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VIRTUALAB – SUMÁRIO TEÓRICO

COMPRESSIBILIDADE DOS SOLOS


O conhecimento da suscetibilidade do solo à deformação quando aplicadas forças
externas, visa garantir uma maior estabilidade e segurança aos projetos de engenharia. Sendo
assim, a resistência à compressão é uma propriedade fundamental. A NBR 6502 (ABNT, 1995)
define compressibilidade como uma propriedade de um solo relativa a sua suscetibilidade de
diminuir de volume sob efeito da aplicação de uma carga, que pode ser externa ou interna.
De acordo com Holtz & Kovacs (1981), o estudo da tensão efetiva de um solo foi proposto
por Terzaghi (1925), em que apresenta a resposta de um volume de solo a mudanças resultantes
da aplicação de cargas depende exclusivamente da tensão efetiva a ele aplicada.
Para realização do ensaio, deve-se seguir as orientações da NBR 12770 (ABNT, 1992) –
Solo coesivo – Determinação da resistência à compressão não confinada. Alguns dos materiais
necessários são: equipamento de compressão, anel dinanométrico, extrator de amostra,
medidor de deslocamento, paquímetro e balança. O anel dinamométrico é um equipamento
acoplado à prensa e utilizado para se determinar os esforços aplicados à amostra.
O corpo de prova. Esse deve ter um diâmetro mínimo de 35 mm, sendo que a maior
dimensão do maior grão contido no solo deve ser menor que um décimo do seu diâmetro. A
relação entre altura e diâmetro deve respeitar a proporção entre 2 e 2,5. As dimensões devem
ser aferidas a partir de um paquímetro, sendo no mínimo 3 medidas de altura, afastadas a 120o
e no mínimo, três medidas de diâmetros, nas quartas partes da altura.
Os corpos de prova podem ser obtidos a partir de amostras indeformadas, remoldadas
ou compactadas. Considerando-se a forma mais primitiva, o ensaio será realizado com corpos
de provas indeformados, obtidos a partir de blocos de solo. Essas amostras são acondicionadas,
transportadas e armazenadas, de forma a manter sua integridade até o laboratório. Deve-se
tomar cuidado para que não ocorra algum tipo de amolgamento do solo. Após o transporte, os
corpos de prova devem ser manipulados em ambiente com temperatura e umidade controlada.
O bloco de solo é talhado nas extremidades, tornando-as faces paralelas em superfícies de topo
de base. A lateral é também talhada, de forma a encontrar uma seção transversal
predeterminada. Deve-se determinar a massa e as dimensões do corpo de prova nesse
momento. Com as aparas excedentes, pode-se utilizar para determinar o teor de umidade.
O corpo de prova pronto deve ser posicionado no equipamento de compressão,
centrado, ajustando o anel dinanométrico apenas encostando na face do cilindro. O
carregamento é, então, aplicado. A velocidade de deformação deve ser constante. Durante o
ensaio, registra-se os valores da carga, deslocamento e tempo, em intervalos suficientes pra se
obter uma curva tensão-deformação. Todo o procedimento até a ruptura não deve exceder 15
minutos.
A partir dos resultados, pode-se calcular a deformação axial específica, seguindo a
equação a seguir:

∆𝐻
𝜀= 100
𝐻
Sendo:
ε = deformação axial específica, em %;
ΔH = variação da altura do corpo de prova, em mm;
H = altura inicial do corpo de prova, em mm.

Como há deformação do corpo de prova durante o ensaio, deve-se calcular a nova área
da seção transversal média para cada carga aplicada, pela equação:

100 𝐴𝑖
𝐴=
100 − 𝜀

Sendo:

Ai = área da seção transversal média inicial, em m².

Por fim, calcula-se então a tensão de compressão q do solo pela equação:

𝑃
𝑞=
𝐴

Sendo:

P = carga aplicada, em kN.

Os resultados do ensaio podem ser apresentados de forma gráfica, relacionando a


tensão de compressão com a deformação axial específica.
Referências

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12770 - Solo coesivo – Determinação
da resistência à compressão não confinada. Rio de Janeiro, 1992.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6502 - Rochas e solos -


Terminologia. Rio de Janeiro, 1995.

HOLTZ, R.D. & KOVACS, W.D. An introduction to geotechinical engineering. New Jersey,
Prentice-Hall, 1981.

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