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INSTITUTO DO EMPREGO E DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.

CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO DO SEIXAL


EFA NS – Cultura, Comunicação e Média CLC5
Formando_______________________ Nº____ Data___________________________
Ficha de trabalho nº 6

Ciberespaço e reinvenção da arte


«Seja arte ou indústria do entretenimento, o cinema construiu-se desde logo a partir
de um dispositivo de imagem radicalmente inédito e moderno: o ecrã. Já não é o
palco de teatro ou a tela da pintura, mas é o ecrã luminoso, o grande ecrã, o ecrã onde
se mostra a vida no seu próprio movimento. No ecrã de cinema brilharam imagens
transbordantes de beleza, estrelas sublimes, ficções que arrebataram, como nenhum
outro espectáculo, as multidões maravilhadas das sociedades modernas. O ecrã não
foi somente uma invenção técnica fundadora da sétima arte, foi também o espaço
mágico onde se projectaram os desejos e sonhos da maioria da humanidade. Na
charneira de 1900, o século que inaugura e descobre esta nova arte que mais
intimamente o exprime e sempre o irá acompanhar. Cem anos mais tarde, em 1995, o
balanço do centenário é quase incontestável: a arte do grande ecrã foi a arte do século
XX. No entanto, ao longo da segunda metade do século apareceram outras técnicas
de difusão de imagem que vieram juntar outros ecrãs à tela branca das salas escuras.
A televisão, em primeiro lugar, que a partir da década de 50, começa a tomar lugar
nas casas e depois no decorrer das décadas seguintes, multiplicam-se
exponencialmente outros ecrãs: o do computador, que se toma rapidamente portátil e
pessoal, o das consolas de jogos de vídeo, o da internet e do mundo web, o do
telemóvel e dos PDA, bem como o das máquinas fotográficas digitais e dos GPS. Em
meio século passámos do ecrã-espectáculo ao ecrã-comunicação, do ecrã-único ao
tudo-ecrã. Durante muito tempo, o ecrã-cinema foi único e incomparável; hoje perde-
se numa galáxia cujas dimensões são infinitas: eis a época do ecrã global. O ecrã
em qualquer lugar e em qualquer momento: nas lojas e nos aeroportos, nos
restaurantes e nos bares, no metro, nos carros e nos aviões; o ecrã de todas as
dimensões, o ecrã liso, o grande ecrã e o mini-ecrã móvel; o ecrã sobre si, o ecrã
consigo; o ecrã onde se faz tudo e onde se vê tudo. Ecrã vídeo, ecrã miniatura, ecrã
gráfico, ecrã portátil, ecrã táctil: o século que se anuncia é o do ecrã omnipresente e
multiforme, planetário e multimediático.

Coloca-se, portanto, todo um conjunto de problemas: quais são os efeitos desta


proliferação de ecrãs no que toca à relação com o mundo e com os outros, com o
corpo e com as sensações? Que forma de vida cultural e democrática anuncia o
triunfo das imagens digitais? Que destino se abre ao pensamento e à expressão
artística? Até que ponto a própria vida do homem contemporâneo é reestruturada por
esta multiplicidade de ecrãs? Pois é necessário reconhecê-lo: com a idade do ecrã
global é certo e sabido que está em curso uma imensa mutação cultural que afecta
não só os aspectos da criação como também os da própria existência.»

Lipovetsky, Gilles; Serroy, Jean, O Ecrã Global, Lisboa, Edições 70, 2010, pp. 9-10
1. Leia, analise e sublinhe os aspectos mais importantes do texto.
2. Elabore um resumo do texto anterior.

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