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ESTEROIDES

ANABÓLICOS
ANDROGÊNICOS
Os esteroides anabólicos androgênicos (EAA) são obtidos sinteticamente da testosterona ou de um de seus derivados, como a
dihidrotestosterona (DHT), e são utilizados para fins terapêuticos em função das propriedades anabólicas.

As modificações estruturais visam o desenvolvimento de EAA mais anabólicos, menos androgênicos, menos hepatotóxicos, mais
biodisponíveis ou com formas de administração mais convenientes. As principais modificações observadas estão relacionadas à
esterificação da molécula esteroidal, prolongando a ação do EAA e alquilação na posição 17 alfa da estrutura esteroidal, o que confere
atividade pela via oral.

Figura 1 - Estrutura química da testosterona e possíveis locais de modificação estrutural visando à


melhora da biodisponibilidade e da farmacocinética. Adaptado de CORONA e MAGI, 2010.
ESTANOZOLOL O estanozolol é um esteroide anabólico androgênico
(EAA), derivado sinteticamente da dihidrotestosterona
(DHT), obtido por alquilação da molécula na posição
17 alfa, o que limita o metabolismo de primeira
passagem quando administrado pela via oral,
Estimula a síntese protéica estendendo a duração dos efeitos. Assim como
outros EAA, o estanozolol foi desenvolvido com
o propósito terapêutico de utilização em alguns
Adjuvante nos processos de tipos de anemias refratárias a outras terapias,
depleção tecidual ou catabólica hipogonadismo masculino, osteoporose e distúrbios
catabólicos, como queimaduras e períodos pré e
pós-operatórios. Também tem sido utilizado no
Tratamento de anemias e tratamento do angioedema hereditário. Em função
angioedema hereditário das propriedades anabólicas que promovem o
aumento de massa muscular, do desenvolvimento de
SUGESTÃO POSOLÓGICA: força e resistência e da velocidade de recuperação
2 a 10 mg da musculatura, associado ao seu efeito androgênico
relativamente baixo, o estanozolol tem sido utilizado
por atletas fisiculturistas visando melhorar o
desempenho físico.

METENOLONA A metenolona é um esteroide anabólico androgênico,


derivado sinteticamente da DHB (dihidroboldenona) por

(ACETATO)
modificações estruturais como a ligação de um grupo
metil ao carbono C-1 da estrutura esteroidal, conferindo
atividade pela via oral. Os esteroides anabólicos
androgênicos (EAA) apresentam propriedades anabólicas
responsáveis pela retenção de nitrogênio e aumento
Esteroide anabólico androgênico do volume e força muscular, bem como a recuperação
deste tecido. Tem sido usado no tratamento de anemia
Baixas propriedades androgênicas e aplásica, por apresentar menor toxicidade hepática
pouco risco de hepatoxicidade em comparação aos EAA 17 alfa alquilados, também
administrados oralmente. Caracteriza-se por baixas
propriedades androgênicas e por ser pouco aromatizável.
Aumenta o volume e a força muscular

SUGESTÃO POSOLÓGICA:
20 a 100 mg
MESTEROLONA A mesterolona é um esteroide anabólico androgênico,
derivado sinteticamente da dihidrotestosterona (DHT) por
modificações estruturais como a ligação de um grupo
metil ao carbono C-1, conferindo atividade pela via oral e
reduzindo a metabolização hepática. A mesterolona tem
Esteroide anabólico androgênico sido utilizada no tratamento da deficiência androgênica
e infertilidade masculina associada ao hipogonadismo.
Por sua alta afinidade à SHBG (globulina ligadora de
Utilizado no tratamento de
hormônios sexuais), a mesterolona promove um aumento
deficiência androgênica masculina
de testosterona na forma livre, com mínima supressão
de gonadotrofinas como LH (hormônio luteinizante) e FSH
SUGESTÃO POSOLÓGICA: (hormônio folículo estimulante). Ainda, ao contrário de
25 a 50 mg outros esteroides anabólicos androgênicos, a mesterolona
não é metabolizada a compostos estrogênicos.

NANDROLONA A nandrolona é um esteroide anabólico androgênico


derivado da testosterona pela modificação estrutural com
adição de um carbono na posição 19, sendo também

(DECANOATO) conhecida como 19-nortestosterona, caracterizando


maior atividade anabólica e baixa atividade androgênica
em relação à molécula da qual se origina, além de pouca
aromatização. O decanoato de nandrolona é um análogo
Esteroide anabólico androgênico sintético obtido por esterificação da molécula na posição
hidroxil 17 beta, o que confere maior lipossolubilidade e
retarda a liberação do hormônio na circulação sanguínea.
Adjuvante no tratamento A nandrolona promove a síntese proteica, favorecendo
de processos catabólicos o balanço nitrogenado positivo no tecido muscular
esquelético e consequente hipertrofia. A nandrolona tem
Estimula a osteogênese sido utilizada para fins terapêuticos no tratamento da
sarcopenia associada ao HIV ou DPOC, anemia aplásica
refratária aos tratamentos convencionais e distúrbios
hormonais, como hipogonadismo, além de estimular a
POSOLOGIA A CRITÉRIO MÉDICO
osteogênese, o que justifica seu uso em condições nas
quais há perda óssea, como osteoporose.
OXANDROLONA Oxandrolona é um esteroide anabólico derivado
sinteticamente da dihidrotestosterona (DHT) por
modificações estruturais, incluindo uma substituição
do carbono 2 por um oxigênio e a adição de um grupo
metil ao carbono C-1 conferindo atividade pela via oral.
Esteroide anabólico androgênico Apresenta efeito anabólico moderado e é relativamente
pouco androgênica, sem efeitos colaterais pronunciados,
Adjuvante no tratamento sendo por esta razão bastante utilizada também por
de processos catabólicos mulheres. Promove o aumento da força muscular
possivelmente por ampliar os depósitos de fosfocreatina
intracelular, recuperando as reservas de ATP e
Importante efeito anabólico
possibilitando treinos mais intensos, bem como apresenta
propriedades de retenção de nitrogênio, estimulando
assim a síntese proteica e o ganho de massa muscular.
SUGESTÃO POSOLÓGICA: A oxandrolona tem sido utilizada na recuperação da
2,5 a 20 mg massa muscular associada a processos catabólicos, como
queimaduras, infecções crônicas, períodos pós cirúrgicos,
ou ainda no manejo de distúrbios do crescimento,
incluindo Síndrome de Turner, entre outros.

OXIMETOLONA A oximetolona é um esteroide anabólico androgênico


(EAA), derivado sinteticamente da testosterona, obtido por
alquilação da molécula na posição 17 alfa, o que limita o
metabolismo de primeira passagem, além da adição de
Tratamento de anemia aplásica um grupamento 2-hidroximetileno, que inibe a enzima
esteroidogênica 3-HSD, envolvida com a biossíntese
de progesterona. Na presença de ingestão calórica e
Estimula a síntese proteica proteica adequada, a oximetolona é capaz de melhorar
o balanço nitrogenado, estimulando a síntese proteica,
Adjuvante nos processos de bem como a restauração e o crescimento muscular em
depleção tecidual ou catabólica estados catabólicos, como HIV, DPOC, queimaduras e em
pós-operatório. A oximetolona estimula a hematopoese
pela medula óssea e dessa forma, tem sido usada no
tratamento de anemias por falência de medula óssea,
SUGESTÃO POSOLÓGICA:
mielofibrose, insuficiência renal e anemia aplásica, ou
1 a 50 mg
ainda, naquelas refratárias aos tratamentos convencionais.
TESTOSTERONA Testosterona undecanoato é um esteroide anabólico
androgênico, sendo um éster de testosterona, o que
influencia o perfil de liberação do hormônio na corrente

UNDECANOATO sanguínea. Parte de sua absorção se dá pelo sistema


linfático, o que limita o metabolismo de primeira
passagem e promove certa biodisponibilidade pela via
oral. A testosterona undecanoato tem sido utilizada no
Esteroide anabólico androgênico tratamento de reposição de testosterona e infertilidade
masculina associada ao hipogonadismo, atuando por
diversos mecanismos que buscam restaurar os níveis
Utilizado no tratamento de
plasmáticos totais de testosterona biodisponível a valores
deficiência androgênica
dentro dos limites da normalidade. Há evidências de seu
uso em meninos com atraso de crescimento constitucional
e da puberdade, induzindo ao desenvolvimento das
SUGESTÃO POSOLÓGICA: características sexuais secundárias.
40 a 60 mg

TREMBOLONA A trembolona é um esteroide anabólico androgênico,


derivado sinteticamente da 19-nortestosterona com
modificações estruturais como a adição de uma dupla

(ACETATO) ligação entre os carbonos 9 e 11 da estrutura esteroidal,


conferindo a esta substância elevada afinidade aos
receptores androgênicos, pouca aromatização e reduzindo
a metabolização hepática, de forma a apresentar potente
atividade anabólica. Além disso, a esterificação pela adição
Esteroide anabólico androgênico de um grupamento acetato no grupamento hidroxil 17
beta da estrutura, promove um perfil de liberação mais
Apresenta elevado potencial anabólico lento da trembolona a partir do seu local de administração.
Em geral, os EAA, como a trembolona, apresentam
propriedades anabólicas responsáveis pela retenção de
nitrogênio e aumento do volume e força muscular, bem
como a recuperação deste tecido em casos em que haja
POSOLOGIA A CRITÉRIO MÉDICO
comprometimento do mesmo. A atividade androgênica
da trembolona é pronunciada, de forma que os efeitos
virilizantes podem se manifestar.
METANDIENONA Metandienona, ou metandrostenolona, é um esteroide anabólico
androgênico, derivado sinteticamente da testosterona por
modificações estruturais incluindo a alquilação da posição
17 alfa do núcleo esteroide, o que confere atividade pela via
Esteroide anabólico androgênico
oral e limita o metabolismo hepático de primeira passagem.
Historicamente, foi utilizado como adjuvante no tratamento de
SUGESTÃO POSOLÓGICA: condições debilitantes como distrofia muscular, osteoporose
2,5 a 5 mg pós-menopáusica e nanismo hipofisário. Há evidências
empíricas (relatos) do seu uso para fins estéticos em
fisiculturismo e melhora de desempenho atlético.

Importante

- Os EAA constam na Portaria 344/98 – Lista C5 e figuram na Lista de Substâncias e Métodos Proibidos da Agência
Mundial Antidopagem (WADA). Seu uso por atletas é proibido durante e fora do período de competição.
- O uso indiscriminado dos EAA, em doses supra fisiológicas e sem orientação e acompanhamento médico,
pode desencadear efeitos adversos como distúrbios de humor, doenças cardiovasculares, hepatotoxicidade e
comprometimento da função renal e reprodutiva.

Estes insumos devem ser utilizados sob


orientação médica.
Informativo destinado a profissionais da saúde.

LITERATURAS CONSULTADAS
Cook-Botelho, J. C., Bachmann, L. M., & French, D. (2017). Chapter 10 - Steroid hormones. Mass Spectrometry for the Clinical Laboratory. Elsevier Inc.

Corona, G., & Maggi, M. (2010). The role of testosterone in erectile dysfunction. Nature Reviews Urology, 7(1), 46–56.

Goldman, A., & Basaria, S. (2018). Adverse health effects of androgen use. Molecular and Cellular Endocrinology.

Hartgens, F., & Kuipers, H. (2004). Effects of Androgenic-Anabolic Steroids in Athletes. Sports Medicine, 34(8), 513–554.

Kicman, A. T. (2008). Pharmacology of anabolic steroids. British Journal of Pharmacology, 154(3), 502–521.

Silverthorn, D. U. (2017). Fisiologia humana: uma abordagem integrada (7 ed.). Porto Alegre: Artmed.

William Llewellyn. (2011). Anabolics E-Book Edition (English Edition).

1ª impressão - 2019

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