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O Conservatório Estadual de Música


“Juscelino Kubitschek de Oliveira”, tem
marcado em sua história o incêndio que o
destruiu em 1987. Sua reconstrução contou
com a ajuda de toda a comunidade. A
reinauguração do prédio aconteceu em 1994.

CEMJKO
REVISANDO CONTEÚDOS.....1
TOM E SEMITOM.....10
SINAIS DE ALTERAÇÃO OU ACIDENTES.....13
NOTAS ENARMÔNICAS.....15
ESCALAS.....18
ESCALA CROMÁTICA.....18

ÍNDICE CROMATISMO.....19
ESCALA DIATÔNICA.....23
ESCALA MAIOR NATURAL.....23
LIGADURAS.....26
PONTO DE AUMENTO.....30
ACENTUAÇÃO MÉTRICA.....32
SÍNCOPA OU SÍNCOPE.....34
CIFRAS.....38

CADERNO DE MÚSICA

BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA E CONSULTA

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REVISANDO CONTEÚDOS

PULSAÇÃO
Pulsação é a estrutura rítmica de uma música tem como base o batimento
regular. Os pulsos são derivados de ritmos naturais do nosso movimento
corporal. É um ritmo elementar de tempos iguais que se caracteriza pela
constância e também pela repetição.

EXERCÍCIO
Marque as pulsações da canção abaixo fazendo uma seta ou um
asterisco sobre a sílaba onde a pulsação acontece.

AZUL DA COR DO MAR


Tim Maia

Ah! Se o mundo inteiro me pudesse ouvir


Tenho muito pra contar, dizer que aprendi
E na vida a gente tem que entender
Que um nasce pra sofrer enquanto o outro ri

Mas quem sofre sempre tem que procurar


Pelo menos vir a achar razão para viver
Ver na vida algum motivo pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar

RÍTMICA CORPORAL
Pés, Peito e Palma

LEGENDA
PD = Pé Direito Treine mantendo a regularidade no ritmo (pulsação).
PE = Pé Esquerdo

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2

CLAVES

Claves são símbolos que servem para convencionar o posicionamento das


notas na pauta e a região (tessitura) a qual elas pertencem. Existem três claves:

A Clave de Sol é usada para os sons agudos.

A Clave de Fá é usada para sons graves.

A Clave de Dó é usada para sons médios.

EXERCÍCIOS
LEITURA MÉTRICA

1) Faça a leitura conforme a clave.

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3

2) Desenhe a clave conforme o nome da nota.

FIGURAS DE VALOR

Figuras de Valor são as figuras (símbolos) utilizadas para representar a


duração do som. Uma figura de valor pode possuir até três partes e são essas
partes que diferenciam uma da outra. Observe:

Observe o quadro abaixo com as figuras de valor:

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SOLFEJOS RÍTMICOS
Marcando pulso com a mão e cantando a melodia rítmica.

1.1

SOLFEJOS MELÓDICOS
Primeiro utilize a manossolfa (Kodaly) fazendo uma leitura livre. Depois
faça a leitura utilizando a marcação de pulso. Sempre tenha atenção com
a afinação das notas.

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5

1.2

1.3

CORAIS MELÓDICOS
Leitura melódica para três grupos.

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ALTURA E INTENSIDADE
Altura e intensidade são duas características do som. A altura é a
característica que determina se um som é grave ou agudo. Sons agudos são
aqueles bem estridentes e os sons graves são aqueles mais encorpados. A
intensidade é a característica do som em ter mais volume sonoro ou menos
volume sonoro.

EXERCÍCIO
Escreva, na frente de cada pauta, o nome da nota mais aguda.

DITADOS RÍTMICOS
O professor marca o pulso com a mão e canta a melodia rítmica que
deverá ser escrita.

DITADOS MELÓDICOS
O professor toca a melodia, usando as notas Mi, Sol, Lá e Ré que deverá
ser escrita.

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AUTOMATISMOS DE LEITURA
ORDENAÇÃO DE NOTAS

1. Treine falando a ordenação das


notas nas direções indicadas
pelas setas.
2. Mantenha a regularidade no
ritmo.
3. Aumente a velocidade conforme
for ficando mais fácil.

COMPASSO E FÓRMULAS DE COMPASSO

Compassos são pequenas divisões feitas em uma partitura. Essas divisões


são feitas a partir de uma determinada quantidade de pulsações.
Fórmulas de compasso são utilizadas para fazer a divisão dos compassos,
mostrando a figura de valor que vale um tempo (denominador) e quantos tempos
tem o compasso (numerador).
No quadro seguinte, encontramos as figuras de valor e seus respectivos
números utilizados nas fórmulas de compasso.

Dessa forma, toda vez que uma fórmula de compasso tiver o número 4 na
parte inferior (denominador) significa que a semínima vale um tempo. Caso seja o
número 2, a mínima é que vale um tempo; e assim por diante.

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8

EXERCÍCIO
1) Desenhe a figura que vale um tempo nos compassos:

2) Complete os compassos abaixo:

SOLFEJOS RÍTMICOS
Marcando pulso com a mão e cantando a melodia rítmica.

1.4

1.5

CEMJKO
9

DITADOS RÍTMICOS
O professor marca o pulso com a mão e canta a melodia rítmica que
deverá ser escrita.

SOLFEJOS MELÓDICOS
Primeiro utilize a manossolfa (Kodaly) fazendo uma leitura livre. Depois
faça a leitura utilizando a marcação de pulso. Sempre tenha atenção com
a afinação das notas.

1.6

1.7

CEMJKO
10

DITADOS MELÓDICOS
O professor toca a melodia, usando as notas Mi, Sol, Lá e Ré, que deverá
ser escrita.

TOM E SEMITOM
Tom e semitom são intervalos musicais. Intervalo é a distância existente
entre dois sons. Tom e semitom são os primeiros tipos de intervalos que iremos
estudar.
Semitom é a menor distância (intervalo) entre dois sons. Observando as
teclas de um piano podemos ver que entre as teclas da nota Mi e da nota Fá não
existe a tecla preta. Isso acontece porque a distância entre os sons dessas notas é
muito pequena, não sendo possível colocar outro som entre elas. O mesmo
acontece entre a tecla da nota Si e a tecla da nota Dó. Observe:

Dessa forma, a distância entre as notas Mi e Fá e também entre as notas Si


e Dó é de um semitom. Os semitons entre as notas Mi e Fá e entre as notas Si e
Dó são chamados de semitons naturais.
Tom é a distância entre dois sons que equivale a soma de dois semitons.
Observe, no gráfico das teclas novamente, que entre a tecla da nota Dó e a tecla
da nota Ré existe uma tecla preta. Isso acontece porque o som desta tecla preta
fica entre o som da nota Dó e da nota Ré (mais aguda que a nota Dó e mais grave
que a nota Ré). Sendo assim, a distância da tecla da nota Dó até esta tecla preta
(que é a menor distância possível) é de um semitom. Da tecla preta até a tecla da
nota Ré é de um semitom também. Portanto, a distância entre as teclas da nota
Dó e da nota Ré é de dois semitons, ou seja, um tom. Isso também acontece entre
as notas Ré e Mi, Fá e Sol, Sol e Lá e também Lá e Si.

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INTERVALOS DE TOM INTERVALOS DE SEMITOM


No teclado existe uma tecla São chamados de semitons
preta entre elas naturais

Dó para Ré
Ré para Mi
Mi para Fá
Fá para Sol
Si para Dó
Sol para Lá
Lá para Si

No violão acontece da mesma forma. Não temos teclas, mas temos casas. Se
pegarmos uma corda do violão e formos subindo casa a casa, estaremos tocando
em distâncias de semitons. Quando pulamos uma casa e tocamos duas a duas,
estamos tocando em distâncias de tons. Observe:

Semitom Tom

Tanto no violão como no teclado, toda vez que tocarmos notas próximas
(casas mais próximas no violão ou teclas mais próximas no teclado) estaremos
tocando intervalos de semitons. Quando tocarmos duas notas deixando uma casa
entre elas ou uma tecla (seja ela branca ou preta) estaremos executando um
intervalo de tom.

EXERCÍCIO
1) Indique se é tom (T) ou semitom (st) a distância entre as notas:

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12

SOLFEJOS RÍTMICOS
Marcando pulso com a mão e cantando a melodia rítmica.

2.1

DITADOS RÍTMICOS
O professor marca o pulso com a mão e canta a melodia rítmica que
deverá ser escrita.

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SINAIS DE ALTERAÇÃO OU ACIDENTES


As notas musicais podem ser alteradas, em sua altura, com a utilização de
sinais de alteração ou, como são chamados popularmente, acidentes. Os sinais
de alteração servem para elevar ou abaixar a altura da nota em um semitom ou
um tom.
Existem cinco sinais de alteração:
 Sustenido: o sinal, que é parecido com o jogo da velha ou hashtag,
eleva a altura da nota em um semitom.

 Bemol: o sinal, que é parecido com um b (minúsculo), abaixa a altura


da nota em um semitom.

 Dobrado sustenido: o sinal, que é um X com um ponto em cada


abertura, eleva a altura da nota em um tom (por isso dobrado
sustenido – ele faz o dobro do que o sustenido faz).

 Dobrado bemol: o sinal, que é a junção de dois b (minúsculos), abaixa


a altura da nota em um tom (o dobro do que o bemol faz).

 Bequadro: o sinal, que parece um quadrado com uma extensão nas


extremidades, anula todos os outros sinais de alteração. O bequadro
representa que a nota deve ser tocada em seu estado natural, sem
alterações.

Os sinais de alteração sempre são escritos na partitura antes da figura de


valor.

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UTILIZAÇÃO DOS SINAIS DE ALTERAÇÃO OU


ACIDENTES
Os sinais de alteração podem ser utilizados de três formas: permanentes ou
fixos, ocorrentes e de precaução.

 Permanentes ou Fixos: são colocados no começo da partitura e bem


próximos a clave (chamados de armaduras de clave – veremos essa
matéria mais a frente). Seu efeito abrange todas as notas que possuem
o mesmo nome, independente da região em que ficam. Observe:

 Ocorrentes: são colocados nas notas no decorrer da partitura. Seu


efeito abrange as notas do mesmo nome e da mesma altura que
estiverem dentro do mesmo compasso. Observe:

Obs: O efeito do sinal de alteração dentro do compasso só começa a valer


depois que ele aparece. Antes disso, as notas não são alteradas, como no primeiro
compasso do exemplo anterior.

 Precaução: utilizados para evitar um erro de leitura por parte do


intérprete. Observe:

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NOTAS ENARMÔNICAS
Notas enarmônicas são notas musicais que possuem a mesma altura, porém
com nomes diferentes. Em instrumentos musicais como o piano, essas notas são
tocadas na mesma tecla, mas na partitura são escritas de forma diferente.
Observe:

Dó# Réb Sib Lá#

EXERCÍCIO
1) Indique com setas se, em relação a primeira nota dada, a segunda nota
desceu ou subiu.

2) Indique se a distância entre as notas é de tom (T) ou semitom (st).

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SOLFEJOS MELÓDICOS
Primeiro utilize a manossolfa (Kodaly) fazendo uma leitura livre. Depois
faça a leitura utilizando a marcação de pulso. Sempre tenha atenção com
a afinação das notas.

3.1

“Solto a voz nas estradas, já não quero parar


meu caminho é de pedra, como posso sonhar.
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
vou fechar o meu pranto
vou querer me matar.”
Fernando Brant

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DITADOS MELÓDICOS
O professor toca a melodia, usando as notas Mi, Sol, Lá, Ré e Dó que
deverá ser escrita.

AUTOMATISMOS DE LEITURA
ORDENAÇÃO DE NOTAS

1. Treine falando a ordenação das


notas nas direções indicadas
pelas setas.
2. Mantenha a regularidade no
ritmo.
3. Aumente a velocidade conforme
for ficando mais fácil.

LEITURA MÉTRICA
Faça a leitura conforme a clave. Não entoe o som, apenas fale o nome das
notas

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EXERCÍCIO
1) Indique com setas se, em relação a primeira nota dada, a segunda nota
desceu ou subiu.

2) Indique se a distância entre as notas é de tom (T) ou semitom (st).

ESCALAS
As notas musicais podem ser ordenadas formando uma sequência que
chamamos de escala. Essa ordenação das notas é feita sobre estruturas
intervalares (distâncias entre as notas) que podem ser tons ou semitons.
Existem vários tipos de escalas: maiores, menores, pentatônicas, diminutas,
aumentadas, exóticas e etc.
As escalas servem como base para a construção melódica e harmônica,
estruturando as tonalidades.

ESCALA CROMÁTICA
A escala cromática possui doze sons e sua estrutura é formada por uma
sequência de semitons. Essa escala abrange todas as notas do sistema musical
ocidental. No piano, por exemplo, essa escala passa por todas as teclas, sejam
elas brancas ou pretas. No violão, outro exemplo, essa escala passa por todas as
casas.

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No movimento ascendente são utilizados, nas notas alteradas, os sustenidos


e no movimento descendente os bemóis.

CROMATISMO
Devido a característica peculiar, tornou-se muito comum utilizar o termo
“cromatismo” para se referir a uma pequena sequência de notas distanciadas por
semitons. Por exemplo: uma melodia onde em determinada parte é tocada a
sequência de notas – Dó, Dó# e Ré – diz-se que essa passagem é um cromatismo.

RÍTMICA CORPORAL
Peito, Estalo e Palma

LEGENDA
Treine falando o nome das notas, uma a uma e em
P = Peito ordenação (Dó, Mi, Sol, Si, Ré, Fá e Lá), junto com a
* = Estalo palma. Faça, a ordenação, em ordem ascendente e
descendente.

SOLFEJOS RÍTMICOS
Marcando pulso com a mão e cantando a melodia rítmica.

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DITADOS RÍTMICOS
O professor marca o pulso com a mão e canta a melodia rítmica que
deverá ser escrita.

EXERCÍCIOS DE REVISÃO
1) Marque as pulsações da canção abaixo fazendo uma seta ou um
asterisco sobre a sílaba onde a pulsação acontece.

SAMBA LELÊ
Cantiga Popular

Samba Lelê tá doente

Tá com a cabeça quebrada

Samba Lelê precisava

É de umas boas palmadas

Samba, samba, Samba ô Lelê

Samba, samba, samba ô Lalá

Samba, samba, Samba ô Lelê

Pisa na barra da saia ô Lalá

2) Desenhe a clave conforme o nome da nota.

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3) Desenhe a figura que vale um tempo nos compassos:

4) Complete os compassos abaixo:

5) Indique se a distância entre as notas é de tom (T) ou semitom (st).

SOLFEJOS MELÓDICOS
Primeiro utilize a manossolfa (Kodaly) fazendo uma leitura livre. Depois
faça a leitura utilizando a marcação de pulso. Sempre tenha atenção com
a afinação das notas.

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5.1

DITADOS MELÓDICOS
O professor toca a melodia, usando as notas Mi, Sol, Lá, Ré e Dó que
deverá ser escrita.

LEITURA MÉTRICA
Faça a leitura conforme a clave. Não entoe o som, apenas fale o nome das
notas

“É um erro pensar que a prática da minha arte


se tornou fácil para mim.
E eu lhe asseguro, meu caro amigo,
ninguém se dedicou tanto a aprender
o estudo da composição como eu.”
Wolfgang Amadeus Mozart

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ESCALA DIATÔNICA
As escalas podem ser classificadas de acordo com a quantidade de notas que
possuem (pentatônica quando possuir cinco notas, heptatônica quando possuir
sete notas, etc.) ou pela sua funcionalidade (menor, maior, aumentada e etc.).
A escala diatônica possui sete notas (heptatônica) consecutivas, que
guardam entre si o intervalo de um tom ou de um semitom. Entre as escalas
diatônicas estão as escalas naturais (maior natural e menor natural) e os modos
gregos ou gregorianos.

ESCALA MAIOR NATURAL


A escala maior natural é uma escala diatônica que segue a seguinte
estrutura: tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom. Guarde isso:

T – T – st – T – T – T - st

Observe a escala de Dó maior natural:

Um detalhe importante, a ser observado, é a repetição da primeira nota. São


sete notas diferentes com a repetição da primeira nota na oitava posição (uma
oitava acima). Essa primeira nota é chamada de tônica. Ela é muito importante,
pois além de dar nome a escala, ela é a referência básica para uma análise. Todas
as notas, quando analisadas, são relacionadas a tônica da escala a qual
pertencem.
A escala de Dó é formada por notas sem alteração. Por conta disso ela é
utilizada como padrão de escala maior natural. Para montar a escala maior
natural em outras tonalidades, é necessário utilizar sinais de alteração em
algumas notas, para corrigir a estrutura de tons e semitons. Observe:

Essa é uma escala onde a tônica é a nota Ré. Essa escala não é uma escala
maior natural, pois ela não segue a sequência de tons e semitons da estrutura da
escala maior natural. Para montar a escala de Ré maior natural é necessário
utilizar alguns sinais de alteração, modificando a altura de algumas notas e

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corrigindo a estrutura, transformando a escala acima em uma escala maior


natural.
Observe:

Com a nota Fá sendo transformada em Fá# e a nota Dó em Dó#, é possível


modificar a estrutura original da escala, corrigindo as posições dos intervalos de
tom e semitom. Dessa forma, é possível montar a escala de Ré maior natural, que
vai possuir duas alterações: o Fá# e o Dó#.
É possível montar escalas maiores naturais onde a tônica já seja uma nota
alterada. Observe esse exemplo onde a tônica é Sib:

É possível montar qualquer escala maior natural dessa forma, utilizando os


sinais de alteração, quando necessários, para corrigir a ordem de tons e semitons
da estrutura.

EXERCÍCIOS
1) Monte as escalas de Sol maior natural, Fá maior natural e Mib
maior natural. Não se esqueça de colocar a clave no começo da
pauta e de fechar com barra dupla no final.

Obs: Lembre-se de começar a escala de Mib maior natural com a alteração


na nota Mi. Do contrário, você estará montando a escala de Mi e não de Mi bemol
(são notas totalmente diferentes e consequentemente escalas também).

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SOLFEJOS MELÓDICOS
Primeiro utilize a manossolfa (Kodaly) fazendo uma leitura livre. Depois
faça a leitura utilizando a marcação de pulso. Sempre tenha atenção com
a afinação das notas.

6.1

DITADOS MELÓDICOS
O professor toca a melodia, usando todas as notas estudadas até aqui,
que deverão ser escritas.

CEMJKO
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CORAIS MELÓDICOS
Leitura melódica para três grupos.

LIGADURAS
Ligadura é um símbolo que consiste em uma linha curva, que serve para
ligar figuras de valor. Existem três tipos de ligaduras:
 Ligaduras de Prolongamento: que servem para unir figuras que
possuem a mesma altura de som, transformando-as em uma só.

Neste exemplo, o som da primeira nota Sol (semínima) é tocado e prolongado


sobre o tempo de duração da segunda nota Sol (mínima). Dessa forma, será
executada apenas uma nota Sol que terá a duração de três tempos.
 Ligaduras de Expressão: que servem para unir figuras que possuem
alturas diferentes. É utilizada para indicar um trecho que deve ser
tocado em legato, sem cortes (portamento).

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Neste exemplo, as notas Mi, Sol e lá são tocadas sem interrupção do som
nas passagens de uma para a outra (legato).
 Ligaduras de frase: que servem para unir figuras de um trecho
musical. É utilizada para indicar onde começa e onde termina uma
frase melódica.

Neste exemplo, a ligadura indica que o trecho musical é uma frase melódica.

LIGADURAS DE PROLONGAMENTO
Como já foi visto, essa ligadura serve para unir figuras que possuem a
mesma nota, a mesma altura de som. A função desta ligadura é rítmica,
prolongando o som da primeira figura no tempo de duração da segunda figura.

No exemplo, temos duas notas ligadas por uma ligadura de prolongamento


(um Lá mínima e um Lá semínima). A mínima, neste compasso, vale dois tempos
e a semínima um tempo. Com a ligadura de prolongamento a execução será a
soma do tempo da mínima (2 tempos) com o tempo da semínima (1 tempo)
resultando em uma única nota Lá que terá a duração de três tempos.
É possível ligar várias figuras de valor. Para isso, é necessário utilizar várias
ligaduras criando um efeito “corrente”, ligando a primeira a segunda, a segunda a
terceira, e assim por diante. Observe:

No exemplo, temos três notas Mi ligadas. A execução será de uma única nota
Mi de cinco tempos (2 tempos da primeira mínima + dois tempos da segunda
mínima + 1 tempo da semínima). Essa é uma grande diferença da ligadura de
prolongamento para as outras ligaduras (que podem com um único símbolo ligar
várias figuras).
Quando ligamos notas com alterações, não é necessário colocar a alteração
na segunda nota, mesmo que esta esteja em um compasso diferente. Observe:

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No exemplo, não foi colocada a alteração na segunda nota Ré, pois não é
necessário. Se a ligadura é utilizada somente em notas iguais, subentende-se que
a segunda mínima também é um Ré bemol.

SOLFEJOS RÍTMICOS
Marcando pulso com a mão e cantando a melodia rítmica.

DITADOS RÍTMICOS
O professor marca o pulso com a mão e canta a melodia rítmica que
deverá ser escrita.

“Quando uma árvore é cortada,


ela renasce em outro lugar.
Quando eu morrer quero ir para esse lugar,
onde as árvores vivem em paz..”
Tom Jobim

CEMJKO
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EXERCÍCIOS
1) Monte as escalas de Ré maior natural, Si maior natural e Fá# maior
natural. Não se esqueça de colocar a clave no começo da pauta e
de fechar com barra dupla no final.

SOLFEJOS RÍTMICOS
Marcando pulso com a mão e cantando a melodia rítmica.

7.1

SOLFEJOS MELÓDICOS
Primeiro utilize a manossolfa (Kodaly) fazendo uma leitura livre. Depois
faça a leitura utilizando a marcação de pulso. Sempre tenha atenção com
a afinação das notas.

CEMJKO
30

LEITURA MÉTRICA
Faça a leitura conforme a clave. Não entoe o som, apenas fale o nome das
notas

PONTO DE AUMENTO
É um ponto que possui a função de aumentar a duração de uma figura.
Colocado sempre a direita da cabeça da figura positiva ou a direita de uma
pausa, ele aumenta o valor da figura dando a ela metade do seu valor. Observe:

= +

No caso de uma mínima pontuada, como no exemplo acima, o ponto vai


aumentar a duração, fazendo com que ela ganhe o tempo de duração de uma
semínima (que representa a metade do valor da mínima). Observe a partitura
abaixo:

Neste compasso a mínima possui o valor de dois tempos. Com o ponto de


aumento ela passa a valor três tempos, ou seja, os dois (2) tempos normais que
ela possui mais a metade do seu valor que seria um (1).
Se fosse uma semínima pontuada, o valor de duração seria de um tempo e
meio. A semínima vale um (1) tempo no compasso e o ponto a sua metade, ou
seja, meio (1/2).
Todo ponto de aumento pode ser substituído por uma ligadura. Observe:

A mínima pontuada e a mínima ligada a uma semínima possuem o mesmo


tempo de execução. A diferença é que a figura pontuada só pode ser utilizada
dentro do compasso, já a ligadura pode ligar figuras que estão em compassos
diferentes.
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Existe também a possibilidade de colocar mais de um ponto de aumento na


figura. Observe:

= + +

Neste caso, o segundo ponto vale a metade do primeiro. O primeiro ponto, no


exemplo acima, vale uma mínima que é a metade da semibreve. O segundo ponto
vale uma semínima que é a metade da mínima (no caso, o primeiro ponto).
É possível colocar mais pontos em uma figura, mas mesmo as figuras com
pontuação dupla são muito raras.

SOLFEJOS RÍTMICOS
Marcando pulso com a mão e cantando a melodia rítmica.

DITADOS RÍTMICOS
O professor marca o pulso com a mão e canta a melodia rítmica que
deverá ser escrita.

CEMJKO
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ACENTUAÇÃO MÉTRICA
Em um compasso, cada tempo obedece a uma determinada acentuação.
Alguns são mais fortes que outros e isso nos auxilia a reconhecer o modo em que
o compasso está organizado, ou seja, se a configuração é binária, ternária, etc.
Um compasso binário é aquele que possui dois tempos, duas pulsações. O
compasso ternário possui três tempos, e assim por diante. Vejamos como isso
funciona nos compassos simples. Observe:

O F (maiúsculo), embaixo da figura, representa o tempo forte do compasso.


O f (minúsculo) representa o tempo fraco e o mf o tempo meio forte.
Observe que o primeiro tempo de todos os compassos é forte (F) e os outros
são fracos (f), com exceção do compasso quaternário que possui o terceiro tempo
meio forte (mf).
A acentuação métrica está relacionada a quantidade de tempos que o
compasso tem. Dessa forma, não importa a figura que vale um tempo no
compasso, pois independente disso, a métrica vai ser a mesma se o compasso for
binário, por exemplo. Observe que a métrica não muda com o denominador da
fórmula sendo a colcheia:

EXERCÍCIOS
1) No quadro abaixo, temos algumas figuras geométricas. O quadrado
possui quatro lados e vai representar o compasso quaternário. O
triângulo vai representar o compasso ternário e o círculo duplo, o
compasso binário. Faça a leitura dos tempos (quadrado por
exemplo – 1, 2, 3 e 4) batendo palma somente no primeiro tempo de
cada figura (tempo forte).

CEMJKO
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DITADOS MELÓDICOS
O professor toca a melodia, usando todas as notas estudadas até aqui,
que deverão ser escritas.

EXERCÍCIOS
1) Monte as escalas de Láb maior natural, Sib maior natural e Ré#
maior natural. Não se esqueça de colocar a clave no começo da
pauta e de fechar com barra dupla no final.

2) Faça a leitura dos tempos batendo palma somente no primeiro


tempo de cada figura (tempo forte).

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DITADOS RÍTMICOS
O professor marca o pulso com a mão e canta a melodia rítmica que
deverá ser escrita.

EXERCÍCIOS
1) Complete os compassos abaixo e indique onde ficam os tempos fortes e
fracos, ou seja, a acentuação métrica. Coloque a acentuação (F, f ou mf)
abaixo da figura correspondente ao tempo do compasso.

SÍNCOPA OU SÍNCOPE
Já vimos, em acentuação métrica, que o compasso possui tempos fortes e
fracos. Cada tempo do compasso também pode ser subdividido em partes fortes e
fracas. Veja o exemplo:

Acentuação métrica

Subdivisão dos tempos

No exemplo, o compasso é binário e, portanto, possui dois tempos (um forte


e um fraco). Quando utilizamos as colcheias, subdividimos cada tempo em duas
partes. Nessa subdivisão a primeira colcheia da célula rítmica é forte e a segunda
fraca. Não significa que modificamos a acentuação métrica, só analisamos a
célula rítmica subdividindo ela metricamente.
O que isso tem a ver com a síncopa ou síncope?

CEMJKO
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O nome tanto faz. Síncopa ou síncope representam a mesma coisa. Síncopa


é um som que começa na parte fraca do tempo e se prolonga para uma parte forte
ou uma parte forte do tempo que é antecipada em uma parte fraca. Veja o
exemplo:

No segundo compasso, a ligadura faz com que o som comece na parte fraca
do tempo e se prolongue para uma parte forte. No terceiro compasso,
substituímos as colcheias ligadas pela semínima e a impressão que temos é que
antecipamos a figura, que normalmente começaria na parte forte do tempo, para
a parte fraca. Nos dois casos, o que acontece é uma síncopa.
A síncopa é utilizada para deixar o ritmo mais “swingado”. Ela é de
fundamental importância para quem toca o samba, por exemplo.

SOLFEJOS RÍTMICOS
Marcando pulso com a mão e cantando a melodia rítmica.

10

10.1

CEMJKO
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DITADOS RÍTMICOS
O professor marca o pulso com a mão e canta a melodia rítmica que
deverá ser escrita.

SOLFEJOS MELÓDICOS
Primeiro utilize a manossolfa (Kodaly) fazendo uma leitura livre. Depois
faça a leitura utilizando a marcação de pulso. Sempre tenha atenção com
a afinação das notas.

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EXERCÍCIOS
1) Faça a leitura dos tempos batendo palma somente no primeiro
tempo de cada figura (tempo forte).

CEMJKO
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2) Monte as escalas de Fá maior natural, Réb maior natural e Sol#


maior natural. Não se esqueça de colocar a clave no começo da
pauta e de fechar com barra dupla no final.

CORAIS MELÓDICOS
Leitura melódica para três grupos.

CEMJKO
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CIFRAS
Cifras são códigos, símbolos, utilizados para representar as notas ou os
acordes (neste primeiro momento utilizaremos apenas a representação de notas,
acordes é uma matéria que estudaremos mais a frente).
É um tipo de notação musical que utiliza as sete primeiras letras do alfabeto,
sendo que a letra A representa a nota Lá, a letra B a nota Si e assim por diante.
Observe:

CIFRAS NOTAS
A Lá
B Si
C Dó
D Ré
E Mi
F Fá
G Sol

Quando uma nota possui sinal de alteração, a cifra é representada com o


mesmo sinal de alteração. Um Láb, por exemplo, será representado em cifra por
Ab. Observe alguns exemplos:

NOTAS COM CIFRAS COM


ALTERAÇÃO ALTERAÇÃO
Láb Ab
Sib Bb
Dó# C#
Ré# D#
Mibb Ebb

As cifras são muito utilizadas por músicos que fazem o acompanhamento


harmônico, como quem canta e se acompanha ao violão, por exemplo, mas em
muitos lugares é comum os músicos se referirem as notas musicais utilizando as
cifras.

EXERCÍCIOS
1) Coloque em cima de cada nota da pauta a sua cifra
correspondente:

CEMJKO
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SOLFEJOS RÍTMICOS
Marcando pulso com a mão e cantando a melodia rítmica.

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SOLFEJOS MELÓDICOS
Primeiro utilize a manossolfa (Kodaly) fazendo uma leitura livre. Depois
faça a leitura utilizando a marcação de pulso. Sempre tenha atenção com
a afinação das notas.

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CADERNO DE MÚSICA

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ADOLFO, Antônio – O Livro do Músico, Lumiar Editora, 1989.


BERNSTEIN, Leonard - O mundo da Música, Livros do Brasil, s.d.
COPLAND, Aaron – Como Ouvir e Entender Música, Arte Nova, 1974.
GRAMANI, José Eduardo – Rítmica, Perspectiva, 2016.
HEGYI, Erzsebet – Método Kodaly de Solfeo I, Piramide, 1999.
MED, Bohumil – Teoria da Música, musimed, 1996.
PAHLEN, Kurt - Introdução à música, Melhoramentos, 1966.
POZZOLI, Heitor - Guia Teórico-Prático para o ensino do Ditado Musical,
Ricordi do Brasil, 2014.
PRINCE, Adamo – Método Prince, Lumiar, 2009.
SOLBERYAN, Robert – Formation Musicale, Choudens Paris, 1979.
WISNIK, José Miguel – O Som e o Sentido: Uma Outra História da Música,
2ª Edição, Schwarcz, 1999.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

ANDRADE, Mário - Pequena História da Música, Itatiaia, 1987.


BENNET, Roy - Forma e Estrutura na Música, Zahar, 1988.
BENNET, Roy - Instrumentos da Orquestra, Zahar, 1988.
BENNET, Roy - Uma Breve História da Música, Zahar, 1989.
BERENDT, Joachim E. – O Jazz do Rag ao Rock, Perspectiva, 1987.
CHEDIAK, Almir – Harmonia e Improvisação I, Lumiar Editora, 1986.
CHEDIAK, Almir – Harmonia e Improvisação II, Lumiar Editora, 1986.
FARIA, Nelson – A Arte da Improvisação, Lumiar Editora, 1991.
HUISMAN, Denis - A Estética, Difusão Européia do Livro, 1961.
KIEFER, Bruno – História da Música Brasileira, Movimento, 1976.
KOELLHEUTTER, H. J. - Harmonia Funcional, 2ª edição, Ricordi, s.d.
MASSIN, J. & MASSIN, B. - História da Música Ocidental, Nova Fronteira,
1997.
MOLES, Abraham - Teoria da Informação e percepção estética, Tempo
Brasileiro, 1969.
MUGGIATI, Roberto - Rock, o grito e o mito, Vozes, 1973.
PAHLEN, Kurt - História Universal da Música, 2 ª Edição, Melhoramentos,
s.d.
PAHLEN, Kurt - Nova História Universal da Música, Melhoramentos, 1991.
RIBEIRO, Wagner - Folclore Musical, F.T.D, 1965.
RIGONELLI, Y., & BATALHA, Y. - Lições de Análise e apreciação musical,
sem indicações, 1958.
SCHOENBERG, Arnold - Fundamentos da Composição Musical, Edusp,
1993.
SCHURMANN, Ernest - A música como linguagem, Brasiliense, 1990.
ZAMPRONHA, Edson – Notação, Representação e Composição,
Annablume, Fapesp, 2000.

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