Você está na página 1de 17

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
GOIÁS
CAMPUS GOIÂNIA

Mecânica dos Solos II


ENSAIOS DE PERMEABILIDADE

Matheus José Gomes Leite

GOIÂNIA/GO
2023
Mecânica dos Solos II
ENSAIOS DE PERMEABILIDADE

Matheus José Gomes Leite

Relatório de ensaio sobre permeabilidade


constante e variável, realizado no laboratório de
Mecânica dos Solos, na disciplina Mecânica dos
Solos II, ministrado pelo professor João Carlos.

GOIÂNIA/GO
2023
Resumo

Os ensaios de Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos


granulares à carga constante e o de Determinação do coeficiente de
permeabilidade de solos argilosos a carga variável são regulamentados,
respectivamente, pelas normas ABNT NBR 13292:2021 e ABNT NBR 14545:2021.
Essas normas prescrevem os métodos para a determinação do coeficiente de
permeabilidade de solos granulares e de solos argilosos com a água percolando
através deles, em regime de escoamento laminar.

3
Sumário

Resumo..............................................................................................................3

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................5

2. OBJETIVOS DO ENSAIO.........................................................................6

3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS.............................................................7

4. PROCEDIMENTOS...................................................................................9

5. RESULTADOS........................................................................................12

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS...............................................................14

7. CONCLUSÃO..........................................................................................15

8. REFERÊNCIAS.......................................................................................16

4
1. INTRODUÇÃO

Permeabilidade é a propriedade que representa uma maior ou menor


dificuldade com que a percolação da água ocorre através dos poros do solo. Nos
materiais granulares não coesivos como as areias, por exemplo, há uma grande
porosidade o que facilita o fluxo de água através dos solos, enquanto que nos
materiais finos e coesivo como as argilas, ocorre o inverso o que torna este tipo de
material ideal para barragens por apresentar baixa permeabilidade.

A permeabilidade do solo é representada pelo coeficiente de


permeabilidade K, que pode ser obtido em laboratório através de dois tipos de
ensaios. Para materiais granulares de alta permeabilidade é utilizado do ensaio de
permeabilidade de carga constante e para os materiais de baixa permeabilidade é
realizado o ensaio de carga variável.

O coeficiente de permeabilidade é a grandeza que mede a facilidade


com que um fluido escoa através de um meio poroso. Seu valor depende da
viscosidade do fluido, do índice de vazios, do grau de saturação, do tamanho e da
forma das partículas, etc. Sua determinação baseia-se na lei de Darcy para
escoamento laminar, segundo a qual a velocidade de percolação é diretamente
proporcional ao gradiente hidráulico, e pode ser feita em laboratório por
permeâmetros (carga constante ou carga variável). O conhecimento do coeficiente
de permeabilidade é importante em problemas de drenagem, percolação,
rebaixamento de nível d'água, recalques, etc.

5
2. OBJETIVOS DO ENSAIO

Determinar o coeficiente de permeabilidade "K" de duas amostras


diferentes de solo, em laboratório, aplicando os métodos dos permeâmetros de
carga constante e de carga variável, segundo as normas: ABNT NBR 13292:2021
para solos granulares (grossos) e ABNT 14545:2021 para solos argilosos (finos).

6
3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

3.1 DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE À


CARGA CONSTANTE

 Amostra de solo;
 Água corrente;
 Permeâmetro;
 Reservatório com filtro;
 Funil;
 Mangueiras;
 Equipamento para compactação;
 Balanças;
 Cronômetro;
 Proveta.

Imagem 1: Ilustração de alguns materiais utilizados.


7
3.2. DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE À
CARGA VARIÁVEL

 Amostra de solo;
 Água corrente;
 Permeâmetro;
 Reservatório com filtro;
 Funil;
 Mangueiras;
 Equipamento para compactação;
 Balanças;
 Cronômetro;
 Proveta.

Imagem 2: Ilustração de alguns materiais utilizados.

8
4. PROCEDIMENTOS

4.1 PERMEABILIDADE À CARGA CONSTANTE

Inicialmente, mediu-se o diâmetro interno (D) e a altura (L) do


permeâmetro de carga constante, onde a amostra do solo seria colocada. Feito
isso, a amostra de solo foi colocada no recipiente. Logo após, o permeâmetro foi
conectado aos tubos manométricos e o reservatório foi ajustado para que
mantivesse a altura da água constante.

Imagem 3: Sistema pronto para realizar as leituras.

Montado o sistema, anotou-se a temperatura da água (T) e a perda de


carga (h) e fez-se quatro leituras do intervalo do tempo que durava para a
passagem de parte do volume do reservatório pela amostra de solo. Com esses
dados, aplicando a formula abaixo, obteve-se o coeficiente de permeabilidade
médio (K) do solo analisado. Por fim, corrigiu-se para a temperatura de 20°C, o
padrão exigido pela norma ABNT NBR 13292.

9
V ∗L
K=
A∗h∗t

Fórmula 1: Coeficiente de permeabilidade no ensaio de permeametro à carga


constante.

Onde:
V = quantidade de água medida na proveta (cm³);
L = comprimento da amostra (cm);
A = área da seção transversal da amostra (cm²);
h = diferença do nível entre os reservatórios (cm);
t = tempo de duração do ensaio (s);

Para a correção da temperatura à 20ºC foi usada a fórmula:

K 20 ºC=K∗Cv

Fórmula 2: correção do coeficiente de permeabilidade à carga constante.

Onde:
K 20ºC = coeficiente de permeabilidade à 20º graus;
K = coeficiente de permeabilidade obtida no ensaio;
Cv = é a relação entre as viscosidades do liquido na temperatura do
ensaio e na temperatura de 20º graus.

10
4.2 PERMEABILIDADE À CARGA VARIÁVEL

Inicialmente a amostra de solo foi deixada saturando por um período de


tempo. Feito isso, mediu-se os diâmetros da bureta e do permeametro para obter-
se a área da seção transversal da bureta (a) e da amostra (A) e mediu-se também
dos comprimentos da câmara do permeametro e do disco espaçador para o obter-
se o comprimento da amostra (L) no sentido do fluxo. Com isso, montou-se o
esquema semelhante a imagem abaixo:

Imagem 4: Vista geral do sistema pronto para realizar as leituras.

Montada a aparelhagem acima, anotou-se a temperatura da água (T) e


calculou-se h1 e h2 iniciais e padronizou-se um intervalo de 20 cm para cada
leitura do intervalo de tempo t para o escoamento da água no solo. No total,
realizou-se 9 leituras. Com esses dados, aplicando a formula abaixo, obteve-se o
coeficiente de permeabilidade médio (K) do solo analisado. Por fim, corrigiu-se para
a temperatura de 20°C, o padrão exigido pela norma ABNT NBR 14545.

11
2.3∗( a∗L ) h1
K= ∗log ⁡( )
A∗t h2
Fórmula 2: coeficiente de permeabilidade no ensaio de permeametro à carga variável.

5. RESULTADOS

5.1 PERMEABILIDADE À CARGA CONSTANTE

As medidas obtidas do corpo de prova foram:


• Diâmetro interno (d): 2.65 cm;
• Área (A): 10 cm²;
• Altura (L): 12.68 cm.

Aplicando a Fórmula 1, foram calculados os coeficientes de


permeabilidade do solo para as quatro leituras e também um valor médio:

1ª Leitura:
127.67∗13.8
k= =3.06∗10−2 cm/s
124.69∗13.68∗33.75

2ª Leitura:
196.09∗13.8 −2
k= =3.22∗10 cm/ s
124.69∗13.68∗49.12

3ª Leitura:
248.89∗13.8 −2
k= =3.22∗10 cm/ s
124.69∗13.68∗62.47

4ª Leitura:
1 93 . 25∗13.8 −2
k= =3.22∗10 cm/ s
124.69∗13.68∗48.43

Média dos coeficientes de permeabilidade calculados:


( 3.06∗10−2 ) + ( 3.22∗10−2 ) + ( 3.22∗10−2 ) + ( 3.22∗10−2 ) −2
k= =3.18∗10 cm/ s
4

12
Por fim, o valor médio do coeficiente de permeabilidade (K) calculado é
igual a: 3.18∗10−2 cm/s. Não foi coletada a temperatura durante o ensaio, por esse
motivo a correção do coeficiente para a temperatura de 20ºC não foi feita.

5.2 PERMEABILIDADE À CARGA VARIÁVEL

Foram medidos:
 Diâmetro da bureta (d): 2.65 cm;
 Diâmetro do permeâmetro (D): 10 cm;
 Área do Permeâmetro (A): 78.54 cm²;
 Área da Bureta (a): 5.515 cm²;
 Comprimento (L): 12.68 cm;
 Altura do N.A. (h1): 126.8 cm;
 Gradiente hidráulico: 10.

Foram obtidas as seguintes leituras:

Temp. K 20ºC
Leitura t (s) h1 (cm) h2 (cm) nT (g.s/cm²) Kt (cm/s)
(ºC) (cm/s)
1 3600 126.8 92.8 27.2 8.666 * 10^-6 7.71 * 10^-5 6.5 * 10^-5
2 3180 126.8 98.8 27.3 8.646 * 10^-6 6.98 * 10^-5 5.86 * 10^-5
3 11700 126.8 64.8 26.5 8.808 * 10^-6 5.10 * 10^-5 4.37 * 10^-5
4 4320 126.8 102.3 26.4 8.829 * 10^-6 4.42 * 10^-5 3.79 * 10^-5
5 9300 126.8 85.8 26.4 8.829 * 10^-6 3.74 * 10^-5 3.20 * 10^-5
6 8800 126.8 91.3 26.6 8.788 * 10^-6 3.32 * 10^-5 2.83 * 10^-5
7 7200 126.8 99.8 26.6 8.788 * 10^-6 2.96 * 10^-5 2.53 * 10^-5
8 7200 126.8 101.8 26.7 8.767 * 10^-6 2.71 * 10^-5 2.31 * 10^-5
9 4800 126.8 104.8 26.4 8.829 * 10^-6 3.53 * 10^-5 3.03 * 10^-5
Tabela 1: Dados do ensaio de permeabilidade à carga variável.

Média dos coeficientes de permeabilidade calculados:


( 6.50 ) + ( 5.86 ) + ( 4.37 ) + ( 3.79 ) + ( 3.20 ) + ( 2.83 ) + ( 2.53 ) + ( 2.31 ) + ( 3.03 )
k=
9
¿ 3. 82∗1 0−5 cm/s

13
A correção do coeficiente para a temperatura de 20ºC foi feita
individualmente em cada leitura, como pode ser visto na tabela.
Por fim, o valor médio do coeficiente, já corrigido para a temperatura de
20ºC, foi igual a: 3.82∗10−5 cm/s.

14
6. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com bases nesses resultados, podemos classificar esses solos de


acordo com os intervalos de variação do coeficiente de permeabilidade (K)
propostos por A. Casagrande e R. E. Fadum, como mostra a figura abaixo:

Imagem 5: Faixas de variação do coeficiente de permeabilidade K segundo A.


Casagrande e R. E. Fadum.

Como o valor de K é comumente expresso como um produto de um


número por uma potência de 10, esta potência será característica para a sua
classificação segundo a Imagem 5.
Assim, podemos classifica-las:

Amostra K (cm/s) (média) Classificação


1 −2 Areia
3.18∗10 cm/s
2 −5
3.82∗10 cm/s Areias muito finas e siltes,
mistura de ambos e argila
Tabela 2: Classificação das amostras de solo de acordo com o seu coeficiente de
permeabilidade.

15
7. CONCLUSÃO

Os ensaios executados visaram a determinação do coeficiente de


permeabilidade de duas amostras diferentes de solo, segundo as normas ABNT
NBR 13292:2021 para os solos granulares e ABNT NBR 14545:2021 para os solos
argilosos. Através dos métodos especificados por essas normas, determinamos os
coeficientes de permeabilidade K das duas amostras de solos, onde,
−2 −5
K 1=3.18∗1 0 cm/s e K 2=3.82∗10 cm/s , assim de acordo com os Intervalos de
variação do coeficiente de permeabilidade na escala de A. Casagrande e R. E.
Fadum, a amostra de solo K₁ foi classificada sendo areia e a amostra K₂ sendo
areias muito finas e siltes, mistura de ambos e argila.
A realização dos ensaios foi útil para conhecer os métodos e normas
que devem ser seguidas para determinação do coeficiente de permeabilidade de
um solo em laboratório, do qual é muito importante o seu conhecimento em muitas
obras de engenharia, seja em processos de compactação de solos ou na análise e
correção de desníveis de terrenos (recalques), pois, geralmente os problemas mais
graves de uma construção estão relacionados com a presença da água.

16
8. REFERÊNCIAS

CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed., rev.
e ampl. Rio de Janeiro, 2008.
PINTO, Carlos de Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos, em 16
Aulas. 1 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 247 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 14545-
2021: < https://www.adnormas.com.br/anuncie/normas-tecnicas/27257/abnt-
nbr14545-solo-determinacao-do-coeficiente-de-permeabilidade-de-solos-argilosos-
a-carga-variavel >.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 14545-
2021: <
https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-da-amazonia/mecanica-dos-
solos/abnt-nbr-13292-2021-versao-corrigida-2021-permeabilidade-carga-
constante/67668375 >.

17

Você também pode gostar