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Licenciado para - Mariana Marques Machado - 31178412881 - Protegido por Eduzz.com
SUMÁRIO
SUMÁRIO ....................................................................................................................................... 2
REGÊNCIA VERBAL ......................................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3
VERBOS NOTÁVEIS .................................................................................................................... 3
ADENDOS FINAIS ....................................................................................................................... 8
QUADRO RESUMITIVO .............................................................................................................. 9
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REGÊNCIA VERBAL
INTRODUÇÃO
A regência verbal é o estudo dos usos e das transitividades possíveis para os ver-
bos. Esse existe, porque nós, falantes, às vezes usamos alguns verbos inadequadamente.
O exemplo mais clássico é o do verbo assistir. Comumente, dizemos “Eu assisti ‘o’ filme
ontem”, mas a forma adequada é esta: “Eu assisti ao filme”, já que o verbo assistir, no
sentido de ver, de presenciar, é transitivo indireto e rege a preposição a. Todavia, o uso
adequado desses verbos é superimportante, por exemplo, à construção do texto.
VERBOS NOTÁVEIS
Alguns verbos, para nós, serão classificados notáveis, por serem de uso corrente
e, na maioria das vezes, equivocado entre os falantes. Como é, então, a forma correta? É
o que veremos agora.
1.º Aspirar
O verbo aspirar possui duas regências: quando tiver o sentido de inspirar, será
transitivo direto, isto é, regerá um complemento sem preposição; quando tiver o sentido
de desejar, de almejar, será transitivo indireto e regerá a preposição a.
É tão bom aspirar o ar puro daqui. [=inspirar]
Eu aspiro àquele cargo. [=desejo]
Eu aspirava seu doce cheiro. [=inspirava]
Você aspirou ao cargo de chefe. [=desejou]
2.º Assistir
O verbo assistir possui quatro regências: quando tiver o sentido de ajudar, de
prestar assistência, será transitivo direto e não regerá preposição; quando tiver o sentido
de ver, de presenciar, será transitivo indireto e regerá a preposição a; quando tiver o sen-
tido de caber, de proceder, será transitivo indireto e regerá a preposição a; quando tiver
o sentido de morar, de residir, será intransitivo e regerá a preposição em.
O médico assistiu o paciente. [=ajudou]
Que tal assistirmos à peça amanhã? [=vermos]
Não assiste a você o direito à fala. [=cabe]
Eu assisto em Brasília. [=moro]
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3.º Atender
Apesar das grandes divergências – parece que, quanto a esse verbo, cada gramá-
tico fala uma coisa –, usarei aqui a visão mais tradicional. Trata-se de um verbo com duas
regências: será transitivo indireto e regerá a preposição a se o complemento não for uma
pessoa; será transitivo direto e não regerá preposição se o complemento for uma pessoa.
Corra para atender ao telefone! [não pessoa]
Atenda o paciente que está à porta. [pessoa]
Sua proposta atende às minhas expectativas. [não pessoa]
Ele, o pai, atende o filho. [pessoa]
A mãe atende à filha1. [pessoa]
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Nesse caso, “à filha” é um objeto direto preposicionado. Usou-se a preposição para diferenciar sintatica-
mente os termos. Veja que, em “A mãe atendeu a filha”, não é possível saber se o sujeito é “A mãe”, ou se
é “a filha”. Lembra-se da exceção dos casos facultativos de crase? Pois é. Aparece aqui também.
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Há, no Português, vários verbos de movimento: ir, chegar, dirigir-se, levar, acom-
panhar...As regências são variáveis. Perceba que ir, chegar, fugir, sair, correr e dirigir-
se são intransitivos, mas levar e acompanhar são transitivos diretos. O problema aqui está
relacionado ao adjunto adverbial que acompanha esses verbos: eles devem ser introduzi-
dos pela preposição a, mas, na fala, geralmente são introduzidos pela preposição em.
Veja:
Os alunos foram à escola.
Já cheguei ao meu apartamento.
Dirija-se à portaria, para entrar.
A mãe levou o filho à escola.
Venha, que acompanharei à porta.
Se o agradecer lhe gerou estranheza, esses exemplos então foram um pesadelo! É
claro...quem usa chegar a? Na fala, ninguém, mas sabemos que as normas devem ser
preservadas num texto culto, principalmente na redação.
Cuidado com um detalhe! Alguns gramáticos entendem que esses termos preposici-
onados são objetos indiretos. Então, veja esta frase:
Ele chegou à festa.
Existem duas análises possíveis nessa frase: “chegou” é verbo intransitivo e “à festa”
é adjunto adverbial de lugar, ou “chegou” é verbo transitivo indireto e “à festa” é objeto
indireto.
6.º Implicar
É sempre transitivo direto, nunca rege a preposição em.
A nossa falta implicou problemas graves.
Suas acusações indevidas acarretarão processo.
A alta pressão resultou a quebra da barreira.
8.º Visar
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O verbo visar possui três regências: será transitivo direto no sentido de mirar e no
de dar visto; no sentido de almejar, de desejar, será transitivo indireto e regerá a prepo-
sição a.
Meninos, deixem os cadernos sobre a mesa, que eu os visarei.2
O atirador visa o alvo.
Sempre visei ao cargo de professor regente.
Viso a aprender mais todos os dias.
A preposição também deve vir se visar for sucedido por um infinitivo, como no
exemplo acima. Trata-se de uma oração com valor de objeto indireto (oração subordinada
substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo).
9.º Preferir
Esse verbo é, talvez, o de uso mais complexo. Diz-se muito “Prefiro chocolate ‘do
que’ biscoito”, provavelmente por uma relação comparativa que o verbo gera. Na ver-
dade, o verbo preferir é bitransitivo e rege sempre a preposição a. Portanto, o adequado
é “Prefiro chocolate a biscoito.”. Ainda há, com esse verbo, mais duas particularidades:
(1) não se usa, de maneira alguma, advérbios de intensidade com o verbo preferir, por
conseguinte não se usa “Prefiro ‘mais’ isso àquilo”. Se você “prefere” algo, já o prefere
“mais” que outra coisa. (2) Entre os complementos desse verbo, deve haver paralelismo
sintático (esse assunto será mais bem trabalhado à frente), por isso não se usa “Prefiro
Português ‘à’ Matemática”. Não se usou artigo com “Português”, então não se usará com
“Matemática”. Há, por fim, duas maneiras corretas de reescrever: “Prefiro Português a
Matemática” ou “Prefiro o Português à Matemática”.
Prefiro chocolate a menta.
Prefiro o chocolate à menta.
Prefiro que você saia a que entre.
Prefiro sair a entrar.
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Já até imagino a dúvida que isso suscita: Betinho, e o verbo “vistar”? Na verdade, anjinhos, ele é utilizado
inadequadamente. Não existe o verbo “vistar”. O nosso vocabulário oficial (ou, VOLP –Vocabulário Orto-
gráfico da Língua Portuguesa –; está na internet, para os curiosos) nem sequer registra esse verbo. O ade-
quado é visar.
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11.º Responder
Esse é outro verbo problemático entre os gramáticos. Eu darei aqui a regência
mais tradicional, mas já há outras possíveis. O verbo responder pode ser transitivo indi-
reto ou bitransitivo, mas sempre regerá a preposição a.
Responda ao questionário.
O aluno respondeu à pergunta.
O aluno respondeu a pergunta à professora.
Ele não me respondeu a pergunta.
12.º Custar
Esse verbo tem duas regências possíveis.
(a) Transitivo indireto regendo a preposição a, no sentido de ser trabalhoso,
ser custoso. Em geral, o sujeito do verbo é oracional nesse caso.
Custou a mim entender a matéria toda.
Custa àquele professor cumprir todos os prazos.
(b) Intransitivo seguido de adjunto adverbial de preço, no sentido de ter custo.
A mercadoria custa vinte reais.
Quando custa a máquina?
Os termos “quanto” e “vinte reais”, nesse caso, são analisados por alguns gramáticos
como objetos diretos, porém a análise mais tradicional os analisa como adjuntos adver-
biais de preço.
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ADENDOS FINAIS
Há, é claro, muitos outros verbos notáveis, como namorar, querer, custar, simpa-
tizar, antipatizar, dar e chamar, porém acho-os pouco usuais, isto é, é improvável que
vocês os usem numa redação, por exemplo. De todo modo, está abaixo uma lista com
alguns verbos notáveis que podem cair em sua prova, numa questão de gramática.
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QUADRO RESUMITIVO
Verbo Transitividade Regência Sentido
VTD – Fazer carinho, acariciar
Agradar
VTI a Satisfazer
VTD – Com pessoas
Atender Dar atenção
VTI a Com coisas
VTD – Respirar, inspirar
Aspirar
VTI a Almejar, desejar
VTD – Prestar assistência
VTI a Não se usa "assistir o filme" Ver, presenciar
Assistir
VI em Morar, residir
VTI a Caber
VTD – Convocar, convidar
VTD/VTI –/por "Chama algo" ou "chama por algo" Invocar auxílio ou proteção
Chamar
Pede predicativo do objeto introdu-
VTD/VTI –/a Apelidar
zido ou não por "de"
Alcançar um ponto no espaço ou no
Chegar VI a Não se usa "chegar em algum lugar"
tempo
VTI a Sujeito oracional Ser custoso
Custar Seguido de adjunto adverbial de
VI – Ter valor
preço
VTD – Registrar, emitir
VTI com Bater, topar
a/par
Dar VTDI Entregar, ceder
a/em
VI – Bastar
VL – Tornar-se
VTD – Não se usa "implicar em algo" Acarretar
Implicar
VTI com Demonstrar antipatia
"Algo a alguém" ou "alguém de
Informar VTDI a/de Notificar
algo"
VTD – Não é pronominal
Lembrar/Esquecer VTI de Pronominal Trazer à memória/ deixar escapar da
/Recordar "Algo a alguém" ou "alguém de memória
VTDI de/a
algo"
Namorar VTD – Não se usa "namorar com alguém" Ter relacionamento amoroso
Obedecer
VTI a Não se usa "obedecer o pai" Submeter-se à vontade de alguém
/Desobedecer
VTD – Com não pessoas
Pagar/Per- Restituir quantia/conceder perdão/ficar
VTI a Com pessoas
doar/Agradecer agradecido por
VTDI a Quando há dois objetos
Pisar VTD – Não se usa "pisar no" Pôr o pé sobre
Preferir VTDI a Não se usa "do que" Escolher um entre dois
VTI a Dar início
VI de Provir
Proceder
VI – Comportar-se
VI – Caber
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Quebrando a Gramática com Betinho Português com Betinho!
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