileira. ciúmes, resolveu matar o ex-namorado dela, Bruno.
Adquiriu, ilegalmente, uma arma de fogo para executar
O FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS o crime e a guardou dentro de um armário em seu
29. (CESPE/2010) No Código Penal brasileiro, adota-se, quarto. Vitor, então, mandou uma mensagem para
em relação ao conceito de crime, o sistema tricotô- Bruno pelo celular de Ana, fingindo ser ela e combinou
mico, de acordo com o qual as infrações penais são se- de se encontrarem no dia seguinte. Bruno, pensando
paradas em crimes, delitos e contravenções. estar conversando com Ana, aceitou o convite. Durante
a noite, Vitor desistiu de executar o crime. No dia se-
30. (CESPE/2009) A tipicidade, elemento do fato típico, é
guinte, foi ao shopping e lá foi preso, pois Bruno havia
a correspondência entre o fato praticado pelo agente e
descoberto o plano e avisado à polícia.
a descrição de cada espécie de infração contida na lei
penal incriminadora, de modo que, sem tipicidade, não A polícia agiu de forma correta ao prender Vitor, que
há antijuridicidade penal, pois, comportadas as exclu- responderá por tentativa de homicídio.
sões legais, todo fato típico é antijurídico. 42. (CESPE/2019) A tentativa incruenta ou branca ocorre
31. (CESPE/2009) A infração penal é gênero que abrange quando, iniciados os atos executórios, o agente não
como espécies as contravenções penais e os crimes, consegue a consumação do delito, por força alheia à
sendo estes últimos também identificados como deli- sua vontade, e nem atinge o objeto material do crime.
tos. 43. (CESPE/2019) Tentativa inacabada é impunível, pois
32. (CONSULPLAN/2012) A doutrina do direito penal ex- nela é impossível a consumação delitiva pela ineficácia
plica que um dos elementos do fato típico é a existência absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
de um comportamento humano comissivo ou omis- objeto material.
sivo, doloso ou culposo. Pode-se afirmar que há com- 44. (CESPE/2019) Crime monossubsistente, contraven-
portamento humano para efeitos de caracterização do ção penal e crime preterdoloso não admitem punição
fato típico nos casos de força física irresistível, movi- por tentativa.
mentos reflexos, estados de inconsciência, tais como
sonambulismo, hipnose, etc.

— “Foco é dizer não!”. (Steve Jobs) 2


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TURMA: ESQUADRÃO (29/01/2021) PARTE GERAL
45. (CESPE/2018) Admite a modalidade tentada o crime 53. (CESPE/2019) Não se admite o arrependimento eficaz
de: após a consumação do delito, de modo que o agente
a) lesão corporal culposa. não será beneficiado com a causa de exclusão de tipi-
cidade.
b) omissão de socorro.
54. (CESPE/2019) Há desistência voluntária quando o
c) difamação cometida verbalmente.
agente promove uma nova atitude, diversa da que ori-
d) aborto. ginou o ato criminoso iniciado, para obstar a produção
46. (CESPE/2016) Configura-se tentativa imperfeita ou do resultado, de forma que só responderá penalmente
crime falho se o agente esgota todos os atos executó- se o resultado se confirmar.
rios e, por circunstâncias alheias a sua vontade, o 55. (CESPE/2019) Nos casos de desistência voluntária e
crime não se consuma. arrependimento eficaz, o agente responderá apenas
47. (CESPE/2015) Em relação à tentativa, adota-se, no Có- pelos atos delitivos já praticados, mas não por delito
digo Penal, a teoria subjetiva, salvo na hipótese de tentado.
crime de evasão mediante violência contra a pessoa. 56. (CESPE/2019) Constitui crime impossível a prática de
48. (CESPE/2015) No crime comissivo por omissão, ad- conduta delituosa induzida por terceiro que assegure
mite-se a forma tentada. a impossibilidade fática da consumação do delito.
49. (CESPE/2015) Um agente alvejou vítima com disparo 57. (CESPE/2015) O arrependimento posterior, por ser
e, embora tenha iniciado a execução do ilícito, não uma circunstância subjetiva, não se estende aos de-
exauriu toda a sua potencialidade lesiva ante a falha da mais corréus, uma vez reparado o dano integralmente
arma de fogo empregada, fugindo do local do crime em por um dos autores do delito até o recebimento da de-
seguida. Nessa situação hipotética, a atitude do agente núncia.
configura tentativa imperfeita, pois ele não conseguiu 58. (CESPE/2014) A desistência da tentativa inacabada
praticar todos os atos executórios necessários à consu- deve ser entendida como arrependimento eficaz.
mação, por interferência externa.
59. (CESPE/2013) A aplicação do arrependimento poste-
50. (CESPE/2013) É admissível a tentativa tanto nos cri- rior restringe-se aos crimes dolosos e aos crimes co-
mes plurissubsistentes quanto nos crimes unissubsis- metidos sem violência ou grave ameaça à vítima.
tentes.
60. (CESPE/2018) O crime é dito impossível quando não
51. (CESPE/2012) A tentativa, uma norma de extensão há, em razão da ineficácia do meio empregado, viola-
temporal, não se enquadra diretamente no tipo incri- ção, tampouco perigo de violação, do bem jurídico tu-
minador; faz-se necessária uma norma que amplie a fi- telado pelo tipo penal.
gura típica até alcançar o fato material.
61. (CESPE/2014) Crime impossível e delito putativo são
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA, ARREPENDIMENTO EFI- considerados pela doutrina como expressões sinôni-
CAZ E POSTERIOR E CRIME IMPOSSÍVEL mas.
52. (CESPE/2019) O Código Penal brasileiro adotou a teo- 62. (CESPE/2013) O denominado crime impossível ocorre
ria objetiva pura para a caracterização do crime im- apenas na hipótese de absoluta ineficácia, no que se re-
possível, em razão da inidoneidade do objeto ou do fere à produção do resultado desejado, do meio de exe-
meio para a prática do crime. cução utilizado pelo agente.
GABARITOS
1. Errado 19. Correto 37. Errado 55. Correto
2. Correto 20. Correto 38. Correto 56. Correto
3. Errado 21. Errado 39. Errado 57. Errado
4. Errado 22. Correto 40. Errado 58. Errado
5. Correto 23. Errado 41. Errado 59. Errado
6. Errado 24. Letra A 42. Correto 60. Correto
7. Correto 25. Correto 43. Errado 61. Errado
8. Correto 26. Errado 44. Correto 62. Errado
9. Errado 27. Errado 45. Letra D
10. Correto 28. Correto 46. Errado
11. Errado 29. Errado 47. Errado
12. Errado 30. Correto 48. Correto
13. Errado 31. Correto 49. Correto
14. Errado 32. Errado 50. Errado
15. Correto 33. Correto 51. Correto
16. Correto 34. Correto 52. Errado
17. Correto 35. Errado 53. Correto
18. Correto 36. Errado 54. Errado

— “Não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros.”. (Confúcio) 3

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