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Manejo de Irrigação

1ª Aula - Solo e água

Prof. José Dantas Neto


Irrigação: Água e Solo
A técnica de irrigação, do ponto
de vista didático, compreende
duas etapas:
Engenharia de irrigação:
Como irrigar ?
-Método de irrigação e suas
características.

Ciências da irrigação
Quando e quanto irrigar
REALÇÕES ÁGUA –SOLO- PLANTA
A análise desses dois pontos leva em consideração:
Solo: armazenamento, infiltração da água,
salinidade etc.;
Água: disponibilidade e qualidade;
Planta: espécies, fase de desenvolvimento,
espaçamento, etc.
Clima: Precipitação, umidade relativa, radiação,
velocidade do vento, temperatura, etc.;
Sistemas de Irrigação: Método de irrigação, tipo e e
suas características.
Manejo de Irrigação

De uma maneira simplificada, o manejo da irrigação é


visto como a implementação de uma série de medidas e de
procedimentos com o objetivo de responder a três
questões básicas: como, quando e quanto irrigar.
Assim o manejo da irrigação consiste na determinação do
momento, da quantidade e de como aplicar a água na
plantação, levando em consideração outros aspectos do
sistema produtivo como o controle fitossanitário, as
condições meteorológicas, econômicas e as estratégias de
condução da cultura.
A forma como o manejo da irrigação é feito varia de
acordo com a metodologia escolhida.
Manejo de Irrigação
Existem três processos de manejo de
irrigação:
Baseados nas condições atmosféricas,
Baseado nas condições de umidade do
solo
Baseado nas condições de água na
planta.
Pode ser feito também o manejo
integrado, que recomenda a irrigação
baseado nas condições da atmosfera e
do solo, conjuntamente.
Vantagens econômicas do manejo da irrigação
O manejo da irrigação tem por finalidade estabelecer técnicas que
possibilitem a conservação da água e de energia sem reduzir a
produção econômica da cultura, procurando responder às seguintes
perguntas:

• Quando se deve irrigar?


• Qual a quantidade de água se deve aplicar em cada irrigação?
• Qual o tempo de aplicação da água necessária?

Para responder às duas primeiras questões devem-se conhecer as


necessidades de água da cultura e as características do solo quanto a
sua capacidade de armazenar água.

Para responder à terceira questão devem-se considerar as


características de infiltração de água no solo e a intensidade de
aplicação de água dos emissores, compatibilizando-as de forma a
evitar o escoamento superficial.
Relações massa-volume dos solos
Relações massa-volume dos solos
Relações massa-volume dos solos
Relações massa-volume dos solos
Relações massa-volume dos solos
Relações massa-volume dos solos
Umidade do solo
Umidade do solo
Umidade do solo
Umidade do solo
Nos cálculos de irrigação , trabalha-se sempre a umidade do
solo, em base seca e faz-se necessária a transformação desse
valor antes das determinações de lâminas de irrigação
Umidade do solo
Medida de Umidade do Solo
Métodos para determinação da Umidade do solo
Método Padrão da Estufa
É o método tradicional e com maior precisão, sua determinação
é muito simples: basta determinar a massa da amostra no seu
estado natural e a massa após completa secagem em estufa a
105ºC até 110ºC.
Essa metodologia apresenta vantagem em relação às demais,
porque apresenta resultados confiáveis, porém traz como
inconveniente, o tempo excessivo para obtenção desse índice
físico.
No Brasil a determinação da umidade do solo é padronizada
pela norma NBR 6457/2016 - Amostras de solo - Preparação
para ensaios de compactação e ensaios de caracterização
Método Padrão da Estufa
Segundo a norma NBR 6457/2016 o procedimento para a
execução do ensaio consiste resumidamente em:
- Tomar uma quantidade de material, função da dimensão dos
grãos maiores contidos na amostra, conforme tabela 1,
destorroar sem que haja perda de umidade, e colocar em
cápsulas metálicas. Efetuar pesagem do conjunto.
Método Padrão da Estufa
Segundo a norma NBR 6457/2016 o procedimento para a
execução do ensaio consiste resumidamente em:
Levar a cápsula à estufa, normalmente em um intervalo de 16 a
24 horas, necessário à secagem do material. Intervalos maiores
podem ser necessários dependendo do tipo e quantidade do solo
ou se o mesmo estiver muito úmido;
Efetuar nova pesagem após a retirada do conjunto da estufa;
Efetuar, no mínimo, três determinações do teor de umidade por
amostra.
O cálculo do teor de umidade é efetuado dividindo-se a massa
da água contida na amostra de solo pela massa seca das
partículas sólidas do solo, sendo expresso em porcentagem.
Método Padrão da Estufa
Exercício de Aplicação
Na tabela a seguir, apresentam-se os resultados das
pesagens de um solo determinado pelo método- padrão
de estufa. Calcule a % Upeso, a densidade aparente e %
Uvolume.

Prof. M1 M2 M3 Anel
(g)
(cm) (g) (g)
d(cm) h(cm)

0-20 215,6 198,4 107,1 6,20 2,52

20-40 225,2 200,4 106,2 6,20 2,52

M1=peso da amostra do solo úmido; M2= peso da amostra


do solo seco na estufa após 48 horas; M3= peso do
recipiente utilizada; d=diâmetro do anel; h=altura do anel
utilizado na coleta do solo
Exercício de Aplicação
Resolução:
Prof. M1 M2 M3 Anel
(cm) (g) (g) (g)
d(cm) h(cm)
0-20 215,6 198,4 107,1 6,20 2,52
20-40 225,2 200,4 106,2 6,20 2,52
Exercício de Aplicação
Resolução:
Prof. M1 M2 M3 Anel
(cm) (g) (g) (g)
d(cm) h(cm)
0-20 215,6 198,4 107,1 6,20 2,52
20-40 225,2 200,4 106,2 6,20 2,52
Exercício de Aplicação
Resolução:
Prof. M1 M2 M3 Anel
(cm) (g) (g) (g)
d(cm) h(cm)
0-20 215,6 198,4 107,1 6,20 2,52
20-40 225,2 200,4 106,2 6,20 2,52

Resultado Final

Prof. %U %U Da
(cm) (peso) (Volumétrica) (g/cm³)
0-20 18,84 22,61 1,20
20-40 26,33 32,65 1,24
É um equipamento para
medição direta da tensão de
água no solo, sendo a umidade
do solo determinada de forma
indireta

Componentes:
Cápsula
cerâmica; tubo
PVC;
vacuômetro ou
tensímetro
Existem vários tipos de
tensiômetros (tensímetro
digital, tensímetro de
ponteiro, de mercúrio, etc).

O tensiômetro é uma aparelho que como o próprio


nome já diz, mede a tensão de água ou potencial
matricial do solo, que pode ser convertido para
umidade do solo.

Sendo assim, podemos com o auxílio deste aparelho


determinar a umidade atual e consequentemente o
armazenamento de água no solo.
em que: θ é o conteúdo de água do solo (%); θr é o conteúdo
de água residual (%); θs é o conteúdo de água na saturação
(%); Ψ potencial matricial (kPa); α, n e m são os
parâmetros empíricos do modelo.
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstrea
m/doc/948920/1/BassoiINT103.pdf

LEITURA RECOMENDADA
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
Sonda de Nêutrons
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
Sonda de Nêutrons
Princípio de funcionamento:

Nêutrons rápidos (10 keV a 20


MeV) emitidos de uma fonte
(normalmente amerício-berílio)
são moderados, isto é,
desacelerados ou tornados
nêutrons lentos (0,01 a 0,3 eV)
pelos átomos de hidrogênio no
solo, detectados por um contador
proporcional de 3He ou BF3 no
interior do solo e registrados em
um “scaler” à sua superfície.
KeV=kilo elétron Volt
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
Sonda de Nêutrons
Vantagens do uso da sonda de
nêutrons:
* A medida não é destrutiva
• Permite a obtenção de
valores de umidade no solo
no mesmo ponto e a qualquer
tempo
• As medidas são rápidas e Desvantagens
precisas * É um equipamento
• Fácil manejo e pode ser relativamente caro
conectada a registradores * É uma fonte radioativa *
• A capacidade de trabalho Não é recomendado para
estende-se a solos bem mais solos com elevado teor de
secos, onde os tensiômetros matéria orgânica
não podem ser utilizados
Métodos Indiretos de Medir
Umidade do solo:
Sonda de Nêutrons

CR= razão de contagem = cs/ca;


cs= média das contagens de nêutrons lentos no solo;
ca= média das contagens de nêutrons lentos na água (padrão
= 157050 cpm).
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
Sonda de Nêutrons
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
TDR - Reflectometria no Domínio do Tempodomínio do tempo
(TDR)

O TDR é um método eletromagnético, indireto, minimamente destrutivo


(somente na superfície) o qual permite medidas em tempo real do
conteúdo de água no solo e automatização com transmissão por acesso
remoto.

Quando calibrado, pode melhorar ainda mais a precisão e acurácia dos


valores.

O equipamento emite um pulso eletromagnético que é enviado e guiado


ao longo de uma linha de transmissão terminada em hastes metálicas
inseridas no solo em questão.

O TDR determina a permissividade dielétrica, medindo o tempo de


propagação das ondas eletromagnéticas em um meio.

Essa permissividade dielétrica controla a velocidade de propagação da


onda eletromagnética no solo, sendo possível criar uma relação empírica
ou semi-empírica e inferir indiretamente o conteúdo de água
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
TDR - Reflectometria no domínio do tempodomínio do tempo (TDR)
PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO
É criado um campo elétrico de alta
freqüência ao redor de cada sensor,
partindo do tubo de acesso e penetrando
pelo solo, em que as trocas de freqüência
do circuito é função das trocas de
capacitância .
A técnica, basicamente, consiste em medir dois parâmetros:
t1 – o tempo de propagação da onda no início da sonda e;
t2 - o tempo de propagação no final da sonda.
Desta forma, t2-t1 = t é o tempo necessário para que um pulso
eletromagnético se propague através de um cabo coaxial de impedância
constante (50 Ω) até chegar a uma haste de transmissão paralela de metal
(sonda), no final do cabo, cravada no solo.

Obs: Ω (ômio )=unidade de resistência elétrica


Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
TDR - Reflectometria no domínio do tempodomínio do tempo (TDR)
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
TDR - Reflectometria no domínio do tempo do tempo (TDR)
O solo neste caso age como o meio dielétrico. O pulso, pelas
alterações no início da haste sofre uma reflexão, continuando
o percurso nas hastes da sonda até o final da mesma, em que,
é definitivamente refletido de volta ao testador de cabos.
Quanto maior a constante dielétrica do solo (Ka) , menor a
velocidade do pulso,
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
TDR - Reflectometria no domínio do tempodomínio do tempo (TDR)
Uma vez conhecida a constante
dielétrica aparente do solo (Ka), a
umidade será determinada por
meio de modelos matemáticos,
dos quais o mais comum é o
modelo cúbico, da forma
apresentada por Topp, Davis e
Annan (1980):

Θ = -5,3x10-2 +2,92x10-2Ka-5,5x10-4 Ka2+4,3x10-6Ka3


Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
TDR - Reflectometria no domínio do tempodomínio do tempo (TDR)
Métodos Indiretos de Medir Umidade do
solo:
TDR - Reflectometria no domínio do tempo)
O ideal é realizar uma calibração local a fim de
obter , com maior confiabilidade, valores de
umidade do solo para manejo de irrigação
Métodos Indiretos de Medir Umidade do
solo:
TDR - Reflectometria no domínio do tempo)

Calibração:
θ= umidade do solo
obtido pelo método
padrão da estufa;
Ka= constante
dielétrica, obtida
em campo
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
TDR - Reflectometria no domínio do tempodomínio do tempo (TDR)
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
Reflectometria no domínio da frequência (FDR) ou método por
capacitância tempo (TDR)

Basicamente, neste tipo de equipamento, a sonda


funciona como parte de um capacitor eletrônico.
Quando ativado, a matriz solo-água-ar forma o meio
dielétrico deste “capacitor”.

Desde que a área dos anéis (eletrodos) e distância


entre eles são fixas na sonda, a capacitância
aumenta consideravelmente com um aumento no
número de moléculas de água livres e, com seus
dipolos respondendo ao campo elétrico criado pelo
capacitor

Na maioria dos equipamentos, de maneira similar à


sonda de nêutrons, o sensor é inserido no solo via
tubo de acesso.
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
Reflectometria no domínio da frequência (FDR) ou método por
capacitância tempo (TDR)
Atualmente, o principal fabricante de sondas por capacitância é
a empresa australiana Sentek Pty Ltd* (www.sentek.com.au),
que no seu portfólio de produtos, incluem a multisonda semi-
portátil Enviroscan e a sonda portátil Diviner 2000, além outros
modelos.
A sonda portátil Diviner 2000 apresenta um visor digital com
teclado e coletor de dados acoplado via cabo a uma haste que
na sua extremidade apresenta o sensor (envolvido em plástico),
que ao ser inserido no tubo de acesso no solo por um operador,
provê automaticamente leituras do teor de água a cada 10 cm
de profundidade à medida que a sonda é inserida no tubo.
Comercialmente o equipamento apresenta três comprimentos
para hastes: 0,7, 1,0 e 1,6 m. A grande vantagem deste modelo é
a sua portabilidade, ou seja, com apenas uma sonda, um
operador pode monitorar e registrar valores de umidade de
perfis de solo (até 99 perfis).
Além disso, as leituras são rápidas e o equipamento é leve.
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:
Reflectometria no domínio da frequência (FDR) ou método por
capacitânciado tempo (TDR)
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:do tempo (TDR)
Métodos Indiretos de Medir Umidade do solo:do tempo (TDR)
Reflectometria no domínio da frequência (FDR) ou método por
capacitância: Sonda Diviner 2000)

Calibração

FR= Frequência da sonda


Sonda Diviner 2000 - Calibração
Sonda Diviner 2000 - Calibração

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