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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Laboratório de Engenharia Química - Grupo 5

PRÁTICA DE FILTRAÇÃO

Professora: Heloísa Sanches

Gabriel Guedes dos Santos Motta - DRE: 119038265

Leonardo de Souza Sá - DRE: 117045907

Lorena Rodrigues Campos - DRE: 116195898

Maria Beatriz Figueiredo Ribeiro - DRE: 118182875

Nicoly de Andrade Câmara - DRE: 119062955

30 de junho de 2023
1. INTRODUÇÃO

Dentro do âmbito das operações unitárias, a filtração é um processo que se


destina a separação entre substâncias sólidas e fluidas em suspensão. Essa
suspensão é originada mediante o uso de um obstáculo conhecido como meio de
filtragem, o qual tem a capacidade de reter as partículas enquanto possibilita a
passagem do fluido. De maneira geral, existem dois métodos predominantes para
reter partículas durante o processo de filtração: a filtração em superfície, também
conhecida como filtração com formação de torta, e a filtração em profundidade.
Na filtração em superfície, ocorre a retenção das partículas na superfície do
meio filtrante, resultando na formação de uma camada depositada conhecida como
"torta" de filtração. Um dos exemplos de equipamentos que realizam essa filtração é
o filtro-prensa, que foi o utilizado por nós nessa prática.
O filtro-prensa opera em batelada sendo monitorado por um manômetro.
Seus componentes são chamados de placas e quadros, que são dispostos
alternadamente e separados por um meio filtrante, localizados dentro de uma calha
responsável por coletar os eventuais vazamentos e direcioná-los ao tanque. Essa
nomenclatura é usada porque os quadros, placas e o meio são pressionados
firmemente uns contra os outros, por um mecanismo do tipo prensa. Quando os
quadros estão preenchidos de torta, o processo é interrompido para
desmantelamento, remoção da torta, limpeza ou troca do meio filtrante e
remontagem, sua pressão se encontra constante nesse momento. As placas e
quadros possuem marcações distintas para evitar erros durante a montagem do
filtro.
A prática tem como objetivo a realização de uma suspensão de carbonato de
cálcio (CaCO3 ) para a projeção de um filtro-prensa industrial a partir dos parâmetros
coletados de concentração inicial da suspensão, porosidade e resistividade da torta
formada e da resistência do meio filtrante.

2. METODOLOGIA

Materiais utilizados:
● 3 vidros de relógio
● 3 béqueres
● Cronômetro
● Balança semi analítica
● Espátula
● 2 “camisas” como meio filtrante
● 2 provetas de 2L
● Manômetro
● Filtro-prensa
● Quadros e placas
● Bastão de aço
● Estufa

Figura 1: Filtro-prensa pronto para ser utilizado

Inicialmente medimos as dimensões (largura, espessura e comprimento) dos


quadros 2 e 4 e posteriormente montamos o filtro-prensa. Para realizar a montagem
verificamos a ordem, da esquerda para a direita, de
vedação/placa/quadro/placa/quadro; molhamos o meio filtrante, que no caso foi uma
camisa, e posicionamos nos quadros. Antes de prensar, realizamos o teste da
caneta para verificar o alinhamento entre os furos, feito isso podemos prensar o
conjunto usando o “tarugo” (figura 2). Verificamos se a primeira proveta de 2l estava
posicionada na saída de filtrado. Quando o sistema estava montado, promovemos
manualmente a pré-homogeneização da suspensão no tanque com um bastão de
aço. Ao abrir a válvula de reciclo ligamos a bomba centrífuga e a solução foi
homogeneizada através da linha de reciclo. Feito isso, recolhemos 3 béqueres de
amostra identificados, pesando-os anteriormente vazios e posteriormente com as
amostras. Os béqueres seguiram para a estufa a 100℃. Após 1 a 2 minutos com a
bomba operando em reciclo, abrimos a válvula que dá acesso ao filtro até que o
líquido começou a passar por ela, assim que o filtrado caiu na proveta começamos a
marcar o tempo com o cronômetro. Na primeira proveta, marcamos o tempo a cada
500 ml de filtrado recolhido e na segunda marcamos o tempo a cada 200 ml.
Podemos perceber no manômetro que um valor de queda de pressão foi atingido de
forma constante e anotamos esse valor. Também anotamos os valores da
temperatura do laboratório, densidade da água, densidade do sólido e viscosidade
da água.
Quando o filtrado parou de cair, desligamos a bomba e fechamos as válvulas
de reciclo e de alimentação do filtro e devolvemos o filtrado para o tanque de
mistura. Ao abrir o filtro, retiramos os quadros cuidadosamente e coletamos as
amostras da torta em 3 vidros de relógio previamente identificados. Os vidros foram
pesados com uma mistura dos dois quadros, a parte da amostra pegada foi de
longe da alimentação, e levados para a mesma estufa a 100℃. Após 24h os
béqueres e os vidros de relógio foram retirados da estufa e pesados novamente
com as amostras secas e depois colocados na pia.

Figura 2: Conjunto prensado

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No início do experimento medimos as dimensões dos quadros conforme


tabela abaixo:

Quadro Espessura (cm) Comprimento (cm) Largura (cm)


2 1,2 16,2 16,4

4 1,1 16,2 16,5

Média 1,15 16,2 16,45


Tabela 1: Medidas dos quadros do filtro-prensa

A partir dos dados experimentais das massas pesadas na balança semi


analítica, devemos encontrar a concentração da solução que é dada por:
massa sólido
concentração=
massa líquido
onde a massa do sólido pode ser obtida através da (massa do béquer + amostra
seca) - (massa do béquer) e a massa do líquido pode ser obtida pela (massa do
béquer + amostra) - (massa do béquer + amostra seca) para cada um dos
béqueres. Esses valores podem ser verificados na tabela 2 abaixo:

Massa Massa Massa


Béquer béquer béquer + béquer + Massa Massa líquido Concentração
(g) amostra amostra sólido(g) (g) g CaCO3 / g H 2 O
(g) seca (g)

1 40,71 99,39 48,94 8,23 50,45 0,16313

2 31,93 92,00 40,36 8,43 51,64 0,16324

3 30,47 93,39 39,32 8,85 54,07 0,16368

4 30,47 96,33 39,67 9,20 56,66 0,16237


Tabela 2: Dados experimentais referentes a massa de carbonato e de água presentes na suspensão

A partir desses valores encontramos uma média de concentração de 0,16311


g CaCO3 / g H 2 O .
Inicialmente fizemos uma triplicata de béqueres, porém no final adicionamos
mais 1 béquer para medida devido a um erro inicial de vazamento, logo a
concentração havia sido alterada.

Para determinar a porosidade (ε ) da torta, utilizamos a seguinte fórmula:


Volume fluido
ε= ,
Volume fluido +volume sólido
onde o volume fluido é igual a massa do fluido dividido pela sua respectiva
densidade e o volume do sólido é igual a massa do sólido dividido pela sua
respectiva densidade
Massa
Volume=
Densidade
Os valores de densidade da água e do carbonato de cálcio para a
temperatura do laboratório de 23℃ são de 0,9975 g/cm3e 2,71 g/cm3
respectivamente.
A massa do sólido pode ser obtida diminuindo a massa do vidro com a
amostra seca pela massa do vidro e a massa do fluido pode ser obtida diminuindo a
massa do vidro com a amostra pela massa do vidro com a amostra seca. Os valores
obtidos experimentalmente para cada béquer podem ser vistos na tabela 3 abaixo:

Vidro Massa Massa Massa Massa Massa Volume Volume Porosidade


vidro (g) vidro + vidro + sólido fluido sólido fluido
amostra amostra (g) (g) (mL) (mL)
(g) seca (g)

1 40,57 78,54 61,42 20,85 17,12 7,694 17,163 0,69

2 36,31 97,55 70,01 33,7 27,54 12,435 27,609 0,689

3 36,92 95,66 69,28 32,36 26,38 11,941 26,446 0,689


Tabela 3:Dados da amostra de torta de filtração

A partir desses valores encontramos uma média de porosidade de 0,69.

Para determinar a resistividade da torta e a resistência do meio filtrante,


medimos sucessivamente o tempo referente aos volumes de filtrado. Os dados
foram plotados em um gráfico t/V vs V, a partir dos dados experimentais
encontrados na tabela 4 abaixo:

Tempo (s) Volume (mL) Tempo/Volume (s/mL)

6,86 500 0,01372

14,94 1000 0,01494

25,59 1500 0,01706

38,89 2000 0,01944

46,12 2200 0,02096

51,93 2400 0,02164

63,18 2600 0,0243

163,18 2780 0,05869


Tabela 4: tempo, volume e relação tempo/volume de filtração
4. CONCLUSÃO

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

● PECANHA, Ricardo. Sistemas Particulados: Operações unitárias envolvendo


partículas e fluidos. Elsevier Brasil, 2014.

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