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Formação de Acordes

Quando tocamos apenas uma corda seja solta ou pressionada em


qualquer casa obtemos apenas uma nota,
Mas quando tocamos várias cordas ao mesmo tempo obviamente
obteremos várias notas e neste caso se colocarmos os dedos nos lugares
corretos, estaremos tocando um Acorde
Para se formar um acorde é necessário utilizar uma tabela e através dela
vamos extrair as informações necessárias para se montar o acorde
Nessa tabela utilizamos números romanos que chamamos de Graus. Os
graus são nossa referência para montar qualquer tipo de acorde, seja
maior, menor, diminuto, etc.

A figura acima representa a escala de Dó maior acima, note que de Mi


para Fá a distância entre eles é de apenas Meio tom e de Si para Dó
também é de meio tom. Isto ocorre porque as notas E e B não tem
sustenido
Portanto do III para o IV grau a distância será sempre meio tom e o
mesmo ocorre do VII para o VIII grau.
Seguindo a tabela abaixo formaremos acordes maiores utilizando o 1º
grau, o 3º grau e o 5º grau, são as conhecidas tríades
Para formar então o acorde de Dó maior utilizaremos as notas: C – E – G.
A partir desta informação é que montamos os acordes no braço da viola,
Ou de qualquer outro instrumento. Se você entender o funcionamento
desta tabela você poderá tocar qualquer instrumento de cordas sem a
necessidade de nenhum dicionário de acordes, desde que você saiba
primeiramente a sua afinação.
Note que o 1º grau nós chamamos de Tônica, é ela quem dá nome ao
acorde. Para entender melhor vejamos como é formado o acorde de Mi
maior
Utilizamos as notas E que é a tônica e dá nome ao acorde, o G# que é o 3º
grau e a nota B que é o 5º grau.
São exatamente as notas da afinação da viola quando tocamos as cordas
soltas e é por isso que chamamos afinação em Mi.
Dizemos que a afinação é “cebolão” pois antigamente as moças chegavam
a chorar quando os violeiros tocavam canções apaixonadas para
conquistá-las.

Dúvida comum – 02:

São poucos os que estudam esta parte teórica e por esta razão não
entendem o porque das mudanças de posicionamento dos dedos na hora
de se montar um acorde, na verdade estamos ajustando as notas para que
elas atendam o que a tabela acima pede.
Se você toca violão ou conhece alguém que toca, poderá confirmar que na
viola o “E” será tocado com todas as cordas soltas, porém no violão terão
de ser pressionadas 3 cordas para tocar o “E”, verifique que mesmo no
violão estando cordas pressionadas serão as mesmas notas tocadas soltas
na viola, ou seja, E, G# e B.
Para obtermos os Acordes menores utilizamos o 1º grau o 3º grau
reduzido em meio tom (III b – terça bemol) e o 5º grau..
Ex.: Para obter a tríade de Cm (Dó menor) utilizaremos C que é a tônica,
D# pois o 3º grau deve ser reduzido em meio tom e o quinto grau que é G.
Resumindo é só reduzir os 3º graus em meio tom das tríades da tabela
acima e obteremos os acordes menores

Todo acorde com 7 (sétima) é menor, portanto para formarmos Acordes


com sétima utilizaremos os graus I, III, V e o VII, sendo que este último
deve ser reduzido meio tom (VII b – Sétima bemol)

Os Acordes com 7+ (sétima maior) utilizam o I, III, V e VII graus, sendo o


7º. Grau exatamente o que está na tabela.

Para formar acordes Diminutos (o) usamos o Grau I e reduzimos em meio


tom os graus III (III b – terça bemól) e V (V b – quinta bemól).
Abaixo estão todas as fórmulas já citadas acima, pois quando estiver
habituado com ela você não vai mais precisar recorrer ao dicionário de
acordes,
Ou seja, entender como se monta o acorde é muito mais fácil do que
decorar centenas de “desenhos” do braço da viola. Vale a pena um pouco
de esforço nesta parte teórica.
A maioria dos músicos ignora esta parte por acharem que não é
importante, mas garanto que este é o “pulo do gato” por se tratar de teoria
musical, podemos aplicá-la em qualquer instrumento. (Quando o Grau
estiver acompanhado de “b” (Bemol) você volta meio tom da nota no grau
onde ele estiver)

Vamos entender a formação do acorde E7 (Mi com sétima). Sabemos que


para formar um acorde com sétima (menor) é preciso do I, III, V graus e o
VII b grau reduzido em meio tom
Utilizando a tabela de tríades a tônica é E (Mi) então vamos utilizar as
seguintes notas: I grau = E, III grau = G#, V grau = B e VII b grau
reduzido meio tom = D.
Agora no diagrama abaixo de E7 (desenho do braço da viola) note que o
primeiro par solto é E, o segundo par preso na 3ª casa é D, o terceiro par
solto é G#, o quarto par solto é E e o quinto par solto é B.
Exatamente as notas que precisamos para formar o acorde de E7. As
figuras abaixo representam o mesmo acorde, só que o primeiro é como
vemos no dicionário de acordes e o segundo está indicando a nota musical
de cada par
Lendo as cifras

Cifras são os nomes dos acordes que ficam em cima da letra da música.
No início é um pouco difícil para o aluno acompanhar as músicas cifradas,
pois ele vai ter de ler a música, ler as notas que estão sob a letra, trocar os
acordes no momento certo, executar o ritmo de maneira correta e por
vezes ainda cantar.

Você já deve ter visto alguma daquelas revistas de músicas cifradas que
encontramos nas bancas de jornal ou as cifras obtidas na internet, pois
bem, aquele tipo de transcrição é universal e em qualquer parte do
planeta um músico reconhece as cifras. Veja no exemplo abaixo a música
Cabocla Tereza que é uma toada:
Os acordes devem ser mudados exatamente no momento em que se forem
cantar as silabas sublinhadas, não podendo em hipótese alguma serem
mudadas antes e nem depois, pois se isto ocorrer você estará “fora do
tempo”

Da música (para que dirige é como se ao sair com o carro você mudasse da
1ª marcha para a 5ª ao invés da 2ª, 3ª e assim por diante). Seja exigente
com você mesmo e habitue-se a trocar os acordes no momento certo, para
tanto é necessário estudar a letra da música, a melodia, o ritmo e
principalmente os acordes utilizados.

Você vai conhecer agora os ritmos mais utilizados na viola caipira e a


execução de cada um deles vai depender de muito e exercício e paciência,
afinal de contas para a maioria, os dedos da MD e da ME nunca fizeram
tais movimentos e é preciso acostumá-los com a nova postura.

Ritmos

Definição de Ritmo: é o movimento ordenado de sons dentro de um


tempo. A partir de agora vai ser muito importante a atenção para executar
os movimentos de maneira correta e com técnica.
Ao executar os movimentos, tenha certeza de que esteja fazendo os
movimentos de maneira correta. Tenha calma e suavidade na execução
Inicialmente vamos utilizar os três acordes que já vimos anteriormente;
E7 (Mi com sétima), A (Lá maior) e D (Ré maior) para treinar cada ritmo,
pois a esta altura você já deve ter treinado muito bem cada um deles.
1º Ritmo: Cururu

O cururu é utilizado em muitas músicas sertanejas como Menino da


Porteira, Relógio Quebrado, Peito Sadio, etc.
O cururu consiste no movimento de descer com o polegar da MD de cima
para baixo dando uma leve abafada nas cordas no fim do percurso, em
seguida com o dedo indicador tocam-se as cordas subindo e descendo e
outra abafada sutil. A cada vez que você realiza este ciclo de movimentos
completa-se um compasso. O ritmo em si consistirá em repetir
continuamente vários compassos.

Vamos então começar a trabalhar a 1ª música: O menino da porteira que é


um hino da música sertaneja. Selecionei esta música, pois em qualquer
parte do país não importa que ritmo a pessoa goste ou o grau de sua
formação, de uma forma ou de outra ela conhece esta canção ou no
mínimo parte dela.
Primeiramente vamos estudar a base dessa música, ou seja, os acordes
para execução da melodia da mesma. Uma boa base é como se fosse um
asfalto novo para o carro, pois quem fizer o estribilho ficará tranqüilo
para solar como se estivesse dirigindo por uma estrada macia e sem
buracos. Lembre-se de trocar os acordes exatamente em cima da sílaba
onde está localizado o nome do mesmo. Execute o ritmo com calma e
atenção fazendo com que os acordes soem com clareza.

A força não é um fator predominante para se tocar um instrumento, mas


sim técnica e precisão. Execute o ritmo sem dar a impressão de que você
esteja “surrando” a viola. Um posicionamento correto é muito importante.
Não fique encurvado sobre a viola, relaxe os músculos, faça o
aquecimento com a escala pseudo-cromática. Pressione os dedos da ME
sempre no meio das casas e com a ponta dos dedos. O negócio não é força,
é jeito.

Para realizar os estribilhos é necessário estudar as tablaturas, porém não


recomendo sua execução neste momento, preocupe-se inicialmente com
os ritmos e posteriormente estude os estribilhos, pois caso contrário,
estaremos colocando “o carro na frente dos bois”.

O Menino da Porteira
Teddy Vieira e Luís Raimundo - Tom: A

 A                                            E 7
Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino
                                     A
De longe eu avistava a figura de um menino
                                              E7
Que corria abrir a porteira depois vinha me pedindo:
                                               A    
“Toque o berrante ,seu moço, que é pra eu ficar ouvindo”
        D                                    E 7
Quando a boiada passava e a poeira ia baixando
                                  A
Eu jogava uma moeda e ele saia pulando
                                                E 7
Obrigado boiadeiro, que Deus vai lhe acompanhando
                                D     E7  A
Pra aquele sertão afora meu berrante ia tocando
Introdução

                                           A                                       E 7
Nos caminhos dessa vida muito espinho eu encontrei
                                               A
Mas nenhum calo  mais fundo do que isto que eu passei
                                              E 7
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei,
                                        A
Vendo a porteira fechada o menino eu não avistei
   D                                       E 7
Apeei do meu cavalo no ranchinho à beira chão
                                      A
Vi uma muié chorando quis saber qual a razão
                                           E 7
“Boiadeiro veio tarde, veja a cruz no estradão,
                                D     E7  A
Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração”

Introdução 

      A                                         E 7
Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem
                                        A
Quando passo na porteira até vejo a sua imagem
                                              E 7
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
                                        A
Daquele rosto trigueiro desejando-me boa viagem
     D                                      E 7
A cruzinha do estradão do pensamento não sai,
                                  D   E7  A
Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais
                                             E 7
Nem que o meu gado estoure, que eu precise ir atrás
                           D    E7  A 
Neste pedaço de chão berrante eu não toco mais.

2º Ritmo – Toada

A toda é um ritmo bem tranqüilo utilizado nas musicas como Cuitelinho,


Chico mineiro, Boiadeiro Errante e Couro de boi, mas também pode ser
utilizada em uma velocidade maior para músicas como Candieiro da
Fazenda por exemplo.

O ciclo de movimentos da toada é a seguinte: O polegar faz o movimento


de descida das cordas, seguido pela subida e descida pelo indicador e
novamente com o polegar efetuamos outro movimento de descida
Cuitelinho

Cuitelinho Paulo Vanzolini / Antônio Xandó - Tom: E

E                                               B 7
Cheguei na beira do porto onde as ondas se espáia
    E                                       B
As Garças dá meia volta senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta..
                      E               E   B   A   E
Que o botão de rosa caia, ai, ai, ai

E                                                 B 7
Aí quando eu vim de minha terra despedi da parentaia
    E                                       B
Eu entrei no Mato Grosso dei em terras paraguaia
Lá tinha revolução..
                      E              E   B   A   E
Enfrentei fortes batalha, ai, ai, ai

 E                                     B 7
A tua saudade corta como aço de navaia
    E                                       B
O coração fica aflito Bate uma, a outra faia
Os óio se enche d`água.
                      E       E   B   A   E
Que até a vista se atrapaia
3º Ritmo – Cateretê

O cateretê é um ritmo que parece ser bem simples, mas exige bastante
técnica em seu movimento,

Pois a MD trabalhará como se fosse um pêndulo subindo e descendo


sendo que o polegar iniciará o compasso descendo pelas cordas, seguido
de dois movimentos “em falso” subindo e descendo sem tocar nenhuma
corda, duas subidas com o indicador tocando as cordas e por fim uma
descida com o indicador.

Oi Paixão Tião Carreiro e Pardinho


 E|--------------------------------------------------------------------------7--x--7--
 B|-/6-6-6-6-6-6-------------------------------------------------------------7--7--7--
G#|-/5-5-5-5-5-5-5-5-2-3-5-5-3-3-2h3p2~--------------------------------------7--8--7--
 E|--------------6-6-2-4-6-6-4-4-2h4p2~-/4-4-4-4--4/7--7~-7--2-2-/6-6~-0-0---7--6--7--
 B|-------------------------------------/5-5-5-5--5/9-9---9--4-4-/7-7--2-2---7--7--7—

B                                             F # 7
Não suportando a saudade, meu bem vim lhe visitar
                                               B   B 7
Trazendo flores bonitas, pra o nosso amor enfeitar
    E                                           F # 7
Distante dos teus carinhos, eu sofro tanto e reclamo
                            E               F #
Te juro minha querida, vou terminar minha vida
                      B
Nos braços de quem eu amo

F # 7                B         F # 7               B   F # 7   B


Ooo, oooi paixão, nos braços de quem eu amo

Introdução

B                                            F # 7
Nosso amor não tem limite, não sei onde vai parar
                                           B    B 7
Quanto mais você me ama, mais eu quero te amar
    E                               F # 7
Uma dor de cotovelo, machuca eu e você
                            E               F #
Somos dois apaixonados, vive alguém ao nosso lado
                    B
Fazendo a gente sofrer..

F # 7                B         F # 7            B   F # 7   B


Ooo, oooi paixão, fazendo a gente sofrer

Introdução

B                                  F # 7
O nosso caso de amor, esta correndo perigo
                                                     B      B 7
Mais quem tem anjo de guarda, não cai nas mãos do inimigo
    E                                     F # 7
Somente as forças ocultas, poderão nos castigar
                            E               F #
Mais amar não é pecado, Deus esta do nosso lado
                     B
Ninguem vai nos separar

F # 7                B         F # 7             B   F # 7   B


Ooo, oooi paixão, ninguém vai nos separar 

4º Ritmo – Rasta pé
O rasta pé é utilizado em músicas como Cabelo loiro, Moreninha Linda,
etc. Seus movimentos consistem numa mecânica muito simples,

Porém quando executadas em várias musicas seguidas (pouttpourri)


podem gerar cansaço. O polegar toca apenas os pares 4 e 5 de cima para
baixo e os dedos i, m e a tocam o restante das cordas também de cima
para baixo num movimento bem ligeiro.

Cana Verde
Tonico e Tinoco

A        E 7            A
Abre a porta ou a janela
       E 7                 A
Venha ver quem é que eu sou
       E 7            A
Sou aquele desprezado
       E 7            A
Que você me desprezou

    

E7 A
Eu já fiz um juramento
       E 7            A
De nunca mais ter amor
       E 7              A
Por viver penar chorando
       E 7               A
Por todo lugar que eu for

   

 E 7                 A
Quem canta seu mal espanta
       E 7                 A
Chorando será pior
       E 7           A
O amor que vai e volta
       E 7             A
A volta sempre é melhor

   

 E 7           A
Chora viola e sanfona
       E 7           A
Chora triste o violão
       E 7           A
O que é madeira chora
       E 7          A
Que dirá meu coração

A música Cana Verde é um rasta pé que exige a troca de acordes rápidos e


precisos. Como é uma canção de conhecimento popular deverá ser fácil
sua memorização,

Pois os acordes já são nossos velhos conhecidos, então o maior foco será
no ritmo e na troca dos acordes no momento correto. O acorde de B7 (Si
com sétima) que recomendei é excelente para que os dedos da ME
comecem a ter o domínio das cordas,

Isto porque o acorde de E utiliza as cordas soltas e logo em seguida você


terá de prendê-las ao mesmo tempo em casas diferentes, realizando um
“alongamento”. A tarefa é fazer isso sem prejudicar o ritmo e o som
também deve ter qualidade.

5º Ritmo – Valsa

O ritmo da valsa tem uma mecânica semelhante ao do rasta pé, porém é


bem tranqüila e consiste na descida do polegar nos pares 4 e 5, seguidos
de duas descidas dos dedos i, m e a. Se você já toca violão poderá fazer
como no mesmo: descendo por todas as cordas com o polegar e subindo
duas vezes com o indicador.

Estrada da Vida
Milionário e José Rico
       A        E        A  

Nesta longa estrada da vida


                          E 7  
Vou correndo e não posso parar
        D                A
Na esperança de ser campeão
     E 7                  A  
Alcançando o primeiro lugar
        D                A  
Na esperança de ser campeão
     E 7                  A   A 7
Alcançando o primeiro lugar

       D  
Mas o tempo cercou minha estrada
       E 7           A  
E o cansaço me dominou
                        E  
Minhas vistas se escureceram
      D          E 7       A  
E o final da corrida chegou

Introdução

     A      E         A  
Este é o exemplo da vida
                           E 7  
Para quem não quer compreender
       D               A
Nós devemos ser o que somos
      E 7                 A  
Ter aquilo que bem merecer
       D                A
Nós devemos ser o que somos
      E 7                 A   A 7
Ter aquilo que bem merecer

       D  
Mas o tempo cercou minha estrada
       E 7           A  
E o cansaço me dominou
                        E  
Minhas vistas se escureceram
      D          E 7       A  
E o final da corrida chegou

6º Ritmo – Guarânia

Para desenvolver a técnica deste ritmo é preciso muita disciplina e


concentração. Vamos utilizar um movimento chamado Rasqueado aberto
que consiste na descida dos dedos m, a e i uma a um resvalando sobre as
cordas, deixando o som “aberto”

Ou seja ele soa por um tempo (Movimento 1). Outro movimento que
chamamos de Rasqueado fechado, onde os dedos m, a e i também descem
só que desta vez juntos e abafando as cordas ao fim do percurso, deixando
por sua vez o som fechado (Movimento 2). O polegar desce (movimento
3). O indicador sobe (movimento 4). Por fim o indicador desce
(movimento 5.

Tocando em Frente
Almir Sater
 F #                           E  
Ando devagar porque já tive pressa
                                  B
E levo esse sorriso, porque já chorei demais
  F #                           E  
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
                                  B                 F #  
SÓ levo a certeza de que muito pouco eu sei, OU nada sei

 F #        C # m          E  
Conhecer as manhas e as manhãs
              C # m          B  
O sabor das massas e das maçãs
F #        C # m          E  
É preciso o amor pra poder pulsar
   C#m           E 
é preciso paz pra poder sorrir
            C#m   B 
é preciso a chuva para florir

 F #                                  E  
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
                                       B  
Compreender a marcha, e ir tocando em frente
  F#                                E 
Como um velho boiadeiro levando a boiada
                                      B         
eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
     F #  
estrada eu sou

 F #        C # m          E  
Conhecer as manhas e as manhãs
              C # m          B  
O sabor das massas e das maçãs
F #        C # m          E  
É preciso o amor pra poder pulsar
   C#m           E 
é preciso paz pra poder sorrir
            C#m   B 
é preciso a chuva para florir

 F #                                  E  
Todo mundo ama um dia todo mundo chora
                                      B
Um dia a gente chega, no outro vai embora
 F #                               E  
Cada um de nós compõe a sua história
                                    B  
E cada ser em si, carrega o dom de ser capaz
   F #  
E ser feliz

 F #        C # m          E  
Conhecer as manhas e as manhãs
              C # m          B  
O sabor das massas e das maçãs
F #        C # m          E  
É preciso o amor pra poder pulsar
   C#m           E 
é preciso paz pra poder sorrir
            C#m   B 
é preciso a chuva para florir

 F #                             E
Ando devagar porque já tive pressa
                                   B
E levo esse sorriso, porque já chorei demais
 F #                               E  
Cada um de nós compõe a sua história
                                    B  
E cada ser em si, carrega o dom de ser capaz
   F #  
E ser feliz

7º Ritmo – Querumana

Grandes sucessos sertanejos como Meu Reino Encantando, Franguinho na Panela e Prato do
Dia são tocados nesse ritmo. Sua execução é simples por se tratar de movimentos de sobe e
desce, não requer muita técnica e dispensa detalhes descritivos.

Franguinho na Panela
Moacyr dos Santos / Paraíso – Tom: A
 A                                     E 7
No recanto onde moro é uma linda passarela
                                       A
O carijó canta cedo, bem pertinho da janela
                                       E 7
Eu levanto quando bate o sininho da capela
                  D                         A
E lá vou eu pro roçado, tenho Deus de sentinela
                  E 7                       A
Têm dia que meu almoço, é um pão com mortadela
     A 7            D          B m           E 7
Mais lá no meu ranchinho a mulher e os filhinhos
                    A
Tem franguinho na panela

 A                                                E 7
Eu tenho um burrinho preto bão de arado e bão de sela
                                           A
Pro leitinho das crianças, a vaquinha Cinderela
                                    E 7
Galinha tá no terreiro papagaio tagarela
                     D                         A
Eu ando de qualquer jeito, de butina ou de chinela
                    E 7                       A
Se na roça a fome aperta, vou apertando a fivela
     A 7            D          B m           E 7
Mais lá no meu ranchinho a mulher e os filhinhos
                    A
Tem franguinho na panela

 A                                           E 7
Quando eu fico sem serviço a tristeza me atropela
                                            A
Eu pego um bico pra fora, deixo cedo a currutela
                                         E 7
Eu levo meu viradinho é um fundinho de tigela
                 D                        A
É só farinha com ovo, mas da gema bem amarela
               E 7                         A
É esse o meu almoço, que desce seco na goela
     A 7            D          B m           E 7
Mais lá no meu ranchinho a mulher e os filhinhos
                    A
Tem franguinho na panela

                   A                         E 7
Minha mulher é um doce e diz que sou o doce dela
                                               A
Ela faz tudo pra mim, tudo o que eu faço é pra ela
                                              E 7
Não vestimo lã nem linho é no algodão e na flanela
                D                        A
É assim a nossa vida, que levamos na cautela
                        E 7                          A
Se eu morrer Deus dá um jeito, mais a vida é muito bela
        A 7            D            B m           E 7
Não vai faltar no ranchinho pra mulher e os filhinhos
                   A
Um franguinho na panela.
8º Ritmo – Corta Jaca

O Corta Jaca é uma variação do cururu, sendo que se ambos estiverem sendo
tocados ao mesmo tempo (duas violas), o som se “encaixará” um com o outro
dentro do tempo certo.

O movimento se inicia com a descida do polegar seguida de um rasqueado


aberto, uma subida do indicador, outra descida do polegar e por fim uma
descida com os dedos i, m e a juntos.

Caçador
Tião Carreiro / Carreirinho
9º Ritmo – Cipó Preto
O cipó preto é o ritmo que faz contra-tempo com o pagode, ou seja, enquanto um violão
ou viola toca o cipó preto, uma outra viola executa o pagode.
Esse é o segredo dos pagodes de viola. Sua execução consiste num primeiro movimento
de abafar as cordas, em seguida uma descida e uma subida com os dedos i, m e a, outra
abafada e por fim uma descida novamente com os dedos i, m e a. (Vídeo 12)

Treine bastante este ritmo até que você o toque naturalmente para depois
passar para o pagode. Toque a música Pagode Brasília em cipó preto
várias vezes.

10º Ritmo – Pagode

Chegamos então ao famoso pagode. Este é ritmo é por excelência o mais


bonito e “enjoado” na minha opinião. Sua execução está divida em 6 (seis)
partes, onde os movimentos 1 e 4 são mais longos, os movimentos 3 e 5
são um rasqueado fechado. Treine com calma e procure não acentuar
muito o rasqueado fechado, tentando executá-lo do modo mais suave
possível.
No início é difícil ter esse domínio, mas com treino e dedicação a técnica
melhora. Muita gente chega nesse ponto e parece que “enpaca” mas
garanto que na maioria das vezes isso ocorre por falta de treino mesmo,
devemos sempre estar participando de rodas de violas e convivendo com
outros violeiros para melhorar diariamente a técnica. Para facilitar, dividi
a célula rítmica ao meio com uma linha imaginária, deste modo você pode
treinar a primeira parte e depois a segunda, só então você unirá as duas e
fará o movimento completo.

Recortado do Pagode

O recortado do pagode é simples mas exige técnica e precisão.

Arpejos
Para que você treine as escalas duetadas é necessário treinar a MD para se
tocar com mais técnica. Os arpejos são nossa ferramenta. Os arpejos
também são conhecidos por outros nomes na linguagem da viola caipira
como: Moedão, Pedaleiras, P P I P, etc. Vamos então estudar alguns
destes arpejos da seguinte maneira: Na figura abaixo os números dentro
dos círculos representam os pares de cordas (lembrando que eles são
contados de baixo para cima) e as letras em cima dos círculos
representam os dedos da MD. Assim como nos ritmos o ciclo vai se
repetindo

Os arpejos acima devem ser treinados inicialmente com pares soltos para
que os de dos da mão direita comecem a adquirir técnica.
Como este método é uma iniciação ao violeiro, apresentei da forma acima
para uma melhor assimilação. Recomendo sempre aos meus alunos que
busquem sempre mais informações com outros violeiros, participem de
rodas de violas, busquem na internet (youtube: Daniel Viola e Oliveira
Neto), filmes (Tião Carreiro e Pardinho já participaram de um filme
chamado “Sertão em Festa”, assim como Milionário e José Rico fizeram
um retratando a própria carreira que se chama “Estrada da Vida”) e
shows.”)
Como autor deste método posso te dizer com sinceridade: - Não fique
preso somente a estes exercícios e teorias. Procure ampliar seus
horizontes musicais.
Quando for viajar, leve sua viola, você vai ficar surpreso com a
receptividade que a maioria das pessoas tem com a música raiz. Procure
sempre tocar com quem sabe mais do que você, sem menosprezar os que
sabem menos, pois a maioria dos violeiros são pessoas simples, com
coração puro e ainda por vezes, tocam por puro instinto e afinam suas
violas “de ouvido”. A viola tem a magia de unir as pessoas em um
ambiente sadio e contagiante. Tenha este espírito com você na sua vida de
violeiro.

Arpejos ou dedilhados

Vejamos outros estudos de arpejos. Estas técnicas proporcionam a


liberdade e coordenação motora dos dedos da mão direita. Nestes
exercícios utilizamos os pares soltos, no entanto podem ser feitas em
seqüência de acordes ou escala duetada, lembrando: mão direita P –
polegar i – indicador m – médio a – anelar
Escalas Duetadas

Para executar os estribilhos e ponteados das músicas utilizamos as escalas


duetadas. Treine cada escala com atenção especial na colocação correta
dos dedos da ME.
Procure obter qualidade de som em todas as casas tocadas não se
preocupando com velocidade no início.
É claro que quanto mais agilidade você tiver, mais bonito ficará o som.
Nos diagramas abaixo os números representam os dedos da ME e os
traços em vermelho que os unem, indicam que eles são tocados ao mesmo
tempo. O número “O” (zero) indica que a corda deve ser tocada solta.
Tenha o hábito de estar sempre praticando as escalas e com o passar do
tempo você vai notar que muitos estribilhos têm semelhanças entre si e
esse fato torna a aprendizagem mais fácil. Depois de adaptado a seqüência
da escala, utilize um dos arpejos para tocá-los.
Muitas pessoas tecem grandes elogios ao me verem tocando, mas como
diz o dito popular: “Você vê as pinga que eu bebo mas não vê os tombo
que eu levo” . Eu treinei e treino muito até hoje (fora as aulas ainda treino
em média duas horas por dia), embora eu ensine, ainda me considero um
eterno aluno.
A música é como a matemática, ou seja, infinita, portanto meu amigo a
receita é essa: TREINO, TREINO E MAIS TREINO.
Tabela de Transporte de Acordes

Algumas canções podem estar num tom muito alto (agudo) ou muito
baixo (grave) e isso pode dificultar na hora de cantar.
Utilize esta tabela para transportar os acordes e adequar ao timbre da
própria voz.
Vamos supor que uma musica está cifrada em D e você quer o tom de E. É
só você utilizar os acordes que estão na coluna de D e trocá-los pelo seu
equivalente na coluna de E. Se ocorrer algum acorde com 7 ou menor,
acrescente o mesmo acidente na nota relativa.

Exemplificando: vamos supor que numa determinada musica no tom de


D, utiliza os seguintes acordes D – G – Am e você queira transportá-la
para E. Identifique na coluna de D as referidas notas e substitua pelo seu
equivalente na coluna de E. Caso existam m (menor), 7 (sétima) ou
qualquer outro sinal é só acrescentar na outra nota correspondente.

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