Você está na página 1de 114

HOMEOPATIA

Profa. Dra. Camila Alves Areda


• Introdução. Histórico. Escolas Homeopáticas
2. Princípios Fundamentais.
3. A homeopatia na Saúde Pública. Equipe multidisciplinar
4. Noções de Farmacologia Homeopática
5. Medicamento Homeopático: definições; nomenclatura.
6. Farmácia Homeopática. Instalação. Legislação.
7. Bioterápicos
AVALIAÇÃO
• GRUPOS DE 3
– Estudo de um medicamento por grupo –
apresentação em slides 25 e 26/01
Medicamentos
• 1) argent. Nit. (nitrato de prata)
• 2) arsenicum album (arsênico)
• 3) calcarea carbonica (carbonato de cálcio –
concha de ostras)
• 4) graphites (grafite)
• 5) ignatia amara/strychnos ignati (sementes
de Ignatia amara)
• 6) Lycopodium clavatum (erva);
• 7) mercurius solubilis hahnemanni (mercúrio);
• 8) natrium muriaticum (sal, cloreto de sódio);
• 9) phosporus (fósforo);
• 10) pulsatilla nigricans/anemone pratensis
(planta)
• 11) sepia officinalis (tinta de siba)
• 12) silicea terra (sílica)
• 13) strychnos nux vomica (estricnina)
• 14) sulphur (enxofre)
• 15) trigonocephalus lachesis/ lachesis muta
(cobra surucucu)
Aula Prática
• 29/01 a 01/02 (Turma A, B, C e D)
• 12 ou 13 alunos por dia
• Ordem alfabética
Existem duas formas de curar uma doença:
1) Curar o órgão ou faculdade particular que
está defeituoso, doente ou fraco;
2) Fortificar os órgãos e faculdades saudáveis de
tal maneira que eles superem e curem o órgão
ou faculdade doente.
HIPÓCRATES
• Grego - 460 a 377 a.C.
• Pai da Medicina
• Rejeição da superstição e das práticas
mágicas;
• Início do pensamento científico;
• As doenças estavam igualmente
relacionadas ao meio ambiente, ao clima,
a uma determinada raça e à alimentação.
HIPÓCRATES

• Conceito totalitário da medicina ao


considerar todo processo patológico
como um fenômeno geral e os sintomas
locais como manifestação secundária.
HIPÓCRATES
• Como exemplo encontramos em seus
aforismos VI-XXI: “As varizes e
hemorróidas que surgem nos maníacos,
curam a mania”.
• Ele já observava que um paciente com
distúrbio de comportamento grave curava
com manifestações que aparentemente
não tem conexão com a doença como
varizes ou hemorróidas.
HIPÓCRATES
• Hipócrates fundamentou a sua prática (e
a sua forma de compreender o organismo
humano, incluindo a personalidade) na
teoria dos quatro humores corporais
(sangue, fleugma ou pituíta, bílis
amarela e bílis negra) que, consoante às
quantidades relativas presentes no corpo,
levariam a estados de equilíbrio
(eucrasia) ou de doença e dor (discrasia).
HIPÓCRATES
• Quatro humores corporais (sangue, fleugma ou
pituíta, bílis amarela e bílis negra) procedentes,
respectivamente, do coração, sistema
respiratório, fígado e baço.
• Cada um destes humores teria diferentes
qualidades:
• o sangue seria quente e úmido;
• a fleuma, fria e úmida;
• a bílis amarela, quente e seca;
• a bílis negra, fria e seca.

Segundo o predomínio natural de um destes humores


na constituição dos indivíduos, teríamos os diferentes
tipos fisiológicos: o sanguíneo, o fleumático, o bilioso
ou colérico e o melancólico.
HIPÓCRATES
Estabeleceu, em sua prática, quatro
princípios fundamentais:
• jamais prejudicar o enfermo;
• não buscar aquilo que não é possível
oferecer ao paciente, os famosos
milagres;
• lutar contra o que está provocando a
enfermidade;
• acreditar no poder de cura da Natureza.
HIPÓCRATES
• Oferecia três espécies de tratamento:
– a sangria, para acabar com os excessos;
– o purgante, com o objetivo de
complementar a purificação do organismo;
– e a dieta, para prevenir a constituição dos
maus humores.
– o contato com a natureza é igualmente uma
prescrição significativa, segundo o famoso
médico.
HIPÓCRATES

“A doença é produzida pelos semelhantes e


pelos semelhantes o paciente retorna à
saúde”
HIPÓCRATES

Similia similibus curantur (homeopatia)


x
Contraria contrariis curantur (alopatia)
SAMUEL HAHNEMANN

Dr. Cristiano Frederico Samuel Hahnemann


Médico alemão (1755 a 1843)
O PAI DA HOMEOPATIA
SAMUEL HAHNEMANN
• Alemanha – 1755
• Família com dificuldades financeiras
• Bolsa de estudos (inteligência brilhante)
• 1775-79 estudou medicina (formou-se aos 24
anos)
• Poliglota: 9 idiomas – alemão, latim, grego,
hebraico, inglês, francês, italiano, espanhol e
árabe.
SAMUEL HAHNEMANN

• Casou-se com Johanna H. L. Küchler, tiveram


11 filhos
SAMUEL HAHNEMANN

• Buscou uma compreensão mais


humanitária e racional da medicina
• Se aproximou das doenças e dos doentes
• Medicina da época: “medicina das sangrias”
• A praticou de 1779 a 1787
• Largou a medicina em 1787
SAMUEL HAHNEMANN

“Para mim, foi uma agonia estar sempre no


escuro quando tinha de curar o doente e
prescrever de acordo com essa ou aquela
hipótese arbitrária... Renunciei à prática da
medicina para não correr mais o risco de causar
danos à saúde alheia e dediquei-me
exclusivamente à química e às ocupações
literárias”
SAMUEL HAHNEMANN

Tradução de matérias médicas


SAMUEL HAHNEMANN
• 1790 – traduziu a Matéria Médica do médico
escocês Willian Cullen e descordou do que
defendia o médico
• Malária = quina (Cinchona officinalis) teria
efeito tônico sobre o estômago
SAMUEL HAHNEMANN
• Nota de Cullen: indivíduo saudável, ao ingerir
o pó da quina, apresenta sintomas da malária
(febre, dor abdominal e calafrios).
• Identidade entre doença e a droga ingerida
• Similia similibus curantur (Hipócrates)
• Uma droga reconhecidamente eficaz no
tratamento da malária era capaz de causar
seus sintomas no indivíduo são
SAMUEL HAHNEMANN
• Experimentação: Hahnemann “experimenta”
em si mesmo os efeitos de doses tóxicas de
quina.
• Conclusão: desenvolve os sintomas da
malária.
SAMUEL HAHNEMANN
• Experimentação
• Homem sadio – sinais e sintomas
• Homem doente – fenômeno da cura
• Introduziu a pesquisa objetiva e sistemática
aplicada à medicina
• Redução de efeitos tóxicos e nocivos das
drogas – doses infinitesimais (grandes
diluições)
SAMUEL HAHNEMANN
“Toda substância que, administrada em dose
forte, ponderável, até mesmo tóxica para o
homem de boa saúde, desencadeia distúrbios
precisos, torna-se, depois de diluída, portanto,
em DOSE FRACA, capaz de induzir o
desaparecimento desses mesmos distúrbios em
indivíduos doentes.”
SAMUEL HAHNEMANN
• 1790 – 1796: experimentação de cerca de 60
substâncias em indivíduos sadios (inclusive
Hanhnemann) utilizando doses ponderais
SAMUEL HAHNEMANN
• Ipeca (Cephaelis ipecacuanha)
• Parte utilizada: raízes

Poderoso vomitivo.
Em doses
homeopáticas, é
utilizada para o
tratamento de
náuseas e vômitos.
SAMUEL HAHNEMANN
• Café (Coffea cruda)
• Parte utilizada: grãos

Em doses fortes
causa ansiedade,
insônia.
Em doses
homeopáticas, é
utilizado para o
tratamento de
insônia
SAMUEL HAHNEMANN
• Nascimento oficial da Homepatia: 1796 (220
anos)
SAMUEL HAHNEMANN
• 1805 – Matéria médica homeopática - 27
substâncias
• 1805 – Esculápio na balança
• 1810 – Organon da arte de curar – doutrina
homeopática
• 1811 e 1826 – 6 volumes da matéria médica pura
– 1.777 páginas, 64 substâncias
• 1828 – As doenças crônicas – 5 volumes
• Disseminação da Homeopatia pela Europa
• Morreu em 1843: 21 livros e 25 traduções
MATÉRIA MÉDICA HOMEOPÁTICA
SAMUEL HAHNEMANN
• TODO INOVADOR É PERSEGUIDO
• Porém a verdade, ou aquilo que é verdadeiro,
não perece.
• Na França, quando um grupo de pessoas
procurou um ministro para proibir o uso da
Homeopatia, recebeu a resposta de que tudo
que não tem resultado perece por si próprio e
que, se a ciência de Hahnemann não tivesse
fundamento, ela desapareceria por si só, caso
não tivesse bases sólidas.
HOMEOPATIA NO BRASIL
• Médico francês, Dr. Benoit Jules Mure
(21.11.1840)
• Considerado o dia da homeopatia no Brasil
(21.11)
• Um fato marcante, que determinou a instalação
da homeopatia no Brasil, foi a cura obtida pelo
Dr. Joaquim Murtinho no então ministro de
Guerra, o Marechal João Nepomuceno de
Medeiros Mallet, apesar deste estar
desenganado pelas sumidades terapêuticas
oficiais.
HOMEOPATIA NO BRASIL
• 1851 – Escola Homeopática do Brasil separa a
prática médica da prática farmacêutica
• 1886 – Decreto n. 9.554 – Direito de
manipulação apenas por farmacêuticos
• 1918 – Decreto n. 3530 – Reconheceu o
Instituto Hahnemanniano do Brasil como
entidade de utilidade pública.
• 1952 – Decreto n. 1552 – Tornou obrigatório o
ensino de Farmacotécnica Homeopática em
todas as faculdades de farmácia do Brasil.
HOMEOPATIA NO BRASIL
• 1976 – Decreto n. 78.841 – 1ª edição da
Farmacopéia Homeopática Brasileira
• 1980 – Resolução n. 1.000/80 - reconhecida
pelo CFM como especialidade médica
• 1997 e 2003 – 2ª edição da Farmacopéia
Homeopática Brasileira
HOMEOPATIA NO BRASIL
• 2006 – inclusão no Sistema Único de Saúde
• Reino Unido, França e Alemanha também tem
homeopatia em seu sistema público de saúde.
HOMEOPATIA
“Um tratamento baseado em uma lei biológica
natural, segundo a qual uma enfermidade se
cura pela ação de um elemento (neste caso o
medicamento), capaz de produzir no organismo
sintomas semelhantes aos da enfermidade”
Homoios = semelhante
Pathos = sofrimento, doença
HOMEOPATIA
“Especialidade médica e farmacêutica que
consiste em ministrar ao doente doses mínimas
do medicamento, de acordo com a lei dos
semelhantes, para evitar a agravação dos
sintomas e estimular a reação orgânica na
direção da cura”
Homoios = semelhante
Pathos = sofrimento
HOMEOPATIA
• Medicina Holística = visualiza o paciente como
uma unidade psicossomática integrada ao
meio que o rodeia, de maneira tal que,
qualquer mudança em qualquer sentido,
modifica sua totalidade vital.

• Medicina Vitalista = é a que considera a


enfermidade, como uma desordem da Energia
Vital; energia esta que nos dá a vida e a que
nos mantém física e mentalmente sãos.
HOMEOPATIA
• 4 princípios básicos
– Lei dos semelhantes
– Experimentação no homem sadio
– Doses mínimas
– Remédio único
LEI DOS SEMELHANTES
“Qualquer substância capaz de provocar em um
homem sadio, porém sensível, determinados
sintomas é capaz de curar, desde que em doses
adequadas, um homem que apresente um
quadro mórbido semelhante, com exceção de
lesões irreversíveis”

Similia similibus curantur


LEI DOS SEMELHANTES
• Ex: Doente com úlcera gástrica:
– Hemorragias frequentes;
– Eventuais diarreias explosivas;
– Gosto amargo na boca;
– Sensação de sufocamento com falta de ar à noite;
– Grande inquietude de espírito;
– Ansiedade e muito medo da morte;
– Diminuição da memória;
– Queimações no estômago que acalmam com o calor e pioram
com o frio
LEI DOS SEMELHANTES
• Ex: Doente com úlcera gástrica:
Sintomas análogos ao da ingestão de arsênico;

Portanto, indicação de Arsenicum album em


doses diminutas
LEI DOS SEMELHANTES
“Patogenesia é o conjunto de sinais e sintomas,
objetivos (físicos) e subjetivos (emocionais e
mentais), que um organismo sadio apresenta ao
experimentar determinada substância medicinal”

“Simillimum é o “remédio” que abrange a


totalidade dos sintomas de um homem doente, ou
seja, aquele medicamento cuja patogenesia melhor
coincidir com os sintomas apresentados pelo
doente”
EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SADIO
“Experimentação no homem sadio, também
chamada experimentação patogenética,
homeopática ou pura, é o procedimento de
testar substâncias medicinais em indivíduos
sadios para elucidar os sintomas que irão refletir
sua ação”
EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SADIO
A única forma de conhecer de maneira confiável os
efeitos farmacológicos de uma substância medicinal
é experimentando-a no organismo humano sadio.

Ela é a base para a escolha de um medicamento,


possibilitando dessa forma que a manifestação
sintomática do doente e a da substância medicinal
se combinem fortalecendo e estimulando os
mecanismos de defesa, na direção da cura.
EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SADIO
Hahnemann =
método experimental indutivo

Fazia análise minuciosa dos fenômenos

Os descrevia na Matéria Médica Homeopática

Experimentadores voluntários: devem apresentar


um grau relativamente alto de sensibilidade às
substâncias testadas.
EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SADIO
Drogas testadas =
Dose tóxica, hipotóxica e dinamizada
Para revelar todos os sintomas

Doses tóxicas: sintomas físicos intensos, como


diarreias, cólicas, taquicadia (utiliza registros na
literatura médica de envenenamentos acidentais)
Doses dinamizadas: sintomas mais refinados e
específicos, que definem uma personalidade
(emocionais e mentais)
EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SADIO
A homeopatia compreende o ser humano como
um todo que reage integralmente quando
atingido por um processo mórbido, inclusive
com alterações na esfera psicomental.

Portanto, qualquer substância experimentada


que revele apenas sintomas físicos é insuficiente
para a homeopatia.
EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SADIO
Institutos de Pesquisa Homeopáticos:
• Adotam protocolos de experimentação patogenética;
• Método “duplo-cego”
• Droga x placebo
• Inicia com as doses ponderais (substância
concentrada), anota-se todos os sintomas
manifestados
• Doses seguinte, dinamização sempre mais diluída que a
anterior
• Sintomas são anotados para cada uma das doses nas 3
esferas: físico, emocional e mental
EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SADIO
Institutos de Pesquisa Homeopáticos:
• Ao final são compilados e discutidos com os
experimentadores;
• Sintomas apresentados por pacientes que usaram
placebo são excluídos;
• Patogenesias são compiladas nas “Matérias
Médicas Homeopáticas”, inclui-se os sintomas
descritos nos livros de toxicologia e os sintomas
que desapareceram depois que o medicamento
produziu a cura.
EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SADIO
• Não são feitos testes em animais e em
pacientes doentes
EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SADIO
• Não são feitos testes em animais e em
pacientes doentes;
• Cada espécie apresenta uma reação própria,
muito diferente da reação dos seres humanos
• Além disso, animais não falam, para expressar
os sintomas emocionais
• Doentes: mistura dos sintomas doença e
droga não permitem identificação precisa da
patogenesia
EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SADIO
• Ex:
– Beladona é mortal para elefantes em pequenas
doses; todavia é inócua para uma série de
pequenos animais;
– Noz-vômica e o acônito são inofensivos para
suínos e cães, respectivamente, mas podem matar
um homem.
DOSES MÍNIMAS
• Início de suas atividades como homeopata
Hahnemann utilizava drogas concentradas,
especialmente tinturas mãe.
• Paciente: reações da doença (naturais) +
sintomas provocados pelo medicamento
(artificiais) = abandono da terapia
homeopática
DOSES MÍNIMAS
“Para evitar as reações de agravação dos
sintomas provocadas pelos medicamentos em
altas concentrações, Hahnemann passou a
administrá-los diluídos, entretanto, os
medicamentos perderam seu efeito.
Acrescentou então o que chamou de sucussões,
ou seja, agitações vigorosas associada á diluição
e percebeu que o efeito era potencializado”
DOSES MÍNIMAS

A diluição do insumo ativo, sempre intercalada


pelas sucussões, obedece a uma progressão
geométrica, promovendo diminuição de sua
concentração química e aumento de sua ação
dinâmica, que estimula a reação do organismo
na direção da cura
HIPÓTESE DAS SUCUSSÕES
REMÉDIO ÚNICO
“Os medicamentos são experimentados
isoladamente no homem são, portanto, deve ser
dado um único medicamento para tratamento
do homem doente, o simillimum”

“Se utilizar mais de um medicamento por vez,


estes mobilizarão conjuntamente os
mecanismos de defesa do organismo, numa
competição, ficando impossível determinar
cientificamente, qual foi o responsável pela
cura”
MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO
A indicação de um medicamento homeopático
depende das características pessoais e reacionais
do paciente.
O clínico homeopata deverá saber reconhecer a
patogenesia que melhor se adeque às
manifestações físicas, emocionais e mentais
presentes no doente para, em seguida, prescrever o
simillimum.
Ele tratará o paciente como uma unidade corpo-
mente, que recebe continuamente influências dos
ambientes natural e social.
MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO
Enfermidade é o resultado da reação
insuficiente do organismo diante da doença.

Assim, faz-se necessário estimular a reação


orgânica para que esta possa soprepujar a força
da doença.
MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO
Quando administramos uma droga que provoca
sintomas semelhantes aos que o paciente está
sentindo, observamos, em um primeiro
momento, aumento transitório dos sintomas.
Entretanto, com o fim do efeito farmacológico,
após a droga ter sido eliminada, notaremos um
efeito biológico de sinal contrário, que é
traduzido pela reação orgânica à droga.
MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO
Como a droga e a doença provocam sintomas
semelhantes, haverá aumento sincrônico da
reação orgânica, que proporcionará a melhora
ou a cura do paciente.
Para evitar a piora inicial do paciente e estimular
ainda mais a reação orgânica, os farmacêuticos
lançam mão do processo de dinamização.
Com isso, podem-se utilizar substâncias tóxicas
sem causar malefícios aos pacientes.
MEDICAMENTO HOMEOPÁTICO
ESCOLAS MÉDICAS HOMEOPÁTICAS
Motivos:
• Complexidade da doença observada;
• A impressão dos sintomas;
• O desconhecimento dos princípios homeopáticos;
• O processo de industrialização do medicamento
homeopático;
• A inexistência de patogenesias capazes de cobrir a
totalidade dos sintomas observados no doente;
• A necessidade do estudo constante
• A experiência clínica particular de alguns homeopatas
ESCOLAS MÉDICAS HOMEOPÁTICAS
UNICISMO:
• Hahnemanniano:
• Único medicamento (o simillimum)
• Ex:
Pulsatilla nigricans 6LM
Tomar 1 colher (chá) de 2 em 2 horas

Sepia 12CH
Pingar 10 gotas diretamente na boca, 2 vezes ao dia
ESCOLAS MÉDICAS HOMEOPÁTICAS
UNICISMO:
• Kentiano (James Tyler Kent, médico norte-
americano)
• Único medicamento (o simillimum), única dose,
altíssimas potencias

• Ex:
Phosporus 10.000FC líquida
Tomar todo o conteúdo do frasco
ESCOLAS MÉDICAS HOMEOPÁTICAS
PLURALISMO ou ALTERNISMO:
• Dois ou mais medicamentos
• Horas distintas, alternadamente

• Ex:
Barium carbonicum 6CH, 20mL, 1 frasco
Phytolacca decandra 6CH, 20mL, 1 frasco
Pingar 5 gotas de cada medicamentos, diretamente na
boa, de 2 em 2 horas, alternando-os a cada tomada.
ESCOLAS MÉDICAS HOMEOPÁTICAS
COMPLEXISMO:
• Dois ou mais medicamentos
• Simultaneamente

• Ex:
Hydrastis canadensis 6CH, 20mL, 1 frasco
Hepar sulfur, 6CH, 20 mL, 1 frasco
Kalium bichromicum 6CH, 20mL, 1 frasco
Pingar 5 gotas de cada um dos medicamentos,
diretamente na boca, de 2 em 2 horas.
ESCOLAS MÉDICAS HOMEOPÁTICAS
COMPLEXISMO:
• Dois ou mais medicamentos
• Simultaneamente

• Ex:
Eupatorium 5CH
Bryonia alba 6CH ãã... qsp ... 30mL
Allium cepa 6CH
Tomar 5 gotas 4 vezes ao dia
ESCOLAS MÉDICAS HOMEOPÁTICAS
COMPLEXISMO:
• Industrialização
• Alopatizam a homeopatia, pois tratam a doença e
não o doente.
• Ex: complexo para gripe, sinusite etc
ESCOLAS MÉDICAS HOMEOPÁTICAS
ORGANICISMO:
• Prescreve visando órgãos doentes
• Resolução de queixas imediatas
• Próximo da alopatia

• Ex: caso de urticária


Urtica urens 6CH, 20mL, 1 frasco
5 gotas de hora em hora
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

VITALISMO é uma doutrina filosófica, segundo a


qual os seres vivos possuem uma força
particular que os mantém atuantes, o princípio
ou força vital, distinta das propriedades físico-
químicas do corpo.
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

MODELO FILOSÓFICO HOMEOPÁTICO: a condição


do organismo depende apenas da saúde da vida
que o anima. Assim, a doença consiste em uma
condição alterada originalmente apenas nas
sensibilidades e funções vitais, independentemente
de toda consideração química ou mecânica, ou seja,
a origem primária das doenças está na perturbação
da força vital
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

FORÇA VITAL: é ela que mantém o organismo


em harmonia. Sem ela, o organismo não age,
não sente e desintegra-se, sendo a força vital
responsável pela integração dos diversos níveis
dinâmicos da realidade humana (físico,
emocional e mental).
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

FORÇA VITAL: segundo Hahnemann ela é


mantenedora do equilíbrio orgânico.
Doenças são manifestações deletérias da força
vital modificada.
Quando a força vital é perturbada, os
mecanismos de defesa do organismo são
acionados (sobretudo os sistemas imunológicos
e endócrino).
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

FORÇA VITAL:
Pode ser influenciada negativamente por fatores
exógenos, como ritmos de vida insalubres,
alimentação de má qualidade, drogas etc, e por
fatores endógenos, como tristeza, irritabilidade,
ódio etc.
É favorecida por atividades artísticas, sono,
alimentação e ritmos de vida sadios.
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA
FORÇA VITAL:
Ex:
Os microrganismos são apenas fatores necessários, mas
não suficientes, para produzir doenças.
Fungos, estão sempre presente na pele, e, portanto, não
podem ser considerados a causa única das micoses.
Se, por algum motivo a força vital estiver comprometida e
outros fatores estiverem contribuindo para o
desenvolvimento fúngico (umidade, pH, temperatura
etc), esses microrganismos, sempre presentes, parecem
emergir e atacar, “causando” a micose.
SAÚDE
“Saúde é um estado de equilíbrio dinâmico que
abrange as realidades física e psicomental dos
indivíduos em suas interações com o ambiente
natural e social. A doença reflete, mediante os
sintomas o esforço da força vital na tentativa de
restabelecer o equilíbrio”
FORÇA VITAL
• Equilíbrio entre 3 estados:
– Mental
– Emocional Nível de importância

– Físico
COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA DA FORÇA
VITAL
• Método da Cristalização Sensível – Ehrenfried Pfeiffer

Folhas em fase de fenecimento Suco da Planta

Solução de Cloreto de Sódio


NÍVEIS DINÂMICOS
O ser humano apresenta três níveis dinâmicos
identificáveis: o físico, o emocional e o mental.
Sobre eles age a força vital, mantendo-os
equilibrados. O homem pensa por meio do seu
nível mental, sente por seu nível emocional, age
pelo seu nível físico e encontra-se coeso em
seus três níveis pela ação integradora da força
vital.
NÍVEIS DINÂMICOS
HOMEOPATIA X ALOPATIA

DOENÇA: DOENÇA:
Inicia nível emocional e Corpo físico é a única
mental dimensão do organismo
Manifestação sob a Manifestação sob a
forma de lesão orgânica forma de lesão orgânica
(final) (inicial)
Origina de diferentes Origina no componente
níveis da realidade celular
humana
NÍVEIS DINÂMICOS
Hierarquia dos níveis:
Físico: órgãos respiratórios > pele
Emocional: depressão > irritabilidade
Mental: delírio/paranoia > falta de concentração
NÍVEIS DINÂMICOS
Quando um órgão nobre é atingido por uma
doença, a força vital transfere o problema para
um nível mais periférico para aliviar a agressão.
Ex: bronquite: tosse e eczema

Força Vital
Pulmão Pele
NÍVEIS DINÂMICOS
Quando a força vital não está fortalecida, ex. por
uma crise emocional prolongada, pode
acontecer o inverso, uma piora, o problema
passar do nível emocional para o mental.

Força Vital
Angústia Depressão
NÍVEIS DINÂMICOS
Uso do medicamento paliativo, que trata apenas
os sintomas, como por ex. as erupções na pele,
leva a supressão, tornando-se um obstáculo à
cura pela força vital.
Impede a identificação do simillimum.
NÍVEIS DINÂMICOS
A supressão decorre da ação medicamentosa
paliativa, que acarretará inibição ou remoção de
sintomas antes da cura do problema original,
fazendo que ocorra seu retorno ou de outros
problemas mais graves depois de certo tempo.

Medicamento homeopático errado também


pode causar supressão!
NÍVEIS DINÂMICOS
Metástases mórbidas:
Perturbações causadas pela supressão, que ao
eliminar os sintomas faz uma reversão da ação
mórbida a níveis mais profundos e perigosos.
NÍVEIS DINÂMICOS
Ex:
supressão
Diarréia Antiespasmódicos e
Antidiarréicos

Metástase
mórbida

Úlcera Gástrica
NÍVEIS DINÂMICOS
Ex:
supressão
Eczema Pomada
Corticóide
Alternativa
homeopática

Pomada com
extrato de Evita a proliferação microbiana

calêndula
NÍVEIS DINÂMICOS

Se olharmos no tratado de Farmacologia


“Goodman e Gilman”, veremos entre os efeitos
colaterais do corticóide: psicoses.
PROCESSO DE CURA
• Homeopatia: reforça os mecanismos de defesa
naturais do organismo ao agir na mesma
direção da força vital;
• Não suprime os sintomas
PROCESSO DE CURA
• Ex:
Diarréias e vômitos: tentativa de eliminar
toxinas;
Febre: liberação de pirogênio endógeno
ativação de células de defesa (células T,
interferon etc), ambiente inapropriado para
desenvolvimento de MO ( T), retenção de Fe²+
PROCESSO DE CURA
• §7° do Organon
“Os sintomas são ó único meio pelo qual a
enfermidade dá a conhecer o medicamento de
que o paciente necessita. São sempre os
sintomas, que pertencem ao paciente, e não à
doença, que indicarão o medicamento
específico àquele enfermo...”
PROCESSO DE CURA
• §7° do Organon
“... A primeira constatação de que o tratamento
está sendo corretamente indicado acontece
quando ocorre aumento transitório dos
sintomas, que, logo a seguir, com a cura do
paciente, desaparecem.”
Hahnemann
PROCESSO DE CURA
• “Leis de Hering ou Leis da Cura”
– Constantine Hering (1800-1880): discípulo de
Hahnemann
– Probabilidades ou tendências dominantes para a
cura
PROCESSO DE CURA
• “Leis de Hering ou Leis da Cura”

• Os sintomas devem desaparecer na ordem inversa do


seu aparecimento;
• A cura progride do alto do corpo para baixo;
• O corpo procura exteriorizar os sintomas, mantendo-os
em suas partes mais exteriores (mucosas e pele);
• A cura progride dos órgãos mais nobres para os menos
nobres;
• Antigos sintomas podem reaparecer
PROCESSO DE CURA
• As doenças pioram quando atuamos parcialmente por
exemplo: tratando com uma pomada uma lesão de pele,
podem surgir sintomas em órgãos vitais, por exemplo, no
pulmão. Quando o paciente segue a lei de cura retornará essa
lesão de pele, exteriorizando a doença.
PROCESSO DE CURA
O exemplo clássico desta lei é descrita em Pediatria:
• Alternância de eczema e asma brônquica em criança, ou seja,
na vigência de uma lesão exzematosa, passam-se pomadas,
que fazem desaparecer a lesão, isto é, suprime a manifestação
e, logo em seguida, surge a asma brônquica, que melhora, tão
logo reapareça a lesão de pele.
PROCESSO DE CURA
• A doença se aprofunda partindo do estado agudo, podendo
chegar até o degenerativo, a partir da manifestação que se
enquadre no estado agudo, como, por exemplo, uma coriza,
levando a um estado gripal, seguindo-se a asma brônquica e
quiçá um estado degenerativo, como enfisema etc.
PROCESSO DE CURA
• Para que haja cura verdadeira, tem que se fazer o caminho de
volta, caracterizando a clássica volta dos sintomas antigos,
posto que o organismo só sabe resolver o seu problema na
sua superfície.
Classificação das Doenças
• Para os homeopatas existem quadros agudos
que na maioria das vezes são consequência de
estados crônicos ocultos.
• Portanto, o tratamento de doenças agudas só
é possível quando exploramos todos os
sintomas, até aqueles relacionados às esferas
emocional e mental dos indivíduos.
Classificação das Doenças
• Os homeopatas distinguem ainda, na
classificação das doenças agudas, as doenças
epidêmicas e as infecciosas específicas.
• Ex: febre amarela, sarampo, não dependem
dos estados miasmáticos para eclodir, mas sim
das condições da força vital.
Classificação das Doenças
• Hahnemann desenvolveu a teoria dos
miasmas para explicar a existência das
doenças crônicas.
• Com exceção das doenças crônicas
provocadas por abuso de drogas ou hábitos de
vida insalubres, Hahnemann identificou 3
miasmas responsáveis pela eclosão das
doenças crônicas: sífilis, sicose e psora.
Classificação das Doenças
• Miasma ou diátese crônica representa a
predisposição, congênita ou adquirida, que os
tecidos tem de reagir de modo especial a
certos estímulos, como expressão da
suscetibilidade individual, ou seja, miasma é o
estado crônico patológico que evolui dentro
de dados padrões reativos, caracterizado por
elevada predisposição a determinadas
doenças.
Classificação das Doenças
• A psora instala-se quando o organismo esgota
suas possibilidades defensivas, procurando
alívio por meio de fenômenos episódicos e
alternantes de descarga de toxinas.
• O estado reacional da psora refere-se a
alergias e manifestações cutâneas, serosas e
mucosas.
Classificação das Doenças
• A Sicose instala-se quando o organismo altera
a quantidade ou qualidade das eliminações ou
bloqueia as toxinas em órgãos ou regiões
circunscritas, originando neoformações.
• O estado reacional da sicose relaciona-se com
excrecências verrucosas (verrugas, condilomas
etc).
Classificação das Doenças
• A sífilis (não confundir com a doença de
mesmo nome) instala-se quando o organismo
tenta livrar-se das toxinas ou adaptar-se ao
estresse permanente, sacrificando os próprios
tecidos.
• O estado reacional da sífilis está relacionado
com a tendência à destruição dos tecidos
(úlceras, fístulas, furúnculos etc)
Classificação das Doenças
• Além das doenças agudas e crônicas, existem
as indisposições, oriundas de desvios
alimentares ou higiênicos, e as doenças
traumáticas ou de natureza cirúrgica.

Você também pode gostar