Você está na página 1de 31

LESÃO CELULAR

Prof. (a): Ana Virgínia Matos


AULA 2 ana.barreto@grupounibra.com
INTRODUÇÃO

3
INTRODUÇÃO

4
INTRODUÇÃO

➢ LESÃO CELULAR REVERSÍVEL: célula agredida pelo estímulo


nocivo, tendo alterações funcionais e morfológicas, mantendo-se
viva e recuperando-se quando o estímulo nocivo é retirado.

➢ LESÃO CELULAR IRREVERSÍVEL: célula incapaz de se recuperar


depois de cessada a agressão, evoluindo para a morte celular.

5
CAUSAS DE LESÃO CELULAR
CAUSAS EXÓGENAS

Agentes
físicos

Radiaçã Variação de
temperatura Variação da Trauma (força
o pressão mecânica)
atmosférica

Agentes
químicos

Substâncias Poluentes Medicamento Drogas


tóxicas s
CAUSAS DE LESÃO CELULAR
CAUSAS EXÓGENAS

Agentes
biológico
s

Bactérias Vírus Fungos Parasitas

Distúrbios
nutricionais

Excesso ou deficiência de nutrientes


CAUSAS DE LESÃO CELULAR
CAUSAS ENDÓGENAS

O limite entre o estímulo fisiológico e lesivo não é exato.


Radiação UV pode causar estímulo para produção de
melanina, formação de bolha, descamação da pele ou
câncer. genético
Patrimônio Mecanismos de defesa
imunológicos

Fatores emocionais
CAUSAS DE LESÃO CELULAR
PRIVAÇÃO DE OXIGÊNIO
Diminuição na oferta de O2 às células
ou interferência na sua utilização é
condição muito frequente em várias
situações patológicas.

Redução no fornecimento de O2 é
chamada hipóxia, enquanto sua
interrupção é denominada anóxia;
ambas são causas muito comuns e
importantes de lesões e doenças.

Isquemia significa a deficiência ou


ausência de suprimento sanguíneo e,
consequentemente, de oxigênio, em
determinado tecido ou órgão.
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL

DEGENERAÇÃO – tipo de lesão reversível, resultando em alterações


físico-químicas e no acúmulo de substâncias no interior (citoplasma)
das células.

Degeneração hidrópica
➢ Tumefação celular
➢ Surge quando as células
se tornam incapazes de
manter a homeostase
hídrica e iônica.
➢ É resultante da falha da
bomba de Sódio e Caracteriza da pelo acúmulo de
Potássio. água no citoplasma, que se torna
volumoso e pálido com núcleos
normalmente posicionados.
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL

Degeneração gordurosa
➢ Manifesta-se pelo surgimento
de vacúolos lipídicos no
citoplasma.
➢ Ocorre na lesão hipóxica e
em várias formas de lesão
metabólica ou tóxica.
➢ Observada em células
envolvidas no metabolismo
de gordura , como
hepatócitos e células do
miocárdio.

Esteatose é o acúmulo de gorduras


neutras (mono, di ou triglicerídeos)
no citoplasma de células que,
normalmente, não as armazenam.
11
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL

Lipidoses
Lipidoses são acúmulos intracelulares de outros lipídeos que não triglicerídeos. Em
geral, são representados por depósitos de colesterol e seus ésteres.

Aterosclerose - depósitos de
A arterioesclerose ocorre quando as
colesterol, ésteres do colesterol e, em
artérias se endurecem ou são menor quantidade, de fosfolipídeos e
bloqueadas por gordura, colesterol e glicerídeos em artérias de médio e
outras substâncias
grande calibres. É multifatorial, com
participação de fatores genéticos e
ambientais.
12
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL

Degeneração hialina
➢ Consiste no acúmulo de material
proteico e acidófilo no interior de
células.
➢ Hialino que dizer semelhante a
vidro e designa o aspecto
homogêneo e fortemente róseo
(ou eosinófilo) que assumem em
um corte histológico proteínas
condensadas ou aglutinadas.
➢ Formam corpúsculos no Interior
das células.
➢ Corpúsculos de Mallory, um
manifestação morfológica
altamente característica, mas não
patognomônica, da ação tóxica do
etanol sobre o fígado.
13
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL

Degeneração
glicogênica
➢ Indica acúmulo de
carboidratos no interior
da célula.
➢ A principal causa é a
deficiência de enzimas
que oxidam a glicose no
interior da célula para
produzir energia
metabolizável.
➢ Quando coradas pelo
PAS (Ácido periódico de
Schiff), as células
revelam acúmulo de
glicogênio no citoplasma.
14
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL
➢ As alterações ultraestruturais da lesão celular incluem:

1. Alterações da membrana plasmática, como formação de


bolhas, apagamento e perda das microvilosidades.
2. Alterações mitocondriais, que incluem tumefação e o
aparecimento de pequenas densidades amorfas.
3. Dilatação do retículo endoplasmático, com
destacamento dos polissomas; figuras de mielina
intracitoplasmáticas podem estar presentes
4. Alterações nucleares, com desagregação dos elementos
granulares e fibrilares.

15
MECANISMOS DE LESÃO CELULAR

PRINCÍPIOS

1) A resposta celular depende do tipo da agressão, sua duração e


sua intensidade

2) As consequências da agressão à célula dependem do tipo


celular, estado e adaptabilidade da célula agredida.

3) As lesões celulares causam alterações bioquímicas e funcionais em um ou


mais componentes celulares.

a) respiração aeróbia
b) membranas celulares
c) síntese protéica
d) citoesqueleto
e) aparato genético da célula

16
MECANISMOS DE LESÃO CELULAR

17
MECANISMOS DE LESÃO CELULAR

Transporte
intracelular

Ativação de
bombas ATP -
Representa energia dependentes
celular
Transporte
transmembrâ
nico
Síntese de
proteínas
18
Vias principais
O2/↓O2

19
DEPLEÇÃO DE ATP
➢ A depleção de ATP e a redução de síntese de ATP são frequentemente associadas a
lesão isquêmica e química (tóxica).
➢ As principais causas de depleção de ATP são a redução do fornecimento de oxigênio
e nutrientes, danos mitocondriais e a ação de algumas substâncias tóxicas (p. ex.,
cianeto).
➢ ATP é requerido virtualmente para todos os processos sintéticos e degradativos
dentro da célula.
➢ Estes incluem o transporte na membrana, síntese de proteína, lipogênese e reações
de desacilação-reacilação necessárias à modificação de fosfolipídios.
➢ A depleção de 5% a 10% dos níveis normais de ATP produz extensos efeitos em
muitos sistemas celulares críticos:
1. A atividade da bomba de sódio dependente de energia da membrana
plasmática (Na+, K+-ATPase ouabaínasensível) é reduzida.
2. O metabolismo energético celular é alterado.
3. A falência da bomba de Ca2+ leva ao influxo de Ca2+, com efeitos danosos em
vários componentes celulares.
4. Redução da síntese proteica.
5. Desencadeia uma reação chamada de resposta de proteína não dobrada que
pode culminar em lesão e morte celular.
6. Finalmente, há dano irreversível às mitocôndrias e às membranas
lisossômicas, e a célula sofre necrose.

20
DEPLEÇÃO DE ATP

21
LESÃO MITOCONDRIAL
➢ A mitocôndria pode ser danificada por aumentos de Ca2+
citosólico, espécies reativas de oxigênio, privação de
oxigênio, e assim elas são sensíveis a praticamente todos
os tipos de estímulos nocivos, incluindo hipoxia e tóxicos.
➢ Há três principais consequências dos danos mitocondriais:
1. Poro de transição de permeabilidade mitocondrial. A abertura desse canal de
condutância leva à perda do potencial de membrana mitocondrial, resultando
em falha na fosforilação oxidativa e na depleção progressiva do ATP,
culminando na necrose da célula
2. A fosforilação oxidativa anormal também conduz à formação de espécies
reativas de oxigênio, as quais têm muitos efeitos deletérios.
3. As mitocôndrias abrigam entre suas membranas interna e externa várias
proteínas capazes de ativar as vias apoptóticas, incluindo o citocromo c e
proteínas que ativam indiretamente enzimas indutoras da apoptose, chamadas
caspases. O aumento da permeabilidade da membrana mitocondrial externa
pode resultar na liberação dessas proteínas para o citosol e em morte por
apoptose.

22
23
INFLUXO DE CÁLCIO PARA O CITOSOL E PERDA DA
HOMEOSTASE DO CÁLCIO

➢ A homeostase do cálcio é indispensável para a manutenção


das funções celulares.
➢ A isquemia e certas substâncias tóxicas causam um
aumento da concentração do cálcio citosólico.
➢ A falência da bomba de cálcio promove a sua entrada para
a célula e seu acúmulo no citoplasma, além do
seu escape das mitocôndrias e do retículo
endoplasmático para o citosol.
➢ O cálcio promove a ativação de diversas enzimas. Estas
enzimas ativadas promovem:
1. Inativação do ATP (ATPases)
2. Lise das membranas celulares (fosfolipases)
3. Lise das proteínas estruturais e das membranas
(proteases)
4. Fragmentação da cromatina (endonucleases).
24
25
ACÚMULO DE RADICAIS LIVRES DERIVADOS DO OXIGÊNIO
(ESTRESSE OXIDATIVO)
➢ Como consequência do metabolismo celular normalmente há formação de
pequena quantidade de radicais livres, que tem potencial lesivo para as células.
➢ Estas possuem mecanismos de defesa que evitam danos por estes radicais livres
(vitamina C, catalase, super óxido-dismutases, glutation peroxidase, ferritina,
ceruloplasmina).
➢ Porém um desequilíbrio neste sistema (aumento da formação e/ou diminuição da
inativação) pode levar a lesões celulares.
➢ Algumas dessas reações são autocatalíticas, isto é, as moléculas que reagem com
os radicais livres são convertidas em radicais livres, gerando, assim, uma
propagação de danos em cadeia.
➢ As espécies reativas de oxigênio (ERO) são um tipo de radical livre derivado do
oxigênio. O aumento da produção ou a diminuição da eliminação das ERO
provoca um excesso desses radicais livres, uma condição chamada de estresse
oxidativo.
➢ Há diversos mecanismos para formação destes radicais livres:
1. Absorção de radiação ionizante,
2. Metabolismo de determinadas drogas
3. Geração de óxido nítrico (NO) e outros.

➢ As consequências desta agressão por radicais livres são diversas, mas as


principais são: peroxidação dos lipídios das membranas, oxidação de
proteínas e lesões do DNA.
26
ACÚMULO DE RADICAIS LIVRES DERIVADOS DO OXIGÊNIO
(ESTRESSE OXIDATIVO)

27
DEFEITOS NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA
➢ A perda precoce da permeabilidade seletiva da membrana, evoluindo no final para
um dano evidente da membrana, é uma característica constante na maioria das
formas de lesão celular (exceto na apoptose). Causa uma série de transtornos à
célula, permitindo a entrada ou escape de substâncias
➢ Causas: falta de energia (isquemia) ou por lesão direta por toxinas, vírus,
substâncias químicas, fragmentos do complemento, etc.
➢ Os mecanismos bioquímicos envolvidos são:
1. Disfunção mitocondrial
2. Perda de fosfolipídios das membranas
3. Anormalidades no citoesqueleto
4. Radicais livres
5. Subprodutos da fragmentação dos lipídios.

➢ Consequências do Dano à Membrana:


1. Dano à membrana mitocondrial: resultam na abertura dos poros de transição de
permeabilidade mitocondrial, levando à diminuição de ATP e liberação de proteínas
que disparam a morte por apoptose.
2. Dano à membrana plasmática: perda do equilíbrio osmótico e influxo de líquidos e
íons, bem como à perda do conteúdo celular.
3. Lesão às membranas dos lisossomos resulta em liberação de suas enzimas
para o citoplasma (digestão enzimática das proteínas, RNA, DNA e glicogênio), e a
célula morre por necrose.
28
DEFEITOS NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA

29
LESÃO CELULAR IRREVERSÍVEL

Quando a lesão se torna irreversível e progride para a


morte celular?

30
BOM ESTUDO!

Você também pode gostar