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HISTÓRICO DA HOMEOPATIA NO BRASIL

Em 1840 a Homeopatia foi introduzida no Brasil pelo médico francês, natural


de Lyon, Dr. Benoit Jules Mure, mais conhecido em nosso meio como Bento Mure,
que logo tratou de fazer discípulos entre os colegas brasileiros. As tinturas e as
substâncias utilizadas em Homeopatia vinham da Europa e os próprios médicos as
manipulava devido à inexistência de farmácias especializadas.
O número de homeopatas foi crescendo no Império e, por conseguinte, os
farmacêuticos passaram a manifestar interesse pela doutrina, participando dos
cursos organizados pelo Dr. Mure e pelo seu colega, Dr. João Vicente Martins. Por
volta de 1851 a Escola Homeopática do Brasil, sob forte pressão dos farmacêuticos,
resolve aprovar a separação da prática médica da prática farmacêutica. Não
existiam, até então, leis que regulamentassem a farmácia homeopática no Brasil,
facultando a manipulação de medicamentos homeopáticos aos proprietários leigos.
Somente em 1886, com o Decreto nº 9.554, surgiu uma lei que dava o
direito de manipulação apenas aos farmacêuticos. Abaixo descrevemos o
cronograma da Homeopatia no Brasil:
1840 - Benoit Jules Mure - Rio de Janeiro - Brasil (21/Nov).
1841 - Primeiro artigo de homeopatia publicado no Jornal do Comércio do
Rio de Janeiro.
1842 - Escola Suplementar de Medicina e Instituto Homeopático do Sahy -
Santa Catarina.
1843 - Retorno ao Rio de Janeiro, auxiliado por João Vicente Martins.
1844 - Instituto Homeopático do Brasil.
1844 - Primeiro consultório médico homeopático (10/Mar).
1845 - Início do Curso de Homeopatia da Escola Homeopática do Brasil,
proposta por João Vicente Martins, em 12 janeiro.
1846 - Governo Imperial confere certificados de conclusão de curso.
1847 - Fechada a Escola de Medicina Homeopática, por projeto de Lei,
apresentado por dois senadores do Império (Bernardo Pereira de Vasconcelos e
José Saturnino Costa Pereira), em 15 de setembro.
1848 - Retorno à Europa, em 13 de abril.
Anos Seguintes:
João Vicente Martins difunde a Homeopatia nos estados do Brasil. (1850 -
Epidemia de febre amarela no RJ).
1852 - João Vicente Martins deixa o Brasil.
1854 - Retorna ao Brasil e morre no Rio de Janeiro, em 08 de julho.
1859 - IHB - Instituto Homeopático do Brasil passa a se chamar Instituto
Hahnemanniano do Brasil.
1880 - Reconhecido pelo Governo Federal (Decreto 7.794 de 17/08/1880).
Atual IHB, na Rua Frei Caneca, 94 - Rio.
1911 - Homeopatia Dr. Alberto Seabra - SP
Farmácias de manipulação de Fórmulas Homeopáticas.
1914 - Faculdade Hahnemanniana, fundada pelo Dr. Licínio Cardoso e anexo
ao Hospital Homeopático Nilo Cairo, colega de Licínio Cardoso. Estas Instituições
fornecem cursos regulares, que são reconhecidos pelo Governo Federal.
1918 - Dr. Alberto Seabra e Murtinho Nobre se destacam no combate à
epidemia de Influência em São Paulo.
1924 - Conselho Superior do Ensino exigiu a troca do nome “Faculdade
Hahnemanniana” para “Escola de Medicina e Cirurgia do IHB”, que atualmente
pertence à Universidade do Rio de Janeiro.
1926 - Em uma população de mais ou menos 30 milhões de brasileiros, mais
de 5 milhões se tratavam exclusivamente pela Homeopatia.
1926 - Fundada a Farmácia e Laboratório Homeopático Homeoterápico S/A
- Praça João Mendes - SP.
1932 - 1° Congresso Brasileiro Homeopático. Fundação da Liga Homeopática
Brasileira. 1936 - APH (Associação Paulista de Homeopatia). (05/Junho)
1941 - Fundada a Liga Homeopática do Rio Grande do Sul, por iniciativa do
Dr. David Castro (grande batalhador pela difusão da Homeopatia no RS. Nascido
em Recife em 1915, formou-se em Salvador e cursou Homeopatia no RJ, na
tradicional Faculdade de Medicina da Rua Frei Caneca. Foi para o RS por
recomendação do Prof. José E. Rodrigues Galhardo, onde fundou três dispensários
homeopáticos).
1944 - 10º Congresso Sul Americano de Homeopatia - organizado pela Liga
Homeopática do RS em Porto Alegre e presidido pelo Dr. David Castro.
1950 - Rápido desenvolvimento de Farmácias Homeopáticas.

Exemplos:

Alberto Seabra
Militão Pacheco > São Paulo
Murtinho Nobre

Jader Cardoso de Almeida


Farmácia e Lab. Soares da Cunha > Bahia
Casa Granado

Almeida Cardoso > Rio de Janeiro


Lab. Simões
Lab. Coelho Barbosa

Van Der Laan


Vegethon > Rio Grande do Sul
Klein
Cruz Vermelha

1952 - 4° Congresso Brasileiro de Homeopatia em Porto Alegre, também


sob a presidência de David Castro – homenageado o centenário do nascimento de
Licínio Cardoso.
1956 - Durante o mandato do Pres. Juscelino Kubitschek, abertura ao capital
estrangeiro, facilitando importação de medicamentos, automóveis, fertilizantes,
entre outros.
1959 - 7° Congresso Brasileiro de Homeopatia (Liga Hom. do RGS),
apresenta moção que foi aprovada por unanimidade - criando o Dia da Homeopatia
no Brasil em 21 de novembro – data da chegada de Benoit Mure.
1960 - Uso abusivo de medicamentos e agrotóxicos - Talidomida.
1961 - 2° Simpósio Latino-americano de Homeopatia, organizado pela Liga
Hom. do RGS

- presidente Dr Thomas Paschero.


1969 - Durante o mandato do Pres. Castelo Branco, o Ministro da Saúde
reconhece a Terapêutica Homeopática junto a AMB.
1970 - Farmácias se transformam em Laboratórios: Almeida Prado,
Homeoterápico, Murtinho Nobre. Desenvolvimento extraordinário da Homeopatia.
1975 - Nova visão na Homeopatia. Medicina: Dr. Eizayaga, Puiggrós,
Demarque, Paschero, Flores Toledo, Ortega, Elizalde, Vijnovski, Micaela Moise,
Arturo Mendez, Boiron, Candegabe. Diversos cursos e palestras. Farmácia:
produtos naturais e fitocosmética (Natura e Boticário).
1976 - 1º ed. da Farmacopeia Homeopática Brasileira. Durante o mandato
do Pres. Ernesto Geisel por uma comissão indicada pelo Ministério da Saúde,
destacando-se Helena Minin.
1978 - 14° Congresso Brasileiro de Homeopatia - Associação Paulista de
Medicina - SP. 1979 - Reconhecimento da especialidade médica pela AMB (28/Jul)
Fundada a AMHB (24/Nov).
1980 - Conselho Federal de Medicina reconhece a especialidade através da
apresentação de títulos. Década de 80: Cursos para formação e especialização
de Médicos e Farmacêuticos nas principais associações de Homeopatia (IHB, APH,
AMHP (Curitiba), UFMG (Uberlândia), AMHES (Vitória), Lamasson (Ribeirão Preto),
AMHBH, UFRJ*, UFRGS *, Fac.Farm (Ponta Grossa), UF (Ouro Preto), IBEH (SP),
USP*, UF (Brasilia), etc.
1986 - 18º Congresso Brasileiro de Homeopatia/SP - atendimento
homeopático no INAMPS.
1988 - 19º Congresso Brasileiro de Homeopatia – Gramado/RS. Reativação
da AMHB (Pres.Matheus Marim). + de 1000 participantes, 200 farmacêuticos. Ideia
e compromisso de realização do Manual de Normas Técnicas.
1989 - 1° Encontro Nacional de Farmacêuticos Homeopatas do Brasil
(28/abr a 1/Mai) – Rio de Janeiro.
1990 - 2° ENFH (14 a 16/Jun) - SP, nasce a ABFH. AMHB - 1° Prova para
título de especialista para médicos homeopatas (29/Jul). + de 4000 médicos
homeopatas de 500 a 600 Farmacêuticos Homeopatas.
1992 - Manual de Normas Técnicas Para Farmácia Homeopática - 1º edição.
Súmula - Orientação para o Clínico.
1995 - 2° Edição do Manual de Normas Técnicas para Farmácia
Homeopática.
1997 - Portaria nº 1.180, de 19 de agosto de 1997 - Aprova a Parte 1 da
Segunda Edição da Farmacopeia Homeopática Brasileira.
Principais Associações Homeopáticas:

• IHB (l50 anos)


• APH (60 anos)
• Liga Homeopática do RGS (55 anos)
• AMNP (20 anos)
• AMHB
• ABFH
• ABVH
• ABOH
• IBEH
• SBMH

CONCEITOS FUNDAMENTAIS
DROGA

Matéria-prima de origem mineral, vegetal, animal ou biológica constituída


por um ou mais fármacos.

FÁRMACO

Produto ou substância que, em contato ou introduzida em um sistema


biológico, modifica uma ou mais de suas funções, com finalidade terapêutica ou
preventiva.

MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO

É toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada segundo o


princípio da similitude, obtida pelo método de diluições seguidas de sucussões e/ou
trituração sucessivas, com finalidade preventiva e terapêutica.

SUCUSSÃO

Consiste na agitação vigorosa e ritmada de fármacos sólidos e líquidos,


solúveis e dissolvida em insumo inerte adequado, contra anteparo semirrígido.

TRITURAÇÃO

Consiste na redução de fármaco a partículas menores por ação mecânica,


com lactose com excipiente, em geral de porcelana, visando solubilizar, diluir e
dinamizar o mesmo.

DINAMIZAÇÃO

É a resultante do processo de diluições seguidas de sucussões e/ou


triturações sucessivas de fármaco, em insumo inerte adequado, com a finalidade
de desenvolvimento do poder medicamentoso.
INSUMO ATIVO

Droga ou fármaco que se constitui no ponto de partida para a preparação


de medicamento.

INSUMO INERTE

Substância complementar de qualquer natureza, desprovida de


propriedades farmacológicas ou terapêuticas e utilizada como veículo ou
excipiente, bem como material de outra origem destinado ao acondicionamento de
formas farmacêuticas.

PONTO DE PARTIDA

Tintura-mãe, droga ou fármaco utilizado como ponto inicial para a obtenção


das formas farmacêuticas derivadas.

FORMAS FARMACÊUTICAS

São preparações resultantes da manipulação de insumos ativos e inertes de


acordo com as regras da farmacotécnica homeopática.

FORMA FARMACÊUTICA BÁSICA

Preparação que constitui o ponto inicial para as formas farmacêuticas


derivadas.

Tintura-mãe: É a preparação líquida, resultante da ação dissolvente


e/ou extrativa de um insumo inerte hidroalcoólico sobre uma determinada
droga.

FORMA FARMACÊUTICA DERIVADA


São preparações oriundas de forma farmacêutica básica ou a própria droga,
representando desconcentrações obtidas através de diluições seguidas de
sucussões e/ou triturações sucessivas.

Formas Farmacêuticas Derivadas de Uso Interno:


Formas Líquidas: dose única líquida e preparações líquidas
administradas sob a forma de gotas.
Formas sólidas: comprimidos dose única sólida, glóbulos, pós e
tabletes.
Formulações Farmacêuticas: com um ou mais insumo ativo:
formulações líquidas e sólidas (comprimidos, glóbulos, pós e tabletes).

Formas Farmacêuticas Derivadas de Uso Externo

Formas Líquidas: linimentos, preparações nasais, preparações


oftálmicas e otológicas.
Formas sólidas: apósitos medicinais, pós-medicinais e supositórios.
Formas Semissólidas: cremes, géis, géis-creme e pomadas.

FORMAS FARMACÊUTICAS DE USO EXTERNO

Correspondem à incorporação de formas farmacêuticas derivadas em


insumos inertes adequados.

ESCALAS

São as proporções (Insumo ativo: Insumo inerte) seguidas na preparação


das diferentes diluições. As dinamizações são preparadas segundo as escalas:
Centesimal, Decimal e Cinquenta milesimal.

- Escala Centesimal: a diluição é preparada na proporção de


1:100 (Insumo ativo: Insumo Inerte).
- Escala Decimal: a diluição é preparada na proporção de 1:10
(Insumo ativo: Insumo Inerte).
- Escala Cinquenta Milesimal: a forma derivada obedecerá a
proporção de 1:50.000.

POTÊNCIA

É o poder medicamentoso da droga ou fármaco, desenvolvido através da


dinamização.

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