Você está na página 1de 57

Alimentos funcionais

no esporte
Pós-Graduação em Nutrição
Esportiva - UNIRP

Vanessa L. P. dos Santos


Nutricionista Funcional – CRN3 17401
Doutora na área de Nutrigenômica - UNESP
Tópicos abordados na aula

Estresse Oxidativo

Mitocôndria

Nutrigenômica, Nutrigenética e Atleticogenômica

Microbioma Humano

Alimentos Funcionais
Prática regular de exercício físico 
estilo de vida saudável – prevenção de doenças e
diminuição da mortalidade

redução da inflamação e EO

EO = em atletas há aumento do stress mecânico nas


fibras musculares esqueléticas células dos sistemas
osteo-articular e cardiovascular. Temperatura
corporal e TMB

Tratado de Nutrição Esportiva Funcional.


Paschoal, V; Naves, A. 2014
Exercício físico agudo ocorre sobrecarga orgânica
oxidativa com consequente lesão de membranas cell
musculares dependente da intensidade, duração e
tipo de exercício realizado (maratonas e triatlon)

Estresse oxidativo  músculos esqueléticos, outros


órgãos e sistemas corporais responsáveis pela
regulação e manutenção da homeostasia orgânica

Tratado de Nutrição Esportiva Funcional.


Paschoal, V; Naves, A. 2014
A ingestão de alimentos funcionais por atletas e
esportistas  relação com ação antioxidante e
diminuição da produção RL

atividades de longa duração.

Durante a prática esportiva: 10-20x consumo total


O2 e 100-200x captação O2 pelo tecido
muscular  ocorrência de danos celulares
(recuperação muscular) e alteração SI

Tratado de Nutrição Esportiva Funcional.


Paschoal, V; Naves, A. 2014
Estresse oxidativo - definição

• O EO ocorre quando existe um desequilíbrio


entre a ação dos agentes oxidantes e dos
antioxidantes, a favor dos primeiros
Tratado de Nutrição Esportiva Funcional.
Paschoal, V; Naves, A. 2014
 Radicais livres: grupo de substâncias químicas que se
caracterizam por possuírem um ou mais elétrons
desemparelhados numa das suas orbitais externas podem
induzir alterações severas na estrutura de moléculas
fundamentais para a manutenção da homeostasia celular,
resultando numa possível perda de funcionalidade ou até
mesmo na perda de viabilidade da célula

Classificação dos RL de acordo com o átomo que contém o elétron desemparelhado


Radicais livres
Regulação de importantes mecanismos fisiológicos

sinalização celular
regulação da expressão gênica
mediação da reação inflamatória
potenciação dos mecanismos de defesa orgânica
EROS: englobam os RL e não-radicais que apesar de não possuírem
átomos com elétrons desemparelhados, são potencialmente
geradoras desses radicais

Superóxido: não atravessa facilmente membranas celulares e reage com AG dos


fosfolipídios na membrana celular. Por ação enzimática gera o H2O2.
O radical hidroxila possui elevada reatividades com as biomoléculas
adjacente  é a ERRO que induz maus alterações estruturais no organismo

Ao retirar um átomo de hidrogênio dos AGPI das membranas celulares 


inicia processo de peroxidação lipídica causando estruturais e funcionais nas
membranas celulares.
HIPÓXIA

Inosina Monofosfato
Peroxidação lipídica
 Alteração de permeabilidade e fluxo iônico das membranas perda da seletividade
para a entrada e saída de nutrientes e substâncias tóxicas à célula; compromete
componentes da matriz extracelular
 Evento citotóxico primário  apoptose celular
Peroxidação lipídica

Corrida de
longa duração
– por até 72h

8-hidroxi-2´-deoxiguanosina
(8-OHdG)
Gênese EROS - locais
• Mitocôndrias: principal fonte de ERO no músculo
Esquelético (repouso ou durante o exercício agudo)

• Retículo endoplasmático
• Lisossomas
• Membranas celulares
• Peroxissomas
• Citosol
Mecanismos indutores de lesão celular
A base nitrogenada guanina é altamente sensível à oxidação por RL

Processos mutagênicos e carcinogênicos


Ação integrada dos diferentes mecanismos antioxidantes,
enzimáticos e não-enzimáticos

Cu, Zn, Mn

Se Fe
adaptação do sistema
de defesa enzimático
Quanto maior é a intensidade do exercício (≥ 70% VO2máx), maior
é a síntese de ERO

Exercícios intensos e prolongados ou treinos exaustivos ou com


frequência de treinamento muito elevada  diminuiu capacidade
do sistema antioxidante endógeno causando graves lesões
musculares ( processo inflamatório local e EO)

Após exercícios intensos e prolongados há aumento na


concentração plasmática de outros antioxidantes não enzimáticos
(vitaminas E, C e ácido úrico)

reduzir o estresse oxidativo promovido pelas ERO.

Há diminuição da atividade de enzimas AO SOD, CAT e GPx causada


pela inativação e proteólise desta enzimas e estimulada pela
elevada produção de RL.
síntese de ERO em exercícios anaeróbios
 ativação da cadeia de transporte de elétrons
 síntese aumentada das enzimas xantina-oxidase e
NADPH-oxidase
 prolongado processo de isquemia e reperfusão
tecidual
 atividade fagocítica
 aumento da síntese de ácido lático, catecolaminas e o
elevado processo inflamatório

Há aumento da peroxidação lipídica no plasma e na LDL


após competições esportivas  necrose de fibras
musculares e aumento de CK, DHL e AST
(marcadores de lesão muscular)
Tratado de Nutrição Esportiva Funcional.
Paschoal, V; Naves, A. 2014
Exercício regular induz

Aumento de enzimas AO
Aumento de mitocôndrias no músculo, porem a
concentração de enzimas é inalterada  ERON
Reduz ligação de ferro nos músculos proteção
contra lesão oxidativa via reação de Fenton
Neutrófilos produzem menos ERON  menor
inflamação muscular

Tratado de Nutrição Esportiva Funcional.


Paschoal, V; Naves, A. 2014
Xantina Oxidase: enzima está presente em grandes quantidades no endotélio vascular
dos músculos esqueléticos
Exercício

Lesão oxidativa:
Músculo esquelético,
coração, pulmão,
rim e fígado

Neutrófilos fagocitam a fibra muscular lesada por


meio da ativação do sistema enzimático NADPH e da
liberação de enzimas proteolíticas a partir dos
seus grânulos intracelulares
IL-6 e exercício
 Aumento da massa muscular, melhora do sistema cardiovascular, redução da
incidência
de doenças e infecções é devida às adaptações induzidas sobre os diversos sistemas
corporais, incluindo o sistema antioxidante endógeno
Óxido Nítrico: induz síntese ERO via resposta inflamatória

iNOS é ativada por citocinas que em estados de elevado


processo inflamatório crônico oxidação de proteínas
essenciais a homeostasia celular, PL e EO
Antioxidantes – prevenção de dano
muscular
• Betacaroteno
• Vitamina C associados
• Vitamina E: CK e DHL
• NAC: GSH
• Coenzima Q10
• Selênio: GPx e Peroxidação lipídica
• Mn, Zn

Tratado de Nutrição Esportiva Funcional.


Paschoal, V; Naves, A. 2014
Produzidos por peroxidação do
ácido araquidônico

Oxidação do DNA
Vitaminas importantes nos cofatores de transferência de elétrons:
Tiamina B1(TPP), riboflavina B2(FAD), Niacina B3 (NAD), Pantotenato (ou ácido
pantotênico, ou pantotenato de cálcio) B5 (CoA), Acido lipóico (Ácido lipóico), Biotina
(conversão de acetato em malato, de piruvato em oxalacetato)
Enzimas antioxindantes endogenas:
Glutationa Peroxidase - GPx: Selenio
Superoxido Dismutase -SOD: zinco, cobre e manganês
Mitocôndrias
Suplementação Biogênese Mitocondrial

• Ômega 3
• Taurina, NAC (para formação de glutationa)
• Magnésio: 1/3 estão nas mitocôndrias, complexado com ATP e Componente da
membrana e ácidos nucléicos, cofator cadeia de transporte de elétrons, participa na
cascata de sinalização da insulina
• Antioxidantes exógenos: Manganês, selênio, zinco, vitamina C, Vitamina E
• Vitaminas B1, B2, B3 e B5
• Antioxidantes fitoquímicos: catequinas, resveratrol, picnogenol, crataegus, quercitina,
Capsaicina
• Ácido lipóico (300-600mg )
• Acetil L carnitina 500mg ou L Carnitina 2g
• Q10: na forma oleosa, em gotas ou cápsulas
• Elevar produção ATP  exercício físico
• Restrição calórica
• Fibras
T3:
Estimula a respiração mitocôndrial
Estimulo Mitocondrial
Biogênese Mitocondrial
Mudança na massa mitocôndrial
Nutrientes: Tirosina, Selênio, Iodo, Antioxidantes
NUTRIGENÔMICA
Como os nutrientes e compostos bioativos dos
alimentos influenciam o estado saúde e
doença por meio da modulação da expressão
gênica

German JB. JADA, 103: 530-531, 2005


Kanherkar et al. Epigenetics across the human lifespan.
Front. Cell Dev. Biol., 09 September 2014
• Polifenóis (chá verde, uva, vinho, curcumina, oliva, romã) e seus
metabólitos atuam na modulação de vias de sinalização celular e não
somente tem um efeito direto como antioxidante
Nrf2 = fator 2 nuclear de transcrição relacionado ao eritrócito

• Fator chave da modulação do sistema de defesa contra toxinas e


carcinógenos
• Induz enzimas de fase II da detoxificação
• Fitoquímicos ativam Nrf2 atuando na expressão gênica

Oxid Med cCell Longev. 2016;2016:7857186


Sulforafano e Nrf2

• Não está presente naturalmente nas brássicas e é formado com o corte/


mastigação da brássica, sendo rapidamente degradado. Brócolis contém
75% de glicorafanina na forma de glucosinolato.
• Ação da mirosina é dependente de Bifidobacterium, Lactobacillus, e
Bacteroides

Oxid Med cCell Longev. 2016;2016:7857186


Sulforafano e Nrf2

Nrf2 é sequestrado do citoplasma pela KEAP-1 que é


rica em cisteína e após ligação com grupos sulfidrila
é solto e transloca-se para o núcleo
KEAP-1 é ativado quando há
alteração do equilíbrio redox

No núcleo se liga ao Elemento de resposta antioxidante (ARE),


atuando na expressão gênica de GSH e enzimas fase II detox

Oxid Med cCell Longev. 2016;2016:7857186


Biodisponibilidade dos compostos
fitoquímicos

• Sulforafano: 30mg/dia ou
200g brócolis  atinge pico
plasmático em 1 hora.
• Quercetina: 300 – 500mg/dia
• Curcumina: 300-400mg/dia +
8mg piperina (melhor
biodisponibilidade)
• Silimarina: 300-400mg/dia

Oxid Med cCell Longev. 2016;2016:7857186


Ativadores de Nrf2

• Brássicas (sulforafano) • Berries , maçãs; frutas


• Curcumina cítricas
• Vinho tinto
• Resveratrol
• Chás: verde, branco, preto e
• Quercetina oolong
• Silimarina • Cacau e Café
• Vitaminas D e E • Grão de bico
• Selênio, Zinco, cromo • Brotos de feijão
• Pimenta picante
• Coenzima Q10
• Alecrim, Sálvia, Tomilho,
• Gengibre Salsão, cebolinha e salsa
• Alho

Oxid Med cCell Longev. 2016;2016:7857186


Nutrigenética

Avalia como a constituição genética (SNPs)


influencia a resposta em relação à ingestão de
uma determinada dieta

German JB. JADA, 103: 530-531, 2005.


Costa V. Journal of Nutritional Biochemistry
21 (2010) 457–467.
FTO
• O gene FTO (fat mass and obesity associated)
• alelo variante: rs9939609

Obesidade
desmetilação do DNA (estresse oxidativo)

gene FTO: papel importante na lipólise e padrão de


distribuição da gordura corpórea

Hunt et al., 2008; Gerken et al., 2007;


Sanchez-Pulido & Andrade-Navarro, 2007; Zabena et al .,2009.
SNPs e obesidade

• Revisão de estudos
GWAS
• FTO: controla ingestão
alimenta, termogênese
e metabolismo AG 
aumento peso e
gordura corporal
• TBC1D1: aumento risco
obesidade devido
aumento absorção AG
• TMEM18: obesidade,
SM
• SDCCAG8, MSRA, TNKS:
atuam na regulação
peso e homeostase
energética
SNP metabolismo cafeína e DCV

Cafeína pode levar ao aumento da PA e


risco de doença isquêmica cardíaca

•antagonista aos receptores de adenosina = vasoconstrição


•Inibição das fosfodiesterases, com acúmulo de adenosina
monofosfato cíclica (c-AMP) e intensificação dos efeitos das
catecolaminas, como adrenalina e noradrenalina.

Reflexo na resposta psicoativa, aumento da pressão arterial, além da


sobrecarga no sistema cardiovascular.
v v

Você também pode gostar