Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE

Curso: Engenharia Química


Disciplina: Laboratório de Engenharia Química
Professores: André Lourenço Nogueira / Elias Luiz de Souza

ROTEIRO PARA EXECUÇÃO DO EXPERIMENTO

FILTRO PRENSA: FILTRAÇÃO A PRESSÃO CONSTANTE

Equipe:

1)
2)
3)
4)

1. OBJETIVO

Através do estudo da velocidade de filtração a pressão constante de uma suspensão


de Carbonato de Cálcio, determinar os parâmetros de filtração e as características da torta
de filtração.

2. INTRODUÇÃO TEÓRICA

A Filtração é uma das aplicações mais comuns de escoamento de um fluido através


de leitos compactos. O objetivo da operação é a separação de um sólido do fluido que o
carrega, sendo que qualquer um dos produtos separados pode ser utilizado num processo
industrial. Em todos os casos, a separação se realiza pela passagem do fluido por uma
membrana porosa. As partículas sólidas ficam retidas nos poros da membrana e
acumulam-se, formando uma camada sobre esta membrana. O fluido (gás ou liquido)
passa pelo leito de sólidos e através da membrana retentora.
Os Filtros-prensa foram introduzidos por volta do século XIX e foram utilizados
por muitos anos principalmente na separação de lamas servidas. Eles eram considerados
máquinas de trabalho intensivo, consequentemente não encontraram muita aceitação nas
indústrias de processos sofisticados e altamente automatizados. Isto ocorreu até meados
dos anos 60 quando esta imagem mudou pela introdução de mecanismos avançados,
orientados para obter bolos de baixa umidade que descarregam automaticamente e
permitem a lavagem do pano ao término do ciclo de filtração.
Para realizar uma eficiente separação, é necessário escolher o material adequado
e usar a técnica correta, bem como procurar obter-se o precipitado de forma conveniente.
Uma boa especificação e dimensionamento de um filtro deverá sempre considerar todas
as possibilidades de variação de formação da torta, e as influências que a mesma poderá
exercer sobre a operação de filtração.
Os aspectos acima mencionados dependem de um grande número de fatores, entre
os quais:

• As propriedades do fluído - viscosidade, massa especifica e propriedades corrosivas;


• A natureza do sólido - dimensão e forma das suas partículas bem como a distribuição
granulométrica e as características de empilhamento;
• A concentração de sólidos em suspensão;
• A fase de interesse - o sólido, o fluido ou ambos;
UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE
Curso: Engenharia Química
Disciplina: Laboratório de Engenharia Química
Professores: André Lourenço Nogueira / Elias Luiz de Souza

• O fato de ser ou não necessário lavar os sólidos filtrados;

As informações sobre o tipo de partícula, características físicas, comportamento


em relação à pressão são fundamentais para identificarmos qual a influência que a torta
formada ao longo da filtragem exercerá sobre a perda de carga do filtro (∆P). O diâmetro
médio da partícula, bem como o menor diâmetro a ser retido, ajudará a determinar o tipo
de filtro a ser utilizado. A viscosidade do fluido a ser filtrado limita a utilização de alguns
tipos de filtro, fluidos viscosos tenderão a ser de difícil filtragem, principalmente quando
possuem características corrosivas. A concentração de sólido a ser filtrada e a densidade
da partícula, fornece-nos informações sobre a velocidade de formação da torta
(velocidade de aumento da espessura da torta), bem como a sua disposição ao longo do
elemento filtrante, o que definirá a vida útil do elemento filtrante.
A Equação fundamental da filtração (Equação 1) mostra que, a velocidade de
filtração é inversamente proporcional a somatória das resistências (resistências em série)
de filtração (resistência da torta + resistência do meio filtrante).

∆𝑡 𝜇 𝛼. 𝐶𝑠 . 𝑉
= ( + 𝑅𝑚 ) (1)
∆𝑉 𝐴. ∆𝑃 𝐴

• Queda de pressão total (ΔP) – perda de carga da torta (∆P1) + perda de carga do meio
filtrante (∆P2), onde:
𝛼. 𝜇. 𝑞
∆𝑃1 = .𝑚 (2)
𝐴
∆𝑃2 = 𝜇. 𝑞. 𝑅𝑚 (3)

• Área da superfície de filtração (A);


• Viscosidade do filtrado (μ);
• Concentração de sólidos em suspensão (Cs = m/V).
• Resistência específica ou resistividade da Torta à filtração (α);
• Resistência do Meio filtrante (Rm).

3. METODO EXPERIMENTAL

O sistema é composto por um filtro prensa, bomba de diafragma pneumática para


a alimentação do sistema, suspensão de CaCO3 com concentração de aproximadamente
50 g/L e tanque de armazenamento com agitador para o efluente.

3.1 Montar o sistema de filtração com 2 placas de encosto e placas de câmara (quantidade
a ser definida pelo professor).

3.2 Medir a área filtrante de cada placa e a espessura da torta a ser formada (preencher a
Tabela 1 com os dados).

Tabela 1 - Dimensões do sistema de filtração.


Número de Placas de Câmara
Área filtrante média de cada placa (m²)
UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE
Curso: Engenharia Química
Disciplina: Laboratório de Engenharia Química
Professores: André Lourenço Nogueira / Elias Luiz de Souza

Espessura da torta a ser formada (m)


Área filtrante total (m²)
Volume de torta formada em cada placa (m³)

3.3 Baixar o pistão hidráulico e bombar até que a pressão no manômetro do sistema de
placas chegue a 250 kgf/cm².

3.4 Abrir todas as torneiras de saída de filtrado das placas;

3.5 Abrir os registros de alimentação da suspensão;

3.6 Regular a pressão da bomba diafragma para 3 bar e abrir rapidamente a válvula
reguladora de vazão de modo a começar a sair filtrado nas torneiras das placas.

3.7 Com auxílio de proveta, cronômetro e uma trena, medir o volume de filtrado no
tanque, a vazão do filtrado até que seja insignificante e preencher as Tabelas 2 e 3.

Tabela 2 – Medidas para cálculo da vazão ao longo do experimento.


Volume coletado Tempo para coleta
t de filtração (min) Q (L/s)
na proveta (L) do volume (s)
0
3
6
9
12
15
18
21

Tabela 3 - Parâmetros de filtração para o cálculo das resistências.


Volume de filtrado
t de filtração
retido no tanque ∆t (s) ∆V (m³) ∆t/∆V (s/m³)
(min/s)
(m³)
3 / 180
6 / 360
9 / 540
12 / 720
15 / 900
18 / 1080
21 / 1260

3.8 Após, no circuito de ar comprimido, fechar a válvula reguladora de pressão, deixando


o sistema despressurizar e, em seguida, fechar a válvula reguladora de vazão.

3.9 Abrir lentamente (até 1/3 de volta) a válvula de ar comprimido que está localizada
sobre as placas para expulsar a suspensão remanescente de dentro do filtro.
UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE
Curso: Engenharia Química
Disciplina: Laboratório de Engenharia Química
Professores: André Lourenço Nogueira / Elias Luiz de Souza

3.10 Abrir as placas do filtro e coletar amostras de torta entre cada placa para posterior
análises. Preencher as Tabelas 4 e 5.

Tabela 4 - Massa do cadinho limpo e seco.


Cadinho 1 Cadinho 2 Cadinho 3 Cadinho 4

Tabela 5 - Propriedades da torta formada entre cada placa.


Vol. de
Volume Massa Teor de
Massa água
Placas Cadinho amostral úmida umidade
seca (g) retida
(m³) (g) (%)
(m³)
E-1 1
1-2 2
2-3 3
3-E 4
E – Placa de encosto.

Ao término do experimento, limpe todo o equipamento e devolva todo o material


sólido (torta) para o tanque de agitação.

4. RESULTADOS ESPERADOS

4.1 A partir dos resultados obtidos na Tabela 3 construir o gráfico ∆t/∆V versus V;

4.2 Calcular a resistência da torta (α);

4.3 Calcular a resistência do meio filtrante (Rm);

4.4 A partir das massas da Torta úmida e seca, calcule a porosidade (ε) da torta;

4.5 A partir dos resultados obtidos na Tabela 2 construir o gráfico Vazão volumétrica
(Q) versus tempo de filtração (t).

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1 De acordo com as características do sólido em suspensão, quando que a filtração a


pressão constante pode ser empregada? Justifique!

5.2 Existe diferença entre as umidades das tortas formadas em cada placa? Justifique!

5.3 Como se comporta a vazão volumétrica no processo de filtração a pressão constante?


Justifique!

5.4 Conclusão do grupo a respeito do experimento:


UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE
Curso: Engenharia Química
Disciplina: Laboratório de Engenharia Química
Professores: André Lourenço Nogueira / Elias Luiz de Souza

BIBLIOGRAFIA

Anastácio, P. (2007). Técnica do trabalho prático “Filtração a pressão constante”.


Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.

Avelino, Helena; Pires, Ana Cristina (2002). Tabelas de tecnologia química. Instituto
Superior de Engenharia de Lisboa.

Brandão, Leonor Norton (2007). Operações Sólido Fluido. Instituto Superior de


Engenharia de Lisboa.

Coulson, J. M., Richardson, J. F. (1965). Tecnologia Química (2ª Edição ed., Vols. II -
Operações Unitárias). (C. C. Ramalho, Trad.) Lisboa, Lisboa, Portugal: Fundação
Calouste Gulbenkian.

Perry, R. H. (1999). Chemical Engineer's Handbook (seven Edition ed., Vols. cap.II
Liquid-Solid Operations and Equipment). New York: McGraw-Hill.

Pombeiro, A. J. (1991). Técnicas e operações unitárias em química laboratorial (2ª Edição


ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkiam.

Vogel, A. I. (1992). Análise Química Quantitativa (5ª Edição ed.). (M. Horácio, Trad.)
Rio de Janeiro, RJ, Brazil: Guanara Koogan S.A.

Você também pode gostar