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PATOLOGIA RESUMO P1

Estudo das doenças


É a ciência que estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, os

locais onde ocorrem e as alterações moleculares, morfológicas e funcionais que

apresentam.

Grande importância na compreensão global das doenças, pois fornece as bases

para o entendimento de outros elementos essenciais, como prevenção, manifestações

clínicas, diagnóstico, tratamento, evolução e prognóstico.

SAÚDE X DOENÇA:

Saúde é a adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico e social em que

vive, de modo que o indivíduo se sente bem (saúde subjetiva) e não apresenta sinais ou

alterações orgânicas (saúde objetiva).

Doença é a falta de adaptação ao ambiente físico, psíquico ou social, no qual o

indivíduo se sente mal (tem sintomas) e/ou apresenta alterações orgânicas evidenciáveis

objetivamente (sinais clínicos).

EX: Número elevado de hemácias pode ser sinal de policitemia se a pessoa vive ao

nível do mar, mas representa apenas um estado de adaptação para o indivíduo que

reside em grandes altitudes.

Agressões: podem ser provocadas por agentes físicos, químicos e biológicos, por

alterações na expressão gênica ou por modificações nutricionais, metabólicas ou dos

próprios mecanismos de defesa do organismo.


Direta: Inibição de enzimas, quebra de macromoléculas (pts.), ação sobre

membranas (extravasamento) Ex: substâncias químicas.

Indireta: Interferência no mecanismo de produção ou inibição de radicais livres,

fornecimento de O2.

Os mecanismos de defesa além das barreiras mecânicas e químicas existentes no

revestimento externo e interno (pele e mucosas), o organismo possui outros

mecanismos defensivos:

Fagocitose: Atua contra agentes infecciosos, esta tem dois componentes: resposta

inata, que surge imediatamente após agressões e resposta adaptativa.

Sistema de reparo do DNA: contra agentes Genotóxicos (que agridem o genoma),

Contra compostos químicos tóxicos, incluindo radicais livres, as células dispõem

de sistemas enzimáticos de destoxificação e antioxidantes.

Com certa frequência, os próprios mecanismos defensivos podem se tornar

agressores.

Adaptação é a capacidade das células, dos tecidos ou do próprio indivíduo de,

ajustar-se às modificações induzidas pelo estímulo. A adaptação pode envolver apenas

células (ou suas organelas) ou o indivíduo como um todo.

EX: hipertrofia muscular por sobrecarga de trabalho (do miocárdio do ventrículo

esquerdo na hipertensão arterial, da musculatura esquelética em atletas ou em pessoas

que fazem trabalho físico vigoroso etc.).

A resposta adaptativa geral, inespecífica e sistêmica que o organismo monta frente

a diferentes agressões por agentes físicos, químicos, biológicos ou emocionais é

conhecida como estresse.

Lesão é o conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que

surgem nas células e nos tecidos após agressões, podem ser observadas a olho nu ou

ao microscópio.

Como as doenças surgem e evoluem de maneiras muito variadas, as lesões são

dinâmicas: começam, evoluem e tendem para a cura ou para a cronicidade. Por esse
motivo, elas são conhecidas como processos patológicos, indicando a palavra

“processo” uma sucessão de eventos Por essa razão, o aspecto morfológico de uma

lesão varia de acordo com o momento em que ela é examinada.

O alvo dos agentes agressores são as moléculas, sobretudo as macromoléculas de

cuja ação dependem as funções vitais. Portanto, as lesões se iniciam no nível molecular.

As alterações morfológicas surgem em consequência de modificações na estrutura das

membranas, do citoesqueleto, do núcleo ou de outros componentes citoplasmáticos,

além do acúmulo de substâncias dentro ou fora das células. Lesões celulares resultam

em lesões nos órgãos e sistemas funcionais. Qualquer que seja a sua natureza, a ação

dos agentes agressores se faz por dois mecanismos:

(1) ação direta, por meio de alterações moleculares que se traduzem em

modificações morfológicas;

(2) ação indireta, por intermédio de mecanismos de adaptação que, ao serem

acionados para neutralizar ou eliminar a agressão, induzem alterações moleculares que

resultam em modificações morfológicas.

Desse modo, os mecanismos de defesa, quando acionados, podem também causar

lesões no organismo. Isso é compreensível, uma vez que os mecanismos defensivos em

geral são destinados a destruir invasores vivos, os quais são formados por células

semelhantes às dos tecidos do hospedeiro; o mesmo mecanismo que lesa um invasor

vivo (p. ex., um microrganismo) é potencialmente capaz de lesar também as células do

organismo invadi

As alterações do interstício (matriz extracelular, MEC) englobam modificações da

substância fundamental amorfa e de fibras elásticas, colágenas e reticulares, que

podem sofrer alterações estruturais e depósitos de substâncias formadas in situ ou

vindas da circulação. Os depósitos de cálcio e a formação de concreções e cálculos no

meio extracelular são estudados à parte.

Os distúrbios da circulação incluem: aumento, diminuição ou cessação do fluxo

sanguíneo para os tecidos (hiperemia, oligoemia e isquemia); coagulação do sangue no

leito vascular (trombose); aparecimento de substâncias ou corpos que não se misturam


ao sangue e causam obstrução vascular (embolia); saída de sangue do leito vascular

(hemorragia) e alterações das trocas de líquidos entre o plasma e o interstício (edema).

DOENÇA X PROCESSOS PATOLÓGICOS:


Manifestações de sinais e sintomas X Alteração morfológica e funcional que pode ou
não evoluir

Aspectos cronológicos das doenças


• Incubação sem manifestações evidentes
• Prodrômico sinais e sintomas inespecíficos
• De estado sinais e sintomas típicos
• Evolução:
1 - Cura com ou sem sequelas
2 - cronificação, complicação, óbito

Etiopatogênese geral das lesões

1-Lesões estão relacionados com o padrão de resposta do indivíduo


2- Lesões e doenças dependem do tempo de exposição ao agente, da natureza do
agente e da capacidade orgânica de resposta
3- Lesões resultam da interação do agente agressor com os mecanismos de defesa do
organismo
4- Agente patológicos são divididos entre: físicos, químicos, biológicos, variações da
nutrição e agentes endógenos

LESÃO — PROVOCADA POR QUALQUER ESTÍMULO


Evolução dependerá de: Tempo de ação
Capacidade adaptação do agente causal
Podem ser causas: Criptogênicas ou idiopáticas

Mecanismo das lesões


Alvos de lesões: mitocôndrias, membranas celulares, síntese proteica e DNA
• redução na disponibilidade de O2(hipóxia e anóxia)
• radicais livres (instabilidade química – induz morte celular)
• Dano ao DNA
• resposta imunológica (exacerbada ou diminuída)

Agentes patogênicos
• Exógenos: físicos, químicos, biológicos e da nutrição
• Endógenos: patrimônio genético, sistema imune, fatores emocionais.

Físicos
- Força mecânica: abrasão (arrancamento epiderme), laceração (estiramento), contusão
(ruptura vasos sem solução continuidade), incisão, perfuração, fraturas (ossos e
cartilagens).

- Temperatura: Baixas - Hipotermia <35° Vasoconstrição


Altas – queimaduras, hipertermia >40° vasodilatação

- Pressão atmosférica:
Hiperbárica (síndrome da descompressão) embolos gasosos
Hipobárica (altitudes) reduz O2

- Eletricidade – disfunção elétrica miocárdio, Mm esquelético e SN; calor


- Som: perda distinção sons frequência mais alta

- Radiações: inalação ou ingestão de partículas (trabalhador minas), contato acidental,


bombas nucleares, fins terapêuticos ou diagnósticos (Rx). Solar
Ação direta: proteínas, lipídeos, carboidratos e ác. Nucleicos.
Indireta: radicais livres
*Câncer

Químicos
Toxinas, venenos, poluentes ambientais, contaminantes alimentares, ácidos, bases,
metais pesados, medicamentos e drogas ilícitas.

- Ação direta sobre células ou interstício degeneração, morte celular; modificações


no genoma, efeito carcinogênico; efeito teratogênico;
- Ação indireta, induzindo resposta imunitária

Fatores envolvidos agentes químicos:


• Estado nutricional e hormonal: atividade enzimática detoxificação e antioxidante
• Vias bioquímicas: diferença entre sexo, idade
• Sistemas enzimáticos: perfil genético determina quais isoenzimas são produzidos
• Concomitância de substâncias: associação pode induzir ou inibir a atividade enzimática
(efeitos sinergismo, antagonismo, aditivo).

Biológicos
Micoplasmas, riquétsias, vírus, bactérias, protozoários, fungos, etc. Detalhamento
agentes patogênicos
- Ação direta, efeito citopático;
- Substâncias tóxicas (exotoxinas);
- Componentes liberados após sua morte e desintegração (endotoxinas);
- Ativação de componentes do sistema complemento → reação inflamatória
- Resposta imunitária aos diferentes antígenos do agente infeccioso
- Antígenos aderidos à superfície celular (autoagressão);
- Integração ao genoma celular (p. ex., vírus);
- Alterações na síntese proteica de neoplasias.

Nutrição
Deficiência ou excesso de nutrientes.
Obesidade> (açúcares, carboidratos, gorduras) hipertensão, síndromes metabólicas
pelo processo inflamatório
Desnutrição> Dieta Má absorção, perda excessiva, hipermetabolismo
*Vitaminas, minerais, proteico-calórica
- Patrimônio genético
- Social
- Psíquico

-
PRINCIPAIS MECANISMOS DE LESÃO: Distúrbios metabólicos, radicais livres resposta
imune, hipóxia, anormalidades em ac núcleicos
6 PRINCIPAIS AGENTES PATOGÊNICOS: físicos, químicos, biológicos, genéticos, sociais e
psíquicos.
Lesões celulares reversíveis

Ocorre quando a célula agredida pelo estímulo nocivo sofre alterações funcionais e
morfológicas, porém mantém-se viva, recuperando-se quando o estímulo nocivo é
retirado ou cessado.
Mecanismo lesões celulares:
• Estresse celular oxidativo
• Mitocôndrias
• Síntese proteica
• Retículo endoplasmático
• Lisossomos
• DNA

DEGENERAÇÃO: Processo potencialmente reversível caracterizado por alterações


morfológicas, bioquímicas e funcionais, resultando em acúmulo de substâncias no
interior da célula:
HIDRÓPICA: Acúmulo de água e eletrólitos
ESTEATOSE: Acúmulo de lipídeos
GLICOGENOSE: Acúmulo de carboidratos
HIALINA: Acúmulo de proteínas

HIDRÓPICA
Acúmulo de água e eletrólitos no interior da célula.
-Células aumentadas (macroscópica) e pálidas (microscópio)
-Ocorre em qualquer tipo celular
-Compromete a atividade de moléculas que formam bomba de Na+ e K + (entrada de
sódio e água e saída de potássio → edema intracelular.)
-Não letal, bem comum
- Alteração produção ou consumo ATP (hipóxia, danos mitocondriais, substâncias
inibidoras ATPase, hipertermias, toxinas)

ESTEATOSE
Acúmulo de lipídeos no interior da célula
-Locais comuns deposição: fígado, musculatura (cardíaca), células tubulares renais
-Lesão reversíveis, mas podem matar a célula ( causa e tempo)
•No fígado → hepatite, cirrose.

Causas:
- Álcool
● Aldeído acético citoesqueleto: ↓ transporte de vesículas
● Acetil-CoA: excesso é convertido em ácido graxo e em triglicerídeos
- Alterações na dieta
● Desnutrição: ↓ proteína= ↓ síntese apoproteína, ↓lipoproteína
↓ calórica lipólise acentuada = ↑ácido graxos para o fígado
● Ingesta excessiva: ↑ ácido graxos para o fígado
- Hipóxia- Baixa concentração de O2 nos tecidos (IC, IR, anemia)
● ↓ oxidação de acetil-CoA → conversão em ácidos graxos e acúmulo com TG
● Glicólise acentuada α-glicerofosfato = acúmulo com TG
● ↓ síntese de fosfolípides → redução da utilização de ácidos graxos acúmulo TG
- Tóxicos
● lesão REG = ↓ síntese proteica = ↓ lipoproteína = ↓ transporte vesículas = acúmulo
TG
- Diabetes mellitus
● Lipólise acentuada = ↑ácidos graxos para o fígado

Lipidose
• Acúmulo de colesterol e seus ésteres
• Podem ser localizados ou sistêmicos

Depósitos
• Em artérias: aterosclerose
• Arteríolas: arteriolosclerose
• Pele: xantomas
• Esfingolipidose (esfingomielideos de membrana) cérebro, baço e fígado (Inflamações
crônicas)
- Aterosclerose
• Depósitos de colesterol e ésteres de colesterol na íntima de artérias de médio e
grandecalibre.
• Doença inflamatória, inicialmente com lesão endotelial entrada de lípides reação
inflamatória formação de ateromas/placa mole (luz arterial, restos celulares,
neoformação de vasos) placas fibrosas (miofibroblastos, deposição MEC)placas
complicadas(rupturas).
Consequências: trombose, embolia, isquemia, infarto, hemorragia e aneurismas

- Arteriolosclerose
• Colesterol e seus ésteres, pequenos lípides e proteínas plasmáticasdepositadas na
íntima de pequenas artérias e arteríolas• Rim e encéfalo de indivíduos com hipertensão
arterial
• Lípides associam-se com proteínas lipo-hialinose na íntima, elastosee fibrose.

- Xantomas
• Nódulos ou placas na pele com coloração amarelada, mais comum em tendões, mãos,
pés, glúteos e joelhos.
• Aglomerados de macrófagos carregados de colesterol com aspecto espumoso.
• Geralmente em indivíduos com hipercolesterolemia.

- Esfingolipidoses
•Distúrbios do metabolismo de esfingolipídeos de origem genética, autossômicos
recessivos, incomuns e que degeneram progressivamente o SNC.
•Deficiência de enzimas lisossomais que degradam gangliosídeos (glicoesfingolipídeos
das terminações nervosas e dendritos neuronais) e cerebrosídeos (principais
glicoesfingolipídeos no tecido cerebral) até esfingosina e ácido graxos.

Observação microscópica: núcleo deslocado para a periferia, células volumosas, mais


clara, com vacúolo citoplasmático opticamente vazio.

HIALINA
Acúmulo de material proteico e acidófilo no interior de células.
-Material de origem viral; • Proteínas endocitadas.
Características:
•Degeneração de microfilamentos.
•Corpúsculo de Mallory-Denk (etanol) →filamentos intermediários citoqueratina•
•Indivíduos com proteinúria , devido à endocitose excessiva de proteínas no epitélio
tubular renal.
-Pode levar a morte celular
GLICOGENOSE
Acúmulo de carboidrato no interior da célula
-Doença metabólica genética, herança autossômica recessiva.
- Degradação deficiente do glicogênio por falta de enzimas condição rara
-Locais: fígado, músculo esquelético e cardíaco, rins (diabéticos).
• Local armazenamento→fígado.

Mucopolissacaridose
• Doença metabólica, de herança autossômica recessiva, na matriz extracelular
• Degradação deficiente (enzimas proteolíticas - metaloproteinases) de
poliglicanos/proteoglicanos
• Pode acometer qualquer célula (MEC)

Lesões celulares irreversíveis


Morte celular é um mecanismo natural que ocorre tanto para remoção de células
desnecessárias ou potencialmente prejudicadas, quanto em resposta a um grave dano
ou lesões irreversíveis. Assim, a morte da célula pode ser fisiológica ou patológica.

TIPOS:
• Programada: APOPTOSE (manter homeostase, embriogênese)
• Acidental: Agressões que induzem NECROSE ou APOPTOSE
• Regulada: fármacos ou manipulação genética

APOPTOSE:
● Morte celular programada através da ativação enzimática que desencadeia
mecanismos que culminam com um dano letal.
● A célula aciona mecanismos que culminam com a sua morte
● Não sofre autólise nem ruptura da membrana citoplasmática
● Retrai-se, fragmenta-se (corpos apoptóticos), endocitada por células vizinhas
● Não gera resposta inflamatória

Fase fagocitose:
• Os fragmentos apoptóticos são reconhecidos e fagocitados por macrófagos
fosfatidilserina e C1q expressos externamente na membrana.
• Remoção de células mortas sem a indução de uma resposta inflamatória

NECROSE:
•Processo de desestruturação de proteínas intracelulares e digestão enzimática de
células que já apresentam dano letal.
• Morte celular em organismo vivo seguida de autólise
•A digestão dos componentes celulares resulta nos achados morfológicos
Características:
- Desnaturação das proteínas celulares
- Extravasamento do conteúdo celular através das membranas danificadas
- Inflamação local e digestão enzimática da célula que sofreu lesão letal
- Processo passivo
-Fragmentação aleatória do DNA

Causas de necrose:
-Redução de energia; anóxia/hipóxia
-Geração de radicais livres
-Ação de enzimas líticas
-Ação direta sobre enzimas
-Agressão direta à membrana citoplasmática
-Agentes físicos, químicos, biológicos

Aspectos morfológicos
• Alterações nucleares:
- contração e condensação da cromatina - núcleo mais basófilo, homogêneo e menor do
que o normal: a picnose;
- fragmentação do núcleo, constituindo a cariorrexe;
- digestão da cromatina e desaparecimento dos núcleos: cariólise
• Alterações citoplasmáticas:
- No início, há aumento da acidofilia; seguido de citoplasma granuloso e massas amorfas
(figuras de mielina).

TIPOS DE NECROSE:

Necrose coagulação
• Órgãos parenquimatosos, grande quantidade de proteínas, circulação única e terminal
• Isquemia
•Desnaturação celular com arcabouço mantido
•Fantasmas de células / perda de núcleos

Necrose liquefação
•Consistência mole, semifluida ou liquefeita.
•Enzimas lisossômicas – digere todas células
•Tecidos: SNC, suprarrenal ou na mucosa gástrica ou após abscessos
•Em inflamação com pus.
Necrose caseosa
•Focos de infecção pela tuberculose.
•Esbranquiçada e friável
•Microscopia: células fragmentadas ou lisadas, restos granulares foco de granuloma.
•Pulmão, linfonodos, mas pode afetar outros tecidos.

Necrose fibrinóide
•Reações imunes complexos antígeno-anticorpo são depositados nas paredes das
artérias.
•Os depósitos desses imunocomplexos e proteínas plasmáticas tem uma aparência rosa
brilhante e amorfa (HE) denominada "fibrinóide”

Esteatonecrose
•Áreas focais de destruição da gordura extravasamento lipases pancreáticas (pâncreas
e na cavidade peritoneal) liquefação adipócitos
•Ácidos graxos + cálcio áreas brancas macroscopicamente (saponificação da gordura)
•Microscopia: áreas necróticas com contornos indistintos de adipócitos necróticos,
depósitos basófilos de cálcio e reação inflamatória.
•Tecido adiposo, pâncreas.

Necrose Gangrenosa
•Termo da prática clínica
•Membro que sofreu isquemia e sofre necrose de coagulação
•Quando há infecção bacteriana pode ocorrer a de liquefação gangrena úmida

Calcificação
Deposição anormal de sais de cálcio
- Distrófica:
• Tecidos necróticos
• Independe concentração e metabolismo de cálcio

- Metastática:
• Distúrbio metabolismo cálcio hipercalcemia deposição em tecidos viáveis

Calcificação Distrófica
• Resulta de modificação local nos tecidos (distrofia alteração tecidual prévia).
• Restos necróticos: necrose caseosa, necrose por coagulação ou necrose gordurosa.
• Esteatonecrose pancreatite saponificação gordura
• Deposição se faz da periferia para o centro da lesão.
• Calcificação em cicatrizes, ateromas, cartilagens, trombos venosos

CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA
• Precipitação fora do tecido osteóide, que provoca o seu endurecimento.
• No tecido ósseo mineralizado, a calcificação se dá sobre o colágeno, formando a matriz
osteoide.
• Patológica depósitos minerais sobre substratos celulares (viáveis ou necróticos) e
extracelulares (tecido conjuntivo ou secreções)

Etiopatogênese
-Nucleação ou desencadeamento: acomodação de fosfato de cálcio(hidroxiapatita)e
colágeno,na osteonectina ou nas vesículas da matriz.
-Fase intracelular: mitocôndrias acumulamCa2+
-Fase extracelular: vesículas de matriz contendo fosfolípidos ácidos proteínas, captam e
precipitam o Ca2+ das células mortas
-Crescimento e progressão: ruptura das vesículas ancoradas colágeno e liberação dos
cristais que continuam crescendo
→influenciada por concentração de Ca2+ e fósforo, suprimento sanguíneo, vitamina D3,
ph local

Calcificação Metastática
• Os depósitos de cálcio metastáticos podem formar-se em qualquer local
• Especialmente em pulmões, rins, córnea, artérias sistêmicas e veias pulmonares.
• Esses órgãos e estruturas têm em comum o fato de secretam ácidos,criando um
compartimento interno alcalinizado facilita deposição do cálcio

• Cálcio reabsorvido do tecido ósseo em condições patológicas → deposito em outros


locais.
• Hipercalcemia
- Causas:
-Aumento da secreção de paratormônio (atividade osteoclástica e a reabsorção óssea)
-Destruição de tecido ósseo
-Distúrbios relacionados à vitamina D
-IR crônica, hiperparatireoidismo secundário por hiperplasia das paratireoides
secundária à redução de cálcio sérico (retenção de fosfatos e queda de cálcio).
-Tumores (geralmente adenoma) ou hiperplasia de paratireoides são causa de
hiperparatireoidismo primário.
CALCINOSE IDIOPÁTICA
• Depósitos de calcificação geralmente cutâneos e frequentemente múltiplos, sem lesão
prévia e com níveis séricos normais de cálcio e de fosfato.
• As lesões podem ulcerar-se com drenagem do material calcário.
• Calcinose escrotal múltiplos nódulos duros que se formam na pele do escroto.
• Relacionada com cistos epidermoides que se rompem e se inflamam, com calcificação
do conteúdo.
• Os depósitos calcificados ficam circundados por macrófagos e reação gigantocelular

Cálculos
• Massas sólidas, esféricas, ovais ou facetadas, compactas, de consistência argilosa a
pétrea, que se formam particularmente na vesícula biliar, nos rins e nas vias urinárias
(órgãos ocos).
• A composição dos cálculos varia de acordo com o órgão.
• Na vesícula biliar modificações na composição da bile
• Nos rins e nas vias urinárias: a maioria por cálcio, (oxalato de cálcio e o fosfato de
cálcio) ácido úrico ou por fosfato de amônio e magnésio. Raramente cistina (cistinúria),
fármacos ou urato de amônio
• Podem se localizar nos cálices, na pelve renal, no ureter ou na bexiga (cálculo vesical).
• A cólica renal, deve-se à migração no trajeto urinário.

Pigmentação

PIGMENTO: Designação dada a substâncias de origem, composição química e


significado biológico diversos, que tem cor própria.
Ex: Clorofila, citocromo, melanina
PIGMENTAÇÃO Processo de formação e/ou acúmulo, normal ou patológico, de
pigmentos em certos locais do organismo

TIPOS:
•Pigmentos endógenos: substâncias sintetizadas pelo próprio organismo.
•Pigmentos exógenos: formados no exterior, por via respiratória, digestiva ou
parenteral, penetram e depositam-se em diversos órgãos.
BILIRRUBINA
• Produto final do catabolismo a fração heme da Hemoglobina (sem ferro)
⇒diagnóstico de doenças no sangue e fígado
⇒em recém nascidos: kernicterus (lesão cerebral e morte)
⇒icterícia: ↑ [Bb] plasmática e deposição tecidual
● Bb direta (conjugada - hidrossolúvel)
● Bb indireta (não-conjugada - lipossolúvel)
→Pigmentação amarela da pele, esclerótica do olho (conjuntiva) e órgãos internos.

ICTERÍCIA - Desequilíbrio entre a produção e a remoção desse pigmento


• Pré- hepática ou hemolítica Bilirrubina indireta Hemólise, anemias hemolíticas
• Hepática ou hepatocelular Bilirrubina direta e indireta Hepatite, colestase, cirrose,
tumores •
Pós- Hepática ou obstrutiva Bilirrubina direta Obstrução da via biliar (cálculos;
tumores)

HEMATOIDINA
• Mistura de lipídeos e um pigmento semelhante à Bb, sem ferro
• Focos hemorrágicos após degradação das hemácias por macrófagos
• Aparece a partir da 2ª ou 3ª semana após a hemorragia
• Pequenos grânulos variando do amarelo-ouro, amarelo-alaranjado ou
vermelho-alaranjado até marrom dourado
• Sem repercussões para o organismo

Hemossiderose
Sobrecarga sistêmica de ferro, com hemossiderina depositada em muitos órgãos e
tecidos
Causas:
• Aumento da absorção do ferro da dieta (erro do metabolismo – hemocromatose)
• Anemias hemolíticas
• Transfusões sanguíneas repetidas (sobrecarga de ferro exógena)

HEMOSSIDERINA
Acúmulo de ferritina libera agregado de ferro deposição =hemossiderina
• Hemossiderina e ferritina são as duas principais formas de armazenamento
intracelular de ferro
• Resultante da degradação da hemoglobina que contém ferro
• Quadro anemia hemolítica e transfusões sanguíneas excessivas.

Etapas formação hemossiderina:


(1) agregados de ferritina (Apo + ferro) formam vacúolos autofágicos;
(2) fusão destes com lisossomos (siderossomos);
(3) degradação enzimática da apoferritina;
(4) persistência de agregados maciços e insolúveis de ferro, constituindo a
hemossiderina.

HEMOSSIDEROSE
→Localizada:
• Hemorragias: macrófagos 24-48h após o inicio do sangramento
• Traumas e contusões cutânea (mudança de coloração)
→Sistêmica:
• Absorção intestinal de ferro: anemias hemolíticas e transfusões de sangue
• Macrófagos: fígado, baço, medula óssea, linfonodo, derme, páncreas, rins e
parênquima hepático, do pâncreas, do coração e de glândulas endócrinas.

Hemocromatose
Forma especial da hemossiderose sistêmica
• Deposição sistêmica por defeito genético (absorção ↑ de ferro) • Deposição excessiva
de hemossiderina nos macrófagos, no interstício e céls parenquimatosas
• Hipotrofia e fibrose do parênquima
→ Sedes: pele, ilhotas de Langerhans, fígado, coração, hipófise, tubo digestivo.
→ Clínica: pigmentação cutânea, diabetes (bronzeada), cirrose, IC, hipogonadismo.

HEMATINA
• Ação de ácidos fortes sobre a hemoglobina
• artefato de fixação: tecidos em formol ácidos - sangramento digestivo alto (gastrite
aguda erosiva; úlceras), - ao redor de vasos e em áreas de hemorragia (hemólise)
Apresentação:
• Grânulos negros ou negro-azulados, no interstício ou interior macrófagos
• Vômito “borra-de-café” (pigmento preto de hematina)
• Fezes: melena

PIGMENTO MALÁRICO
• Hemozoína
• Degradação da hemoglobina ingerida por Plasmodium sp durante o seu ciclo de vida
nas hemácias
• Agregados de heme = cristal insolúvel (hemozoína)
• Formação merozoítos ruptura hemácias, liberação parasitos e pigmento
• Grânulos castanho escuro nos macrófagos do fígado, baço, medula óssea, linfonodos
etc
• quantidade de pigmento nos tecidos > com duração da infecção
• Inerte e atóxico; se maciço em mononucleadas ↓resposta imunitária

PIGMENTO ESQUISTOSSOMÓTICO
• Produto do metabolismo do verme adulto S. mansoni
• hemoglobina do hospedeiro é degradada por proteases do intestino do verme
formando peptídeos, aminoácidos e heme
• no intestino a porção heme se associa a lipídeos formando hemozoína
• o verme regurgita hemozoína intermitentemente na circulação do hospedeiro
• macrófagos captam o pigmento com granulos castano-escuto ou negros
• nas células de Kupffer, tecido conjuntivo do espaço portabiliar e macrófagos do baço
• sem repercussão clínica

LIPOFUSCINA
• Pigmento do desgaste celular (envelhecimento) lipocromo, ceróide
→ Composição: lipoproteína derivada de lipídeos da membrana celular (autofagocitose)
Locais: coração, cérebro, epitélio pigmentar da retina
• Microscopia: grânulos pardos citoplasmáticos, para nucleares
• Macroscopia: - órgãos com redução volumétrica hipertrofia parda (encontrada em
nível neuronal em pessoas idosas)
- Fígado: tamanho menor, coloração pardo-escura
- Coração: volume menor, cor pardo-escuro e coronárias tortuosas.

ÁCIDO HOMOGENTÍSICO
• subproduto (oxidação) da tirosina fenilalanina tirosina melanina
• Deficiência genética de síntese da enzima ácido homogentísico oxidase e acúmulo no
plasma
• Grânulos castanho-avermelhado ou amarelado
• Alcaptonúria (ocronose): urina castanho escura
• Cartilagem, tecido conjuntivo e pele
• Excreção de urinário em grande quantidade
• Artropatia degenerativa
• Complicações valvares cardíacas

MELANINA
• pigmento de ampla distribuição, de cor escura (castanho a negro)
• peixes, anfíbios, répteis, aves, mamíferos, plantas
• Contribui para a coloração da pele, cabelo, olhos, plumas
• Síntese: melanócitos
• pele, retina, bexiga,tubo digestivo,adrenais,neurônios
• Ação fotoprotetora e antioxidante (captura de radicais livres)
→Tipos de melanina : Eumelanina (castanha a negra) e Feomelanina (amarela a
vermelha)
→Aspecto macroscópico do tecido: marrom a preto
→Patológico: pigmento em locais ou em quantidade anormais

HIPERPIGMENTAÇÃO MELÂNICA
• Efélide ou sarda: exposição solar
• Nevos: neoplasias benignas de melanócitos
• Melanoma: neoplasia maligna de melanócitos
• Melanose ou lentigo: melanócitos estimulados pela exposição solar
• Pós-inflamação: estímulo à atividade dos melanócitos
• Hormonal/gestação: ↑ hormônio estimulante dos melanócitos
• Medicamentos (sulfonamidas, cloroquina, bleomicina)
• Melasma: aumento da atividade dos melanócitos
• Radiações: ultravioleta solar e demais radiações estimulam a síntese dos melanócitos
como fator de autoproteção.
HIPOPIGMENTAÇÃO MELÂNICA
• Migração/diferenciação anormal de melanoblastos
• Menor atividade tirosinase
• Estrutura anormal de melanossomos
• Menor transferência melanossomos para ceratinócitos
• Aumento degradação dos melanossomos nos melanócito

→ Congênita:
• albinismo: deficiência de tirosinase (não forma melanina)
→ Adquirida: • Vitiligo (redução de melanócitos)
• hanseníase,
• Cicatrizes: destruição de melanócitos

TATUAGEM
• Introdução acidental ou proposital, na derme
• Grânulos de coloração diversa, inoculadas na pele(desenhos/figuras)
• Localização: macrófagos fixos da derme e ao longo de fibras colágenas

ARGIRIA
• Deposição de sais de prata (solúveis) ingestão, inoculação, inalação
• Localizada:
- Medicamentos com nitrato de prata (uso tópico)
- Impregnação mecânica:
• Glândulas sudoríparas
• Amálgama
• Agulhas de acupuntura
• Sistêmica:
- Ingestão/inalação de compostos solúveis de prata Morfologia
• Grânulos arredondados negros e pele azul- acinzentada

CRISÍASE
• Sais de ouro (coloidal) → ingestão
Tratamento de artrite reumatoide
• Depósitos negros, densos
- Início periorbital e posterior, face, pescoço e membros superiores
- Pele cinza-azulada

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