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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA

FLORESTAL
DISCIPLINA PCF 523 – RECUPERAÇÃO DE AREAS
DEGRADADAS

RECUPERAÇÃO DE ECOSSISTEMAS FLORESTAIS


DEGRADADOS E QUALIDADE E QUANTIDADE DE ÁGUA

Jimy Edwin Pavón Rodriguez


DOCENTE: Prof. Dra. Soraia Botelho

Lavras - MG
Outubro – 2014

SUMARIO

Pag.
SUMARIO 2
I. RESUMO 3
II. INTRODUÇÃO 3
II.1. Principais fatores da degradação das zonas riparias 4
II.2. A restauração ecológica das zonas riparias 8
II.3. Ações preliminares para avaliação da área a ser restaurada 9
II.3.1. O planejamento 10
II.3.2. O conhecimento dos fatores hidrológicos 10
II.3.3. A documentação do habitat 11
II.3.4. Um analise das condições do solo 11
II.3.5. O inventario da vegetação 12
II.3.6. A seleção das espécies 12
II.3.7. Evitar a entrada do gado 13
III. METODOS DE RESTAURAÇÃO ECOLOGICA DE MATAS 13
RIPARIAS
III.1. Restauração ecológica pela regeneração natural 14
III.2. O preparo do solo e o plantio 14
III.3. Restauração ecológica pelo plantio de espécies nativas (mudas e 15
sementes)
III.4. Poleiros naturais e artificiais 15
III.5. A transposição de solo 16
III.6. A transposição de chuva de sementes 16
III.7. A nucleação 16
III.8. Monitoramento para o sucesso 17
III.9. Indicadores de recuperação 17
III.10. Monitoramento da qualidade hídrica por indicadores ambientais 18
IV. OBSTÁCULOS À RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA 18
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS 19
VI. CONCLUSÕES 21
VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22

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I. RESUMO
A degradação dos ecossistemas florestais nas beiras dos rios está diretamente
relacionada com a qualidade (parâmetros físicos, químicos e biológicos) e quantidade
dos recursos hídricos no seu cause, sendo que o problema é geral no Brasil e se
encontra tanto nos causes rurais e urbanos; a restauração ecológica destes ecossistemas,
deve considerar sua dinâmica e as pressões antrópicas nestas áreas frágeis como fontes
de biodiversidade, nesse sentido, é um processo que deve levar em conta muitos fatores
para sua implantação. O cuidado com a seleção das espécies e o conhecimento das
estratégias que vão desde o planejamento até o estabelecimento da restauração
ecológica é um determinante no sucesso das atividades ao longo do tempo, este
documento visa fazer um resumo dos principais métodos para o estabelecimento da
vegetação numa área degradas como ser uma zona riparia ou mata ciliar, considerando
indicadores para o monitoramento.

Palavras chave: Qualidade hídrica, monitoramento, mata ciliar, atividades


antrópicas.

II. INTRODUÇÃO
A Hidrologia Florestal é a área do conhecimento humano que se preocupa com
o manejo ambiental da microbacia hidrográfica. Neste sentido, tendo a água como
enfoque central, esta definição implica numa visão integrada ou ecossistêmica de
manejo dos recursos naturais, a qual transcende aos interesses fragmentados de
diferentes disciplinas e setores (IPEF, 2014) e a bacia hidrográfica é um sistema
geomorfológico aberto, que recebe energia através de agentes climáticos e perde através
do deflúvio, pode ser descrita em termos de variáveis interdependentes, que oscilam em
torno de um padrão e desta forma, uma bacia mesmo quando não esteja perturbada por
ações antrópicas, encontra-se em equilíbrio dinâmico (LIMA, 1994).
Considerando os conceitos acima descritos, o declínio das matas ciliares no
mundo pode ser o resultado de um conjunto de fatores, sendo o principal resultado das
atividades antrópicas sem controle (SWEENEY et al, 2004; SWEENEY e CZAPKA,
2004; VITOUSEK et al., 1996.), por um lado, a falta de vegetação ao longo dos
córregos e rios permite o fluxo de poluentes nas águas superficiais (LOWRANCE e
SHERIDAN, 2005) e por outro, a estabilização das beiras é comprometida porque não

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há sistemas radiculares para ligar as partículas do solo que possam evitar a erosão.
Nesse sentido, a qualidade da água é ainda mais degradada pela perda de sombra,
entradas de resíduos lenhosos e deposição de serapilheira; todos os quais são
importantes para peixes e populações de insetos bentônicos (GREGORY et al., 1991).

Desde a década de 1980, com o início das mudanças dos paradigmas ambientais,
os estudos e o conhecimento a respeito da importância das zonas ripárias, têm sido
intensificados em todo o mundo (GREGORY et al., 1991; NAIMAN e DÉCAMPS,
1997; LIMA e ZAKIA, 2006; AGNEW et al., 2006; ABELL et al., 2007; PERT et al.,
2010 apud ATTANASIO et al., 2012), mesmo diante do reconhecimento da
importância da zona ripária e dos serviços ambientais que realiza, da constatação da
degradação que nestas áreas da microbacia vem ocorrendo e dos conflitos nela
estabelecidos, a delimitação e o manejo sustentável da zona ripária não são,
normalmente, considerados no planejamento do uso da terra, mesmo nos chamados
planos de manejo integrado de microbacias.

O desmatamento das matas ciliares reduz o habitat, os quais servem como


corredores ecológicos e aumenta o crescimento de plantas invasoras e exóticas,
impedindo o estabelecimento da mata ciliar nativa (Society for Ecological Restoration
International Science & Policy Working Group, 2004).

As matas ripárias, que compreendem as matas de galeria e as matas ciliares,


ocorrem ao longo de corpos d’água. Nas matas de galeria, a vegetação se conecta sobre
o curso d’água, regiões próximas às nascentes, formando túneis; enquanto, nas matas
ciliares, o dossel não se conecta, formando corredores cortados pelo rio (RIBEIRO e
WALTER, 2001).

Ao restaurar a vegetação nativa ao longo dos córregos e rios, começa o processo


de ajudar a estrutura da comunidade nativa a restabelecer e, eventualmente, sustentar-se
ao longo do tempo. Os ecossistemas ripários são dinâmicos; os profissionais envolvidos
nesta temática devem desenvolver prescrições diferentes para cada site. No entanto,
usando o máximo de informações e ferramentas de dados, o restaurador ecológico pode
configurar cada projeto em uma trajetória de sucesso.

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Os vastos recursos hídricos do Brasil têm grande significado ecológico,
econômico e social. O gerenciamento, conservação e recuperação desses sistemas é,
portanto, de importância fundamental com reflexos na economia, na área social e nos
usos dos sistemas aquáticos. Este gerenciamento é muito complexo, dependendo de
uma forte base de dados e de desenvolvimento de mecanismos de transferência do
conhecimento científico básico para a aplicação. Como há grandes diferenças
geomorfológicas, ecológicas e antropológicas nas várias latitudes do Brasil, esta ação
torna-se evidentemente mais complexa, pois depende de uma base local ou regional de
dados e informações científicas compatíveis, com os sistemas regionais.
A exploração dos recursos hídricos para produção de energia, biomassa e
irrigação, suprimento da água para os grandes centros urbanos demanda uma forte
articulação entre a base de pesquisa e conhecimento científico acumulado, e as ações de
gerenciamento e engenharia. Sem esta articulação que leve em conta qualidade e
quantidade de água, muito pouco avanço conceitual pode ser realizado. Além disto é
preciso levar em conta não somente o sistema aquático, mas a bacia hidrográfica na qual
ele se insere e os usos desta unidade-bacia-hidrográfica-rio-lago ou reservatório. Sem
este conceito há pouca probabilidade de um gerenciamento efetivo do sistema (SOS
MATA ATLANTICA, 2003).
Por outro lado, ATTANASIO et al., (2012), sinala que as zonas ripárias são
áreas de saturação hídrica da microbacia, encontradas principalmente ao longo das
margens e nas cabeceiras da rede de drenagem, mas podendo ocorrer também em partes
mais elevadas da encosta, dependendo da topografia e das condições de
transmissividade do solo. Exercem importante função do ponto de vista hidrológico e
ecológico, contribuindo assim para a manutenção da saúde ambiental e da resiliência da
microbacia hidrográfica (WALKER et al.,1996; NAIMAN e DÉCAMPS, 1997; LIMA
e ZAKIA, 2000, AGNEW et al., 2006; ABELL et al., 2007; ALLAN et al., 2008;
BISHOP et al., 2008; BURKHARD et at., 2010; PERT et al., 2010).

O ecossistema ripário possui uma dinâmica que inclui a vegetação e as


interações, desempenhando funções relacionadas à geração do escoamento direto nas
microbacias, o aumento da capacidade de armazenamento e à manutenção da qualidade
hídrica como efeito-tampão, além de promover a estabilidade das margens dos rios,
fazendo um equilíbrio térmico e formando corredores ecológicos (FAIL et al., 1987;
NAIMAN e DÉCAMPS, 1997; LOWRANCE et al., 1997; LIMA e ZAKIA, 2006),

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compreendem as matas de galeria e as matas ciliares, ocorrem ao longo de corpos
d’água. Nas matas de galeria, a vegetação se conecta sobre o curso d’água, regiões
próximas às nascentes, formando túneis; enquanto, nas matas ciliares, o dossel não se
conecta, formando corredores cortados pelo rio (RIBEIRO e WALTER, 2001).

Todavia, estas áreas despertam interesses conflitantes; nesse contexto, os


agricultores a veem como potencial produtivo (MATSON et al., 1997), existem
também interesses para a extração de areia, corte seletivo de madeira, mineração, entre
outros, por outro lado, também constituem uma etapa essencial na busca da
sustentabilidade pelo que se tem que visar sua preservação e restauração para proteger
suas funções hidrológicas e ecológicas (LIMA e ZAKIA, 2000).

O Novo Código Florestal (Lei, 12.651) no seu Art. 3 o, inciso II, define a Área de
Preservação Permanente – APP como:

Área protegida, coberta ou não por vegetação


nativa, com a função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar
o bem-estar das populações humanas (BRASIL,
2012).

II.1. Principais fatores da degradação das zonas riparias

REBOUÇAS e BRAGA (2006), sinalam que a contínua interferência das atividades


humanas nos sistemas aquáticos continentais do Brasil produziu impactos diretos ou
indiretos, como efeito direto na qualidade da água, a biota aquática e o funcionamento
de lagos, rios e represas, eles apontam como principais fatores de degradação das zonas
riparias:

 O desmatamento;
 A mineração;
 Construção de rodovias e ferrovias;
 Despejo de material residual;
 Introdução de espécies exóticas;
 Remoção de espécies críticas; e
 Construção de reservatórios 

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Os autores acima citados, ainda enfatizam que as inúmeras alterações nos ecossistemas
aquáticos causam modificações diretas ou com efeitos indiretos, e que dentre desses
efeitos se encontram:

 Eutrofização;
 Aumento de material em suspensão e assoreamento;
 Perda da diversidade biológica;
 Alterações no nível da água e no ciclo hidrológico;
 Perda da capacidade tampão;
 Expansão geográfica de doenças tropicais de veiculação hídrica; e
 Toxicidade

Nesse sentido, alguns autores têm avaliado os impactos negativos da degradação


das zonas riparias e a qualidade hídrica, NAIMAN e DECAMPS, (1997) descrevem a
ecologia das interfaces das matas ciliares; BISCHEL et al., (2012) faz ênfase nos
serviços ambientais e a qualidade da agua, COLEMAN; MICHAEL e MINK, (2011)
diz que os distúrbios hidrológicos reduzem a integridade biológica em zonas urbanas,
DERX et al., (2012) avalia os efeitos da restauração das matas ciliares podem remover o
carbono orgânico; FERNÁNDEZ et al., (2014) diz que a cobertura de uso da terra é um
indicador da qualidade das matas ciliares. THOMAS, (2014) faz sugestões de como
melhorar a prática da restauração ecológica derivando técnicas apropriadas de analisar a
organização espacial das redes fluviais; CONSTANZA, (2012); PALMER, (2014);
FILOSO e FANELLI, (2014) enfatizam na saúde dos ecossistemas e a restauração como
engenharia ecológica e MORANDI et al., (2014) avaliam o sucesso ou fracasso nos
projetos de restauração de matas ciliares na França, entre muitos outros.
Por outro lado, REBOUÇAS e BRAGA (2006), apontam que a recuperação de
zonas riparias em lagos, represas, rios e áreas alagadas demanda um conjunto de ações
integradas que envolvem a bacia hidrográfica como um todo, o ecossistema aquático e
seus componentes, físicos, químicos e biológicos, de acordo com os autores, esta
recuperação deve considerar as seguintes etapas:

 O diagnóstico inicial dos sistemas e seu estágio de contaminação ou degradação;


 O diagnóstico dos custos e perdas envolvidos com o processo de degradação, e a
depreciação em propriedades, perdas da biodiversidade, e perdas de processos;
avaliação das alternativas para a recuperação e custos de recuperação.

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II.2. A restauração ecológica das zonas riparias

A restauração é definida de acordo com a Lei no. 9.985, que regulamenta o Art.
225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal e institui o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza, como:

Restituição de um ecossistema ou de uma população


silvestre degradada o mais próximo possível da sua
condição original (BRASIL, 1988; 2000).

Considerando este conceito, THOMAS (2014), diz que no planejamento da


restauração ecológica das zonas riparias, algumas perguntas recorrentes têm resolver o
problema de onde obras de restauração podem ser implementadas para alcançar uma
melhor recuperação ecológica, o autor também aponta que a literatura científica
raramente dá recomendações explícitas para a seleção espacial em larga escala dos sítios
nas redes fluviais e por isso que as técnicas para mitigar os efeitos negativos de rios
degradados são múltiplas.

Um fator de suma importância é que o uso do solo afeta a qualidade hídrica dos
cursos de agua (ALLAN et al., 1997; HARPER et al., 1999; LINKE et al., 2008 e
FERNÁNDEZ et al., 2014). A restauração de matas ciliares é pensada para melhorar
essa qualidade da água por uma variedade de processos (STUTTER et al., 2012), tais
como a retenção de sedimentos finos e proteção das margens dos rios contra a erosão, a
absorção de nutrientes (principalmente nitrogênio e fosforo) por meio do sombreamento
do cause do rio e fornecendo serapilheira e material lenhoso como fonte de nutrientes e
proteção e a interligação entre o dossel das arvores com a paisagem terrestre servindo
como um tampão (THOMAS, 2014).
A ligações estreitas entre os ecossistemas terrestres e fluviais nas pequenas
nascentes fazem com que o restabelecimento da mata ciliar por regeneração natural das
jusantes seja uma técnica adequada e eficaz para melhorar a qualidade da água
(HARPER et al., 1999; PARKYN et al., 2003).
As linhas de proteção das matas ciliares podem eficientemente absorvem o
nitrogênio (SAHU e GU, 2009) e fósforo (ROBERTS et al., 2012) a partir de fontes
difusas e o carbono orgânico (DERX et al., 2012), quando a vegetação para sua
restauração ecológica é escolhida adequadamente (THOMAS, 2014). O potencial de

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retenção das linhas ou faixas de proteção para desviar pesticidas e químicos ao longe do
cause, em contraste, se vê limitada e varia entre os sistemas (REICHENBERGER et al.,
2007), em consequência, a mata ciliar não terá como remover os nutrientes potenciais
da água, quando eles já entraram no canal do rio (por exemplo, através de tubos de
drenagem de terras agrícolas ou terras agrícolas ou águas residuais não tratadas como
esgoto), como o tempo de contato entre as raízes e a água é muito baixa, o material
lenhoso, as raízes e cobertura do dossel forneceram cobertura e estruturas para o canal
de fluxo (FETHERSTON et al., 1995), beneficiando assim macro invertebrados e
peixes (THOMAS, 2014).
Embora, a restauração ecológica das matas ciliares traz uma melhoria
sustentável da qualidade da água e da estrutura da cadeia alimentar em uma escala de
captação que só será alcançada quando muitas cabeceiras apresentem faixas naturais de
mata ciliar. Isso faz com que o alcance das metas de restauração seja desafiador,
especialmente quando as faixas de terra adjacentes são muitas vezes utilizadas para
agricultura e não estão disponíveis para restauração. A montante, bem como a jusante
serão beneficiadas por uma estratégia de restauração de cima para baixo (THOMAS,
2014). A restauração ecológica da ciliar será uma ferramenta eficaz para enfrentar os
futuros impactos negativos do aquecimento global (DAVIES, 2010). Esta forma de
planejamento da restauração é necessária para o futuro da proteção de espécies com
tolerância de temperatura, como um declínio acentuado nos córregos (WENGER et al.,
2011). Portanto, a restauração da mata riparia deve ser implantada nas bordas da
distribuição geográfica das espécies sensíveis à temperatura, onde ocorre uma mudança
em direção a água mais fria (por exemplo altitudes mais elevadas) e esta não é possível,
por tanto, deve ser dada uma prioridade de reflorestamento dentro das cabeceiras para as
massas de água que já têm uma ecomorfologia diversificada e um valor ecológico maior
(THOMAS, 2014).

II.3. Ações preliminares para avaliação da área a ser restaurada

Para restaurar as matas ripárias a partir da abordagem científica, é necessário


conhecer a complexidade dos fenômenos que se desenvolvem nessas formações,
compreender os processos que levam a estruturação e manutenção desses ecossistemas
no tempo e utilizar essas informações para a elaboração, implantação e condução de

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projetos de restaurações dessas formações vegetais (RODRIGUES e LEITÃO-FILHO,
2000).

No caso que a restauração ecológica da zona riparia seja num ambiente urbano,
devem-se documentar as limitações óbvias, tais como a localização dos serviços
públicos, estruturas e estradas, é necessário informar aos proprietários sobre o processo
de restauração; resolver suas preocupações antes do início da implementação. Um
exemplo disso, é que alguns proprietários podem ter preocupações com a segurança e
vida selvagem e quer menos espécies arbustivas para melhor visibilidade, entre outros
(NCU, 2011).

II.3.1. O planejamento

Os processos naturais que criam funcionando habitats ribeirinhos trabalhar em


escalas de tempo mais amplo, como décadas e séculos. Os profissionais, no entanto, não
têm o luxo de tal tempo. Os profissionais devem fazer decisões oportunas e bem
informados para assegurar a implementação bem-sucedida do projeto. Planejamento é
fundamental para atingir as metas e objetivos de curto prazo e alcançar a
sustentabilidade dos ecossistemas a longo prazo. Afastando-se do "livro de receitas" e
"cópia ao carvão" se aproxima de restauração (HILDERBRAND et al., 2005), os
profissionais agora projetar para a resiliência da comunidade, utilizando estratégias de
gestão adaptativa com base na ciência e experiência. 

II.3.2. O conhecimento dos fatores hidrológicos

Estes elementos são de suma importância na elaboração de um projeto de


restauração ecológica de Matas ripárias. A menor unidade de estudo a ser adotada é a
microbacia hidrográfica, definida como aquela cuja área é tão pequena que a
sensibilidade a chuvas de alta intensidade e as diferenças de uso do solo não seja
suprimida pelas características da rede de drenagem. Na microbacia hidrográfica, é
possível identificar a extensão das áreas que são inundadas periodicamente pelo regime
de cheias dos rios e a duração do período de inundação (MARTINS, 2001).
Compreender estes fatores é de suma importância, especialmente para fins de plantio
das mudas.

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O sucesso da restauração das matas ciliares está baseado no restabelecimento
dos processos ecológicos responsáveis pela reconstrução gradual da floresta, e esse
restabelecimento depende da presença de elevada diversidade de espécies regionais,
envolvendo não só as árvores, mas também as demais formas de vida vegetal, os
diferentes grupos da fauna e suas interações com a flora. Essa diversidade pode ser
implantada diretamente nas ações de restauração e (ou) garantida ao longo do tempo,
pela própria restauração da dinâmica florestal (ATTANASIO, 2008).

II.3.3. A documentação do habitat

Ao compreender o estado histórico e atual do habitat ciliar, se pode estimar o


grau em que o sitio mudou ao longo do tempo (BEECHIE et al., 2010) e começar a
estruturar o quadro de restauração. Alguns sítios de restauração podem ter um
acompanhamento da vegetação junto com os habitats nativos que se encontravam
anteriormente ou atualmente habitam a área. Além disso, as espécies e habitats sensíveis
devem ser bem identificados, especialmente aquelas espécies raras e ameaçadas, os
proprietários rurais muitas vezes podem fornecer um histórico no uso da terra que pode
ser de muita importância (THOMAS, 2014).
Uma descrição da topografia ou das características topográficas nas áreas de
inundação devem ser documentadas. As características importantes podem incluir
cercas, linhas de plantio, idades, zonas húmidas, morros ou barrancos, também se deve
observar e documentar o comprimento e a largura das zonas a restaurar; esta informação
é necessária para fazer o cálculo da quantidade de mudas da área que se pretende
restaurar (NCU, 2011).

II.3.4. Um analise das condições do solo

Este fator é de suma importância devido que é o equivalente que tem que ver
com a sobrevivência das mudas nos locais da restauração ecológica. Um analise dos
solos é uma ajuda fundamenta porque a umidade do solo e a disponibilidade de
nutrientes, a aeração e da condição física do próprio solo, são fatores chave para o
estabelecimento e crescimento das espécies arbóreas lenhosas selecionadas
(STANTURF et al., 2004), bem como arbustos, nativas e gramíneas. Os solos que são
ideais são úmidos solos, bem drenados, com textura média e com boa fertilidade, se tem
que considerar que a composição do solo e estrutura pode ser variável de um lugar para

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outro dentro do mesmo sitio. Condado-levantamentos de solos classificações são úteis
na preparação de descrições (NCU, 2011).

II.3.5. O inventário da vegetação


O inventário das associações arbóreas ou de plantas em torno do local a
restaurar também é importante, se deve de observar o tipo, tamanho e abundância
relativa de cada espécie na área, se existem áreas naturais relativamente intactas ou
perturbadas para cima ou na jusante. Esses sites podem incluir espécies nativas que se
podem usar no local de restauração. Os fragmentos florestais podem ser uma referência,
e são frequentemente utilizados nos planos de restauração; a composição das espécies
do fragmento de referência é o único ponto no tempo ao longo da evolução desse
ecossistema (BRIERLEY e FRYIRS, 2009). Os processos de restauração de zonas
riparias se desenvolvem ao longo de grandes períodos de tempo, e as forças de sucessão
vai alterar continuamente a comunidade (THOMAS, 2014).

Outro aspecto importante é manejo das plantas invasivas que podem competir e
diminuir significativamente a sobrevivência das populações arbóreas, levando a uma
diminuição no habitat e da disponibilidade de alimentos ao longo das margens dos
causes; se as plantas invasoras ou exóticas colonizam, se devem de tomar as medidas de
controle antes de restaurar a vegetação nativa (NCU, 2011).

II.3.6. A seleção das espécies


Outro aspecto que também se deve de considerar é que a distribuição das
espécies nas formações ripárias está diretamente relacionada ao gradiente de umidade
da microbacia (EMBRAPA, 2010), por isso, a escolha das espécies que darão início à
sucessão local é fundamental na resiliência ambiental. As espécies selecionadas de
diferentes formas de vida (ervas, arbustos, lianas, árvores e epífitas) geralmente pobre
em minerais e fisicamente inadequados para o crescimento da maioria das plantas. A
seleção também deve considerar as espécies que possam atrair a fauna de polinizadores
e dispersores de sementes, de forma a garantir, ao longo do ano, os recursos alimentares
para os animais. Quanto maior o nível de interação, maior a capacidade de diversificar
as espécies envolvidas e, consequentemente, a recuperação da resiliência local é mais
rápida (REIS et al., 1999).

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A seleção das espécies e mudas depende dos objetivos do projeto de restauração
e é guiado pelas informações coletadas na fase de planejamento. Tradicionalmente, os
projetos de restauração ecológica de matas ciliares confiaram quase exclusivamente em
espécies vegetais arbóreas. Estudos têm mostrado que a vegetação arbórea é muito mais
eficaz do que a vegetação herbácea na proteção dos solos ao longo das beiras dos
causes (WYNN e MOSTAGHIMI, 2006; WYNN et al., 2004). A erosão do solo
diminui à medida que o número de raízes maiores penetram no solo, isto é
particularmente verdadeiro em áreas ribeirinhas florestais, no entanto, as
recomendações para restauração das zonas riparias incluem o plantio de um conjunto
diversificado de tipos de plantas e espécies. Por exemplo, pesquisas recentes têm
sugerido que, para os esforços de estabilização de solo, por exemplo, as plantações de
árvores se podem completar com gramíneas que ao mesmo tempo fornecem um reforço
adicional do solo durante os primeiros anos de crescimento das árvores (PÓLEN-
BANKHEAD e SIMON, 2010).

Mesmo dentro da área ciliar, pode existir a necessidade de diferentes espécies,


dependendo das condições do sitio, (várzeas aluviais, bancos de areia, zonas húmidas
de igual inclinação); o planejamento cuidadoso para maximizar o estabelecimento da
vegetação é necessário ao selecionar as espécies para sítios individuais (NCU, 2011).

II.3.7. Evitar a entrada do gado


O pastoreio por gado pode ser prejudicial para os esforços de restauração, no
caso que o sitio é um ambiente agrícola, se deve observar o tipo e o número geral de
espécies animais que estão presentes e se deve evitar sua entrada ao sitio da restauração
da zona riparia com cercas (NCU, 2011).

III. MÉTODOS DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DE MATAS


RIPARIAS

De acordo com a EMBRAPA (2010), a restauração da área depende da


autorização do poder público e poderá ser feita pelos seguintes métodos:

 Condução da regeneração natural de espécies nativas; e


 Plantio de espécies nativas sob a forma de mudas, sementes e estacas.

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III.1. Restauração ecológica pela regeneração natural

A regeneração natural é a forma mais antiga e natural de renovação de uma


floresta, um processo normal no qual as florestas apresentam capacidade de se
recuperarem de distúrbios naturais ou antrópicos (EMBRAPA, 2010).

Quando uma determinada área de floresta sofre um distúrbio como a abertura


natural de uma clareira, um desmatamento ou um incêndio, a sucessão secundária se
encarrega de promover a colonização da área aberta e conduzir a vegetação através de
uma série de estádios sucessionais, caracterizados por grupos de plantas que vão se
substituindo ao longo do tempo, modificando as condições ecológicas locais até chegar
a uma comunidade bem estruturada e mais estável (MARTINS, 2001 apud EMBRAPA,
2010). Para que ocorra este processo de forma natural, é necessário isolar uma área e
avaliar a sua capacidade de resiliência, as interações ecológicas e a presença de
vegetação remanescente. Para tal é preciso analisar a disponibilidade de sementes, seja
pela chuva, banco de sementes, banco de plântulas, a rebrota de espécies arbustivas-
arbóreas, a proximidade de fontes de sementes e a intensidade e a duração do distúrbio,
sendo esses processos vitais para que ocorra a sucessão secundária (GOMES-POMPA;
VASQUEZ-YANES, (1981); SEITZ, (1994); RIBEIRO, (1998); GROMBONE-
GUARATINI, (1999); RODRIGUES; LEITÃOFILHO, (2000); MARTINS, (2001)),
pois quanto maior for a perturbação de uma área maior é a possibilidade de ocorrer o
esgotamento progressivo do banco de sementes, tornando assim o sitio restrito para o
processo de regeneração natural (KAGEYAMA et al., 1989).

III.2. O preparo do solo e o plantio

O preparo de solo consiste no conjunto de atividades realizadas anteriormente ao


plantio propriamente dito e envolve operações distintas, relacionadas diretamente às
condições da área e ao tipo e objetivos do plantio a ser realizado. As finalidades das
atividades envolvidas no preparo de solo são, principalmente, reduzir a competição
ocasionada por espécies invasoras e melhorar as propriedades físicas e químicas do
solo. O plantio tem como objetivo restaurar as condições originais do ecossistema e
deve conter um número aproximado de plantas de acordo com a densidade natural da
área (EMBRAPA, 2010).

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III.3. Restauração ecológica pelo plantio de espécies nativas (mudas e
sementes)

A restauração de matas ripárias requer o conhecimento da vegetação original,


que é obtido a partir dos estudos fitossociológicos, de estrutura populacional, de
autoecologia das espécies, assim como de aspectos silviculturais de coleta de sementes e
produção de mudas (FONSECA et al., 2001).

A coleta e o armazenamento de sementes são ações importantes para a


preservação, conservação e a recuperação de qualquer tipo de vegetação. Caso o
método utilizado para a coleta e o armazenamento sejam inadequados, pode ocorrer a
morte de sementes ou mesmo determinar o início de dormência secundária. Dessa
forma, na germinação devem ser considerados os fatores presentes nos períodos de pré
e pós-coleta e subsequente armazenamento, como os tipos de embalagens, as condições
físico-químicas de estocagem e o tempo de armazenamento (SOUSA-SILVA et al.,
2001; EMBRAPA, 2010).

Dentro do contexto das Matas de Galeria, portanto, um tipo de mata ripária,


pesquisas desenvolvidas na Embrapa Cerrados (EMBRAPA, 2010), enfocaram aspectos
relativos à época de produção e coleta, germinação e armazenamento de sementes,
assim como metodologias para a produção de mudas em viveiro, levando em
consideração aspectos como emergência, assepsia, quebra de dormência, tipos de
recipientes e diferentes ambientes quanto ao sombreamento (SOUSA-SILVA et al.,
2001; EMBRAPA, 2010).

III.4. Poleiros naturais e artificiais


A EMBRAPA (2010), sinala que os poleiros naturais são obtidos naturalmente
pelo plantio de árvores de rápido crescimento que tenham copa favorável para o pouso
de aves e fixação de morcegos para repouso ou forrageamento de frutos, enquanto, os
poleiros artificiais (poleiros secos) são construídos com varas de bambu, postes de
eucalipto, entre outros, e também poderão ser plantadas algumas lianas nessa estrutura
para que se tornem mais atrativos à fauna.

15
Os poleiros secos mostram-se efetivos no incremento de novos propágulos de
espécies vegetais pela chuva de sementes. A função nucleadora dos poleiros facilita a
sucessão e a restauração e torna a composição florística semelhante à das áreas
adjacentes (MELLO, 1997; TOMAZI et al., 2007; REIS et al., 2003b).
Os poleiros servem de locais estratégicos para pouso entre fragmentos e de
esconderijo no caso de a ave ser atacada por um predador, além de aumentar a
frequência de visitação à área, permitindo maiores interações entre fauna-flora, o que
favorece a dinâmica sucessional em áreas em recuperação (CORTINES et al., 2005).

III.5. A transposição de solo


A transposição do solo é importante por trazer, além de sementes, organismos
responsáveis pela ciclagem de nutrientes, reestruturação e fertilização do solo e
materiais minerais e orgânicos, o que auxilia na recuperação das propriedades físico-
químicas do solo degradado e, por consequência, na revegetação da área (EMBRAPA,
2010).

III.6. A transposição de chuva de sementes


A chuva de sementes consiste das sementes que chegam periodicamente na área
por meio da dispersão. Alimenta o banco de sementes local e inicia uma entrada mensal
de material genético que no futuro poderá garantir os recursos de forma distribuída no
tempo. Essas sementes podem ser coletadas e utilizadas para a produção de mudas ou
para semear diretamente na área a ser restaurada. A transposição mensal de chuva de
sementes propicia a introdução de plantas regionais que frutificam em todos os meses
do ano (manutenção de fauna) e de todas as formas de vida, visando promover fluxo
gênico com as populações dos fragmentos mais próximos (EMBRAPA, 2010).

III.7. A nucleação
Atualmente, além das técnicas tradicionais de restauração florestal, utiliza-se
também a nucleação (YARRANTON e MORRISON, 1974; EMBRAPA, 2010) como a
capacidade de uma espécie em propiciar uma melhora significativa nas qualidades
ambientais, permitindo o aumento da probabilidade de ocupação deste ambiente por
outras espécies. Autores como REIS et al., (2003a), afirmam que a nucleação
representa uma das melhores formas de acelerar a sucessão em áreas degradadas,

16
restituindo a biodiversidade condizente com as características da paisagem e das
condições microclimáticas locais.

Nesta Técnica, os núcleos promovem o incremento do processo sucessional,


introduzindo novos elementos na paisagem, e atraem as aves dispersoras de sementes
(ROBINSON e HANDEL, 1993). Estes animais, assim como os morcegos, propiciam o
transporte de sementes de espécies mais avançadas na sucessão, contribuindo para o
aumento do ritmo sucessional de comunidades florestais secundárias (GUEVARA et
al., 1986), por outro lado, MILLER (1978) e WINTERHALDER (1996), apontam que
a capacidade de nucleação de algumas plantas pioneiras é de fundamental importância
para processos de revegetação (VALCARCEL, 2000) de zonas riparias degradadas.

III.8. O monitoramento para o sucesso


O monitoramento dos projetos de restauração ecológica das zonas riparias é
fundamental para o sucesso que pode ser tanto formal como informal. O
acompanhamento informal é simplesmente realizando reconhecimento do local para
determinar se há problemas visíveis ou necessidades imediatas no local (entrada de
gado, irrigação, entre outros), enquanto, os métodos de monitoramento formais são
protocolos de coleta de dados estruturados (NCU, 2011).

III.9. Indicadores de recuperação


Segundo RODRIGUES e GANDOLFI (1998), um conjunto muito promissor de
indicadores de avaliação e monitoramento, tanto de áreas naturais como restauradas,
tem sido usada como bioindicadores e equabilidade. Alguns exemplos são o fluxo e
ciclagem de nutrientes no solo, micro e mesofauna de solo, presença e estrutura de
grupos faunísticos, etc. Certamente, outros indicadores ainda deverão ser incorporados
de acordo com requisitos previamente estabelecidos para a definição de bons
indicadores, como diversidade alta dentro de grupo, inter-relações conhecidas com
outros grupos, sensibilidade e ambientes com características distintas, ciclo curto de
vida para avaliações mais eficientes, relações antrópicas indiretas, entre outros. Os
indicadores de avaliação e monitoramento vegetal de formações naturais são, por
exemplo, na maioria, referentes à comunidade, como a riqueza, a diversidade e a
equabilidade vegetal, a fisionomia vegetal, as características estruturais dos estratos ou
grupos ecológicos.

17
Os mesmos autores sugerem que para a avaliação e monitoramento pós-implantação de
projetos de recuperação os seguintes indicadores e necessário verificar:

 O desenvolvimento de mudas: utilizando como parâmetro diâmetro da base do


caule, altura do fuste, estado fitossanitário da muda e outros.
 A cobertura do solo: esse parâmetro pode ser avaliado com base na forma e
dimensão da copa, sombreamento do solo, área sombreada versus área
ensolarada.
 A regeneração natural: uso de coletores ou avaliação da produção de
serapilheira, desenvolvimento de plântulas ou indivíduos jovens e outros.
 A fisionomia: são vários parâmetros, como estruturação dos estratos (presença
de dossel contínuo ou irregular, de sub bosque, de indivíduos emergentes, etc),
formas de vida (formas de vida ocorrentes, dominantes, em desequilíbrio, etc),
ocorrência de clareiras (tamanho e origens), alinhamento dos indivíduos
(alinhamento de plantio já mascarado ou não) e outros.
 A diversidade: está diretamente correlacionada com a regeneração natural e se
constitui no mais importante instrumento de avaliação e monitoramento de
projetos de restauração.

III.10. Monitoramento da qualidade hídrica por indicadores ambientais


Um método para avaliar os cursos de agua como resultado da restauração
ecológica das zonas riparias é por meio de indicadores ambientais, os quais são
informações quantificadas, de cunho científico, de fácil compreensão que podem ser
usadas nos processos de decisão em todos os níveis da sociedade, são úteis como
ferramentas de avaliação de determinados fenômenos, apresentando suas tendências e
progressos que se alteram ao longo do tempo. Permitem a simplificação do número de
informações para se lidar com uma dada realidade por representar uma medida que
ilustra e comunica um conjunto de fenômenos que levem a redução de investimentos
em tempo e recursos financeiros, são estatísticas selecionadas que representam ou
resumem alguns aspectos da recuperação (OCDE, 1998; MAGALHÃES, 2010), no
caso da restauração ecológica das zonas riparias e a relação com a qualidade e
quantidade de agua num curso em determinados períodos de tempo estão diretamente
relacionados com parâmetros físicos, químicos e biológicos do recurso hídrico dentro
da Resolução 357/2005 do CONAMA (BRASIL, 2005).

IV. OBSTÁCULOS À RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA

18
Os principais obstáculos à implantação de projetos de recuperação de matas ripárias
detectados para a Mata Atlântica, podem ser sistematizados em seis grandes grupos de
acordo com BARBOSA (2006):
1) Dificuldade de engajamento de proprietários rurais que, de maneira geral,
entendem a obrigação de preservar matas ciliares como uma expropriação
velada de áreas produtivas da sua propriedade.
2) Insuficiente disponibilidade de recursos para a recuperação de matas ciliares e
ineficiência no uso dos recursos disponíveis.
3) Déficit regional (qualitativo e quantitativo) na oferta de sementes e mudas de
espécies nativas para atender à demanda a ser gerada por um programa de
recuperação de matas ciliares.
4) Dificuldade de implantação de modelos de recuperação de áreas degradadas
adequados às diferentes situações.
5) Falta de instrumentos para planejamento e monitoramento integrado de
programas de recuperação de áreas degradadas.
6) Dificuldade no reconhecimento, pela sociedade, da importância das matas
ripárias e para a mobilização, capacitação e treinamento dos agentes envolvidos.

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No Brasil, a degradação de grandes áreas é o resultado do processo histórico de
ocupação do espaço, marcado pelo uso inadequado das florestas e demais formas de
vegetação nativa. Atualmente, muitos agricultores, por desconhecimento ou descuido,
ainda não se preocupam com a função social de suas propriedades. Dessa forma, faz-se
necessário buscar alternativas para reverter esse processo, cabendo a cada cidadão zelar
pela preservação dos remanescentes vegetais nativos e só explorar os recursos naturais
de forma sustentável (FELFILI et al., 2008).

As matas riparias são refúgios de biodiversidade adaptada a suas próprias


condições biofísicas e hidrológicas, baseado neste cenário, a configuração territorial é
dada pelo conjunto formado pelos ecossistemas naturais existentes e pelos acréscimos
que as populações superpuseram no seu sistema natural. A configuração territorial não é
o espaço, já que sua realidade cheia de materialidade e a vida que anima; tem uma
existência material própria, pelo fato das relações sociais (SANTOS e SILVEIRA,
2004), porém, é necessário evitar a quebra da sua conectividade e diminuir as pressões
antrópicas com o fim de eliminar o isolamento, para lograr estas medidas mitigatórias, é
preciso uma forte articulação entre o governo e a sociedade civil organizada junto com o
engajamento das comunidades locais, considerando o espaço geográfico dentro de um

19
espaço social, porque contém mais materialidade e do espaço físico que inclui ação
(SILVEIRA, 2010).

Quando a maioria dos produtores rurais reconheçam a importância da


manutenção e (ou) recuperação de áreas de conservação (como as Reservas Legais) e
preservação dos recursos naturais (áreas de Preservação Permanente como as matas
ripárias), haverá então mais consciência de que essas áreas trazem benefícios
ambientais, econômicos e sociais à propriedade, como: a conservação do solo, da água
e da biodiversidade; o provimento de inimigos naturais ao controle de pragas e
doenças; o fornecimento de abrigo e alimento aos dispersores e polinizadores de
espécies de importância econômica e (ou) ecológica; a proteção do solo contra a
erosão; a melhoria na qualidade ambiental e de vida da população e a contribuição na
preservação do ambiente para as gerações futuras entre outras coisas (TOURINHO,
2006; AQUINO e ALBUQUERQUE, 2010 apud EMBRAPA, 2010).

Baseado no contexto anterior, FELFILI (2003), sugere uma série de ações para
conservar os ecossistemas das florestais estacionais e se podem adaptar ás matas
riparias, dentre elas estão:

 A investigação dos padrões fitogeográficos com vistas a determinar os traços


comuns entre as florestas estacionais e delinear estratégias para conservação,
manejo e recuperação de unidades fitogeográficas.
 A elaboração de um mapa detalhado e atualizado dos remanescentes da Mata
Atlântica de modo que a proposta de corredores seja especializada.
 Programas de inventário, análise da configuração espacial dos fragmentos, de
influências antrópicas e propostas de corredores ecológicos deveriam ser
elaboradas para os remanescentes de floresta estacional ainda encontrados no
bioma da Mata Atlântica, com listagem das áreas com ocorrência de formações
estacionais e nos neotrópicos em geral.
 A ação continuada do Estado garantindo o cumprimento da Legislação vigente,
assumindo a educação ambiental e a Agenda 21, de modo que as atividades
florestais e extrativistas sejam incluídas de forma competitiva nos modelos de
financiamento e assistência técnica, sendo para tanto, essencial para o
estabelecimento dos corredores ecológicos.
 A observação da Legislação vigente pelos fazendeiros, relacionada às áreas de
preservação permanente (APPs), aquelas com declive superior a 45 graus e as
matas de galeria ao redor das margens dos córregos, dependendo de sua largura,
devem permanecer intocadas.
 O delineamento e demarcação das reservas legais, de 20% da propriedade rural
excluindo as APPs, conforme a cobertura vegetal das propriedades,
possibilitando a matriz vegetal original remanesça na região. Desta forma estaria

20
garantida a oferta ambiental de alimentos e abrigo para a fauna dispersora e
polinizadora.
 A criação de Unidades de Conservação em um fragmento de maior porte perto
das matas riparias dentro de um programa de fomento à criação de RPPNs no
seu entorno.

VI. CONCLUSÕES

A recuperação e monitoramento das matas riparias demandam da existência de


um banco de dados diferenciado para cada microbacia. O conhecimento científico dos
processos hidrológicos é fundamental para promover programas de recuperação das
matas riparias. Estes estudos devem centrar-se na determinação das funções de forças
principais, na avaliação da magnitude de suas causas e seus impactos, nas condições
físicas, químicas e biológicas, nas diferentes situações dinâmicas que se referem às
variáveis de estado e no estudo de processos no espaço e ao longo no tempo.

O planejamento da recuperação das matas riparias deve ser dirigido à


modelagem ecológica que possibilite o desenho de soluções qualitativas e quantitativas
e a orientação para o desenvolvimento sustentável com o auxílio de tecnologias como o
geoprocessamento. 

As matas riparias no Brasil, mostram uma vasta gama de processos


diferenciados e estão submetidos a diferentes pressões antrópicas que alteram os
processos hidrológicos com impactos diferenciados em cada microbacia. Os custos da
preservação, conservação e restauração ecológica, seus mecanismos de avaliação,
diagnóstico, gerenciamento e monitoramento deve de ser uma ação prioritária da União,
os Estados e a nível municipal, precisa de uma amplia participação social no fim de
produzir alternativas junto com um trabalho forte de extensão. Uma alternativa pode ser
o estabelecimento de sistemas Agroflorestais como alternativa socioeconômica de
restauração ecológica.

Considerando-se que os corpos de agua têm uma interação permanente e


dinâmica com as bacias hidrográficas às quais pertencem, também é necessário
conhecer as interações ente as bacias e as matas riparias, se deve fazer um esforço para

21
compreender as interações entre as dinâmicas biofísicas, econômicas e sociais dada a
interdependência desses componentes do ecossistema ripário.

A interação entre os processos acima descritos, deve gerar a implantação de


parcerias, as quais procurem viabilizar programas de restauração ecológica em conjunto
com programas de monitoramento de variáveis físicas, químicas e biológicas; este
monitoramento com a finalidade de antecipar possíveis alterações no sistema e
acompanhar seus efeitos.

VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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