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IVAN SOUZA ISAEL DE BARROS

RENATA DAMACENO DE OLIVEIRA

RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DE MATAS RIPÁRIAS EM ÁREA DE


PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO CÓRREGO DO TIMBURI

PRESIDENTE PRUDENTE

2022
IVAN SOUZA ISAEL DE BARROS

RENATA DAMACENO DE OLIVEIRA

RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DE MATAS RIPÁRIAS EM ÁREA DE


PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO CÓRREGO DO TIMBURI

Trabalho apresentado à Universidade Estadual


Paulista Júlio de Mesquita Filho, orientado
pelo Profa. Dra. Ana Luzia Videira Parisotto.

PRESIDENTE PRUDENTE

2022
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 1

1.1 Problematização 1

1.2 Justificativa 1

1.3 Referencial bibliográfico 2

OBJETIVO 3

2.1 Objetivos Gerais 3

2.2 Objetivos Específicos 3

METODOLOGIA 4

Figura 1 - Imagem da área em estudo 4

CRONOGRAMA E PLANO DE ATIVIDADES 5

5. REFERÊNCIAS 5
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1. INTRODUÇÃO

1.1 Problematização

A APA do Timburi foi constituída como Área de Proteção Ambiental, regulamentada


pela Lei Complementar do Município de Prudente Presidente nº 235/2019. No entanto,
segundo Donaton (2013), a APA em Timburi é baseada na pecuária de corte e leite para
venda em laticínios e atravessadores, além de produção de hortaliças para subsistência e
venda de excedentes e arrendamentos de terras.

As matas ciliares são geralmente longas e estreitas faixas de vegetação no fundo dos
vales com condições abióticas variadas; vulneráveis ​a influências externas e expostas à
erosão dos cursos d'água e dinâmicas deposicionais (LIMA; ZAKIA, 2004).

Estão sujeitas a perturbações naturais como quedas arbóreas, deslizamentos de terra,


raios, etc., que levam a desníveis, ou seja, buracos no dossel, que são naturalmente
restaurados pela colonização por espécies pioneiras seguidas de espécies secundárias. No
entanto, a perturbação antrópica, dependendo de sua gravidade, pode causar tanto perturbação
quanto degradação do ecossistema (REZENDE, 1998).

As principais causas de degradação das matas ripárias são o desmatamento vinculado


às ações de agricultores, pecuaristas, mineradores e madeireiros, assim como para expansão
das áreas urbanas, para a extração de areia nos rios, para instalação dos empreendimentos
turísticos mal planejados, entre outros.(ALBUQUERQUE et al. 2010)

1.2 Justificativa

Matas ciliares são importantes porque possuem um conjunto de funções ecológicas


muito relevantes para a qualidade de vida, principalmente para a população local e para a área
de bacia hidrográfica(CASTRO et al., 2012). Na conservação da diversidade biológica, elas
desempenham o papel de corredores naturais, facilitando a circulação de animais e o fluxo de
genes entre as pessoas (MARTINS, 2014).

Como forma de proteção, visando evitar a contaminação e poluição das águas, a Lei
12.651/2012, atualmente conhecida como “Novo Código Florestal”, prevê a conservação de
áreas próximas a corpos d'água e nascentes, que denominam de Áreas de Preservação
Permanente (APP).
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A restauração da vegetação da APP é obrigatória por lei, mas o cumprimento dessa


exigência nem sempre permite a reconstrução efetiva do ecossistema e o restabelecimento das
funções estruturais e ecológicas.(OLIVEIRA, 2014). Se houver degradação, além de restaurar
a vegetação, é preciso criar condições para que o ecossistema seja restaurado (MARTINS,
2014).

1.3 Referencial bibliográfico

Implantação de poleiros: Em áreas degradadas afastadas de fragmentos florestais,


um dos principais fatores que limitam a regeneração natural é a falta de aporte de sementes.
Aves e morcegos são os dispersores de sementes mais eficientes de um fragmento para outro
e, à medida que os habitats são implementados, buscamos atrair esses animais para acelerar a
chegada de sementes de remanescentes florestais na área. As técnicas de restauração são
projetadas para manter e atrair dispersores naturais. Assim, habitat é onde as aves e morcegos
pousam e quando param para descansar ou forragear, dispersam os propágulos de espécies
nativas através de fezes e ruminantes (ANAMA, 2012).

Transposição do banco de sementes: Segundo Martins et al. (2007), a transposição


de bancos de sementes do solo é considerada uma técnica de restauração ecológica de matas
ciliares e deve ser utilizada como medida de compensação de impactos ambientais. A
remoção de bancos de sementes do solo de uma determinada floresta para recuperação de
matas ciliares degradadas só é recomendada se essa floresta for eliminada devido a atividades
de mineração, barragens de cursos d'água etc. Medidas de desmatamento em áreas
autorizadas pelo órgão.

Transposição de serrapilheira: Na serapilheira ou serrapilheira, há uma série de


elementos que demoram a chegar à área de restauração, tais como: bancos de sementes,
nutrientes, matéria orgânica, microrganismos, insetos e fungos. Ao desviar o lixo de áreas em
estado avançado de sucessão ecológica, podemos trazer esses elementos para áreas em
recuperação, contribuindo para aumentar a complexidade desses ambientes (ANAMA, 2012).

Transposição de chuvas de sementes: A transposição da chuva de sementes é uma


boa alternativa para promover projetos de semeadura direta de sementes de espécies nativas
no desenvolvimento de áreas ciliares degradadas sem vegetação (Martins, 2007).
3

Segundo os mesmos autores, a chuva de sementes, número de sementes que chegam a


um local por dispersão, é a principal forma de entrada das sementes no banco do solo.
Portanto, para a transposição, é necessário coletar as sementes antes que elas atinjam o solo
da floresta, o que é feito pelo coletor. Os coletores de chuva de sementes devem ser mantidos
a cerca de 30 a 50 cm do solo para evitar o contato com a umidade das folhas caídas.

Sistemas de agroflorestas: Nesse sentido, os sistemas agroflorestais (SAFs) são


sistemas agroflorestais que fornecem múltiplos recursos e mantêm as principais dinâmicas e
funções dos ecossistemas (Martins et al. 2011).

Os sistemas agroflorestais são sistemas agrícolas baseados na sucessão ecológica,


semelhantes aos ecossistemas naturais. Na mesma unidade de manejo, as árvores são
manejadas em combinação com culturas, cipó, forrageiras e arbustos dispostos no tempo e no
espaço, com alta diversidade e a interação entre eles. Os recursos são produzidos
permanentemente em diferentes formações (ANAMA, 2012).

2. OBJETIVO

2.1 Objetivos Gerais

Promover uma restauração ecológica das matas ripárias de uma Área de Preservação
Permanente - APP da área de Proteção Ambiental (APA) do Timburi, onde se observa uma
degradação prejudicial para o corpo hídrico.

2.2 Objetivos Específicos

● Identificar as espécies arbóreas nativas;

● Diagnóstico Ambiental;

● Implementar técnicas de restauração ecológica em uma propriedade rural


localizada na bacia hidrográfica do córrego Timburi com Área de Preservação
Permanente degradada.

3. METODOLOGIA

A área em estudo está localizada na divisa distrito de Floresta do Sul, pertencente ao


Município de Presidente Prudente-SP, com o KM 26 pertencente ao município de Caiabu
tendo as coordenadas aproximadas de -21.973547, -51.278442 ( Figura 1).
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Figura 1 - Imagem da área em estudo. Fonte: https://earth.gosur.com/

Tendo um formato trapezóide a área possui 1.12 km^2. Está em uma situação de
degradação alta vendo que quase não existe cobertura vegetal ao entorno do corpo d’água. A
é a presença de atividade antrópica a montante da área de estudo e a partir dessa ação
antrópica, possivelmente bovina de corte ou leiteira, se fez presente no local diversos pontos
de erosão. O que se torna ainda mais preocupante, pois a inexistência de cobertura vegetal
ciliar protetora, coloca o corpo hídrico em risco.

Para restauração ecológica desta área será em primeiro momento feito o diagnóstico
ambiental da área e o zoneamento. Posteriormente o presente trabalho será dividido em 3
etapas:

Manutenção: A partir do estudo da área será implementado técnicas de restauração


adequadas para a situação. Técnicas usadas para a restauração são Poleiros naturais e
artificiais, Transposição de solo / serapilheira, Transposição de chuva de sementes,
Enleiramento de galharia, Semeadura direta, sistemas de agroflorestas, entre outros.

Monitoramento: A partir da implementação das técnicas será realizado um


monitoramento periódico e o uso de indicadores na avaliação e monitoramento de
ecossistemas naturais tem sido muito discutido na literatura, e algumas experimentações estão
sendo realizadas. Podendo haver novas manutenções dado os resultados dos indicadores
visando sempre o melhor resultado para a restauração ecológica.
5

Avaliação: Um diagnóstico da área final será realizado e um comparativo com o


primeiro assim avaliando o estado atual e o processo de restauração final a partir de
parâmetros pré estabelecidos.

4. CRONOGRAMA E PLANO DE ATIVIDADES

Atividades Mês/Ano Mês/Ano

Início Conclusão

Diagnóstico Ambiental Julho de 2022 Setembro 2022

Manutenção: Implementação de técnicas para a Setembro 2022 Dezembro 2022


restauração

Monitoramento: Monitoramento do potencial de Dezembro 2022 Maio 2023


regeneração tendo que estar adequado aos indicativos pré
estabelecidos (Passível de nova manutenção).

Avaliação final: Diagnóstico ambiental final, comparativo Maio 2023 Julho 2023
assim identificando e quantificando a restauração.

5. REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Lidiamar Barbosa. et al. Restauração Ecológica de Matas Ripárias:


uma questão de sustentabilidade. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2010.

ANAMA. Práticas para restauração da mata ciliar. Cotorse, Porto Alegre, 2012. 58p.

ASNER PG, RUDEL KT, AIDE TM, DE FRIES R, EMERSON R. A contemporary


assessment of change in humid tropical forests. Conservation Biology 23: 1386-1395. 2009.

BOTELHO, S. A.; FARIA, J. M. R.; FURTINI NETO, A. E.; RESENDE, A. V. Implantação


de floresta de proteção. Lavras: UFLA/FAEPE, 2001. 81p. (Curso de Pós-graduação. “Lato
Sensu” (Especialização) a distância- Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas Florestais.

CASTRO, C. C.; MARTINS, S. V.; RODRIGUES, R. R., A focus on plant reproductive


biology in the context of forest restoration. In: RODRIGUES, R. R.; MARTINS, S. V.;
GANDOLFI, S. (Ed.). High diversity forest restoration in degraded areas. New York:
Nova Science Publishers, p. 197–206, 2007.

DONATON, G. Estratégias de reprodução social e econômica em pequenas unidades


produtivas rurais: o caso dos Bairros Rurais 1º de Maio/Timburi e Ponte Alta/córrego
6

da Onça no município de Presidente Prudente (SP). Monografia (bacharelado em


Geografia). 2013. 112 f. Faculdade de Ciência e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista,
Presidente Prudente.

EMBRAPA. A Embrapa nos biomas brasileiros: avanços no manejo sustentável dos


recursos naturais. Disponível em: http://www.embrapa.br/publicacoes/institucionais/
laminas-biomas.pdf/view. Acesso em 12 jul. 2010. Portfólio.

FERREIRA, R. A. Estudo de semeadura direta visando à implantação de matas ciliares.


2002. 138p. Tese (Doutorado em Fitotecnia)- Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.

LIMA, W. P.; ZAKIA, M. J. B. Hidrologia de matas ciliares. In: RODRIGUES, R. R.;


LEITÃO FILHO, H. F. Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo, SP: EDUSP/
Fapesp, 2000. p. 33-44.

MARTINS, G.; GUTTERRES, L.M.; VIANA, P.R. Práticas Agroecológicas na


Agricultura Familiar. Ação Nascente Maquiné - ANAMA, Maquiné, 2011. 45p.
Disponível em: < http://www.onganama.org.br/pesquisas/publicacoes/>. Acesso em: Junho,
2014.

MARTINS, S. V. Recuperação de Matas Ciliares. Viçosa- MG, Editora Aprenda Fácil,


2007. 255p.

MARTINS, S. V. Recuperação de Matas Ciliares, ed. 2. Aprenda Fácil. Viçosa, MG: 2014.
220 p.

RAISG. Deforestação en la Amazônia (1970-2013). 2015. 48 p. Disponível em:


www.raisg.socioambiental.org. Acesso em 28 de agosto de 2016.

REZENDE, A. V. Importância das matas de galeria: manutenção e recuperação. In: Cerrado:


matas de galeria. Ribeiro, J. F. Embrapa Cerrados, 1998.

SANTOS JÚNIOR, N. A. Estabelecimento inicial de espécies florestais nativas em


sistema de semeadura direta. 2000. 96p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal)-
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE. Resolução nº 32, RESOLUÇÃO


SMA. São Paulo -SP , 3 abr. 2014.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL. Lei nº 9.885, Regulamenta o art. 225, §


1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.. Brasília - DF , 18 jul.
2000.

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