UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG

INSTITUTO DE QUÍMICA

CURSO DE FARMÁCIA

BIANCA FERREIRA DE SOUZA

FRANCINE DE OLIVEIRA ALVES

JULIANA TINEL FRANCHI

LUANA LOPES

RAFAELA ROCHA MEGDA RESENDE

RAQUEL MARTINS SILVA

PRÁTICA III

Difusão dos gases.

05/09/2023

Laboratório de Química - Q-208- Farmácia

3º período – Turma 2

Prof. Dra. Yara Luiza Coelho

ALFENAS-MG

2023.2
RESUMO.

A difusão de gases é a capacidade que as moléculas de um certo gás têm de se

movimentarem espontaneamente através de outro gás e pode ser observada através da
quantidade de gás que está sendo liberada. (FOGAÇA,2022)

A prática realizada no dia 05/09/2023, teve como objetivo mostrar a difusão entre gases,
usando como reagentes o Hidróxido de Amônio e o Ácido Clorídrico, além de colocar em
prova a Lei de Graham, que diz que quando postos em temperatura e pressão iguais, dois
gases terão suas velocidades de difusão inversamente proporcionais á raiz quadrada de suas
densidades/massa molar. Com a realização do procedimento em duplicata, calculou-se a
velocidade, a média e o desvio padrão desses gases, tendo como comparativo a Lei de
Graham, gerando assim o entendimento sobre: velocidade dos gases, distância percorrida e a
razão das suas massas molares.
 1. Introdução.

Os gases são compostos moleculares que se encontram no estado gasoso e têm por natureza
uma certa repulsa entre as moléculas de sua composição que implica o movimento
desordenado dessas partículas. Devido a essa carência de organização nos movimentos, esses
gases possuem uma capacidade de colidir com as paredes do ambiente em que estão ou com
outras moléculas gasosas exercendo uma força sob uma determinada área que é chamada de
pressão. (SOUZA,2022)

Existem dois tipos de gases: ideal e real. O gás ideal pode ser definido como um gás irreal,
pois segue as leis dos gases (Lei de Charles, de Gay-Lussac e de Boyle) à medida que a
temperatura aumenta indefinidamente e a pressão diminui até zero. Portanto, o gás ideal é
uma espécie de modelo hipotético que serve como ponto de referência. (HELERBROCK,
2022). Entretanto, na prática, os gases encontrados são geralmente gases reais, que
apresentam variações em seu comportamento de acordo com as condições ambientais às quais
são submetidas. No entanto, quando colocado em baixas pressões e altas temperaturas, esses
gases se aproximam do comportamento ideal. (TEIXEIRA,2022).

A difusão é um processo físico que envolve a capacidade de um gás de se espalhar dentro

de um espaço específico. Segundo a Lei de Graham, a velocidade de difusão e efusão de um
gás é inversamente proporcional à raiz quadrada de sua densidade. Isso significa que, se a
velocidade aumentar, a densidade irá diminuir na mesma proporção. (FOGAÇA,2022)

Com isso, o propósito desta experiência foi testar a Lei de Graham e suas considerações
sobre a difusão de gases. Com essa finalidade, um experimento foi conduzido para observar a
difusão dos gases Ácido Clorídrico e Hidróxido de Amônio. Com base nos resultados obtidos,
a fórmula matemática proposta por Graham, que relaciona a difusão de um gás à raiz
quadrada de sua densidade foi testada.
 2. Materiais e equipamentos.

Os materiais utilizados para a realização dos três experimentos propostos foram:

 Ácido clorídrico concentrado;

 Hidróxido de amônio concentrado;

 Tubo de vidro;

 2 rolhas com algodão;

 Suporte, mufla e garra;

 Haste

 Régua de 50 cm;

 Cronômetro;

3. Procedimento.

Anteriormente ao início do experimento, montou-se um suporte na bancada o qual continha

uma garra que prendia um tubo de vidro que contava com duas rolhas encaixadas em ambas
as extremidades dessa vidraria.
O primeiro passo foi retirar o tubo de vidro do suporte e encaminhá-lo a capela juntamente
das rolhas, as quais portavam um algodão na sua extremidade que entrava em contato com a
parte interna do tubo. Logo em seguida, desenroscou-se as rolhas da vidraria e foi pingado 3
gotas de ácido clorídrico concentrado no algodão de uma delas, ao mesmo tempo em que
adicionou-se a mesma quantidade (3 gotas) de hidróxido de amônio concentrado na outra
rolha. Esse passo foi realizado por duas integrantes da equipe ao mesmo tempo e assim que
concluído, imediatamente encaixou-se ambas as rolhas em cada extremidade do tubo,
disparando o cronômetro em seguida.
Por fim, o tubo de vidro foi colocado novamente no suporte que se encontrava na bancada
para assim ser possível observar a reação de difusão dos gases que foi marcada pela a
formação de um anel branco no tubo. Após essa formação, o cronômetro foi pausado anotou-
se o tempo indicado nele, juntamente da distância de difusão de cada um dos gases medidos
com a assistência de uma régua. Após o término do experimento, o tubo foi limpo com papel
e álcool (tanto internamente quanto externamente) e realizou-se a duplicata do experimento,
anotando os novos valores da distância de difusão de cada gás juntamente do novo tempo
encontrado no cronômetro.

Figura 01: Suporte montado para observar o experimento.

Figura 02: Formação do anel branco no tubo obtida na primeira realização do experimento.
 Figura 03: Formação do anel branco no tubo obtida na segunda realização do experimento
(duplicata).

4. Dados obtidos e calculados.

Tabela 01: Resultados do experimento e sua duplicata.

Tempo levado para a Deslocamento do HCl Deslocamento do NH3
formação do anel no (cm) (cm)
tubo (min.)

Experimento I 5,04 minutos 31,5 centímetros 44,3 centímetros

Experimento II 4,52 minutos 32,5 centímetros 43 centímetros

A partir desses dados obtidos no experimento foi possível calcular a velocidade de difusão
dos gases HCl e NH3 juntamente da média e desvio padrão de cada variável observada no
processo.
 deslocamento
Fórmulas utilizadas: velocidade =
tempo

x̅ =
∑ xi
n
(média) δ=
√ ∑ (xi−x̅ ) ²
n
(desvio padrão)

Experimento I:
- Velocidade de difusão do HCl:
31, 5 cm
=6 , 25 cm/min .
5 ,04 min

- Velocidade de difusão do NH3:

44 , 3 cm
=8 , 79 cm/min .
5 ,04 min

Experimento II:
- Velocidade de difusão do HCl:
32 ,5 cm
=7 , 19 cm/min .
4 ,52 min

- Velocidade de difusão do NH3:

43 cm
=9 , 51 cm/min .
4 ,52 min

Média e desvio padrão das velocidades de difusão de cada gás:

- HCl:

Média:
6 , 25+7 , 19
=6 , 72cm /min .
2

Desvio padrão:
√ (6 , 25−6 ,75)²+(7 , 19−6 , 75)²
2
=
√ (−0 , 5)²+(0 , 44)²
2
=
√ 0 ,25+ 0,1936 =
2 √ 0,4436 =
2
√ 0,2218= 0,47 cm/min.
- NH3:

Média:

8 ,79+ 9 ,51
=9 ,15 cm/min .
2

Desvio padrão:

√ (8 , 79−9 ,15)²+(9 ,51−9 , 15)²

2
=
√ (−0 , 36) ²+(0 ,36) ²
2
=
√ 0,2592 =
2
√ 0,1296= 0,36
cm/min.

Velocidade HCl (cm/min.) Velocidade NH3 (cm/min.)

Experimento I 6,25 cm/min. 8,79 cm/min.

Experimento II 7,19 cm/min. 9,51 cm/min.

Média dos experimentos I e 6,72 cm/min. 9,15 cm/min.

II.

Desvio padrão dos 0,47 cm/min. 0,36 cm/min.

experimentos I e II.

Tabela 02: Resultados dos cálculos da velocidade de difusão dos gases HCl e NH 3 dadas em
centímetros/minuto, a velocidade média e o desvio padrão dessas velocidades.

Após obter dos dados de velocidade média do gases HCl e NH 3 juntamente de suas massas
molares foi possível aplicar e colocar em prova a Lei de Graham.

Fórmula utilizada:
v1
v2
= √ m2
m1
(Lei de Graham)

v1
v2
=
6 , 72
9 ,15
= 0,734 cm/min. =
√ 17
36
= √ 0,472 = 0,687 g/mol.
 5. Discussão
A lei de Thomas Graham postula que a velocidade de difusão dos gases é inversamente
proporcional à raiz quadrada da sua massa molar. Através dessa postulação é possível definir
uma relação entre a massa e a velocidade de um gás de modo que quanto menor a massa
molar de gás é, maior será sua velocidade de difusão. (Brown, T. L.; et al. Química, a ciência
central.)

Após a realização dos procedimentos práticos em duplicata, foram feitas algumas operações
matemáticas afim de relacionar essas ideias de Graham com o resultado. A partir dos dados
obtidos da distância percorrida dentro do tubo por cada gás, foi possível comprovar um dos
princípios sobre a difusão dos gases, o qual diz que gases de menores massa molar percorrem
uma distância maior e consequentemente detém de uma velocidade superior. Essa
comprovação se deu pelo fato do HCl, detentor de uma massa molar de 36,36 g/mol, ter
percorrido nos dois experimentos uma distância menor do que o NH 3, que possui uma massa
molar igual a 17,03 g/mol; dessa forma, pode-se dizer que o hidróxido de amônio difundiu-se
em um espaço maior do que o ácido clorídrico pois apresenta uma massa molar menor. Tal
relação entre massa e distância percorrida impactam diretamente na velocidade do gás, de
modo que gases mais leves terão velocidades maiores do que os de massas maiores como
mostrado no experimento já que foi calculado para o HCl, velocidades inferiores quando
comparadas ao NH3.

Mediante aos conceitos obtidos pela efetuação dupla dos dois experimentos foi possível
encontrar também a razão das velocidades e a raiz quadrada da razão das massas molares dos
dois gases observados, obtendo os respectivamente os seguintes valores: 0,734 cm/min e
0,687 g/mol, havendo uma diferença de 0.047 entre os dados. Essa desigualdade pode ser
justificada pelo desvio padrão das medidas, uma vez que o valor encontrado na razão das
velocidades dos dois gases se aproxima satisfatoriamente do valor achado para a raiz da razão
quadrada das massas molares.

O momento da percepção do aparecimento do anel no tubo pode ter sido outro fator de
influência na distinção de medidas visto que no experimento I, a visualização do anel foi vista
de forma mais tardia em comparação ao experimento II, já que na primeira realização não se
sabia nenhuma informação sobre o comportamento desses dois gases no sistema montado, ao
contrário da segunda execução, onde havia uma pequena experiência proveniente da
efetuação I.

Dessa forma, com a realização do experimento de difusão entre o ácido clorídrico e o

hidróxido de amônio, pôde-se concluir que a diferença encontrada entre a razão das
velocidades e a raiz das massas molares dos gases está dentro do esperado devido ao desvio
padrão, permitindo assim através do procedimento a visualização da lei de Graham e suas
relações entre distância, massa molar/densidade e velocidade.

6. Curiosidades.
Alguns fatos interessantes sobre os gases:

- O hidrogênio é o gás mais leve, abundante e explosivo da Terra.

- O peso atômico do radônio é de 222 unidades de massa atômica, fazendo com que ele seja o
gás mais pesado conhecido. Ele é 220 vezes mais pesado do que o gás mais leve, o
hidrogênio.

- Altos níveis de O2 aumentam a inflamabilidade de materiais e gases em níveis como 24%,

itens como roupas podem entrar em combustão espontânea.
(Referência: protsul-rs.com.br).

- Um perfume se espalha no ar através da difusão de gases de modo que o aroma do perfume

se dispersa pelo ambiente repleto de oxigênio. (Brown, T. L.; et al. Química, a ciência
central.)

7. Referências Bibliográficas.

- Brown, T. L.; et al. Química, a ciência central.

- https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/lei-graham.htm