Você está na página 1de 7

RESPOSTA TÉCNICA – Monitoramento ambiental em oficina mecânica

Monitoramento ambiental
em oficina mecânica
Informações sobre monitoramento ambiental,
resíduos, armazenamento de resíduos, relatórios
ambientais, mitigação dos efeitos ambientais e
legislação vigente.

Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico – CDT/UnB

Abril/2014
RESPOSTA TÉCNICA – Monitoramento ambiental em oficina mecânica

Resposta Técnica FREIRE, Ingrid de Souza


Monitoramento ambiental em oficina mecânica
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico – CDT/UnB
17/4/2014
Informações sobre monitoramento ambiental, resíduos,
armazenamento de resíduos, relatórios ambientais, mitigação dos
efeitos ambientais e legislação vigente.
Demanda Informações sobre Relatório de Monitoramento Ambiental de
uma oficina mecânica?
Assunto Serviços de engenharia ambiental
Palavras-chave Licença ambiental; monitoramento ambiental; preservação
ambiental; qualidade ambiental

Salvo indicação contrária, este conteúdo está licenciado sob a proteção da Licença de Atribuição 3.0 da Creative Commons. É permitida a
cópia, distribuição e execução desta obra - bem como as obras derivadas criadas a partir dela - desde que criem obras não comerciais e
sejam dados os créditos ao autor, com menção ao: Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - http://www.respostatecnica.org.br

Para os termos desta licença, visite: http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/

O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT fornece soluções de informação tecnológica sob medida, relacionadas aos
processos produtivos das Micro e Pequenas Empresas. Ele é estruturado em rede, sendo operacionalizado por centros de
pesquisa, universidades, centros de educação profissional e tecnologias industriais, bem como associações que prom ovam a
interface entre a oferta e a demanda tecnológica. O SBRT é apoiado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas – SEBRAE e pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação – MCTI e de seus institutos: Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT.
RESPOSTA TÉCNICA – Monitoramento ambiental em oficina mecânica

Solução apresentada

O monitoramento ambiental consiste na realização de medições e/ou observações


específicas, dirigidas a alguns poucos indicadores e parâmetros, com a finalidade de
verificar se determinados impactos ambientais estão ocorrendo, podendo ser dimensionada
sua magnitude e avaliada a eficiência de eventuais medidas preventivas adotadas (UNESP,
[200-?]).

De acordo com Ramos e Luchiari Junior ([200-?]):

Com base nos levantamentos, o monitoramento ambiental fornece


informações sobre os fatores que influenciam o estado de conservação,
preservação, degradação e recuperação ambiental da região estudada.
Também subsidia medidas de planejamento, controle, recuperação,
preservação e conservação do ambiente em estudo, além de auxiliar na
definição de políticas ambientais.

A implantação de atividades de monitoramento ambiental necessita de uma


seleção prévia de indicadores que expressem as condições qualitativas ou
quantitativas do que será medido e avaliado. Esses parâmetros devem
descrever, de forma compreensível e significativa, os seguintes aspectos:

 o estado e as tendências dos recursos ambientais;


 a situação socioeconômica da área em estudo;
 o desempenho de instituições para o cumprimento de suas atribuições
(RAMOS, LUCHIARI JUNIOR, [200-?]).

Relatórios ambientais

De acordo com Vilas (2006):

Os municípios que possuem um órgão de controle ambiental podem, de


acordo com suas leis e decretos, exigir um estudo ambiental da atividade
antes de conceder o licenciamento. Observa-se que os estudos mais
comuns são o Relatório de Controle Ambiental (RCA) e Plano de Controle
Ambiental (PCA).

O Relatório de Controle Ambiental (RCA) é um dos instrumentos exigidos


pelos órgãos ambientais estaduais e apresenta as informações e
levantamentos de dados relativos ao empreendimento que resultam em um
estudo destinado a permitir a avaliação dos efeitos sobre o meio ambiente
decorrentes da implantação e da operação da atividade. Deve-se considerar
para fins de elaboração do RCA, além dos setores de produção os setores
de armazenamento de matérias-primas, de produtos acabados ou de
resíduos; setores de geração de energia; setores administrativos; oficinas
de manutenção; conzinha industrial; lavanderia industrial; setores de
tratamento de água para uso industrial; laboratórios de pesquisas e de
controle de qualidade.

O conteúdo básico do RCA deverá abordar os seguintes aspectos:


descrição do empreendimento a ser licenciado, descrição do processo de
produção, caracterização das emissões geradas nos diversos setores do
empreendimento, no que concerne a ruídos, efluentes líquidos, efluentes
atmosféricos e resíduos sólidos. Assim, o RCA torna-se o documento
norteador das ações mitigadoras a serem propostas no Plano de Controle
Ambiental (PCA), visando a solucionar os problemas detectados.

O PCA é o documento que apresenta as propostas que visam prevenir e


corrigir as não conformidade legais relativas à poluição. Integram o PCA os
projetos básicos dos sistemas de tratamento de efluentes, tratamento da
poluição atmosférica, tratamento dos resíduos sólidos, sistema de

2014 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT http://www.respostatecnica.org.br 2


RESPOSTA TÉCNICA – Monitoramento ambiental em oficina mecânica

prevenção e combate a incêndio e cronograma de implantação dessas


medidas (VILAS, 2006).

Resíduos

Segundo a ABNT NBR 10004 (SANTOS, [200-?]), a classificação dos resíduos é dada por:

a) resíduos classe I – Perigosos;


b) resíduos classe II – Não perigosos;
- resíduos classe II A – Não inertes.
- resíduos classe II B – Inertes (SANTOS, [200-?]).

Armazenamento de resíduos

Segundo Lopes e Kemerich (2007):

Esse armazenamento deve ser feito de modo a não alterar a


quantidade/qualidade do resíduo, como forma temporária de espera para
reciclagem, recuperação, tratamento e/ou disposição final. O
acondicionamento pode ser realizado em contêineres, tambores, tanques ou
a granel, de forma que riscos de contaminação, fogo e explosões seja
minimizado (LOPES, KEMERICH, 2007).

Conforme Resolução CONAMA 275 (BRASIL, 2001) os resíduos devem ser armazenados
em coletores e transportadores de diferentes cores para melhor manuseio:

 Azul: papel/papelão;
 Vermelho: plástico;
 Verde: vidro;
 Amarelo: metal;
 Preto: madeira;
 Laranja: resíduos perigosos;
 Branco: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde;
 Roxo: resíduos radioativos;
 Marrom: resíduos orgânicos;
 Cinza: resíduos geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não
passível de separação (BRASIL, 2001).

Lopes e Kemerich (2007) relatam que a NBR 10004/2004, que dispõe sobre resíduos
sólidos, classifica:

Papel/papelão: resíduo não inerte, devendo ser acondicionado em local


aberto para que não haja contaminação com outros;

Vidros: resíduos inertes devem ser armazenado em local que não ofereça
riscos aos funcionários e responsáveis pela coleta;

Lâmpadas fluorescentes: classificadas como resíduos perigosos por serem


inflamáveis, corrosivas, reativas, tóxicas e patogênicas. Devem ser
armazenadas em local ventilado e protegidas contra eventual ruptura;

Pilhas/baterias: também são considerados resíduos perigosos.

Pneus: devem ser acondicionados de forma individual em depósito coberto,


são considerados inertes. Sabe-se que a empresa que fornece os pneus é
responsável por sua coleta e destinação final.

Metais: considerados inertes pela NBR 10004, a estocagem deve ser feita
individualmente, porem junto dos demais resíduos. Esses resíduos podem
ser enviados para empresas de reciclagem.

2014 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT http://www.respostatecnica.org.br 3


RESPOSTA TÉCNICA – Monitoramento ambiental em oficina mecânica

Estopas: são utilizadas na limpeza de peças dos funcionários que


manipulam resíduos com óleos e são acondicionadas em tonéis de plástico
de 200 litros. São classificadas na classe de resíduos I- perigosos. A
estocagem deve ser feita em setor anexo à oficina e coberto. Podem ser
encaminhadas para aterro sanitário, incineração ou reaproveitamento,
devido seu poder calorífico em substituição aos combustíveis fósseis, após
licenciamento pelo órgão ambiental.

Resíduos oleosos: devem ser armazenado em tanques de grande


capacidade volumétrica em virtude de sua característica inflamável,
corrosiva, reativa entre outras. O local de armazenagem deve ser coberto e
conter área de contenção. Em caso de vazamentos, o ideal é a regeneração
ou re-refinação por empresa especializada.

Filtro de óleo: acondicionado em tonéis de aproximadamente 200 L. São


classificados como perigosos. A destinação final pode ser por meio da
coleta pública.

Plásticos: são considerados inertes e o armazenamento ocorre em local


aberto. Devem ser destinados à reciclagem, quando não contaminados
(LOPES; KEMERICH, 2007).

As atividades mais impactantes correspondem à área de solda, lanternagem, funilaria,


pintura, manutenção, mecânica e lavagem de veículos, motores e peças que resultam em
geração de resíduos e efluentes que podem provocar contaminação do solo, água e ar,
conforme ilustra as figuras 1 e 2 (VILAS, 2006).

Figura 1 – Detalhe da geração de resíduo, óleo usado.


Fonte: (VILAS, 2006)

Figura 2 – Pisos de bloquetes permitem a contaminação do solo.


Fonte: (VILAS, 2006)

2014 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT http://www.respostatecnica.org.br 4


RESPOSTA TÉCNICA – Monitoramento ambiental em oficina mecânica

Mitigação dos efeitos ambientais

Foram observadas atividades que minimizam os efeitos ambientais ocasionados por


resíduos gerados em oficinas mecânicas, tais como: procedimentos para uso de produtos
químicos; estação para tratamento de efluentes; utilização ideal de equipamentos de
tinturaria, dependendo da pressão do borrifado a quantidade de borra de tinta (resíduo
perigoso) é menor (VILAS, 2006).

Conclusões e recomendações

Recomenda-se o acesso as normas ABNT: 10004/2004; 10005/2004; 10006/2004 e


12235/1992. As ISO: 14001 e 14020. E as Resoluções CONAMA: nº 001/1986; nº 237/1997;
nº 257/1999; nº 275/2001, e, das leis nº 6.938/1987 e nº 12.305/2010. Sugere-se também o
contato com as instituições que se seguem:

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT


Telefone: (11) 3017-3610/3017-3644
E-mail: <atendimento.sp@abnt.org.br>
Site: <http://www.abntcatalogo.com.br/>

Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEMA


Estrada do Santo Antônio º 5323, Bairro Triângulo, Porto Velho – RO.
CEP: 76805-810
Telefone: (69) 32169-1045/3216-1059
E-mail: <gabinete@sedam.ro.gov.br>
Site: <http://www.sedam.ro.gov.br/>

Sugere-se acessar o site <www.respostatecnica.org.br> e realizar busca no Banco de


Respostas, utilizando os códigos das respostas 18592; 14754; 26446; 21121; 18487; 23649;
20652 e 16154 para encontrar arquivos disponíveis.

Recomenda-se especialmente a leitura das seguintes Respostas Técnicas:

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Análise do sistema de gestão


ambiental (SGA). Resposta elaborada por Joseane Machado de Oliveira e Julia Slaviero.
Porto Alegre: SENAI/RS, 2011 (Código da Resposta: 18592). Disponível em:
<http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 17 abr. 2014.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Resíduos perigosos. Resposta


elaborada por Noely Forlin Robert. Rio de Janeiro: REDETEC, 2009 (Código da Resposta:
14754). Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 17 abr. 2014.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Lançamento de efluentes


contendo óleos e graxas. Resposta elaborada por Joseane Machado de Oliveira e Julia
Slaviero. São Paulo: SIRT/UNESP, 2013 (Código da Resposta: 26446). Disponível em:
<http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 17 abr. 2014.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Indicadores de desempenho


ambiental. Resposta elaborada por Gabriela Malgarim de Lima. Porto Alegre: SENAI/RS,
2012 (Código da Resposta: 21121). Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>.
Acesso em: 17 abr. 2014.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Passivos ambientais. Resposta


elaborada por Joseane Machado de Oliveira e Julia Slaviero. Porto Alegre: SENAI/RS, 2011
(Código da Resposta: 18487). Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso
em: 17 abr. 2014.

2014 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT http://www.respostatecnica.org.br 5


RESPOSTA TÉCNICA – Monitoramento ambiental em oficina mecânica

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Uso de organismos


bioindicadores padronizados na avaliação. Resposta elaborada por Horst Mitteregger
Júnior. Porto Alegre: SENAI/RS, 2012 (Código da Resposta: 23649). Disponível em:
<http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 17 abr. 2014.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Insetos como indicadores da


qualidade e degradação ambiental. Resposta elaborada por Gabrielle Chaiben Consentino
Franco d Souza. Curitiba: TECPAR, 2011 (Código da Resposta: 20652). Disponível em:
<http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 17 abr. 2014.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS. Biomonitoramento. Resposta


elaborada por Flávia Eli Suganuma. São Paulo: USP/DT, 2009 (Código da Resposta:
16154). Disponível em: <http://www.respostatecnica.org.br>. Acesso em: 17 abr. 2014.

Fontes consultadas

BRASIL. Resolução CONAMA N º 257, de 25 de abril de 2001. Estabelece o código de


cores para os diferentes tipos de resíduos. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, 19 jun. 2001. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_2001_275.pdf>.
Acesso em: 09 abr. 2014.

LOPES, G.V.; KEMERICH, P.D.C. Resíduos de oficina mecânica: proposta de


gerenciamento. Disc. Scientia, v. 8, p. 81-94, 2007. Disponível em:
<http://sites.unifra.br/Portals/36/tecnologicas/2007/Residuos.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2014.

SANTOS, C.S. Proeja alimentos. Minas Gerais, [200-?]. Disponível em:


<www.conhecer.org.br/download/RESIDUOS/leitura anexa 6.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2014.

VILAS, L.H.L. Gestão ambiental em concessionárias de veículos: uma proposta de


operacionalização. 2006. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e Sustentabilidade) -
Centro Universitário da Caratinga, Caratinga, 2006. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.unec.edu.br/bdtdunec/tde_arquivos/22/TDE-2007-08-29T065259Z-
35/Publico/LUIZ%20HENRIQUE%20LOPES%20VILAS.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2014.

UNESP. Monitoramento Ambiental. São Paulo, [200-?]. Disponível em:


<http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/estudos_ambientais/ea21.html>. Acesso em: 09
abr. 2014.

2014 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT http://www.respostatecnica.org.br 6

Você também pode gostar