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Brazilian Journal of Development 12216

ISSN: 2525-8761

Aterro sanitário - a engenharia na disposição final de resíduos sólidos

Landfill - engineering in the final disposal of solid waste

DOI:10.34117/bjdv7n2-037

Recebimento dos originais: 03/01/2021


Aceitação para publicação: 03/02/2021

Washington Kennedy Araújo Sousa Silva


Graduado em Engenharia Civil
Universidade Brasil, Campus Fernandópolis - SP
Endereço: Rua das Siriemas, 593 - Jardim Araguaia, Fernandópolis - SP
E-mail: washingtonkennedy08@gmail.com

Evandro Roberto Tagliaferro


Doutor em Administração Empresarial e Comércio Internacional
Endereço: Rua João Carlos Gonçalves, 151, Condomínio Village Rio Volga, 47, Jardim
Yolanda, São José do Rio Preto – SP
E-mail: tagliaferro@etagli.com.br

RESUMO
A disposição final inadequada de resíduos sólidos é um dos maiores problemas que
integram os sistemas de gerenciamento dos resíduos, resultando em impactos ambientais,
sociais e de saúde negativos. O aterro sanitário mostra-se há tempos como uma solução
adequada técnica, operacional e legalmente para a disposição final desses resíduos e se
enquadrada nas diretrizes regulamentares sobre o tema. Trata-se de uma obra que objetiva
receber resíduos sólidos proporcionando sua disposição final adequada e segura no solo.
É composto por uma série de sistemas de proteção e monitoramento, cada qual com
funções e objetivos definidos, todos diretamente relacionados com as engenharias civil,
ambiental e sanitária. O estudo objetivou verificar esses sistemas de proteção e
monitoramento e analisar suas relações para com a engenharia, muitas vezes esquecida
pela população e até por alguns técnicos da área. A complexidade problemática dos
resíduos e sua implicação direta na saúde da população e no meio ambiente justificou os
trabalhos, bem com a escassez de bibliografia que integrem os componentes existentes
em um aterro sanitário e sua relação para com as engenharias. Estudo descritivo, dedutivo,
bibliográfico, de abordagem qualitativa, natureza comparativa, de caráter não
experimental, se debruçou na investigação da prática, elementos e sistemas de engenharia
adotados na disposição final de resíduos sólidos em aterros sanitários. A pesquisa
concluiu ser necessário uma maior entendimento quanto ao que de fato é um aterro
sanitário e a complexidade dos sistemas empregados em sua concepção, instalação,
operação, monitoramento e encerramento, uma vez tratar-se de uma alternativa adequada
e segura para a disposição final de resíduos. A integração de importantes elementos
técnicos de engenharia garantem essa adequação e segurança, desde que empregados de
forma tecnicamente responsável. O trabalho ainda oferece um instrumento de apoio à
disseminação do conhecimento nas áreas da engenharia e dos resíduos sólidos.

Palavras-chave: Estruturas de proteção ambiental, Monitoramento ambiental,


Engenharia.

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ABSTRACT
The inadequate final disposal of solid waste is one of the biggest problems that integrate
waste management systems, resulting in negative environmental, social and health
impacts. The sanitary landfill has long been a suitable technical, operational and legal
solution for the final disposal of this waste and is framed in the regulatory guidelines on
the subject. It is a project that aims to receive solid waste, providing its final and adequate
disposal in the soil. It consists of a series of protection and monitoring systems, each with
defined functions and objectives, all directly related to civil, environmental and sanitary
engineering. The study aimed to verify these protection and monitoring systems and to
analyze their relationship with engineering, often overlooked by the population and even
by some technicians in the area. The problematic complexity of the waste and its direct
implication in the health of the population and in the environment justified the work, as
well as the scarcity of bibliography that integrate the components existing in a landfill
and its relationship with the engineering. Descriptive, deductive, bibliographic study,
with a qualitative approach, comparative nature, of a non-experimental character, focused
on the investigation of the practice, elements and engineering systems adopted in the final
disposal of solid waste in landfills. The research concluded that a greater understanding
of what a sanitary landfill actually is and the complexity of the systems used in its design,
installation, operation, monitoring and closure is necessary, since it is an adequate and
safe alternative for the final disposal. waste. The integration of important engineering
technical elements ensures this adequacy and safety, provided that they are employed in
a technically responsible manner. The work also offers an instrument to support the
dissemination of knowledge in the areas of engineering and solid waste.

Keywords: Environmental protection structures, Environmental monitoring,


Engineering.

1 INTRODUÇÃO
O aterro sanitário é uma obra de engenharia que objetiva receber resíduos sólidos
proporcionando sua disposição final adequada e segura no solo. É composto por uma série
de sistemas de proteção e monitoramento, cada qual com funções e objetivos definidos,
todos diretamente relacionados com as engenharias civil, ambiental e sanitária.
Esse entendimento quanto às técnicas de engenharia adotadas de forma integrada
na concepção de um empreendimento para disposição final de resíduos (aterro sanitário)
é praticamente esquecido. A expressão “aterro sanitário” deu lugar a um entendimento
simples: ser um local para o envio de resíduos. Contudo, seu significado, de fato,
sobretudo a complexidade que o envolve, raramente é observada (TAGLIAFERRO,
2018).
A preocupação para com a disposição segura dos resíduos no solo tem início ainda
na fase preliminar com a concepção de projeto, seguindo todos parâmetros necessários
para implantação de aterros sanitários, conforme a Norma Brasileira (NBR) 15849 –

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Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes para


localização, projeto, implantação, operação e encerramento. (ABNT, 2010).
Técnicas de engenharia são adotadas desde a fase de escolha da área para a futura
implantação de um aterro sanitário, as denominadas “alternativas locacionais”, que são
minuciosamente analisadas na busca por um local que melhor possibilite a instalação
futura do empreendimento.
Os projetos a serem concebidos devem apresentar elementos e sistemas de
proteção e monitoramento específicos que, posteriormente, deverão ser implantados e
operacionalizados. Todos esses elementos e sistemas atendem a requisitos definidos em
normas técnicas e operacionais de engenharia como as NBR´s 15495-1 e 15495-2, que
tratam de poços de monitoramento das águas subterrâneas em aquíferos (projeto e
execução) e desenvolvimento de sistemas de monitoramento, por exemplo.
Publicação de 2006 da revista Gestão de Resíduos, afirma que são prioritários os
sistemas de preparo do terreno (exemplo: cortes e aterros), sistema de compactação de
base, sistema de drenagem superficial de águas pluviais, sistema de drenagem subterrânea
de líquidos percolados, de drenagem de gases, sistemas de compactação, de
impermeabilização, de proteção mecânica, de cobertura dos resíduos, de estabilidade de
maciço, sistemas de monitoramento superficial e subterrâneo, entre vários outros.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei Federal n°
12.305/2010, tornou mais clara as ações necessárias a correta disposição final de resíduos
no Brasil, definindo princípios, diretrizes, objetivos e metas para o gerenciamento
adequado dos resíduos sólidos.
Contudo, segundo ABRELPE (2016), a disposição final de RSU apresenta
retrocesso no encaminhamento ambientalmente adequado dos resíduos coletados. As
unidades inadequadas como lixões e aterros controlados ainda estão presentes em todas
as regiões do país e receberam mais de 81 mil toneladas de resíduos por dia, com elevado
potencial de poluição ambiental e impactos negativos na saúde.
Assim, a problemática dos resíduos, por se tratar de um material heterogêneo e
por sua implicação direta na saúde da população e no meio ambiente, conforme se verifica
em sua classificação constante da NBR 10004 – Resíduos Sólidos – Classificação
(ABNT, 2004), justifica a adoção de todas as medidas de proteção e monitoramento.

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2 JUSTIFICATIVA
A pesquisa justificou-se a diante da complexidade problemática dos resíduos e sua
implicação direta na saúde da população e no meio ambiente. A escassez de trabalhos que
integrem os componentes existentes em um aterro sanitário e sua relação para com as
engenharias civil, ambiental e sanitária coloca-se como diferencial a ser considerado,
justificando, assim, ainda mais a escolha do tema e o delineamento da pesquisa.

3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Estudar os sistemas de proteção e monitoramento que compõem um aterro
sanitário e analisar suas relações (funções e objetivos) para com a engenharia civil,
ambiental e sanitária.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


a) Apresentar os elementos e sistemas de proteção e monitoramento que integram
um aterro sanitário;
b) Analisar e confrontar as funções e objetivos desses elementos e sistemas de
proteção e monitoramento com aqueles apresentados pela engenharia civil, ambiental e
sanitária;
c) Contribuir para um maior entendimento quanto ao que de fato é um aterro
sanitário e a complexidade que envolve a disposição final dos resíduos;
d) Oferecer um instrumento de apoio à disseminação do conhecimento nas áreas
da engenharia e dos resíduos sólidos.

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 ATERRO SANITÁRIO
Segundo a ABNT (1992), aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos é uma:

Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos e outros tipos de resíduos no


solo, sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os
impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para
confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume
permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada
de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário (NBR 8419).

Para D’Almeida et. al. (2000), aterro sanitário é um...

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Processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo,


particularmente para lixo domiciliar, que é fundamentado em critérios de
engenharia e normas operacionais especificas, permitindo uma confinação
segura em termos de controle de poluição ambiental e proteção à saúde pública.

Albuquerque (2011) entende que “um aterro sanitário é definido como aterro de
resíduos sólidos urbanos, ou seja, adequado para a recepção de resíduos de origem
doméstica, varrição de vias públicas e comércios.”
Fiorillo (2011) informa que “aterros sanitários são os locais especialmente
concebidos para receber lixo e projetados de forma a que se reduza o perigo para saúde
pública e para segurança”.
“O aterro sanitário, quando devidamente controlado, constitui-se no método mais
adequado para disposição de todo tipo de resíduo, incluindo os de serviços de saúde.”
(CEMPRE, 2018).
Para MONTEIRO (2001):

Aterro sanitário é um método para disposição final dos resíduos sólidos


urbanos, sobre terreno natural, através do seu confinamento em camadas
cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais
específicas, de modo a evitar danos ao meio ambiente, em particular à saúde e
à segurança pública.

Aterro sanitário constitui-se, portanto, de um conjunto de normas operacionais


específicas e princípios básicos de engenharia, como sistemas de drenagem,
impermeabilização, compactação, estabilidade de maciço, monitoramento ambiental,
entre outros, visando além da redução dos impactos ambientais, também reduzir custos
na implantação da obra e garantir a estabilidade e segurança de tal empreendimento por
todo seu período de funcionamento (Figura 1).

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Figura 1: Aterro Sanitário com seus elementos de proteção e monitoramento.

Fonte: FRAL (2015)


http://www.fralconsultoria.com.br/projetos/aterro-sanitario-de-osasco-projeto-executivo-da-ampliacao-e-
monitoramento-geotecnico-do-aterro

Assim, apesar de cada um dos autores descreverem aterro de uma forma, a sua
finalidade é atender por meio da engenharia às necessidades da população e assegurar que
o meio ambiente e a saúde estejam dentro dos padrões aceitáveis.

4.2 ESTRUTURAS DE PROTEÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO


Sistemas de proteção do aterro sanitário visam minimizar os impactos ambientais
negativos e garantir a saúde da população.

4.2.1 Sistema de Drenagem Superficial de Águas Pluviais


A presença de água no aterro pode impossibilitar totalmente a compactação da
base na sua fase inicial, como também impossibilita a cobertura dos resíduos, impede o
acesso de veículos que transportam os resíduos e em casos extremos pode acabar
prejudicando a estrutura do aterro com erosões e instabilidade.
Segundo o CEMPRE (2018), a área de contribuição de águas pluviais superficiais
deve ser isolada, de modo a evitar a entrada de água nas áreas já aterradas com resíduos.
Locais com nível d’água raso poderão, ainda, exigir drenagem subterrânea a fim de
impedir que a água do lençol freático venha a entrar em contato com os resíduos.
Além dos dispositivos de drenagem pluvial definitivos, instalados nas plataformas
como: bermas, taludes e vias de acesso; devem ser escavadas canaletas de drenagem
provisórias no terreno a montante das frentes de operação, de forma a minimizar a
infiltração das águas de chuva na massa de lixo aterrado (FEAM, 2005).

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Segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), os dispositivos de


drenagem pluvial previstos no projeto do aterro sanitário, tais como canaletas, caixas de
passagem e descidas d’água, devem ser mantidos desobstruídos para impedir a entrada de
água no maciço do aterro.
Conforme determina a NBR 13896, o responsável pelo aterro deve projetar,
construir, operar e manter um sistema de desvio de águas superficiais da área do aterro
capaz de suportar uma chuva de pico de cinco anos (ABNT, 1997). Esse sistema é
importante pois em épocas de chuvas intensas reduz a geração de lixiviado, evitando
possíveis danos à estabilidade do maciço.

4.2.2 Sistema de Drenagem Subterrânea de Percolados (Chorume)


Segundo a NBR 13896 – Aterros de resíduos não perigosos – Critérios para
projeto, implantação e operação (ABNT, 1997), um sistema de drenagem e remoção de
líquidos percolados no aterro deve ser instalado imediatamente acima da camada de
impermeabilização, dimensionado de forma a evitar a formação de uma lâmina de líquido
percolado superior a 30 cm sobre a impermeabilização. (Figura 2).

Figura 2: Sistema de drenagem de líquidos percolados (chorume)

Fonte: RAC Saneamento


https://www.racsaneamento.com.br/aterro

O sistema de drenagem de líquidos percolados deve ser construído de material


quimicamente resistente ao resíduo e ao líquido percolado, e suficientemente resistente a
pressões originárias da estrutura total do aterro e dos equipamentos utilizados em sua
operação. Basicamente, os drenos são constituídos por linhas de canaletas escavadas

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diretamente no solo, ou sobre a camada de aterro impermeabilizante, e preenchidas com


material filtrante (CEMPRE, 2018).
O sistema de drenagem subterrânea de percolados tem por objetivo coletar os
líquidos percolados dos resíduos depositados nos aterros e direcioná-los para um tanque
de acumulação para início das operações de tratamento (Figura 3).

Figura 3: Sistema de acumulação de líquidos percolados (chorume)

Fonte: SEMASA (2018)


https://www.radioabc.com.br/semasa-cobre-lagoa-de-chorume-do-aterro-sanitario/

A drenagem de chorume pode ser feita através de tubos de pvc, concreto, barro,
pead, drenos cegos compostos por brita e canaletas ou valas escavadas de largura
aproximada de 60 centímetros e preenchidas com pedra britada. (Figura 4).

Figura 4: Dreno cego para captação de líquidos percolado

Fonte: RIMA Bom Despacho / MG (2018)


http://mzbhd.com.br/wp-content/uploads/2018/10/RIMA-Bom-Despacho-ilovepdf-compressed.pdf

Segundo ABNT (1996), a NBR 13896 defini que o sistema drenante de águas
subterrâneas deve ser projetado e operado de forma a não sofrer obstruções durante o
período de vida útil e pós-fechamento do aterro e possuir um sistema de tratamento desses
líquidos, que atenda os padrões de emissão, que garanta a qualidade do corpo receptor e
possuir efluentes monitorados pelo menos quatro vezes ao ano. (Figura 5).

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Figura 5: Sistema de tratamento de percolados (chorume)

Fonte: Ambiente Legal (2018)


http://www.ambientelegal.com.br/tratamento-de-chorume-em-estacoes-de-esgoto-leva-residuos-toxicos-
para-corpos-de-agua/

4.2.3 Sistema de Drenagem de Gases


Segundo o CEMPRE (2018), o sistema de drenagem dos gases tem a função de
drenar os gases provenientes da decomposição da matéria orgânica (basicamente metano
e gás carbônico) evitando sua migração para a atmosfera e promovendo seu correto
tratamento (Figura 6).

Figura 6: Sistema de drenagem de gases

Fonte: Sousa (2017)


https://ferdinandodesousa.com/2017/03/20/o-alto-custo-das-terras-para-a-implantacao-dos-aterros-
sanitarios/

DA SILVA (2016), afirma que os drenos verticais vão desde a camada


impermeabilizada da base até acima do nível de cobertura do aterro (Figura 7). Os gases
mais leves que o ar (metano) sobem para a superfície enquanto os mais pesados se dirigem
para o fundo do aterro sendo coletados pelo sistema de drenagem de lixiviados.

Figura 7: Drenos verticais para drenagem de gases

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Fonte: Prefeitura Municipal de Votorantim (2017)


https://www.votorantim.sp.gov.br/portal/noticias/0/3/9072/Prefeitura-conclui-quarta-celula-do-aterro-
sanitario

4.2.4 Compactação de Base e Compactação dos Resíduos


A operação de um aterro sanitário consiste, basicamente, na compactação dos
resíduos em células com altura variando de 2 a 4 metros e inclinação máxima do talude
de 1V:2H (MONTEIRO et al., 2002).
A compactação é importante porque, em sua ausência ou má execução, permitirá
o surgimento de áreas menos resistentes, não compactadas, sob a superfície. Estas partes
sem compactação poderão ser constituídas por camadas subsequentes de resíduos que
resultaram em um recalque no aterro, danificando todos os sistemas de drenagem vertical
(gases) e horizontal (percolados). Portanto, a compactação além de reduzir volume,
mantém os sistemas de drenagem em boas condições, além de melhorar as características
mecânicas da estrutura, sobretudo a estabilidade dos taludes e do maciço de resíduos.
Acrescenta os autores que, em técnicas operacionais comumente utilizadas, os
resíduos são espalhados e compactados pelo talude de baixo para cima, com 3 a 5
passadas do trator de esteira, de modo a se obter um peso específico, quando bem
compactado, próximo de 10 kN/m³.
IBAM (2001) recomenda que a inclinação utilizada nos taludes seja de um metro
de base para cada metro de altura nas células em atividade e de três metros de base para
cada metro de altura nas células já encerradas.

4.2.5 Impermeabilização e Proteção Mecânica


Conforme ABNT (1997), segundo a NBR 13896 a camada impermeabilizante do
aterro deve ser construída com materiais de propriedades químicas compatíveis com o

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resíduo, com suficiente espessura e resistência, de modo a evitar rupturas devido a


pressões hidrostáticas e hidro geológicas, contato físico com o líquido percolado ou
resíduo, condições climáticas e tensões da instalação da impermeabilização ou aquelas
originárias da operação diária.
Material impermeabilizante deve ser instalado sobre uma base ou fundação capaz
de suportá-lo, bem como resistir aos gradientes de pressão acima e abaixo da
impermeabilização, de forma a evitar sua ruptura por assentamento, compressão ou
levantamento do aterro.
A NBR 16199 orienta que as geomembranas termoplásticas devem ser instaladas
de forma a cobrir toda a área, de modo que o resíduo ou o líquido percolado não entre em
contato com o solo natural e sob o sistema artificial de impermeabilização inferior deve
haver um sistema de detecção de vazamento de líquido percolado. (ABNT, 2013).

4.2.6 Cobertura dos Resíduos


A camada de cobertura tem a finalidade de proteger a superfície das células de
resíduos, evitando a proliferação de odores, permitindo o acesso de máquinas e veículos
coletores e não permitindo a presença de catadores.
No caso do aterro de resíduos sólidos urbanos existem três tipos de camadas de
cobertura: diária, intermediária e final.

A cobertura diária ou intermitente deve ser realizada após o término de cada


jornada de trabalho, com uma camada de cerca de 0,20 m de solo. A cobertura
intermediária é necessária naqueles locais em que a superfície de disposição
ficará inativa por períodos mais prolongados (± 1 mês), aguardando, por
exemplo, a conclusão de um patamar para início do seguinte. No caso da
cobertura final o uso de proteção vegetal é recomendado, procurando-se
integrar o empreendimento ao meio ambiente local (CEMPRE, 2018).

A camada intermediária é indicada após a conclusão de uma etapa do aterro,


chamada de célula. Normalmente se utiliza de uma camada de cobertura de
aproximadamente 30 cm de solo argiloso compactado.
A cobertura final tem a função de diminuir a saída dos gases produzidos pela
decomposição da matéria orgânica diretamente para a atmosfera e controlar a entrada de
água de chuva no interior do aterro. O excesso de água no interior no aterro pode aumentar
quantidade de lixiviado produzido e acarretar problemas de estabilidade do maciço
conforme já discutido. Para esta camada em geral é utilizado no mínimo 60 cm de solo.

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A instalação de vegetação sobre a camada de cobertura final é ainda mais


importante por aumentar a evapotranspiração, diminuindo a quantidade de chuva que se
infiltra e, consequentemente, a quantidade de percolado gerada.
Os materiais componentes do sistema de cobertura final deverão ser especificados
de maneira a atender aos requisitos técnicos acima. Além disso, a garantia de bom
desempenho dependerá também de controle tecnológico durante a execução.
É necessário prever a manutenção desse sistema de cobertura mesmo após a vida
útil do aterro, garantindo suas características de projeto (CEMPRE, 2018).

4.2.7 Estabilidade de Maciço


Os métodos convencionais de cálculo de estabilidade de taludes desenvolvidos na
engenharia geotécnica são comumente utilizados em estudos de estabilidade em aterros
de resíduos urbanos por pesquisadores e profissionais especializados.
No entanto, estas metodologias de trabalho foram desenvolvidas para estudos em
maciços com constituição e comportamento mecânico distintos dos aterros de resíduos
urbanos. Eles possuem comportamento mecânico pouco conhecido, são heterogêneos,
anisotrópicos e podem sofrer influência de gases gerados a partir da decomposição dos
resíduos. As análises de estabilidade geralmente são realizadas através de softwares ou
por métodos simplificados que resultem em fatores de segurança próximo aos de métodos
mais precisos obtidos pelos softwares, como o método de Bishop Simplificado.
Conforme a ABNT (1992), todos os cálculos de estabilidade para Aterro Sanitário
de Resíduos Sólidos Urbanos “devem ser apresentados as hipóteses, os parâmetros e as
fórmulas utilizadas para o cálculo de estabilidade de taludes, berma de equilíbrio e
recalques diferenciais”. (NBR 8419).

4.3 MONITORAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO


4.3.1 Monitoramento Superficial
O monitoramento das águas superficiais permite avaliação das alterações causadas
pelo aterro sanitário nos cursos de água da região por migração lateral de líquidos
lixiviados ou pela contaminação das águas pluviais drenadas da superfície do aterro.
No primeiro caso o monitoramento é feito coletando amostras a montante e a
jusante dos corpos d’água. No segundo caso, a água drenada em tanques ou lagoas é
avaliada e verificada a eventual contaminação e necessidade de tratamento.

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4.3.2 Monitoramento Subterrâneo


O monitoramento subterrâneo não é exclusivamente de águas subterrâneas.
Também é composto por monitoramento de líquidos lixiviados e gases.
Para avaliação das águas subterrâneas tem-se adotado o padrão de potabilidade
das águas destinadas ao consumo humano, estabelecido pelo Ministério da Saúde
(BRASIL, 2004). Os parâmetros monitorados nos mananciais de superfície são
comparados aos limites estabelecidos pela Resolução nº 357 (CONAMA, 2005) para
coleções de água da Classe 2, e, quando pertinente, Resolução nº 430 (CONAMA, 2011).
O monitoramento dos líquidos lixiviados geralmente consiste na sua avaliação
quali-quantitativa (medição da vazão e análises físico-químicas). O controle dos
parâmetros físico-químicos dos líquidos lixiviados visa à avaliação da eficiência do
tratamento adotado, além de fornecer parâmetros de controle capazes de indicar a
existência de desequilíbrios nos fatores abióticos que interferem no processo e que podem
causar a inibição do mesmo. Permite também, conhecer as características desses
lixiviados, para que os mesmos possam ser encaminhados a estações de tratamento de
esgotos – ETE, para tratamento em conjunto com os esgotos domésticos, sem trazer
prejuízo ao tratamento destes.
O monitoramento qualitativo e quantitativo do biogás gerado nos aterros sanitários
deve ser realizado no intuito de estabelecer a quantidade gerada e a sua composição.
Ressalta-se que, além do monitoramento qualitativo e quantitativo realizado no aterro,
diretamente nos drenos, deve-se prever a realização de amostragens em outros pontos,
buscando verificar a possível migração destes gases pela camada de impermeabilização
dos taludes e de cobertura final do aterro e se esta migração está colocando em risco a
saúde dos residentes no entorno (se houver) e o meio ambiente.

4.3.3 Monitoramento Geotécnico e Topográfico


Baseado na instrumentação geotécnica de obras de terra, principalmente de
barragens de terra e taludes, o monitoramento geotécnico destaca-se pela sua importância
dentro do contexto da disposição final de resíduos.
Conforme CONGEA (2016), os monitoramentos geotécnico e ambiental de um
aterro sanitário são realizados por meio dos resultados das observações de campo, da
análise da instrumentação instalada e das análises físico-químicas e microbiológicas em
amostras de águas superficiais e subterrâneas, e em amostras de líquidos lixiviados.

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Os objetivos do monitoramento são acompanhar o comportamento mecânico e o


desempenho ambiental do aterro, de forma a permitir a identificação, em tempo hábil, de
alterações no padrão de comportamento previsto e a proposição de medidas preventivas
e corretivas, orientando os trabalhos de conservação e manutenção (CONGEA, 2016).
O seu principal objetivo é desenvolver atividades que permitam o controle
operacional, a avaliação permanente do comportamento deformacional do maciço
formado pela disposição de resíduos sólidos e identificar evidências que revelem
anomalias, alterações e situações de risco quanto da eventual ocorrência de processos de
estabilização e de degradação do maciço e de seus taludes, analisando suas causas e
propondo soluções preventivas ou corretivas.

5 MATERIAIS E MÉTODOS
Estudo descritivo, dedutivo, bibliográfico, de abordagem qualitativa, natureza
comparativa, de caráter não experimental, debruçou na investigação da prática adotada
na disposição final de resíduos sólidos, por meio dos elementos e sistemas de engenharia
que integram um aterro sanitário.
O levantamento bibliográfico deu início às atividades de pesquisa, seguido da
coleta e análise de dados em publicações especializadas, livros, periódicos e artigos
científicos.
Foram levantados, descritos e analisados os dados sobre os elementos e sistemas
de proteção e monitoramento existentes em aterros sanitários.
Todas as informações foram confrontadas com o material bibliográfico
selecionado, traçados paralelos com a bibliografia técnica específica e outras relativas aos
temas abordados, sobretudo aquelas descritas pelas engenharias civil, ambiental e
sanitária.

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base nas informações pesquisadas foram comparadas e confrontadas cada
etapa construtiva e estrutural de um aterro sanitários com elementos construtivos e
estruturais presente nas engenharias civil, ambiental e sanitária.

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6.1 SISTEMAS CONSTRUTIVOS E ESTRUTURAIS DAS ENGENHARIAS


6.1.1 Sistema de Drenagem de Águas Pluviais
Sistema de drenagem urbana tem como objetivo coletar águas superficiais e
conduzi-las por tubulações subterrâneas para locais de descarga mais favorável (DNIT
030/2004-ES).
De acordo com a norma do DNIT 030/2004 – ES, em geral, os coletores urbanos
são constituídos por galerias com tubos de concreto, exigindo para a sua execução, o
atendimento à normas do DNIT e NBR.
As escavações deverão ser executadas de acordo com as cotas e alinhamentos
indicados em projeto e com a largura superando o diâmetro da tubulação utilizada para
canalização, no mínimo, em 60cm.
Como no Aterro Sanitário, o sistema de drenagem de águas pluviais consiste em
captar água presente na superfície e transportá-la para um local de descarga que não
prejudique as atividades desenvolvidas na área utilizada.

6.1.2 Sistema de Drenagem Subterrânea


De acordo com a norma DNIT015/2006-ES:

Dispositivos instalados nas camadas subsuperficiais das rodovias, em geral no


subleito, de modo a permitir a captação, condução e deságue das águas que se
infiltram pelo pavimento ou estão contidas no próprio maciço e que, por ação
do tráfego e carregamento, comprometem a estrutura do pavimento e a
estabilidade do corpo estradal.
Quanto à forma construtiva, os drenos poderão ser cegos ou com tubos e,
devido à pequena profundidade, podem ser também designados como drenos
rasos; recebem, ainda, designações particulares como dreno transversal ou
dreno longitudinal de base.

Confrontando com a drenagem subterrânea dos aterros sanitários observa-se que


seguem o mesmo princípio, eliminar os líquidos presentes no interior do maciço à fim de
prevenir danos estruturais que possam ser causados pela presença de água ou qualquer
tipo de líquido.

6.1.3 Sistema de Drenagem de Gases


Como no aterro sanitário, a ideia de captar e drenar os gases prejudiciais ao
sistema de um aterro também faz parte de outras áreas da engenharia. A Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) desenvolveu ao longo do tempo, ações de

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controle e um intenso esquema de fiscalização da emissão de poluentes, gerados por


indústrias, fábricas e outros, objetivando a proteção do meio ambiente.
É notório o interesse em desenvolver modelos matemáticos a fim de transportar
poluentes na atmosfera, para que se possa avaliar impactos ao meio ambiente e à saúde
pública. E, dessa forma, ser possível planejar e gerir de maneira mais racional as fontes
poluidoras (BOLOGNEZI, 2011).
A modelagem matemática da dispersão de poluentes baseia-se conceitualmente na
avaliação das quantidades que entram e que saem de uma região fixa no espaço,
considerando também as quantidades que são geradas e destruídas por processos físicos,
químicos e biológicos no interior da região (BRAGA et al., 2005).

6.1.4 Compactação
A compactação pode ser entendida como a diminuição de volume de um solo sem
variação no seu teor de umidade ou massa, sendo um processo que, essencialmente, altera
a sua estrutura. Portanto, busca a melhoria das características dos solos empregados em
obras de engenharia civil (CRISPIM, 2007).
Do mesmo modo, a compactação dos resíduos sólidos, consiste em reduzir o
volume dos resíduos de modo que o maciço resista as solicitações que ele virá a sofrer.

6.1.5 Impermeabilização
A ABNT (2010), em sua NBR 9575 – Impermeabilização – Seleção e Projeto,
define impermeabilização como ação de evitar a passagem de fluidos e vapores nas
construções, pelas partes que requeiram estanqueidade, podendo ser integrados ou não
outros sistemas construtivos, desde que observadas normas específicas de desempenho
que proporcionem as mesmas condições de estanqueidade. Proteger os elementos e
componentes construtivos que estejam expostos ao intemperismo, contra a ação de
agentes agressivos presentes na atmosfera. Proteger o meio ambiente de agentes
contaminantes por meio da utilização de sistemas de impermeabilização.
O mesmo princípio é observado na impermeabilização de um Aterro Sanitário,
uma vez ter como finalidade proteger o meio ambiente de agentes contaminantes, em
especial o solo e as águas subterrâneas, não permitindo a passagem dos líquidos.

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6.1.6. Cobertura ou Aterro


Na construção civil existem normas e técnicas utilizadas em serviços de
infraestrutura tal como as utilizadas na cobertura dos aterros sanitários.
Para execução de aterros em estradas e rodovias a Norma DNIT 108/2009
estabelece a sistemática empregada para os serviços de execução e controle de qualidade
de aterros.
O lançamento do material para a construção de um aterro deve ser feito em
camadas sucessivas, em toda a largura da seção transversal, e em extensões que permitam
seu umedecimento e compactação, de acordo com o previsto em projeto de engenharia
(DNIT, 2009).
Conforme a Norma 108/2009 do DNIT, para o corpo dos aterros a espessura de
cada camada compactada não deve ultrapassar 0,30 m. Para as camadas finais, essa
espessura não pode ser superior a 0,20 m. Todas as camadas do solo devem ser
convenientemente compactadas, conforme determinado em projeto.

6.1.7. Estabilidade de Maciço


Segundo a Associação Brasileira de Geologia de Engenharia (ABGE, 1998), a
execução de cortes nos maciços pode condicionar movimentos de massa ou, mais
especificamente, escorregamento de taludes, desde que as tensões cisalhantes ultrapassem
a resistência ao cisalhamento dos materiais, ao longo de determinadas superfícies de
ruptura.
Por isso emprega-se a análise da estabilidade de maciço, para que tanto em uma
obra de um aterro sanitário ou da execução de um talude em um trecho rodoviário, não
venham ocorrer acidentes por instabilidade do maciço.

6.1.8. Monitoramento Superficial, Subterrâneo, Geotécnico e Topográfico


Os monitoramentos utilizados na obra de um aterro sanitário são os mesmos
utilizados em outros tipos de serviços, por se tratar de análises comportamentais dos
objetos em questão, sem nenhum tipo de exclusividade.
A análise do solo feita no aterro sanitário, por exemplo, é a mesma análise de solo
utilizada por uma empresa ambiental que está elaborando um parecer técnico de áreas
contaminadas ou que possuam potencial contaminante.
Da mesma forma os monitoramentos geotécnicos, topográficos, etc. são todos
exaustivamente empregados na engenharia civil, ambiental e sanitária.

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7 CONCLUSÃO
O aterro sanitário é uma obra de engenharia composto por uma série de sistemas
de proteção e monitoramento, cada qual com funções e objetivos definidos, todos
diretamente relacionados com as engenharias civil, ambiental e sanitária.
Objetiva receber resíduos sólidos proporcionando sua disposição final adequada
e segura junto ao solo, mantendo tais resíduos confinados, mas totalmente monitorados
por meio de técnicas de engenharia distintas, amplamente conhecidas.
Esse entendimento quanto às técnicas de engenharia adotadas de forma integrada
na concepção de um empreendimento para disposição final de resíduos (aterro sanitário)
é praticamente esquecido, razão pela qual demonstrar mais claramente esse envolvimento
motivou e justificou a presente pesquisa.
Espera-se que o entendimento quanto aos complexos sistemas empregados na
concepção, instalação, operação, monitoramento e encerramento de um empreendimento
como um aterro sanitário venha a melhor esclarecer o seu significado como alternativa
para a adequada e segura disposição final de resíduos, uma vez pautar-se pela integração
de importantes elementos técnicos de engenharias.

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